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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DO LÍDER HUMANISTA PARA UMA EMPRESA ESPIRITUALIZADA Por: Jurema Maria Vasconcellos Cipriano Orientador Prof. Fernando Lima Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO LÍDER HUMANISTA PARA UMA

EMPRESA ESPIRITUALIZADA

Por: Jurema Maria Vasconcellos Cipriano

Orientador

Prof. Fernando Lima

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO LÍDER HUMANISTA PARA UMA

EMPRESA ESPIRITUALIZADA

Apresentação de monografia ao Conjunto

Universitário Candido Mendes como

condição prévia para a conclusão do Curso

de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Gestão

de Recursos Humanos.

Por: Jurema Maria Vasconcellos Cipriano

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DEDICATÓRIA

Ao grande e único amor da minha vida,

minha adorada filha Bianca Cipriano

Domingues (in memorian). Com certeza

Deus reservou-me uma tarefa muito

importante aqui nesta dimensão, a qual

ainda não consegui descobrir qual é, pois a

vida perdeu todo o sentido com a partida de

minha Adorada Filha. Porém é certo de que

na dimensão em que Ela se encontra,

conseguirá captar todo esse imenso amor,

que sufoca meu peito de tanta saudade.

Assim como Maria, mãe de Jesus, vou

vivendo os meus dias, aguardando o

momento em que nos encontraremos,

novamente, na eternidade. Espere por mim

Amor de mamãe. Amo-te para todo sempre.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela oportunidade aberta, me

proporcionando condições de realizar este

trabalho acadêmico, na tentativa de, com

esse estudo, amenizar o sofrimento

provocado pelo afastamento “temporário” de

minha adorada filha Bianca Cipriano

Domingues.

Ao meu gerente, Carlos de Souza

Almeida, pelo incentivo e como fonte de

inspiração para a escolha do assunto

abordado.

Ao meu companheiro, Ronaldo de

Almeida Sobrinho, pelo apoio e carinho

dedicados.

A toda minha família e amigos, que de

alguma forma, tem me ajudado a enfrentar

esta situação tão árdua e difícil pra mim.

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RESUMO

A liderança consiste na capacidade de influenciar as pessoas em diferentes

situações e contextos. Ocorre em grupos de diversos segmentos, onde o

processo de comunicação entre as pessoas funciona como norte para a

consecução dos objetivos almejados. O papel da liderança nas organizações

fundamenta-se, em síntese, em articular as necessidades demandadas das

orientações estratégicas em harmonia com as necessidades dos indivíduos,

orientando as necessidades de ambas as partes na direção do

desenvolvimento institucional e individual. Quando exercida com excelência a

liderança estimula o comprometimento dos indivíduos, conduzindo-os a altos

desempenhos, o que certamente gera resultados positivos crescentes para a

organização. Nesse contexto, o objetivo principal deste trabalho é analisar a

visão e a aplicabilidade da espiritualidade na liderança para o sucesso

organizacional. Na revisão bibliográfica são discutidos os conceitos de

liderança, espiritualidade no trabalho e liderança espiritualizada, através da

visão de diversos autores.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a elaboração desta monografia é a

pesquisa bibliográfica de caráter descritivo, vez que desenvolvida a partir de

material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.

Este tipo de pesquisa procura explicar um problema a partir de referências

teóricas publicadas em documentos.

De acordo com Rudio (2001), a pesquisa descritiva tem como

objetivo obter informações do que já existe, a fim de poder descrever e

interpretar a realidade. Há uma necessidade de descobrir o que acontece,

conhecer o fenômeno, procurando interpretá-lo e descrevê-lo.

A revisão bibliográfica foi utilizada como principal fonte de dados.

Rudio (2001, p.48) usa o termo “observação documental” e comenta que deve

ser utilizado num sentido mais extenso, aplicando-o também para o “uso da

biblioteca”, tanto porque nela se encontram as observações e experiência que

os outros já fizeram, como também nela se acham as bases conceituais, sem

as quais não se pode haver verdadeira observação científica.

As fontes de pesquisas consistem em livros, artigos, reportagens

e publicações eletrônicas que abordam o assunto analisado.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................. 08 CAPÍTULO I LIDERANÇA................................................................................................... 10 CAPÍTULO II A ESPIRITUALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES............................................... 25 CAPÍTULO III LIDERANÇA E ESPIRITUALIDADE................................................................ 38 CONCLUSÃO ................................................................................................. 46 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 48 ÍNDICE ............................................................................................................ 53 FOLHA DE AVALIAÇÃO ................................................................................ 54

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INTRODUÇÃO

No contexto organizacional atual, a preocupação com a

competitividade e a busca pela melhoria da qualidade nos processos, nos

produtos e nos serviços é primordial para o sucesso da organização e neste

contexto a liderança, que pode ser compreendida como a capacidade de deixar

claros os rumos do negócio e de enxergar qual o potencial das equipes para

atingi-los, vem se destacando como um poderoso instrumento para se atingir

esse objetivo.

Ao longo dos anos, diversas pesquisas têm enfocado o tema

liderança, buscando conceituar esse fenômeno, relacionar características e

habilidades presentes nas pessoas que se destacam como líderes, diferenciar

estilos comportamentais, valorizar aspectos situacionais, enfim, ressaltar as

diferentes variáveis que podem intervir nesse processo.

Atualmente, em muitas empresas vem ocorrendo um fato novo,

onde líderes não se atêm apenas ao seu papel de controlador, ditador de

regras, normas e procedimentos, mas buscam promover a experiência de

transcendência dos empregados por meio dos processos de trabalho,

facilitando o seu sentido de conexão com as outras pessoas, de um modo que

lhes proporciona sentimentos de plenitude e alegria, passando a ter uma visão

holística dos indivíduos, levando em conta o corpo, a mente, a alma e o

espírito.

É nesse contexto que se abre espaço para a espiritualidade no

trabalho, que pode ser entendida como a prática, por parte das empresas e

seus líderes, do entendimento de que os funcionários possuem uma vida

interior e são seres integrais, que desempenham outros papéis em suas vidas.

O trabalho, realizado com um sentido de comunidade, influencia e é

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influenciado pelo desenvolvimento dos aspectos da vida dos indivíduos

(MOGGI; BURKHARD, 2004).

Para que a espiritualidade corporativa possa ser desenvolvida, as

empresas têm buscado profissionais que estejam alinhados com esses valores.

Por esta razão, faz-se importante investigar os benefícios trazidos para a

organização através de um trabalho liderado espiritualmente.

Assim, este trabalho tem como objetivo geral analisar a visão e a

aplicabilidade da espiritualidade na liderança para o sucesso organizacional. E

como objetivos específicos: discutir os conceitos e as teorias de liderança,

através da visão de diversos autores; investigar o conceito de espiritualidade

no nível individual e organizacional, identificando as conseqüências e os

benefícios que a espiritualidade pode trazer às organizações; analisar o

conceito de espiritualidade organizacional em cargos de liderança.

A razão de escolha deste tema surgiu em decorrência da experiência

profissional de convívio com um líder preocupado em reconhecer o indivíduo,

inserido no processo organizacional, como “SER HUMANO”.

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CAPÍTULO I

LIDERANÇA

1.1 Conceito

A liderança é exercida em vários segmentos e de diversas

maneiras e consiste, basicamente, da condução ou coordenação de grupos.

Chiavenatto (2004, p. 560) define liderança como sendo a

“influência interpessoal exercida numa situação e dirigida por meio do processo

da comunicação humana à consecução de um ou de diversos objetivos

específicos”. Para o autor, liderança não é sinônimo de administração, pois o

administrador é responsável por funções como planejar, organizar, dirigir e

controlar a ação organizacional para alcançar os objetivos. Um bom

administrador deve ser necessariamente um líder, mas um líder nem sempre é

um administrador.

Kouzes e Posner (1997, p.33-34) definem a liderança como:

a arte de mobilizar os outros para que estes queiram lutar

por aspirações compartilhadas. Nessa definição, uma

palavra se destaca: querer. Sem ela, o significado de

liderança seria bastante alterado, provocando o

desaparecimento de conceitos como escolha, motivação

interna e aspirações. A liderança, nesse caso, implicaria

algo menos que o envolvimento voluntário da parte dos

seguidores.”

Maximiniano (2002) compreende a liderança como o processo de

conduzir e influenciar as ações para a realização dos objetivos estipulados

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pelas organizações, sendo necessário a influência do líder no comportamento e

a mentalidade da sua equipe para esses objetivos sejam alcançados.

Para Aguiar (2002) a liderança pode ser compreendida a partir de

duas abordagens: a liderança como atributo de um indivíduo e a liderança

como propriedade do grupo. Na primeira abordagem, a liderança fundamenta-

se na identificação dos traços individuais, físicos, intelectuais e de

personalidade dos líderes (liderança inata). Assim, o indivíduo que possa dar

maior assistência e orientação ao grupo (escolher ou ajudar o grupo a escolher

as melhores soluções para seus problemas) para que atinja um estado

satisfatório, tem maiores possibilidades de ser considerado seu líder. Na

segunda, a liderança é considerada um fenômeno que surge à medida que o

grupo se forma e se desenvolve. Segundo esse ponto de vista, o papel que um

elemento assume no grupo é determinado pelas necessidades do próprio

grupo, pelas características próprias de cada um dos elementos desse grupo e

pela forma como essas características são percebidas pelos demais

elementos. Assim, desaparece o “líder” e surgem diferentes líderes em

diferentes situações e momentos da vida do grupo.

Dentro dessa concepção, “a liderança é uma função das

necessidades existentes numa determinada situação e consiste numa relação

entre um indivíduo e um grupo” (BENNIS, 1998, p. 46). Nestes termos o

conceito de liderança repousa numa relação funcional. Essa relação funcional

somente existe quando um líder é percebido por um grupo como o possuidor

ou controlador de meios para a satisfação de suas necessidades. Assim, segui-

lo pode constituir para o grupo um meio para aumentar a satisfação de suas

necessidades ou de evitar sua diminuição.

Diversamente, Scholtes (1998), entende que liderança é mais do

que abordagens, capacidades e atributos. Para o autor:

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Liderança é a presença e o espírito do indivíduo que lidera, e o

relacionamento que se cria com as pessoas chefiadas. A boa

liderança dá conta das necessidades e valores das pessoas

que necessitam ser gerenciadas: leva em consideração as

habilidades e capacidades dos indivíduos com quem o líder

compartilha essa liderança. Ela se adapta ao propósito e

necessidades futuros da organização. A liderança é uma arte,

uma jornada interior, uma rede de relacionamentos, o domínio

de métodos, e mais, muito mais. E por não podermos esperar

que um indivíduo heróico possua todas essas características, a

liderança, em última instância, precisa ser um sistema

(SCHOLTES, 1998, p. 423).

Nessa concepção, a liderança (que envolve funções como

planejar, dar informações, avaliar, arbitrar, controlar, recompensar, estimular,

punir etc.) deve ajudar o grupo a atingir os seus objetivos, ou, em outras

palavras, a satisfazer suas necessidades.

Para Cabana (1997, p. 15) há distinção entre o conceito de

liderança como uma qualidade pessoal (combinação especial de características

pessoais que fazem de um indivíduo um líder) e de liderança como função

(decorrente da distribuição da autoridade de tomar decisões dentro de uma

empresa): “o grau em que um indivíduo demonstra qualidade de liderança

depende não somente de suas próprias características, mas também das

características das situações na qual se encontra”. Para o autor, a liderança

não é uma propriedade que certos indivíduos têm e outros não. Por outro lado,

um mesmo ato de liderança pode, em princípio, partir de vários ou de todos os

membros de um grupo. E pode ser exercido de várias maneiras (não há

“estilos” de liderança exclusivos).

O que se percebe na literatura estudada é que embora não exista

um acordo quanto à definição conceptual e mesmo quanto à significação

teórica do processo de liderança, a idéia comum apresentada pelos autores

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está vinculada à liderança como maneira de influenciar as atitudes e

comportamentos de outras pessoas.

1.2 Teorias sobre a liderança

A liderança pode ser estudada por uma multiplicidade de

aspectos. As principais abordagens são as teorias dos traços, teorias

comportamentais, teorias contingenciais e as novas teorias de liderança.

1.2.1 Teoria dos traços

Essa teoria presume que, de alguma forma, determinadas

características em uma pessoa têm impacto sobre a liderança. Esse enfoque

observou que os verdadeiros líderes são aqueles que nascem com certas

características que os colocam em predisposição à liderança, que possuem

mais coragem, mais agressividade, maior poder de decisão e mais articulação

do que os não-líderes. Ou seja, a liderança seria uma combinação de traços

pessoais, e estaria vinculada a disposições inatas das pessoas, ou seja, os

líderes já nascem feitos (GIL, 2001).

Segundo Chiavenatto (2004), por esta teoria se pode ter um

número finito de características pessoais, intelectuais, emocionais e físicas que

identifica os líderes de sucesso, como: habilidade de interpretar objetivos e

missões; habilidade de estabelecer prioridades; habilidade de planejar e

programar atividades da equipe; facilidade de solucionar conflitos e problemas;

facilidade de supervisionar e orientar pessoas; habilidade de delegar

responsabilidades aos outros.

De acordo com Bennis (2001), também são características

básicas: visão orientadora, paixão, integridade, confiança, curiosidade e

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ousadia. Ainda por esta teoria, alguns traços são considerados essenciais para

uma liderança eficaz, tais como: inteligência, otimismo, empatia, criatividade,

flexibilidade, tolerância, amabilidade, responsabilidade, confiança.

Essa teoria é muito questionada, pois milhões de pessoas

possuem essas características e sequer pensam em tornarem-se líderes.

Outras, ocupando posições de liderança, não possuem tais ingredientes em

sua personalidade. Nesse sentido, Robbins (2002) ressalta que alguns traços

aumentam a probabilidade de sucesso como líder, mas nenhum dos traços

garante sucesso.

1.2.2 Teorias comportamentais

Os estudiosos, ao chegarem à conclusão de que as

características pessoais não são suficientes, passaram a identificar quais os

comportamentos que poderiam tornar os líderes mais eficazes. Assim, por essa

abordagem pressupõe-se que os comportamentos podem ser aprendidos, ou

seja, uma pessoa poderia ser treinada nos comportamentos de liderança e

obter resultados melhores (GIL, 2001). E, o que distinguiria os líderes dos não-

líderes seriam os comportamentos adotados nas inter-relações com seus

liderados, ou seja, na relação com os integrantes da equipe ou individual.

A principal teoria que explica a liderança por meio de estilos de

comportamento, sem se preocupar com características de personalidade é a

que se refere a três estilos de liderança: autoritária, liberal e democrática,

desenvolvida por White e Lippitt, em 1939.

A liderança autoritária enfatiza a preocupação pela tarefa e se

baseia na idéia de que o líder ou gerente tem todo o poder e autoridade na

tomada de decisão, não precisando consultar os subalternos e esperando que

eles obedeçam às ordens sem receber qualquer explicação.

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Pela liderança democrática, também denominada de estilo

participativo, o líder compartilha com os liderados sua responsabilidade de

liderança, envolvendo-os na execução da tarefa. O líder deve ser um treinador,

deve manter os empregados informados sobre tudo o que afeta o trabalho

deles. O ambiente gera confiança, cooperação, espírito de equipe e moral alto.

Tipicamente, o líder democrático reconhece e encoraja realizações e

desenvolve planos com os empregados, permitindo que eles estabeleçam

metas.

A liderança laissez-faire, também conhecida como o estilo de não

intervenção, é aquela em que o líder proporciona pequena ou nenhuma direção

e dá aos liderados tanta liberdade quanto possível. Toda a autoridade e poder

é dada ao grupo, que determina metas, toma decisões e solucionar os próprios

problemas.

O quadro a seguir expõe uma síntese das principais

características de cada um desses estilos de liderança.

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QUADRO 1 - Estilos de Liderança

AUTOCRÁTICA

DEMOCRÁTICA

LIBERAL

(LAISSEZ-FAIRE)

å Apenas o líder fixa as diretrizes, sem qualquer participação do grupo.

å O líder determina as

providências e as técnicas para a execução das tarefas,

cada uma pôr vez, na medida em que se tornam

necessárias e de modo imprevisível para o grupo.

å O determina qual a tarefa que cada um deve executar e qual o seu companheiro

de trabalho.

å O líder é dominador e é “pessoal” nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada

membro.

å As diretrizes são

debatidas pelo grupo, estimulado e assistido pelo

líder.

å O próprio grupo esboça as

providências e as técnicas para atingir o alvo,

solicitando aconselhamento técnico ao líder quando

necessário, passando este a sugerir duas ou mais

alternativas para o grupo escolher. As tarefas ganham novas perspectivas com os

debates.

å A divisão das tarefas fica a critério do próprio grupo e cada membro tem liberdade

de escolher os seus companheiros de trabalho.

å O líder procura ser um membro normal do grupo,

em espírito, sem encarregar-se muito de tarefas. O líder é

“objetivo” e limita-se aos “fatos” em suas críticas e

elogios.

å Há liberdade completa

para as decisões grupais ou individuais, com participação

mínima do líder.

å A participação do líder no debate apenas materiais

variados ao grupo, esclarecendo que poderia

fornecer informações desde que as pedissem.

å Tanto a divisão das

tarefas, como a escolha dos companheiros, fica

totalmente a cargo do grupo. Absoluta falta de

participação do líder.

å O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou de

regular o curso dos acontecimentos. O líder

somente faz comentários irregulares sobre as

atividades dos membros quando perguntado.

Fonte: O’Connor (1997).

Nesta teoria, a liderança é vista como a qualidade de

comportamento dos indivíduos, por meio da qual eles dirigem pessoas ou suas

atividades em esforço organizado. A liderança está relacionada ao indivíduo e

aos seus seguidores nas condições em que esta ocorre, ou seja, na

capacidade de controlar o comportamento humano.

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1.2.3 Teorias contingenciais

De acordo com Schermerhorn Jr. et al. (1999, p. 228),

freqüentemente “as características e/ou comportamentos atuam junto com

contingências situacionais – outros aspectos importantes de liderança – para

determinar resultados”. Assim, os estudiosos do fenômeno da liderança

passaram a analisá-la sob o mesmo vértice de certos padrões ou estilo de

comportamento do líder, mas, agora, buscando discriminar as situações nas

quais um estilo de liderança é mais eficaz do que outro.

Surgiu, assim, o modelo contingencial de liderança, desenvolvido

por Fred Fiedler, que adota o conceito do comportamento adaptativo do líder, e

considera que os diferentes estilos de comportamento do líder podem ser

eficientes ou ineficientes, dependendo dos elementos envolvidos na situação.

Por este modelo três variáveis podem determinar, se uma dada situação é

favorável aos líderes: as relações líder/membros; o grau de estruturação da

tarefa a ser realizada, e o poder de posição do líder.

Robbins (2002, p.310) diz que estas três dimensões podem assim

ser consideradas:

· Relações entre líderes e liderados - o grau de confiança,

credibilidade e respeito que os membros do grupo têm em seu

líder;

· Estrutura da tarefa – o grau de procedimentos estabelecidos

no trabalho (ou seja, se as tarefas são estruturadas ou não-

estruturadas)

· Poder da posição – o grau de influência que um líder tem

sobre as variáveis de poder, tais como: o poder de contratar,

demitir, tomar ações disciplinares, conceder promoções e

aumentos salariais.

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Estas três variáveis contingenciais, quando combinadas,

possibilitam encontrar oito situações potenciais nas quais um líder pode se

encontrar. Através do modelo de Fiedler, o cruzamento apropriado do estilo do

líder com a situação (determinada pelo tipo de tarefa, relação e poder) leva a

um desempenho eficaz da liderança. Considera, ainda, que a situação mais

favorável para um líder influenciar seu grupo é aquela em que o líder é

estimado pelos membros, tem alto poder de posição e dirige um trabalho bem

definido, ou seja, um trabalho com alta estruturação da tarefa. O modelo de

Fiedler, entretanto, propõe o comportamento linear do líder, sugerindo apenas

dois estilos básicos: o orientado para as tarefas e o orientado para as relações.

Segundo Robbins (2002, p. 13), os estilos de liderança modificam-

se em decorrência das situações encontradas,

em algumas situações, um estilo de liderança participativo é

claramente superior, mas em outras situações, um estilo de

decisão autocrático é mais eficaz. Em outras palavras, a

eficácia de um estilo de liderança depende da situação na qual

ele é usado.

Para Schermerhorn Jr. et al. (1999, p. 231), a abordagem de

liderança situacional

exige que o líder desenvolva a capacidade de diagnosticar a

necessidade das situações para poder escolher e implementar

a resposta adequada de liderança. A teoria dá atenção

específica para os liderados e os seus sentimentos quanto à

tarefa em questão.

Portanto, na liderança situacional,

o líder se comporta de um determinado modo ao tratar

individualmente os membros do seu grupo e de outro quando

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se dirigirem a este como um todo, dependendo do nível de

maturidade das pessoas que o mesmo deseja influenciar

(ULRICH, 2000, p.46).

A ênfase na liderança situacional recai sobre o comportamento do

líder em relação aos subordinados, o líder deve ser capaz de identificar a

realidade do seu ambiente e respeitar a individualidade das pessoas. Ainda

que, tenham uma boa habilidade de diagnóstico, os líderes somente serão

eficazes se souberem adaptar seu estilo de liderança às exigências do

ambiente.

1.3 Novas teorias de liderança

1.3.1 Liderança carismática

Nesta teoria, os líderes conseguem, em virtude de suas

habilidades pessoais, produzir um efeito profundo em seus subordinados.

Schermerhorn Jr. et al. (1999) afirmam que o líder carismático tem

forte necessidade de poder, considera-se muito eficaz e está convicto da

moralidade de suas crenças. Possui sentimento de auto-eficácia, que faz com

que ele acredite que tem capacidade de ser líder. Esse tipo de líder, segundo o

mesmo autor, possui cinco habilidades, quais sejam: a) sensibilidade aos

contextos mais apropriados ao carisma, ênfase na avaliação crítica e detecção

de problemas; b) capacidade de visão, ênfase no pensamento criativo para

aprender e pensar sobre mudanças profundas; c) comunicação, ênfase no

trabalho com aspectos lingüísticos orais e escritos; d) administração da

imagem, ênfase no exemplo, aparência, linguagem corporal e habilidades

verbais; e) concessão de poder, ênfase em comunicar expectativas de alto-

desempenho, melhorar a participação na tomada de decisão, afrouxamento de

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qualquer restrição burocrática, definição de metas significativas e

estabelecimento de sistemas de recompensas.

A maioria dos especialistas em liderança acreditam que, por meio

de treinamento, as pessoas podem aprender a ser líderes carismáticos

(ROBBINS, 2002).

1.3.2 Liderança transformacional

Por este estilo de liderança, a figura do líder é aquele que ajuda

as organizações e pessoas a fazer mudanças positivas no modo como

realizam as coisas. A liderança transformacional é uma combinação de

carisma, liderança inspiradora e estímulo intelectual.

O líder transformacional desenvolve novas visões para a

organização e mobiliza os empregados para aceitar e trabalhar no sentido de

realizar essas visões.

O líder transformacional, de acordo com Robbins (2002), presta

atenção nas preocupações e necessidades de desenvolvimento dos

subordinados, ajudando-os a ver problemas de maneiras novas, com

capacidade de excitar, estimular e inspirar seguidores a exercerem esforços

para alcançar metas de grupo. Dá atenção pessoal, trata cada trabalhador

individualmente, treina pessoalmente e aconselha.

Ainda de acordo com Robbins (2002), embora ambas sejam

carismáticas, a maior diferença entre a liderança transformacional e a liderança

carismática reside no fato de que enquanto o líder carismático seduz para que

sua visão seja implantada e seguida, o líder transformacional estimula seus

seguidores para a crítica das situações presentes e da visão dele em relação

ao futuro da organização.

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1.3.3 Liderança visionária

É aquela que tem o futuro em vista; é “a capacidade de criar e

articular uma visão de futuro realista, atrativa e acreditável para a organização

ou unidade organizacional, que tem como ponto de partida a situação presente

e a busca de sua melhoria” (ROBBINS, 2002, p. 320).

De acordo com Nanus (2000, p.10) esta liderança pode ser

caracterizada da seguinte forma:

Os líderes assumem o controle, fazem com que as coisas

aconteçam, sonham e depois traduzem esses sonhos em

realidade. Os líderes atraem o compromisso voluntário dos

seguidores, energizando-os, e transformam as empresas em

novas entidades, com maior potencial de sobrevivência,

crescimento e excelência. A liderança eficaz energiza uma

empresa para maximizar a sua contribuição para o bem-estar

de seus membros e da sociedade da qual faz parte. Se os

gerentes são conhecidos por suas habilidades de solucionar

problemas, os líderes são conhecidos por serem mestres em

projetar e construir instituições; eles são os arquitetos do futuro

da organização.

O líder visionário deve ter as seguintes habilidades: capacidade

de explicar a visão para os outros; habilidade para expressar a visão não

apenas verbalmente, mas através do comportamento do líder; e capacidade de

estender a visão a contextos diferentes de liderança.

Dominando essas habilidades, o líder visionário poderá conduzir a

organização ao crescimento e à melhoria contínua.

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1.3.4 Liderança como administração do sentido

Pela teoria da liderança como administração do sentido, o que

interessa não é o como realizar as atividades produtivas – como ocorria na

burocracia -, mas sim, por que fazê-las.

A essência básica da administração do sentido, de acordo com

Bergamini (1994, p. 108), reside em que “se percebe e se configura o mundo à

volta de cada um, como se chega ao sentimento de identidade, satisfação e

competência pessoal, além de como se capitalizam sobre as forças pessoais

para lidar com situações conflitantes”.

O perfil do líder nesta teoria vai de encontro à busca de

significado para as ações humanas, onde a motivação é intrínseca ao

indivíduo.

1.3.5 Liderança baseada em princípios

Com o intuito de revolucionar o treinamento gerencial, Covey

(1994), sugere uma liderança baseada em princípios, que afloram como

valores, idéias, normas e ensinamentos que “enobrecem, elevam, realizam,

legitimam e inspiram as pessoas” (COVEY, 1994, p.48).

O autor aponta neste tipo de liderança oito características dos

líderes. A primeira característica é que os líderes estão continuamente

aprendendo. Neste sentido, são pessoas que desenvolvem novas habilidades e

interesses a partir da curiosidade e estão abertas a adquirir novos

conhecimentos, pois são humildes o suficiente para admitir opiniões diferentes

e divergentes das suas.

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A segunda é que os líderes estão constantemente voltados para o

serviço. Compreendem a vida como uma missão e não como uma carreira. O

sucesso desses líderes está diretamente relacionado com o sucesso das

pessoas que estão ao seu redor, com o todo, havendo uma atuação harmônica

entre as pessoas.

A terceira característica é que essas pessoas irradiam energia

positiva e contagiam todos a sua volta. Assim, percebe-se que o ambiente é

influenciado pela postura que os líderes assumem perante os fatos e situações

da vida.

Da mesma forma, o autor defende a idéia de que neste tipo de

liderança, as pessoas acreditam nas outras pessoas, ainda que o potencial

delas esteja latente. Essa postura cria um ambiente favorável ao crescimento e

à oportunidade, podendo despontar potencialidades que não haviam se

configurado ainda.

Os líderes baseados em princípios conciliam aspectos físicos e

mentais, desenvolvendo ambas as habilidades físicas e cognitivas. Por isso,

Cevey (1994) aponta como quinta característica que essas pessoas têm suas

vidas equilibradas. Este equilíbrio refere-se também ao reconhecimento de seu

próprio valor, porém, sem a necessidade de mostrar-se aos outros. De acordo

com Covey (1994, p. 11), pessoas baseadas em princípios, “vivem

sensatamente no presente, planejam cuidadosamente o futuro, e adaptam-se

com flexibilidade às circunstâncias mutáveis”.

As pessoas baseadas em princípios sabem saborear a vida, pois

possuem segurança, ao invés de dependerem de fatores externos. Portanto,

encaram a vida como uma aventura e fazem ricas as suas vidas, pois não lhes

faltam vontade de aprender e flexibilidade.

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A sinergia é uma outra característica das pessoas baseadas em

princípios. Na verdade, são catalisadoras de mudanças, melhoram qualquer

situação em que se envolvem e trabalham de forma tão árdua quanto

inteligente. Além disso, sabem trabalhar em equipe, delegando poderes

naturalmente e relacionam-se de forma sincera, contribuindo para o processo

criativo na solução de problemas.

Complementando uma vida equilibrada, as pessoas orientadas

por princípios exercitam-se pela auto-renovação, representada pela

congruência das quatro dimensões da personalidade humana: física, mental,

emocional e espiritual.

Covey (1996) identifica, ainda, três funções básicas para a

liderança neste novo paradigma: explorar, alinhar e dar autonomia. A primeira

função diz respeito ao atendimento das necessidades dos clientes e de outros

grupos de interesses a partir de seus valores e visões, por meio de um plano

estratégico. Já a segunda função, ocorre pois as pessoas procuram realizar a

visão, criando e aperfeiçoando continuamente as estruturas e os sistemas que

atendem a essas necessidades. Por fim, a função autonomia (empowerment)

se traduz na confiança nas pessoas e no potencial que as mesmas possuem.

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CAPÍTULO II

A ESPIRITUALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES

2.1 Conceito de espiritualidade

A espiritualidade é definida por Bezerra (2001, p. 09), como a

“qualidade do que é espiritual, imaterial, incorpório, sobrenatural, místico.”

Na concepção de Guillory (2000, p. 43) a espiritualidade é energia

vital que alimenta a empresa em busca de seus objetivos. Para o autor,

“espiritualidade é a nossa consciência interior. É a fonte de inspiração,

criatividade e sabedoria. O que é espiritual vem de dentro e transcende nossas

crenças e valores programados”.

Petrosillo (1996, p. 101), que apresenta uma abordagem cristã

acerca da espiritualidade, aponta que:

O termo indica quer a sensibilidade aos valores espirituais quer

as concepções e práticas próprias de uma religião ou de um

grupo religioso (por exemplo, espiritualidade budista,

espiritualidade franciscana, etc.). Na teologia, refere-se à parte

da teologia que, procedendo da verdade da Revelação divina e

da experiência religiosa de cada pessoa, define a natureza da

vida sobrenatural, formula as diretivas para o seu crescimento

e desenvolvimento e explica os processos através dos quais as

almas avançam desde o início da vida espiritual até à sua

perfeição plena.

Nesse viés cristão, Fiores (1993, p. 490) compreende a

espiritualidade como “o conjunto das inspirações e das convicções que animam

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interiormente os cristãos em sua relação com Deus, assim como o conjunto

das reações e das formas exteriores visíveis que concretizam tal relação.”

Para Emmons (apud SILVA, 2001, p.50):

A espiritualidade é vista como sendo uma base ou coletânea

de informações e conhecimentos que facilitam a adaptação a

um ambiente. [...] A formação espiritual, nessa mesma

perspectiva, consistiria fundamentalmente na construção de

uma base de conhecimentos e informações relacionados ao

sagrado. Ela seria uma fonte privilegiada de informações, tanto

afetivas quanto cognitivas sobre o “transcendente” e o “divino”.

É por essa via que o ser humano aprende como seus

interesses e aptidões espirituais podem ser processados no

sentido de um tal conhecimento que transcende e confere

significado.

Analisando a “inteligência espiritual”, esse mesmo autor nomeia

cinco componentes que a caracterizam e fazem que o homem se realize: a

capacidade de transcendência; a habilidade de entrar em estados

espiritualmente iluminados de consciência; a capacidade de investir em

atividades, eventos e relacionamentos carregados com senso do sagrado; a

habilidade de utilizar recursos espirituais para resolver problemas na vida e a

capacidade de ser virtuoso e de se comportar efetivamente como tal

(EMMONS apud SILVA, 2001).

Moggi (2004, p. 36), por sua vez, aponta que o conceito de

espiritualidade

se caracteriza por possuir elementos comuns a todas as

grandes religiões como o amor, o respeito à vida em todas as

suas manifestações, o livre arbítrio, a esperança, a

honestidade, a integração, a verdade, a bondade, a igualdade,

a fraternidade e a liberdade.

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Importante se faz mencionar que espiritualidade não é sinônimo

de religião. Conforme aponta Guillory (2002), a espiritualidade é comumente

confundida com religião e embora estejam relacionadas entre si, são coisas

distintas, ou seja, ser alguém espiritual não significa exibir qualquer religião. De

acordo com o autor:

A espiritualidade deriva da consciência interior – para além dos

sistemas de crenças, quer esses sistemas sejam ensinados ou

estudados. Os sistemas de crenças religiosas originam-se da

espiritualidade. Religião é forma e espiritualidade é a fonte por

trás da forma. Na verdade, a dimensão espiritual é onde todos

os sistemas de crenças religiosas fundem-se em um só, sem

diferenças (GUILLORY, 2002, p. 15).

O autor explica, ainda, que a espiritualidade é uma forma de ser

“que pré-determina como vamos reagir às experiências da vida ao passo que a

religião implica incorporar e implementar sistemas de crença organizados. Na

verdade, a religião é a forma que a espiritualidade assume na prática”

(GUILLORY, 2000, p. 43).

Para Oliveira (2001, p.72) a diferença entre espiritualidade e

religião está nas expressões caminho e objetivo:

Religião: Produto de um determinado tempo e local; destinado

a um grupo; concentra-se mais no caminho para o objetivo;

códigos de conduta; um sistema de pensamento; um conjunto

de crenças, rituais e cerimônias destinado a ajudar no

progresso ao longo do caminho; instituições e organizações;

uma comunidade para compartilhar os fardos e as alegrias da

vida; um modo de vida.

Espiritualidade: O objetivo, mais do que o caminho; destinada

ao indivíduo; uma jornada pessoal, particular; contém

elementos comuns a todas as religiões (amor, crença, regras

básicas e assim por diante)...

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Assim, pode-se compreender a espiritualidade como algo

profundo que cada indivíduo é capaz de compreender mesmo intuitivamente

como sendo o conjunto de virtudes como o amor, a bondade, a sabedoria, a

inteligência, o respeito. Pessoas espiritualizadas têm maior chance se serem

mais compreensivas, prudentes, pacientes e tolerantes. A busca pela

espiritualidade tem sido objetivo de muitos, não apenas individualmente, mas

na família, na igreja e principalmente no trabalho.

2.2 A espiritualidade nas empresas

A empresa é uma organização econômica, civil ou comercial,

constituída para explorar determinado ramo de negócio e oferecer ao mercado

bens e/ou serviços. Toda empresa tem uma missão e uma visão: missão da

empresa é satisfazer as necessidades e expectativas dos clientes, obter

lucratividade visando o desenvolvimento da empresa e o retorno dos

investimentos dos acionistas; contribuir para a qualidade de vida e o progresso

profissional dos colaboradores; a visão da empresa é a ideologia central

(valores básicos, finalidade básica) e visualização do futuro (metas, descrição

desse futuro) (BARCHIFONTAINE, 2007).

Uma organização espiritualizada é aquela que busca, na

realização de sua missão, contribuir para um propósito maior que os aspectos

materiais, sendo na concepção de Guillory (2000) a energia vital que alimenta a

empresa em busca de seus objetivos. Para o autor, “espiritualidade é a nossa

consciência interior. É a fonte de inspiração, criatividade e sabedoria. O que é

espiritual vem de dentro e transcende nossas crenças e valores programados”

(GUILLORY, 2000, p. 43).

Ashmos e Duchon (apud REGO et al., 2007, p. 10) definem

espiritualidade na empresa como “o reconhecimento de que os empregados

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têm uma vida interior que alimenta, e é alimentada, pela realização de trabalho

com significado num contexto de comunidade.”

É nesse sentido que Barchifontaine (2007, p. 303) diz que:

a espiritualidade nas empresas refere-se em primeiro lugar ao

respeito à vida. Isto significa considerar o ser humano na sua

totalidade, respeitando e investindo em todas as suas

dimensões: física, intelectual, emocional e espiritual; criando

uma cultura corporativa sustentada em valores, fazendo com

que a ética e os valores humanos universais e espirituais

iluminem as decisões, as estratégias, as políticas e todos os

relacionamentos da organização.

Para Bell e Taylor (2004, p. 65), a espiritualidade no trabalho

“promove uma visão da organização como um sistema sócio-espiritual,

composto de empregados cujas necessidades existenciais devem ser

atendidas se a organização deseja prosperar”.

De maneira mais específica, a espiritualidade diz respeito aos

fatos de que os funcionários de uma organização: são seres com anseios

espirituais (desejo de manifestação da individualidade, associação com um

tema superior a si próprio e de utilidade); pretendem experimentar um sentido

de propósito e significado em seu trabalho que transcenda o aspecto material;

desejam vivenciar um sentimento de conexão com sua sociedade e com a

comunidade formada pelos membros da organização onde trabalham (REGO

et al., 2005).

Isto ocorre, conforme aponta Sparemberger e Zamberlan (2006,

p. 27), em decorrência do modelo de homem atual “não aceitar ser dominado

pelos valores da organização, deseja participar, intervir e modificar aquilo com

o que não está de acordo”. Afirmam que, então, as organizações precisam

valorizar o elemento humano (ativo intangível), “criando condições para que as

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pessoas tenham liberdade de serem criativas, e de sentir que aquilo que fazem

é importante, sendo valorizadas e gratificadas na alma e no bolso”.

É nesse sentido que para Boog (2009, p.1) a espiritualidade no

trabalho é um

movimento amplo e crescente de busca de estados mais

elevados de consciência que estimulam as pessoas, equipes e

organizações a identificar e praticar ações visando tornar a

empresa uma cidadã consciente em sua comunidade, região e

planeta.

Segundo Catanante (2002), a espiritualidade nas organizações

busca introduzir uma “nova forma de trabalhar”, que faz com que as pessoas

vejam o trabalho como uma forma de prestar contas a si mesmo, atribuindo um

sentido ao trabalho que traga uma realização intrínseca, deixando de depender

de recompensas. Faz com que as pessoas trabalhem em prol de uma causa

(objetivos organizacionais) que é apresentada como vinculada a um benefício

coletivo, ou seja, que supostamente beneficiaria a toda sociedade.

Assim, pode-se compreender que a espiritualidade nas empresas

significa que os seres humanos são sensíveis a temas como: a justiça, a

confiança, o tratamento respeitador e digno, a possibilidade de obterem no

trabalho significado para a vida, as oportunidades de desenvolverem o seu

potencial e se realizarem como seres emocional e intelectualmente válidos.

Algumas ações podem ser desenvolvidas nesse sentido, como

investimento em qualidade de vida no trabalho, estímulo à ginástica laboral,

motivação, ações sociais envolvendo os empregados, como forma de promover

uma nova visão do trabalho para os empregados e os clientes reais e

potenciais além da comunidade em geral. Interligar ações da empresa em

termos éticos no meio social e ambiental promove uma visão mais holística.

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Em algumas organizações a prática da espiritualidade já é uma

realidade, são empresas que acreditam no ser humano como seres integrais,

sociais, emocionais, espirituais e racionais e que, por acreditar nisso, vão além

das obras assistenciais como prática da espiritualidade no trabalho. São

empresas que investem em ações, que dão oportunidade aos funcionários,

inclusive aos seus executivos. São elas: Laboratório Canone (fabricante das

pastilhas Valda), Cosméticos Contém 1g, Serasa, Magazine Luisa, Intelig,

Mercedez Benz, ABN, entre outras.

2.3 Dimensões da espiritualidade nas organizações

Rego et al. (2005) apontam que espiritualidade no trabalho

envolve um esforço para achar um propósito na vida, para desenvolver uma

conexão com os colegas de trabalho e outras pessoas associadas com o

trabalho, além do alinhamento entre suas crenças e os valores da organização,

a alegria no trabalho e o respeito a espiritualidade e valores espirituais do

indivíduo. Essas dimensões da espiritualidade são explicadas por esses

autores da seguinte forma:

a) Espírito de comunidade na equipe

Essa dimensão da espiritualidade no local de trabalho envolve ter

uma profunda conexão ou relacionamento com outros que se articula com um

senso de comunidade. Para esses autores ela ocorre no nível grupal do

comportamento humano e diz respeito a interações entre empregados e seus

colegas, além de envolver um profundo senso de conexão entre as pessoas,

incluindo apoio, liberdade de expressão e atenção.

A importância do espírito de comunidade é comentada por Dalai

Lama (2004), quando discute a felicidade no trabalho. Ele lembra que devemos

ter um cuidado especial com os relacionamentos humanos no trabalho, prestar

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atenção em como interagimos uns com os outros e tentar manter os valores

humanos essenciais ao trabalho.

Bergami (1994) considera que o ser humano, ao nível de

sentimento, tem uma necessidade de inclusão que inclui ser capaz de ter

interesse por outros em um nível satisfatório e conseguir também que outras

pessoas tenham interesse por si ao mesmo nível satisfatório. Ela comenta que

o trabalho é um vínculo social e um vínculo comunitário. Para a maioria das

pessoas, o trabalho é o único laço fora da família e geralmente mais

importante.

Para Zohar e Marshall (2006), a presença do espírito de equipe

em uma organização é um dos sinais de que ela fomenta uma cultura

espiritualizada. Nessa organização as pessoas que trabalham nos diferentes

departamentos ou setores desta organização cooperam entre si para que suas

metas sejam atingidas.

b) Alinhamento com os valores da organização

Essa dimensão é representada pelos itens característicos do

sentimento dos indivíduos quando eles experimentam um forte senso de

alinhamento entre os seus valores pessoais e a missão e o propósito da sua

organização.

Para Bergamini (1994) esse processo se dá através da

adaptação, que tem uma conotação de auto-realização, onde o individuo não

só recebe e aceita os valores da organização e ajusta-se a eles, como também

impõe no meio de forma produtiva, suas formas de pensar, seus valores,

opiniões e crenças.

Alinhamento também significa que indivíduos acreditam que

gerentes e empregados na sua organização têm valores próprios e uma forte

consciência e preocupação com o bem estar dos empregados e comunidade.

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Esses valores contêm um elemento de julgamento, baseado naquilo que o

indivíduo acredita ser correto, bom ou desejável (ROBBINS, 2002).

Quando os indivíduos se identificam com os valores da

organização eles internalizam esses valores e agem instintivamente sem

precisar processar as informações. Em outras palavras Hawley (1995), também

se refere a importância do alinhamento entre os valores da organização e do

indivíduo, para ele é importante pensar em o quanto se acredita no próprio

trabalho, além de encarar os valores básicos da empresa.

c) Sentido de comunidade

O aspecto fundamental da espiritualidade no trabalho envolve

também um profundo senso de significado e propósito no trabalho. O ser

humano busca no trabalho, não só a sua sobrevivência, mas a realização dos

seus sonhos. Ele só é completo quando sente que o seu trabalho não é

somente útil para ele, mas também para a sua família e para a sociedade

(OLIVEIRA, 2001).

No trabalho o homem exprime a si mesmo, comunica a si mesmo,

faz sua e assimila parte da realidade do mundo, humaniza parcialmente o

cosmo, mas em seu ser profundo, a realidade posta em ação pelo trabalho

torna-se alheio ao homem, não enriquece efetivamente o seu ser. O homem

não trabalha apenas para si mesmo, mas também e, sobretudo para os outros.

Na opinião do Dalai Lama (2004), uma visão de vida que se

concentra na mera produção de bens ou serviços e não na busca da felicidade

não basta para assegurar que esse sentimento seja definitivo. Para que ela

ocorra, deve-se acrescentar-lhe mais um elemento – deve-se considerar

também os resultados das atividades realizadas e o efeito que terá no próprio

homem, na sua família, na sociedade e no mundo.

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A expressão de espiritualidade no trabalho envolve suposições

que cada pessoa tem no seu interior motivações, verdades e desejos de se

envolver em atividade que dão grande significado a sua vida e a vida dos

outros (HAWLEY, 1995).

d) Alegria no trabalho

Rego et al. (2005) afirmam que os seres humanos necessitam de

viver o sentido de pertença, definem a sua identidade em função das relações

com os grupos a que pertencem, procuram sentido para o seu trabalho e sua

vida e procuram alegria nas atividades cotidianas.

Os seres humanos têm uma capacidade inata de experimentar

satisfação por meio do trabalho e satisfação na vida. Ainda assim, pode exigir

algum esforço identificar e eliminar os obstáculos que nos impedem de

experimentar a alegria no trabalho, que é o nosso direito inato.

De acordo com Chappell (1994), os valores comuns, um sentido

compartilhado de objetivo, podem transformar uma empresa em uma

comunidade onde o trabalho diário assume um significado e uma satisfação

mais profundos. A satisfação com o trabalho tende a deixar o indivíduo mais

feliz globalmente, e os que são mais felizes na vida tendem a ser mais felizes

no trabalho.

e) Oportunidades para a vida interior

Rego et al. (2005) consideram que essa dimensão abrange itens

referentes ao modo como a organização respeita a espiritualidade e os valores

espirituais do indivíduo.

Muitos indivíduos estão sofrendo de uma perda de significado e

finalidade de suas vidas, criando uma desolação espiritual. O ambiente de

trabalho, muitas vezes é o centro da sua existência, e frequentemente contribui

para essa desolação e impedem o crescimento individual. No entanto, se a

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gerência reconhecer os benefícios mútuos de estimular esse crescimento a

contribuição da empresa pode ser verdadeiramente positiva (OLIVEIRA, 2001).

Para Ashmos e Ducan (apud Rego et al., 2005) isso acontece

quando há o reconhecimento pela organização e pelos seus líderes, de que os

empregados têm uma vida interior que alimenta e é alimentada, pela realização

de trabalho com significado num contexto de comunidade.

2.4 Consequências e benefícios para as organizações

As conseqüências que a espiritualidade trás para as organizações

são analisadas por diversos autores. Para Boog (2009, p. 01):

A espiritualidade no trabalho tem implicações diretas na

relação da empresa com os clientes, visão de resultados,

liderança, gerenciamento de pessoas, ecologia, educação,

desenvolvimento e bem-estar físico, emocional e espiritual.

Com isto se encorajam ações de transformação pessoal em

seus relacionamentos e em seu ambiente.

Ainda para o autor, a espiritualidade deve ser inserida na

estratégia das organizações, uma vez que

a conseqüência é que fluem com muito maior facilidade os

fatores mais buscados pelos executivos das empresas: a

motivação, o desempenho, o espírito de equipe, a

comunicação eficaz, a qualidade, o foco no cliente, o estar de

bem com a vida (BOOG, 2009, p. 01).

Para Ely (2006, p.12) se poderiam listar inúmeros benefícios da

espiritualidade para as empresas, tais como

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melhor clima organizacional; pessoas mais felizes;

conseqüentemente, clientes melhor atendidos; melhor

qualidade e produtividade; melhor imagem da empresa na

sociedade que respeitará a marca, o produto, os serviços e

todos sentirão orgulho dessa organização: empregados,

acionistas, clientes e comunidade; exemplo ou modelo de

equilíbrio para outras empresas.

Para Catanante (2002) e Dilly et al. (2004), a espiritualidade nas

organizações traz benefícios como eficácia, comprometimento e melhorias na

qualidade, desempenho, comunicação interna e clima organizacional. Os

trabalhadores agem de forma espontânea, não requerendo fiscalização

contínua, cuidam de suas ferramentas de trabalho, evitam desperdícios, e

devem assumir a posição de quem serve o outro, abrindo mão de suas

convicções pessoais para criar um espírito de equipe.

Krishnakumar e Neck (apud REGO et al., 2007) sugerem que a

espiritualidade pode incrementar o potencial intuitivo e criativo dos

colaboradores, fomentar a honestidade e a confiança entre os membros

organizacionais e entre eles e outros stakeholders (por exemplo, clientes),

incrementar o sentimento de realização pessoal dos indivíduos, revigorar o

empenhamento dos colaboradores na organização e promover o desempenho

organizacional.

Para Oliveira (2001), a implementação da espiritualidade nas

empresas traz como vantagem a produtividade. Para o autor,

o homem espiritual é o homem reto, digno, respeitador dos

direitos alheios. O homem espiritual trabalha em equipe. O

homem espiritual valoriza e usa a intuição. Por tudo isso, o

homem espiritual é mais produtivo (OLIVEIRA, 2001, p. 72).

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E, sendo produtivo, trará melhores resultados, conforme Orlickas

(2001), funcionários bem tratados, motivados e satisfeitos, aumenta a

produtividade e a qualidade do produto e assim, os resultados da organização.

Para Loehr e Schwarz (2003), é importante a aplicação de

atividades que incluam rituais que concedam pausas, para que as pessoas

parem e olhem para dentro de si mesmas, pois “podem servir de fonte de

recuperação – uma maneira de quebrar a linearidade das atividades orientadas

para o alcance implacável de metas”. E então, “quando as pessoas se sentem

fortes e resistentes – física, mental, emocional e espiritualmente - elas

conseguem um desempenho melhor, com mais paixão, por períodos mais

longos” (LOEHR; SCHWARZ, 2003, p. 88). Elas ganham com isto, assim como

suas famílias e a empresa que as empregam também.

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CAPÍTULO III

LIDERANÇA E ESPIRITUALIDADE

3.1 Liderança e equipe

De acordo com Robbins (2002, p. 241), “a liderança representa

um papel central na compreensão de comportamento de grupos, porque é o

líder quem geralmente fornece a direção para a realização da meta”.

O líder, segundo Povoa Filho et al. (1995), é aquele que transmite

entusiasmo e orientação; coordena as ações dos liderados; coopera,

solidariamente, na execução de várias tarefas; assume responsabilidades,

dando segurança ao desempenho das atribuições de seu setor; e demonstra fé

nos companheiros de equipe.

De acordo com Schermerhorn Jr. et al. (1999), em equipes de

trabalho o papel da liderança muda e transforma o líder em facilitador, a fim de

encorajar os membros da equipe a liderar a si próprios. Aponta os seguintes

itens que um líder de equipe deve ter: a) encorajamento do auto-reforço do alto

desempenho; b) encorajamento da autocrítica do baixo desempenho; c)

encorajamento da auto-observação e auto-avaliação de desempenho; d)

encorajamento de ensaios de atividades de equipe; e) facilitação de

equipamentos e suprimentos para a equipe; f) comunicação dos pontos de

vista da equipe de e para outras equipes; e g) passar confiança aos membros

da equipe. Assim, o foco central da liderança de equipe está no encorajamento

dos membros da equipe a liderarem a si mesmos.

Os líderes de equipes, na visão de Robbins (2002), precisam

aprender habilidades como paciência para partilhar informações, confiar nos

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outros, abrir mão da autoridade, entender quando intervir. Devem desenvolver

quatro papéis específicos, a saber:

a) líderes de equipes são ligações com constituintes externas (gerência de

topo, outras equipes internas, clientes e fornecedores);

b) líderes de equipes são localizadores de problemas. Eles têm maiores

probabilidades de contribuir fazendo perguntas penetrantes, ajudando as

equipes a falar sobre os problemas e conseguindo os recursos necessários de

constituintes externas;

c) líderes de equipes são administradores de conflitos. Nos desentendimentos

ajudam processar o conflito, identificando sua fonte, os envolvidos, as questões

principais, as opções de solução disponíveis, as vantagens e desvantagens

para minimizar os aspectos destrutivos de conflitos dentro de equipes;

d) líderes de equipes são treinadores, esclarecem as expectativas e papéis,

ensinam, oferecem apoio, incentivam e outros pontos que ajudam a melhorar o

desempenho da equipe.

Os líderes de equipes exercem mais o papel de treinador,

fornecendo instruções, direção, aconselhamento e estimulando os membros de

equipe a melhorar o desempenho.

Ainda, segundo Robbins (2002), o papel do líder é demonstrar

confiança, fornecer visão, eliminar barreiras de bloqueio de desempenho e

motivar pessoalmente os empregados. Isto requer também do líder a

capacidade de partilhar ou delegar o poder e a responsabilidade com os

membros de equipe.

Heller (2000) recomenda que o líder de equipe incentive os

membros de equipe ao crescimento profissional e pessoal. Desenvolver a

equipe em todos os níveis é obrigatório para as empresas que querem trilhar o

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caminho do sucesso. A capacitação da equipe no nível específico melhora o

desempenho atual, no geral amplia habilidades e no avançado prepara a

equipe para promoções ou mudanças. Portanto, cabe à organização dar

condições para que o líder possa se tornar um orientador, aconselhando,

preparando e avaliando os membros da equipe, ou seja, lapidando os talentos

da organização.

Assim, quanto mais talentos um profissional tiver, mais chances

de crescimento terá. Porém, a organização, por meio de seus líderes, precisa

fazer a sua parte, investindo nesses profissionais. Uma das formas de

investimento é reconhecer e recompensar os membros da equipe por meio da

promoção.

Heller (2000) recomenda que as organizações devam valorizar os

pratas-da-casa e, para isto, é importante reconhecer as qualidades de

liderança dos profissionais. No momento da promoção precisam ser rastreadas

qualidades essenciais, tais como energia, organização, boas relações

interpessoais, comunicação, liderança, iniciativa, motivação, entusiasmo,

espírito de equipe e envolvimento.

Ressalta-se que as chances de ascensão interna nas

organizações possibilitam maior comprometimento, desenvolvimento e

motivação por parte das pessoas.

3.2 O líder espiritualizado

A liderança espiritualizada é baseada em princípios éticos e

morais elevados. Ela introduz o paradigma de que o líder deve centrar em

princípios sua vida e a liderança que exerce em sua organização e nas

pessoas com as quais trabalha (MOGGI; BURKHARD, 2004).

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Segundo Covey (1996), uma vez que os princípios são colocados

como o alicerce para maneira de ser e agir do líder, este torna-se uma pessoas

mais constante em sua segurança, orientação, força e sabedoria. Quando as

pessoas baseiam suas vidas em fatores externos a elas próprias, tornam-se

vulneráveis às circunstâncias que causem variações indesejadas nesses

fatores.

Um líder com visão espiritual é aquele que possui inspirações,

convicções em crenças e valores, e que procura colocar em prática esses

valores e crenças ao gerir seus negócios, ou seja, preza por princípios no

trabalho como honestidade, humildade, valores morais sólidos, diligência,

dedicação, esforço e um relacionamento saudável com seus subordinados.

O líder espiritualizado, segundo Lacerda (2005, p. 23), “é ético,

ajuda os colegas, serve em vez de ser servido. E, pode crer, não tem vergonha

de dizer que depende da equipe para crescer.” E acrescenta que “hoje as

empresas precisam contar com o coração, a mente e o espírito dos seus

colaboradores. E só assim consegue isso quando o líder deixa de lado o desejo

de poder e serve, em vez de ser servido” (LACERDA, 2005, p. 23-24). O autor

cita como exemplo, o diretor gerente da Sodexho Pass no Brasil (multinacional

francesa do setor de alimentação), que coordena uma equipe de 385 pessoas,

mais preocupado em servir a seus funcionários do que em dar ordens e cujo

maior propósito é ajudar a equipe a se desenvolver, alinhando suas

necessidades e valores aos da empresa.

Matos (2001, p.156-157) diz que “o líder com visão espiritual

apresenta um perfil típico”:

Está em paz consigo mesmo. Faz da liderança uma função aprazível. Gosta

de pessoas;

Está em paz com a humanidade. Busca relacionamentos harmoniosos.

Estimula a cooperação;

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Educa o tempo todo. Faz do comando orientação, assistência, libertação.

Dá o exemplo;

Valoriza contribuições e desempenhos. Reconhece esforços, motivações e

realizações;

É firme na adversidade. Inspira confiança ao soerguimento, a dar a volta por

cima;

Possui humildade, paciência e esperança, que são qualidades básicas de

ação;

Está conectado às situações. Não é ausente e não se mostra alheio ou

indiferente;

Está voltado ao transcendente. Essa é sua característica essencial. É

alguém que tem fé e irradia para todos sua crença no eterno bem.

É um líder que não se ensoberbece procura o bem comum e

valoriza seus funcionários, tem empatia, conversa com seus subordinados sem

se colocar num patamar superior a eles. É um gestor que procura servir. Servir

com seu desempenho profissional buscando o crescimento da empresa, das

pessoas que as compõe e que estão sob seu comando, visando o bem de

todos e da sociedade em que está inserido o seu negócio.

O foco do líder deve estar nas pessoas que fazem o resultado da

empresa acontecer, então essa nova liderança implica atender as

necessidades da muitos. De acordo com Gusmão (2005), para o líder

comprometido com as pessoas, é necessário passar por uma mudança interior,

cujo resultado vai ser a incorporação de pelo menos cinco atitudes em vida:

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a) saber julgar - significa saber com atenção as preocupações e as

necessidades das pessoas com quem trabalha e unir-se a ela na busca de

soluções.

b) ser autêntico - é admitir abertamente seus pontos fracos e suas limitações.

Quando o líder tem essa postura a respeito de sua própria vulnerabilidade, as

pessoas aprendem a confiar nele e a respeitá-lo como uma pessoa verdadeira

e coerente.

c) ter senso de comunidade - relaciona-se a criar na equipe um clima de

companheirismo e amizade, como se todos pertencessem a uma família em

que se partilham as emoções, tristezas e alegrias, preocupações e vitórias,

intercalando as exigências do trabalho com momentos de comemoração e

lazer.

d) partilhar poder - mais do que delegar funções, o líder deve dividir com a

equipe o poder de ter iniciativa e tomar decisões, mesmo com o risco de vê-la

cometer alguns enganos.

e) valorizar o desenvolvimento das pessoas – cada integrante da equipe tem

um valor próprio, uma experiência própria a ser desenvolvido, tanto no sentido

pessoal quanto profissional. O investimento neste potencial humano é um

compromisso do líder. Quando as pessoas crescem, a empresa cresce junto

com elas.

Segundo Drucker (2001, p. 52):

O homem que focaliza os esforços e que enfatiza sua

autoridade sobre os que estão abaixo dele é um subordinado,

independente da elevação de seu título ou posição. Mas o

homem que focaliza a contribuição e que toma

responsabilidade pelos resultados, por mais jovem que seja, é,

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no mais literal sentido da expressão “alta administração” pelo

“desempenho do conjunto”.

A administração no passado era vista como um conjunto de

técnicas para se estimular o homem a produzir com perspectiva de ganhar

cada vez mais e crescer profissionalmente. O trabalhador era comparado a

uma peça de engrenagem que precisava estar bem ajustado para mais

produzir. Hoje é diferente, o gestor que gerir sob essa visão de administração

estará fadado ao fracasso, pois as coisas mudam, as pessoas estão mais

conscientes sobre visão de trabalho, buscam mais que um simples emprego

elas querem se sentir parte da empresa e valorizadas.

No domínio da liderança, Cacioppe (apud REGO et al., 2007, p.

14) enfatiza que:

os líderes de empresas bem sucedidos do século XXI serão

líderes espirituais. Sentir-se-ão confortáveis com a sua própria

espiritualidade, e saberão como nutrir o desenvolvimento

espiritual dos outros. Os líderes mais bem sucedidos de hoje já

aprenderam esse segredo.

Matos (2001) chama atenção para o fato que, quando o sistema

de liderança não se orienta por diretrizes de valorização humana, não

incorporando, por equipes integradas, a ética da solidariedade e do sentido de

cidadania no trabalho, acaba a sua reserva motivacional e tudo se reduz à

obrigação, não havendo satisfação e realização. Isto prejudica a organização

uma vez que: “Só pessoas felizes são realmente produtivas e a felicidade é,

não só possível, como imprescindível à produtividade sustentada e à

perpetuidade organizacional” (MATOS, 2001, p. 38).

Neste cenário, a espiritualidade desponta com um caminho para

uma relação mais saudável entre os funcionários e a empresas em que atuam,

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considerando o trabalho como parte de algo que transcende os aspectos

materiais, e contempla também as dimensões psíquicas, sociais e espirituais.

Se o crescimento espiritual se reflete em produtividade, cabe ao

líder promover esse desenvolvimento, onde o trabalho parte do princípio que o

crescimento espiritual representa uma maior consciência do papel do

colaborador, não só na empresa, mas em todas as esferas da sua vida

(LACERDA, 2005).

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CONCLUSÃO

Liderar é um aspecto essencial na construção da competitividade

corporativa, uma vez que é a soma dos talentos que produz os resultados, e a

empresa ao utilizar os talentos de maneira mais adequada, estará contribuindo

na ampliação dessa equação de sucesso e superando os objetivos.

Liderança não é o mesmo que autoridade formal e não está

baseada em funções de chefia. A liderança seria mais a capacidade de educar

pessoas e facilitar os meios para que ela tenha um comportamento pró-ativo.

Dar espaço para a ação, encorajar nos erros, comemorar os acertos e indicar

caminhos de melhoria.

A abordagem que foi foco deste estudo foi a liderança

espiritualizada. A espiritualidade, longe de ser algo abstrato e sem importância,

envolve valores essenciais e bastante práticos, merecedores de um cuidado

especial por parte das empresas. Não se trata de preferir adeptos de religiões

específicas, mas sim do respeito ao próximo, como a si mesmo. Ela mostra o

melhor caminho para alcançar a paz interior, a saúde na convivência com os

semelhantes. E desta forma, um ambiente mais digno de ser compartilhado

com todos.

A espiritualidade é nossa conduta no caminho do bem e da

prosperidade com ética, é nosso estado de consciência que é capaz de se

relacionar com “algo ou alguém Superior”, auxiliando-nos uns aos outros

independente da crença. O relacionamento com harmonia é caminho para

atingir a vida espiritual. É o alimento para manter a motivação e atingir os

objetivos.

Atualmente, o ambiente organizacional é repleto de disputas, de

ambição pelo poder e pelo reconhecimento. O nervosismo, o medo, o stress e

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também a depressão parecem fazer parte do cotidiano das organizações.

Nesse cenário, o líder espiritualizado faz a diferença, pois é capaz de promover

a harmonia, buscar formas de resolver os problemas com serenidade e

equilíbrio, contribuindo para transformar o esforço pessoal em resultado

positivo.

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ÍNDICE

DEDICATÒRIA................................................................................................ 03 AGRADECIMENTOS....................................................................................... 04 RESUMO......................................................................................................... 05 METODOLOGIA ............................................................................................. 06 SUMÁRIO........................................................................................................ 07 INTRODUÇÃO................................................................................................. 08 CAPÍTULO I LIDERANÇA...................................................................................................... 10

1.1 Conceito.................................................................................................... 10 1.2 Teorias sobre a liderança.......................................................................... 13

1.2.1 Teoria dos traços............................................................................... 13 1.2.2 Teorias comportamentais................................................................... 14 1.2.3 Teorias contingenciais....................................................................... 17

1.3 Novas teorias de liderança....................................................................... 19 1.3.1 Liderança carismática........................................................................ 19 1.3.2 Liderança transformacional................................................................ 20 1.3.3 Liderança visionária........................................................................ 21 1.3.4 Liderança como administração do sentido......................................... 22 1.3.5 Liderança baseada em princípios...................................................... 22

CAPÍTULO II A ESPIRITUALIDADE NAS ORGANIZAÇÕES................................................... 25

2.1 Conceito de espiritualidade....................................................................... 25 2.2 A espiritualidade nas empresas................................................................ 28 2.3 Dimensões da espiritualidade nas organizações...................................... 31 2.4 Consequências e benefícios para as organizações.................................. 35

CAPÍTULO III LIDERANÇA E ESPIRITUALIDADE................................................................. 38

3.1 Liderança e equipe................................................................................. 38 3.2 O líder espiritualizado............................................................................. 40

CONCLUSÃO..................................................................................................... 46 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 48 ÍNDICE ............................................................................................................ 53 FOLHA DE AVALIAÇÃO ................................................................................ 54

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FOLHA DE AVALIAÇÃO UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Projeto A Vez do Mestre

Pós-Graduação “Lato Sensu”

Título da Monografia:

“A importância do líder humanista para uma empresa espiritualizada”

Data da entrega: _______________________________________

______________________________________________________________________

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Avaliado por:_______________________________Grau______________.

Rio de Janeiro_____de_______________de 2009.