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1 A INFLUÊNCIA DA INTERNET NOS HÁBITOS DOS ADOLESCENTES EM RELAÇÃO À ALIMENTAÇÃO, SEDENTARISMO E ATIVIDADES FÍSICAS Elisangela de Souza Cunha Denise da Silva Martins Resumo O presente estudo buscou avaliar a percepção do adolescente quanto a seus hábitos alimentares, relacionando-os ao tempo dispendido e as formas de acesso à Internet. Deste modo, discutiu-se a importância da alimentação saudável, correlacionada ao sedentarismo e à prática de exercícios físicos como temas correlatos. A fim de traçar o perfil desses alunos quanto as suas atividades diárias, aplicou-se um questionário em três turmas do 6º ano do Ensino Fundamental do Colégio Brigadeiro Newton Braga (CBNB). Verificou-se que muitos adolescentes não têm horário estabelecido para acessar a internet, utilizando-a, pelo menos, uma vez por dia, por duas horas, em média. Entre os entrevistados, 57% admitiram consumir algum tipo de guloseima enquanto acessam a internet. Com base nos dados aferidos, percebeu-se que os discentes utilizam diariamente a internet para diversas finalidades, algumas consideradas positivas e outras desnecessárias. Quando considerados o tempo dispendido e a qualidade do material acessado, conclui-se que tal questão vem se constituindo em um grave problema da sociedade. Neste sentido, é importante se destacar a necessidade de alguns discentes em melhorar seus hábitos alimentares e praticar mais esportes, a fim de evitar futuros problemas de saúde. Palavras-chave: Hábitos Alimentares, Sedentarismo, Tecnologia. INTRODUÇÃO De acordo com Reichembach (2007), nas sociedades tradicionais, a alimentação é vista como componente fundamental da manutenção e recuperação da saúde, através de um código rigoroso de escolha e combinação de alimentos. No entanto, segundo Hallal (2012,apud MARQUES, 2016), “as mudanças ocorridas na dieta alimentar e no estilo de vida da população, resultantes da industrialização, do urbanismo e do

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1

A INFLUÊNCIA DA INTERNET NOS HÁBITOS

DOS ADOLESCENTES EM RELAÇÃO

À ALIMENTAÇÃO, SEDENTARISMO E

ATIVIDADES FÍSICAS

Elisangela de Souza Cunha

Denise da Silva Martins

Resumo

O presente estudo buscou avaliar a percepção do

adolescente quanto a seus hábitos alimentares,

relacionando-os ao tempo dispendido e as formas de

acesso à Internet. Deste modo, discutiu-se a

importância da alimentação saudável, correlacionada

ao sedentarismo e à prática de exercícios físicos

como temas correlatos. A fim de traçar o perfil

desses alunos quanto as suas atividades diárias,

aplicou-se um questionário em três turmas do 6º ano

do Ensino Fundamental do Colégio Brigadeiro Newton

Braga (CBNB). Verificou-se que muitos adolescentes

não têm horário estabelecido para acessar a internet,

utilizando-a, pelo menos, uma vez por dia, por duas

horas, em média. Entre os entrevistados, 57%

admitiram consumir algum tipo de guloseima

enquanto acessam a internet. Com base nos dados

aferidos, percebeu-se que os discentes utilizam

diariamente a internet para diversas finalidades,

algumas consideradas positivas e outras

desnecessárias. Quando considerados o tempo

dispendido e a qualidade do material acessado,

conclui-se que tal questão vem se constituindo em

um grave problema da sociedade. Neste sentido, é

importante se destacar a necessidade de alguns

discentes em melhorar seus hábitos alimentares e

praticar mais esportes, a fim de evitar futuros

problemas de saúde.

Palavras-chave: Hábitos Alimentares, Sedentarismo,

Tecnologia.

INTRODUÇÃO

De acordo com Reichembach (2007), nas sociedades

tradicionais, a alimentação é vista como componente

fundamental da manutenção e recuperação da saúde, através

de um código rigoroso de escolha e combinação de alimentos.

No entanto, segundo Hallal (2012,apud MARQUES, 2016), “as

mudanças ocorridas na dieta alimentar e no estilo de vida da

população, resultantes da industrialização, do urbanismo e do

2

desenvolvimento econômico, têm ocorrido rapidamente nas

últimas décadas, contribuindo com uma combinação de uma

dieta pouco saudável com um estilo de vida sedentário,

trazendo um impacto significativo no estado de saúde, sendo já

considerado um problema global”.

É notório que os hábitos alimentares adotados pelos

adolescentes1, nos últimos anos, têm sido marcados por uma

participação mais expressiva dos alimentos industrializados

(ricos em carboidratos simples e gordura saturada), e um maior

consumo de alimentos das redes de fastfood2 (CAVADINI et al.,

2000).Como os hábitos alimentares e de atividade física

adquiridos nesta fase tendem a permanecer na vida adulta, é de

fundamental importância o melhor conhecimento dos grupos

populacionais de risco, bem como a identificação dos hábitos

não saudáveis e as suas causas, para que políticas e programas

de saúde sejam implementados, visando um melhor controle

das doenças crônicas da vida adulta (NUNES et al., 2007).

É importante mencionar que, nesta fase, há a

necessidade de se desenvolver programas de educação

alimentar e promoção da atividade física direcionados a este

1 No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069, de 1990, considera criança a pessoa até 12 anos de idade incompletos,definindo a adolescência como a faixa etária compreendida entre os 12 e os 18 anos de idade (artigo 2º). Em casos excepcionais, descritos nos artigos 121 e 142, e quando disposto na Lei, o Estatuto é aplicável até os 21 anos de idade (BRASIL, 2010). 2 Com relação a este público, ainda não são conhecidos os diferentes impactos dos hábitos alimentares e de atividade física nesse novo cenário da obesidade no Brasil.

público, como forma de auxiliar na prevenção de agravos à

saúde, tais como o sedentarismo e a inadequação alimentar

(BRAGGION et al., 2000). Neste sentido, temos como proposta

introduzir na sala de aula informações importantes sobre

alimentos saudáveis, e reforçar que esses mesmos são fontes

de vitaminas, sais minerais, proteínas e gorduras insaturadas,

essenciais para o desenvolvimento e crescimento desses

indivíduos, e que não podem ser rotineiramente substituídos por

refeições pobres em determinados nutrientes.

A nutrição tem papel fundamental, pois delimita

condições favoráveis ao crescimento e desenvolvimento, onde o

consumo alimentar, os saberes e as representações sobre uma

alimentação saudável na adolescência vêm recebendo grande

atenção, considerando-se principalmente as relações de hábitos

alimentares inadequados ao desenvolvimento de determinadas

enfermidades na idade adulta. A prática de hábitos alimentares

inadequados pode causar consequências, tanto físicas quanto

psicológicas, afetando a saúde e a qualidade de vida dos

adolescentes (SILVA et al., 2014). Por isso, faz-se necessário

que eles adquiram hábitos mais saudáveis, como, por exemplo,

ingerir preferencialmente alimentos mais balanceados,

reduzindo o consumo de produtos industrializados; praticar

atividades físicas regularmente; evitar o consumo de

refrigerantes, e beber mais água;fazer as refeições em horários

regulares e adequados; evitar ficar acordados de madrugada,

acessando a internet; ou seja, estimular e estipular padrões de

consumos alimentares, bem como estabelecer horários fixos

para suas diferentes atividades.

3

A obesidade é definida pela Associação Brasileira para o

Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO, 2016)

como o acúmulo de tecido gorduroso localizado ou generalizado,

provocado por desequilíbrio nutricional associado ou não a

distúrbios genéticos ou endocrinometabólico. Nesse sentido, é

fortemente estimulado o desenvolvimento de estratégias de

intervenção nutricional, inseridas no campo da educação em

saúde, como uma perspectiva para o controle do problema

nessa fase da vida. É importante a inclusão da família na

intervenção nutricional, por ser considerada uma influência

tanto positiva, como negativa, para a adoção de uma

alimentação saudável (TORAL et al., 2009).

Podemos citar que o sedentarismo é reconhecido como

importante fator de risco para doenças cardiovasculares, sendo

definido como a falta ou a grande diminuição de atividade física.

Além de não representar apenas um risco pessoal de

enfermidades, ele tem um custo econômico elevado para o

indivíduo, para sua família e para a sociedade (OLBRICH, 2009).

Dessa forma, uma atenção especial à prática de atividades

físicas durante a adolescência pode ser o primeiro passo para

reverter o crescente quadro de sedentarismo e suas

consequências entre as populações (AZEVEDO, 2006). O estudo

realizado por CRAIG et al. (2003) utilizou o Questionário

Internacional de Atividades Físicas (IPAQ) para validar a

recomendação de que são considerados sedentárias as pessoas

que não praticam atividades físicas,por, no mínimo 150 minutos

por semana.

Durante a adolescência, especificamente, há evidências

de que a atividade física traz benefícios associados à saúde

esquelética (conteúdo mineral e densidade óssea) e ao

controle da pressão sanguínea e da obesidade (HALLAL et

al.,2006). No entanto, os jovens nesta fase convivem com uma

grande fração de tempo livre, do qualmuito pouco é revertido

em prol de atividades físicas, privilegiando-se o uso de

dispositivos eletrônicos.A despeito disto, Biddleet al. (2009)

defendem que a pesquisa sobre o comportamento sedentário

deve avaliar múltiplos comportamentos, e não depender

exclusivamente da visualização de TV e da participação de

jogos eletrônicos.

Ainda sobre a tecnologia, para que o educador possa

conduzir o processo educativo com o uso do computador,faz-se

necessário que este conheça as diversas formas de dispor da

tecnologia. Ele deve se guiar com curiosidade pelos sites da

internet e pelas novas formas de comunicação que surgem na

rede mundial de computadores. É necessário, também, que ele

esteja sempre atento ao que atrai os alunos nesse mundo

virtual, onde inovações e novidades fazem parte da sua

própria dinâmica. É importante que o educador saiba como

alertar para os riscos e benefícios que a internet traz,

estimulando os discentes a usarem a rede de forma crítica, e

em atividades que lhes proporcionem crescimento e lazer. A

liberdade que o mundo virtual oferece leva necessariamente a

uma responsabilidade e bom senso à altura, e os jovens, que

4

são introduzidos nesse mundo cada vez mais cedo, necessitam

ser conduzidos nesse processo3 (TEIXEIRA e ARAÚJO, 2007).

Com base nestas questões, o presente estudo buscou

avaliar a percepção do adolescente quantoa seus hábitos

alimentares,relacionando-os ao tempo dispendido e as formas

de acesso à Internet. Deste modo, discutiu-se a importância da

alimentação saudável, correlacionadaao sedentarismo e à

prática de exercícios físicos como temas correlatos, introduzindo

conceitos-chave para a sua compreensão no cotidiano desses

adolescentes.

MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no Colégio Brigadeiro Newton

Braga (CBNB), uma instituição de ensino administrada pela

Força Aérea Brasileira (FAB), e contou-se com a participação de

três turmas do 6º ano do Ensino Fundamental. Foi aplicado pela

professora de Ciências um questionário padronizado, tendo

como principal intuito conhecer melhor o perfil desses alunos

em suas atividades diárias. Neste instrumento, constavam

perguntas referentes à sua rotina, tais como os hábitos

alimentares; a ocorrência e o nível de atividade quanto à prática

de exercícios físicos; a frequência com que acessam à internet,

3 É importante destacar que é essencial o uso dos elementos tecnológicos no cotidiano do aluno, para o lazer, interação com a família e amigos, e também como ferramenta complementar para o estudo. Contudo, o problema recai quando seu uso se mostra excessivo.

bem como os conteúdos acessados e o tempo gasto; e se eles

comem guloseimas quando utilizam o computador.4

Foi realizada uma atividade em sala de aula, tendo como

proposta uma discussão sobre os tipos de alimentos

considerados mais saudáveis, a presença de nutrientes em sua

composição, bem como sua importância e requerimentos

diários. Essa atividade foi orientada utilizando as informações

do Guia Alimentar para a População Brasileira(BRASIL, 2014).

O Índice de Massa Corporal (IMC) dos alunos

participantes foi avaliado na enfermaria do CBNB, utilizando a

balança mecânica de peso/altura. Atualmente, o método mais

aplicado para a classificação do estado nutricional em

adolescentes é o Índice de Massa Corporal (IMC = kg/m2) por

Idade (IMC/I) (Brasil, 2008). De acordo os parâmetros

estabelecidos, seriam considerados com sobrepeso os

adolescentes que apresentassem IMC igual ou superior a 25

kg/m2(SICHIERI e ALLAM, 1996).

A fim de problematizar os resultados, o professor de

Ciências explicou o que é sedentarismo. Para padronizar os

critérios utilizados para identificar o padrão de comportamento

sedentário, incluímos as atividades das aulas de Educação Física

da escola, equivalentes a 90 minutos semanais, tendo sido

consideradas adicionalmente as atividades regulares realizadas

4 Quanto ao uso da internet, tomou-se como referência para se avaliar o tempo adequado ao seu uso a recomendação da Academia Americana de Pediatria, que preconiza que as crianças e adolescentes não ultrapassem mais de duas horas por dia em frente a telas de computador, televisão e jogos eletrônicos (American AcademyofPediatrics, 2001).

5

fora da escola, com o auxílio de um professor, ou às associadas

ao lazer (jogar bola, brincar na rua, jogar vôlei, correr, andar de

bicicleta, caminhada, corrida e andar de skate). A partir destes

critérios, foram identificados como sedentários os indivíduos

que obtiveram um escore inferior a 150 minutos de atividades

físicas por semana, ou seja, aqueles que não realizavam

nenhuma atividade física fora da escola (regular ou de lazer).

Tal critério segue as recomendações atuais para a prática de

atividades físicas, segundo Craig et al., 2003.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A tecnologia é fundamental para aquisição de conceitos

básicos em diversas culturas, sendo uma ferramenta que

oferece vários meios de abordagem, contribuindo para expor

sua criatividade. Logo, o computador não pode ser descartado

da vida do aluno. Em contrapartida, é importante enfatizar que

a presença dessas novas tecnologias não pode contribuir para

que este estudante acabe por assumir maus hábitos

alimentares, e por se afastar de alguma atividade física, devido

ao excesso no uso.

Os países da América Latina vêm atravessando um

período de transição demográfica e nutricional, resultando no

aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade em todas as

idades e nas diferentes classes sociais (UAUY et al., 2001).

Nesse contexto, o educador deve ser um facilitador, que saiba

utilizar várias estratégias de ensino, contribuindo para a

melhoria da alimentação das crianças (DAVANÇO et al., 2004;

BIZZO e LEDER, 2005).

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE, 2011) relatou que, entre os adolescentes, o número de

meninos com sobrepeso passou de 3,7% (1974-75) para 21,7%

(2008-09). Já entre as meninas, o crescimento do sobrepeso foi

de 7,6% para 19,4%. Contudo, em nossa pesquisa, não foi

encontrado nenhum aluno com IMC que indicasse sobrepeso ou

obesidade. Todos os participantes foram classificados como

normais (IMC≥18,5 e ≤25,0 kg/m2). Os dados de IMC desse

trabalho, em discrepância com os dados nacionais, podem ser

relacionados com observação de Kinraet al. (2000), onde a

reversão de casos como o da tendência nacional é alterada

apenas pela cultura da população, acesso à informação e aos

serviços de saúde.

A mais recente pesquisa do Centro de Estudos sobre as

Tecnologias da Informação e da Comunicação do Brasil mostrou

que o número de usuários de Internet também tem crescido

constantemente ao longo dos últimos anos. Atualmente, há no

país cerca de 94,2 milhões de usuários de Internet, o que

corresponde a 55% da população com 10 anos ou mais de

idade. Em 2008, o percentual de usuários correspondia a

apenas 34% da população nessa faixa etária. (BARBOSA,

2016).

As três turmas que participaram desse trabalho

totalizaram 72 alunos, sendo que 56% eram do sexo feminino,

e 44%, do sexo masculino. Foi relatado que apenas 17% dos

6

alunos utilizam a internet para complementar as atividades

escolares. A maioria (51%) respondeu que a utilizam para

jogos. Muitos estudos relacionam o uso de jogos eletrônicos à

maior facilidade de aprendizado, ao desenvolvimento de

habilidades cognitivas e motoras, à melhora na capacidade de

orientação espacial e à facilitação da socialização (GARDNER,

1991; GRIFFITHS, 2004).

Destacamos que a maioria dos alunos relatou usar a

internet, pelo menos, uma vez por dia (Figura1), sendo que a

totalidade informou ficar, no mínimo, duas horas diárias

navegando. Portanto, a maioria dos participantes ultrapassou o

período de duas horas de acesso à internet, tempo máximo

sugerido pela Academia Americana de Pediatria (2001). Neste

sentido, nosso estudo corrobora os resultados encontrados no

estudo de Spizzirriet al. (2012) em relação ao tempo de

navegação, dado que, segundo os resultados aqui

apresentados, 38,2% usam por 2h a 3h pela tarde, 18,4% faz

uso por 1h pela manhã e 36,9% utilizam por 2h a 3h à noite.

Tais dados estão, também, de acordo com os estudos

multicêntricos de característica epidemiológica, como o estudo

HELENA (HealthyLifestyle in Europe by Nutrition in

Adolescence) (SANTALIESTRA-PASÍAS, MOURATIDOU et al.,

2012) e o IDEFICS (Identification and prevention of dietary

and lifestyle-induced health effects in children and infants)

(SANTALIESTRA-PASIAS, MOURATIDOU et al., 2014), que

demonstraram que esta recomendação não está sendo

atendida.

Figura 1 - Uso diário da internet

O consumo alimentar tem sido associado à obesidade

não apenas pelo volume, mas pela composição e pela qualidade

da dieta, com pouco consumo de frutas, hortaliças e leite,

aumento das guloseimas e refrigerantes, bem como omissão do

desjejum (WHO, 1995). No relato de experiência de Teles de

Lima et al. (2015), estes afirmam que ações de promoção da

saúde com incentivo à prática de atividade física e alimentação

saudável podem vir a favorecer a consolidação de

conhecimentos sobre o tema e prevenir a obesidade futura.

Segundo Tojo et al. (1991), é muito comum, entre os

adolescentes, omitir refeições. Essa atitude pode representar

um fator de risco nutricional. Por esse motivo, a preocupação

com a alimentação vem sendo um dos temas mais abordados

diariamente pela sociedade científica (LIMA, 2007). São poucos

os estudos, no Brasil, sobre hábitos alimentares, particularmente

Quantas vezes por dia você acessa a internet ?

0

5

10

15

20

25

30

35

Dis

cen

tes (

%) 1 vez

2 vezes

3 vezes

4 vezes

Mais de 4 vezes

7

com adolescentes. Porém, Levy-Costa et al. (2005), em um

estudo da disponibilidade domiciliar de alimentos no país entre os

anos de 1974 e 2003, verificou excesso de consumo de açúcar e

a presença insuficiente de frutas e hortaliças na dieta.

Foi relatado que 57% dos jovens consomem algum tipo

de guloseimas enquanto acessam a internet (Tabela 1),

revelando um resultado preocupante, pois tal hábito pode ser o

iniciador para o aumento de peso.

Tabela 1 - Frequências relacionadas aos sites e

ao consumo durante a navegação

Variáveis Frequência (%)

Sites Acessados (1)

Rede Social33 (18%)

Jogos51 (28%)

e-mails46 (25%)

Informações referentes a estudo31 (17%)

Outros23 (12%)

Costuma beber ou comer guloseimas enquanto navega (2)

Sim41 (57%)

Não31 (43%)

n= (1)184; (2)72;

Foi verificado em nosso estudo que 4% desses alunos

têm consciência de que possuem hábitos alimentares ruins;

43% desses adolescentes relataram hábitos regulares: e 35%

acreditam ter uma boa alimentação (Figura 2)5. Corroborando o

5 Tais resultados foram obtidos tendo como parâmetro o Guia Alimentar para a População Brasileira (BRASIL, 2014)

estudo de Toral et al. (2009), onde os jovens demonstraram

conhecimento adequado sobre o padrão de uma alimentação

saudável, os discentes participantes de nosso estudo

demonstraram ter conhecimento do que é mais saudável, ainda

que que tais hábitos sejam adquiridos, sobretudo, em

decorrência da influência da educação alimentar dos pais, do

grupo de convívio, bem como do ambiente escolar.6

Figura 2 - Percepção dos hábitos alimentares

6 Destacamos que o docente, durante as aulas, enfatizou a importância da alimentação saudável, no entanto, frisamos que o nosso estudo visa a refletir as preferências, os hábitos, a cultura, o convívio social e a estrutura familiar desses adolescentes.

8

Foi constatado, também, que poucos praticam atividades

regulares fora da escola com algum profissional operando como

mediador, dado que a grande maioria realiza apenas atividades

de lazer. As únicas atividades regulares são as realizadas no

colégio, em horários de aula, e algumas outras,

extracurriculares. Mesmo assim, em nosso estudo, 61% dos

discentes não se consideram sedentários (Figura 3). Em

contrapartida, nos Estados Unidos, mais de 60% dos adultos e

em torno de 50% dos adolescentes são considerados

sedentários, segundo o Center for Disease Control e Prevention

(CDC, 1999).Ressalta-se, assim, a importância da escola no

desenvolvimento físico adequado do aluno.

Segundo Strong et al. (2005), apesar das evidências que

apontam os benefícios da atividade esportiva para a saúde física

e mental, no Brasil, a exposição a baixos níveis de atividades

físicas é elevada, e parecem atingir 39% a 93,5% dos

adolescentes, dependendo do método de avaliação. (TASSITANO

et al., 2007)

Um estudo realizado em escolas públicas no Rio de

Janeiro apontou índice de sedentarismo de 89,5% entre os

adolescentes (SILVA e MALINA, 2000). A participação em

atividades físicas declina consideravelmente com o crescimento,

especialmente no período da adolescência para o adulto jovem.

Estudos identificam alguns fatores de risco para esse

sedentarismo: pais inativos fisicamente; escolas sem atividades

esportivas; sexo feminino; residir em área urbana; e TV no

quarto da criança (MALINA, 2001).

Figura 3 - Percepção do perfil de atividades do discente

CONCLUSÕES

Todos os discentes que participaram desse estudo

relataram que ficam, no mínimo, duas horas por dia navegando

na rede, principalmente entretidos com os jogos. Os alunos

dedicam pequena fração do tempo em que utilizam a internet às

atividades de caráter acadêmico.

É importante mencionar que o excesso de tempo gasto é

algo preocupante, pois existem várias outras atividades

relevantes para melhoria da sua qualidade de vida. Logo, torna-

se fundamental o papel do professor nesse contexto, pois ele

pode divulgar sites de caráter educativo, e até mesmo jogos

Você se considera um sedentário?

0

10

20

30

40

50

60

70

Dis

cen

tes (

%)

Não sei avaliar

Sim

Não

9

interativos e músicas; pode, também, propor mais atividades

que utilizem o computador como uma ferramenta de ensino.

Foi observado que alguns alunos têm consciência de que

possuem uma alimentação inadequada. Ressalta-se que tiveram

todo o embasamento teórico sobre a importância de uma boa

alimentação, mas é sabido que a cultura, a vida social e a

própria família são as maiores influenciadoras dessas escolhas.

Mesmo considerando os índices normais de IMC

encontrados para esse grupo de alunos, é importante alertar

que eles próprios relatam estar desenvolvendo hábitos de risco,

como tempo excessivo de uso da internet, acrescido da ingestão

concomitante de guloseimas e da ausência de atividade física

regular e supervisionada fora do âmbito escolar. Levando em

conta que esses alunos estão na fase inicial da adolescência, e

que a bibliografia relata uma tendência ao agravamento da

obesidade e do sedentarismo no avançar da adolescência para

jovens adultos, este trabalho sinaliza um estado de alerta para

o risco de obesidade, sendo importante para a comunidade

escolar e familiar conhecer a realidade e as necessidades dos

discentes e, com isso, planejar atividades físicas, que,

respeitando sua faixa etária e disponibilidade de tempo, tenham

como propósito estimular um estilo de vida saudável.

AGRADECIMENTOS

Aos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental do CBNB,

que participaram para o desenvolvimento desse trabalho.

Ao professor Maurício Luz pelas sugestões pertinentes

que contribuíram muito para o desenvolvimento do artigo

A toda a comunidade escolar, pelo apoio dado ao nosso

projeto.

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Sobre as autoras

Elisangela de Souza Cunha

Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas.

Especialização em Ensino de Ciências e Biologia pelo Instituto

de Bioquímica Médica da UFRJ (2008). Mestrado em Ciências

pela UFRJ/ Hospital Clementino Fraga Filho (HUCFF) (2009).

Atualmente sou professora do Ensino Fundamental II e Ensino

Médio do Colégio Brigadeiro Newton Braga (CBNB).

E-mail: [email protected]

Denise da Silva Martins

Graduação em Ciências Biológicas (UFMG). Mestrado em

Microbiologia Agrícola (UFV). Coordenadora do Curso Técnico

em Controle Ambiental do IFRJ - Campus Nilópolis, onde sou

professora de Biologia e Microbiologia Ambiental. Atuo em

pesquisas na área de biorremediação.

E-mail: [email protected]

THE INFLUENCE OF THE INTERNET ON

TEENAGER’S HABITS RELATED TO

NUTRITION, SEDENTARY LIFESTYLE AND

PHYSICAL EXERCISES.

ABSTRACT

This research evaluates adolescents' perception of their

eating habits and relates them to the time they spend and

the ways through which they access the Internet. Thus,

we discuss the importance of healthy eating correlated

with sedentary lifestyle and the practice of physical

exercises as related themes. In order to obtain a profile of

these students regarding their daily activities, a

questionnaire was applied in three classes of the 6th

grade of Primary School Brigadeiro Newton Braga

(CBNB).It has been found that many adolescents do not

have established hours to access the internet, using it at

least once a day for two hours, on average. Among the

interviewees, 57% admitted to consume some kind of

candy while they access the internet. Based on the data,

it was noticed that students use the internet daily for

various purposes, some considered positive and others

unnecessary. When considering the time spent and the

quality of the material they accessed, it was possible to

conclude that this issue is becoming a serious problem in

14

society. Therefore, it is important to highlight the need for

some students to improve their eating habits and practice

more sports in order to avoid health problems in the

future.

Keywords: Eating habits, Sedentary lifestyle,

Technology.

LA INFLUENCIA DE INTERNET EN LOS

HÁBITOS DE LOS ADOLESCENTES EN

RELACIÓN A LA ALIMENTACIÓN,

SEDENTARISMO Y ACTIVIDADES FÍSICAS.

Resumen

El presente estudio buscó evaluar la percepción del

adolescente en cuanto a sus hábitos alimentarios,

relacionándolos con el tiempo gastado y las formas de

acceso a Internet. De este modo, se discutió la

importancia de la alimentación sana, correlacionada al

sedentarismo ya la práctica de ejercicios físicos como

temas relacionados. A fin de trazar el perfil de esos

alumnos en cuanto a sus actividades diarias, se aplicó un

cuestionario en tres grupos del 6º año de la Enseñanza

Fundamental del Colegio Brigadeiro Newton Braga

(CBNB). Se ha comprobado que muchos adolescentes no

tienen horario establecido para acceder a Internet,

utilizando por lo menos una vez al día, por dos horas, en

promedio. Entre los entrevistados, el 57% admitió

consumir algún tipo de golosinas mientras acceden a

internet. En base a los datos evaluados, se percibió que

los estudiantes utilizan diariamente Internet para diversas

finalidades, algunas consideradas positivas y otras

innecesarias. Cuando se considera el tiempo gastado y la

calidad del material accedido, se concluye que tal cuestión

se viene constituyendo en un grave problema de la

sociedad. En este sentido, es importante destacar la

necesidad de algunos discentes en mejorar sus hábitos

alimentarios y practicar más deportes, a fin de evitar

futuros problemas de salud.

Palabras clave: Hábitos Alimentares, Sedentarismo,

Tecnología.