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A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus: Tipo 1 e Tipo 2 Maria Elisa dos Santos Mendes Ferreira Marques Porto, 2006

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A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus: Tipo 1 e Tipo 2

Maria Elisa dos Santos Mendes Ferreira Marques

Porto, 2006

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A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus: Tipo 1 e Tipo 2

Orientador: Professor Doutor José DuarteCo-orientador: Professor Doutor Davide Carvalho

Maria Elisa dos Santos Mendes Ferreira Marques

Porto, 2006

Monografia realizada no âmbito da disciplina de Seminário do 5º ano da licenciatura em Desporto e Educação Física, na área da Reeducação e Reabilitação, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

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A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP

II

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Doutor José Alberto Ramos Duarte por ter aceite o desafio da

orientação deste estudo, por ter direccionado com extrema competência esta

investigação e pelo seu apoio e disponibilidade sempre demonstrados.

Ao Professor Doutor Davide Carvalho, por ter aceite co-orientar o estudo,

possibilitando o acesso aos doentes da consulta de Endocrinologia do Hospital de

S. João do Porto e pela disponibilidade demonstrada.

Às Enfermeiras do Gabinete de Enfermagem pelo apoio que me deram ao

longo das visitas ao Hospital.

Aos Doentes diabéticos que aceitaram participar neste estudo.

Aos meus pais e irmã, por me terem apoiado nos momentos difíceis.

Ao Hugo Moreira, que sempre me apoiou com o seu especial carinho.

Às minhas grandes amigas Beta, Joana, Paula, Ruca, Salomé, Susana e

Susy pelo companheirismo e amizade e por terem passado comigo os momentos

de boa e má disposição.

A todos os que me ajudaram e que comigo conviveram e que, porventura,

não tiveram os seus nomes nesta página, o meu sincero agradecimento.

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A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP

III

ÍNDICE GERAL

Agradecimentos ................................................................................. II

Índice Geral ...................................................................................... III

Índice de Quadros..............................................................................V

Resumo ............................................................................................VI

Abstract............................................................................................VII

Lista de Abreviaturas ......................................................................VIII

Introdução.......................................................................................... 1

Revisão da Literatura......................................................................... 5

Diabetes Mellitus ....................................................................... 5

Diabetes Mellitus Tipo 1.................................................... 6

Diabetes Mellitus Tipo 2.................................................... 8

Complicações da Diabetes ............................................... 9

Exercício Físico e Diabetes Mellitus ........................................ 15

Material e Métodos .......................................................................... 25

Caracterização da amostra ............................................. 25

Instrumentos ................................................................... 25

Procedimentos Estatísticos............................................. 26

Apresentação dos Resultados ......................................................... 27

Discussão dos Resultados............................................................... 38

Conclusões ...................................................................................... 47

Referencias Bibliográficas ............................................................... 48

Anexos..............................................................................................IX

Anexo I – Questionário de Baecke Modificado .................................IX

Anexo II – Escala Visual Analógica...................................................XI

Anexo III – Correlação entre a Resposta Terapêutica e os domínios do

Questionário de Baecke Modificado na amostra total .............................XII

Anexo IV – Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e os domínios

do Questionário de Baecke Modificado na amostra total .......................XIII

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IV

Anexo V – Correlação entre a Hemoglobina Glicada e os domínios do

Questionário de Baecke Modificado na amostra total ........................... XIV

Anexo VI – Correlação entre a Resposta Terapêutica e os domínios do

Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 1 ..................... XVI

Anexo VII – Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o os

domínios do Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 1 XVII

Anexo VIII – Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o os domínios do

Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 1 ................... XVIII

Anexo IX – Correlação entre a Resposta Terapêutica e os domínios do

Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 2 ...................... XX

Anexo X – Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e os domínios

do Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 2 ................ XXI

Anexo XI – Correlação entre a Hemoglobina Glicada e os domínios do

Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 2 .................... XXII

Anexo XII – Valores médios (± desvio-padrão) dos domínios do Questionário

de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 1 ........................................XXIV

Anexo XIII – Valores médios (± desvio-padrão) da Resposta Terapêutica nos

diabéticos tipo 1 ...................................................................................XXVI

Anexo XIV – Valores médios (± desvio-padrão) da Glicemia Plasmática em

Jejum nos diabéticos tipo 1 ..................................................................XXVI

Anexo XV – Valores médios (± desvio-padrão) da Hemoglobina Glicada nos

diabéticos tipo 1 ..................................................................................XXVII

Anexo XVI – Valores médios (± desvio-padrão) dos domínios do Questionário

de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 2 .......................................XXVII

Anexo XVII – Valores médios (± desvio-padrão) da Resposta Terapêutica nos

diabéticos tipo 2 ...................................................................................XXIX

Anexo XVIII – Valores médios (± desvio-padrão) da Glicemia Plasmática em

Jejum nos diabéticos tipo 2 ...................................................................XXX

Anexo XIX – Valores médios (± desvio-padrão) da Hemoglobina Glicada nos

diabéticos tipo 2 ....................................................................................XXX

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V

Índice de Quadros

Quadro 1 – Quadro 1 – Valores médios ± desvio-padrão da idade (anos) dos

sujeitos dos três grupos. .......................................................................... 27

Quadro 2 – Distribuição da amostra em função dos anos de evolução da

doença e do tipo de Diabetes Mellitus...................................................... 28

Quadro 3 – Distribuição da amostra em função do género e do tipo de

Diabetes Mellitus. ..................................................................................... 28

Quadro 4 – Distribuição da amostra em função da terapêutica utilizada e do

tipo de Diabetes Mellitus. ......................................................................... 29

Quadro 5 – Distribuição da amostra em função das complicações da diabetes

evienciadas e do tipo de Diabetes Mellitus............................................... 30

Quadro 6 – Valores individuais e valores médios (± desvio-padrão) do Score

de Actividades Domésticas (SAD), Score Desportivo (SD), Score de Actividades

de Tempos Livres (STL), Score Total do Questionário de Baecke (STQ), Resposta

Terapêutica, Glicemia Plasmática em Jejum (GPJ) e Hemoglobina Glicada (A1c)

relativos aos diabéticos tipo 1. ................................................................. 32

Quadro 7 – Valores individuais e valores médios (± desvio-padrão) do Score

de Actividades Domésticas (SAD), Score Desportivo (SD), Score de Actividades

de Tempos Livres (STL), Score Total do Questionário de Baecke (STQ), Resposta

Terapêutica, Glicemia Plasmática em Jejum (GPJ) e Hemoglobina Glicada (A1c)

relativos aos diabéticos tipo 2. ................................................................. 33

Quadro 8 – Valores de correlações obtidas (e valores de p) entre os

resultados do Questionário de Baecke, a Resposta Terapêutica, os valores de

Glicemia Plasmática em Jejum (GPJ) e Hemoglobina Glicada (A1c) em função do

tipo em função do tipo de Diabetes Mellitus. ............................................ 34

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VI

RESUMO A Diabetes Mellitus é uma doença que afecta um grande número de

pessoas em todo o mundo. Apesar dos avanços da investigação no diagnóstico e

terapêutica e na prevenção das complicações, é um problema que continua a

crescer. O seu aparecimento está associado a factores genéticos e ambientais,

tendo o estilo de vida sedentário grande influência no seu aparecimento e

desenvolvimento. O objectivo principal desta investigação foi verificar a influência

da actividade física diária na eficácia terapêutica de doentes com Diabetes Mellitus

(tipo 1 e tipo 2). A amostra estudada foi constituída por 30 doentes da consulta

externa do serviço de Endocrinologia do Hospital de S. João do Porto, de ambos

os géneros, com idades compreendidas entre os 16 e os 68 anos de idade. A

todos foi aplicado o Questionário de Baecke Modificado para recolha de dados

acerca das actividades físicas que realizam. O equilíbrio glicémico dos doentes foi

avaliado pela média de 3 valores de glicemia plasmática de jejum (GPJ) e de

hemoglobina glicada (A1c) obtidos ao longo da doença. Foi também avaliado o

perfil de complicações crónicas dos doentes. Ao médico foi também pedido para

preencher uma escala visual analógica para a avaliação do controlo da doença.

Observámos uma média do Score Total do Questionário (STQ) de 4,6±1,3 sendo

de 4,6±1,4 nos diabéticos tipo 1 e 4,6±1,3 nos diabéticos tipo 2. Verificamos ainda

correlações significativas positivas do controlo da doença avaliado na escala

analógica com o STQ (0,582; p<0,01) e com o SD (0,712; p<0,01). Observamos

ainda correlações significativas negativas entre os níveis de GPJ (-0,447; p<0,05)

e A1c (-0,521; p<0,01) e os mesmos parâmetros. No que se refere ao Score das

Actividades Domésticas (-0,186; p>0,05) e ao Score das Actividades de Tempos

Livres (-0,360; p>0,05) não observamos correlações. Concluímos que: 1 -

comparativamente com outros estudos esta população de diabéticos tem índices

de actividade física muito baixos mas que se correlacionam com o controlo da

doença ; 2 - as actividades desportivas não faziam parte das rotinas desta

população.

Palavras-chave: Diabetes Mellitus tipo 1; Diabetes Mellitus tipo 2;

Actividade Física.

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VII

ABSTRACT

The Diabetes Mellitus is a disease which affects a lot of persons all over the

world. Despite the research improvements on the diagnosis and the prevention of

the complications, the problem continues to grow. When the disease appears it is

often associated to genetic and environmental factors, having the sedentary life

style a big influence in its appearance and development. The main goal of this

study was to verify the influence of the daily physical activity in the therapeutics

accuracy of the patients with Diabetes Mellitus (type 1 and type 2). The sample

was built with 30 patients from the Hospital S. João in Porto, male and female,

between 16 and 68 years old. The Modified Baecke Questionnaire was the

assessment tool used to evaluate the levels of physical activity within this

population. The glycemic control of the patients was evaluated by the mean of 3

scores of glycemic values and glycosilated hemoglobin (A1c) throughout the

disease. The patients complications profile was also evaluated. The doctor was

asked to fill in an analogical visual scale for evaluate the disease control. We have

found an average of the global score of the questionnaire of 4,6±1,3; in diabetics

type 1 it was 4,6±1,4 and in diabetics type 2 it was 4,6±1,3. We have verified

positive relevant differences on the disease control evaluated on the analogical

visual scale with the global score of the questionnaire (0,582; p<0,01) and with the

sportive score (0,712; p<0,01). Negative significant differences were found

between the levels of glycemic (-0,447; p<0,05) and A1c (-0,521; p<0,01) and the

same items. About the domestic activities score and the leisure activities score any

correlations were found. We can conclude that: 1 – comparing with other studies

this diabetic population shows low levels of physical activities but it correlates

positively with the disease control; 2 – physical activities are not included in this

population daily routines.

Key-words: Type 1 Diabetes Mellitus; Type 2 Diabetes Mellitus; Physical

Activities.

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VIII

LISTA DE ABREVIATURAS

A1c - Hemoglobina Glicada

ADA - American Diabetes Association

AVC - Acidente Vascular Cerebral

GPJ - Glicemia Plasmática em Jejum

OMS - Organização Mundial de Saúde

SAD - Score de Actividades Domésticas

SD - Score Desportivo

SNC - Sistema Nervoso Central

STL - Score de Actividades de Tempos Livres

STQ - Score Total do Questionário de Baecke

WHO - World Health Organization

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1

INTRODUÇÃO

Regista-se, actualmente, um crescimento acentuado da incidência de

doenças crónicas não transmissíveis na população mundial, que estão associadas

ao estilo de vida adoptado pelas pessoas. A Diabetes é uma destas doenças com

a qual convivem hoje milhares de pessoas de todas as classes sociais (Lessa,

1998). Esta constitui um grave problema de saúde pública a nível mundial, não só

pela sua crescente incidência e prevalência, mas também pela elevada

morbilidade e mortalidade que origina (Couto e Carmaneiro, 2002).

A Diabetes Mellitus é caracterizada por uma deficiência absoluta ou relativa

de insulina que irá influenciar negativamente o metabolismo dos carbohidratos,

proteínas e lipídeos, assim como a distribuição de água, vitaminas e minerais.

Durante a sua evolução, dependendo do controlo metabólico obtido, podem advir

complicações agudas e crónicas (Oliveira, 1999). As duas categorias gerais mais

comuns desta doença são denominadas de tipo 1 e tipo 2.

A diabetes tipo 1, antigamente conhecida como Diabetes Mellitus Insulino-

dependente, é responsável por 5 a 10% dos casos de diabetes (Eisenberth et al,

1994). A maioria dos casos resultam primariamente da destruição das células β

das ilhotas de Langerhans do pâncreas. Estas formas incluem aquelas que são

atribuídas a processos auto-imunes e os de etiologia desconhecida. Acomete

principalmente crianças e adolescentes, porém pode ter início em qualquer idade

(Organização Mundial de Saúde (OMS), 1997).

A diabetes do tipo 2, antigamente conhecida como Diabetes Mellitus Não

Insulino-dependente, responde por 90 a 95% de todos os doentes com diabetes

(Harris, 1996). Caracteriza-se por uma resistência tecidular à acção da insulina,

presente desde o início do quadro, e uma progressiva insuficiência de insulina que

se exacerba no decorrer da doença. A maioria dos doentes é obesa, e a

cetoacidose é menos comum em comparação com a diabetes do tipo 1. A

hiperglicemia, geralmente, desenvolve-se de forma gradual e, como nos estádios

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2

iniciais não é suficiente para provocar os sintomas clássicos, a doença pode

permanecer não diagnosticada por vários anos (Soares et al, 1999).

Hoje em dia, sabe-se que a Diabetes Mellitus tipo 2 tem origem em factores

genéticos conjugados com factores ambientais e comportamentais, como o maior

sedentarismo e obesidade, mudança de hábitos alimentares e envelhecimento

(Polónia et al, 2000). Deste modo, para além da terapêutica medicamentosa e do

controlo dietético, o incentivo à prática regular de actividade física também

constituiu um importante pilar terapêutico no tratamento destes doentes (Lustman

et al, 2000).

Os benefícios da actividade física regular incluem uma melhora da

capacidade cardiovascular, um aumento da massa magra, uma melhoria do perfil

lipídico no sangue, uma melhoria do estado psicossocial e diminuição da massa

adiposa. Para além disso, parece ainda induzir um melhor controlo da glicose

sanguínea e uma melhora na sensibilidade à insulina (Riddell e Iscoe, 2006).

Os indivíduos com diabetes tipo 1 são normalmente jovens, e portanto

propensos à realização de actividade física. No entanto, se estes doentes não

estiverem bem controlados, a sua prática pode ser prejudicial (Pignatelli e

Carvalho, 2004). Assim, a maior preocupação prende-se com o passar ao doente

a ideia de que pode ter uma vida “normal”, desde que consiga assegurar um bom

controlo da glicose no sangue. Neste sentido, para estes indivíduos, é necessário

enfatizar o ajuste da terapêutica (insulina e dieta) para manter uma participação

segura em todas as formas de actividade física, de acordo com a meta que cada

um quer atingir e a sua predisposição (Derouich e Boutayeb, 2002). Ou seja, é

necessário um ajuste da quantidade de insulina administrada, para que não

ocorram quadros de hipoglicemia e hiperglicemia (Derouich e Boutayeb, 2002).

O exercício físico também contribui para a prevenção primária da diabetes

do tipo 2. As complicações cardiovasculares são a principal causa de morte entre

os diabéticos do tipo 2. Assim, ao aconselhar-se o exercício físico como medida

preventiva de doença cardiovascular está-se a contribuir para a prevenção das

complicações cardiovasculares da diabetes, bem como das restantes

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3

complicações da doença (Duarte et al, 2002). De facto, o exercício físico regular

nos diabéticos do tipo 2 parece proporcionar uma melhoria da sensibilidade à

insulina, ocasionando um melhor controlo metabólico (American Diabetes

Association (ADA), 1990).

No entanto, a implementação da actividade física como medida terapêutica,

comparativa à prescrição medicamentosa ou dietética, poderá constituir-se como

um processo difícil para a maioria dos doentes. Esta dificuldade resultará da acção

simultânea de diferentes factores dos quais se destacaram o declínio da

actividade física espontânea, que ocorre naturalmente com a idade, a falta de

hábitos de prática de exercício físico regular, a existência frequente de problemas

ortopédicos e/ou cardiovasculares e a falta de apoio familiar (Glasgow et al, 2001).

Existem ainda barreiras pessoais como a falta de tempo, falta de facilidades e o

medo da dor ou injuria, identificadas como razões para não praticar actividade

física regular (Deshpande et al, 2005).

Deste modo, pode-se afirmar que nos últimos tempos se tem vindo a

valorizar cada vez mais o papel da actividade física no tratamento da Diabetes

Mellitus. Porém, esta não é prescrita, mas sim apenas aconselhada pelos médicos

aos seus doentes. Trata-se mais de uma informação que é transmitida ao doente

e não se assume com a importância devida. Mesmo hoje em dia, frequentemente

é prescrito um programa alimentar e terapêutica farmacológica, não sendo dadas

indicações precisas sobre a prática de actividade física. E se se pensar na óptica

dos doentes, é muito mais confortável seguir esta prescrição médica objectiva e

concreta do que aumentar os níveis de actividade física diária.

Posto isto, torna-se pertinente verificar a influência da actividade física

diária na eficácia terapêutica de doentes com Diabetes Mellitus, sendo este o

objectivo principal desta investigação. Mais especificamente, importa verificar a

influência da actividade física diária na eficácia terapêutica de doentes com

Diabetes Mellitus tipo 1 e com diabetes tipo 2, propondo-se as seguintes hipóteses

de investigação:

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4

Hipótese 1 – A actividade física diária influencia a eficácia terapêutica dos

doentes com Diabetes Mellitus tipo 1.

Hipótese 2 – A actividade física diária influencia a eficácia terapêutica dos

doentes com Diabetes Mellitus tipo 2.

Hipótese 3 – A actividade física diária influencia mais a eficácia terapêutica

dos doentes com Diabetes Mellitus tipo 1 do que com Diabetes Mellitus tipo 2.

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5

REVISÃO DA LITERATURA

Diabetes Mellitus

A Diabetes Mellitus é um grupo de doenças metabólicas de etiologia

múltipla, caracterizado por uma hiperglicemia crónica, com alterações do

metabolismo dos glícidos, lípidos e prótidos, resultando de uma deficiente

insulinosecreção, relativa ou absoluta, a que se pode associar graus variáveis de

insulinorresistência, e um conjunto de complicações neurológicas, micro e

macrovasculares relacionadas, cuja prevenção passa por um diagnóstico e

tratamento precoces (ADA, 1997; Duarte et al, 2002; Grupo de Estudos da

Diabetes Mellitus, 2002; World Health Organization (WHO), 2002). A hiperglicemia

é em geral tanto mais marcada quanto maior a carência ou a deficiência da acção

da insulina (Pignatelli; Carvalho, 1992).

A Diabetes Mellitus pode surgir devido a factores genéticos e ambientais,

afectando normalmente todos os sistemas do corpo humano. Associam-se

complicações vasculares, complicações na função ocular, renal e no sistema

nervoso (Legato, 2006). No entanto, alguns estudos sugerem que as

complicações vasculares da diabetes, e particularmente as complicações

microvasculares, podem ser retardadas e possivelmente prevenidas através de

um bom controlo glicémico (Nathan, 2003).

A classificação adoptada pela Direcção Geral de Saúde (2002), estabelece

quatro tipos clínicos da diabetes definidos pela sua etiologia:

1. Diabetes tipo 1 – Resulta da destruição das células β do pâncreas,

com estabelecimento progressivo de uma insulinopenia absoluta. Esta destruição

pode resultar de um mecanismo auto-imune (Diabetes tipo 1 Auto-Imune), embora

em alguns casos não seja possível documentar a existência do processo imune e,

não sendo reconhecida à data outra causa, denomina-se Diabetes tipo 1

Idiopática. A insulinoterapia é indispensável para assegurar a sobrevivência.

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6

Ocorre em qualquer idade, mas a maioria dos casos é detectada em pessoas com

menos de 30 anos, com um pico de incidência entre 10-12 anos no género

feminino e 12-14 no masculino.

2. Diabetes tipo 2 – Forma mais frequente de diabetes, ocorre

frequentemente por insulinorresistência, com insulinopenia relativa, ou por defeito

secretor predominante, coexistindo, frequentemente, ambas as alterações.

3. Diabetes gestacional – define-se pela existência de uma prova de

tolerância à glicose oral, com resultados superiores aos valores de referência,

documentada pela primeira vez durante a gravidez. As diabéticas que engravidam

não se incluem nesta classe. A diabetes gestacional aumenta o risco perinatal

para a criança e para a mãe o risco de desenvolver diabetes tipo 2 nos próximos

10 a 15 anos.

4. Outros tipos específicos de diabetes – Situações em que a

diabetes é consequência de um processo etiopatogénico identificado, como

doença pancreática, síndromes hormonais, drogas que interferem na secreção ou

inibem a acção da insulina.

Diabetes Mellitus Tipo 1

Na diabetes tipo 1, o pâncreas deixa de produzir insulina, sendo esta

essencial para a sobrevivência (WHO, 2002). A insulina é extremamente

necessária para que alguns órgãos e tecidos sejam capazes de utilizar a glicose,

que é o combustível básico das células do organismo (ADA, 2002). No caso deste

tipo de diabetes, a produção (ou actividade) de insulina é muito diminuída ou

ausente. Os doentes apresentam polidipsia, poliúria, perda de peso marcada e

sobretudo cetose. Os sintomas surgem muito rapidamente e são intensos desde o

início (Pignatelli e Carvalho, 1992). De modo a compensar a falta de glicose, o

organismo socorre-se das reservas de gordura e de proteínas dos músculos como

fonte alternativa de energia. Isto pode levar a um problema grave denominado

cetoacidose diabética (Walker, 2004).

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7

Assim, a Diabetes Mellitus tipo 1 ocorre como resultado de um ataque do

sistema imunitário do doente que destrói as suas próprias células β com

consequente insuficiente insulino-secreção, sendo indispensável a insulinoterapia

para a sobrevivência (Duarte et al, 2002; Lernmark, 2004). A sua destruição pode

ser detectada anos antes de se desenvolver hiperglicemia e antes do diagnóstico

de diabetes (Babaya, 2005). Normalmente, quando se determina o estado clínico

do doente, cerca de 70% a 80% das células β já foram destruídas e as células dos

ilhéus de serão destruídas nos meses que se seguem. Por este facto, doentes

com diabetes tipo 1 diagnosticada há algum tempo não produzem insulina,

necessitando de administrar a mesma por via injectável (Legato, 2006). Dos

indivíduos portadores de diabetes, aproximadamente 10% a 15% são portadores

de diabetes tipo 1 (WHO, 2002).

A diabetes tipo 1 é geralmente diagnosticada nas crianças e jovens adultos,

sendo também conhecida como diabetes juvenil (ADA, 2002). No entanto, o seu

aparecimento pode surgir em idades adultas (WHO, 2002). Em crianças e jovens

adultos, a diabetes tipo 1 tem uma apresentação de fácil diagnóstico. Quando se

descobre a diabetes tipo 1 nestes indivíduos, a classificação da doença faz-se

claramente, sendo de fácil compreensão. Em adultos, a diabetes tipo 1 pode ser

facilmente confundida com a diabetes tipo 2 e a classificação da doença é mais

difícil de se concretizar (Lernmark, 2004). O facto de a diabetes tipo 1 aparecer

cada vez mais em idades mais precoces, explica os números de incidência da

diabetes tipo 1 nas crianças estarem a aumentar nos últimos anos (Delamatter,

2001).

A etiologia da diabetes tipo 1 não é bem conhecida, mas consideram-se os

factores genéticos e ambientais como responsáveis pelo seu aparecimento

(Dahlquist, 1994), nos quais se incluem mecanismos virais, componentes

dietéticos, stress e substâncias tóxicas os quais podem precipitar uma doença

auto-imune (Charbonnel, 2005). No que respeita à sua contribuição relativa,

estima-se que os factores genéticos possam contribuir entre 70% a 75% para a

susceptibilidade à diabetes tipo 1 (Kyvik, 1995). Os factores ambientais

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possivelmente iniciam o processo de destruição das células β e o aparecimento da

diabetes (Dahlquist, 1994).

Diabetes Mellitus Tipo 2

A Diabetes Mellitus tipo 2 é o tipo mais comum de diabetes (Pignatelli e

Carvalho, 1992), e está relacionada com a resistência à acção da insulina e

hábitos alimentares, tendo uma carga genética muito grande (Duarte et al, 2002).

Na Diabetes Mellitus tipo 2 verifica-se uma progressiva deficiência na secreção da

insulina e/ou resistência periférica à insulina, associada à disfunção das células

pancreáticas (Matthaei et al, 2000), caracterizando-se por uma anomalia na

regulação do metabolismo da glicose (Evans et al, 1999). A resistência à insulina

verifica-se primeiramente no músculo esquelético, tecido adiposo e fígado

(Hussain, 1999). Existe inicialmente um quadro de hiperinsulinismo com

resistência periférica à acção da insulina. Posteriormente, cria-se um ciclo vicioso

em que se verifica obesidade e hiperglicemia (Duarte et al, 2002).

Esta forma de diabetes afecta principalmente indivíduos de meia-idade e

idosos (Evans at al, 2003). Segundo Pignatelli e Carvalho (1992), este tipo de

diabetes afecta 1 a 5% da população entre os 40 e 60 anos de idade. Após os 70

anos a sua prevalência é francamente maior, apresentando 15 a 20 % da

população algum grau de intolerância à glicose. Nos últimos anos, a incidência e

a prevalência de Diabetes Mellitus tipo 2 têm aumentado. Estima-se que existam

mais de 100 milhões de casos em todo o mundo. É previsível que o número de

casos aumente nos próximos decénios e que em 2025 existam em todo o mundo

cerca de 300 milhões (Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, 2001).

A sua incidência na população portuguesa também tem vindo a aumentar e, de

acordo com King et al (1998) e baseado nos dados fornecidos pela Organização

Mundial de Saúde, estima-se que em 2025, o valor de diabéticos em Portugal

atinja os 674 mil. Segundo Figuerola (1997), o género também é um factor muito

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importante na prevalência da diabetes tipo 2, existindo um predomínio moderado

nas mulheres, com uma proporção de 1,2:1 em relação aos homens.

A prevalência da diabetes tipo 2 não tem deixado de aumentar nas últimas

décadas também em consequência de uma série de factores, como a maior

longevidade da população, o progressivo incremento da obesidade e o

sedentarismo em muitos grupos sociais (Figuerola, 1997).

Um factor fortemente condicionante deste tipo de diabetes é a origem

étnica, de modo que alguns grupos estão marcados por uma elevada incidência:

indivíduos de raça negra, hispânica, mexicanos, aborígenes na Austrália, índios

Pima e nativos americanos (Figuerola, 1997; Evans at al, 2003). Uma das

características comuns a estes grupos étnicos é que sofreram importantíssimas

mudanças nos seus hábitos alimentares em poucos anos. É provável que a

explosão de diabetes nestas populações se deva a estas mudanças alimentares

ocorridas sobre um hiperinsulinimismo geneticamente condicionado (Figuerola,

1997). Neste sentido, a Diabetes Mellitus tipo 2 aparece como sendo fruto de uma

combinação entre factores genéticos e ambientais que contribuem para a sua

manifestação (Lillioja, 1993 cit. por Wallberg-Henriksson et al., 1998).

A obesidade é, provavelmente, o principal factor a contribuir para o

aumento da incidência da diabetes tipo 2 (Olefsky, 2002). No entanto, a diabetes

tipo 2 está fortemente associada a outros factores ambientais, particularmente

aqueles relacionados com a ausência de práticas de exercício físico regular

(Tuomilehto et al, 2001). Aliás, a OMS (1997) aceita como evidência que a perda

voluntária de peso em pessoas obesas e a actividade física, diminuem o risco de

desenvolver diabetes.

Complicações da Diabetes

Com o passar dos anos, as pessoas com diabetes podem vir a desenvolver

uma série de complicações em vários órgãos. Aproximadamente 40% das

pessoas com diabetes vêm a ter complicações tardias graves da sua doença.

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Estas complicações evoluem de forma silenciosa e muitas vezes já estão há

algum tempo instaladas quando se detectam.

Porém, hoje em dia é possível reduzir os seus danos através de um

controlo rigoroso da glicemia, da tensão arterial e dos lípidos, bem como de uma

vigilância periódica dos órgãos mais sensíveis (Associação Protectora das

Diabéticos de Portugal, 2001).

As complicações da diabetes são causadas principalmente por lesões dos

vasos sanguíneos e podem ser classificadas em:

a) Complicações microvasculares (lesões dos pequenos vasos

sanguíneos) – nefropatia, retinopatia e neuropatia;

b) Complicações macrovasculares (lesões dos grandes vasos sanguíneos)

– macroangiopatia (doença coronária, cerebral e dos membros inferiores) e

hipertensão arterial;

c) Complicações neuro, macro e microvasculares – pé diabético;

d) Outras complicações – disfunção sexual e infecções (Associação

Protectora das Diabéticos de Portugal, 2001).

Nefropatia Diabética Os rins são constituídos por milhões de pequenos vasos que transportam

sangue com produtos finais do metabolismo que aqui são eliminados através da

urina que aqui se forma. Quando na diabetes estes pequenos vasos são lesados

em grande quantidade aparece a nefropatia. A sua evolução é lenta e silenciosa.

O sinal mais precoce é a perda, acima de valores normais, de proteínas na urina

(microalbuminúria) (Associação Protectora das Diabéticos de Portugal, 2001).

. Inicialmente em quantidades muito pequenas e mais tarde, já em fase não

reversível, em grandes quantidades. Se a nefropatia continua a evoluir há

acumulação de produtos que eram antes eliminados (ureia, creatinina),

manifestações de fadiga, cansaço e perda do apetite e caminha-se para a

insuficiência renal. Em estados mais avançados, os rins podem deixar de filtrar o

sangue, entrando o doente em insuficiência renal. Esta pode ser tratada por

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hemodiálise ou diálise peritoneal. Na fase seguinte, e se houver condições e

indicação o diabético pode ser submetido ao transplante renal (ADA, 2004).

A sua frequência varia entre a população, mas está relacionada com a

gravidade e duração da doença (WHO, 2002). Normalmente afecta 3 em cada 10

doentes com diabetes há mais de 15 anos (Walker, 2004).

Retinopatia Diabética A retina é uma fina camada celular no fundo do olho, rica em pequenos

vasos sanguíneos e nervos. As lesões induzidas pela diabetes resultam,

principalmente, de alterações dos pequenos vasos tornando difícil a passagem do

sangue e consequentemente o transporte de oxigénio e nutrientes às várias

zonas. Nas fases iniciais não há habitualmente alterações da visão. Os vasos

deixam passar fluidos, ficam frágeis e dilatam-se nalguns pontos. A visão é

alterada quando os fluídos ou o sangue (hemorragia), resultado da ruptura de

algum vaso atinge a mácula. A retinopatia diabética é a principal causa de

cegueira ou perturbação visual em doentes em idade de trabalho (Charbonnel,

2005).

A retinopatia diabética é uma das várias complicações tardias da doença,

pensando-se que seja uma consequência da hiperglicemia e cuja gravidade está

fortemente associada com a duração da diabetes (Associação Protectora das

Diabéticos de Portugal, 2001).

Segundo a WHO (2002), após 15 anos de diabetes, cerca de 2% da

população é cega, enquanto 10% desenvolve deficiência visual grave.

Neuropatia Diabética A neuropatia é provavelmente a complicação da diabetes mais comum.

Estudos realçam que cerca de 50% dos indivíduos com diabetes possuem

neuropatia (WHO, 2002).

Esta é mais uma das complicações tardias da diabetes e resulta de lesões

no sistema nervoso periférico afectando um grande número de diabéticos. Quando

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os nervos são lesados há manifestações tais como alterações da sensibilidade,

aparecimento de queixas dolorosas mais ou menos intensas e, frequentemente,

perda das sensibilidades dolorosa e térmica. Outras vezes existem atrofias

musculares e perturbações da mobilidade (diminuição da força muscular e

dificuldades na marcha). Muitas vezes há uma completa perda da sensibilidade ao

nível dos pés não sentindo o diabético objectos que, ocasionalmente, se

introduzam no interior do sapato e que podem muitas vezes ser causa de feridas.

São muito habituais as queimaduras com o saco de água quente durante a noite

ou com uma aproximação demasiada a uma lareira por insensibilidade ao calor.

A neuropatia pode atingir o aparelho digestivo provocando perturbações no

seu funcionamento (atrasos no trânsito alimentar, obstipação, diarreias), o

coração, com alterações do seu ritmo, e a bexiga, com perda do seu tónus e

sensibilidade, muitas vezes levando a infecções repetidas.

Como nas outras complicações tardias existe uma estreita relação entre o

seu aparecimento e uma deficiente compensação. Na diabetes, as lesões dos

nervos são provocados directa ou indirectamente pela hiperglicemia que leva a

alterações graves dos numerosos pequenos vasos que os irrigam (Associação

Protectora das Diabéticos de Portugal, 2001).

A neuropatia é também a maior causa de impotência sexual no homem

diabético (WHO, 2002).

Doenças cardiovasculares Os diabéticos têm um grande risco de desenvolverem doença coronária,

manifestada por angina de peito ou enfarte do miocárdio e por acidentes

vasculares cerebrais – AVC (Charbonnel, 2005). Segundo a WHO (2002), a

doença cardiovascular é responsável por cerca de 50% das mortes em pessoas

com diabetes, nas cidades industrializadas.

As complicações macrovasculares incluem para além dos referidos a

doença vascular periférica, onde existe arteriosclerose nas artérias das pernas e

dos pés, que causam uma má circulação nestes territórios e ocasionam alguns

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problemas graves, que podem culminar na amputação de dedos ou membros,

quando não vigiados de forma correcta e adequadamente tratados quando

necessário. Estas complicações constituem, no seu todo, 75% das causas de

morte nos diabéticos e correspondem a 75% dos custos de hospitalização dos

doentes diabéticos, incluindo internamentos por enfarte do miocárdio, insuficiência

cardíaca, trombose, amputações, etc. (WHO, 2002).

O aparecimento de doença coronária e o risco de ataques cardíacos

aumenta muito quando à diabetes se associam outros factores de risco como

dislipidemias, a hipertensão arterial, a obesidade e, em especial, o consumo de

tabaco (Associação Protectora das Diabéticos de Portugal, 2001; WHO, 2002).

Hipertensão Arterial A hipertensão e a Diabetes Mellitus são doenças inter-relacionadas que, se

não tratadas, aumentam o risco de doença vascular aterosclerótica. A hipertensão

agrava ainda a microangiopatia, principalmente a nefropatia diabética, para a qual

é um factor de risco maior. A hipertensão é duas vezes mais comum em

diabéticos e aumenta com a idade. No momento do diagnóstico da diabetes, a

hipertensão já existe em cerca de 40% dos doentes, o que sugere uma

associação de mecanismos entre as duas: a obesidade e resistência à insulina

levam à hipertensão e esta agrava a intolerância à glicose (Associação Protectora

das Diabéticos de Portugal, 2001). Na maioria dos casos não se encontra uma

causa para a hipertensão, em particular na diabetes tipo 2. Na diabetes tipo 1, é

muitas vezes devida à nefropatia, que ocorre em uma de cada três pessoas

diabéticas com mais de 15 anos de evolução de doença (ADA, 2004).

É muito importante definir grupos especiais de risco que têm a ver com a

presença ou não de outros factores de risco, como a dislipidemia, o tabaco, o

excesso de peso e a inactividade física. Está provado que se conseguem

reduções maiores do risco cardiovascular só deixando de fumar do que só

tratando a hipertensão com fármacos (Associação Protectora das Diabéticos de

Portugal, 2001).

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Pé diabético As complicações tardias da diabetes - neuropatia periférica, vasculopatia e

susceptibilidade às infecções - predispõem o diabético para o aparecimento de

lesões crónicas nos pés que, por vezes podem ser graves, podendo mesmo levar

à amputação (Associação Protectora das Diabéticos de Portugal, 2001). É uma

das mais custosas complicações da diabetes (WHO, 2002).

Os doentes devem ser frequentemente avaliados através do exame clínico.

A observação do pé deve ser sistemática, em cada consulta. Uma vez

identificados os de maior risco, devem beneficiar de uma maior atenção no sentido

de educação e vigilância destinadas a prevenir o aparecimento de lesões

(Associação Protectora das Diabéticos de Portugal, 2001).

Disfunção sexual Quando há excitação sexual no homem há erecção do pénis e na mulher há

lubrificação da vagina. Tudo isto resulta de sinais enviados pelo cérebro através

de nervos para os vasos sanguíneos da região (Associação Protectora das

Diabéticos de Portugal, 2001).

Na diabetes pode aparecer disfunção sexual. Ela pode manifestar-se sob a

forma de ejaculação retrógrada ou impotência sexual no sexo masculino e

diminuição da libido, incapacidade de orgasmo e deficit de lubrificação no sexo

feminino. Estas alterações podem ter origem nas lesões dos nervos mas também

nos vasos sanguíneos. Muitas das disfunções sexuais no diabético não têm

origem em lesões orgânicas mas podem ter uma natureza psicológica (Associação

Protectora das Diabéticos de Portugal, 2001).

Infecções

Os diabéticos são mais susceptíveis a infecções da boca e das gengivas, a

infecções urinárias e dos pés e ainda a infecções das cicatrizes depois de

cirurgias, se os níveis de glicose no sangue não estiverem bem controlados.

Todos estes perigos podem, contudo, ser prevenidos se o diabético conseguir ter

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um bom controlo da glicemia, da tensão arterial e dos lípidos, se conseguir ter

uma vida com bons hábitos alimentares e exercício físico regular, se não fumar e

tiver cuidado com a higiene e vigilância dos seus pés (Associação Protectora das

Diabéticos de Portugal, 2001).

Exercício Físico e Diabetes Mellitus

A progressiva mecanização do trabalho na sociedade ocidental tem dado

lugar a que o Homem dispenda cada vez menos energias na sua actividade física.

Durante a actividade física o consumo de oxigénio pelo organismo

aumenta. Os músculos utilizam como fonte de energia o glicogénio e os

triglicerídeos, bem como os ácidos gordos provenientes do tecido adiposo. Para

preservar a função do Sistema Nervoso Central (SNC), os níveis de glicose no

sangue são notavelmente mantidos durante a realização de actividade física.

Deste modo, durante o exercício físico, raramente ocorre hipoglicemia em

indivíduos não diabéticos devido a um ajuste metabólico realizado pelas

hormonas, para a preservação da normoglicemia (ADA, 2004).

A diminuição da insulina plasmática e a presença do glucagon são

aparentemente necessários para que logo no início da prática de actividade física

aumente a produção de glicose hepática. Contudo, é também fundamental,

durante o exercício prolongado, que se dê o aumento do glucagon plasmático e

das catecolaminas. Estas adaptações hormonais, são perdidas em indivíduos com

diabetes tipo 1 (Duarte, 2002; ADA, 2004). Consequentemente, quando estes

indivíduos têm pouca insulina na circulação sanguínea associado a um

inadequado controlo por parte do doente dos níveis de glicemia, são libertadas

uma grande quantidade de hormonas que contrariam o efeito da insulina durante a

actividade física. Este facto leva a que aumentem exponencialmente os níveis de

glicose e de corpos cetónicos, podendo ainda elevar a cetoacidose diabética.

Reciprocamente, a presença de níveis elevados de insulina, associada à

administração da mesma, pode atenuar ou mesmo prevenir a grande mobilização

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de glicose e outros substratos induzidos pela actividade física, e a hipoglicemia

pode seguir-se. O mesmo sucede em doentes com diabetes tipo 2, no entanto,

geralmente, a hipoglicemia durante a actividade física tende a ser um problema

menor neste população. De facto, em doentes com diabetes tipo 2, a actividade

física pode aumentar a sensibilidade diminuindo os elevados níveis de glicose no

sangue para valores normais (ADA, 2004).

Assim sendo, tem-se tornado cada vez mais evidente que a actividade

física pode ser uma ferramenta terapêutica para uma variedade de doentes com

ou em risco de desenvolver diabetes (Lustman et al, 2000; Duarte, 2002; ADA,

2004; ). Tem-se vindo a perceber que um estilo de vida activo pode trazer

benefícios importantes na promoção da saúde de indivíduos diabéticos como

aumentar a sensibilidade à insulina, melhorar a capacidade funcional, diminuir o

risco de desenvolver doença arterial-coronária, diminuir o risco de morte por

enfarte do miocárdio, diminuir a necessidade de oxigénio para o coração durante o

exercício, diminuir a viscosidade sanguínea, melhorar a longo prazo o controlo da

tensão arterial, reduzir os níveis de triglicerídeos, aumentar o colesterol

transportado nas lipoproteínas de alta densidade, reduzir a obesidade e reduzir o

risco de desenvolver osteoporose (Gordon, 1993; Dubé et al, 2006). No entanto, a

actividade física não produz unicamente benefícios para os indivíduos diabéticos.

Esta pode trazer alguns potenciais riscos que devem ser controlados, como

hipoglicemia para pessoas que tomam insulina ou anti-diabéticos orais do tipo das

sulfonilureias, hiperglicemia e, para os diabéticos tipo 1, cetoacidose,

complicações cardíacas, hemorragias retinianas, aumento da excreção de

proteínas na urina, maior variação da pressão arterial sistólica e maior risco de

desenvolver úlceras do pé e lesões ortopédicas, especialmente em pessoas com

neuropatia periférica (Gordon, 1993). Deste modo, a prescrição do exercício físico

nos diabéticos deve ser particularmente individualizada, em função do tipo da

doença, sua gravidade e complicações existentes. O grau de risco cardiovascular,

a necessidade de maior ou menor vigilância metabólica, a educação diabetológica

do doente e o grau de controlo da doença, vão ditar se a actividade física terá de

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se inserir num programa mais restrito e supervisionado, ou se pode ser alargado,

em termos locais e tipos de prática (Barata e Lisboa, 1997). Assim sendo, o

tratamento da diabetes requer um trabalho de equipa onde é pretendida uma

análise correcta dos riscos e benefícios da actividade física para um dado paciente

(ADA, 2004).

Se se pensar nos diferentes tipos de diabetes, existem algumas

particularidades que devem ser tidas em conta, onde a terapêutica através da

actividade física e os seus efeitos devem ser cuidadosamente entendidos

(Wasserman, 1994).

Segundo a ADA (2004), todos os níveis de actividade física, incluindo

actividades lúdicas, desportos de recreação, ou actividades de rendimento

competitivas, podem ser desempenhadas por indivíduos portadores de diabetes

tipo 1, que não possuam complicações e mantenham um bom controlo de glicose

no sangue. A capacidade de ajustar o regime terapêutico (insulina e terapia

nutricional) para conseguir uma boa e elevada performance foi recentemente

reconhecida como uma importante estratégia para estes indivíduos.

Particularmente, o importante papel desempenhado pelo doente em controlar os

seus valores de glicose no sangue como resposta pela prática de actividade física

e depois utilizar esses mesmos dados para melhorar a sua performance, é agora

inteiramente aceite. Isto porque, em indivíduos diabéticos tipo 1 que não tenham

os seus níveis de glicemia bem controlados, a prática de actividade física pode ser

nocivo e levar a situações de hipoglicemia e ao agravamento das hiperglicemias

(Pignatelli e Carvalho, 1992).

Mas, a hipoglicemia, que pode ocorrer durante, imediatamente após, ou

algumas horas depois da prática de actividade física, pode ser evitada. Isto requer

que o paciente tenha, quer um conhecimento adequado do metabolismo e

respostas hormonais da actividade física, bem como um auto-controlo da doença.

A experiência que o doente vai adquirindo ao longo do uso intensivo da insulina

como forma de tratamento, faz com que este vá percebendo e sendo capaz de

ajustar as doses de insulina às diferentes actividades físicas que realiza. Por este

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motivo, a recomendação rígida de suplementos de glicidos, calculados a partir do

painel de intensidade e duração da actividade física, sem olhar aos níveis

glicémicos no início da actividade física, bem como as adaptações metabólicas ao

exercício físico e a terapia de insulina do doente, não são mais apropriadas.

Segundo a ADA (2002), a regulação da glicemia em resposta à actividade física

para indivíduos diabéticos tipo 1, deve seguir as seguintes linhas genéricas:

1. Controlo glicémico antes da actividade física;

2. Monitorização da glicose no sangue durante e depois da actividade

física;

3. Controlo da alimentação.

Na medida em que a diabetes está associada a um aumento do risco de

doenças macrovasculares, o beneficio da actividade física, em consonância com

os factores de risco para a aterosclerose, é considerado extremamente valioso.

Contudo, também tem que ser apreciado que em vários estudos falhou a

demonstração independente dos efeitos da actividade física no aumento do

controlo glicémico, em indivíduos com diabetes tipo 1 (ADA, 2004). No entanto,

estes estudos foram validados devido à focagem que a actividade física tem no

controlo da glicose. Assim sendo, o desafio consiste em desenvolver estratégias

que permitam aos indivíduos com diabetes tipo 1 participar em actividades que

sejam consistentes com o estilo de vida e com a cultura, de uma maneira saudável

e agradável.

Tem-se vindo a verificar que os indivíduos com diabetes tipo 1 que realizam

actividade física, melhoram a sua sensibilidade à insulina, o que é bastante

benéfico (Vranic, 1990;Gordon, 1993). Porém, melhor sensibilidade celular, não

significa automaticamente melhor controlo de glicose no sangue. Estudos

realizados por Wallberg-Henriksson (1982) e Zinman (1984), com 16 semanas de

treino, não obtiveram rápidas melhorias nos níveis de glicose no sangue e de

hemoglobina glicada, em indivíduos com diabetes tipo 1. No entanto, pensa-se

que os métodos utilizados nestes estudos podem ter influenciado os resultados

(Gordon, 1993). Resultados bem distintos foram os encontrados por Stratton

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(1987), num estudo realizado durante 8 semanas. A amostra era constituída por 8

adolescentes com diabetes tipo 1. A amostra realizava um treino de cerca de 30 a

45 minutos, durante 5 dias da semana. A actividade física estava planeada para

após o lanche e antes do jantar, e os adolescentes foram desencorajados de

ingerir alimentos extra antes do exercício. Em vez da amostra estar a ingerir

alimentos extra antes da realização das sessões de actividade física, o

investigador reduziu as doses de insulina antes do exercício e deixou que

ingerissem alimentação extra após a actividade, mas apenas quando era

necessário para prevenir hipoglicemia. Após as 5 primeiras semanas da realização

deste estudo, os níveis de glicose no sangue dos adolescentes da amostra antes

das sessões de treino diminuíram significativamente, relativamente aos valores

obtidos nas primeiras 3 semanas (161 mg/dl vs 198 mg/dl). Em 5 dos 8

participantes do estudo, as doses de insulina diária foram reduzidas, não só nos

dias de sessões de treino. Os valores de hemoglobina glicada não diminuíram,

provavelmente devido à duração limitada do estudo; no entanto, os níveis de

albumina glicada, um índice mais sensível a mudanças da glicose no sangue num

curto período de tempo, mostraram um ligeiro declínio.

Portanto, segundo Gordon (1993), a actividade física regular ajuda a

melhorar o controlo dos níveis de glicose no sangue, desde que os doentes com

diabetes tipo 1 mantenham sempre a dieta necessária nos dias de treino, ou só a

alterem se for realmente necessário, e tenham sempre em atenção outros

importantes factores, como o momento do dia em que o exercício é praticado; a

duração e a intensidade do exercício; o nível preciso de glicose no sangue

imediatamente antes do exercício; o nível de actividade física, sem restrição a

diabéticos; e o tipo e dosagem de insulina administrada. Para atingir excelentes

benefícios a partir do exercício físico prolongado, o indivíduo com diabetes tipo 1

deve treinar todos os dias, preferencialmente após as refeições, com ajustes na

intensidade e duração.

No que diz respeito à diabetes tipo 2, está já bem documentado o papel

benéfico do exercício sobre os indivíduos portadores desta doença. Nestes

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indivíduos, em indivíduos obesos, indivíduos com elevada tensão arterial e filhos

de pessoas com diabetes, o exercício pode ser fundamental para um bom controlo

da glicose no sangue, mais do que para indivíduos diabéticos tipo 1 (Helmrich,

1991). Em lista de prioridades terapêuticas, a actividade física aparece logo a

seguir a uma alimentação correcta (Gordon, 1993).

Na prática regular de exercício físico são vários os mecanismos fisiológicos

que produzem efeitos benéficos a médio e a longo prazo. Durante a actividade

física põe-se em marcha uma adaptação hormonal que consiste basicamente na

diminuição da secreção de insulina e ao aumento de catecolaminas, hormonas de

crescimento e cortisol. Também se produzem mudanças cardiocirculatórias, com

aumento da contractibilidade do coração e vasoconstrição dos territórios inactivos.

Do ponto de vista metabólico aumenta a lipólise, a gliconeogénese e a

glicogenólise, o que permite uma rápida mobilização e redistribuição do

combustível metabólico para assegurar o suplemento energético necessário

(Figuerola, 1997). Desta forma, a actividade física regular é recomendada a

doentes com diabetes tipo 2 devido aos efeitos benéficos ao nível do metabolismo

de desenvolvimento das complicações da diabetes (ADA, 1997). Algumas destas

alterações ocorrem imediatamente após a actividade e outras após algum tempo

da realização da mesma.

Alguns autores têm tentado demonstrar a importância de programas de

exercício a realizar durante um longo período de tempo, no tratamento e na

prevenção de anomalias metabólicas e respectivas complicações. Indivíduos com

diabetes tipo 2 podem melhorar a sensibilidade à insulina e os níveis de glicose

(Erikson, 1999).

Têm surgido alguns estudos acerca do efeito do exercício físico em

indivíduos com diabetes tipo 2, mas com conclusões variadas. No estudo

realizado por Agurs-Collins (1997), conclui-se que o exercício físico reduz a

hemoglobina glicada; contrariamente, no estudo realizado por Tessier (2000), o

resultado encontrado foi de que o exercício físico não reduz a hemoglobina

glicada.

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Pigman et al (2002), realizaram um estudo acerca do papel do exercício

físico no tratamento da diabetes tipo 2. A sua amostra era constituída por 268

indivíduos com diabetes tipo 2, dos quais 176 (bom controlo diabético) pertenciam

ao grupo de controlo e 92 (mau controlo diabético) ao grupo experimental.

Concluiu-se que o exercício oferece benefícios ao controlo da diabetes após

ajuste de outros factores tais como a medicação, dieta, controlo do índice de

massa corporal, tabaco e consumo de álcool.

Num estudo realizado por Krook (2003), 304 indivíduos com diabetes tipo 2

participaram num programa de modificação do estilo de vida durante 31 semanas.

Os participantes receberam informações e guias práticos acerca do treino,

nutrição e acompanhamento psicológico. No final do programa, os indivíduos

mostraram melhorias significativas ao nível do controlo glicémico e maior consumo

máximo de oxigénio. Por outro lado, a pressão do sangue e o índice de massa

corporal diminuíram. Assim, um programa de treino de 31 semanas melhora o

controlo glicémico, a pressão sanguínea e o bem-estar em indivíduos com

diabetes tipo 2. Este tipo de programa é ainda benéfico na redução dos factores

de risco associados à diabetes e suas complicações.

Um outro estudo, desta vez realizado por Fritz et al (2005), contou com uma

amostra de 108 indivíduos com diabetes tipo 2: 77 fizeram parte do grupo

experimental e 31 do grupo de controlo. Os indivíduos do grupo experimental

foram instruídos para aumentar a sua actividade física para 45 minutos de

caminhada activa, três vezes por semana, durante quatro meses. Este grupo foi

supervisionado individualmente e em grupo. Não foram dadas quaisquer

recomendações acerca de hábitos alimentares ou medicação. Os indivíduos do

grupo de controlo não sofreram alterações de estilo de vida nem da medicação.

Concluiu-se que diferentes níveis de actividade física são importantes no que

concerne aos factores de risco da diabetes. No grupo experimental diminuiu

significativamente a pressão sistólica e diastólica do sangue, o metabolismo

lipídico e o índice de massa corporal, conseguindo um melhor controlo glicémico,

comparativamente com o grupo de controlo.

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22

Em conclusão, na meta-análise realizada por Boulé et al (2001), não têm

havido estudos com grande significado estatístico que sustentem recomendações

de planos de treino para indivíduos com diabetes tipo 2. No entanto, no seu estudo

com 504 indivíduos diabéticos tipo 2, concluiu-se que o exercício reduz o risco de

desenvolver as complicações da diabetes devido à diminuição da hemoglobina

glicada, mas não se obtiveram resultados estatisticamente significativos ao nível

da redução do índice de massa corporal nestes indivíduos.

Segundo Sigal (2006), a actividade física reduz o risco de progressão da

Diminuição da Tolerância à Glicose podendo prevenir a progressão para a

diabetes tipo 2. Existem alguns estudos neste âmbito, que mostram isso mesmo.

No estudo realizado por Knowler et al (2002), os 3234 indivíduos com idade

superior a 24 anos, sem diabetes mas com diminuída tolerância à glicose e

excesso de peso, foram divididos por grupos: um de modificação do estilo de vida

intensa e outro de controlo, e foi comparada a incidência de diabetes aos 3 anos.

A intervenção no estilo de vida foi composta por sessões de treino individual,

exercício aeróbio, dieta e modificações de comportamento. A supervisão foi feita

ao longo das semanas, com 16 visitas. O grupo de controlo recebeu informações

acerca de mudanças do estilo de vida sem controlo individualizado. Após 24

semanas, 38% do grupo da modificação do estilo de vida manteve o seu peso

inicial e 58% reduziu. Esta intervenção produziu uma grande redução ao nível do

peso relativamente aos restantes grupos, e a incidência de diabetes também foi

menor.

Tuomilehto et al (2001) realizaram um estudo similar, com 522 indivíduos,

com idades compreendidas entre os 40 e os 65 anos, com Diminuição da

Tolerância à Glicose e obesidade, e dividiu-os em dois grupos: num submeteu-os

a uma intervenção intensiva no estilo de vida e outro de controlo, seguindo-os por

3,2 anos. A intervenção no estilo de vida incluiu exercício moderado, pelo menos

150 minutos por semana, e perda de peso em pelo menos 5%. Os indivíduos

tinham um plano individualizado de treino supervisionado, com sessões de

exercício aeróbio e um circuito tipo de resistência, 3 vezes por semana. Os

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indivíduos foram acompanhados por nutricionistas 7 vezes durante o primeiro ano

e depois de 3 em 3 meses, a partir desta altura. Os indivíduos foram ainda

aconselhados a ingerir fibras, reduzir em 30% a ingestão de calorias e reduzir as

gorduras saturadas em 10%. Ao grupo de controlo foram dadas informações

gerais de dieta e exercício físico, sem programas individualizados. A maioria dos

indivíduos do grupo de intervenção (86%) obteve benefícios ao nível da tolerância

à glicose e ao nível da diminuição de peso. Comparado com o grupo de controlo, o

grupo de intervenção reduziu a incidência de diabetes em 58%.

Pan (1997), por sua vez, dividiu 577 indivíduos com Diminuição da

Tolerância à Glicose num grupo de controlo e três de intervenção: dieta, exercício

físico, e combinação de dieta e exercício físico. Os indivíduos não eram obesos. O

grupo de intervenção teve sessões de recomendações individuais e em grupo

semanalmente durante 1 mês, depois mensalmente durante 3 meses, e por ultimo,

de 3 em 3 meses. O grupo de controlo recebeu informações gerais sobre diabetes.

A incidência de diabetes no grupo de intervenção com exercício foi de

aproximadamente metade do que no grupo de controlo. O exercício foi mais

efectivo na redução da diabetes nos indivíduos mais magros, mas tanto os mais

magros como aqueles com algum excesso de peso foram beneficiados. A

combinação de dieta e exercício e as alterações apenas na dieta também

reduziram a diabetes significativamente, embora em menor grau.

Posto isto, a opinião dos autores é unânime, em considerar-se que a

actividade física é extremamente valiosa para os indivíduos com diabetes tipo 1 e

tipo 2. Os riscos e os benefícios da actividade física dependem do tipo de

diabetes, programa de tratamento, grau de controlo glicémico e a presença ou

ausência de complicações macrovasculares e microvasculares. A actividade física

é importante em todos os tipos de diabetes e deve-se prescrever pelas mesmas

razões que se deve fomentar para a população em geral (A.D.A., 1998).

Actualmente, todos os médicos recomendam exercício físico aos seus

indivíduos, pois estão conscientes de que, juntamente com a dieta e a medicação,

este constitui um pilar fundamental de tratamento (Boulé et al, 2001). A ADA

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(2002) recomenda programas estruturados que enfatizem alterações no estilo de

vida da população, incluindo educação, redução de peso, actividade física regular

e supervisionamento. Estas alterações podem produzir a longo prazo diminuição

de peso entre 5% e 7% e redução do risco de desenvolver diabetes.

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25

Material e Métodos

Caracterização da Amostra

Para a concretização desta investigação participaram 30 indivíduos com

idades compreendidas entre os 16 e os 68 anos de idade, dois quais 14 eram

portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 e 16 de Diabetes Mellitus tipo 2. A amostra

era bastante heterogénea, quer no respeitante aos anos de evolução da doença (1

- 31), como quanto à idade cronológica (16 – 68).

A amostra foi recolhida na consulta externa do serviço de Endocrinologia do

Hospital de S. João do Porto, de forma aleatória, durante os meses de Fevereiro a

Julho de 2006, quando os doentes se dirigiam ao controlo glicémico efectuado

pela equipa de enfermagem no Hospital.

Como critérios de inclusão estabeleceu-se que deveriam ser doentes cujo

diagnóstico médico da diabetes tenha sido realizado até 1 ano. Foram excluídos

todos aqueles indivíduos que apresentassem patologias associadas que

limitassem, directa ou indirectamente, a prática de actividade física.

No sentido de se realizar este estudo foi pedida autorização à Comissão de

Ética do Hospital de S. João do Porto. Todos os indivíduos foram informados

sobre o objectivo do estudo, dando o seu consentimento informado, tendo sido

garantida confidencialidade sobre os seus dados.

Instrumentos

O instrumento utilizado, de modo a concretizar o objectivo do estudo, foi o

Questionário de Baecke Modificado (Voorrips, 1991) (em anexo) de forma a

conhecer-se quais os níveis de actividade física da população de doentes

diabéticos no momento actual. A investigação foi realizada ao nível de uma

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entrevista, onde foi pedido aos doentes que se reportassem as suas vivências

desde há um ano.

O instrumento foi aplicado por meio de entrevista, realizada sempre pelo

mesmo investigador.

Para além do Questionário de Baecke Modificado, foi ainda utilizada uma

escala visual analógica (em anexo) preenchida pelo médico, para a avaliação da

resposta terapêutica, com uma escala compreendida entre 0 e 10, onde o nível 0

significa dificuldade de controlo da doença e o nível 10 bom controlo da doença.

Foi sempre o mesmo médico a dar a informação acerca do valor em que o

respectivo doente se encontra nesta escala visual analógica. Para realizar esta

apreciação, os critérios pelos quais o médico se guiou foram os valores de

glicemia e de hemoglobina glicada aos longo dos anos.

Procedimento Estatísticos

Após a recolha dos dados foi realizado o tratamento dos mesmos, com

recurso ao programa informático SPSS, versão 14, utilizando-se a estatística

descritiva para a caracterização da amostra. Os dados foram apresentados em

termos de médias ± desvio padrão dos valores absolutos e percentagens.

Posteriormente foi realizada a correlação entre a informação fornecida pelo

médico acerca da resposta terapêutica dos doentes e os dados retirados do

Questionário de Baecke Modificado, através de um teste não paramétrico

(correlação de Spearman).

Para a análise das diferenças entre as médias dos valores dos domínios do

Questionário de Baecke Modificado foi utilizado o Teste de Mann-Whitney.

O nível de significância foi fixado em 5%.

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27

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

A amostra apresentou idades compreendidas entre os 16 e os 68 anos de

idade, com média de 41,6 ± 14,3 anos.

Quando se caracterizou a amostra em função do tipo de diabetes (Quadro

1), foi possível verificar que o tipo 1 foi constituído por 14 elementos, com idades

compreendidas entre os 16 e os 60 anos de idade, com média 32,2 ± 13,1a anos.

O tipo 2 foi constituído por 16 elementos com idades compreendidas entre os 33 e

os 68 anos de idade, com média de 49,8 ± 9,8 anos.

Quadro 1 – Valores médios ± desvio-padrão da idade (anos) dos sujeitos dos três

grupos.

Amostra Nº de Casos Média ± Desvio-padrão %

Tipo 1 14 32,2 ± 13,1 46,7

Tipo 2 16 49,8 ± 9,8 53,3

Amostra Total 30 41,6 ± 14,3 100,0

O tempo de evolução da doença foi bastante heterogéneo (Quadro 2),

situado entre um mínimo de 1 ano e um máximo de 31 anos de evolução, com

uma média de 10,4 ± 8,4 anos.

No que respeita apenas aos doentes com diabetes tipo 1, a evolução da

doença situou-se entre um mínimo de 2 anos e um máximo de 31 anos de

evolução, com uma média de 12,7 ± 9,8 anos. No que concerne aos doentes com

diabetes tipo 2, a evolução da doença situou-se entre um mínimo de 1 ano e um

máximo de 24 anos de evolução, com uma média de 8,4 ± 6,7 anos.

Analisando a amostra na sua totalidade verificou-se que a maioria dos

doentes, de acordo com os anos de evolução da doença, se situava entre os 1 e

os 4 anos de evolução. Da mesma forma, esta predominância verificou-se para os

doentes com diabetes tipo 1. Nos doentes tipo 2 a maioria dos doentes

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encontrava-se nos intervalos de 1 a 4 e 9 a 12 anos de evolução da doença, na

mesma proporção em cada um deles.

Quadro 2 – Distribuição da amostra em função dos anos de evolução da doença e

do tipo de Diabetes Mellitus.

Anos de Evolução Amostra Total Tipo 1 Tipo 2

1 a 4 9 4 5

5 a 8 6 2 4

9 a 12 7 2 5

13 a 16 1 1 0

17 a 20 2 1 1

21 a 24 2 1 1

25 a 28 2 2 0

29 a 31 1 1 0

Total 30 14 16

Na amostra estudada verificou-se que o género feminino predominava com

uma percentagem de 53,3%, relativamente ao género masculino, apresentando

este uma percentagem de 46,7% (Quadro 3). Comparando os tipos de diabetes, o

mesmo se verificou para os indivíduos com diabetes tipo 2; já nos diabéticos tipo 1

predominou o género masculino em detrimento do feminino.

Quadro 3 – Distribuição da amostra em função do género e do tipo de Diabetes

Mellitus.

Amostra total Tipo 1 Tipo 2 Género Nº casos % Nº casos % Nº casos %

Masculino 14 46,7 8 57,1 6 37,5

Feminino 16 53,3 6 42,9 10 62,5

Total 30 100,0 14 100,0 16 100,0

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No que concerne à terapêutica aplicada (Quadro 4), pôde-se verificar que,

tendo em conta a amostra total, a mais utilizada foi a insulina e controlo dietético

com uma percentagem de 46,7%, seguindo-se os anti-diabéticos orais e controlo

dietético, com uma percentagem de 43,3%. As terapêuticas menos utilizadas

foram os anti-diabéticos orais e insulina com controlo dietético, simultaneamente,

e o controlo dietético, isoladamente, com percentagens de 6,7% e 3,3%,

respectivamente. Nos doentes com Diabetes Mellitus tipo 1, a totalidade da

amostra usava a insulina com controlo dietético como terapêutica. Nos doentes

com Diabetes Mellitus tipo 2 existia já alguma variação: 81,3% da amostra usava

os anti-diabéticos orais e controlo dietético; 12,4% utiliza os anti-diabéticos orais e

insulina com controlo dietético simultaneamente; e apenas 6,3% recorriam apenas

ao controlo dietético como forma de terapêutica.

Quadro 4 – Distribuição da amostra em função da terapêutica utilizada e do tipo de

Diabetes Mellitus.

Amostra total Tipo 1 Tipo 2 Terapêutica Nº casos % Nº casos % Nº casos %

ADO + Controlo

Dietético 13 43,3 0 0,0 13 81,3

Insulina + Controlo

Dietético 14 46,7 14 100,0 0 0,0

ADO + Insulina +

Controlo Dietético 2 6,7 0 0,0 2 12,4

Apenas Controlo

Dietético 1 3,3 0 0,0 1 6,3

Total 30 100,0 14 100,0 16 100,0

Relativamente às complicações da diabetes (Quadro 5), a amostra

apresentava as seguintes: Retinopatia diabética, Neuropatia diabética, Nefropatia

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diabética, Angina de peito, antecedentes de Enfarte do Miocárdio, antecedentes

de Acidente Vascular Cerebral e Hipertensão.

A que apresentou maior incidência na amostra total foi a Retinopatia

diabética com uma percentagem de 30,0%, seguida da Nefropatia diabética, com

23,3 %. As menos verificadas foram os antecedentes de Enfarte do Miocárdio e a

Hipertensão, ambas com 3,3%. Os doentes com Diabetes Mellitus tipo 1

apresentavam apenas Retinopatia diabética e Nefropatia diabética, com

percentagens de 28,6% e 14,3 %, respectivamente. Os doentes com Diabetes

Mellitus tipo 2 apresentavam bastantes mais complicações da diabetes do que os

doentes com Diabetes Mellitus tipo 1. As complicações que mais se verificaram

foram a Retinopatia e a Nefropatia, ambas com uma percentagem de 31,3%. As

que menos se verificaram foram os antecedentes de Enfarte do Miocárdio e a

Hipertensão, ambas com 6,3%.

Quadro 5 – Distribuição da amostra em função das complicações da diabetes

evidenciadas e do tipo de Diabetes Mellitus.

Amostra total Tipo 1 Tipo 2 Complicações da diabetes Nº

casos %

casos %

casos %

Retinopatia diabética 9 30,0 4 28,6 5 31,3

Neuropatia diabética 2 6,7 0 2 12,5

Nefropatia diabética 7 23,3 2 14,3 5 31,3

Angina 2 6,7 0 0 2 12,5 Doenças

Cardiovasculares Enfarte do

Miocárdio 1 3,3 0 0 1 6,3

Acidente Vascular Cerebral 3 10,0 0 0 3 18,8

Hipertensão 1 3,3 0 0 1 6,3

No que respeita aos dados relativos ao Questionário de Baecke (quadros 6

e 7) aplicado à amostra, nos seus três domínios e à resposta terapêutica dos

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doentes, verificou-se para os doentes diabéticos tipo 1, no que respeita ao Score

de Actividades Domesticas (SAD) uma média de 1,7 ± 0,4, ligeiramente inferior à

média do SAD dos doentes tipo 2 que foi de 1,8 ± 0,4. Ao nível do Score

Desportivo (SD), a média para os diabéticos tipo 1 foi de 1,3 ± 1,3, ligeiramente

superior à média do SD dos diabéticos tipo 2 que foi de 1,1 ± 1,4. No que

concerne ao Score de Actividades de Tempos Livres (STL), nos diabéticos tipo 1 a

média foi de 1,6 ± 0,5, sendo ligeiramente inferior à média do STL dos diabéticos

tipo 2 que foi de 1,8 ± 0,4. No que respeita ao Score Total do Questionário de

Baecke (STQ), as médias para os diabéticos tipo 1 e tipo 2 foram semelhantes,

sendo de 4,6 ± 1,4 e 4,6 ± 1,3, respectivamente. Por último, ao nível da Resposta

Terapêutica, a média para os diabéticos tipo 1 foi de 5,3 ± 2,9, sendo inferior à

média da Resposta Terapêutica dos diabéticos tipo 2, que foi de 6,1 ± 3,1.

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Quadro 6 – Valores individuais e valores médios (± desvio-padrão) do Score de

Actividades Domésticas (SAD), Score Desportivo (SD), Score de Actividades de

Tempos Livres (STL), Score Total do Questionário de Baecke (STQ), Resposta

Terapêutica, Glicemia Plasmática em Jejum (GPJ) e Hemoglobina Glicada (A1c)

relativos aos diabéticos tipo 1.

Indivíduos SAD SD STL STQ Resposta

TerapêuticaGPJ A1c

1 1,3 3 2 6,3 8,1 221 7,2

2 2,2 3 2 7,2 7,4 143 7,5

3 1,2 0 1 2,2 7,7 99 7,2

4 1,5 3 2 6,5 9,0 97 7,3

5 1,8 2 1 4,8 8,9 97 6,2

6 1,5 0 2 3,5 2,6 223 8,9

7 1,5 2 1 4,5 7,1 136 7,8

8 1,3 2 1 4,3 2,8 179 8,4

9 2,1 0 2 4,1 0,8 232 10,2

10 2,1 0 2 4,1 5,6 229 9,9

11 2,5 0 1 3,5 2,7 224 9,7

12 2,2 0 2 4,2 2,2 251 8,4

13 1,9 3 1 5,9 7,5 142 7,4

14 1,7 0 2 3,7 1,8 255 9,0

Valores

médios 1,7 ± 0,4 1,3 ± 1,3 1,6 ± 0,5 4,6 ± 1,4 5,3 ± 2,9 181± 60 8,2 ± 1,2

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Quadro 7 – Valores individuais e valores médios (± desvio-padrão) do Score de

Actividades Domésticas (SAD), Score Desportivo (SD), Score de Actividades de

Tempos Livres (STL), Score Total do Questionário de Baecke (STQ), Resposta

Terapêutica, Glicemia Plasmática em Jejum (GPJ) e Hemoglobina Glicada (A1c)

relativos aos diabéticos tipo 2.

Indivíduos SAD SD STL STQ Resposta

TerapêuticaGPJ A1c

1 1,0 5 2 8,0 9,0 99 6,8

2 1,8 2 1 4,8 8,5 130 6,9

3 1,3 0 2 3,3 4,6 211 8,7

4 1,5 2 2 5,5 6,8 218 7,3

5 0,6 0 2 2,6 6,5 327 10,3

6 0,8 0 2 2,8 0,9 267 9,3

7 2,3 2 2 6,3 7,8 103 5,8

8 2,4 2 1 5,4 9,2 137 6,4

9 0,7 2 1 3,7 7,2 135 7,6

10 2,1 0 2 4,1 8,9 100 5,1

11 2,6 0 2 4,6 1,4 263 11,3

12 1,7 2 1 4,7 9,1 102 5,4

13 2,1 0 2 4,1 8,3 200 8,4

14 2,5 0 2 4,5 2,2 234 10,9

15 2,3 0 2 4,3 0,5 237 9,5

16 3,0 0 2 5,0 7,1 164 8,3

Valores

médios 1,8 ± 0,7 1,1 ± 1,4 1,8 ± 0,4 4,6 ± 1,3 6,1 ± 3,1 183 ± 71 8,0 ± 1,9

Quando aplicado o teste estatístico de Mann-Whitney, não se verificou

quaisquer diferenças entre as médias nos três domínios do questionário.

Quando se analisou a amostra no seu todo (Quadro 8) verificou-se que o

Score Total do Questionário de Baecke se correlacionava positivamente com a

resposta terapêutica dos doentes (0,582; p<0,01) e negativamente com a glicemia

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plasmática em jejum (-0,447; p<0,05) e com a hemoglobina glicada (-0,521,

p<0,01).

Quadro 8 – Valores de correlações obtidas (e valores de p) entre os resultados do

Questionário de Baecke, a Resposta Terapêutica, os valores de Glicemia

Plasmatica em Jejum (GPJ) e Hemoglobina Glicada (A1c) em função do tipo em

função do tipo de Diabetes Mellitus.

Indivíduos da

Amostra

Questionário de Baecke

Resposta Terapêutica

p GPJ p A1c p

SAD -0,186 (p>0,05) 0,150 (p>0,05) 0,149 (p>0,05)

SD 0,712 (p<0,01) -0,613 (p<0,01) -0,644 (p<0,01)

STL -0,360 (p>0,05) 0,474 (p<0,01) 0,364 (p<0,05)

Amostra

Total

STQ 0,582 (p<0,01) -0,447 (p<0,05) -0,521 (p<0,01)

SAD -0,396 (p>0,05) 0,441 (p>0,05) 0,489 (p>0,05)

SD 0,717 (p<0,01) -0,625 (p<0,05) -0,653 (p<0,05)

STL -0,286 (p>0,05) 0,520 (p>0,05) 0,323 (p>0,05)

Diabetes

Mellitus

Tipo 1

STQ 0,577 (p<0,05) -0,450 (p>0,05) -0,512 (p>0,05)

SAD -0,093 (p>0,05) -0,015 (p>0,05) 0,069 (p>0,05)

SD 0,805 (p<0,01) -0,653 (p<0,01) -0,656 (p<0,01)

STL -0,564 (p<0,05) 0,407 (p>0,05) 0,438 (p>0,05)

Diabetes

Mellitus

Tipo 2

STQ 0,624 (p<0,01) -0,531 (p<0,05) -0,496 (p>0,05)

No que respeita às correlações obtidas entre o Score da Actividade

Doméstica e a terapêutica dos doentes a correlação foi negativa, de -0,186, e sem

significado estatístico. No que concerne ao Score Desportivo e terapêutica dos

doentes, a correlação foi bastante elevada e positiva, de 0,712, com significado

estatístico (p<0,01). Ao nível do Score da Actividade de Tempos Livres e

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terapêutica dos doentes, a correlação existente foi negativa e moderada, de -

0,360, sem significado estatístico.

Ao nível dos diabéticos tipo 1 (Quadro 8), e no que se refere ao Score Total

do Questionário de Baecke e terapêutica dos doentes, a correlação existente foi

positiva e elevada, de 0,577, com significado estatístico (p<0,05). No que respeita

às correlações obtidas entre o Score da Actividade Doméstica e a terapêutica dos

doentes, verificou-se uma correlação negativa de -0,396, sem significado

estatístico. No que concerne ao Score Desportivo e terapêutica dos doentes, a

correlação foi bastante elevada e positiva, de 0,717, com significado estatístico

(p<0,01). Ao nível do Score da Actividade de Tempos Livres e terapêutica dos

doentes, a correlação existente foi negativa e moderada, de -0,286, significado

estatístico.

Ao nível dos diabéticos tipo 2 (Quadro 8), e no que respeita às correlações

obtidas entre o Score Total do Questionário de Baecke e terapêutica dos doentes,

a correlação existente foi positiva e elevada, de 0,624, com significado estatístico

(p<0,01). Ao nível do Score da Actividade Doméstica e a terapêutica dos doentes,

a correlação encontrada foi negativa e muito baixa, de -0,093, sem significado

estatístico. No que concerne ao Score Desportivo e terapêutica dos doentes, a

correlação apresentada foi positiva e bastante elevada, de 0,805, com significado

estatístico (p<0,01). Ao nível do Score da Actividade de Tempos Livres e

terapêutica dos doentes, a correlação existente foi negativa e elevada, de -0,564,

com significado estatístico (p<0,05).

No que respeita à amostra total (Quadro 8), ao nível do Score Total do

Questionário de Baecke e os valores de glicemia plasmática em jejum dos

doentes, a correlação obtida foi negativa, de -0,447, com significado estatístico

(p<0,05). No que respeita às correlações obtidas entre o Score da Actividade

Doméstica e os valores de glicemia plasmática em jejum dos doentes a correlação

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foi positiva, 0,150 e sem significado estatístico. No que concerne ao Score

Desportivo e os valores de glicemia plasmática em jejum dos doentes a correlação

foi negativa e elevada, de -0,613, com significado estatístico (p<0,01). Ao nível do

Score da Actividade de Tempos Livres e os valores de glicemia plasmática em

jejum dos doentes a correlação encontrada foi positiva, de 0,474, com significado

estatístico (p<0,01).

Ao nível do Score Total do Questionário de Baecke e os valores de

hemoglobina glicada dos doentes, a correlação obtida foi negativa, de -0,521, com

significado estatístico (p<0,01). No que respeita às correlações obtidas entre o

Score da Actividade Doméstica e os valores de hemoglobina glicada dos doentes

a correlação foi positiva, 0,149 e sem significado estatístico. No que concerne ao

Score Desportivo e os valores de hemoglobina glicada dos doentes a correlação

foi negativa e elevada, de -0,644, com significado estatístico (p<0,01). Ao nível do

Score da Actividade de Tempos Livres e os valores de hemoglobina glicada dos

doentes a correlação encontrada foi positiva, de 0,364, com significado estatístico

(p<0,05).

Ao nível dos diabéticos tipo 1 (Quadro 8), e no que se refere ao Score Total

do Questionário de Baecke e valores da glicemia plasmática em jejum dos

doentes, a correlação existente foi negativa e elevada, de -0,450, sem significado

estatístico. No que respeita às correlações obtidas entre o Score da Actividade

Doméstica e os valores de glicemia plasmática em jejum dos doentes, verificou-se

uma correlação positiva de 0,441, sem significado estatístico. No que concerne ao

Score Desportivo e valores de glicemia plasmática em jejum dos doentes, a

correlação foi negativa, de -0,625, com significado estatístico (p<0,05). Ao

nível do Score da Actividade de Tempos Livres e valores de glicemia plasmática

em jejum dos doentes, a correlação existente foi positiva, de 0,520, sem

significado estatístico.

Ao nível dos diabéticos tipo 1 (Quadro 11), e no que se refere ao Score

Total do Questionário de Baecke e valores de hemoglobina glicada dos doentes, a

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correlação existente foi negativa, de -0,512, sem significado estatístico. No que

respeita às correlações obtidas entre o Score da Actividade Doméstica e os

valores de hemoglobina glicada dos doentes, verificou-se uma correlação positiva

de 0,489, sem significado estatístico. No que concerne ao Score Desportivo e

valores de hemoglobina glicada dos doentes, a correlação foi negativa, de -0,653,

com significado estatístico (p<0,05). Ao nível do Score da Actividade de Tempos

Livres e valores de hemoglobina glicada dos doentes, a correlação existente foi

positiva, de 0,323, sem significado estatístico.

Ao nível dos diabéticos tipo 2 (Quadro 8), e no que respeita às correlações

obtidas entre o Score Total do Questionário de Baecke e os valores de glicemia

plasmática em jejum dos doentes, a correlação existente foi negativa, de -0,531,

com significado estatístico (p<0,05). Ao nível do Score da Actividade Doméstica e

valores de glicemia plasmática em jejum dos doentes, a correlação encontrada foi

negativa, de -0,015, sem significado estatístico. No que concerne ao Score

Desportivo e valores da glicemia plasmática em jejum dos doentes, a correlação

apresentada foi negativa e bastante elevada, de -0,653, com significado estatístico

(p<0,01). Ao nível do Score da Actividade de Tempos Livres e valores de glicemia

plasmática em jejum dos doentes, a correlação existente foi positiva, de 0,407,

sem significado estatístico.

Ao nível dos diabéticos tipo 2 (Quadro 8), e no que respeita às correlações

obtidas entre o Score Total do Questionário de Baecke e os valores de

hemoglobina glicada dos doentes, a correlação existente foi negativa, de -0,496,

sem significado estatístico. Ao nível do Score da Actividade Doméstica e valores

de hemoglobina glicada dos doentes, a correlação encontrada foi positiva, de

0,069, sem significado estatístico. No que concerne ao Score Desportivo e valores

de hemoglobina glicada dos doentes, a correlação apresentada foi negativa e

bastante elevada, de -0,656, com significado estatístico (p<0,01). Ao nível do

Score da Actividade de Tempos Livres e valores de hemoglobina glicada dos

doentes, a correlação existente foi positiva, de 0,438, sem significado estatístico.

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DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Este estudo permitiu recolher dados a partir de uma amostra de 30

elementos. Estamos conscientes de que o número de elementos da amostra é

bastante reduzido e que esta não é representativa do universo da qual foi retirada

(30/5000), não se podendo generalizar os resultados obtidos. No entanto, mesmo

estando cientes do erro que pode existir, estes resultados foram favoráveis ao

objectivo do nosso estudo. Devemos referir ainda, que o facto da amostra ser

bastante heterogénea e variada, faz com a correlação que se encontrou seja mais

forte.

A opção de limitar o diagnóstico a pelo menos um 1 ano surgiu no sentido

de considerarmos ser o mínimo de tempo para que o médico pudesse ter os

dados suficientes acerca do doente, para poder, com clareza, apresentar em que

nível de resposta terapêutica o mesmo se encontrava.

Atendendo à população em estudo e às condições de realização do

mesmo, optou-se pela utilização do Questionário de Baecke Modificado, que se

destina a avaliar a actividade física em populações idosas (Voorrips, 1999). A

opção por este questionário em detrimento de outros, recaiu sobre o facto de ser

facilmente aplicado, de tratar actividades muito concretas do dia a dia do

indivíduo, diminuindo de algum modo o erro ao nível da resposta dada pelos

doentes (Pols et al, 1996). Este questionário é bastante utilizado em estudos

epidemiológicos, precisamente por ser de fácil aplicabilidade (Voorrips, 1999).

Trata-se ainda de um instrumento que pode ser utilizado para medir a actividade

física de um modo rápido e de claro entendimento. No nosso estudo, a aplicação

do questionário foi realizada através de entrevista e não se encontrou qualquer

contrariedade na sua aplicabilidade. O questionário é composto por 3 partes que

incluem perguntas relacionadas com a actividade física desenvolvida em

actividades domésticas, desporto e de ocupação de tempos livres. As actividades

domésticas, na perspectiva do questionário, são todo o tipo de actividades que se

desenvolvem com o cuidado da casa, família e deslocações (compras,

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deslocações pela cidade) efectuadas durante uma semana. As actividades

desportivas consistem na prática de desporto realizado de modo estruturado e

formal, enquanto que as actividades desenvolvidas nos tempos livres são todas e

quaisquer actividades que impliquem gasto energético e que seja de acordo com o

gosto dos indivíduos (caminhada, corrida).

O primeiro grupo de questões avalia as actividades domésticas e pediu-se

aos indivíduos que se referissem às actividades realizadas no seu dia-a-dia. As

respostas a estas perguntas foram dadas por uma escala de Lickert com 5 pontos,

em que o valor 1 corresponde à pontuação mais baixa e o valor 5 à pontuação

mais elevada. O resultado final desta parte do questionário foi obtido através da

média das somas das pontuações atribuídas às diversas questões. No segundo e

terceiro grupos, foi perguntado aos doentes quais as actividades desportivas e de

tempos livres que estes praticam ao longo do ano. Nestes dois grupos, as

actividades são analisadas com base no tipo de actividade desenvolvida, horas

dispendidas nessa actividade e no período de tempo durante o ano em que essa

actividade é desenvolvida, recorrendo-se depois à tabela de códigos para o

questionário (ver anexo). A quantificação final foi obtida através do somatório das

diferentes actividades referidas pelo indivíduo. Este processo foi de fácil

resolução, visto todos os passos a realizar estarem muito bem definidos no

instrumento.

Para além do Questionário de Baecke Modificado, foi utilizada uma escala

visual analógica para a avaliação do controlo da doença. Sabemos que esta

escala não está validada para o objectivo deste trabalho e estamos conscientes do

erro que este facto acarreta. Sabemos também que a opinião dada pelo médico

será pessoal, portanto subjectiva, tratando-se de uma apreciação qualitativa. No

entanto, esta escala foi preenchida sempre pelo mesmo médico, no sentido de

fazer com que o erro fosse semelhante em todos os dados recolhidos. Além disso,

os critérios utilizados pelo médico para avaliar a resposta terapêutica foram

sempre os mesmos para todos dos doentes e são bastante objectivos. Assim

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sendo, parece-nos uma metodologia simples e de fácil manuseamento e controlo,

com a qual se conseguiu trabalhar e possibilitou retirar resultados pertinentes.

Após a recolha da informação procedeu-se à análise estatística dos dados

obtidos. A opção recaiu sobre a utilização de testes não paramétricos, uma vez

que não necessitam de requisitos tão fortes como testes paramétricos. Estes

testes são úteis em situações em que as amostras são pequenas, que é o nosso

caso. No entanto, apresentam como desvantagem não serem tão potentes, isto é,

não encontram tantas diferenças entre os dados, quando elas podem existir. Mas,

mesmo assim, os resultados que obtivemos através destes testes foram bastante

relevantes.

A população em análise consistia em 30 indivíduos, de ambos os géneros,

situados numa faixa etária dos 16 aos 68 anos, o que torna a população bastante

variada no que respeita a este parâmetro. Analisando os tipos de diabetes mais

pormenorizadamente, verificou-se que a média de idades dos diabéticos tipo 2

(49,8 ± 9,8) foi superior à média de idades dos diabéticos tipo 1 (32,2 ± 13,1). Este

facto está de acordo com os dados referidos na literatura de que a diabetes tipo 2

tem uma incidência crescente em indivíduos de meia-idade, enquanto que a

diabetes tipo 1 tem incidência em indivíduos jovens e adultos jovens (Direcção

Geral de Saúde, 2002).

Analisando de um modo mais especifico os resultados totais obtidos pelo

Questionário de Baecke Modificado, verificamos que a média do STQ do nosso

estudo é, comparativamente com outros estudos, mais baixa. Num estudo

realizado por Pols et al (1996), numa população de 33 mulheres com idades

compreendidas entre 51 e 71 anos de idade, a média do STQ foi de 7, 4. Num

outro estudo, desta vez realizado por Bezner (1999), com uma amostra composta

por 243 elementos, a média do STQ foi de 6,5 para os indivíduos sedentários

(n=54), 8,2 para indivíduos que realizam actividade física orientada (N=134), e de

10,0 para indivíduos muito activos fisicamente (n=34). Num estudo realizado por

Venâncio (2004), com 46 idosas inseridas no Programa de Actividade Física para

a 3ª Idade da Câmara Municipal do Porto em colaboração com o Gabinete de

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Recreação e Tempos Livres da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação

Física da Universidade do Porto, cuja amostra foi dividida em dois grupos

(Ginastica de Manutenção e Musculação), a média do STQ obtida foi de 9,46 e

9,98, respectivamente. Num estudo realizado por Sousa (2005), com uma amostra

de 150 indivíduos diabéticos tipo 2, também constituída por doentes da consulta

externa do serviço de Endocrinologia do Hospital de S. João, com idades

compreendidas entre os 40 e os 89 anos de idade, a média do STQ obtida foi de

5,3. No nosso estudo, a média do STQ foi semelhante em ambos os tipos de

diabetes (4,6), ou seja, a diferença entre as médias destes dois grupos não é

estatisticamente significativa. Comparando os nossos resultados com os dos

estudos acima referidos é possível aferir que estamos perante uma população de

diabéticos com índices de actividade física muito baixos. Desta forma, parece ser

necessário dinamizar cada vez mais a actividade física na população em geral, e

particularmente nos doentes com diabetes. Isto porque se tem vindo a demonstrar

que esta tem um papel importante na prevenção primária da diabetes, na

prevenção de complicações, nomeadamente cardiovasculares, bem como na

própria terapêutica da diabetes (Duarte et al, 2002).

No que respeita aos scores obtidos nos três domínios do questionário

verificou-se nos dois tipos de diabetes, que o score mais baixo foi o referente as

actividades desportivas. Mais uma vez podemos afirmar que se trata de uma

população sem hábitos de prática desportiva. Note-se que dos 14 indivíduos com

diabetes tipo 1, 7 não praticam actividade física e que em 16 indivíduos com

diabetes tipo 2, 9 não praticam actividade física. No estudo realizado por Sousa

(2005), os valores encontrados são consonantes com os verificados nesta

amostra. Este facto talvez se explique pela idade da população em estudo. A

média de idades da amostra é superior a 40 anos de idade (41,6 ± 14,3). Embora

não saibamos o passado desportivo da nossa amostra, o que normalmente

acontece é que os indivíduos que não tenham praticado actividade física ao longo

das suas vidas, mais dificilmente o farão na idade adulta. Shepard (1998), refere

que a actividade física realizada na infância e na juventude pode ter uma

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influência decisiva na vida activa das pessoas à medida que vão envelhecendo.

Por outro lado, há ainda que considerar que a Diabetes Mellitus ocasiona uma

diminuição da funcionalidade e qualidade de vida dos doentes (Caruso et al, 2000)

e que, segundo a ADA (2004), indivíduos com maior número de anos de evolução

da doença, conjuntamente com o processo de envelhecimento, apresentam níveis

de actividade física mais baixos do que aqueles que apresentam poucos anos de

evolução da mesma. Estes factores estão presentes na população em estudo, por

um lado a maioria da amostra é de meia-idade e por outro apresentam um número

de anos de evolução da doença em média elevado (10,4 ± 8,4).

Os scores referentes às actividades domésticas e de tempos livres

apresentam valores semelhantes quer nos diabéticos tipo 1 (1,7 ± 0,4 e 1,6 ± 0,5

respectivamente) quer nos diabéticos tipo 2 (1,8 ± 0,7 e 1,8 ± 0,4

respectivamente), não havendo assim nenhum score que contribua de forma

decisiva para os valores totais do questionário. No entanto, importa referir que no

último grupo, referente às actividades de tempos livres, todos os elementos da

amostra referiram ter como hábito realizar caminhada. Embora não se trate de

uma população que ocupe os seus tempos livres de um modo activo, nota-se que

provavelmente se têm vindo a preocupar com a alteração dos seus

comportamentos, talvez por indicação médica ou mesmo por iniciativa própria.

Estas modificações podem ser devidas ao facto de os profissionais de saúde

começarem a ter consciência dos efeitos benefícios da prática de actividade física

e passarem essa ideia aos utentes ou ao conhecimento geral que a população foi

adquirindo por si mesma.

Após a realização do tratamento estatístico dos dados foi possível observar

algumas correlações bastante interessantes no que respeita ao Questionário de

Baecke Modificado e aos seus domínios, quando correlacionados com a resposta

terapêutica dos indivíduos. Foi possível verificar que não foram encontradas

correlações estatisticamente significativas entre o SAD e o STL quando

correlacionados com a resposta terapêutica dos doentes. Aliás, na maioria dos

casos, os valores obtidos foram negativos. Apenas a correlação encontrada entre

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o STL e a resposta terapêutica nos diabéticos tipo 2 apresentou significado

estatístico (-0,564; p<0,05), também negativo. Este resultado, vem contrariar um

pouco o que foi referido anteriormente no que respeita às actividades de tempos

livres realizadas pela amostra em causa. No entanto, este facto pode ser devido à

reduzida amostra do estudo que pode condicionar as correlações encontradas.

Assim sendo, estas actividades parecem não estar relacionadas com a eficácia

terapêutica dos elementos da amostra.

Por outro lado, quando analisamos o SD foi possível perceber que este, nos

dois tipos de diabetes, se correlaciona positivamente com a resposta terapêutica

dos doentes. No entanto a correlação é um pouco superior para os diabéticos tipo

2 (0,805; p<0,01) do que para os diabéticos tipo 1 (0,717;p<0,01). Do mesmo

modo, ao analisarmos o STQ e a terapêutica dos pacientes a correlação existente

também é positiva e bastante elevada para os dois tipos de diabetes. Porém, é

mais marcada ao nível dos diabéticos tipo 2 (0,624; p<0,01) do que nos diabéticos

tipo 1 (0,577; p<0,05). Os valores do STQ são inferiores aos do SD, apenas

porque o primeiro engloba os três domínios do questionário. Mas mesmo assim,

são relevantes e com significado estatístico.

Quando analisamos os valores de glicemia plasmática em jejum e

hemoglobina glicada (dados concretos dos doentes), também se encontram

algumas correlações interessantes. Foi possível verificar ao nível da amostra total

que o SAD apresenta uma correlação positiva tanto com a glicemia plasmática em

jejum como com a hemoglobina glicada, embora sem significado estatístico (0,150

e 0,149, p>0,05 respectivamente). Também o STL apresentou correlação positiva

com a glicemia plasmática em jejum e com a hemoglobina glicada, mas desta vez

com significado estatístico (0,474, p<0,01; 0,364, <0,05, respectivamente).

Contrariamente, tanto o SD como o SQ apresentaram correlações negativas e

bastante elevadas com a glicemia plasmática em jejum e com a hemoglobina

glicada. Quando verificamos os diferentes tipos de diabetes, as correlações são

semelhantes em termos de significado estatístico. No entanto, este facto não

contraria o que foi observado ao nível das correlações com a resposta terapêutica.

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Estas correlações surgem negativas, uma vez que os valores de glicemia

plasmática em jejum e hemoglobina glicada dos nossos grupos da amostra são

muito elevados. Ao nível de diabéticos tipo 1, temos 7 elementos com valores de

glicemia plasmática em jejum acima dos 200 mg/dl e valores de hemoglobina

glicada acima de 8mmol/l. Por sua vez, nos diabéticos tipo 2, temos 7 elementos

com valores de glicemia plasmática em jejum acima dos 200 mg/dl e 8 elementos

com valores de hemoglobina glicada acima de 8mmol/l. Deste modo, sendo a

correlação entre estes dados com o SD e o SQ significativamente negativa,

significa que elevados índices de actividade física podem reduzir os valores de

glicemia plasmática em jejum e hemoglobina glicada, para valores mais

controlados. Quando observamos as correlações com o SAD e o STL nos

diferentes tipos de diabetes, estas são quase todas positivas sem significado

estatísticos, à excepção da correlação do SAD nos diabéticos tipo 2 que, embora

negativa, também não é estatisticamente significativa. Isto significa que estas

actividades não contribuem decisivamente para a redução dos valores de glicemia

plasmática em jejum e hemoglobina glicada.

Assim sendo, podemos afirmar que as actividades desportivas organizadas

parecem ser aquelas que mais poderão condicionar uma resposta terapêutica

favorável dos doentes.

Na prática regular de exercício físico, são vários os mecanismos fisiológicos

que produzem efeitos benefícios a médio e a longo prazo. Esta parece diminuir o

peso, melhorar a sensibilidade à insulina, diminuir a hiperinsulinemia, diminuir as

necessidades de insulina, aumentar o armazenamento de glicogénio, aumentar o

consumo máximo de oxigénio, aumentar o transporte de oxigénio, melhorar a

circulação periférica, diminuir a tensão arterial, melhorar a dinâmica cardíaca,

diminuir a incidência de doença coronária, diminuir os triglicerídeos e melhorar o

perfil lipídico (Pignatelli e Carvalho, 2004). No entanto, é preciso estar ciente de

que a actividade física não produz só benefícios. Esta pode acarretar riscos, os

quais em determinadas circunstâncias, podem pôr em risco a própria vida dos

pacientes (Duarte et al, 2002). Importa assim, que se tenha bastante atenção na

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escolha do tipo de exercício que os pacientes devem realizar. A frequência e

intensidade do exercício e da terapêutica, assim como o estado de saúde e idade

do paciente devem ser aspectos a ter em conta. Ao prescrever-se o exercício

físico a um diabético, também é obrigatório uma avaliação cuidadosa sobre a

presença de complicações tardias. Deste modo, este processo deve ser

meticuloso, individualizado e realizado pelos indivíduos especialistas.

Os resultados que obtivemos mostram que o exercício é extremamente

importante nos indivíduos com diabetes tipo 2, e por isso deve implementado em

todas as idades. O mesmo se verificou para os diabéticos tipo 1, no entanto com

valores ligeiramente inferiores. Este facto explica-se pelas características da

diabetes tipo 1. É importante que se perceba que o exercício físico é benéfico para

estes indivíduos quando eles se encontram bem controlados. Caso contrário, pode

ser nefasto devido às hipoglicemias e ao agravamento das hiperglicemias /

cetoacidoses (Pignatelli e Carvalho, 2004). Estes resultados encontrados, vão de

encontro a vários estudos já realizados nesta temática (Wallberg-Henriksson,

1982; Zinman, 1984; Boulé et al, 2001; Fritz et al, 2005; Krook, 2003; Pigman et al,

2002).

Torna-se assim indispensável, que sejam desenvolvidas várias estratégias

para que haja um acréscimo dos níveis de actividade física da população em

geral, e especialmente dos indivíduos diabéticos. Segundo o The Diabetes

Prevention Program (2002), a modificação intensiva do estilo de vida reduz o risco

de desenvolver diabetes, tornando-se necessário desenvolver estratégias práticas

e efectivas para identificação e tratamento destes indivíduos de modo a poderem

beneficiar destas intervenções ainda numa fase anterior ao desenvolvimento da

doença. Existem já alguns estudos que têm procurado demonstrar a eficácia da

modificação do estilo de vida, nomeadamente o aumento da actividade física na

prevenção da Diabetes Mellitus, que têm obtido resultados interessantes e

favoráveis a esta concepção (Pan, 1997; Tuomilehto et al, 2001; Knowler et al,

2002).

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46

Deste modo, pelos dados resultantes deste estudo, parece que para

prevenir a diabetes se recomenda redução do peso corporal, realização de

actividade física moderada a intensa e um controlo alimentar saudável. Tem-se

demonstrado que a actividade física normaliza a glicose sanguínea, diminuindo a

resistência e melhorando a sensibilidade à insulina (Pigman et al, 2002; KrooK,

2003; Fritz et al, 2005). Tem-se evidenciado que indivíduos fisicamente activos

apresentam menor probabilidade de desenvolver diabetes do que indivíduos

sedentários (Pan, 1997; Tuomilehto et al, 2001; Knowler et al, 2002).

. Assim sendo, torna-se imprescindível que as equipas de saúde prestem

apoio a estes doentes e se abasteçam do maior número de informação possível

acerca dos riscos e benefícios da actividade física para os diabéticos, para melhor

poderem ajudar os seus pacientes. Para além disso, é normal que estes

profissionais sintam dificuldades na prescrição do exercício, uma vez que a sua

formação académica não contempla este aspecto. Deviam-se incluir especialistas

do exercício para a realização desta função, conhecedor da fisiologia do desporto,

uma vez que fariam prescrições mais concretas e mais individualizadas para cada

doente, tendo em conta as suas características.

Após a elaboração deste estudo, é possível perceber que se deve investir

bastante na prevenção da Diabetes Mellitus e que a actividade física deve ser

parte importante do tratamento desta doença.

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47

CONCLUSÕES

Terminada esta investigação, é possível retirar as seguintes conclusões:

1. Os elementos constituintes da amostra não tinham nas suas rotinas

diárias o hábito de praticar actividade física, nem actividades desportivas

organizadas.

2. Existe uma correlação positiva forte entre o Score Total do Questionário

de Baecke e a resposta terapêutica dos doentes.

3. A correlação existente entre o Score total do Questionário de Baecke

Modificado e particularmente o Score Desportivo com a resposta terapêutica é

mais elevada nos diabéticos tipo 2 do que nos diabéticos tipo 1.

4. Parece ser o Score Desportivo aquele que mais contribui para a eficácia

terapêutica dos doentes.

Assim sendo, atendendo a que existe um elevado número de doentes

diabéticos em Portugal, é imprescindível que se desenvolvam programas no

sentido de fornecer às pessoas informação necessária para que se

consciencializem da necessidade de alterar os seus hábitos de vida, para um

estilo de vida mais activo. Esta mudança de comportamentos levará com certeza a

uma diminuição da incidência da diabetes, bem como a uma melhoria da

qualidade de vida daqueles que já a têm diagnosticada.

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IX

ANEXOS Anexo I – Questionário de Baecke Modificado

QUESTIONÁRIO

Nome: Idade: Data: ACTIVIDADES DOMÉSTICAS (Quais as suas tarefas domésticas? Como as considera?) 1 - Realiza actividades domésticas ligeiras (fazer cama, lavar louça, etc.) 0. Nunca (menos de uma vez por mês) 1. Por vezes (apenas quando não tem ajuda) 2. Frequentemente (algumas vezes com ajuda) 3. Sempre (sozinho ou com ajuda) 2 – Realiza actividades domésticas pesadas (lavar o chão e as janelas, lavar o carro, etc.) 0. Nunca (menos de uma vez por mês) 1. Por vezes (apenas quando não tem ajuda) 2. Frequentemente (algumas vezes com ajuda) 3. Sempre (sozinho ou com ajuda) 3 – Para quantas pessoas você cuida da casa (incluindo você mesmo). (“0” se respondeu “nunca” em Q1 e Q2) 4 – De quantas divisões de casa cuida, incluindo cozinha, quarto, garagem, sótão, casa de banho, etc. (“0” se respondeu “nunca” em Q1 e Q2). 0. Nunca faz trabalho doméstico 1. 1 a 6 divisões 2. 7 a 9 divisões 3. 10 ou mais divisões 5 – Se cuida de alguns, por quantos pisos é que eles se dividem? (“0” se respondeu “nunca” em Q4) 6 – Cozinha habitualmente sozinho ou ajuda alguém neste tipo de tarefa? 0. Nunca 1. Por vezes (1 a 2 vezes por semana) 2. Frequentemente (3 a 5 vezes por semana) 3. Sempre (mais de 5 vezes por semana) 7 – Quantos lanços de escadas sobe por dia? (um lanço inclui 10 escadas) 0. Nunca subo escadas. 1. 1 a 5. 2. 6 a 10. 3. Mais de 10.

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X

8 – Que tipo de transporte utilizada para se deslocar na sua cidade? 0. Nunca saio. 1. Carro. 2. Transporte público. 3. Bicicleta. 4. A pé. 9 – Com que frequência costuma sair de casa ou ir às compras? 0. Nunca ou menos de 1 vez por semana. 1. 1 vez por semana. 2. 2 a 4 vezes por semana. 3. Todos os dias. 10 – Quando vai às compras que tipo de transporte utiliza? 0. Nunca vai às compras. 1. Carro. 2. Transporte público. 3. Bicicleta. 4. A pé.

Score da Actividade doméstica (SAD)=(Q1+Q2+…+Q10)/10 ACTIVIDADES DESPORTIVAS Pratica desporto?

Nome Intensidade Horas Semana

Período Ano Código

Desporto 1 Desporto 2 Desporto 3

Score Desportivo (SD) =∑ (ia*ib*ic)

ACTIVIDADES DE TEMPOS Pratica outro tipo de actividades físicas?

Nome Intensidade Horas Semana

Período Ano Código

Actividade 1 Actividade 2 Actividade 3

Actividade 4 até 6 como a actividade 1

Score da actividade de tempos livres (STL) =∑ (ia*ib*ic)

Score do questionário = SAD+SD+STL

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XI

Anexo II – Escala Visual Analógica

TESTES DE FUNÇÃO AUTONÓMICA CARDÍACA Dados bioquímicos:

Glicemia plasmática em jejum _________________________________ Hemoglobina glicada ________________________________________

Avaliação do Controle Metabólico

__________________________________________

Terapêutica:

ADO INSULINA Outros dados: Retinopatia diabética Sim Não

Neuropatia diabética Sim Não

Nefropatia diabética Sim Não

Doenças cardiovasculares

Angina Sim Não

ICC Sim Não

EM Sim Não

Doenças vasculares periféricas Sim Não

Claudicação Sim Não

Gangrena Sim Não

Outras complicações da diabetes: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Observações: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Colar Vinheta

0 10

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XII

Anexo III – Correlação entre a Resposta Terapêutica e os domínios do

Questionário de Baecke Modificado na amostra total

Correlação entre a Resposta Terapêutica e o SAD na amostra total

Correlations

sad terapeutica

Correlation Coefficient 1,000 -,186

Sig. (2-tailed) . ,326

sad

N 30 30

Correlation Coefficient -,186 1,000

Sig. (2-tailed) ,326 .

Spearman's rho

terapeutica

N 30 30

Correlação entre a Resposta Terapêutica e o SD na amostra total

Correlations sd terapeutica

Correlation Coefficient 1,000 ,712(**) Sig. (2-tailed) . ,000

sd

N 30 30 Correlation Coefficient ,712(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,000 .

Spearman's rho

terapeutica

N 30 30 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed). Correlação entre a Resposta Terapêutica e o STL na amostra total

Correlations stl terapeutica

Correlation Coefficient 1,000 -,360 Sig. (2-tailed) . ,051

stl

N 30 30 Correlation Coefficient -,360 1,000 Sig. (2-tailed) ,051 .

Spearman's rho

terapeutica

N 30 30

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XIII

Correlação entre a Resposta Terapêutica e o STQ na amostra total

Correlations sq terapeutica

Correlation Coefficient 1,000 ,582(**) Sig. (2-tailed) . ,001

sq

N 30 30 Correlation Coefficient ,582(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,001 .

Spearman's rho

terapeutica

N 30 30 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).

Anexo IV – Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e os domínios do

Questionário de Baecke Modificado na amostra total

Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o SAD na amostra total

Correlations sad glicemia

Correlation Coefficient 1,000 ,150 Sig. (2-tailed) . ,428

sad

N 30 30 Correlation Coefficient ,150 1,000 Sig. (2-tailed) ,428 .

Spearman's rho

glicemia

N 30 30

Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o SD na amostra total Correlations sd glicemia

Correlation Coefficient 1,000 -,613(**) Sig. (2-tailed) . ,000

sd

N 30 30 Correlation Coefficient -,613(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,000 .

Spearman's rho

glicemia

N 30 30 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).

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XIV

Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o STL na amostra total

Correlations stl glicemia

Correlation Coefficient 1,000 ,474(**) Sig. (2-tailed) . ,008

stl

N 30 30 Correlation Coefficient ,474(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,008 .

Spearman's rho

glicemia

N 30 30 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).

Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o STQ na amostra total

Correlations sq glicemia

Correlation Coefficient 1,000 -,447(*) Sig. (2-tailed) . ,013

sq

N 30 30 Correlation Coefficient -,447(*) 1,000 Sig. (2-tailed) ,013 .

Spearman's rho

glicemia

N 30 30 * Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).

Anexo V – Correlação entre a Hemoglobina Glicada e os domínios do

Questionário de Baecke Modificado na amostra total

Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o SAD na amostra total

Correlations sad hemoglobina

Correlation Coefficient 1,000 ,149 Sig. (2-tailed) . ,431

sad

N 30 30 Correlation Coefficient ,149 1,000 Sig. (2-tailed) ,431 .

Spearman's rho

hemoglobina

N 30 30

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A Influência da Actividade Física Diária na Eficácia Terapêutica de Doentes com Diabetes Mellitus FADEUP

XV

Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o SD na amostra total

Correlations sd hemoglobina

Correlation Coefficient 1,000 -,644(**) Sig. (2-tailed) . ,000

sd

N 30 30 Correlation Coefficient -,644(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,000 .

Spearman's rho

hemoglobina

N 30 30 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed). Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o STL na amostra total

Correlations stl hemoglobina

Correlation Coefficient 1,000 ,364(*) Sig. (2-tailed) . ,048

stl

N 30 30 Correlation Coefficient ,364(*) 1,000 Sig. (2-tailed) ,048 .

Spearman's rho

hemoglobina

N 30 30 * Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).

Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o STQ na amostra total

Correlations sq hemoglobina

Correlation Coefficient 1,000 -,521(**) Sig. (2-tailed) . ,003

sq

N 30 30 Correlation Coefficient -,521(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,003 .

Spearman's rho

hemoglobina

N 30 30 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).

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XVI

Anexo VI – Correlação entre a Resposta Terapêutica e os domínios do

Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 1

Correlação entre a Resposta Terapêutica e o SAD nos diabéticos tipo 1

Correlations SAD Terapeutica

Correlation Coefficient 1,000 -,396 Sig. (2-tailed) . ,160

SAD

N 14 14 Correlation Coefficient -,396 1,000 Sig. (2-tailed) ,160 .

Spearman's rho

Terapeutica

N 14 14

Correlação entre a Resposta Terapêutica e o SD nos diabéticos tipo 1

Correlations SD Terapeutica

Correlation Coefficient 1,000 ,717(**) Sig. (2-tailed) . ,004

SD

N 14 14 Correlation Coefficient ,717(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,004 .

Spearman's rho

Terapeutica

N 14 14 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).

Correlação entre a Resposta Terapêutica e o STL nos diabéticos tipo 1

Correlations STL Terapeutica

Correlation Coefficient 1,000 -,286 Sig. (2-tailed) . ,321

STL

N 14 14 Correlation Coefficient -,286 1,000 Sig. (2-tailed) ,321 .

Spearman's rho

Terapeutica

N 14 14

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XVII

Correlação entre a Resposta Terapêutica e o STQ nos diabéticos tipo 1

Correlations SQ Terapeutica

Correlation Coefficient 1,000 ,577(*) Sig. (2-tailed) . ,031

SQ

N 14 14 Correlation Coefficient ,577(*) 1,000 Sig. (2-tailed) ,031 .

Spearman's rho

Terapeutica

N 14 14 * Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).

Anexo VII – Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o os domínios do

Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 1

Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o SAD nos diabéticos tipo 1

Correlations sad glicemia

Correlation Coefficient 1,000 ,441 Sig. (2-tailed) . ,114

sad

N 14 14 Correlation Coefficient ,441 1,000 Sig. (2-tailed) ,114 .

Spearman's rho

glicemia

N 14 14

Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o SD nos diabéticos tipo 1

Correlations sd glicemia

Correlation Coefficient 1,000 -,625(*) Sig. (2-tailed) . ,017

sd

N 14 14 Correlation Coefficient -,625(*) 1,000 Sig. (2-tailed) ,017 .

Spearman's rho

glicemia

N 14 14 * Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).

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XVIII

Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o STL nos diabéticos tipo 1

Correlations stl glicemia

Correlation Coefficient 1,000 ,520 Sig. (2-tailed) . ,057

stl

N 14 14 Correlation Coefficient ,520 1,000 Sig. (2-tailed) ,057 .

Spearman's rho

glicemia

N 14 14

Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o STQ nos diabéticos tipo 1

Correlations sq glicemia

Correlation Coefficient 1,000 -,450 Sig. (2-tailed) . ,107

sq

N 14 14 Correlation Coefficient -,450 1,000 Sig. (2-tailed) ,107 .

Spearman's rho

glicemia

N 14 14

Anexo VIII – Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o os domínios do

Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 1

Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o SAD nos diabéticos tipo 1

Correlations sad hemoglobina

Correlation Coefficient 1,000 ,489 Sig. (2-tailed) . ,076

sad

N 14 14 Correlation Coefficient ,489 1,000 Sig. (2-tailed) ,076 .

Spearman's rho

hemoglobina

N 14 14

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XIX

Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o SD nos diabéticos tipo 1

Correlations sd hemoglobina

Correlation Coefficient 1,000 -,653(*) Sig. (2-tailed) . ,011

sd

N 14 14 Correlation Coefficient -,653(*) 1,000 Sig. (2-tailed) ,011 .

Spearman's rho

hemoglobina

N 14 14 * Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).

Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o STL nos diabéticos tipo 1

Correlations stl hemoglobina

Correlation Coefficient 1,000 ,323 Sig. (2-tailed) . ,260

stl

N 14 14 Correlation Coefficient ,323 1,000 Sig. (2-tailed) ,260 .

Spearman's rho

hemoglobina

N 14 14

Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o STQ nos diabéticos tipo 1

Correlations sq hemoglobina

Correlation Coefficient 1,000 -,512 Sig. (2-tailed) . ,061

sq

N 14 14 Correlation Coefficient -,512 1,000 Sig. (2-tailed) ,061 .

Spearman's rho

hemoglobina

N 14 14

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XX

Anexo IX – Correlação entre a Resposta Terapêutica e os domínios do

Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 2

Correlação entre a Resposta Terapêutica e o SAD nos diabéticos tipo 2

Correlations SAD Terapeutica

Correlation Coefficient 1,000 -,093 Sig. (2-tailed) . ,733

SAD

N 16 16 Correlation Coefficient -,093 1,000 Sig. (2-tailed) ,733 .

Spearman's rho

Terapeutica

N 16 16

Correlação entre a Resposta Terapêutica e o SD nos diabéticos tipo 2

Correlations SD Terapeutica

Correlation Coefficient 1,000 ,805(**) Sig. (2-tailed) . ,000

SD

N 16 16 Correlation Coefficient ,805(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,000 .

Spearman's rho

Terapeutica

N 16 16 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).

Correlação entre a Resposta Terapêutica e o STL nos diabéticos tipo 2

Correlations STL Terapeutica

Correlation Coefficient 1,000 -,564(*) Sig. (2-tailed) . ,023

STL

N 16 16 Correlation Coefficient -,564(*) 1,000 Sig. (2-tailed) ,023 .

Spearman's rho

Terapeutica

N 16 16 * Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).

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XXI

Correlação entre a Resposta Terapêutica e o STQ nos diabéticos tipo 2

Correlations SQ Terapeutica

Correlation Coefficient 1,000 ,624(**) Sig. (2-tailed) . ,010

SQ

N 16 16 Correlation Coefficient ,624(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,010 .

Spearman's rho

Terapeutica

N 16 16 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).

Anexo X – Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e os domínios do

Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 2

Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o SAD nos diabéticos tipo 2

Correlations sad glicemia

Correlation Coefficient 1,000 -,015 Sig. (2-tailed) . ,957

sad

N 16 16 Correlation Coefficient -,015 1,000 Sig. (2-tailed) ,957 .

Spearman's rho

glicemia

N 16 16

Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o SD nos diabéticos tipo 2

Correlations sd glicemia

Correlation Coefficient 1,000 -,653(**) Sig. (2-tailed) . ,006

sd

N 16 16 Correlation Coefficient -,653(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,006 .

Spearman's rho

glicemia

N 16 16 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).

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XXII

Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o STL nos diabéticos tipo 2

Correlations stl glicemia

Correlation Coefficient 1,000 ,407 Sig. (2-tailed) . ,118

stl

N 16 16 Correlation Coefficient ,407 1,000 Sig. (2-tailed) ,118 .

Spearman's rho

glicemia

N 16 16

Correlação entre a Glicemia Plasmática em Jejum e o STQ nos diabéticos tipo 2

Correlations sq glicemia

Correlation Coefficient 1,000 -,531(*) Sig. (2-tailed) . ,034

sq

N 16 16 Correlation Coefficient -,531(*) 1,000 Sig. (2-tailed) ,034 .

Spearman's rho

glicemia

N 16 16 * Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed).

Anexo XI – Correlação entre a Hemoglobina Glicada e os domínios do

Questionário de Baecke Modificado nos diabéticos tipo 2

Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o SAD nos diabéticos tipo 2

Correlations sad hemoglobina

Correlation Coefficient 1,000 ,069 Sig. (2-tailed) . ,799

sad

N 16 16 Correlation Coefficient ,069 1,000 Sig. (2-tailed) ,799 .

Spearman's rho

hemoglobina

N 16 16

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XXIII

Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o SD nos diabéticos tipo 2

Correlations sd hemoglobina

Correlation Coefficient 1,000 -,656(**) Sig. (2-tailed) . ,006

sd

N 16 16 Correlation Coefficient -,656(**) 1,000 Sig. (2-tailed) ,006 .

Spearman's rho

hemoglobina

N 16 16 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).

Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o STL nos diabéticos tipo 2

Correlations stl hemoglobina

Correlation Coefficient 1,000 ,438 Sig. (2-tailed) . ,089

stl

N 16 16 Correlation Coefficient ,438 1,000 Sig. (2-tailed) ,089 .

Spearman's rho

hemoglobina

N 16 16

Correlação entre a Hemoglobina Glicada e o STQ nos diabéticos tipo 2

Correlations sq hemoglobina

Correlation Coefficient 1,000 -,496 Sig. (2-tailed) . ,051

sq

N 16 16 Correlation Coefficient -,496 1,000 Sig. (2-tailed) ,051 .

Spearman's rho

hemoglobina

N 16 16

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XXIV

Anexo XII – Valores médios (± desvio-padrão) dos domínios do Questionário de

Baecke Modificado nos diabéticos tipo 1

Valores médios (± desvio-padrão) do SAD nos diabéticos tipo 1

Descriptives Statistic Std. Error VAR00001 Mean 1,7714 ,10815 95% Confidence

Interval for Mean Lower Bound 1,5378

Upper Bound 2,0051

5% Trimmed Mean 1,7627 Median 1,7500 Variance ,164 Std. Deviation ,40464 Minimum 1,20 Maximum 2,50 Range 1,30 Interquartile Range ,68 Skewness ,218 ,597 Kurtosis -1,127 1,154

Valores médios (± desvio-padrão) do SD nos diabéticos tipo 1

Descriptives Statistic Std. Error VAR00001 Mean 1,2857 ,36956 95% Confidence

Interval for Mean Lower Bound ,4873

Upper Bound 2,0841

5% Trimmed Mean 1,2619 Median 1,0000 Variance 1,912 Std. Deviation 1,38278 Minimum ,00 Maximum 3,00 Range 3,00 Interquartile Range 3,00 Skewness ,216 ,597 Kurtosis -2,018 1,154

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XXV

Valores médios (± desvio-padrão) do STL nos diabéticos tipo 1

Descriptives Statistic Std. Error VAR00001 Mean 1,5714 ,13725 95% Confidence

Interval for Mean Lower Bound 1,2749

Upper Bound 1,8679

5% Trimmed Mean 1,5794 Median 2,0000 Variance ,264 Std. Deviation ,51355 Minimum 1,00 Maximum 2,00 Range 1,00 Interquartile Range 1,00 Skewness -,325 ,597 Kurtosis -2,241 1,154

Valores médios (± desvio-padrão) do STQ nos diabéticos tipo 1

Descriptives Statistic Std. Error VAR00001 Mean 4,6286 ,36861 95% Confidence

Interval for Mean Lower Bound 3,8322

Upper Bound 5,4249

5% Trimmed Mean 4,6206 Median 4,2500 Variance 1,902 Std. Deviation 1,37920 Minimum 2,20 Maximum 7,20 Range 5,00 Interquartile Range 2,35 Skewness ,406 ,597 Kurtosis -,277 1,154

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XXVI

Anexo XIII – Valores médios (± desvio-padrão) da Resposta Terapêutica nos

diabéticos tipo 1

Descriptives Statistic Std. Error VAR00001 Mean 5,3000 ,79573 95% Confidence

Interval for Mean Lower Bound 3,5809

Upper Bound 7,0191

5% Trimmed Mean 5,3444 Median 6,3500 Variance 8,865 Std. Deviation 2,97735 Minimum ,80 Maximum 9,00 Range 8,20 Interquartile Range 5,30 Skewness -,197 ,597 Kurtosis -1,826 1,154

Anexo XIV – Valores médios (± desvio-padrão) da Glicemia Plasmática em Jejum

nos diabéticos tipo 1

Descriptives Statistic Std. Error glicemia Mean 180,5714 15,95347 95% Confidence

Interval for Mean Lower Bound 146,1060

Upper Bound 215,0368

5% Trimmed Mean 181,0794 Median 200,0000 Variance 3563,187 Std. Deviation 59,69244 Minimum 97,00 Maximum 255,00 Range 158,00 Interquartile Range 103,00 Skewness -,284 ,597 Kurtosis -1,651 1,154

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XXVII

Anexo XV – Valores médios (± desvio-padrão) da Hemoglobina Glicada nos

diabéticos tipo 1 Descriptives Statistic Std. Error hemoglobina Mean 8,2214 ,31834 95% Confidence

Interval for Mean Lower Bound 7,5337

Upper Bound 8,9092

5% Trimmed Mean 8,2238 Median 8,1000 Variance 1,419 Std. Deviation 1,19111 Minimum 6,20 Maximum 10,20 Range 4,00 Interquartile Range 1,90 Skewness ,230 ,597 Kurtosis -,863 1,154

Anexo XVI – Valores médios (± desvio-padrão) dos domínios do Questionário de

Baecke Modificado nos diabéticos tipo 2

Valores médios (± desvio-padrão) do SAD nos diabéticos tipo 2

Descriptives Statistic Std. Error VAR00001 Mean 1,7938 ,18540 95% Confidence

Interval for Mean Lower Bound 1,3986

Upper Bound 2,1889

5% Trimmed Mean 1,7931 Median 1,9500 Variance ,550 Std. Deviation ,74159 Minimum ,60 Maximum 3,00 Range 2,40 Interquartile Range 1,30 Skewness -,274 ,564 Kurtosis -1,082 1,091

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XXVIII

Valores médios (± desvio-padrão) do SD nos diabéticos tipo 2

Descriptives Statistic Std. Error VAR00001 Mean 1,0625 ,35904 95% Confidence

Interval for Mean Lower Bound ,2972

Upper Bound 1,8278

5% Trimmed Mean ,9028 Median ,0000 Variance 2,063 Std. Deviation 1,43614 Minimum ,00 Maximum 5,00 Range 5,00 Interquartile Range 2,00 Skewness 1,420 ,564 Kurtosis 2,298 1,091

Valores médios (± desvio-padrão) do STL nos diabéticos tipo 2

Descriptives Statistic Std. Error VAR00001 Mean 1,7500 ,11180 95% Confidence

Interval for Mean Lower Bound 1,5117

Upper Bound 1,9883

5% Trimmed Mean 1,7778 Median 2,0000 Variance ,200 Std. Deviation ,44721 Minimum 1,00 Maximum 2,00 Range 1,00 Interquartile Range ,75 Skewness -1,278 ,564 Kurtosis -,440 1,091

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XXIX

Valores médios (± desvio-padrão) do STQ nos diabéticos tipo 2

Descriptives Statistic Std. Error VAR00001 Mean 4,6063 ,33197 95% Confidence

Interval for Mean Lower Bound 3,8987

Upper Bound 5,3138

5% Trimmed Mean 4,5292 Median 4,5500 Variance 1,763 Std. Deviation 1,32789 Minimum 2,60 Maximum 8,00 Range 5,40 Interquartile Range 1,50 Skewness ,911 ,564 Kurtosis 1,819 1,091

Anexo XVII – Valores médios (± desvio-padrão) da Resposta Terapêutica nos

diabéticos tipo 2

Descriptives Statistic Std. Error VAR00001 Mean 6,1250 ,78833 95% Confidence

Interval for Mean Lower Bound 4,4447

Upper Bound 7,8053

5% Trimmed Mean 6,2667 Median 7,1500 Variance 9,943 Std. Deviation 3,15331 Minimum ,50 Maximum 9,20 Range 8,70 Interquartile Range 6,00 Skewness -,872 ,564 Kurtosis -,839 1,091

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XXX

Anexo XVIII – Valores médios (± desvio-padrão) da Glicemia Plasmática em Jejum

nos diabéticos tipo 2

Descriptives Statistic Std. Error glicemia Mean 182,9375 17,85391 95% Confidence

Interval for Mean Lower Bound 144,8828

Upper Bound 220,9922

5% Trimmed Mean 179,5972 Median 182,0000 Variance 5100,196 Std. Deviation 71,41566 Minimum 99,00 Maximum 327,00 Range 228,00 Interquartile Range 126,50 Skewness ,396 ,564 Kurtosis -,883 1,091

Anexo XIX – Valores médios (± desvio-padrão) da Hemoglobina Glicada nos

diabéticos tipo 2

Descriptives Statistic Std. Error hemoglobia Mean 8,0000 ,47932 95% Confidence

Interval for Mean Lower Bound 6,9783

Upper Bound 9,0217

5% Trimmed Mean 7,9778 Median 7,9500 Variance 3,676 Std. Deviation 1,91729 Minimum 5,10 Maximum 11,30 Range 6,20 Interquartile Range 2,95 Skewness ,198 ,564 Kurtosis -,939 1,091