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0 A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE INTERNO PARA GESTÃO DE RISCOS: UMA ANÁLISE NAS SOCIEDADES DE GRANDE PORTE DO RAMO INDUSTRIAL DE CUIABÁ-MT Viviane Lemes Silva 1 Clebia Ciupak Ferreira 2 RESUMO Este artigo tem como objetivo demonstrar quais os riscos que uma sociedade de grande porte do ramo industrial pode se expor pela falta de um controle interno eficaz. Para tanto abordou o tema gestão de riscos o qual se tornou um dos principais pilares da administração moderna. Por meio de uma pesquisa de campo, foram distribuídos questionários aos gestores das sociedades de grande porte do ramo industrial. Chegou-se ao resultado que a estratégia empresarial deverá ser fundamentada na metodologia da gestão de risco a qual permite a empresa garantir melhores resultados na tomada de decisão. Palavras Chaves: Gestão de riscos; Estratégia Empresarial e; Controle interno. THE CONTROL IMPORTANCE FOR INTERNAL RISK MANAGEMENT: ANALYSIS OF COMPANIES LARGE OF CUIABÁ-MT ABSTRACT The study addressed that risk management has become one of the main pillars of modern management. Through the methods of literature, case study with observational descriptive method and qualitative approach through emails with professional internal control area of society came to the result that the business strategy should be based on management methodology risk which allows the company to guard of risk factors, seeking to offer better quality decision-making. Key Words: Risk management; Business Strategy and; Internal control. 1 Pós-graduanda pela UFMT Universidade Federal de Mato Grosso em Auditoria e Controladoria Empresarial. E-mail: [email protected]. Contato (65) 9972-8897. 2 Docente da UFMT Universidade Federal de Mato Grosso. Orientadora de Pesquisa metodológica no curso de Auditoria e Controladoria Empresarial. E-mail: [email protected].

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Page 1: A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE INTERNO PARA GESTÃO DE … · 2018. 12. 16. · 6 CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: Teoria e Prática. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2013

0

A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE INTERNO PARA GESTÃO DE RISCOS: UMA ANÁLISE NAS SOCIEDADES DE

GRANDE PORTE DO RAMO INDUSTRIAL DE CUIABÁ-MT

Viviane Lemes Silva1

Clebia Ciupak Ferreira2

RESUMO

Este artigo tem como objetivo demonstrar quais os riscos que uma sociedade de grande porte do ramo industrial pode se expor pela falta de um controle interno eficaz. Para tanto abordou o tema gestão de riscos o qual se tornou um dos principais pilares da administração moderna. Por meio de uma pesquisa de campo, foram distribuídos questionários aos gestores das sociedades de grande porte do ramo industrial. Chegou-se ao resultado que a estratégia empresarial deverá ser fundamentada na metodologia da gestão de risco a qual permite a empresa garantir melhores resultados na tomada de decisão.

Palavras Chaves: Gestão de riscos; Estratégia Empresarial e; Controle interno.

THE CONTROL IMPORTANCE FOR INTERNAL RISK MANAGEMENT: ANALYSIS OF COMPANIES

LARGE OF CUIABÁ-MT

ABSTRACT

The study addressed that risk management has become one of the main pillars of

modern management. Through the methods of literature, case study with

observational descriptive method and qualitative approach through emails with

professional internal control area of society came to the result that the business

strategy should be based on management methodology risk which allows the

company to guard of risk factors, seeking to offer better quality decision-making.

Key Words: Risk management; Business Strategy and; Internal control.

1 Pós-graduanda pela UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso em Auditoria e Controladoria

Empresarial. E-mail: [email protected]. Contato (65) 9972-8897. 2 Docente da UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso. Orientadora de Pesquisa

metodológica no curso de Auditoria e Controladoria Empresarial. E-mail: [email protected].

Page 2: A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE INTERNO PARA GESTÃO DE … · 2018. 12. 16. · 6 CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: Teoria e Prática. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2013

1

INTRODUÇÃO

Inicia-se este estudo abordando um assunto complexo caracterizado

como “riscos". Observa-se diante das mudanças ocorridas nos últimos anos nas

empresas brasileiras houve a necessidade da prática de auditagem, isso se deu

devido às atividades de empresas multinacionais instaladas no país e a maior

abertura econômica do Brasil com crescimento do mercado externo, que norteou

a evolução capitalista atual.

Risco significa incerteza sobre a ocorrência ou não de uma perda ou

prejuízo, e a forma de se controlar os riscos é através de seu gerenciamento. Ser

capaz de gerenciar o risco significa "tentar evitar perdas, tentar diminuir a

frequência ou severidade de perdas ou pagar as perdas de todos os esforços em

contrário", entendendo-se 'frequência de perdas' como a quantidade de vezes que

a perda ocorre, enquanto a severidade seria o custo do prejuízo decorrente da

perda3

A gestão de riscos tem como objetivos e estratégias, analisar os principais

avanços recentes na regulamentação para a gestão de riscos em empresas

(financeiras ou não financeiras), e seus impactos esperados na rotina das

instituições brasileiras, o alinhamento para perseguir os objetivos corporativos, o

crédito como parte integrante do processo de negócios da empresa e o foco no

retorno para o acionista4.

A gestão de riscos tornou-se um dos principais pilares da administração

moderna, atualmente qualquer empresa, independente do grau de exposição que

está disposta a assumir, deverá analisar e gerir eficientemente seus riscos para

garantir o melhor aproveitamento das oportunidades de negócios, minimizarem

impactos negativos e garantir o crescimento sustentado de suas operações, por

outro lado a cultura de gestão de riscos ainda é incipiente nas empresas como um

todo, desde a definição do que é efetivamente um risco, sua probabilidade de

ocorrência, quem deve ser o responsável por ele e, principalmente, como

3 GROUHY, Michel; MARK, Robert; GALAI, Dan. Gerenciamento de Risco – Abordagem

Conceitual e Prática. São Paulo: QualityMark, 2004, p. 4; 34-36. 4 SAUNDERS, Anthony. Administração de Instituições Financeiras. 6ª. ed. São Paulo: Atlas,

2012.

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2

controlar e mitigar tais ameaças, são questões que compõe grande parte dos

desafios apresentados a todos os profissionais ligados à gestão de riscos5.

A importância do controle interno pode ser entendida a partir do momento

em que se verifica que é ele que pode garantir à continuidade do fluxo de

operações com as quais convivem as empresas, assim a contabilidade dos

resultados gerados por tal fluxo assume vital importância para os empresários que

se utilizam dela para a tomada e decisões6,

Este estudo se propõe a conhecer, a partir do olhar dos profissionais de

serviços contábeis, quais os riscos que a sociedade de grande porte do ramo

industrial no município de Cuiabá está exposta pela falta de controle interno.

Demonstra-se que o principal escopo da aplicação do controle interno tem

ajudado as empresas na minimização do grau de riscos. Deste modo, ressalta-se

que é fundamental ter um sistema de controle interno eficiente, pois o mesmo

busca no auxílio de tomada de decisão e gestão de risco.

Objetiva neste estudo demonstrar quais os riscos que uma sociedade de

grande porte do ramo industrial pode se expor pela falta de um controle interno

eficaz, e os específicos permitiram: apresentar os tipos de controle interno que

pode ser utilizados pelas empresas; evidenciar os objetivos do controle interno e

suas finalidades dentro da empresa; demonstrar os riscos que as instituições

estão expostas diariamente e por fim, verificar o impacto que a falta de controle

pode ocasionar nas rotinas de trabalho.

Ressalta-se que trabalhar com o tema gestão de riscos surgiu de vivência

acadêmica, pois a autora do estudo quer conhecer do controle interno nas

grandes empresas, que é ferramenta importante para evitar fraudes, erros e

prejuízos substanciais às atividades, tornando-se essencial a implantação em

todas as áreas.

Para buscar resultados fidedignos foi utilizado neste estudo, a pesquisa

bibliográfica com abordagem de pesquisa de campo, método dedutivo, descritivo

e observacional bem como a abordagem qualitativa. As amostras foram colhidas

5 BRITO, Osias Santana de. Controladoria de Risco-Retorno em Instituições Financeiras. 3

ed. São Paulo: Saraiva, 2013. 6 CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: Teoria e Prática. 9ª ed. São Paulo: Atlas,

2013.

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3

com colaboradores atuantes no controle interno das instituições em estudo. O

método adotado buscou desenvolver e avaliar a implantação de um sistema de

controle que requer conhecimento teórico prévio para proporcionar às sociedades

um resultado positivo na sua administração. Ressalta-se que mediante o

conhecimento teórico somado aos ensinamentos contidos nos manuais e

regulamentos sobre controle interno, a sua implantação proporcionará à

sociedade grande chance de sucesso em seu empreendimento.

1 CONTROLE INTERNO

1.1 ASPECTOS GERAIS

Controle é a verificação das práticas de gestão em outras palavras, o

controle consiste em verificar se as atividades estão sendo executados de acordo

com as diretrizes estabelecidas pela organização, alguns conceitos oriundos da

pesquisa feita nos ajuda, no sentido de fornecer a comprovação de sua

importância em todos os procedimentos administrativos por representar a base de

toda uma estrutura organizacional.7

1.1.1 PRINCIPIOS DO CONTROLE

Controle é instrumento administrativo que alicerça toda estrutura

organizacional, de modo a permitir um melhor entendimento de seu

funcionamento como também uma avaliação da sua execução alguns princípios

dos quais devem ser observados:

Princípio do Objetivo: O controle deve contribuir para o alcance dos objetivos da empresa por meio da indicação dos erros ou falhas em tempo adequado para permitir a ação corretiva oportuna. Porém, o controle deve proporcionar as devidas correções para que não ocorram desvios em relação aos objetivos fixados; Princípio da Definição dos Padrões: O controle deve basear-se em padrões bem definidos. Geralmente, os padrões são definidos no planejamento, ou seja,

7 SAUNDERS, Anthony. Op. Cit. p. 05.

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4

antes da execução dos trabalhos e devem servir de critério para o futuro desempenho; Princípio da Exceção: Este princípio foi formulado por Taylor, que achava que a atenção do administrador não deve fixar-se demais sobre as coisas que andam bem. O administrador precisa estar atento para as coisas que andam mal, ou seja, para as exceções. Diz este princípio que o controle deve concentrar-se sobre as situações excepcionais, isto é, sobre os desvios ou variações mais sérias e não sobre as situações normais que ocorrem dentro dos padrões estabelecidos; Princípio da Ação: O controle somente se justifica quando proporciona ação corretiva adequada sobre as falhas ou desvios apontados. O controle deve acionar alguma coisa sempre que ocorra variação em relação ao padrão. È exatamente para isto que existe o controle: Provocar ação corretiva para restabelecer o desempenho dentro do padrão fixado, sempre que necessário.

8

1.1.2 OBJETIVOS E CARACTERÍSTICAS DO CONTROLE

Na visão de Chiavenato já referenciado, o controle tem como objetivos a

correção de falhas ou erros e cautela de novas falhas ou erros relacionados no

planejamento tanto na organização como na direção.9 Deste modo, a importância

do controle se verifica a partir do momento que as principais funções

administrativas (planejamento, organização, direção) alcançaram seus objetivos.

Porém os resultados virão sem tantos problemas existentes num processo

Planejamento Organização Direção Controle administrativo e acompanhado de

um crescimento estruturado.10

Segundo Padoveze, o controle necessita ter como características fatores

que possibilitem em momentos precisos introdução de medidas a viabilizar a

realização do que foi planejado, organizado e dirigido, para o alcance dos

objetivos almejados pela organização:

• Maleabilidade: Possibilita a introdução de mudanças

decorrentes de alterações nos planos e nas ordens; • Instantaneidade: Acusa o mais depressa possível as faltas e os erros verificados;

8 CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos: Administração de empresas, 5 ed. São Paulo:

Atlas, 1998. p. 71. 9 Idem, 8.

10 Bi-idem 8.

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5

• Correção: Permite a reparação das faltas e dos erros, evitando-se a sua repetição

11.

Pode então se dizer, que o controle se constitui de todo uma técnica que

envolve algumas importantes etapas, cada uma com seu objetivo, visando obter

excelência nos resultados, e se classifica conforme:

Quanto à fase de execução Quando do planejamento Quando da execução Quando da apuração dos resultados

Controle quanto ao tempo Controle Antecedente (antes...) Controle Concomitante (durante...) Controle subsequente (depois...)

Controle quanto á duração Controle permanente (execução constante) Controle temporário (execução variável)

Controle quanto ao processo.12

De acordo com Chiavenato já referenciado, assegura-se que o controle

faz parte de um processo que interessa a auditoria externa, pois é a partir desta

avaliação, que o auditor verifica qual o grau de risco, como também todos os

procedimentos referentes à extensão do trabalho realizado, uma vez que os

mesmos estão relacionados com a implantação dos padrões como também as

políticas administrativas.

2 GESTÃO DE RISCOS

Segundo Santos (2009) o tamanho dos riscos que compreendem o

conflito sobre renomes de uma organização, se dá através de atividades

inaceitáveis para a empresa, pois o risco pode expor a mudança especialmente

num evento futuro. Por outro lado, mesmo com esses riscos há pontos positivos

que envolvem a identificação de mudanças potenciais avessas ao conflito

esperado como resultado na organização.13

11

PADOVEZE, C. L. Controladoria estratégica e operacional. São Paulo: Thomson, 2013, p. 29. 12

CHIAVENATO, Idalberto. Op. Cit. p. 09. 13

SANTOS, A.R.P. Contribuição à estruturação de sistemas de informações de

controladoria estratégica: um estudo de caso exploratório em empresas de grande porte.

Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Metodista de Piracicaba, 2009.

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6

Conforme o autor já referenciado Santos, essas flutuações repentinas de

fatores de risco podem levar a níveis de obrigações e liquidez do qual influencia e

muito no valor da empresa, expondo assim os gestores a tomar decisões

imediatas e acertadas, pois tais inconstâncias não podem ocorrer, destacando,

assim, a importância da prática do gerenciamento dos riscos, por ser instrumento

que busca elevar ao máximo a utilização das oportunidades, minimizando o grau

de exposição da organização aos fatores de risco.

Sá (2009) esclarece que os riscos de gestão podem ser classificados

como ocorrências futuras, dos quais poderão impactar os resultados econômicos

da empresa tanto para mais como para menos, e isso certamente decorre de

decisões administrativas ou riscos administrativos.14

Todavia, os tipos de riscos seja ele de planejamento tributário, de gestão

contábil; financeira, recursos humanos, ou gestão de tecnologia de

desenvolvimento de produtos e de tecnologia de informação, decorrem da

execução das transações e das operações das empresas, podendo ser

ocasionados por colaboradores incapazes na realização de suas atividades.

Acrescente-se, ainda, a possibilidade de riscos em função de: falhas humanas,

sistemas, decisões sobre os eventos econômicos, atuação desidiosa de

funcionários, dentre outros. Não devem ainda ser menosprezados os riscos

estratégicos, que mesmo com menor ocorrência, podem resultar em grandes

choques nos resultados econômicos da empresa.15

Sá (2009) já referenciado atenta-nos na questão da gestão de riscos do

qual tem apresentado grande importância no contexto empresarial, e isso se dá

pela interdependência dos mercados, pois as empresas tornam-se mais

vulneráveis aos diversos fatores de risco.16 Pois a exposição ao risco é um dos

maiores reptos à sobrevivência das organizações, assim as adoções de

estratégias corretas é a que define o futuro de uma organização, pois gerenciar

adequadamente minimiza os riscos ao qual se expõe e isso significa grandes

possibilidades no seu futuro.

Observa-se que o foco da gestão do risco é manter um processo

sustentável de criação de valor para os acionistas, devido ao fato de qualquer

14

SÁ, G.T. Administração de investimentos: teoria de carteiras e gerenciamento do risco. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009. p. 51. 15

Idem, 14 16

Bi-idem 15.

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7

negócio estar sempre exposto a um conjunto de riscos. ”17 Conclui-se, então, que

a gestão do risco significa instalar técnicas administrativas para reduzir a

probabilidade de eventos negativos sem incorrer em custos excessivos nem

paralisar a organização.

3 SOCIEDADE DE GRANDE PORTE

Segundo Santos (2009) nas últimas décadas houve um aumento

significativo na política, na economia e na área tecnológicas no mundo. E, com

esse resultado houve rupturas, e muitas incertezas em relação ao futuro das

organizações, seja qual for à área na qual atuam. Assim, ponderada uma das

atividades essenciais de controladoria estratégica, o desenvolvimento e

acompanhamento dos cenários têm como objetivo examinar a tendência das

previsões de organizações especializadas em descrever sucintamente os

cenários em que estão inseridos.18

Considera-se de grande porte, para os fins exclusivos desta Lei, a

sociedade ou conjunto de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício

social anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta

milhões de reais) ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos

milhões de reais). Pode se dizer que há duas possibilidades para a sociedade ou

conjunto de sociedade ser classificada como grande porte: a) ativo total superior a

R$ 240.000.000,00; e b) receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00. Estas

especificidades não são cumulativas basta enquadrar-se em uma delas para a

sociedade ou conjunto de sociedades seja classificada como "sociedade de

grande porte. A análise dos valores será feita sempre com base no exercício

social anterior.19

Deste modo, faz-se importante esclarecer que qualquer tipo de sociedade

poderá enquadrar-se no conceito de "sociedade de grande porte", até mesmo as

sociedades limitadas, pois esta não é uma característica exclusiva das

17

PADOVEZE, C; BERTOLUCCI, R. G. Gerenciamento de Risco Corporativo em

Controladoria. 1. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008. 18

SANTOS, A.R.P. Op. Cit. p.05 19

Idem 15.

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8

sociedades por ações, seu objetivo, inclusive é apenas de aplicar as regras

atinentes a estas sociedades às demais sociedades.

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS.

Para o presente estudo foi utilizada a pesquisa bibliográfica, a pesquisa

de campo com método descritivo observacional bem como a abordagem

qualitativa através de e-mails com profissionais da área de controle interno da

sociedade. As amostras foram colhidas via e-mail com colaboradores das

sociedades de grande porte do ramo industrial na cidade de Cuiabá, capital do

Estado de Mato Grosso.

O método adotado buscou avaliar a importância da implantação de um

sistema de controle para proporcionar às sociedades um resultado positivo na sua

administração. A pesquisadora empregou o método qualitativo, diante da

complexidade em que sua prática se insere, essa proposta de produção de

conhecimento científico permite que sejam realizados levantamentos de dados,

além de interpretações de resultados que se acrescentam e muito a esta área.20

Os e-mails contendo um questionário com 13 questões, foram enviados

para 63 (sessenta e três) empresas, porém apenas 11 (onze) retornaram com as

questões respondidas, havendo então 52 (cinquenta e duas) empresas que não

responderam. A Coleta de dados foi realizada no dia 25 de agosto até o dia 08 de

setembro de 2015 por 14 dias. As técnicas utilizadas para colher os dados

bibliográficos foram através de livros, revistas e pesquisa em web sites e artigos

científicos.

A pesquisa foi realizada com o objetivo de adquirir um conhecimento

maior acerca da gestão de riscos. Os dados foram coletados através do

instrumento de coleta de dados “questionários semiestruturado”, destaque-se que

a pesquisa por seus dados verdadeiros, valida a importância dispensada à gestão

de riscos pelas empresas pesquisadas.

20 LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo: 9

ed. Atlas, 2012. p. 91.

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9

O estudo abordado em forma de perguntas e deu-se para avaliação do

cotidiano de profissionais atuantes na área de gestão de riscos. Aplicou-se um

questionário elaborado para as empresas enviado via e-mail acerca dos

procedimentos e rotinas do controle interno, pois sua atividade é: estudar e avaliar

operações e procedimentos, a auditoria permeia pelos dados que já foram

escriturados, demonstrados e analisados, conferindo-lhes credibilidade.21

Figura 1 – Perfil do Colaborador Fonte: (SILVA, 2015).

Como mostra a figura 01, participaram da pesquisa onze (11) pessoas,

sendo sete (7) do sexo masculino, representando 64% do total e quatro (4) do

sexo feminino, representando 36%.

Figura 2 – Escolaridade do Colaborador Fonte: (SILVA, 2015).

21

LOPES DE SÁ, A.. Curso de Auditoria. 19ª ed. São Paulo: Atlas, 2013.

64%

36%

1 Perfil do colaborador

Masculino

Feminino

9% 9%

55%

9%

18%

0% 0%

2 Escolaridade do colaborador

2º grau completo

Superior incompleto

Superior completo

Pós- Graduação incompleto

Pós-graduação completo

Mestrado

Doutorado

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10

A figura 02 demonstra que a escolaridade dos entrevistados é: ensino

médio apenas 1 (um); 1 (um) superior incompleto; 6 (seis) com superior completo;

e 1 (um) com pós-graduação incompleto, 2 (dois) com pós-graduação completo

nenhum dos entrevistados possui mestrado ou doutorado, sendo a sua maioria

apenas com ensino superior.

Figura 3 – Tempo de Serviço na área Fonte: (SILVA, 2015).

Conforme a figura 03 aborda o tempo que os profissionais atuam na área,

assim demonstra no gráfico: que a experiência que predomina é de 5 (cinco)

profissionais com até 5 (cinco) anos representando um percentual de 46%; mais 2

(dois) profissionais com 11 (onze) a 15 (quinze) anos com um percentual de 18%;

e com mais de 16 (dezesseis) anos de atuação na área mais 4 (quatro)

profissionais com um percentual de 36%.

Figura 4 – Possui Controle Fonte: (SILVA, 2015).

Nesta figura está demostrada que a grande maioria das empresas

entrevistadas, 9 (nove), possui controle interno sistematizado o que representa

82% das empresas que responderam o questionário, também temos que apenas

46%

0%

18%

36%

3 Tempo de Serviço na empresa nessa área

Até 05 anos

De 06 a 10 anos

De 11 a 15 anos

Acima de 16 anos

82%

9% 9%

4 A empresa possui controle interno sistematizado

Sim

Não

Não tem resposta a respeito

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11

uma empresa afirmou que não possui controle interno sistematizado, enquanto

que outra não tem resposta a respeito.

Figura 5 – Melhoria da Sistematização da Empresa Fonte: (SILVA, 2015).

Denota-se que 77% das empresas fariam melhorias na sistematização,

sendo que do total que responderam ao questionário 39% fariam na área

operacional, 38% na área financeira e nenhuma faria na área comercial; por outro

lado 23% das empresas que responderam o questionário não responderam a este

quesito.

Figura 6 – Riscos que a empresa está exposta Fonte: (SILVA, 2015).

Na figura acima se apurou que as empresas estão expostas aos riscos de

mercado, operacional e relacionados a fatores humanos em 19% das respostas;

39%

38%

0% 23%

5 Frente à resposta anterior, você mudaria algo para melhoria da sistematização da

Empresa, quais áreas neste sentido …

Operacional

Financeira

Comercial

Não tem resposta a respeito

19% 6%

12%

19% 12%

19%

13%

6 Na percepção do entrevistado quais os maiores riscos a empresa está exposta

Risco de Mercado

Risco de Liquidez

Risco de Crédito

Risco de Operacional

Risco Legal

Risco de fator humano

Não tem resposta a respeito

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12

com 12% aparece o risco de crédito e o risco Legal; com 6% o risco de liquidez e

em 13% dos entrevistados não tiveram respostas.

Figura 7 – Controle relacionado aos Riscos Fonte: (SILVA, 2015).

A maioria dos entrevistados declarou que existe em suas empresas o

controle relacionado aos riscos, representando 64%; enquanto que apenas 18%

afirmaram que não possuem citados controles, sendo que o restante, 18%,

declararam não ter resposta a respeito.

Figura 8 – Benefício do Controle Interno Fonte: (SILVA, 2015).

Na figura 08 aborda-se que o benefício do controle interno para a gestão

de riscos está com um percentual de 15% da fidedignidade às normas; com 39%

das transparências nas rotinas; com 38% com menor grau de exposição aos

riscos e 8% declararam não ter resposta a respeito.

64% 18%

18%

7 Há controles relacionados com os riscos

Sim

Não

Não tem resposta a respeito

15%

39% 38%

8%

8 Qual o benefício do controle interno para gestão de riscos

Fidedignidade às normas

Transparência nas rotinas

Menor grau de exposição aos riscos

Não tem resposta a respeito

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13

Figura 9 – Metas da empresa Fonte: (SILVA, 2015).

Na figura 09 está demonstrado que a grande maioria dos entrevistados

declarou, com 64% que os objetivos e metas da empresa encontram-se

formalizadas, apenas 18% declararam que não são formalizados e os últimos

18% afirmaram que não tem resposta a respeito.

Figura 10 – Auditoria Interna Fonte: (SILVA, 2015).

Conforme a figura 10 a pesquisa demonstrou que 64% das empresas que

responderam o questionário possuem auditoria, 27% não possui e 9% não

responderam a este quesito.

Gráfico 11 – Periodicidade das Auditorias

Fonte: (SILVA, 2015).

64% 18%

18%

9 Os objetivos e metas da empresa se encontram formalizados?

Sim

Não

Não tem resposta a respeito

64%

27%

9%

10 A empresa possui auditoria

Sim

Não

Não tem resposta a respeito

37%

0%

36%

27%

11 Com qual periodicidade a mesma é realizada

Mensal

Semestral

Anual

Outro

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14

Os entrevistados declararam que 37% fazem auditoria mensal; 36% a

realizam anualmente; nenhuma a faz semestralmente; e 27% responderam que

fazem em período diverso dos constantes do quesito.

Figura 12 – Histórico de Fraudes internas Fonte: (SILVA, 2015).

A figura 12 demonstra com 37% dos entrevistados que existe um histórico

de perdas/fraudes internas na empresa, o resultado fica balanceado com 36% da

não ocorrência do histórico e 27% dos entrevistados declararam não ter resposta

relacionada ao histórico.

Figura 13 – Riscos Operacionais e Administrativos Fonte: (SILVA, 2015).

Na figura 13 demonstra que nas empresas entrevistada há sim ocorrência

e/ou impactos dos riscos nas áreas operacionais e administrativas, esse dado

aparece com um percentual de 64%; porém há empresas sem esse histórico e

isso se dá com um percentual de 18%, por outro lado 18% afirmaram não ter

resposta a respeito.

37%

36%

27%

12 Existem histórico de Perdas/Fraudes internas?

Sim

Não

Não tem resposta

64% 18%

18%

13 Impactos dos riscos nas áreas operacionais e administrativas

Sim

Não

Não tem resposta

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Assim, frente ao que foi analisado, esclarece que apesar de sabermos de

sua importância, a avaliação de riscos ainda consiste na identificação e na análise

dos fatos e condições relevantes que podem interferir no alcance dos objetivos.

Ao adotar uma avaliação de riscos correta à empresa minimizaria os impactos de

possíveis prejuízos e riscos para a gestão. Portanto, uma avaliação de riscos

eficiente traz segurança à empresa, visto que pode alertar quando os objetivos

correm perigo de não serem alcançados, permitindo tomadas de decisão que

permitam correções preventivas.22 “Além disso, o mesmo visa também enfatizar

de como deve ser a gestão de riscos, de que maneira é feito o controle preventivo

para minimização de riscos de liquidez, de riscos de créditos, de riscos de

mercados, e de risco legal, dentre outros. ”23

Verificou-se através de dados bibliográficos a importância de se implantar

o controle interno nas organizações, isto como ferramenta de gestão de riscos,

pois frente às grandes mudanças nos sistemas tecnológicos e às alterações de

leis e regulamentos a empresa precisa investir em controles que possam propiciar

à administração as tomadas de decisão com segurança. Assim, as sociedades

por contar com número elevado de trabalhadores onde são necessários

treinamentos e formação continuada resultando em grandes investimentos em

pessoal, se torna imperiosa a implantação de controles internos para que esses

investimentos possam trazer o retorno almejado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo permitiu demonstrar que a empresa deve estar atenta e

preparada para os elementos que possam impactar de forma negativa ou até

mesmo positiva, frente ao alcance de melhores resultados nas apurações de

lucros empresariais.

Como resultado bibliográfico, verificou-se que a temática ainda é pouco

abordada, porém os autores utilizados no estudo afirmaram que é suma

importância desenvolver um modelo de gestão de risco envolvendo estratégias,

custos e metas. Deste modo, para que a empresa tenha parâmetros para rápida

22

CREPALDI, Silvio Aparecido. Op. Cit. p. 06. 23

BRITO, Osias Santana de. Op. Cit. p. 05.

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verificação e acompanhamento do planejamento adotado, precisa-se de uma

espécie de sistema de informação que constantemente do qual avalia os

resultados obtidos com o objetivo almejado.

Por fim, esclarece que a estratégia empresarial deverá ser fundamentada

na metodologia da gestão de risco do qual permite a empresa precaver-se de

fatores de riscos, embora não os eliminando e sim buscando oferecer melhor

qualidade na tomada de decisão.

REFERÊNCIAS

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Financeiras. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2013.

BERTOLUCCI, R. G. Estudo sobre gerenciamento do risco corporativo:

proposta de um modelo. Dissertação de mestrado. (Universidade Metodista de

Piracicaba). Piracicaba, 2010.

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Paulo: Atlas, 2013.

CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos: Administração de empresas, 5

ed. São Paulo: Atlas, 1998.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de Metodologia Científica.

São Paulo: 9 ed. Atlas, 2012.

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PADOVEZE, C. L. Controladoria estratégica e operacional. São Paulo:

Thomson, 2013.

PADOVEZE, C; BERTOLUCCI, R. G. Gerenciamento de Risco Corporativo em

Controladoria. 1. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

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SANTOS, A.R.P. Contribuição à estruturação de sistemas de informações de

controladoria estratégica: um estudo de caso exploratório em empresas de

grande porte. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade

Metodista de Piracicaba, 2009.

SAUNDERS, Anthony. Administração de Instituições Financeiras. 6ª. ed. São

Paulo: Atlas, 2012.

SÁ, G.T. Administração de investimentos: teoria de carteiras e

gerenciamento do risco. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2009.