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Universidade Cândido Mendes - UCAM Diretoria de Projetos Especiais Curso de Pós – Graduação Lato – Sensu - Psicopedagogia “A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE ESCOLAR NO DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE: ESCOLA, AGENTE MODIFICADOR DO COMPORTAMENTO INFANTIL” Professora – Orientadora: Maria Esther de Araújo Oliveira Ângela Oliveira da Silva Bernardino Rio de Janeiro, _______ de ____________ de 2003.

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Page 1: “A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE ESCOLAR NO DESENVOLVIMENTO DA ... OLIVEIRA DA SILVA BERNARDIN… · agressividade; e A Escola e sua Função Social, ... da função da pré – escola

Universidade Cândido Mendes - UCAM

Diretoria de Projetos Especiais

Curso de Pós – Graduação Lato – Sensu - Psicopedagogia

“A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE ESCOLAR NO

DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE:

ESCOLA, AGENTE MODIFICADOR DO

COMPORTAMENTO INFANTIL”

Professora – Orientadora: Maria Esther de Araújo Oliveira

Ângela Oliveira da Silva Bernardino

Rio de Janeiro, _______ de ____________ de 2003.

Page 2: “A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE ESCOLAR NO DESENVOLVIMENTO DA ... OLIVEIRA DA SILVA BERNARDIN… · agressividade; e A Escola e sua Função Social, ... da função da pré – escola

Ângela Oliveira da Silva Bernardino

Aluna do curso de Pós- Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia

“A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE ESCOLAR NO

DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE:

ESCOLA, AGENTE MODIFICADOR DO

COMPORTAMENTO INFANTIL”

Trabalho monográfico de conclusão do curso

de Pós - Graduação Lato Sensu em

Psicopedagogia, apresentado a UCAM como

requisito final para a obtenção do título de

Pós -Graduação em Psicopedagogia.

Professora – Orientadora: Maria Esther de Araújo Oliveira

Rio de Janeiro, _______ de ____________ de 2003.

Page 3: “A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE ESCOLAR NO DESENVOLVIMENTO DA ... OLIVEIRA DA SILVA BERNARDIN… · agressividade; e A Escola e sua Função Social, ... da função da pré – escola

“A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE ESCOLAR NO

DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE:

ESCOLA, AGENTE MODIFICADOR DO

COMPORTAMENTO INFANTIL”

Elaborada por Ângela Oliveira da Silva Bernardino

(Aluna do curso de Pós - Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia da

UCAM)

Foi analisada e aprovada com:

_______ Grau _________

Rio de Janeiro, _______ de ____________ de 2003.

___________________________________________

Professora – Orientadora

Rio de Janeiro, _______ de ____________ de 2003.

Page 4: “A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE ESCOLAR NO DESENVOLVIMENTO DA ... OLIVEIRA DA SILVA BERNARDIN… · agressividade; e A Escola e sua Função Social, ... da função da pré – escola

Dedico a Deus, que com toda

certeza iluminou a confecção e o

aperfeiçoamento desse trabalho. A

Marina da Conceição de Oliveira,

minha mãe e primeira professora na

universidade da vida. E a você

Marcelo, amigo super especial que

durante todo o tempo esteve ao meu

lado.

Page 5: “A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE ESCOLAR NO DESENVOLVIMENTO DA ... OLIVEIRA DA SILVA BERNARDIN… · agressividade; e A Escola e sua Função Social, ... da função da pré – escola

Agradecimentos,

Agradeço com louvor a Deus por ter

me dado forças para chegar até aqui

cumprindo a minha missão, minha

filha Nayana pela alegria que me dá

e por ter suportado a minha ausência

e a minha amiga Luci que nos

momentos mais difíceis de minha

vida me apoiou me incentivou para

que eu não desistisse. E uma das

glórias do magistério são os

reencontros. Hoje minha monografia

foi digitada e formatada por uma

aluna das séries iniciais, onde

contribui nos seus primeiros passos

da vida. Obrigada Lú.

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO

CAPITULO I

1. PERSONALIDADE

CAPITULO II

2. COMPORTAMENTO E AGRESSIVIDADE

CAPITULO III

3. A ESCOLA E SUA FUNÇÃO SOCIAL

3.1- Relação como os iguais

3.2 - Relação com o professor

CAPÍTULO IV

4. METODOLOGIA

CAPÍTULO V

5. RELATO DE UM ESTUDO DE CASO

5.1 Como os iguais

5.2 Na sala de aula

5.3 Com a professora

5.4 Com a direção da escola

CAPÍTULO VI

6. ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANEXOS

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INTRODUÇÃO

Atualmente, a personalidade tem sido alvo de profundas discussões entre

os pesquisadores de diversas áreas. Os desvios de comportamento, especialmente a

agressividade e a indisciplina têm sido apontados pelos educadores como um dos

maiores problemas à aprendizagem das crianças.

Em recente reunião da ANPED (Associação Nacional de Pesquisa em

Educação), a questão da indisciplina foi abordada por Freller (1999:1) que afirmou:

“... a indisciplina na escola é considerada por pesquisadores, educadores, pais e até

pelos próprios alunos, como um dos maiores obstáculos à aprendizagem escolar”.

Durante os estágios de prática de ensino, observa-ser crianças com sérios

problemas de comportamento, que eram reforçados, na maioria das vezes, pelos

professores. Argumenta – se que estas crianças conseguem melhorar seu

comportamento com o apoio da escola. Para isso, o professor deve estar preparado

para lidar com estes problemas. Os comportamentos agressivos podem ser reforçados

ou amenizados de acordo com a postura do professor.

Estudos como estes são importantes, pois é necessário que os problemas

sejam sanados logo na infância, para que mais tarde as crianças não se tornem

adultos violentos, ficando assim difícil recupera-los.

“Essas pesquisas têm resultado em esclarecimentos úteis a

respeito da formação moral em crianças e adolescentes,

da influência da família e do meio social nesse processo e

da correspondência entre o desenvolvimento da

moralidade e a maturação intelectual” ( Krüger,

1988,p.40).

A escola exerce uma grande influência na vida da criança, é através dela

que aprende a lidar com sues desejos e suas frustrações. Se for recompensada, tende

a ser mais tolerante e menos exigente e agressiva.

“(...) a criança que recebe recompensas adequadas às

suas necessidades infantis tenderá a ser mais apta a

renunciar a seus hábitos de exigências e a aprender a

ser”.

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tolerante em suas frustrações futuras. (...) relações

infantis perturbadas podem deixar atrás de si feridas

insanáveis “(Allport, 1955,p.50-51)”.

Algumas escolas ainda não estão preparadas o suficiente para enfrentar

problemas como estes. O que se tem constatado são algumas instituições com

sistemas de ensino deficientes onde as mesmas acabam expulsando os alunos que

estão fora do padrão exigido. No que diz respeito às escolas públicas, estas nada

fazem, não podem expulsar, porém nenhum programa é desenvolvido para reverter

esta situação, e as crianças se tornam ainda mais agressivas. Em uma reportagem

publicada na Nova Escola (Glanternick, 1998), essa afirmação é confirmada, M.P de

10 anos de idade é criança agressiva, que bate em sues colegas e fala muitos

palavrões. Sempre acaba sendo expulsa das escolas, que só transferem o problema.

Especialistas acreditam que o prazer da aprendizagem é o primeiro passo para que

crianças nessa situação conquistem suas auto-estima e se integrem ao grupo

(Glanternick, 1998:39).

A interação da criança com os objetos é o objetivo principal da educação,

principalmente nos primeiros onze anos de vida. Assim, a criança age sobre o meio

transformando - o para primeiramente atender às suas necessidades e posteriormente

as do seu grupo.

“Os comportamentos indisciplinados são, geralmente,

entendidos como ataque à escola, patologia ou falta de

educação da criança. A intervenção dirige –se no sentido

de culpabilização, castigo, moralização ou

encaminhamento para o especialista”( Freller, 199, p.1)

Desse modo, os professores não refletem sobre sua influência a do

ambiente escolar na manutenção do comportamento. Precisam estar conscientes que

a escola tem uma importante função social, a de tentar modificar comportamentos

que são traços da personalidade e que estarão consolidados no final dos anos pré -

escolares.

Esta pesquisa tem como objetivo principal estudar a relação entre o

ambiente escolar e o comportamento da criança, além de dar subsídios aos

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professores para uma reflexão e enriquecimento sobre suas influências e as do

ambiente escolar no comportamento das crianças, propiciando um maior

entendimento, visto que o tema é abordado em um contexto mais amplo onde várias

questões são estudadas.

Tem se realizado muitas pesquisas no que diz respeito a encontrar

soluções que modifiquem o comportamento da criança, mas são poucos os que

realmente se interessam em como está sendo utilizada a teoria na prática.

Para a realização desse estudo levaram – se em conta algumas questões:

• Como estão sendo resolvidas as questões relacionadas aos

problemas de comportamento?

• Como deve ser o ambiente escolar e até que ponto influencia na

formação da personalidade?

• As expectativas dos professores interferem na capacidade das

crianças?

Nos três primeiros capítulos, será desenvolvida a fundamentação teórica

da pesquisa. No certo, o tema abordado pretende ambientar o leitor, conceituando a

formação da personalidade, de forma ampla, e em seguida, nos dois últimos

capítulos, o Comportamento e Agressividade, dando ênfase a questão da

agressividade; e A Escola e sua Função Social, finalizando como o questionamento

da função da pré – escola e suas relações e influências na criança.

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CAPÍTULO I

PERSONALIDADE

O tema personalidade e sua formação têm sido ao logo da história alvo de

discussões e estudos entre vários autores como Freud, Wallon, Bandura, entre outros.

Um estudo importante a ser considerado para a realização desta pesquisas

é a construção da personalidade moral, que se dá segundo Puig (1996), através da

adaptação à sociedade e a si próprio, a crenças, valores culturais e hábitos morais que

ajudarão na construção do eu. Nesta visão a educação moral assume um papel

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importante na socialização, valores como justiça, liberdade e igualdade aprendidas

pelo sujeito, seja no ambiente escolar ou familiar, serão imprescindíveis na formação

da personalidade.

Na ótica de Vayer (1986), a personalidade é construída pelas interações

ser – mundo, essas interações se dão através de sensações, percepções e ações

corporais. Vayer se baseou nas teorias de Wallon (1965) que afirmava ser durante o

desenvolvimento da criança que sua personalidade se forma. Para Wallon (1965), é

durante os primeiros anos de vida da criança que a personalidade dá inicio a sua

formação. Afirmava ainda que os primeiros contatos da criança como meio se dão

através da emoção.

Desde muito cedo a criança reconhece e interage como os objetos,

estabelecendo relações, percebendo assim através da discussão a sociedade em que

vive.

Wallon (1965) afirmava que a fala e a marcha são de extrema importância

para a diversificação das relações da criança com o mundo, fator importante na

formação da personalidade.

Para Allport (1961:50-51) “a personalidade é a organização dinâmica,

no indivíduo, dos sistemas psicofísicos que determinam seu comportamento e seu

pensamento característico”. A personalidade assume um caráter essencialista,

possuindo uma estrutura intern apropria existem na pessoa que se forma através s da

interiorização de padrões que conduzem a atividade, ao pensamento e ao

comportamento. Nosso comportamento e pensamento, além de nos ajustar ao mio,

nos fazem agir sobre ele.

Allport (1955:35) acreditava que “a personalidade é menos um produto

acabado que um processo transitivo. Ainda que tenha alguns aspectos estáveis está

ao mesmo tempo continuamente sofrendo mudanças”.

A aprendizagem, nesta visão, tem uma importância fundamental no

processo de desenvolvimento da personalidade, tem o objetivo de formar estruturas

mentais mais ou menos estáveis como a consciência moral, autoconceito e a

personalidade. Para ele a personalidade se desenvolve através das possibilidades

individuais como a auto – consciência, auto – crítica e não unicamente por impulsos

comuns a toda espécie.

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Castiello (1958:28) afirma que:

“Formar uma personalidade é alguma coisa mais do que

produzir um advogado, um médico ou um engenheiro

capaz, (...) Além de ser um profissional, o homem é um ser

moral e social. Deve estar integrado no mundo que o

rodeia e deve aprender a disciplinar sua vida à luz dos

princípios morais.”

Segundo Castiello (1958), há a necessidade de proporcionar ao indivíduo

uma educação moral, formar o homem como um todo, um ser social, ativo e criativo,

pensante e crítico não somente uma máquina dotada de técnicas que empregará no

mercado de trabalho. Para ele os elementos fundamentais da personalidade são o

pensamento, a criatividade e a formação do “eu”. A educação foi definida como “a

transformação da matéria prima da natureza humano na unidade rica e harmoniosa

duma personalidade”.(Castiello, 1958:189)

Para Lundin (1974:6) “personalidade é a organização do equipamento

comportamental singular que cada indivíduo adquiriu sob as condições especiais de

seu desenvolvimento”.Lundin (1974:7) afirma que o comportamento sofre mudanças

resultantes das experiências como o meio. Essas mudanças são entendidas como

aprendizagem ou condicionamento. Afirma ainda que “nossas personalidades vêm a

ser moldadas pelo tipo de cultura e sociedade em que vivemos”.

Mussen, Conger e Kagan (1977), assim como Lundin (1974) acreditam

que a personalidade da criança se forma a partir da interação como o meio social em

que vivem, porém acreditam que as características das personalidades se tornam mais

claras aos cinco anos, devido ao fato de nesta idade as crianças serem capazes de

adquirir novos padrões de resposta e interagir mais com o meio social em que vivem.

Mussen, Conger e Kagan (1977: 303) definem personalidade como “a

organização total ou ao padrão de características do indivíduo, as formas de pensar,

sentir e comportar - se, reveladoras da peculiaridade de seus meios de relacionar-se

como ambiente e adaptar-se a ele (...)”.

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CAPÍTULO II

COMPORTAMENTO E AGRESSIVIDADE

Em recente matéria apresentada em um jornal (Jornal O GLOBO,

25/04/99, p.1) sobre fatores ligados à personalidade, é feito um alerta sobre a

influência do comportamento dos pais no comportamento apresentado pelas crianças.

Este tema tem sido freqüentemente alvo de discussões nas áreas da educação e da

psicologia.

“O que chamamos comportamento são manifestações

visíveis das interações e inter – relações ser-mundo. As

qualidades da personalidade, isto é , o que os outros

percebem, e também as capacidades gerais das pessoas de

se adaptar ou de se afirmar diante do mundo presente vão

depender da qualidade das comunicações assumidas e

vividas pelo sujeito” (Vayer, 1986, p: 34).

Estas manifestações da personalidade se moldam de acordo com as trocas

indivíduo – meio, vividas pelo sujeito. As trocas são muito importantes na

construção da personalidade.

Segundo Jover (1998), é necessário que o professo esqueças as frases

prontas que rotulam o adolescente como revoltado e as crianças como naturalmente

egocêntricas e indisciplinadas. Para ela “ninguém nasce rebelde ou indisciplinado:

trata - se de um comportamento construído” (Jover, 1998, p: 35).

Carmichael (1975) acredita que se houver reforço ao comportamento

apresentado pela criança, o mesmo será fortalecido. Os comportamentos agressivos

podem ser observados nas relações sociais entre as crianças como os colegas e a

família. O controle deste se torna um problema constante na vida da criança que

precisa inibir sua ira e adequar suas agressividade ao grau de frustração sofrida. Em

alguns casos, as crianças têm determinados comportamentos para conseguir realizar

desejos e necessidades internas.

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Segundo Allport (1955: 91) “todo comportamento tende à eliminação do

estado de excitação, do equilíbrio, ou, em palavras técnicas, a redução do

impulso”.Quanto maior for a perturbação, maior será a necessidade de redução da

tensão. Para ele, todo comportamento tende a resolver um problema que incomoda o

indivíduo em determinado momento. Agimos de um certo modo para conseguir o

que queremos ou para resolver um problema que nos aflige. Para este autor, além de

estabilidade queremos variedade; “ao aprender certos modos de reduzir tensão,

abandonamos velhos hábitos e arriscamo – nos a procurar novas maneiras de

conduta” ( Allport, 1955:92).

Allport (1961) considera existirem dois tipos de comportamento:

expressivo, inconsciente e incontrolável: e instrumental, definido como intencional,

motivado, determinado pela situação do momento, formal, controlado, inibido,

transformador do meio e consciente. Este último será de maior importância para o

presente estudo, uma vez que se pode ser controlado ou inibido nos leva a uma

reflexão sobre como a escola influi e até que ponto modifica o mesmo.

Segundo Lundin (1974:39), “uma das reações mais comuns à frustração é a

agressão”. A agressão é uma conseqüência da frustração, onde houver agressão

pressupõe – se a presença da frustração.

Os comportamentos agressivos segundo Mussen, Conger e Kagan (1977:

308) “são ações cuja intenção é causar dano ou ansiedade nos outros, incluindo

bater, chutar, destruir, propriedade, discutir, depreciar e atacar verbalmente outras

pessoas e resistir a pedidos”. Para esses autores as formas de exibição o grau de

agressão apresentada pelas crianças dependem de fatores como a intensidade da

motivação hostil definida por eles como “motivação ou o desejo de magoar alguém

(1977:308)”, o grau de frustração exercida pelo ambiente que está inserida, os

reforços que recebe pelos comportamentos agressivos, entre outros.

Segundo Mussen, Conger e Kagan (1977: 308) a frustração pode ser

entendida como “(...) os que bloqueiam o comportamento de buscar atingir

objetivos, ameaçam a auto-estima do indivíduo ou privam – no da oportunidade de

gratificar algum motivo forte”. A agressão é entendida como uma reação à

frustração. A agressão e a frustração, para esses autores têm a mesma relação que

têm para Ludin (1974).

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Bee (1984) considera que a forma de agressão muda conforme o avanço da

idade, esta mudança deve –ser ao fato doa aprimoramento da linguagem.

Provavelmente as crianças de 2 ou 3 anos de idade agridem muito mais fisicamente

os colegas do que as crianças maiores. Estas têm uma maior domínio da linguagem e

podem “insultar” ao invés de simplesmente bater.

Para Bee (1984:292) “(...) na maioria das escolas maternais, agressão é

uma tática muito bem sucedida. As crianças freqüentemente conseguem o que

querem dessa maneira”. Se houver reforço após o comportamento apresentado pela

criança, esta se sente recompensada e tende a tornar - se cada vez mais agressiva. O

reforço pode ser tanto o ato de revidar à agressão sofrida quanto, por exemplo,

entregar ao agressor o objeto desejado por ele.

CAPÍTULO III

A ESCOLA E SUA FUNÇÃO SOCIAL

Segundo Krüger (1998), a escola tem uma importante função social, a

educação possibilita mudanças significativas no comportamento e na personalidade

através de experiências com o meio, e não somente pela hereditariedade.

Para Moreno e Cubero (in: Koll, Palácios & Marchesi,1993) as diversas

culturas possuem sistemas organizados que têm a função de preparar os indivíduos

para a incorporação ao meio social. A escola nesta visão assume um importante

papel na socialização da criança. A pré – escola, neste conceito, propõe um

desenvolvimento diferenciado do que é proporcionado pela família. São dois

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contextos diferentes em que a criança apreende comportamentos, regras e métodos

de comunicação característicos.

López (in: Koll, Palácios & Marchesi, 1993) cita a importância da

educação infantil para um aprimoramento da socialização da criança e uma educação

porfissional diferente da que é transmitida pela família. Em casos onde a criança é

filha única ou o ambiente familiar é depravado, a escola é mais importante ainda.

Mussen, Conger e Kagan (1977) enfatizam a importância do tamanho da

escola para a construção da personalidade da criança. Quando a escola é grande e

possui turmas numerosas, os professores acabam tendo que se utilizar o controle, da

limitação, da disciplina e estipular regras de convivência em grupo. Nas escolas

pequenas, os professores não precisam estipular regras tão rígidas de comportamento

e a interação professor – aluno é bem mais freqüente e possível.

Gardner (1994) afirma que é na pré – escola que se dá à consolidação da

visão de mundo da criança. Não só dos aspectos cognitivos, como também o

temperamento e a personalidade, que representam o modo como enfrenta problemas

e enigmas. No que se refere à personalidade, cada criança é única e individual e és

essa individualidade que vai interferir no modo como ela lida com o meio ambiente e

as lições escolares,

Um fator de muita importância para Gardner (1994) são os fatores

culturais e sociais e sua influência na formação da personalidade. Gardner (1994) dá

uma valiosa contribuição para a pesquisa pelo fato de relatar a influência da cultura

escolar na formação de valores, crenças e comportamentos da criança.

“(...) valores a respeito do comportamento e conjunto de

crenças (...) freqüentemente exercem um efeito muito

poderoso sobre as ações e reações infantis. Em algumas

culturas cedo é delineado um limite entre a esfera moral,

onde as violações merecem sanções severas, e a esfera

convencional, onde as práticas são simplesmente uma

questão de gosto ou costume; em outras culturas, todas as

práticas são avaliadas segundo uma única dimensão de

moralidade” (Gardner, 1994: 90).

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As crianças acabam levando consigo uma gama de estereótipos, modelos,

crenças e roteiros que ao passar do tempo continuarão a afetar seus gostos e

preferências ficando muito difícil de mudar. As crianças “tornar – se – ão mais

habilitadas naquelas atividades que atraem seus interesses e seus esforços e que são

valorizadas pelos pares e adultos de seu ambiente” (Gardner, 1994: 94).

A afirmação acima nos remete a duas questões importantes a serem

consideradas neste estudo: a influência dos iguais e do professor no comportamento

nas crianças.

3.1- Relação com os iguais

As crianças passam a se desvencilhar dos pais com o passar dos anos e

um dos motivos é o aumento da capacidade de comunicação e pensamento que

segundo Bee (1984) se desenvolvem entre os 2 e 5 anos. As outras crianças,

definidas nesta pesquisa como iguais, passam a exercer maior influência, tornando –

se mais importantes no processo de socialização. A socialização é entendida por

López (in: Koll, Palácios & Marchesi, 1993: 82) como “(...) uma interação entre a

criança e seu meio”.

Bee (1984) acredita que os grupos continuam se formando além dos anos

pré – escolares e aumentam durante os anos escolares. Os amigos em geral são do

mesmo sexo e se unem em torno de um objetivo comum, seja para se divertir ou para

praticar algum esporte.

“Ser aceito pelos companheiros é uma das fortes necessidades das

crianças e dos adolescentes” (Mussen, Conger e Kagan,1977:417). Segundo esses

autores, os iguais podem influenciar a vida acadêmica dos colegas, fortalecendo ou

enfraquecendo – a. Em alguns grupos, o sucesso durante a vida escolar é muito

valorizado, os mais estudiosos são reconhecidos como melhores e cooperativos. Já

em outros grupos, os iguais valorizam o fracasso escolar não reforçando o êxito

acadêmico.

“(...) o grupo de companheiros ajuda a criança a

desenvolver um conceito de si própria. Os modos pelos

quais o grupo reage a ela, bem co as bases nas quais é

aceita ou rejeitada, dão – lhe uma idéia mais clara e

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talvez mais realista de seus pontos negativos e positivos”

(Mussen, Conger e Kagan,1977: 426).

Através da conversa com os iguais, as crianças podem perceber que não

são as únicas a sofrerem certos problemas ou terem sentimentos complexos, o que

pode ser muito importante e confortante.

Segundo Moreno e Cubero (in: Koll, Palácios & Marchesi, 1993) a escola

não só influi na transmissão do saber científico, como também na socialização e na

individualização da criança, suas relações afetivas e no desenvolvimento da

sexualidade. Na escola, ela tem a oportunidade de conhecer outras crianças e ampliar

suas relações sociais, além de poder interagir com adultos que não fazem parte de seu

ambiente familiar.

As interações entre os pré – escolares contribuem para o controle da

agressividade, coordenação de ações e a formação de uma conduta pró – social,

algumas crianças são aceitas ou não pelo grupo de acordo com suas características da

personalidade. São isoladas por serem consideradas agressivas violam regras,

provocam brigas e estão sempre em conflito como professor. Por outro lado, são

aceitas se possuem o espírito de cooperação e amizade.

As autoras, assim como Bee (1984) consideram a relação dos iguais como

sendo freqüente durante toda a vida escolar da criança. Mesmo exercendo muitas

atividades individuais no início de sua escolarização, acabam por desenvolver

atividades em grupo, estas vão se tornando mais freqüentes à medida que os anos

escolares avançam.

”Parece, contudo que as preferências sociais dos pré –

escolares quando são perguntados sobre seus iguais

relacionam – se aos comportamentos de amizade,

cooperação e ajuda, bem como à participação do grupo e

ap cumprimento das regras” (Moreno e Cubero in: Koll,

Palácios & Marchesi, 1993:201).

Nos grupos escolares as crianças acabam preferindo ou rejeitando outras

crianças. As crianças que violam regras e provocam brigas acabam sendo isolada do

grupo. Acredita – se que as crianças agressivas têm um status abaixo, ao passo que as

cordiais, têm um alto “status” e influenciam o comportamento dos colegas.

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3.2 - Relação com o professor

A conduta do professor em relação ao aluno será determinante para o auto

– conceito da criança, pois os sentimentos que o aluno tem sobe si mesmo dependem

em grande parte dos comportamentos que percebe que professor tem em relação à

ele. (Moreno e Cuberoin: Koll, Palácios & Marchesi, 1993).

Se o professor demonstrar confiança e boas expectativas ao aluno, este se

orna confiante e capaz de obter bons resultados acadêmicos ao passo que se o

professor demonstrar – se inseguro e desconfiado, o aluno sente – se incapaz e

conseqüentemente irá fracassar.

Esta afirmação nos leva a refletir sobre como o professor interfere na

capacidade intelectual das crianças, podendo conduzi – la ao fracasso ou ao sucesso,

Silva (1996) acredita que se o professor e o aluno não se gostam, o

aprendizado fica muito difícil. Wanderli (por Silva, 1996) considera que “Além de se

preocupar como o conteúdo didático, ele deve se lembrar de que suas atitudes

afetam o desenvolvimento da personalidade das crianças” (1996: 18).

É nas séries iniciais que as crianças passam a maior parte do tempo com

um só professor, fazendo dele uma figura de muita importância. Segundo Wanderli

(por Silva, 1996: 19) “É o professor quem encaminha a crianças na passagem do

meio familiar para o desconhecido mundo da escola”.

“Dentre os fatores situacionais que afetam o ajustamento e o progresso da

criança, no ambiente escolar, o relacionamento professor – aluno é possivelmente, o

mais importante” (Mussen, Conger e Kagan,1977:406).

No início da vida escolar, o professor tem um papel central na vida da

criança. Esta importância perdura em toda a vida escolar. Os professores que as

crianças terão, determinarão se as suas experiências acadêmicas facilitarão seu

sucesso ou aumentarão suas dificuldades, provocando frustrações.

“Recompensam a ordem, a obediência, a cooperação e a

limpeza, punindo o esbanjamento, a falta de

responsabilidade, a mentira e a agressividade. Muitas

professoras afirmam que roubar, enganar, mentir e

desobedecer são os crimes mais sérios que uma criança

Page 20: “A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE ESCOLAR NO DESENVOLVIMENTO DA ... OLIVEIRA DA SILVA BERNARDIN… · agressividade; e A Escola e sua Função Social, ... da função da pré – escola

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pequena pode cometer. É fácil verificar que os padrões

anteriores de reforços e punições familiares podem

facilitar o ajustamento inicial de meninas aos valores dos

professores” (Mussen, Conger e Kagan,1977:406).

Segundo estes autores, a ordem e a não – exibição de comportamentos

agressivos são características femininas, enquanto que desleixo e travessuras são

comportamentos tipicamente masculinos.

As crianças obtêm melhores resultados com professores democráticos e

competentes que estabelece padrões e objetivos. Estes professores despertam o gosto

da criança pela aprendizagem, sem perderam a disciplina e a liderança. Segundo

Mussen, Conger e Kagan (1977) os professores influenciam no comportamento de

seus alunos de várias formas, se o professor é impulsivo as crianças tendem a ficar

impulsivas, se é cuidadoso, as crianças tendem a ficar mais cuidadosas.

Em um recente entrevista como educador Veiga – Neto (por Vikttor,

199) a questão da importância do professor também é relatada. “O educador,

desenvolvendo esse modo de comunicação criativa com o jovem, terá uma ação

muito eficaz, porque é isso que configura o perfil do que os alunos entendem como

sendo um bom professor” (Veiga – Neto, por Viktor, 1999: 6).

O bom professor passa a ser admirado e respeitado pelos alunos, servindo

de referência para os mesmos, visto o tempo que passa com ele. Como o professor,

os alunos têm possibilidade de crescer. O professor tem a possibilidade de educar e

impor limites, limites que por outro lado, promove aberturas para situações.

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CAPÍTULO IV

METODOLOGIA

A personalidade da criança deve ser observada no seu mundo exterior,

pois é neste mundo que manifesta suas reações, quando colocada diante de diversas

situações. Segundo Freud (1985:26) “Uma multidão de atitudes, atividades e

atributos é exibida abertamente pela criança, na vida familiar ou escolar facilitando

assim o trabalho do observador”.

Realizei ume estudo etnográfico em uma escola particular localizada no

bairro de Jacarepaguá, no estado do Rio de Janeiro, de março a julho. A clientela é

composta por crianças de classe média, ma maioria residentes próximas à escola.

Retive – me no ambiente onde houve o maior contato que promovesse a socialização,

como o objetivo de identificar os padrões de comportamentos existentes e como

estão sendo tratados os alunos agressivos com possíveis distúrbios de

comportamento.

Segundo Lüdke e André (1986: 11), “Por exemplo, se a questão que está

sendo estudada é a da indisciplina escolar, o pesquisador procurará presenciar o

maior número de situações em que esta se manifeste (...)”.

A escolha da metodologia qualitativa deve-se ao fato de que pretendo

com a pesquisa levar os sujeitos envolvidos a refletirem sobre suas práticas na

tentativa de uma possível modificação. Entendo também que esta metodologia

procura investigar o processo e não o produto final, essencial para a realização da

pesquisa.

Para Lüdke e André “(...) podemos dizer que o estudo”qualitativo“

ou”naturalístico” encerra um grande potencial para conhecer e compreender

melhor os problemas da escola (1986: 24)”.

Os instrumentos de coletas de dados utilizados para a realização da

pesquisa foram à observação, analisas no capítulo seis e o questionário aplicado à

professora da turma, analisado no capítulo sete, que consiste em sete perguntas sobre

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as regras e os comportamentos dos alunos apresentados em classe. Para Lüdke e

André o ato de observar possibilita um contato maior do pesquisador com o aspecto

pesquisado. Através da observação podemos verificar se um determinado fenômeno

acontece ou não.

“(...), para compreender melhor a manifestação geral de

um problema, as ações, as percepções, os comportamentos

e as interações das pessoas devem ser relacionadas à

situação específica onde ocorrem ou a problemática

determinada a que estão ligadas” (Lüdke e André, 1986:

18- 19).

A observação foi feita como propósito de propor ao final da pesquisa

possíveis soluções para a recuperação das crianças que apresentam problemas de

comportamento; além de verificar se as respostas dadas pelo professor da instituição

são coerentes com sua prática.

Este estudo objetiva dar subsídios aos professores para uma reflexão e

enriquecimento sobre suas influências e a do ambiente escolar no comportamento das

crianças, propiciando uma maior entendimento, visto que o tema é abordado em um

contexto mais amplo, onde há várias questões são estudadas.

CAPÍTULO V

RELATO DE UM ESTUDO DE CASO

A turma observada é composta de vinte crianças entre seis e sete anos de

idade. A turma é bem homogênea quanto ao comportamento. São falantes, agitados,

carinhosos e questionadores, solicitam bastante a professora. Algumas crianças têm

dificuldade com a leitura, mas são poucas as que apresentam esta dificuldade.

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A maioria mantém uma boa relação com a professora, são amistosos e

parecem aceitar bem as regras estipuladas.Esta é paciente e atenciosa, quando

alguma criança viola as regras adotadas por ela, imediatamente é chamada para uma

conversa em particular, se persistir no erro é encaminhada até a coordenação da

escola. Se duas ou mais crianças violam as regras ao mesmo tempo, como brigar ou

começar a gritar e fazer bagunça, ela imediatamente reúne toda a turma e recoloca

todas as regras, passando um bom tempo conversando com elas.

Durante o período de observação constatei uma criança com problemas de

comportamentos, sendo a seguir relatado.

D., de sete anos de idade, é uma criança de comportamentos agressivos.

Se irrita quando é contrariado, chora muito quando não consegue o que quer, fala

palavrões para os colegas, está sempre implicando com os outros. Fica com a

empregada, sua mãe trabalha, era ela quem o levava e buscava todo dia na escola e

quem o ajudava nas lições da escola.

D. adora fantasiar as situações, um dia me disse que suas costas estavam

doendo porque não estava acostumado a sentar em cadeiras comuns, só sentava em

barcos. Quando eu disse que precisava se acostumar a sentar nessas cadeiras porque

na escola só tem cadeiras comuns, aceitou e foi sentar – se sem reclamar.

D. só gostava de desenhar cenas de violência, a família com armas

brigando ou figuras estranhas sem definição. Quando desenhou um palhaço ceio com

muito orgulho nos mostrar dizendo: _ Olha só o meu palhaço, não é assustador? A

professora da turma respondeu dizendo que era assustador e engraçado, depois

propôs a ele que fizesse desenhos mais coloridos, alegres. Deu outra folha a ele e

pediu que fizesse outro desenho, D. voltou com outro desenho bem colorido e rico,

havia feito bonecos em um castelo. Passei então a pedir que fizesse sempre esses

desenhos, o que deu resultado, todas as vezes que fazia um desenho vinha nos

mostrar todo alegre.

5.1 Com os iguais

Ficava sempre sozinho, tanto na sala de aula quanto no recreio, implicava

muito com as crianças, se estavam quietas as perturbava e quando reclamavam as

imitava, repetindo tudo o que elas falavam com ironia. As crianças tinham

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dificuldade em aceita – lo, não queriam brincar com ele, queixavam – se sempre que

atrapalhava a brincadeira porque batia nelas ou porque falava palavrões.

Era aceito por poucos meninos, os mais indisciplinados, mas acabava

saindo da brincadeira porque os colegas alegavam que ele não sabia brincar do modo

deles e queria que fosse do jeito que ele falava. D. acabava chorando e ficando só,

passava o resto do tempo que tinha livre sentando e irritado.

5.2 Na sala de aula

Além de não ser muito aceito na hora das brincadeiras, sofria o mesmo

problema dentro da sala de aula, as crianças não o ajudavam nos exercícios porque

diziam que ele não sabia nada. D. tinha dificuldade na leitura e na escrita, entrou

nesta escola depois que o ano letivo havia começado, pois veio expulso de outra

instituição por problemas de comportamento.

Conseguia resolver os problemas de matemática com facilidade, resolvia

– os rapidamente e sozinho, não precisava de ajuda, quando terminava me chamava

pra perguntar se estava correto, se a resposta fosse positiva, sorria. O mesmo não

acontecia com os exercícios de português, sempre chorava quando não conseguia ler

ou escrever as palavras, não conhecia as letras, nem mesmo as do seu nome.

Precisava da minha ajuda e a da professora para fazer os exercícios, os trabalhos de

casa voltavam na maioria das vezes sem terem sido feitos. D. ficava com a

empregada, sua mãe trabalhava e não podia ajuda – li e a empregada, por sua vez,

fazia o mesmo.

D. mentia muito, pegava o material dos colegas sem que eles percebessem

e dizia que era dele ou o colega havia emprestado. Certo dia pegou um objeto da

colega que estava sentada ao lado dele, a menina pediu que devolvesse e D.

respondeu que não iria porque era dele. A menina me chamou e pediu que eu

resolvesse, quando pedi que entregasse a borracha ele me responde: _ A borracha é

minha, eu ganhei no aniversário do meu primo. Eu sabia que a borracha não era dele,

guardei – a e esperei que a professora resolvesse o caso, uma vez que não possuía

liberdade para decidir. Este caso não foi resolvido, a professora esqueceu e a menina

também, não pediu mais sua borracha.

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5.3 No pátio

Uma situação que me chamou atenção foi quando D. desceu para o pátio

da escola com um pirulito na mão, todos estavam brincando e ele estava sozinho.

Começou a chutar o brinquedo que era à base do pirulito, até que este quebrasse,

quando viu que o brinquedo quebrou sentou no chão e começou a chorar, me

aproximei dele e perguntei o porque de estar chorando e me respondeu dizendo que

havia perdido o brinquedo. Quando mostrei a ele seu brinquedo D. disse que aquele

não era o dele, o dele era verde, mostrei novamente dizendo que aquele era verde e

ele insistiu dizendo que não, agora com a desculpa de estar quebrado. Como insisti

mostrando a ele que estava quebrado porque o havia chutado, chorou ainda mais,

negando que havia quebrado o brinquedo.

5.3 Com a professora

Era uma criança que não solicitava muito a professora, ficava sempre

sozinho, às vezes pedia ajuda, mas queria que fosse rápido, que a professora o

atendesse na hora e se revoltava quando ela não podia atende-lo porque estava com

outra criança. Começava então a implicar novamente com os colegas. Exigia que

fôssemos atende-lo na hora em que nos chamasse, dizia que já estava cansado de

esperar e seu braço estava doendo de tanto ficar levantado.1

Quando a professora brigava com ele ficava ainda mais irritado, largava o

lápis e não fazia mais nada, só chorava, no entanto, quando a professora esperava a

turma sair para o recreio e conversava com ele sozinho e com calma suas reações

eram melhores, pedia desculpas e ficava mais tranqüilo durante a aula.

5.4 Com a direção da escola

Na hora da entrada e do recreio as coordenadoras e professora ficam no

pátio observando as crianças, se houver alguém criando problemas, primeiro

chamam a atenção e se continuar, fica na coordenação e só sai de lá quando começar

a aula, acompanhada da coordenadora.

1 Regra adotada pela professora, só atendia a criança que estivesse com o braço levantado.

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Com o passar do tempo D. foi melhorando seu comportamento, a

coordenadora pediu a mãe que viesse à escola para uma conversa na qual a

professora da turma também participou. Começou a participar das aulas de apoio

com a professora da turma e sua mãe passou a ir mais na escola, a coordenadora a

conversava muito com a mãe e com a criança. Quando a professo não consegui

controlar D. o levava para a direção e lá ele ficava um tempo conversando com a

coordenadora, voltava ainda um pouco irritado, porém mais tranqüilo.

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CAPÍTULO VI

ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO

D. era uma criança com comportamentos agressivos, os quais com a sua

experiência com a professora da turma e com acompanhamento pedagógico, foram

amenizados. Através da aprendizagem e da interação como o meio, D. teve a

possibilidade de modificar seus comportamentos. Esta afirmação nos remete a Alport

(1961) que considera ser a personalidade um processo transitivo e contínuo que

sempre sofre mudanças. Para Alport (1961) a aprendizagem é essencial a formação

da personalidade.

D. após várias conversas com a professora e a coordenadora se adaptou as

regras da escola. Passou a ser mais aceito entre as crianças uma vez que mudou seu

comportamento, entendidos por Ludin (1974) como característica da personalidade.

As mudanças são entendidas por Ludin como aprendizagem ou condicionamento. A

personalidade é moldada pelo tipo de cultura e sociedade em que vivemos.

D. chorava muito quando não conseguia o que queria, se irritava quando

contrariado, falava palavrões e mentia, tinha comportamentos definidos como

agressivos por Mussen, Conger e Kagan (1977) por causarem danos e provocarem

ansiedades nas outras pessoas. Os comportamentos de D. podem ser entendidos

como instrumentais segundo Alport (2961), por ser motivado e determinado pela

situação do momento, uma vez que se revoltava sempre que a professora não podia

atende – lo.

Carmichael (1975) acredita que se houver reforço ao comportamento

apresentado pela criança, o mesmo será fortalecido, por isso quando a professora

brigava com ele, ficava ainda mais irritado, ao passo que se parasse e conversasse

com ele, ficava mais tranqüilo durante a aula.

Conforme mencionado no capítulo cinco, D. não tinha uma boa relação

como os colegas, estava sempre implicando com eles, falava palavrões, batia e os

imitava, o que fazia com que ele o isolassem, não gostavam de ajuda-lo nem de

brincar com ele.

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Este isolamento era prejudicial para D. Segundo Moreno e Cubero (in:

Koll, Palacios & Marchesi, 1993) acaba não permitindo a interação entre eles. A

interação é importante porque contribui para o controle da agressividade,

coordenação de ações e a formação de uma conduta pró-social.

Moreno e Cubero (in: Koll, Palacios & Marchesi, 1993) afirmam que as

crianças acabam preferindo ou rejeitando as outras essa rejeição é devida ao fato das

crianças violarem regras ou provocarem brigas.

A professora de D. contribuiu muito para a sua mudança de

comportamento. Com sua ajuda, D. começou a mudar, se tornar mais tranqüilo e a

aprender, entre outras coisas, a ler e a escrever. A professora, durante todo o período

da observação, mostrou –se paciente e encorajadora, atendia D. em horas extras,

geralmente antes do horário da aula, sempre lhe dizendo que era capaz. Moreno e

Cubero (in: Koll, Palacios & Marchesi, 1993) afirmam que a conduta do professores

em relação ao aluno tem sobre si mesmo dependem em grande parte dos

comportamentos que percebe que o professor tem em relação a ele.

A escola tem uma importância muito grande na formação da

personalidade da criança D. foi expulso de uma escola por apresentar

comportamentos agressivos, poderia acontecer o mesmo neta escola em que está se

esta adotasse os mesmos métodos de disciplina. A escola observada não possuía um

espaço físico muito grande, o que segundo Mussen, Conger e Kagan (1977), é

importante para a construção da personalidade da criança.

Os professores e coordenadores estão sempre presentes, no pátio, na hora

do recreio, da entrada e da saída, observando todas as atitudes dos alunos primando

sempre pela socialização e a boa convivência. Segundo Mussen, Conger e Kagan

(1977), nas escolas pequenas os professores não precisam estipular regras tão rígidas

de comportamento e a interação professor – aluno é bem mais freqüente e possível.

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CONCLUSÃO

Com esta pesquisa procurou-se observar com a escola influencia na

formação da personalidade infantil, se pode ou não modificar o comportamento

infantil.

Segundo a professora da turma observada é importante colocar as regras

no início das aulas, mesmo para as crianças pequenas, sendo nesta fase mais

importante, para ela, a colocação das regras e a imposição de limites facilita o

relacionamento como os alunos. “As questões dos valores, ética, cidadania são todos

imbuídos de regras de comportamento, que de uma forma ou de outra impõem

limites e disciplinam a turma”.

A professora afirma que não tem muitos problemas com alunos agressivos

e indisciplinados. São poucas as crianças que lhe causam este tipo de problema. Na

sua opinião isso se deve ao fato do constante contato com a direção da escola com as

crianças e os pais das crianças. Estes são convocados a comparecerem na escola para

conversar quando as crianças apresentam comportamentos agressivos constantes. A

conversa, para a professora é o melhor que se tem a fazer nestes casos. Toda vez que

algum aluno seu quebra alguma regra, ela o chama para conversar e coloca todas as

regras novamente. “Em qualquer ambiente escolar sempre ocorre indisciplina, mas

-31-

com o uso do diálogo, de forma democrática e justa procurei resolver junto aos

alunos e professores como a melhor forma de se evitar tais problemas”.

Admite que tem um aluno seu com problemas de comportamento, mas que

ela e a direção da escola juntamente com a mãe da criança (especificamente neste

caso), estão unidas para encontrar ma solução que já vem obtendo algum sucesso.

“Sempre temos reuniões com a direção e a coordenação pedagógica, de forma a

trabalhar individualmente a dificuldade ou problema da criança”.

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“Todas as escolas devem sempre trabalhar com os pais e as crianças, de

modo a compreender as reais causas da agressividade, contribuindo assim para a

resolução do problema”.

O professor influencia na vida escolar de seus alunos, pode amenizar

problemas de comportamento, levando seus alunos a obterem sucesso ou fracasso

durante a vida acadêmica.

O depoimento da professora confirma os autores citados no referencial

teórico. As questões respondidas por ela a careca da importância da colocação das

regras e limites e a resolução adotada pela escola para problemas relativos ao

comportamento agressivo encontram respaldo em Jover (1998), Carmichael (1975),

Allport (1931) e Krüger (1988).

Com a observação e o questionário aplicado à professora da turma,

observou-se que sua teoria e prática são coerentes, é uma profissional preocupada

com seus alunos. Está na escola há três anos e possui nível superior completo, é o seu

primeiro ano como professora nesta escola, mas desenvolve um bom trabalho,

sempre preocupada com a harmonia em sala.

Como desenvolvimento da pesquisa realizada em uma instituição particular

no Rio de Janeiro diagnosticou - se que a escola contribui para a formação da

personalidade da criança, sendo capaz de modificar certos comportamentos.

Percebeu –se que as crianças agressivas, se reforçadas tendem a ser mais

agressivas, ao passo que se o professor mudar seu comportamento em relação à

criança, enfatizando a aprendizagem, esta modificará seu comportamento.

-32-

Outro aspecto percebido foi à relação que os iguais têm com crianças

agressivas, tendem a isola-las do grupo, não deixando que elas participem de

nenhuma atividade.

Evidenciou – seque se a escola procura desenvolver não só intelectual da

criança como também sua personalidade através da transmissão de valores e regras

de convivência, o índice de comportamentos agressivos diminui, as crianças se

tornam mais amistosas e cooperativas.

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Espera - se que este estudo possa servir para uma reflexão dos profissionais

a cerca de usa importância para o desenvolvimento infantil. Considera – se,

entretanto que este estudo não esgota possibilidades para pesquisa nesta área, pelo

contrário, outros estudos podem partir deste, enfocando a família como o objetivo de

observar como esta se relaciona com a escola no processo de desenvolvimento da

personalidade infantil.

Os professores devem se integrar mais aos pais das crianças, sanando e/ou

evitando que os problemas de comportamento e indisciplina aconteçam. As direções

das escolas devem ser mais atuantes e devem estar sempre em contanto com as

crianças promovendo a ordem e a disciplina, quanto menor for a escola, maior a

possibilidade de se trabalhar a disciplina de uma forma harmoniosa.

Após ter feito tais colocações, constatou- se que a escola influencia na

formação da personalidade infantil, modificando comportamentos

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ANEXOS

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RESUMO

O presente estudo tratou da questão do ambiente escolar e sua

possível influência no desenvolvimento da personalidade.

Baseado, principalmente, em teórico que concebem o

comportamento como parte integrante da personalidade que começa a se

consolidar no início da infância, entre outros, através de trocas de

experiências com o meio, procurou – se pesquisar o cotidiano de uma

instituição escolar localizada no bairro de Jacarepaguá por observar

crianças com comportamentos agressivos.

A metodologia utilizada foi à observação da relação aluno –

escola, compreendendo uma turma de Classe de Alfabetização durante o

período de 90 dias e a aplicação de um questionário ao professor da

turma.

Após a realização da pesquisa observou – se que a escola te

uma importante influencia no comportamento das crianças, conclui – se

que a escola consegue modificar comportamentos, influenciando assim

na formação da personalidade das mesmas.

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Universidade Cândido Mendes - UCAM

Diretoria de Projetos Especiais

Curso de Pós – Graduação Lato – Sensu - Psicopedagogia

Ângela Oliveira da Silva Bernardino

Professora – Orientadora: Maria Esther de Araújo Oliveira