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ENTREVISTA Marcelino Guedes, diretor de Dutos e Terminais da TRANSPETRO Ano 3 - Nº 9 Maio/Junho 2006 DESTAQUE PROMINP, incentivo para a Indústria Brasileira

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Page 1: a Indústria Brasileira - Associação Brasileira de Corrosão · ENTREVISTA Marcelino Guedes, diretor de Dutos e Terminais da TRANSPETRO Ano 3 - Nº 9 Maio/Junho 2006 DESTAQUE PROMINP,

ENTREVISTAMarcelino Guedes,

diretor de Dutos e Terminais

da TRANSPETRO

Ano 3 - Nº 9Maio/Junho 2006

DESTAQUE

PROMINP, incentivo para

a Indústria Brasileira

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Sumário

C & P • Maio/Junho • 2006 3

foto da capaStéferson Faria /PETROBRAS

6Entrevista

TRANSPETRO define prioridades Marcelino Guedes

8Matéria de Capa

PROMINP - Um incentivo para a Indústria Brasileira

13ABRACO Informa

14Notícias do Mercado

15Artigo & Instituição

30Saúde & Segurança Ocupacional

32Tecnologia & Novos Talentos

34Opinião

O que não é visto não é lembrado! João Conte Filho

A revista Corrosão & Proteção é uma pu-blicação oficial da ABRACO – AssociaçãoBrasileira de Corrosão, fundada em 17 deoutubro de 1968, e tem como objetivo con-gregar toda a comunidade técnico-empre-sarial do setor, difundir o estudo da corro-são e seus métodos de proteção e controle,as experiências bem sucedidas e os princi-pais avanços tecnológicos.

Av. Venezuela, 27 , Cj. 412 Rio de Janeiro - RJ - CEP 20081-310 Fone (21) 2516-1962/Fax (21) 2233-2892www.abraco.org.br

Diretoria ExecutivaJorge Fernandes Pereira CoelhoPresidentePedro Paulo Barbosa LeiteVice-presidente

DiretoresAntônio Adolfo de O. FrotaDenise de Souza FreitasGutemberg de Souza Pimenta Hélio Alves de Souza Júnior

Laerce de Paula Nunes Zehbour Panossian

Comunicação e MarketingGeorge Vasconcelos

Conselho Editorial Aldo Dutra - INMETRO Denise Souza de Freitas -INT Fernando Coelho - ROSEN BRASIL Gutemberg Pimenta - PETROBRAS -CENPESLaerce Nunes - IEC Luiz Roberto Martins Miranda - COPPE Vicente GentilZehbour Panossian - IPT

Conselho Científico Djalma Ribeiro da Silva – UFRNElaine Delanore – LACTECFrederico Dick – UFRGSHélio Alves – FORCEIdalina Aoki – USPIeda Nadja – NUTECJosé Antonio Ponciano – COPPE Neosvaldo – IPT Olga Ferraz – INT Pedro Lima Neto – UFCRicardo Nogueira – Université Grenolle –FRANÇASimone Brasil – EQ/UFRJ

Redação e PublicidadeAporte Editorial Ltda.Rua Emboaçava, 93São Paulo - SP - 03124-010Fone/Fax: (11) [email protected]

DiretoresJoão Conte FilhoDenise B. Ribeiro Conte

EditorAlberto Sarmento PazVogal Comunicaçõ[email protected]

Repórter RJHenrique Assumpção Dias

Projeto Gráfico/EdiçãoIntacta [email protected]

GráficaVan Moorsel Gráfica e Editora

As opiniões dos artigos assinados não refletem aposição da revista. Fica proibida sob a pena dalei a reprodução total ou parcial das matérias eimagens publicadas sem a prévia autorizaçãoda editora responsável.

18O Metal Alumínio, suas características e as ações corrosivas que estabelecem

o conceito da “Confu...rosão”por Adeval Antônio Meneghesso

20Avaliação da Corrosividade de águas deprocesso geradas em unidades de Refino

por Bruno B. Castro, Fabyana Ventin,Laisa C. Cândido, Simone Louise D. C.

Brasil e José A. C. Ponciano Gomes

22Fosfatização de Metais Ferrosos - Parte 1 - Histórico por ZehbourPanossian e Célia A. L. dos Santos

24Revestimentos por tintas – podem

ser muito eficientes por Laerce de Paula Nunes

28Evolução no Tratamento de Superfícies“do Cromatizante à Nanotecnologia” –

Parte 1 por Silvio Renato de Assis

Artigos Técnicos

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EPOIS DE ALGUM TEMPO, A ABRACO – EM PARCERIA COM A APORTE EDITORIAL – RETOMA A EDIÇÃO

de sua publicação técnica voltada aos associados e também a todos os profissionais e empresas quedireta ou indiretamente atuam no estudo da corrosão e de seus métodos de proteção e controle. E

o momento não poderia ser mais propício, e pode ser conferido pelos leitores ao longo desta edição.Entrevistamos o diretor de Dutos e Terminais da TRANSPETRO, Marcelino Guedes. A empresa temcomo desafio principal garantir, com excelência, a ligação entre as áreas de produção, refino e distribuiçãoda PETROBRAS, e gerencia hoje cerca de 10 mil quilômetros de dutos, aproximadamente 50% do totalde dutos instalados no Brasil.

Além de contar um pouco da história da rede de dutos brasileira e posicionar a mudança que acon-teceu com a entrada de novas fontes energéticas, como o álcool e o gás natural, Guedes informa que a

TRANSPETRO espera ampliar em até 60% a rede de dutos nospróximos cinco anos, o que deve exigir investimentos de US$ 7bilhões. Para garantir segurança e confiabilidade, há um grandeapoio ao CT Dut, que deve contar com ações efetivas a partir dosegundo semestre de 2006, no sentido de qualificar o mercadonacional para atender a essa nova demanda.

O PROMINP – Programa de Mobilização da Indústria dePetróleo e Gás Natural, tema de outra matéria da revista, que temcomo objetivo maximizar a participação da indústria nacional de

bens e serviços para, de modo competitivo e sustentável, atender às demandas do mercado interno e exter-no. E que mercado, diga-se. Só a PETROBRAS anunciou no início de 2006 investimentos de US$ 56,4bilhões até 2010, sendo que US$ 32 bilhões serão usados na aquisição de materiais e serviços no merca-do brasileiro durante este mesmo período.

Depois de diversos estudos, foi concebido, no âmbito do PROMINP, o Plano de QualificaçãoProfissional para suprir carências que os profissionais de petróleo e gás possam ter. Entre os cursos conce-bidos até agora está o de Profissional de Pintura Industrial. E a ABRACO é uma das entidades que minis-tram o curso.

Fica claro, aos avaliarmos essas duas informações, da importância estratégica da ABRACO em ummomento que os investimentos em petróleo e gás atingem patamares importantes. Uma entidade setorialtécnica forte e atuante é fundamental para o desenvolvimento do setor que representa, por atuar de formainstitucional para o crescimento desse segmento, de forma individual ou em parcerias, como as citadasjunto ao CT Dut e ao Plano de Qualificação Profissional.

Além das informações institucionais e de mercado, a Revista Corrosão & Proteção vai propiciar queos técnicos do setor tenham um espaço privilegiado para a publicação de seus artigos. É uma ação impor-tante: ampliar o conhecimento é questão decisiva para o aprimoramento técnico e científico do setor.

Esperamos que esta primeira edição da Revista Corrosão & Proteção atinja seus objetivos de levarinformação qualificada aos profissionais do setor.

Boa leitura!

Alberto Sarmento PazEditor

ABRACO: importância estratégica

Carta ao leitor

4 C & P • Maio/Junho • 2006

Uma entidade setorial

forte e atuante é fundamental

para o desenvolvimento

do setor que representa

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Entrevista

Marcelino Guedes

6 C & P • Maio/Junho • 2006

TRANSPETRO define prioridades

UBSIDIÁRIA INTEGRAL DA

PETROBRAS, a TRANS-PETRO atende às ativi-

dades de transporte e armazena-gem de petróleo, derivados, ál-cool e gás. Operadora de umafrota de 51 navios-petroleiros, 10mil quilômetros de gasodutos e44 terminais terrestres e aquaviá-rios, a empresa tem como desafiounir com excelência as áreas deprodução, refino e distribuiçãoda PETROBRAS. Para tanto,investe continuamente em quali-dade para tornar suas ações com-patíveis com as necessidades decrescimento do Sistema PE-TROBRAS. Entre as prioridadesatuais da TRANSPETRO estãoinvestimentos em projetos de ex-pansão e modernização da frotamarítima e das instalações de du-tos e terminais. “Especificamentesobre a rede de dutos, a previsãoé de que nos próximos cincoanos ela seja 30% maior, com in-vestimentos totais de US$ 7bilhões”, diz Marcelino Guedes,Diretor de Dutos e Terminais daTRANSPETRO.

Formado em EngenhariaMecânica pela Pontífice Univer-sidade Católica PUC-RJ, Mar-celino Guedes também é mem-bro da comissão de Dutos doInstituto Brasileiro de Petróleo eGás, do Comitê Executivo daDivisão de Dutos da AmericanSociety of Mechanical EngineersInternational, e ainda preside oCentro de Tecnologia de Dutos

(CT Dut). No Sistema PE-TROBRAS desde 1986, Guedesjá esteve à frente de outros desa-fios, foi coordenador do Pro-grama de Tecnologia de Dutosdo Centro de Pesquisas e Desen-volvimento Leopoldo AméricoM. de Mello (CENPES) e ge-rente de Tecnologia de Dutos eTerminais e de Novos Negóciosda TRANSPETRO.

Sobre um tema recorrente – eimportantíssimo no negócio daTRANSPETRO –, a prevençãoda corrosão na rede de dutos,Guedes conta que inúmerasações foram tomadas para garan-tir a segurança da rede, mas odesafio de desenvolver uma me-todologia com confiabilidadepara definir a taxa de corrosão,principalmente externa, de umduto é hoje o maior desafio. “Embreve, acredito, teremos dutosinteligentes dotados de sensoresque permitirão monitoramentocom alta precisão”, prevê. Paracontar um pouco mais sobre aTRANSPETRO e suas políticasde qualidade, Marcelino Guedesrecebeu a Revista Corrosão &Proteção.

Como a TRANSPETRO vemse preparando para enfrentaros novos desafios do país noque se refere ao aumento darede de dutos?O Brasil passou por três épocas deexpansão em rede de dutos: a pri-meira aconteceu quando a PE-

TROBRAS começou a construirsuas refinarias (entre os anos de1965 e 1975), a segunda se deucom a construção de três grandespolidutos e do gasbol (1985 a1995) e a terceira é a que vivemosagora com a entrada de outrasfontes de energia, como o gásnatural e o álcool, e com o expres-sivo aumento da produção nacio-nal de petróleo. Hoje, o Brasil tem20 mil quilômetros de dutos (dosquais 10 mil são operados pelaTRANSPETRO), um númerobaixo se levarmos em consideraçãoque a Argentina tem 28 mil, oMéxico 38 mil e os EstadosUnidos 440 mil. Algumas carac-terísticas do País foram decisivaspara a atual pouca quantidade dedutos, principalmente o fato de amaior parte da população ficarlocalizada junto à costa e de oBrasil ter sido durante muitotempo um grande importador depetróleo, ou seja, todos os investi-mentos neste sentido eram voltadospara o aumento da frota de petro-leiros. Desta forma o governo prio-rizou a construção de hidrelétri-cas, mas com a entrada do gás namatriz energética nacional opanorama se modificou, uma vezque a única maneira de transpor-tá-lo é através de gasodutos. Deacordo com estudos em andamen-to, a PETROBRAS aumentarásua rede de dutos em seis mil qui-lômetros nos próximos cinco anos,totalizando um investimento deUS$ 7 bilhões nesta área.

Principal empresa do setor de logística e transporte do Brasil, a Petrobras Transportes –

TRANSPETRO foca prioridades e indica grande investimento para ampliar sua rede de dutos

Por Henrique Dias

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Existe a possibilidade de parti-cipação em dutos internacio-nais, em função do grande in-vestimento que a PETROBRAStem feito em outros países? A PETROBRAS já tem participa-ção em cerca de 34 mil quilômetrosde dutos na América do Sul (Argen-tina, Bolívia, Colômbia e Equador),o que é uma malha considerávelpara qualquer empresa do mundo.Mas, nós estamos sempre abertos a

negociar operações em dutos de ter-ceiros, já que, além de investirmosnisso, temos a expertise e os melho-res profissionais desta área. Éimportante dizer que a TRANS-PETRO pensa sempre em cresci-mento, mas sem deixar de pensarem segurança, uma vez que, dife-rentemente de uma instalação in-dustrial, o duto, por definição, pas-sa perto da casa das pessoas, próxi-mo de escolas, enfim faz parte donosso dia-a-dia a preocupação coma segurança das pessoas e do meio-ambiente.

De que forma a corrosão estásendo gerenciada pela TRANS-PETRO? Como a empresa vematendendo o padrão de integri-dade de dutos?Corrosão interna e externa para osdutos no Brasil ainda é um grandedesafio, mas nós demos um grandesalto a partir do ano de 2001 coma consolidação do padrão de inte-gridade de dutos. A empresa tinhaprofissionais espalhados por váriasáreas com habilidades diferentes,porém faltava um que coletasse in-formações e as colocasse em práticacomo se fosse um clínico geral. Nósreunimos todas essas informações

em um documento (Padrão de In-tegridade de Dutos da PETRO-BRAS), que contou com a partici-pação de mais de 80 especialistasde diversos setores do Sistema PE-TROBRAS. Esse conceito estruturalconsolidado em uma só competêncianos permitiu uma mudança signi-ficativa de cenário, uma vez queestamos há cinco anos sem acidentes.

Existe algum parâmetro queaponte efetivamente a diminui-ção dos custos relacionados àprevenção de corrosão externae interna ao longo do tempo?A partir da criação do padrão deintegridade, nós ficamos mais rigo-rosos tecnicamente em muitas dasnossas especificações e recomenda-ções, estabelecemos as freqüênciasde passagem de pig nas linhas, pas-samos a ter um gerenciamento des-sa programação, fomos mais rigo-rosos com relação às análises dos ti-pos de defeitos e, sendo assim, con-seguimos diminuir o número devazamentos em dutos e, conseqüen-temente, os custos. Embora, um dosgrandes desafios desta área conti-nue a ser o desenvolvimento deuma metodologia de confiabilida-de para definir a taxa de corrosão,

principalmente externa, de um du-to. Num futuro próximo, acreditoque tenhamos dutos inteligentescom sensores que detectem a entra-da de água e de produtos fora dasespecificações, que calculem auto-maticamente a pressão, entre outrascoisas. Temos buscado reduzir essescustos com inspeção, manutenção ereparo, pois não existe prejuízomaior do que um acidente.

De que maneira a TRANSPE-TRO está abordando a qualifi-cação e certificação de pessoalpróprio e prestadores de serviço?Por meio do Centro de Tecnologiade Dutos (CT Dut), aonde teremosum laboratório em escala real paraqualificação e certificação de ope-radores, inspetores e engenheiros,que também será aberto às univer-sidades. Recebemos cerca de R$ 10milhões do CT Petro, que é umfundo setorial para a área de petró-leo, para viabilizarmos a primeirafase do CT Dut, com inauguraçãoprevista para maio. Será uma espé-cie de duto escola com bomba, tan-que, sala de controle, lançador erecebedor de pig, etc, que estará dis-ponível para qualquer empresa ouentidade. Na minha opinião éfundamental que a ABRACO(Associação Brasileira de Corro-são), participe do CT Dut parabuscar a qualificação e a certificaçãode todos os profissionais do segmento.

Como a ABRACO pode intera-gir com a TRANSPETRO?Esta interação pode ser feita pormeio de parcerias e cursos específi-cos, através da área técnica, denovas tecnologias e no dia-a-diacom a parte operacional, porém,para a TRANSPETRO, o assuntointegridade é o mais importante eestá diretamente ligado à corrosão.É importante usar a criatividadepara que sejam identificadas asprincipais possibilidades na área decorrosão de dutos, motivando osprofissionais na busca de capacita-ção nessa disciplina. •

A consolidação do padrão de

integridade de dutos permitiu uma

mudança significativa de cenário. Estamos

há cinco anos sem acidentes”“

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Dutos e tanques do Terminal Marítimo

Almirante Barros (Tebar) em São Sebastião (SP)

Matéria de Capa

MERCADO DE BENS E SER-viços de petróleo e gás noBrasil representa atual-

mente um dos mais atraentes erentáveis negócios no país. Asexpectativas sobre o setor se ele-vam pelo fato do Brasil ter con-quistado a auto-suficiência naprodução de petróleo, o queaconteceu em 2006, dentro dasmetas estabelecidas pela PE-TROBRAS, que por sua vez pre-tende se tornar a empresa líderdo setor na América Latina,ampliando também nos próxi-mos anos sua presença no mer-cado internacional. A perspecti-va de investimentos da empresapara o período de 2006 a 2010alcança os US$ 56,4 bilhões, dos

quais 87%, ou seja, cerca de US$ 49,3 bilhões, devem ser investidosno Brasil. Segundo o plano estratégico da PETROBRAS devem sergastos também US$ 32 bilhões na aquisição de materiais e serviços nomercado brasileiro durante este mesmo período. Como efeito de todoesse investimento, devem ser gerados aproximadamente 662 milempregos diretos e indiretos nesta área.

Durante muitos anos, as políticas governamentais disponibiliza-ram escassos incentivos para o desenvolvimento de uma rede nacionalde fornecedores de bens e serviços capazes de atender às crescentesdemandas do setor de petróleo e gás, este fato acarretou na importa-ção de muitos serviços que poderiam ser realizados no próprio país.Entretanto, o Governo Federal e a PETROBRAS têm articuladorecentemente uma série de ações com a intenção de estimular as com-pras locais e atrair investimentos para o Brasil. Com este intuito, foicriado, em 2002, o PROMINP - Programa de Mobilização daIndústria Nacional de Petróleo e Gás Natural. Concebido no âmbitodo Ministério de Minas e Energia, o programa tem como objetivomaximizar a participação da indústria nacional de bens e serviços, demodo competitivo e sustentável, para atender às demandas do merca-do interno e externo.

A perspectiva de investimentos da empresa para o período de 2006 a 2010 alcança os

US$ 56,4 bilhões, dos quais 87%, ou seja, cerca de US$ 49,3 bilhões, devem ser investidos no Brasil

8 C & P • Maio/Junho • 2006

PROMINP - Um incentivo para a Indústria Brasileira

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preendimentos planejados para o setor, tornou-se urgente fazer umesforço nacional visando à especialização e à formação de profissionaisque possam vir a atender esta demanda. Depois de muitos meses deestudo, foi concebido, então, o Plano de Qualificação Profissional doPROMINP, que tem como objetivo estruturar ações para a qualifica-ção de mão-de-obra nas 150 categorias profissionais consideradas crí-ticas pelo diagnóstico.

O Plano de Qualificação Profissional do PROMINP prevê a rea-lização de 580 cursos com a formação de 3.800 turmas em diversosestados brasileiros, exigindo um investimento de cerca de R$ 220milhões. O programa treinará ainda 64 mil profissionais de nível bási-co e técnico (incluindo a categoria de inspetor) e seis mil de nívelsuperior, envolvendo mais de 40 instituições de ensino. “O plano dequalificação é, na verdade, uma das lacunas dentro do processo detransformação da indústria nacional para que não precisemos contar,em grande parte, com fornecedores de bens e serviços do exterior”,afirma Luiz César de Almeida, gerente do SEQUI/PETROBRAS -Setor de Qualificação, Certificação e Inspeção da PETROBRAS.

Neste contexto, foi criado o projeto IND P&G 26, com a missãode coordenar as ações de qualificação profissional do PROMINP. Esteprojeto inclui todas as categorias de profissionais, de níveis básico, téc-nico e superior, que o programa visa qualificar até 2007. “Se nós nãotivermos esta massa critica de profissionais treinados, capacitados ecertificados, não teremos condições de viabilizar a absorção dos inves-timentos que serão feitos no Brasil”, acrescenta Almeida.

O projeto foi dividido em vários subprojetos, dos quais o INDP&G 26.4 ficou responsável por promover a capacitação, qualificaçãoe certificação de inspetores nas diversas modalidades requeridas pelaindústria nacional de petróleo e gás natural. “Os inspetores são fun-damentais para o controle do processo e do produto final, são eles quevão ajudar a subsidiar todo o processo de qualidade e confiabilidade dasfabricações, ou seja, sem esta mão-de-obra nós teremos um compro-

O conteúdo do programa,elaborado em conjunto com asempresas do setor, prioriza a par-ticipação da indústria nacionalnos projetos e negócios de petró-leo e gás culminando na geraçãode empregos, riquezas e divisaspara o país, além da inclusão, ca-da vez maior, de técnicos e em-presas brasileiras na cadeia pro-dutiva de petróleo, gás e energia.Uma frase que representa bemesta vontade de incentivar a in-dústria nacional é o próprio slo-gan do programa: “Agora é assim.Tudo que pode ser feito no Brasil,tem que ser feito no Brasil.”

Dentre as principais açõesidentificadas pelo PROMINPtêm destaque: a qualificação pro-fissional, visto que a oferta restri-ta de mão-de-obra qualificadarepresenta para o país, um dosmaiores entraves para a naciona-lização da construção de dutos,petroleiros e plataformas, comopretende o Governo Federal.Com base nos resultados identi-ficados pelo sistema de diagnósti-co do programa, que apontaramuma grande demanda de pessoalqualificado para atuar nos em-

Segundo dados da

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gastos US$ 32bilhões na

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Luiz César de Almeida, compartilha da mesma opinião: “A ABRACOé uma definição básica, prévia, em função de toda a sua história, e porser a maior entidade da área no estudo da proteção dos materiais, pro-teção catódica e da corrosão, ou seja, um diploma da ABRACO é sem-pre bem aceito no mercado”.

Inscrição e SeleçãoOs interessados em concorrer a uma das vagas dos cursos de qua-

lificação do PROMINP podem fazer suas inscrições através do portaldo PROMINP (www.prominp.com.br), onde estarão disponíveis oedital do concurso e todas as informações sobre os cursos oferecidos.Além da internet, as inscrições poderão ser feitas de outras duas ma-neiras: pelas empresas interessadas em inscrever seus funcionários e pe-los órgãos públicos (prefeituras, sindicatos, governos estaduais, etc) pormeio de convênios com as unidades da Petrobras de suas respectivasregiões.

A seleção dos participantes dos cursos de qualificação oferecidospelo PROMINP e pelas instituições conveniadas será realizada pormeio de concurso público. A classificação se dará em função da avalia-ção final obtida no processo de seleção, que testará os conhecimentoscom relação às disciplinas correlatas ao curso oferecido. As provas deseleção serão compostas por duas partes: a primeira parte da prova seráde conhecimentos básicos do Ensino Médio e a segunda de conheci-mentos específicos relacionados à vaga disputada pelo candidato.

Os classificados no processo de seleção deverão comprovar os pré-requisitos mínimos estabelecidos para ingressar nos cursos, comoescolaridade, tempo de experiência, entre outros. No caso do curso deinspetor de pintura industrial, a experiência profissional exigida variade acordo com a escolaridade do candidato e com o nível do cursodesejado, conforme o gráfico abaixo:

metimento sério na confiabilida-de do processo”, explica Almeida.

Uma das funções com grandecarência de profissionais na in-dústria de petróleo e gás naturalé a de inspetor de pintura indus-trial. Considerando-se a impor-tância dessa atividade em diver-sos segmentos do mercado, faz-se necessário aumentar o treina-mento, a qualificação e a certifi-cação dessa importante mão-de-obra nos diversos estados onde ocrescimento da indústria se fazpresente. Sendo assim, o PRO-MINP, em parceria com aABRACO (Associação Brasileirade Corrosão), com o INT (Ins-tituto Nacional de Tecnologia),com o IPT (Instituto de Pesqui-sas Tecnológicas de São Paulo) ecom o próprio SEQUI/PETRO-BRAS, está desenvolvendo diver-sos projetos para inspetores depintura industrial para atender aesta grande demanda.

As instituições selecionadaspara ministrar os cursos definidospelo PROMINP contam com lar-ga experiência nas respectivas á-reas, como é o caso da ABRACOque, de acordo com Ednilton Al-ves Pereira, assessor técnico da as-sociação, já oferece o curso deInspetor de Pintura Industrialdesde 1987, contando com ins-trutores de grande experiência naárea e qualificando profissionaisamplamente aceitos no mercado,inclusive pela PETROBRAS. Ogerente da SEQUI/PETROBRAS,

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A -Ensino FundamentalB - Ensino Médio CompletoC - Curso Técnico em

Mecânica, Metalurgia,Química ou Naval

D - Curso Superior deEngenharia, Física ouQuímica

REQUISITOS MÍNINOS DE ESCOLARIDADE X EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

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Nível de Escolaridade

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O candidato a inspetor depintura deve comprovar tambémacuidade visual satisfatória natu-ral ou corrigida, avaliada pelacapacidade de ler as letras J-1 dopadrão JAEGER para visão pró-xima a 40 cm de distância, a vi-são longínqua, natural ou corri-gida, igual ou superior a 20/20da escala SNELLEN e a visãocromática normal, comprovadaatravés do teste de YSHIHARA.Todos os selecionados terão ocurso de treinamento, os examesde qualificação e a certificaçãocusteados pelo PROMINP, des-de que atendam os pré-requisitosexigidos e obedeçam às condi-ções estabelecidas pelo progra-ma. Além disso, durante o perío-do de realização do curso, o alu-no receberá uma bolsa de ajudade custo. Este auxílio será conce-dido aos que se inscreverem dire-tamente pela internet ou por ór-gãos públicos, classificados noprocesso de seleção e que aten-dam aos seguintes requisitos mí-nimos: estejam matriculados emcurso integrante do Plano deQualificação Profissional doPROMINP, não possuam víncu-lo empregatício e não recebambolsa ou qualquer auxílio finan-ceiro de outra agência de fomen-to nacional ou internacional.

O candidato a inspetor de pin-tura aprovado no processo deseleção poderá ser alocado pararealizar o curso de treinamentono Rio de Janeiro ou em SãoPaulo, de acordo com a disponi-bilidade dos cursos e o local deorigem dos candidatos.

TreinamentoO treinamento consiste da realização de

curso com carga horária de 96 horas para ins-petor de pintura industrial (nível 1), de acordocom o conteúdo programático recomendadopela norma NBR ABNT 15218 - Critériospara Qualificação e Certificação de Inspetoresde Pintura Industrial. Durante os cursos detreinamento, que serão oferecidos pela ABRA-CO, no Rio de Janeiro, e pelo IPT, em SãoPaulo, o candidato realizará avaliações e deve-rá obter resultado satisfatório para continuar oprocesso.

A ABRACO realizará o curso em sua sedena Avenida Venezuela, nº 27, sala 412, Cais doPorto, Rio de Janeiro (RJ). “O curso foi refor-mulado com o intuito de atender às constan-tes mudanças do setor produtivo, cada vezmais exigente quanto à qualificação de seusprofissionais. Além disso, é muito bem funda-mentado na parte teórica e os alunos tem aoportunidade de treinar diversas técnicas deinspeção de pintura durante as aulas práticas”,explica Ednilton Pereira. O curso de inspetorde pintura (nível 1) da ABRACO realizado emSão Paulo, em parceria com o IPT, terá a coor-denação do pesquisador do Laboratório deCorrosão e Proteção, Neusvaldo Lira de Al-meida. O IPT fica localizado na Avenida Pro-fessor Almeida Prado, 532, Cidade Uni-versitária, São Paulo (SP).

QualificaçãoO candidato aprovado no curso de trei-

namento poderá ser alocado para realizar osexames de qualificação no Rio de Janeiro ouem São Paulo, de acordo com a disponibili-dade das entidades e local de origem dos can-didatos. As entidades que estão se preparandopara fazer parte do Centro de Exames deQualificação (CEQ), credenciado pelo PRO-MINP, com o objetivo de aplicar os examesde qualificação para inspetores de pinturaindustrial são:

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nais qualificados e de grande experiência na área de pintura industrial.O INT, através de seu Laboratório de Corrosão e Proteção

(LACOR) é candidato natural a se tornar um CEQ: é credenciado peloInmetro, possui um sistema de qualidade já implantado e toda suaestrutura laboratorial é voltada para a área de tintas. Sua equipe de téc-nicos tem experiência na condução de ensaios de avaliação de tintas epresta serviços de inspeção de pintura industrial a empresas.

De acordo com Olga Baptista Ferraz, Chefe da Divisão de Corrosãoe Degradação (DCOR) do INT e responsável pela implantação doCEQ na instituição, uma das atribuições da instituição é a capacitaçãode profissionais para o setor produtivo, contribuindo para inclusãosocial no país, que é um dos indicadores de avaliação institucional.Serão necessários investimentos em equipamentos, corpos-de-prova eexaminadores especificamente treinados para o CEQ, para que o INTdê início à qualificação de inspetores de pintura industrial (nível 1),podendo responder às demandas do setor de Óleo e Gás e à indústrianaval, em franca expansão no Estado do Rio de Janeiro. Os exames dequalificação a serem realizados seguirão o conteúdo estabelecido pelanorma NBR ABNT 15218 - Critérios para Qualificação e Certificaçãode Inspetores de Pintura Industrial.

CertificaçãoA certificação de pessoal é o processo de reconhecimento formal das

competências necessárias para o exercício profissional de uma determi-nada atividade. Esta certificação é importante em diversas atividadesonde a atuação ou o critério do trabalhador pode influenciar direta-

mente no resultado destas atividades. Assim, foi criada a lógicada certificação de pessoas, na qual recorre-se a entidades inde-pendentes que possam de modo confiável atestar competências,assegurando a garantia nos resultados dos serviços prestados.Nos serviços onde a atuação ou o critério do operador são con-siderados importantes, é necessário que haja uma sistemáticaque garanta a competência deste profissional para realizar estaatividade.

Para obter a certificação, o candidato a inspetor de pinturaprecisa atender às exigências de documentação estabelecidas,além de realizar o curso de treinamento, os exames de qualifica-ção e obter aprovação em ambos. Esta certificação será realizadapela ABRACO atendendo à norma NBR ABNT 15218 - Cri-térios para Qualificação e Certificação de Inspetores de PinturaIndustrial e o PROMINP custeará as despesas.

De acordo com Ednilton Pereira, a ABRACO está montan-do toda a estrutura necessária para realizar a certificação de ins-petores de pintura industrial na instituição. “Com o sistema decertificação de pessoas, todos saem ganhando: a indústria sebeneficia por contratar profissionais de competência comprova-da e o trabalhador aumenta suas chances de conseguir umemprego. Além disso, muitas empresas decidem pela adoção depolíticas de qualidade que requerem a certificação de sistemas,produtos e pessoas”, acrescenta.

InformaçõesOs interessados em obter informações detalhadas sobre o

PROMINP, procedimentos para realizar a inscrição e o proces-so de seleção devem acessar os seguintes sites: PROMINP(www.prominp.com.br) ABRACO (www.abraco.org.br). •

• SEQUI-PETROBRAS (SãoJosé dos Campos) localizadona Rod. Pres. Dutra Km, 146– São José dos campos – SP.

• INT - Instituto Nacional deTecnologia (Rio de Janeiro)localizado na Avenida Vene-zuela, 82 – Centro – Rio deJaneiro – RJ.O SEQUI/PETROBRAS já

realiza exames de qualificação deinspetores de pintura industrialdesde 1987, com o objetivo de for-necer esta importante mão-de-obrapara os setores de obras e negó-cios da PETROBRAS. Além dis-so, a entidade possui em seu qua-dro de examinadores, profissio-

Navio-TanqueCartola daPETROBRAS

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C & P • Maio/Junho • 2006 13

ABRACO Informa

HistóricoA HISTÓRIA DA ABRACO TEM SEU INÍCIO NO FINAL DO

mês de dezembro de 1966, quando o nosso estimadoProfessor Vicente Gentil estava chegando ao final do seusegundo curso sobre corrosão, ministrado à noite na antigaEscola de Química da Universidade do Brasil, situada naPraia Vermelha. Este curso contava com a colaboração deoutros professores e era coordenado pelo Sr. Aldo Maestrelli,um idealista que militava, então, no ramo da proteção anti-corrosiva.

Era um seleto grupo de alunos do ramo da engenharia.Dentre eles um se destacava por ser um jovem de idade maisavançada, provavelmente, do que os demais integrantes daturma. Era o General Iremar de Figueiredo Ferreira Pinto quejá era um colaborador do Instituto Brasileiro de Petróleo(IBP). À medida que o curso ia chegando ao seu final, oGeneral manifestava sua preocupação de manter o contatocom o restante daturma, para conti-nuar discutindo oassunto. Diante dessapreocupação, sugeríentão que devíamoscriar uma associaçãobrasileira de enge-nheiros de corrosão, aexemplo do que havianos Estados Unidos,com sua NationalAssociation of Corro-sion Engineers (NACE), da qual eu era associado desde 1961.

Ele gostou da idéia e abraçou-a com entusiasmo, chaman-do Aldo Maestrelli para integrar o nosso grupo, confiando noidealismo dele para começarmos a trabalhar na criação danossa entidade que abrigaria todas aquelas pessoas interessa-das nos estudos, na ciência e na tecnologia da corrosão.

Fizemos várias reuniões, inclusive no IBP, principalmentepara elaborar a primeira minuta do que seria o estatuto. Nessaocasião o primeiro problema que enfrentamos foi achar o no-me adequado ao que tínhamos em mente. Depois de muitasdiscussões chegou-se à Associação Brasileira de Corrosão –ABRACO. Aí já estávamos no ano de 1968, quando era in-tensa a atividade para concretizar o V Seminário do IBP, so-bre Corrosão, que aconteceu no Hotel Glória, em meados deoutubro desse ano, sob minha coordenação.

Assim, durante uma sessão plenária, lançamos a propos-ta de criação da ABRACO, o que foi aprovado pela unani-midade dos presentes. Para materializar o fato, preparamosuma Ata de fundação a qual foi firmada por todos quanto sedispuseram a fazer parte dela, considerados sócios fundado-res, inclusive o General Artur Duarte Candal Fonseca, entãopresidente da Petrobras, que prestigiou o Seminário com suapresença.

Sua EvoluçãoA nova associação criada foi oficialmente registrada em

julho de 1969 e ficou abrigada em uma das salas do IBP,quando este tinha sua sede no Edifício Avenida Central, no10º andar, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Ficamoslá cerca de dois anos e depois, durante os quais realizamos,juntamente com o IBP, o II Simpósio Sul Americano deCorrosão, dando seqüência ao I Simpósio realizado ante-riormente na Argentina. Foi outro evento levado a efeito noHotel Glória, alcançando pleno êxito.

A seguir, por razões do próprio crescimento do IBP, nãohouve condições da ABRACO permanecer lá. Recorremos,então, ao INT cujo Diretor Geral era do Dr. Paulo Pereiraque nos abrigou com a maior boa vontade. Ali permanece-mos por um prolongado tempo, permitindo-nos uma evo-lução de sucesso, tanto com a realização de eventos comopela implantação de outras atividades, merecendo destaque

o convênio firmadocom a ABNT para, emparceria, iniciarmos ostrabalhos de normali-zação técnica no campoda corrosão e da prote-ção anticorrosiva. Paraesse efeito, nossas Co-missões Técnicas atua-vam também comoComissões de Estudosda ABNT, ligadas en-tão ao Comitê Brasilei-

ro de Mineração e Metalurgia CB-1, através do Subcomitê1.9 – Corrosão, realizando um expressivo trabalho, especial-mente quando esse Comitê esteve sob a gestão do então Cel.Ciro Borges, um idealista de visão e de ação, da Siderbrás.

Com o desenvolvimento que a ABRACO experimen-tou, quando abrigada no INT, conseguimos partir paranossa sede própria, mudando-nos para a Av. Venezuela, no27 - 4º andar, onde estamos até hoje.

Durante essa época consolidou-se a prática dosSeminários Nacionais de Corrosão – SENACOR, realizadoanualmente, alcançando grande sucesso. Nessa seqüência, oevento mais importante que realizamos foi o 7th Inter-national Congress on Metallic Corrosion, em 1978, sob osauspícios do International Corrosion Council (ICC) quereuniu no Rio de Janeiro representantes de mais de 20 paí-ses, constituindo-se num autêntico sucesso que agradou atodos quanto aqui compareceram, muito especialmente aosmembros do ICC, que foram estimulados pelo prestígio doProf. Marcel Pourbaix, Presidente do ICC e um incansáveladmirador do Brasil que muito nos ajudou na missão de tra-zer o Congresso Internacional para o Brasil.

Outros eventos de destaque na esfera internacionalforam realizados pela ABRACO, como o Seminário de

ABRACO de volta à mídia

A ABRACO foi criada oficialmente em julho

de 1969 e ficou abrigada inicialmente em

uma das salas do IBP - Instituto Brasileiro

do Petróleo. A entidade pretendia reunir

aquelas pessoas interessadas nos estudos, na

ciência e na tecnologia da corrosão

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Associação Brasileira do Alumínio - ABAL realizou, no dia 27 de abril, o“Workshop 2006: Alumínio nos transportes”, que contou com a participaçãode representantes das indústrias de transportes e alumínio. A intenção foi

incentivar o contato entre os dois setores e promover a troca de informações para queo uso do metal seja estimulado em caminhões, ônibus e implementos rodoviários. Aabertura do evento contou com a presença do presidente da ABAL, Luis CarlosLoureiro Filho, do coordenador da Comissão Organizadora do Workshop e do Co-mitê de Mercado de Transportes da ABAL, Ayrton Filleti, do diretor da AssociaçãoNacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários - ANFIR, Rafael Wolf Cam-pos, do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Carroçaria para Ônibus– FABUS, José Antônio Fernandes Martins, e do representante da Cámara Argentinade La Industria Del Aluminio y Metales Afines – CAIAMA, Carlos Castellano.

Nas apresentações, os convidados citaram cases de sucesso na implantação doalumínio neste segmento e mostraram os caminhos por onde a aplicação do metalpoderá ser ampliada.

Outro destaque, o painel Empreendimentos Rodoviários e Legislações Internacio-nais sobre o Uso do Alumínio em Transportes trouxe especialistas para discutir quala real influência das diversas legislações ambientais ou de segurança no aumento do usodo alumínio neste segmento. Participaram do debate Carlos Castellano, presidente daSubcomissão de Ciência Tecnologia e Capacitação da CAIAMA, Chequer JabourChequer, coordenador do Instituto de Pesquisas Rodoviárias do DepartamentoNacional de Infra-Estrutura de Transportes – DNIT, Elmar Pereira de Mello, super-visor de Pesquisa em Operação Rodoviária do DNIT, Antonio Carlos Assis, membroda Comissão de Estudos de Produtos Laminados do Comitê Brasileiro do Alumínio– CB-35, da Associação Brasileira de Normas Técnicas e o representante da Gerênciade Abastecimento e Transportes da Petrobras, Elivelto Gadioli. •

Mais alumínio nos transportes

Corrosão Brasil-Argentina, em Foz do Iguaçu, em 1988 e o3º Congresso Ibero-Americano de Corrosão, em parceriacom a Associación Ibero-Americana de Corrosión y Pro-tección – AICOP, da Espanha, em 1989. Na esfera nacio-nal a continuidade do SENACOR foi assegurada com suatransformação no Congresso Brasileiro de Corrosão (CON-BRASCOR) que já atingiu o numero XV.

E, presentemente, estamos realizando o LATINCORR2006, em Fortaleza-CE, em maio (acompanhem coberturado evento na próxima edição).

O Futuro da ABRACOQuanto ao futuro da ABRACO, basta fazer uma breve

retrospectiva dos seus 5 a 6 anos mais recentes e constatar asignificativa evolução que tem sido registrada, caracterizan-do uma Associação em franco desenvolvimento, prestandoum expressivo serviço ao bem do País, contribuindo de

modo muito expressivo para a preservação das instalações,especialmente as industriais, contribuindo para a competiti-vidade do nosso setor produtivo, para o aumento da segu-rança das pessoas envolvidas, mediante o estudo, a preven-ção e o combate à corrosão por todas as técnicas aplicáveis.

O que se pode esperar da revistaNesta oportunidade em que a ABRACO volta à mídia,

o que se pode esperar da Revista é o fortalecimento daAssociação mediante essa ferramenta de divulgação que,indubitavelmente, promoverá a capilarização dos conheci-mentos da corrosão e da proteção anticorrosiva, contribuin-do, em contrapartida, para sua expansão e para o seuengrandecimento. •

Aldo Cordeiro DutraPresidente do Conselho Deliberativo

Notícias do Mercado

Evento promovido pela ABAL reuniu representantes da indústria do alumínio

e de transportes, discutindo novas tendências neste segmento

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Artigo Instituição

O LEC desenvolve estudos acadêmicos na área de corrosão e também

atua em trabalhos aplicados e de interresse industrial

Laboratório de Eletoquímica e Corrosão - LEC

ApresentaçãoO LABORATÓRIO DE ELETRO-

química e Corrosão – LEC – doDepartamento de EngenhariaQuímica da Escola Politécnicada Universidade de São Pauloiniciou seus trabalhos em 1990.Voltou-se inicialmente a estudosna área de Corrosão, e mais recen-temente estendeu sua atuaçãopara a área da Eletroquímica.

O grupo de eletroquímica ecorrosão do Departamento deEngenharia Química da EPUSPtem por objetivo estudar o com-portamento eletroquímico demetais em contato com meioscorrosivos e estudar métodospara a proteção contra este fenô-meno. Neste sentido, além deavaliar o desempenho de metaisquando expostos diretamente aomeio agressor, visando determi-nar os principais mecanismosenvolvidos no processo de dete-rioração, as investigações tam-bém englobam a aplicação eavaliação de métodos de pro-teção como uso de inibidores, de

revestimentos protetores, decamadas de conversão e de ca-madas de moléculas auto-orga-nizáveis. O LEC tem comoobjetivos:

• Oferecer cursos de pós-gra-duação na área de corrosão,envolvendo disciplinas queenglobam desde a compre-ensão do fenômeno, comotambém métodos de pro-teção e de avaliação, em pro-gramas de mestrado e dou-torado oferecidos dentro desua programação anual.

• Desenvolver projetos de pes-quisa que atendam aos an-seios da sociedade através deconvênios ligados a empresase entidades nacionais e inter-nacionais, nas áreas de cor-rosão e de proteção.

• Incentivar o desenvolvimen-to da cultura de conservaçãoem materiais metálicos comvalor histórico e culturalatravés de convênios commuseus.

A pesquisa desenvolvida peloLEC tem caráter predominante-mente aplicado. Neste sentido,o LEC prioriza a interação comempresas através de ProjetosEmpresa–Universidade, firman-do convênios de pesquisa edesenvolvimento em busca desoluções para problemas específi-cos da área.

Indicadores da produçãocientífica

O grupo possui mais de 20trabalhos publicados em revistasindexadas, mais de 120 trabalhosna íntegra em anais de congres-sos nacionais e internacionais e 4capítulos de livros.Teses de DoutoradoForam defendidas 6 teses dedoutorado. Dissertações de MestradoForam apresentadas 10 disserta-ções de Mestrado.Orientação de IniciaçãoCientíficaO grupo já orientou mais de 40alunos.

InstalaçõesO LEC está instalado no an-

dar superior do Bloco 18 do De-partamento de Engenharia Quí-mica da EPUSP em uma áreaútil de 150m2, possuindo as se-guintes dependências:

• Sala para preparação deamostras e ensaios de simu-lação de corrosão atmosféri-ca em câmara de ensaios ace-lerados.

• Sala para realização de experi-mentos gerais e preparaçãode soluções.

Alguns doscomponentes

do grupo

Por Idalina Vieira Aoki

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1.4. Otimização de misturas deinibidores para decapagemácida

1.5. Desempenho do oxiânionmolibdato e aminoamidasgraxas como inibidores decorrosão a elevadas pres-sões e temperaturas em cir-cuitos de produção de va-por d´água em reatores nu-cleares

1.6. Desenvolvimento de flui-dos protetivos contra a cor-rosão de produtos siderúrgi-cos da Cosipa a serem uti-lizados na etapa de encrua-mento a úmido

1.7. Caracterização e estabeleci-mento de parâmetros decontrole de corrosividade einibição de corrosão emmeio não aquoso.

1.8. Efeitos dos Ambientes Tro-picais sobre Produtos Eletro-eletrônicos (TROPICORR)

1.9. Revestimentos orgânicos deelevada resistência à corrosão

1.10. Caracterização de produ-tos de corrosão de peças me-tálicas do Museu de Arqueo-logia e Etnologia da USP

O grupo tem dado ênfase aesse tipo de interação e nos últi-mos cinco anos houve três gran-des projetos envolvendo empre-sas como: Logos Química Ltda,Cosipa e Oxiteno além de váriosoutros trabalhos de menor porteprestados a essas mesmas empre-sas e outras como Dupont doBrasil, Kemwater, e Ajinomoto.Deve-se ressaltar a grandeza des-sa troca de informações entre aAcademia e as Empresas ondetodos aprendem e crescem. Temsido muito profícuo e prazerosoesse tipo de trabalho.

Projetos de Pesquisa emandamento1.1. Caracterização microestru-

tural e eletroquímica de ca-madas de ccnversão ambien-talmente amigáveis sobre li-gas de alumínio utilizadas naIndústria Aeronáutica

1.2. Estudo por espectrocopiade impedâncie eletroquímicada adsorção de monocama-das autoorganizáveis (self-assembly monolayers - SAM)sobre alumínio puro

1.3. Estudo da corrosão de ligasde alumínio utilizadas naIndústria Alimentícia emsolução de ácidos orgânicos

• Sala para pesagem e realiza-ção de ensaios eletroquímicosfinos.

• Almoxarifado para reagentese vidrarias.

• Sala de apoio para os alunosde pós-graduação.

Os principais ensaios efetua-dos no LEC são:• Ensaios de imersão com me-

dida de perda de massa.• Ensaios eletroquímicos (po-

tencial em circuito aberto,curvas de polarização poten-ciostáticas e potenciodinâ-micas).

• Impedância eletroquímicavoltada para a identificaçãode mecanismo de corrosão eavaliação do desempenho derevestimentos orgânicos.

• Voltametria cíclica.• Eficiência de inibidores de

corrosão.• Ruído eletroquímico.• Eletrodeposição potencios-

tática e galvanostática.• Avaliação e medida da efici-

ência de corrente.• Corrosão galvânica.• Corrosão por pitel. • Diagnóstico de casos de cor-

rosão.

Projetos de interaçãoUniversidade Empresa

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Detalhe de um circuito fechado para avaliação de corrosão.

Vista do Laboratório de Eletroquímica e Corrosão

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Graduação: PQI 2406 – Corrosão e Seleção deMateriaisPQI 5760 – Corrosão e Processosde Proteção em Materiais MetálicosPQI 5839 - Aplicação Industrialde Inibidores de CorrosãoPQI 5847 - Impedância Eletroquí-mica Aplicada ao Estudo da Corro-são e Processos de ProteçãoPQI 5841 – Princípios de Caracte-rização de Materiais por Espectros-copia, Difração e Imagem

Equipe permanente do LECProfª Dra. Idalina Vieira Aoki,Doutora em Engenharia Químicapela EPUSP. Responsável pelolaboratório.

Profª Dra. Isabel Correia Guedes,Doutora em Engenharia Químicapela EPUSP, pós-doutoramento noLaboratório de Corrosão do Insti-tuto Superior Técnico – Lisboa.

Prof. Dr. Augusto Camara Neiva,Doutor em Engenharia Metalúrgi-ca e de Materiais pela EPUSP, pós-doutoramento na Universidade deBirmingham (Inglaterra) e noInstituto de Física da USP.

Prof. Dr. Hercílio Gomes de Melo,Doutor em Engenharia Químicapela EPUSP/Université Pierre etMarie Curie (França) e pós-douto-

ramento no ENSIACET – Toulouse-França.Funcionários: Tereza Regina CamposLima e Antonio Carlos Monteiro.

Alunos atuais de IniciaçãoCientífica Fernando Palomares Capeloza,Tiago Castelani dos Santos eSara Rodriguez.

Alunos atuais do Programade Mestrado Nelson Capiotto, IsabelaPacífico de Aquino e MarinaGracinda Modesto.

Alunos atuais do Programade DoutoradoRocio Del Pilar BendezúHernández, Luiz HenriqueMorales Palomino e PauloRenato de Souza.

Pós–doutoranda Patricia Hatsue Suegama •

1.11.Caracterização microestru-tural e eletroquímica de páti-nas artificiais obtidas emtemperatura ambiente sobrecobre e bronze.

1.12.Pré-tratamentos a base depolissilanos para aço car-bono.

Cooperação internacionalcom grupos de pesquisaLise – Laboratoire des Interfaces So-lide et Electrochimie – CNRS – ParisBernard Tribollet e Claude Deslouis

ENSIACET - Toulouse - FrançaNadine Pebére

Laboratório de Corrosão do Depto.de Eng. Química do InstitutoSuperior Técnico – UniversidadeTécnica de Lisboa.Mario G. Ferreira, Alda Simões,Fátima Montemor e João Salvador.INETI – Laboratório de Corrosão Tereza Diamantino e Maria JoãoFernandes.

Laboratoire de Recherche desMonuments Historiques, Champs-sur-Marne, França.Virginia Costa

Disciplinas de graduação epós-graduação ligadas aosdocentes do grupo

Idalina Vieira AokiDoutora em Engenharia Química pelaEPUSP. Responsável pelo laboratórioContato com a autora:[email protected]: (11) 3031-3020Consulte também: www.poli.usp.br http://pqi.poli.usp.br/lec/http://pqi.poli.usp.br/pqi/

Detalhe de um dos conjuntos potenciostato/analisador de freqüências

Alunos de graduação da disciplina PQI2406

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Artigo Técnico

18 C & P • Maio/Junho • 2006

O Metal Alumínio, suas característicase as ações corrosivas que estabelecem

o conceito da “Confu...rosão”

ração, lançou na Europa o auto-móvel Audi A2 da seguinte forma:

Criaram uma campanha ba-seada em “Outdoors” espalhadospelas cidades, cobertos por umafina película de aço. Após umasemana de exposição ao meioambiente essa película já apre-sentava sinais escuros evidentes

OMO É DO CONHECIMEN-to de todos o alumínio éum metal abundante e de

fácil obtenção na crosta terrestre,muito fácil de trabalhar, permi-tindo todos os tipos de confor-mação mecânica e é extrema-mente leve, sendo o seu peso es-pecífico cerca de 1/3 do aço.

O metal alumínio apresentacaracterísticas que transmitem aidéia de modernidade entre osjovens, que visualizam o alumí-nio como o metal do futuro, pe-la associação de sua presença emnaves e objetos espaciais, sendomuito utilizado na combinaçãodas suas características estruturais,leveza e plasticidade com acaba-mentos protetivos e decorativos.

Todavia, para o grande públi-co e para o consumidor final doalumínio, as suas propriedadesfísico-químicas ainda não foramassimiladas, havendo muito des-conhecimento sobre o compor-tamento desse nobre metal nomeio ambiente.

Para o grande público usuá-rio, o alumínio possui a imagemde ser um metal não deteriorávelpelo meio ambiente porque,quando comparado com o aço,não exibe aquele fenômeno ma-croscópico conhecido pelo nomede “ferrugem”, creio que muitosjá ouviram de consumidores afrase; “o alumínio não enferrujacomo o aço”.

Aproveitando o conceito des-sa frase e da imagem que o publi-co usuário tem das característicase propriedades do metal alumí-nio, a Audi, fabricante alemã deautomóveis de altíssima eficiên-cia com tecnologia de ultima ge-

sintomas de corrosão (foto 1).Após um mês em exposição aomeio ambiente a película apre-sentava fortes sinais de corrosão ejá se visualizava a silhueta do au-tomóvel Audi A2 (foto 2). Apósdois meses em exposição ao meioambiente, a película de aço foitotalmente dissolvida pela corro-são e a imagem do automóvelAudi A2, totalmente construídoem alumínio, se revelou garbosa-mente isenta de qualquer sinalde corrosão (foto 3).

Porém, essa imagem do com-portamento do alumínio não éverdadeira e na prática ocorremreações aceleradas por outros ele-mentos químicos contidos nomeio ambiente, chamados depoluentes, que provocam a cor-rosão do alumínio, caso ele nãoesteja protegido conveniente-mente.

Este fenômeno é explicadopela reatividade do alumínio,que é um dos metais que maisreage com o oxigênio do ar pre-sente no meio ambiente, ocor-rendo na sua superfície uma oxi-dação natural, isto é, a formaçãode uma película do própriometal, óxido de alumínio, muitodura e muito resistente ao meioambiente.

Essa película de óxido de alu-mínio natural seria uma barreiracontra a sua corrosão, caso nãoocorressem três características ne-gativas e inconvenientes que são:1) Extrema irregularidade do

crescimento dos cristais deóxido de alumínio, com for-mação de porosidade e desca-mações da estrutura cristalinado metal.

Para o consumidor final do alumínio, as suas propriedades físico-químicas ainda não foram assimiladas,

havendo muito desconhecimento sobre o comportamento desse nobre metal no meio ambiente

Adeval AntônioMeneghesso

Foto 1 - Sinais de sintomas de corrosão após uma semana emexposição ao meio ambiente

Foto 2 - Fortes sinais de corrosãoapós um mês em exposição aomeio ambiente

Foto 3 - A película de aço foitotalmente dissolvida pela corrosãoapós dois meses em exposição aomeio ambiente

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forma controlada uma camadade óxido de alumínio transpa-rente sobre a superfície do alu-mínio, permitindo a visualizaçãode qualquer efeito ou acabamen-to realizado na sua superfície,como pré-tratamento mecânicoou químico antes da aplicaçãodo processo de Anodização.

Outra forma de proteção é aPintura Eletrostática Líquidae/ou Pó de perfis de alumínio ePintura de chapas de alumíniopelo Sistema “Coil Coating”,aplicada sobre uma camada deconversão criada quimicamentesobre a superfície do alumínio,conferindo os níveis exigidos deaderência e qualidade ao proces-so de Pintura. •

Eng. Adeval Antônio MeneghessoDiretor superintendente da Italtecno doBrasil – Contato: Fax.: (11) [email protected]

A intensidade desse tipo decorrosão está diretamente ligadaa proximidade do alumínio deáreas marítimas, litorâneas e in-dustriais, fenômeno que pode sernotado em janelas, portões, gra-des, etc., colocados nessas áreas ecom um tratamento de superfí-cie insuficiente.

Apesar desse pequeno incon-veniente o alumínio permite umainfinidade de tratamentos de su-perfície, proporcionando ao me-tal resistência ao meio ambientee beleza decorativa, tornando-seo metal mais utilizado em todosos segmentos por arquitetos,decoradores e “designers”.

O alumínio pode ser protegi-do basicamente por dois proces-sos técnicos de acabamento emsua superfície: Anodização ePintura.

O processo de Anodizaçãotem a propriedade de criar de

2) Espessura infinitésima da ca-mada produzida naturalmen-te, menor do que 0,2 micrô-metros.

3) Facilidade dessa camada for-mada se dissolver na presençados agentes atmosféricos domeio ambiente, em seguidainiciar um novo processo deformação de uma nova pelí-cula de óxido de alumínio se-guida de outra dissolução eassim sucessivamente, até adestruição da superfície doalumínio, inicio do processode corrosão.Sendo o alumínio bastante

reativo com os elementos forma-dores do meio ambiente, cria-sesobre a superfície do metal umacorrosão por “pitting”, que semanifesta na forma de pontosenegrecidos que vão se alargandoe aprofundando com o passar dotempo.

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Artigo Técnico

20 C & P • Maio/Junho • 2006

Avaliação da Corrosividade de águas de processo geradas

em unidades de Refino

corrente, mesmo a baixa tempe-ratura.

Dentro das tentativas deredução dos casos mais intensosda corrosão, inclui-se a injeçãode amônia no topo das colunasde destilação atmosférica, queatua através da neutralização daacidez ali estabelecida. Esta amô-nia pode ser injetada sob três for-mas distintas: como gás, comosolução amoniacal ou dissolvidacom outros elementos na cha-mada “água ácida” ou sour water,sua denominação em línguainglesa. Esta forma-se a partir dasdiversas correntes aquosas prove-nientes dos descartes das diferen-tes unidades de processo de umarefinaria. Por isto, apresentacomposição variável dependen-do das características operacio-nais destas unidades. Contudo, amaior parcela dessa corrente éoriunda das unidades de cra-queamento catalítico fluido.Desta forma, os seus principaiscomponentes são o H2S e a amô-nia. Fenóis e cianetos tambémpodem estar presentes, assimcomo cloreto e frações residuaisde hidrocarbonetos.

Considera-se como hipóteseque a utilização dessa água ácidapermitiria um controle de pHmais satisfatório do que o obtidocom o uso direto de amôniagasosa. Isto ocorreria devido aoefeito tampão do sulfeto de amô-nio formado, que levaria a varia-ções mais suaves de pH, facili-tando a otimização e controledesse método de neutralização[6]. A água ácida, empregada nocontrole da corrosão em topo decolunas de destilação, apresenta-

ARA QUE O PETRÓLEO TE-nha seu potencial energé-tico totalmente aproveita-

do, faz-se necessário seu desmem-bramento, por meio de refino. Ascaracterísticas dos petróleos têmgrande influência sobre a técnicaadotada para a refinação, e deter-minam, em ultima análise, quaisos produtos que podem ser obti-dos. A destilação atmosférica éum processo físico de separação,baseado na diferença de pontosde ebulição entre compostos coe-xistentes numa mesma misturalíquida. Variando-se as condiçõesde aquecimento do óleo, é possí-vel vaporizar compostos leves,intermediários e pesados, que, aose condensar, são separados.

A formação de ácidos no to-po das colunas de destilação é umfator que leva a uma maior de-manda de alternativas para con-trole da corrosão, uma vez que ocondensado formado, por ser denatureza ácida, é altamente cor-rosivo para os materiais consti-tuintes desses equipamentos. Acorrosão ácida no topo das torresde destilação ocorre devido à pre-sença de HCl e H2S oriundos dacarga ou gerados durante o pro-cesso de refino. O primeiro, quan-do em forma de vapor, acima doponto de orvalho da água, nãoapresenta corrosividade (diferin-do nesse aspecto do H2S). En-tretanto, assim que se inicia acondensação da água, a partir dotopo da torre, o HCl se tornaextremamente corrosivo ao açocarbono. Esta ação é devido aopróprio ácido isolado ou associa-do ao sulfeto. A sulfetação apre-senta-se como um problema con-

Por Bruno B.Castro, FabyanaVentin, Laisa C.Cândido, SimoneLouise D. C.Brasil e José A. C.Ponciano Gomes

ria ainda vantagens adicionais,como custo mais baixo do que aamônia gasosa, operação maissegura ao eliminar vasos pressuri-zados de amônia gasosa e o favo-recimento da solubilização docloreto de amônio formado(composto pouco solúvel em cor-rentes de hidrocarbonetos, po-dendo gerar incrustações). Asdosagens de água a serem utiliza-das irão variar de acordo com opH a ser neutralizado.

O estudo realizado e descritoa seguir objetivou caracterizarinicialmente as propriedades dasduas águas – ácida de UTA(Unidade de Tratamento deÁguas Ácidas) e condensado detopo - para um provável reapro-veitamento da água ácida comomeio substituinte à injeção deamônia gasosa em topos de torresde destilação para controle dacorrosão. Todos os experimentosforam realizados com amostrasde água ácida da UTA e de con-densado do topo da torre de des-tilação da unidade U-1210, reti-rados da REDUC (RefinariaDuque de Caxias – Petrobras). Asamostras permaneceram refrige-radas durante o armazenamentoque precedeu a realização dosexperimentos.

Foram realizados ensaios depolarização eletroquímica, empre-gando-se um potenciostato Omni-metra PG05. Os corpos-de-provado material a ser estudado – aço-carbono 1020 – e os meios (ele-trólitos) – águas ácidas e conden-sado de topo – foram colocadosem uma célula de polarização on-de procurou-se reproduzir as con-dições encontradas em campo.

A formação de ácidos no topo das colunas de destilação é um fator que leva

a uma maior demanda de alternativas para controle de corrosão

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C & P • Maio/Junho • 2006 21

Bibliografia[1] ABADIE, E., Processos de Refina-

ção, RH/Universidade Corporati-va/ Petrobras.

[2] GENTIL, V., 1996, Corrosão, 4ed.,LTC, Rio de Janeiro, RJ, 2003.

[3] JAMBO, H.C.M; FOFANO, S.;LOWE, J.; ALVISE, P.P.; Corrosão:Monitoração e Controle, Rio de Ja-neiro, RJ.

[4] MANUAL DE OPERAÇÃO DAUNIDADE U-1910 – Unidade deTratamento de Águas Ácidas.

[5] MENEZES, D.D.; 2003, Avalia-ção da Resistência à Corrosão deRevestimentos Metálicos Deposi-tados por Aspersão Térmica em MeioCloreto, tese de M. Sc., COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

[6] MORAES, N.; Substituição deAmônia Gasosa por Água Ácida pa-ra Controle de pH, Estudo de Pro-cesso/ Petrobras, 1986

[7] THURLER, L. M.; JAMBO, H.C.M.; MOREIRA, M. F.; ROCHA,M. S.; SOUZA, Z. F.; Corrosão doMonel em Sistema de Topo de Tor-re de Destilação Atmosférica, 22ºCONBRASCOR, Salvador, agostode 2002. •

H2S na água ácida de entrada,quase sempre acima de 3000ppm. No caso dos dois outrosmeios, essa passivação não se veri-fica, como se conclui a partir dascurvas de polarização anódica docondensado e da água de saída daUTA. Uma característica comumdos dois meios é o baixo teor deH2S e pH mais ácido se compa-rado ao pH da água de entrada.Estes dois fatores – redução dosteores de H2S e do pH – fazemcom que o condensado e a águade saída da UTA apresentemmaior corrosividade do que aágua de entrada da UTA em rela-ção ao aço-carbono. Na Figura1.2, observa-se que os comporta-mentos sob polarização catódicasão também distintos. A amostraP08, água de entrada da UTA,apresentou potenciais de corro-são mais baixos e apenas um pro-

cesso catódico predomi-nante. Essa predominân-cia de um único processocatódico se deve provavel-mente a uma redução maisintensa do H2S contidono meio em altas concen-trações, que se superpõeaos demais processos deredução. A amostra A04 –

água de saída - apresentou umpotencial de corrosão mais eleva-do e uma aparente densidade decorrente limite, sugerindo a ocor-rência de mais de um processocatódico. Para a amostra D102 –condensado - observou-se umcomportamento semelhante aoda amostra A04.

Foi possível verificar, atravésda análise das curvas de polariza-ção, a tendência à dissoluçãoativa do aço-carbono nos meiosestudados. A água ácida no pontode saída da UTA apresentou-secomo de maior corrosividade secomparada à água de entrada. Acomparação entre a água ácida desaída e o condensado de topo decolunas de destilação atmosféricarevelou uma maior intensidade decorrosão promovida por este último.

No presente trabalho, foi utiliza-da uma montagem clássica dacélula de polarização, chamadacélula a três eletrodos, que consis-te em um eletrodo de trabalho(materiais estudados), um eletro-do de referência (calomelano sa-turado) e um contraeletrodo oueletrodo auxiliar (fio de platina).Foram feitas curvas de polariza-ção combinando os eletrodos detrabalho com os diferentes meiosestudados. Essas curvas de polari-zação foram do tipo potenciostá-tica, ou seja, fez-se variação con-tínua do potencial de eletrodo,modificando-o ponto a ponto,medindo-se a corrente corres-pondente a cada potencial apóssua estabilização.

Os resultados e análises sãoapresentados a seguir. A tabelaabaixo mostra a legenda utilizadanas curvas de polarização:

Observa-se, através das curvasde polarização, que a amostra deágua da entrada da UTA apresen-ta uma estreita faixa de passiva-ção, com correntes inferiores a10µA/cm2. Este comportamentonão se verifica para o caso daamostra de água de saída, na qualocorre apenas dissolução ativa. Aamostra de condensado de topopor sua vez, segue as mesmascaracterísticas da água de saída,com dissolução ativa, porémapresentando menores densida-des de corrente. Essa virtual pas-sivação do aço-carbono deve serocasionada pela formação de fil-mes estáveis de sulfeto de ferro,que inibiriam a dissolução dessamaterial. A formação desse pro-duto protetor, por sua vez, estariarelacionada com os altos teores de

E corr = -830

E corr = -690E corr = -460

400

1 10 100log i (µA/cm2)

P08 A04 D102

1000 10000

200

-200

-400

-600

-800

-1000

0

E (m

V) -

ECS

Polarização Anódica em Aço AISI 1020

E corr = -890

E corr = -665E corr = -720

1 10 100log i (µA/cm2)

Polarização Catódica em Aço AISI 1020

P08 A04 D102

1000 10000

-600

-800

-1000

-1200

-1400

-1600

-1000

E (m

V) -

ECS

Fig. 1.1 - Curva de polarização anódica do aço-carbono

Fig. 1.2 - Curva de polarização catódica do aço-carbono

TAB. 1.1 - IDENTIFICAÇÃO DAS LEGENDASUTILIZADAS NOS GRÁFICOS DE POLARIZAÇÃO

Código Ponto de ColetaP08 Entrada da UTAA04 Saída da UTA

D102 Condensado do Topo da Torre de Destilação Atmosférica

Bruno B. CastroAluno de GraduaçãoEngenharia Química– UFRJFabyana VentinEngenheira Química– ChemtecLaisa C. CândidoEngenheira Química– UFRJ; Aluna deMestrado – PEMM- COPPE/ UFRJSimone Louise D.C. Brasil - D.Sc.,Professora da Escolade Química/UFRJJosé A. C. Ponciano GomesD.Sc., Professor doPrograma de Enge-nharia Metalúrgicae de Materiais/COPPE/ UFRJ

Contato com os autores:[email protected]

[email protected] (21) 2290-1615 r. 235

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Artigo Técnico

22 C & P • Maio/Junho • 2006

Fosfatização de Metais FerrososParte 1 - Histórico

limalhas de aço.................. 28,3 g (1 oz)ácido fosfórico................... 118 mL (4 fl oz)água................................... 4,7 L (160 fl oz)

Nesse banho, camadas fosfa-tizadas adequadas para uso eramobtidas a uma temperatura pró-xima à ebulição e um tempo deimersão variando entre 2 horas e2,5 horas.

A partir do banho de Coslett,o desenvolvimento da fosfatiza-ção teve como objetivos dimi-nuir o tempo e a temperatura deprocesso, melhorar o desempe-nho das camadas e identificar no-vas aplicações para estas. Atual-mente, excelentes camadas fosfa-tizadas podem ser obtidas a tem-peraturas mais baixas e somentecom alguns minutos (ou até de-zenas de segundos) (Lorin, 1974).

Freeman (1988, p.3-8) divi-de a evolução da arte de fosfatiza-ção em quatro períodos, a saber:

Período 1: antes da PrimeiraGuerra Mundial. Neste período,ocorreram as descobertas básicas dosprocessos de fosfatização, principal-mente na Inglaterra. Nesta época,já foi utilizado o banho de fosfato abase de zinco e de manganês. O pri-meiro era obtido dissolvendo zincometálico em ácido fosfórico. O se-gundo era obtido adicionando-se aobanho, manganês na forma metá-lica ou como carbonato. Com estesbanhos já se conseguiu reduzir otempo de fosfatização para aproxi-madamente uma hora;

Período 2: entre a Primeira eSegunda Guerra Mundial. Nesteperíodo, a fosfatização foi utilizadana indústria para produção em gran-de escala, principalmente nos Esta-

fosfatização é um trata-mento de conversão, asaber: é a “conversão” de

um metal em um óxido, hidróxi-do ou sal do metal por meio dereações eletroquímicas que po-dem ocorrer tanto devido à im-posição de corrente como devidoao ataque do metal por um oxi-dante presente na solução (Raus-ch, 1990). Para o caso específicoda fosfatização, trata-se da con-versão do metal em um fosfatoinsolúvel do íon metálico. O fos-fato insolúvel deposita-se sobre ometal modificando as suas pro-priedades superficiais.

O primeiro registro do em-prego de camadas fosfatizadaspara a prevenção contra a corro-são em ferro e aço foi a patenteregistrada por W. A. Ross em1869 (Narayanan, 2005). A pri-meira fosfatização aplicada co-mercialmente ocorreu no iníciodo século passado, em Bir-mingham, Inglaterra, com umprocesso patenteado por Coslettem 1906 (Lorin, 1974; Free-man, 1988, p.3). No entanto, aimportância deste processo tor-nou-se marcante antes, e espe-cialmente, durante a SegundaGuerra Mundial, perpetuando-se até os dias de hoje.

A concepção inicial dos ba-nhos de fosfatização mudou sig-nificativamente e acredita-se queainda sofrerá muitas modifica-ções. Os primeiros banhos deCoslett eram obtidos a partir dadissolução de limalhas de ferroem ácido fosfórico diluído (Ja-mes, Freeman, 1971; Murphy,1971; Freeman, 1988, p.4). Obanho original de Coslett apre-sentava a seguinte composição:

dos Unidos. Foi introduzido o usode fosfato primário de metais biva-lentes. Nos Estados Unidos, surgiuo processo conhecido como “Parke-rizing” que consistia no uso de fos-fato primário de manganês e deferro. Este processo era de mais fácilcontrole, porém, ainda necessitavade aproximadamente uma horapara produção de camadas fosfati-zadas. Neste período, foi verificadaa superioridade de desempenhoapresentada pelas camadas de tintaaplicadas sobre aço fosfatizado. Em1929, já foi introduzido o uso deíons de cobre como acelerador,tendo sido consagrado o processoconhecido como “Bonderizing”que produzia camadas fosfatizadasem aproximadamente 10 minutos.Em 1931, foi descoberta a açãobenéfica dos aceleradores tipo oxi-dante, como o nitrato. O avanço tec-nológico, nesta época, permitiu a pro-dução de camadas fosfatizadas en-tre 2 minutos e 5 minutos. Neste pe-ríodo, também foi introduzida afosfatização por aspersão e a fosfa-tização com banhos contendo me-tais alcalinos. As camadas fosfatiza-das, ainda, eram utilizadas somen-te para resistência à corrosão e paraservirem de base para pintura. Masno final deste período, já se identi-ficaram outras aplicações para ascamadas fosfatizadas: a de auxiliaras operações de conformação e a deresistência à abrasão e ao desgaste;

Período 3: período da SegundaGuerra Mundial, durante a qualse ampliou o uso de camadas fosfa-tizadas para auxiliar nas operaçõesde conformação, principalmente naAlemanha. Neste período, as cama-das fosfatizadas rapidamente subs-tituíram os demais tratamentos de

As autoras abordam, em linhas gerais, as origens da fosfatização

e a evolução do procedimento até os dias de hoje

Por ZehbourPanossian eCélia A. L. dosSantos

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C & P • Maio/Junho • 2006 23

das fosfatizadas tradicionais,além de ser de mais fácil contro-le e necessitar de pouco espaçofísico (Guidetti, Vercesi, 1997).

Referências BibliográficasBS - British Standards. 2000. BS

EN 12476: phosphate conver-sion coatings of metals. Methodof specifying requirements. 15 p.

FREEMAN, D. B. 1988. Phospa-ting and metal pre-treatment. 1sted. New York : Industrial Press,229p.

GUIDETTI, G.; VERCESI, G.1997. Tecnologia para prepara-ção de superfícies metálicas antesda pintura. In: INTERFINISHLATINO AMERICANO,EBRATS 97, 1997. São Paulo.Proceedings... São Paulo : ABTS,1997 (Fosfatização orgânica, afosfatização do 3º milênio) (CD).

ISO – International Organizationfor Standardization. 1990. ISO9717: phosphate conversion coa-tings for metals, method of spe-cifying requirements. 15 p.

JAMES, D.; FREEMAN, D. B.1971. Accelerator systems forzinc phosphate processes withparticular references to their usebefore electropaint. Transactionsof the Institute of Metal Fini-shing Conference issue, part 2,v.49, p. 79-83.

LORIN, G. 1974. Phosphating ofmetals. Great-Britain : FinishingPublications. 222p.

MURPHY, J. A. 1971 Surface pre-paration and finishes for metals.New York : McGraw-Hill.p.396-401.

NARAYANAN, T. S. N. Sankara.2005. Surface pretreatment byphosphate conversion coatings –a review. Rev. Adv. Mater. Sci.v.9, p.130-177.

RAUSCH, W., 1990. The phos-phating of metals. 1st.ed. GreatBritain : Redwood Press, 416p. •

de aço sobre o qual estão aplica-das. Os seguintes produtos sãoaplicados sobre camadas fosfati-zadas (BS EN 12476:2000; ISO9717:1990):• corantes;• óleos e graxas;• ceras;• sabão;• tintas e vernizes;• selantes inorgânicos ou selantes

não-formadores de película.

A fosfatização é aplicada comas seguintes finalidades (BS EN12476:2000; ISO 9717:1990):• para melhorar a aderência

entre um metal e um não-metal (como madeira, plásti-co, borracha);

• para proteção contra corrosãocom tratamento suplementarcom óleos e graxas;

• como pré-tratamento depintura;

• para auxiliar nas operaçõesde conformação;

• para resistência ao desgaste eà abrasão;

• como isolantes elétricos;• em elementos de fixação.

Os principais tipos de fosfati-zação são: fosfato de ferro II, fos-fato de zinco e fosfato de manga-nês. Atualmente a fosfatização éaplicada, principalmente, sobre:• metais ferrosos (aço e ferro

fundido);• alumínio e suas ligas;• zinco e suas ligas, incluindo

revestimentos;• cádmio e suas ligas, incluindo

revestimentos.

Existem processos denomi-nados de “fosfatização orgânica”.Este tipo de fosfatização foi in-troduzido no mercado por umaempresa italiana na década de60. A fosfatização orgânica é a-plicada em um único estágio ecaracteriza-se por oferecer prote-ção contra corrosão inerente(sem aplicação de tratamentosuplementar) superior às cama-

superfície utilizados para auxiliaras operações de conformação. Nos Es-tados Unidos e na Inglaterra, foi in-tensificado o uso de camadas fosfa-tizadas para resistência à abrasão eao desgaste, tendo sido identificadaa superioridade do fosfato de man-ganês para esta aplicação. Nesteperíodo, também surgiram os tra-balhos relacionados com os funda-mentos da fosfatização, incluindoos importantes trabalhos de Machue Maccia (Freeman, 1988, p.7).Um avanço considerável surgiu nosEstados Unidos: os sais de titâniocomo um agente refinador de grãoutilizados na última etapa de pre-paro de superfície para fosfatiza-ção. Data deste período, também,o uso de compostos contendo fluo-retos nos banhos de fosfatização;

Período 4: período pós-guerra.Este período trouxe poucos avançosrelacionados com os fundamentosda fosfatização, mas, foi caracteri-zado pela melhoria da tecnologiada fosfatização, quais sejam: redu-ção das temperaturas de operação,controle da massa da camada pormeio do uso de refinadores de grão,desenvolvimento de processo de al-ta velocidade de deposição parafosfatizar fios de aço em apenas 5segundos de imersão. Surgiram,também neste período, surfactantescapazes de promover limpeza abaixas temperaturas o que permi-tiu o surgimento de processos deaspersão a temperaturas próximasà ambiente. Nos últimos anos, aspolíticas de preservação ao meioambiente têm dirigido esforços naprocura de processos ecológicos.

As camadas fosfatizadas rara-mente são utilizadas sozinhas. Elasquase sempre recebem tratamen-to suplementar, pois por seremporosas, não dão proteção aosubstrato sobre o qual são aplica-das. Somente nos casos em que oarmazenamento é feito em localseco e por períodos muito curtosé que camadas fosfatizadas po-dem evitar corrosão do substrato

Zehbour PanossianInstituto de PesquisasTecnológicas de SãoPaulo – IPT. Labora-tório de Corrosão eProteção – LCP.Doutora em Ciências(Fisico-Química) pela USP. Responsávelpelo LCP.Célia A. L. dosSantosInstituto de PesquisasTecnológicas de SãoPaulo – IPT. Labora-tório de Corrosão eProteção – LCP.Doutora em Química(Fisico-Química) pelaUSP. Pesquisadora do LCP.

Contato com as autoras:[email protected]

[email protected]: (11) 3767-4036

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Artigo Técnico

Análise do custo-benefício do uso de revestimentos por tintas, dos fatores

para o alto desempenho e exemplo de abordagem sistêmica

24 C & P • Maio/Junho • 2006

Revestimentos por tintas – podem ser muito eficientes

timento por tintas a atençãoapropriada considerando doisaspectos fundamentais:• Os detalhes de projeto que

podem interferir no desem-penho do revestimento;

• A necessidade de adotar umaabordagem sistêmica na rea-lização do revestimento.Neste trabalho faz-se uma

análise do custo-benefício douso de revestimentos por tintas,dos fatores que contribuem parao alto desempenho e apresenta-se um exemplo, como ilustraçãodeste tipo de trabalho.

2. Relação Custo-BenefícioAlguns importantes estu-

dos2 mostram que o custo dacorrosão, de um modo geral nomundo, situa-se em torno de3,5% do PIB. Nos EstadosUnidos este custo é da ordemde US$ 276 bilhões, sendo quedeste total cerca de US$ 110bilhões estão vinculados ao usodos revestimentos e certamentemais de 80% deste valor estádiretamente ligado à pintura.

Trazido para o PIB brasilei-ro, o dispêndio na área depintura representaria uma cifraanual da ordem de R$ 10 bi-lhões.

Quanto ao dispêndio dasempresas em pintura é muitofreqüente relacioná-lo ao fatu-ramento bruto, sendo usualadotar o valor de 0,05 a 0,1%do faturamento como gastocom proteção por tintas. Asempresas que promovem a exe-cução de revestimentos comqualidade gastam o mínimo ouabaixo e aquelas que não dão

SumárioOS REVESTIMENTOS POR TIN-

tas são os mais utilizados na pro-teção anticorrosiva e são comu-mente denominados de PinturaIndustrial. A extensiva utilizaçãose deve ao custo competitivo, àfacilidade de aplicação e à possi-bilidade de serem eficientes nocontrole da corrosão. Entretantomuitos revestimentos por tintasfalham precocemente devido àdesconsideração de fatores extre-mamente importantes para seudesempenho.

Neste artigo faz-se uma análi-se do custo-benefício do uso derevestimentos por tintas, dos fa-tores que contribuem para o altodesempenho e apresenta-se umexemplo de abordagem sistêmi-ca, na preservação de ativos deplantas industriais.

1. IntroduçãoOs revestimentos por tintas,

comumente denominados dePintura Industrial, são os maisutilizados na proteção anticorro-siva1. Apresentam custo extrema-mente competitivo, quandocomparados a outros revesti-mentos, principalmente para su-perfícies expostas à corrosãoatmosférica, pela facilidade deaplicação e a eficiência no con-trole da corrosão.

Alguns revestimentos portintas falham precocemente de-vido à desconsideração de fatoresbásicos, extremamente impor-tantes para o seu desempenho.

Muitas empresas na busca depreservar seus ativos, com umarelação custo-benefício adequa-da vêm procurando dar ao reves-

Por Laerce dePaula Nunes

uma abordagem adequada gas-tam o máximo ou acima.

A redução de custo decorren-te de uma abordagem adequadase dá principalmente pelos se-guintes aspectos:• Utilização de esquemas de

pintura mais adequados emfunção da corrosividade dosambientes;

• Emprego de tintas com qua-lidade assegurada;

• Procedimentos de aplicaçãoque assegurem a qualidade;

• Sistema da qualidade quepermite maximizar as açõespreventivas. É sempre importante obser-

var que a utilização adequadados revestimentos por tinta,além da questão da redução decusto pela preservação da inte-gridade dos equipamentos einstalações, traz um conseqüen-te aumento da confiabilidadeoperacional.

3. Causas de Falhas dePelículas de TintaA película de revestimento

por tintas constitui-se em umabarreira que deverá ser aderenteao substrato e a mais imper-meável possível à passagem doeletrólito. Quando o eletrólitochega à superfície metálica ini-cia-se o processo corrosivo edeste tempo de migração de-penderá a durabilidade da pro-teção.

Os fatores que podem acele-rar falhas de uma película derevestimento por tintas podemestar relacionadas à qualidadeda própria película, ao substra-to ou a detalhes construtivos.

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serem observados em cada umadelas. Todas as etapas devem seracompanhadas de modo à re-troalimentar o sistema e, em es-pecial, aprimorar normas, proce-dimentos e padrões.

A visão sistêmica orientapara a adequação de cada etapa,buscando a melhoria global.Não há interesse em aperfeiçoarapenas uma determinada etapa esim o conjunto que constitui osistema.

Etapa 1 – Caracterização dacorrosividade do meio e setoriza-ção (definição dos microclimas)

A caracterização da corrosivi-dade do meio e definição dosmicroclimas fundamentam-seem diagnóstico de campo. Estediagnóstico serve de base para aavaliação dos microclimas, seto-rização das Unidades e o estabe-lecimento de critérios de apro-veitamento da pintura/revesti-mento existentes.

Etapa 2 – Seleção dos esquemasde pintura

• As frestas que ensejam célulasde aeração diferencial;

• Os cantos internos, externos,bordas e arestas que são locaisde afinamento da película;

• Cordões de solda que são tam-bém locais de afinamento dapelícula;

• Flanges e parafusos que sãolocais de frestas que ensejamcélulas de aeração diferenciale de afinamento da película;

• Suportação de tubulaçõesque são locais de frestas queensejam células de aeraçãodiferencial;

• Locais sem adequada drena-gem que ensejam empoça-mento de água.

4. A Abordagem Sistêmica –Exemplo aplicável a qualquer Planta IndustrialA pintura industrial é um sis-

tema e, portanto, deve ser vistacomo tal. Esta visão sistêmica es-tabelece cinco etapas importan-tes, baseadas em normas, proce-dimentos e padrões, que irão de-finir os critérios de qualidade a

3.1. Fatores relacionados à qualidade da película

As películas de tinta devemser selecionadas para resistir ade-quadamente os ambientes corro-sivos, não devem ser porosas. Osusos indiscriminados de solven-tes, por exemplo, podem ser umacausa de porosidade. Por outrolado, as películas devem ter espes-suras suficientes para um bomdesempenho.

3.2. Fatores relacionados ao substratoOs principais aspectos do

substrato que aceleram a passa-gem do eletrólito estão relaciona-dos com a presença de sais nasuperfície, alguns autores 3 fixamo resíduo salino máximo em 1,5µg/cm2 . O excesso de rugosida-de, que proporciona pouca es-pessura sobre os picos, é tambémuma causa importante.

3.3. Fatores relacionados aos detalhes construtivos

Os principais detalhes cons-trutivos que influenciam na pin-tura são:

QUADRO 1

C & P • Maio/Junho • 2006 25

ENTRADA

QualificaçãoAplicação doEsquema de

Pintura

CondiçõesClimáticas

Mão-de-Obra

Tintas, Água eAbrasivos

Ferramentas eEquipamentos

Instrumentos de Medição

Certificados de Calibração

Aplicação de Tintade Acabamento

Avaliação dasPelículasAplicadas

Estado de Uso e Adequação

Mistura eHomogeneização

da Tinta

Métodos deAplicação

Certificados,Ensaios e Testes

Preparação deSuperfície

Aplicação das Tintas

Superfície Pintada

ConformeProcedimentos

e com Qualidade

Avaliação Antes e Depois da Preparação

item avaliação avaliaçãoitem

PROCESSO SAÍDA➔

C&P_11_ArtigoTecnico_Laerce 5/10/06 2:55 PM Page 2

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O critério de Seleção dos Es-quemas de Pintura/Revestimen-tos obedece à caracterização dosmicroclimas identificados. Con-dições Especiais, dentro de cadaSetor, tais como drenos, ventes,flanges, temperaturas altas oubaixas, superfícies sob isolamen-to, suportação de tubulações sãoabordadas especificamente.

Os Esquemas são representa-dos pelo código alfa numéricoPSn.TFn.TIn.TAn , onde:PSn – define o grau de Preparode SuperfícieTFn – define a Tinta de FundoTIn – define a Tinta Intermediá-ria (se existir)TAn – define a Tinta de Acaba-mento

Etapa 3 – Aquisição técnica dastintas

As tintas devem adquiridas

de acordo com o previsto nasespecificações que constam deanexo específico, sempre acom-panhadas dos certificados dequalidade.

Etapa 4 – Ações preventivas econtrole da qualidade na aplica-ção de tintas

A norma ISO 90014 estabele-ce que se deva documentar emanter um sistema de qualidade,de modo a que o produto ou ser-viço esteja em conformidadecom o especificado.

O sistema da qualidade naPintura Industrial é alicerçadoem procedimentos, especifica-ções e orientações técnicas, quealiadas ao desejo de fazer corre-tamente garantirão a proteçãoanticorrosiva dos equipamentose instalações. Enfim, é um pro-cesso de gestão capaz de assegu-rar a qualidade. Necessita de

controles para assegu-rar que os documen-tos normativos estãosendo observados. Deum modo geral o sis-tema inclui, além dosistema de qualidadena aplicação, o acom-panhamento durantea vida do esquema depintura.

Para a atividade depintura o sistema daqualidade objetiva averificação da confor-midade dos serviçoscom as especificações,procedimentos e con-dições contratuaisaplicáveis. Neste par-ticular é extremamen-te importante a exis-tência de Inspetoresde Pintura qualifica-dos e certificados paraemissão dos relatóriosde conformidade.

Para o processode pintura o Quadro1 mostra o que sedeve controlar na

entrada, durante o processo eantes do recebimento do reves-timento 5, devendo-se registrarcada ensaio e teste em formulá-rio específico de forma a permi-tir a rastreabilidade.

Etapa 5 – Inspeção e acompanha-mento da pintura.

Após a aplicação de qualqueresquema de pintura, torna-se ne-cessário o acompanhamento deseu desempenho através de ins-peções periódicas.

5. ConclusõesPelo exposto pode-se concluir:

• A pintura é um revestimentoaltamente competitivo, queapresenta custo-benefício al-tamente compensador;

• É necessário uma abordagemsistêmica em relação à quali-dade para que se tenha oresultado satisfatório e umasubstancial redução de custo;

• Muitas empresas vêm traba-lhando nesta linha para tornaros seus revestimentos maiseficientes e mais baratos.

6. Referências Bibliográficas(1) Nunes, Laerce P. e Lobo, Alfredo

C. O – Pintura Industrial naProteção Anticorrosiva, 2ª edição,Editora Interciência, 1998.

(2) Corrosion Costs and PreventiveStrategies in the United States ofAmerica, elaborado pela CC Te-chnologies Laboratories Inc. com oapoio da FHWA e NACE.

(3) Colahan, J.J - Standardization ofWash Water Quality in Specificationsfor Surface Preparation - MaterialsPerformance, February 2003.

(4) ABNT - ISO - ISO 9001 Sistemasde Gestão da Qualidade.

(5) Leite, Pedro P. B. – Apostila do Cur-so de Inspetor de Pintura – Nível I. •

Laerce de Paula NunesIEC Instalações e Engenharia de CorrosãoContato com o autor:[email protected]: (21) 2159-9292

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Artigo Técnico

O texto a seguir, o primeiro de uma série de três, mantém uma ordem cronológica das tecnologias

existentes na área de proteção de zincados (hexavalente, trivalente e nanotecnologia)

28 C & P • Maio/Junho • 2006

Evolução no Tratamento deSuperfícies “do Cromatizante à

Nanotecnologia” – Parte 1

tecnologia de nanopartículasaplicada a tratamento de super-fície, notadamente no segmentode passivação e selagem decamadas de Zinco Eletrodepo-sitadas, com o objetivo de apre-sentar ao mercado uma visãotécnica sobre as tecnologias uti-lizadas no passado, as atuais e asfuturas.

O texto a seguir, o primeirode uma série de três, manteráuma ordem cronológica das tec-nologias existentes na área deproteção de zincados (hexava-lente, trivalente e nanotecnolo-gia), demonstrando, além desuas vantagens e desvantagens,as evoluções tecnológicas queforam ocorrendo, bem como osganhos que cada evolução pro-porcionou.

Tecnologica HexavalenteComumente conhecida co-

mo Cromatização ou Bicro-matização do Zinco, consiste nautilização de uma solução à basede cromo/cromatos. A reação des-ta solução com a camada de Zin-co resulta em sua “impregna-ção” da camada depositada dezinco com compostos de cromona forma hexavalente (Cromo VI).

Vantagens• Autocicatrização: as caracte-

rísticas da camada formadapela cromatização são as deum gel com alto poder de ab-sorção e expulsão de água, oque proporciona um alto po-der de regeneração da mesmaem caso de ocorrerem riscosou batidas durante o pro-cessamento das peças.

ApresentaçãoO SETOR DE TRATAMENTO

protetivo tem se empenhadocada vez mais afim de atenderaos novos requisitos do merca-do, dentre eles, os de resistênciaà corrosão e da demanda por re-dução de custos, além da buscaconstante por processos ecologi-camente corretos.

Já faz alguns anos que os for-necedores de tecnologia paratratamento de superfície vêminvestindo em pesquisas, culmi-nando com o lançamento deprodutos que garantem um pro-cesso de tratamento de super-fície mais “limpo”, com desta-que para tecnologias que subs-tituem totalmente o uso deCromo VI por Cromo III, vi-sando atender solicitações deum mercado cada vez mais pre-ocupado com as etapas de pro-dução, principalmente utilizaçãoe destinação final do produtoapós esgotada sua vida útil.

As novas tecnologias propor-cionaram não só operações eco-logicamente corretas, mas gran-des avanços no tocante à resis-tência à corrosão, sendo a nano-tecnologia uma das ferramentaspresentes nestes avanços. O mo-mento atual aponta para o epílo-go da fase de transição da tec-nologia hexavalente para a triva-lente. A indústria automobilís-tica, precursora desta tendênciamundial, já tem prazo definidopara as mudanças, sem exceção,definem como data limite o dia01 de julho de 2006.

A matéria aqui apresentadafoca a primeira parte de um es-tudo de desenvolvimento da

Por SilvioRenato de Assis

• Boa resistência à corrosão:conforme descrito no itemanterior, seu alto poder deregeneração permite uma boaresistência quando submetidaa teste de corrosão.

• Espessura: camada de croma-tização é de cerca de 200 nm,o que também contribui parauma boa resistência a cor-rosão.

• Baixo custo: devido à peque-na concentração de monta-gem, à formulação mais sim-ples (à base de sal de cromo ecloretos) e aos seus compostosserem de fácil disponilização

• Variedade de cores: podemosobter o azul, o amarelo, o ver-de oliva e o preto

Desvantagens• Toxicidade: além da alta aci-

dez do próprio produto, ocromo hexavalente é danosoao meio ambiente e também écancerígeno ao homem

• Alto custo: com a utilizaçãodo cromo hexavalente a ETE– Estação de Tratamento deEfluentes necessita de umamaior complexidade para suaeliminação, além da alta gera-ção de lodo.

• Baixo rendimento: uma dasprincipais limitações da vidaútil de soluções para cromati-zação à base de Cromo VI ésua baixa tolerância a forma-ção de Cromo III. O CromoIII formado nas soluções decromatização à base de Cro-mo VI proporciona altera-ções importantes no padrãovisual das camadas de croma-tização.

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Resistência à Corrosão• Baixa resistência à tempera-tura: aplicações onde a peçasofre a ação de altas tempera-turas cria macro fissuras naestrutura da camada de cro-matização, o que acarreta naaceleração da ocorrência decorrosão branca.

Esquema de Regeneração

Composição da Camada1

As figuras 1, 2 e 3 mostramclaramente as macro fissuras quese formam no processo hexava-lente. Normalmente, elas têm oaspecto de “lama seca”, porémcomo o corpo de prova foi secocom ar quente e não em estufa,houve um direcionamento dasfissuras pelo fluxo de ar.

Analisando dois pontos dacamada do depósito, um sobreuma área sem fissura e outrodiretamente sobre a macro fis-sura, obtivemos os seguintesresultados e conclusões:

Fig. 1 - Visão superior do depósito ampliado 500 vezes

Fig. 2 -Visão angular do depósitoampliado 2500 vezes

Fig. 3 -Visão superior dodepósito ampliado 2500 vezes 2

Zn O Cr ConclusãoPonto 1: 64,0% 27,3% 5,8% Demonstra o quanto da camada de gel é

concentrada em cromoPonto 2: 86,0% 11,9% 1,6% Demonstra que dentro da macro fissura

ainda há cromo, ou seja, houve regeneraçãoda camada de gel

Camada Original

Camada com Trauma

Camada Regenerada

Podemos visualizar que apóso Salt Spray3, o corpo deprova não apresenta qual-quer sinal de corrosão,mesmo no ponto ondehouve o corte, o que sig-nifica que houve a regen-eração da camada.

Normalmente, os pro-cessos hexavalente resistementre 120 e 144 horas deSalt Spray.

Profissionais da DiletaEnvolvidos no Estudo

Fábio F. J. Cardoso - Gerente de Processos

Paulo Brito - RepresentanteTécnico-comercial

Silvio Renato de Assis - Gerente de Suporte

a Clientes e de Assistência Técnica •

Corpo de prova submetido a 96h de Salt Spray

Ampliação de 30 a 40 vezes do corte nocorpo de prova após o Salt Spray

Silvio Renato de [email protected]

fax: (11) 2139-7500

ReferênciasBibliográficas

(1) As fotos microscó-picas foram feitasno Microscópio deVarredura Eletrôni-ca do Instituto deGeociências da USP

(2) Análise feita porEspectrômetro deEnergia Dispersiva

(3) Os corpos de provautilizados nesteestudo são chapa deferro, banhadas emZinco Alcalino eposteriormenteCromatizadas ouPassivadas, sofreramum corte em X atéa base e foram submetidas à 96horas de Salt Spray

1 2

3

C & P • Maio/Junho • 2006 29

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Saúde & Segurança Ocupacional

30 C & P • Maio/Junho • 2006

Responsabilidade e conhecimento:as melhores medidas de prevenção

departamentos, colocando emrisco a empresa como um todo,além de vidas e bens em áreasadjacentes.

Nas indústrias, de uma ma-neira geral, segurança e saúdeocupacional, meio-ambiente equalidade, são temas que não po-dem mais ser tratados de formaindividualizada, posto que sãointerdependentes. Já não se ob-servam empresas que prevarican-do atenções para um destes te-mas, consigam obter sucesso nosdemais. E, pior, não se obtémsucesso em qualquer que seja otema, se descuidamos do princi-pal: o conhecimento.

E, é isto que quero abordar: aimportância de compartilhar co-nhecimentos, como eficaz medi-da de prevenção de acidentes detrabalho e minimização de danos.

Qualquer que seja a atividadedesenvolvida, a ela esta associadaum determinado risco, ou, o ris-co é inerente a qualquer atividadeque desenvolvamos. Vejamos: Exis-te risco na “atividade” de atraves-sar uma rua? Claro que sim. Aoatravessar uma rua, você pode seratropelado, pode tropeçar, podeaté cair num bueiro aberto.

E perigo? Existe perigo aoatravessar uma rua? Aqui, pode-mos dizer que depende. É umarua movimentada? Atravessare-mos esta rua de dia ou de noite?Há sinalização adequada, faixa depedestres, etc? Esta chovendo, hánevoeiro, etc?

Pelo exposto, pode-se perce-ber que há uma série de eventosou contingências que podem ate-nuar ou agravar o perigo de umadeterminada atividade. Porém,

ÃO SÓ AS EMPRESAS, MAS

nós mesmos, somos im-pelidos a uma competi-

ção desigual e desumana. É umconstante “correr atrás” de algoque quase nunca alcançamos eque nos faz atolar num circulovicioso difícil de se livrar. Metasde produção cada vez mais altas,preços de venda cada vez maisbaixos, exigências de qualidadeque beiram o preciosismo, di-nheiro - objeto em extinção. Stress,correria, individualismo – o sal-ve-se quem puder. Uma luta in-sana do “querer ter” vencendo o“querer ser”, que leva à banaliza-ção da tragédia: se não é (foi)comigo ou com os meus, dane-se.Não me toca.

Ledo engano! Podemos aténão perceber – ou não querer ver– mas, cedo ou tarde, cada tragé-dia ignorada repercutirá tambémsobre nós. É passado o tempo dedesenvolvermos uma visão holís-tica sobre os problemas de nos-sos dias.

O recente acidente noticiadopelo jornal O Estado de São Pau-lo, em uma “galvanoplastia clan-destina” (sic), na zona leste deSão Paulo, em 08 de abril último,que resultou em quatro vítimasfatais, sendo uma delas o própriodono do estabelecimento, confir-ma isto, além de nos levar a umareflexão ainda mais profunda so-bre a necessidade premente daaprimorar e implementar melho-rias nos ambientes de trabalho,com vistas à eliminação dos aci-dentes, principalmente em ativi-dades que oferecem riscos consi-deráveis, vitimando profissionaisda linha de produção e de outros

independente do nível de perigoassociado, haverá sempre umrisco em realizar tal atividade. E,o que faz, para um determinadorisco, percebermos um maior oumenor perigo?

As medidas preventivas. Vocêse “previne” de um atropelamen-to atravessando a rua numa faixade pedestres, numa esquina comsemáforo; ou, melhor, utilizandouma passarela, etc. Porém, lem-bremos que o risco de atravessaruma rua continua existindo.Adotando medidas de prevenção,estamos na verdade minimizan-do ou anulando o perigo de ser-mos atropelados. E, percebam,mesmo neste simples exemplo, àsmedidas preventivas estão asso-ciadas a necessidade de conheci-mento: conhecer o significadodos símbolos “faixa de pedestre” e“semáforo”; conhecer o potencialde dano de um atropelamento (oque nos faz melhor avaliar a dis-ponibilidade de se submeter acertos riscos e seus perigos), etc.

O exposto acima pode ser sin-tetizado na expressão abaixo:

PERIGO = RISCOMEDIDAS PREVENTIVAS

Note que o PERIGO aumentaem proporção inversa as MEDI-DAS PREVENTIVAS. Em outraspalavras, para um mesmo risco,quanto “menores” as medidas deprevenção, maior será o perigo.Também, da expressão fica claroque para atividades de maiorrisco (como as relacionadas as in-dústrias químicas de uma manei-ra geral e as de tratamento desuperfícies, particularmente), as

Primeiro levaram os negros / Mas não me importei com isso / Eu não era negro / Em seguida levaram alguns operários / Mas nãome importei com isso / Eu também não era operário / Depois prenderam os miseráveis / Mas não me importei com isso / Porque eunão sou miserável / Depois agarraram uns desempregados / Também não me importei / Agora estão me levando / Mas já é tarde /Como eu não me importei com ninguém / Ninguém se importa comigo.

Berthold Brecht, no poema Intertexto.

Por José AdolfoGazabin Simões

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mas? Ao cliente? Ao Estado?Infelizmente, creio que a res-

ponsabilidade cabe a TODOS nós.É muito fácil culpar apenas um –o dono do estabelecimento ou umespecífico funcionário ou umaagêncial ambiental, ou etc. Fácil,porque ao culpar UM, nos exi-mimos de culpa, porém, sem per-ceber que cada tragédia ignoradarepercutirá também sobre nós.

Responsabilidade que cabe acada um de nós, porque a todos,a seu tempo, cabe o papel deeducador. Não deixa de ser umaquestão ética comprar ou vendersem pensar em conseqüênciasassociadas, mesmo que aparente-mente estas conseqüências este-jam “distantes” de nós. Mais queisto, em se tratando de Saúde eSegurança Ocupacional, ignorarou se calar, é no mínimo um atode imprudência. Do contrario,corremos o risco de conviver como incomensurável e perpétuosuplício que cai sobre a consciên-cia dos responsáveis: aqueles quese calam e aceitam a banalizaçãodas tragédias. Afinal, pensam quese “não é com eles”; dane-se! •

José Adolfo Gazabin SimõesDiretor do SINDISUPER e Centralsuper,Diretor da Galrei Galvanoplastia [email protected] fax: (11) 4075-1888

mo. A empresa funcionava haviano máximo sete meses”, afirmouo major do Corpo de BombeirosCarlos Noia.”. E notem, não merefiro a um profundo conheci-mento, que envolvesse o saber dasreações químicas, normas técni-cas, rotulagem, etc. Refiro-me aosimples conhecimento do “nãomexa/não faça o que não sabe/não conhece”. O mesmo conhe-cimento que procuramos passaraos nossos filhos em casa, quandoos precavemos dos perigos dofogão, remédios ou produtos delimpeza. As mesmas medidas deprevenção que adotamos em nos-sas casas, quando guardamos pro-dutos de limpeza separados dealimentos, em locais que evitemo acesso de crianças e animaisdomésticos.

Também, não se pode deixarde fomentar a discussão quanto aRESPONSABILIDADE. Não a res-ponsabilidade que busca simples-mente culpar ou punir, mas res-ponsabilidade sob o ponto devista da discussão associada aoconhecimento. A quem cabe aresponsabilidade pelo oferecer ouadquirir conhecimento? A quemcabe a RESPONSABILIDADE porbuscar conhecimento? Ao execu-tante da tarefa? Ao proprietárioou gerente do estabelecimento?Aos fornecedores de matérias pri-

medidas de prevenção devem sernecessariamente maiores, sobrisco de potencializar a níveis ina-ceitáveis o perigo relacionado aosriscos destas atividades.

E, como medida de preven-ção das mais importantes (quiçáa mais importante), listamos oCONHECIMENTO. No mínimo,precisamos compartilhar comaqueles que trabalham conosco,colegas ou subordinados, os ris-cos existentes nas atividades quedeverão desempenhar. O conhe-cimento destes riscos habilita oexecutante da tarefa a decidir seestá disposto a se expor ou não aoperigo associado. Mais que isto,tende a fazer com que o execu-tante da tarefa assuma a RESPON-SABILIDADE e o interesse pelaaquisição de conhecimento.

Do trágico acidente relatadoneste texto, soubessem os envol-vidos dos riscos associados ao ma-nuseio e mistura de produtos quí-micos, teriam todos se submetidoao perigo resultante? Creio quenão. Em texto publicado no sitedo jornal O Estado de São Paulo,em 09 de abril último, fica claro:“Segundo os bombeiros, há sinaisde que o acidente ocorreu tam-bém por displicência. “Testemu-nhas disseram que o proprietárionão tinha experiência (nota do au-tor: leia-se: conhecimento) no ra-

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Tecnologia & Novos Talentos

32 C & P • Maio/Junho • 2006

Grupo de Pesquisa em Corrosão pelo Solo da COPPE/UFRJ/PEMM

sua ação agressiva em relação a materiais metálicos, devido à hetero-geneidade das amostras coletadas em campo e às divergências entre ostipos de análises adotadas. Entre os parâmetros determinantes dascaracterísticas corrosivas de um solo, podem ser citados a resistivida-de, o grau de aeração, a umidade, o pH, o potencial de oxiredução ea presença de microorganismos.

A preparação de especialistas especificamente nessa área – corrosãopelo solo – tem sido feita pelo Programa de Engenharia Metalúrgicae de Materiais da COPPE/UFRJ, havendo nessa Instituição umgrupo numeroso de pesquisadores formado por Engenheiros cursan-do Doutorado e Mestrado e também por alunos de graduação emEngenharia, todos sob a orientação do Prof. Jose Antonio da CunhaPonciano Gomes. A Universidade Federal do Rio de Janeiro se desta-ca como um centro em excelência nas areas de tecnologia e de pesqui-sa fundamental. O Centro de Tecnologia (CT) abriga diversos segui-mentos de pesquisa e desenvolvimento científico, onde se destaca aCoordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia(COPPE) e onde o Programa de Engenharia Metalúrgica e Materiais(PEMM) incentiva e apóia alunos de graduação, pós-graduação e pro-fissionais de diversas áreas na capacitação e formação de novos talen-tos. Esse grupo atualmente é composto por:

• Alysson Bueno, que desenvolve pesquisa com ênfase dos ensaios detração em baixa taxa de deformação e carga constante, ensaios de per-meação pelo hidrogênio e ensaios de polarização. Engenheiro Me-cânico formado pela UFSJ é atualmente professor substituto do De-

partamento de Metalurgia eMateriais – DEMM/UFRJ. Oobjetivo de sua tese de doutorado éelaborar uma árvore de falhas re-lacionada à integridade estruturalde dutos, no que se refere à corro-são, destacando todos os modos emecanismos de falhas possíveis deocorrer nessas estruturas, bem co-mo suas possíveis interações, umavez que esses mecanismos podemoperar de forma conjugada.

• Carlos Ferreira, Químico In-dustrial pela UFF e também dou-torando, desenvolve seu trabalhona área de avaliação e classifica-ção da corrosividade de solos atra-vés de métodos fisico-químicos e

A Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ se destaca como um centro

de excelência nas áreas de tecnologia e pesquisa fundamental

Alguns componentes

da Equipe doLaboratório de

Corrosão daCOPPE que

trabalham emconjunto na

área deCorrosão peloSolo. Da esq.

p/ à dir.: FávioMaia, Roane

Davilla,Alysson Bueno,Carlos Ferreira

e JeffersonOliveira.

NFRENTAR NOVOS DESA-fios tecnológicos dependeessencialmente da dispo-

nibilidade de especialistas emáreas diversas, que tenham rece-bido uma formação consistente,e que possam formular soluçõeseficazes. O controle do processode deterioração de estruturasmetálicas que trabalham em con-tato com o solo pode ser citadocomo um exemplo.

O estudo do solo como meiocorrosivo é considerado de gran-de importância, em função doelevada extensão de tubulações ereservatórios de combustíveisinstalados sob o solo em todo oterritório nacional. O gasodutoBrasil-Bolívia, que atravessa vá-rios tipos de solo, com diferentescaracterísticas, pode ser conside-rado como exemplo.

O solo é considerado comoum dos meios mais complexospara se determinar previamente

Por José Antônio da CunhaPonciano Gomes

C&P_14_Novos Talentos_Coppe 5/10/06 2:59 PM Page 1

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C & P • Maio/Junho • 2006 33

Dentre os diversos trabalhosde pesquisa desenvolvidos pelo La-boratório de Corrosão – COPPE,pode-se destacar a determinaçãodo grau de corrosividade de vá-rios solos do Brasil e mesmo delocais distantes como a Antartica,em colaboração com a Marinhado Brasil. Essa classificação decorrosividade de solos é feita combase nos índices de Steinrath eSteinrath modificado, que sãocompostos a partir de resultadosde análises de laboratório e medi-das “in situ”. Para o estudo, amos-tras de solos são coletadas adja-centes à estrutura enterrada e noslocais onde foram realizadas asmedidas em campo (potencial re-dox, medidas de resistividade epH do solo). Além das analisespara composição dos índices decorrosividade são preparadosextratos aquosos destas amostras,no intuito de avaliar o comporta-mento eletroquímico do aço nosolo com técnicas eletroquimicas.A Figuras 1 e 2 mostram aspectosdo trabalho de coleta de amostrase medidas de campo rotineira-mente executados pelo grupo. •

Fig. 1 - Dispositivos utilizados para medidas de potencial redox

Fig. 2 - Coleta de amostra para determinação de índices de corrosidade

José A. C. Ponciano GomesD.Sc., Professor do Programa de EngenhariaMetalúrgica e de Materiais/ COPPE/ [email protected]: (21) 2290-1615 ramal 235

analíticos. Tem como maior interesse em sua pesquisa avaliar o proces-so de deterioração de revestimentos externos e suas correlações com acomposição de um solo, assim como uma possivel influência dos siste-mas de proteção catódica no processo de deterioração de revestimentos.

• Jefferson Oliveira, Engenheiro Mecânico graduado pela UFSJ emestrando na COPPE, tem seu trabalho voltado para a pesquisa demétodos eletroquímicos aplicados ao solo “in natura”, testando a apli-cabilidade de diferentes instrumentos de medição e de análise, paracaracterizar os fenômenos que ocorrem na interface metal/solo.

• Pablo Teodoro Siqueira, Jacqueline Magacho, Thiago Fassare-la e Victor Silva, alunos de Iniciação Científica graduandos em En-genharia Metalúrgica pela UFRJ, e Jéssica Porto e Roane Davilla,graduandos em Engenharia Química pela UFRJ, colaboram tambémno desenvolvimento dessas pesquisas, oferecendo suporte em pesquisasvoltadas para a corrosividade dos solos. Têm realizado trabalhos cujoobjetivo é a avaliação dos efeitos do H2S na corrosividade de um solo,possibilidade de utilização de eletrodos alternativos para determinaçãode pH de solos e realização de ensaios de polarização para simular ocomportamento de um metal em contato com extratos aquosos de dife-rentes tipos de solos. Todo o grupo conta ainda com o apoio essencialdos técnicos Flavio Antunes Maia e Alecir Zenaide de Oliveira, queparticipam das etapas de campo e de laboratório da pesquisa.

Todo o grupo tem se apoiado em parcerias com outros institutosde pesquisa como o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), do Mi-nistério da Ciência e Tecnologia, que atua de forma integrada com osetor empresarial no desenvolvimento de pesquisas em diversas áreas.Essa parceria tem sido possível com a participação da Dra. DeniseSouza de Freitas, do INT. Outra instituição que tem colaborado como grupo é o Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (LAC-TEC), um centro de pesquisa tecnológica, que conta com o Prof. Dr.José Maurílio da Silva, pesquisador do Laboratório Central de Pes-quisa e Desenvolvimento (LAC), que ali desenvolve trabalhos na áreade avaliação de corrosividade de solos e implementação de sistemas deproteção catódica em torres de linha de transmissão.

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O que não é visto não é lembrado !

Opinião

João Conte Filho

REFERÊNCIA E LEMBRANÇA DE MARCA NÃO SÃO CONQUISTADAS

sem um intenso trabalho de exposição. Não é por acaso quealgumas marcas têm seu valor estimado em cifras astronômicas.

No mais recente ranking nacional realizado pela Interbrand e divul-gado pela revista Isto é Dinheiro encontramos empresas como o Itaú,com marca avaliada em US$ 1,093 bilhão, Bradesco (US$ 809milhões), Banco do Brasil (US$ 427 milhões), Skol (US$ 421 mi-lhões), Brahma (US$ 294 milhões) e Petrobras (US$ 286 milhões).

Se não bastasse o investimento contínuo na sustentação da ima-gem, é imprescindível que a marca venha acompanhada de umasólida postura ética por parte da empresa, aliada a um profundo res-peito ao consumidor, com o aprimoramento contínuo da qualida-de dos seus produtos e serviços, rigoroso cumprimento dos prazosde entrega, pós-venda atencioso e eficiente, postura ecologicamentecorreta dentro da cadeia produtiva, além da superação das expecta-tivas do cliente e, indo além, ao chamado “encantamento”, estadoideal de empatia entre consumidor e fornecedor.

Não faz muito tempo, um amigo quis dar um presente de casa-mento e recorreu a um tradicional fabricante de aparelhos eletroe-letrônicos, com rede própria de distribuição. Fez a opção por umatelevisão de 29 polegadas e um home theater, a serem entregues naregião Nordeste. Com o prazo de entrega acertado, previsto para asvésperas da cerimônia, e o com pagamento antecipado, pensou queestaria proporcionando uma belíssima surpresa aos noivos. Pura ilu-são. Depois de muita briga, desencontros e ameaças de providênciaslegais por parte do comprador, o presente foi entregue vários diasapós o casamento.

Citei o exemplo só para comentar como a imagem de uma mar-ca pode despencar perante o consumidor. Certamente não fui oúnico a quem o cliente insatisfeito relatou o seu constrangimento,num desdobramento exponencial de proporções muitas vezes sub-avaliadas pelas empresas. Após o ocorrido, o processo de recupera-ção da imagem da marca envolvida no episódio será altamente one-roso, lento e sem garantias de sucesso. Os recursos despendidos paratal serão certamente maiores do que aqueles necessários para garan-tir o cumprimento do prazo de entrega prometido ao meu amigo.É o típico “vacilo” de marketing, muitas vezes sequer reconhecidopelas empresas.

Marcas e símbolos precisam figurar no subconsciente do consu-midor com uma imagem positiva e de extrema confiança, assimcomo aquelas que nos fazem, por exemplo, abrir um potinho de ali-mento infantil e servirmos para nossas crianças sem que venhamos

questionar a qualidade do seu conteúdo. Con-fiança “cega” é do que estou falando!

Dentro do business to business não é diferente.A filosofia continua sendo a mesma, afinal, portrás de uma empresa estão pessoas consumidoras,que nela trabalham e por ela tomam decisões.Porém, a dedicação em divulgar suas marcas, va-lores e símbolos não é prática comum. Infeliz-mente, pois deveria ser, como dizia minha tiaCarolina, um trabalho “que leva a vida toda emais seis meses”. Neste exato momento, existemempresas que necessitam comprar o seu produto!Um mercado dinâmico, cuja existência indepen-de do seu posicionamento de marketing, masque, para se tornar seu cliente, precisa, ao menos,saber da existência da sua empresa, sua atuação,seus produtos, e principalmente ter sua marca emmente no momento da compra. Por sua vez,quem quer vender precisa saber onde encontrareste cliente em potencial. Como a letra da músicado Nando Reis: “Por onde andei enquanto vocême procurava?”.

Encontre o veículo que atinja o seu target demercado, que fale com as pessoas certas nas em-presas certas, aquelas que detêm poderes para in-fluenciar, especificar e decidir pela compra deprodutos e serviços. E que o veículo ainda apre-sente um conteúdo editorial consistente, para queproporcione altos índices de leitura, seja forma-dor de opinião e congregue todos aqueles que sededicam a um determinado setor.

Cuide da marca da sua empresa como se fosseo seu bem principal, que não pode ser renegado aum segundo plano e que deve ser orgulhosamen-te enaltecido a cada dia.

Lembre-se, o que não é visto não é lembrado! •

João Conte Filho Diretor da Aporte Editorial, responsável pela publicação da revista Corrosão & Proteção. Contatos: [email protected]

A marca é um dos principais ativos de uma empresa. E o cuidado com sua valorização

deve ser contínuo, inclusive nas empresas que atuam no setor business to business

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