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HOSPITAL HELIÓPOLIS MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE PASCHOAL PIPPA NETO A IMPORTÂNCIA PARA A IMPLANTODONTIA DA AVALIAÇÃO DE OSTEOPOROSE EM MULHERES DIABÉTICAS TIPO II EM PÓS-MENOPAUSA SÃO PAULO 2009

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H O SPI T AL H E L I Ó PO LI S

M ES T R AD O EM C I Ê N CI AS D A S AÚ D E

PASCHOAL PIPPA NETO

A IMPORTÂNCIA PARA A IMPLANTODONTIA DA

AVALIAÇÃO DE OSTEOPOROSE EM MULHERES

DIABÉTICAS TIPO II EM PÓS-MENOPAUSA

SÃO PAULO

2009

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PASCHOAL PIPPA NETO

A IMPORTÂNCIA PARA A IMPLANTODONTIA DA

AVALIAÇÃO DE OSTEOPOROSE EM MULHERES

DIABÉTICAS TIPO II EM PÓS-MENOPAUSA

Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde do Hospital Heliópolis – HOSPHEL, para a obtenção do Título de Mestre em Ciências da Saúde

Orientador: Prof. Dr. Jozias de Andrade

Sobrinho

SÃO PAULO

2009

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Pippa Neto, Paschoal A Importância para a Implantodontia da Avaliação de Osteoporose em Mulheres Diabéticas Tipo II em Pós- Menopausa . / Paschoal Pippa Neto - São Paulo, 2009. vii, 47 f.

Dissertação (Mestrado) - Hospital Heliópolis. Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde.

Orientador: Jozias de Andrade Sobrinho

Título em inglês: Importance for the Implantodontia of the Evaluation of Osteoporose in Diabetic Women Type II in After-Menopause. 1. Osteoporose. 2. Diabetes. 3. Implante.

Ficha Catalográfica

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“A DEUS, por sempre iluminar o meu caminho!”

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Ernando e Maria Izabel, que um dia sonharam e hoje

compartilham este importante momento comigo.

A minha esposa, Regina, meu presente, sem ela nenhum sonho seria possível

ou valeria a pena.

Aos meus filhos, Ana Carolina, Paschoal e Hernando, aos quais dedico minha

vida.

Ao meu irmão, Fernando, pelo incentivo e carinho constantes.

A minha cunhada Maria Guadalupe, pela paciência e colaboração sincera na

confecção deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Jozias de Andrade Sobrinho, orientador, pelo cuidado e a

dedicação durante a realização desta Dissertação, assim como os conselhos

que, de uma forma ou de outra, contribuíram para os resultados do presente

trabalho.

Ao Prof. Dr. Abrão Rapoport, Coordenador do Curso de Pós-Graduação em

Ciências da Saúde do Hospital Heliópolis, São Paulo, exemplo de professor,

que permitiu o meu ingresso na Pós-Graduação.

Ao Prof. Dr. Odilon Victor Porto Denardin, pela sua paciência e importante

participação na orientação deste trabalho.

À equipe de professores e funcionários do Curso de Pós-Graduação em

Ciências da Saúde do Hospital Heliópolis, São Paulo, pelo convívio e

aprendizado.

À amiga Rosicler Aparecida de Melo, pela sua colaboração e paciência.

Aos Cirurgiões Dentistas, meus amigos, Dr. Carlos Ademar Ferreira, Dr. João

Pedro Aloise, Dra. Michele de Paula Alves, que sempre estiveram do meu lado

dando força e apoio.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Distribuição das pacientes diabéticas tipo 2 quanto à

presença de osteoporose, segundo a faixa etária subdividida

em décadas. 29

Tabela 2 Distribuição das mulheres com seu respectivo tempo de

menopausa divididos em décadas. 30

Tabela 3 Distribuição das mulheres com seu respectivo índice de

massa corpórea, divididos em décadas. 30

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LISTA E SIGLAS DE ABREVIATURAS

ARE Heliópolis Ambulatório Regional de Especialidades Heliópolis

BMPs Proteínas ósseas morfogenéticas

cm² Centímetro quadrado

DM Diabetes mellitus

DM1 Diabetes mellitus 1

DM2 Diabetes mellitus 2

DMO Densidade mineral óssea

DMOCF Densidade mineral óssea de colo do fêmur

DMOCL Densidade mineral óssea de coluna lombar

DMOFT Densidade mineral óssea de fêmur total

g/cm² Grama por centímetro quadrado

HAS Hipertensão arterial sistêmica

HOSPHEL Hospital Heliópolis

H.U. Unidades Hounstield

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IGF1 Insulin-like growth factor-1

IMC Índice de massa corpórea

kg Kilograma

m² Metro quadrado

NIH National Institute Health

OMS Organização Mundial da Saúde

PTH Paratormônio

SUS Sistema Único de Saúde

TCLE Termo de consentimento livre e esclarecido

TGFβ Fator de crescimento transformador beta

TNFα Fator de necrose tumoral-alfa

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SUMÁRIO

Dedicatória......................................................................................................................... i Agradecimentos................................................................................................................. ii Lista de Tabelas................................................................................................................. iii Lista de Abreviaturas......................................................................................................... iv Resumo.............................................................................................................................. vi Summary............................................................................................................................ vii 1 Introdução..................................................................................................................... 01 2 Objetivo.......................................................................................................................... 06 3 Revisão da Literatura................................................................................................... 07 3.1 Etiopatogenia da osteoporose ................................................................................ 07 3.2 Conceito de osteoporose e remodelação óssea...................................................... 07 3.3 Perda óssea na menopausa ……………………...................................................... 09 3.4 Perda óssea com o envelhecimento........................................................................ 11 3.5 Diabetes mellitus e osteoporose.............................................................................. 12 3.6 Alteração óssea no diabetes mellitus.................................................................... 16 3.7 Implantes osseointegrados...................................................................................... 17 3.8 Relação entre osteoporose, diabetes mellitus e implantes osseointegrados.......... 20 4 Casuística e Métodos................................................................................................... 24 4.1 Casuística............................................................................................................ 24 4.1.1 População de estudo........................................................................................... 24 4.1.2 Critérios para inclusão......................................................................................... 25 4.2 Métodos............................................................................................................... 25 4.2.1 Densitometria óssea............................................................................................ 25 4.2.2 Medidas antropométricas..................................................................................... 26 4.2.3 Variáveis do estudo............................................................................................. 26 4.2.4 Método estatístico................................................................................................ 27 5 Resultados..................................................................................................................... 29 6 Discussão...................................................................................................................... 31 7 Conclusão...................................................................................................................... 39 8 Referências Bibliográficas........................................................................................... 40 9 Fontes Consultadas...................................................................................................... 46 10 Apêndice...................................................................................................................... 47

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RESUMO

PIPPA NETO, PASCHOAL. A Importância para a Implantodontia da Avaliação de Osteoporose em Mulheres Diabéticas Tip o II em Pós-Menopausa. São Paulo, 2009. 47p. Tese (mestrado) – Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde do Hospital Heliópolis - Hosphel, São Paulo.

Introdução: O aumento da expectativa de vida da população mundial, acompanhado por hábitos sedentários e prejudiciais à saúde, tende a levar a uma presença crescente de patologias típicas de idades avançadas, como a osteoporose e a diabetes mellitus tipo 2, importantes problemas de saúde pública mundiais, sobretudo em mulheres pós-menopausa. Objetivo: Estudar a prevalência de osteoporose em mulheres com diabetes mellitus tipo 2 de acordo com a idade, índice de massa corpórea (IMC) e tempo de menopausa das mulheres avaliadas, bem como estudar os efeitos negativos dessas doenças na reabilitação oral com implantes osseointegrados. Método: De um total de 22.902 mulheres pós-menopausa que passaram pelo exame de densitometria óssea, 3446 apresentavam diabetes mellitus tipo 2, e dessas, 686 eram também portadoras de osteoporose. Resultados: A prevalência de osteoporose em diabéticas tipo 2 é maior dos 60 aos 80 anos de vida, com a chance de se ter osteoporose aumentando em 7,9% a cada ano. Quanto ao tempo de menopausa, iinnddiivvíídduuooss com 20 a 29 anos de menopausa apresentaram uma maior prevalência de ocorrência de osteoporose, e indivíduos com IMC entre 25 e 29,9 foram os mais acometidos pelas duas doenças de forma concomitante, com a chance para a presença de osteoporose reduzindo em 6% para cada unidade aumentada no IMC. Conclusão: Entre as mulheres idosas diabéticas tipo II a osteoporose prevalece na sétima e oitava décadas de vida, com tempo de menopausa de 22,4 anos, com IMC médio abaixo de 27,7, constituindo-se em grupo de risco para a implantodontia. A investigação médica prévia e o tratamento de diabetes mellitus e de osteoporose são obrigatórios para que haja uma maior previsibilidade no tratamento com implantes osseointegrados.

Descritores: Osteoporose; Diabetes; Implante.

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SUMMARY

PIPPA NETO, PASCHOAL. The Importance for the Implantodontia of the Evaluation of Osteoporose in Diabetic Women Type II in After-Menopause. São Paulo, 2009, 47p. Thesis Course the Post-Graduation in of the Health Science - Hospital Heliopolis, Hosphel, São Paulo.

Introduction: The life expectancy raise, combined with a harmful and sedentary lifestyle, takes to an increase in the presence of some specific diseases, such as osteoporosis and type 2 diabetes, wich are typical of elderly people, and major health problems world-wide. Objective: Our purpose in this study was to study the prevalence of osteoporosis in women with type 2 diabetes, according to age, Body Mass Index (BMI) and time from menopause as well as the negative effects of these diseases in a treatment using dental implants. Method: A total of 22.902 women were submitted to a bone densitometry evaluation 3446 had type 2 diabetes, and 686 had also osteoporosis. Results: We found that the prevalence of osteoporosis in type 2 diabetic women is higher from 60 to 80 years, with a 7,9% increase chance of having osteoporosis each year. Individuals with 20 to 29 years passed from the event of menopause showed a higher chance of having both diseases, and women with BMI between 20 and 29,9 had the higher chance of having type 2 diabetes and osteoporosis concomitantly with this chance falling 6% for each unit of raise in BMI. Conclusions: Among elderly women with type 2 diabetes, osteoporosis is more frequent between 60 and 80 years, with 22,4 years from the event of menopause and average BMI of 27,7 constituting also a risk group for implant surgery. A previous medical investigation as well as treatment for diabetes and osteoporosis are essential for a better outcome in treatment with dental implants.

Key-words: Osteoporosis; Diabetes; Implant.

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1. Introdução

O aumento da expectativa de vida da população mundial constitui uma

realidade cada vez mais presente. Consequentemente, a ocorrência de

distúrbios associados ao envelhecimento tem sido observada e morbidades

associadas a idades mais avançadas tornam-se mais prevalentes. Entre as

várias alterações associadas à menopausa e à senectude, a osteoporose tem

sido objeto de várias pesquisas. Por conta da sua alta morbi-mortalidade

associada às fraturas ósseas, particularmente as fraturas de quadril, a

osteoporose pode ser considerada um dos principais problemas de saúde

pública mundial.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) consideram idosa

a pessoa com 60 anos ou mais, mesmo limite de idade utilizado pela

Organização Mundial da Saúde (OMS) para os países em desenvolvimento.

No Brasil, os idosos são hoje 14,5 milhões de pessoas, o que representa

quase um décimo da população do País (IBGE, Censo 2000). Em uma

década, o número de idosos no Brasil cresceu 17%. Até 2025 o Brasil será o

sexto pais do mundo com o maior número de pessoas idosas, segundo dados

da OMS. De acordo com os dados do último censo do IBGE, existem 5,5

milhões de brasileiros com osteoporose. Kowalskí, Sjezfeld, Ferraz (2001),

estudaram a utilização de recursos e custos em osteoporose em 100

mulheres pós-menopausa, acompanhadas no Sistema Público de Saúde

(SUS). Os autores observaram que os custos médios totais anuais foram de

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R$ 908,18/ paciente/ano, onde 82% deste valor foram gastos com recursos

médico-hospitalares e 18% com recursos não médico-hospitalares.

Dados mais recentes fornecidos pelo Ministério da Saúde descrevem

que no ano de 2004 foram gastos com fraturas de quadril secundários a

osteoporose, a quantia de 28 milhões de reais. Pinheiro, Castro, Szejnfeld

(2006), através de um estudo por meio de questionário estruturado aplicado a

2.320 indivíduos acima de 40 anos e moradores de 150 municípios brasileiros,

relataram história de fratura por osteoporose em 25% da população

entrevistada.

O edentulismo é prevalente em idosos de várias partes do mundo, com

percentuais de 11% a 44%, que crescem de forma inversamente proporcional

à condição sócio-econômica. O perfil de saúde bucal dos brasileiros avaliado

em uma pesquisa coordenada pela OMS, em 2006, mostra os índices da

população sem dentição completa. Segundo este estudo cerca de 14,4%

perderam todos os dentes. Destes, 2,3% entre 18 a 34 anos; 8,2% entre 35 a

49 anos, e 37,8% com idade maior ou igual há 50 anos. Além da perda da

integridade funcional e estrutural do sistema mastigatório, a perda de um

elemento dentário ocasiona, muitas vezes, desarmonia do ponto de vista

estético, o que ocasiona prejuízo da auto-estima.

Segundo Al-Shammari, Al-Ansari, Moussa, Ben-Nakhi, Al-Arouj, Wang

(2006), o histórico médico mais comumente encontrado em pacientes com

edentulismo é a presença de diabetes mellitus (19,2%), seguido por

hipertensão (13,2%).

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Independente do mecanismo responsável pela alteração da densidade

mineral óssea nos pacientes diabéticos, o resultado final é o aumento do risco

de fraturas de quadril (mais prevalente no DM1). Quanto à incidência de

fraturas vertebrais e não vertebrais a literatura necessita de dados mais

consistentes, grande desafio não consiste em identificá-las, mas sim, encontrar

os possíveis fatores associados à sua preservação, e utilizá-los como uma

ferramenta para prevenção, ou até tratamento da osteoporose (Felson, Zhang,

Hannan, Anderson, 1993; Thomas, Burguera, Melton, Atkinson, O'Fallon,

Riggs, Khosla, 2001).

A avaliação da densidade mineral óssea (DMO) representa um exame

auxiliar confiável e amplamente utilizada durante a avaliação da qualidade

óssea (Santiago e Vitral, 2006).

Diante do aumento da expectativa de vida, o crescimento da

prevalência do diabetes mellitus e suas alterações ósseas associadas a

possíveis complicações em procedimentos cirúrgicos odontológicos, tornaram-

se uma realidade nas ultimas décadas. A literatura é vasta em relação aos

diferentes métodos de densitometria e suas aplicações na medicina durante o

diagnóstico tratamento e prevenção da osteoporose, entretanto em

odontologia, os exames auxiliares para avaliação da densidade mineral óssea

passaram a ser solicitados somente após o advento da Implantodontia

(Santiago e Vitral, 2006).

A instituição de novas terapias, a importância da prevenção e

tratamento da perda de massa óssea nos direciona para um diferente

momento. O avanço tecnológico na área odontológica resultando em

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importante recuperação da saúde bucal constitui, sem dúvida, uma nova

ferramenta na manutenção e melhora da qualidade de vida destes pacientes

sendo uma delas, os implantes ósseo-integrados.

O sucesso de um implante odontológico implica na ocorrência do

processo denominado osseointegração. Entende-se por osseointegração,

como a íntima relação entre o implante de titânio e o osso que se formará ao

seu redor. Múltiplos fatores, como a resistência dessa união e a qualidade e

intimidade da superfície de contato devem ser avaliados no resultado desse

evento.

A densidade mineral óssea é o parâmetro mais importante para a

fixação inicial do implante e ausência de movimento durante o primeiro estágio

de cicatrização cirúrgica (Misch, 1990; Norton e Gamble 2001), determinaram

os valores quantitativos para a densidade mineral óssea em unidades

Hounsfield (H.U), para quatro regiões diferentes dos maxilares (+ de 850 H.U)

mandíbula anterior, (+500 até +800) para mandíbula posterior e maxila anterior

e de (0 até + 500) maxila posterior. Para determinar esses valores fizeram a

avaliação de tomografias computadorizadas, que consideraram um método

apurado para avaliação da densidade óssea peri-implante.

Sabe-se que tanto fatores que envolvam a técnica cirúrgica (mínimo de

trauma, biossegurança adequada), como fatores relacionados ao tratamento e

qualidade do implante, têm influência no tempo recomendado e necessário

para que ocorra a osseointegração. Além disso, fatores inerentes ao paciente,

como qualidade óssea, o estado local e geral de saúde também devem ser

considerados e vêm sendo estudados (Abdulwassie e Dhanrajani, 2002). A

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osseointegração e o tempo necessário para que ela ocorra, tem relação direta

com a capacidade de cicatrização óssea do paciente, o que novamente coloca

em pauta a necessidade de se avaliar as condições do controle metabólico

equilibrado em pacientes diabéticos antes de se realizar atos cirúrgicos

(Abdulwassie e Dhanrajani, 2002).

Estas evidências, ou seja, aumento da expectativa de vida e a busca

por uma qualidade de vida melhor destes pacientes associados a um grande

aumento da prática da implantodontia nesta faixa etária da população, nos

motivaram a realização deste estudo visando classificar possíveis grupos de

risco principalmente em mulheres diabéticas tipo 2 em pós menopausa.

Assim, esperamos que os nossos resultados possam ser aplicados

principalmente, na orientação de profissionais da área odontológica quanto a

medidas preventivas que devam ser tomadas contra a perda de massa óssea,

seu diagnóstico precoce e correções prévias dessas patologias por

profissionais que cuidem especificamente dessa área. Pretendemos desta

forma, evitar a perda dos implantes dentários pelo prejuízo da

osseointegração devido a alterações metabólicas e falta de controle em

pacientes diabéticos (Mellado-Valero, Ferrer García, Herrera Ballester, Labaig

Rueda, 2007).

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2. Objetivos

Avaliar a freqüência de osteoporose por meio de densitometria óssea e

da densidade mineral óssea em mulheres na pós-menopausa portadoras de

diabetes mellitus, tipo II com relação à idade, índice de massa corpórea (IMC) e

tempo de menopausa em décadas.

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3. Revisão da Literatura

3.1 Etiopatogenia da osteoporose

Reconhecida como a doença metabólica mais prevalente nos países

desenvolvidos, a ocorrência da osteoporose depende da combinação da

quantidade de massa óssea obtida na idade adulta, da intensidade da sua

perda e da desorganização micro estrutural do osso. Segundo o National

Institute Health (NIH, 2001), a massa óssea obtida na idade adulta parece ser

o determinante mais importante para a saúde do osso ao longo da vida. A

obtenção de um ótimo pico de massa óssea no início da vida reduz o impacto

da perda óssea associada ao envelhecimento. Por sua vez, o ganho total de

massa óssea associa-se a fatores hereditários, nutricionais, intensidade da

atividade física e hábitos de vida, além de fatores hormonais, presença de

doenças crônicas e uso de medicamentos.

3.2 Conceito de osteoporose e remodelação óssea

A osteoporose é definida como uma desordem esquelética

caracterizada por força óssea comprometida predispondo a um aumento do

risco de fratura. Força óssea primariamente reflete integração entre densidade

óssea e qualidade óssea (Nelson e Jacober, 2001).

Acredita-se que o incremento de massa óssea ocorra de forma

progressiva até a adolescência, sendo que a formação total do esqueleto

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ocorre ao redor dos 20 anos (Vestergaard, 2007). No entanto, existem

informações conflitantes quanto ao ganho de massa óssea após este período.

Alguns autores ainda consideram importante o ganho de massa óssea até a 4ª

década (Dobnig, Piswanger-Sölkner, Roth, Obermayer-Pietsch, Andreas Tiran,

Strele, Maier, Maritschnegg, Sieberer, Fahrleitner-Pammer, 2006). A partir de

então, inicia-se uma fase de quiescência que vai até o período peri-

menopausa. Neste momento a perda óssea se dá de forma lenta, sendo

intensificada com a instalação da menopausa propriamente dita, estendendo-

se até o final da vida.

A perda óssea não se dá de maneira uniforme entre os dois tipos de

ossos. No osso cortical, é lenta entre os 35 e 40 anos (0,3 – 1% /ano), com um

incremento nos primeiros cinco anos após a menopausa (2-8%/ano), para

então novamente diminuir até cessar. No osso trabecular a perda é contínua

com início nos dez anos que antecedem a menopausa, dando lugar a uma

fase de perda rápida e autolimitante. Dois tipos de ossos compõem o

esqueleto humano: o osso cortical (compacto), e o osso trabecular

(esponjoso). Na cavidade oral, podemos interligar essas informações, sabendo

que o osso que compõe a maxila é predominantemente medular e trabeculado,

e a mandíbula é constituída de um osso mais compacto, com um maior volume

de cortical (Ma, Jing, Qin, Chai, Xu, Zhou, Yang, 2001).

Estes dois tipos de osso se encontram em estado dinâmico, marcado

por um processo contínuo de formação e reabsorção, ao qual chamamos de

remodelação óssea. A remodelação óssea ou “turnover” ósseo é a alternância

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da formação óssea realizada pelos osteoblastos com a reabsorção realizada

pelos osteoclastos ocorrendo de maneira acoplada.

Quando há um desequilíbrio deste acoplamento surge à osteoporose

(Ma et al., 2001).

Os osteoblastos, originários de células mesenquimais da medula óssea,

são responsáveis pela síntese da matriz orgânica óssea. A modulação da

osteoblastogênese ocorre por recrutamento de novos osteoblastos e por

alteração da sua função. Este processo é regulado por hormônios sexuais,

calciotrópicos, fatores de crescimento como IGF1 e TGFβ, proteínas ósseas

morfogenéticas (BMPs). Quando os osteoblastos não estão neste processo de

formação da matriz óssea, transformam-se em células de repouso, conhecidas

como “lining cells”. O maior estímulo para que uma superfície de repouso

torne-se uma superficie de remodelação é a remoção do dano. Para que o

osso reconheça o sítio do dano, o quanto tem que remover e o quanto de osso

precisa ser reposto uma outra célula, os osteócitos, iniciam a sua atividade

(Kobayashi, Takagi, Sakai, Hashimoto, Mataki, Kobayashi, Kato,1998).

Os osteoclastos são originários do compartimento hematopoiético.

Habitualmente são multinucleados e situam-se na superfície, dentro da cortical

ou no osso trabecular. O controle da osteoclastogênese (formação de

osteoclastos) é regulado por hormônios, citocinas, fator de necrose tumoral

(TNF)α, TGFβ, prostaglandina E2 (Brown e Sharpless, 2004).

3.3 Perda óssea na menopausa

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Em mulheres saudáveis a menopausa é marcada pelo término da

menstruação ocorrendo normalmente ao redor dos 49 anos (Brown e Josse,

2002), sendo os limites 40 e 55 anos. A falência da produção hormonal

ovariana, entretanto, tem início alguns anos antes. Esta é acompanhada da

diminuição progressiva dos níveis de estrógeno, resultando em um aumento

contínuo da remodelação óssea e conseqüente perda de massa óssea

(Vestergaard, 2007).

A deficiência estrogênica permite maior liberação de interleucina I e

interleucina 6, potentes estimuladores do recrutamento e da atividade dos

osteoclastos (Ma et al., 2001).

A falta destes hormônios também é responsável por uma diminuição da

absorção do cálcio intestinal, possivelmente por causa de uma redução das

concentrações da 1,25 – dihidroxivitamina D [1,25 (OH)2D] total.

Observa-se ainda um aumento da excreção urinária de cálcio (Brown e

Sharpless, 2004). Na menopausa a perda óssea é mais evidente no osso

trabecular do que no osso cortical, o que explica a maior freqüência de fraturas

vertebrais e de antebraço distal (Dobnig et al., 2006).

De forma geral, os estrogênios estão relacionados à produção de

colágeno, particularmente do colágeno tipo I, que está presente nos ossos,

músculos, pele, vasos e mucosas. O hipoestrogenismo prolongado pode

acabar por predispor ao aparecimento de osteopenia/osteoporose (Silva,

Sauerbronn, Romito, 2006).

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O índice de massa corporal está diretamente relacionado à densidade

mineral óssea, sendo que os indivíduos obesos têm maior proteção contra

osteoporose. Fatores ambientais como hábitos nutricionais, sedentarismo e

tabagismo, além de doenças e drogas, também podem estar associados à

redução da massa óssea (Holm, Dan, Wilbur, Li, Walker, 2002; Brown e

Sharples , 2004).

3.4 Perda óssea com o envelhecimento

Passada a fase de perda óssea acelerada típica da menopausa, tem

início uma fase de perda mais lenta relacionada à idade caracterizada por uma

baixa remodelação. O osteoblasto trabalha de forma lenta e não consegue

preencher eficazmente as lacunas produzidas pelos osteoclastos. Outro fator

que contribui para o aparecimento da osteoporose senil é a deficiência da ação

da vitamina D. Esta deficiência consiste na queda da hidroxilação renal da

vitamina D que resulta numa diminuição da absorção intestinal de cálcio e

redução de sua reabsorção renal, promovendo assim, um aumento dos níveis

e da ação do paratormônio (PTH). Este leve hiperparatireoidismo secundário

causa um incremento da reabsorção óssea, com a perda da massa óssea

progressiva (Dobnig et al., 2006).

Morin, Tsang, Leslie (2009), em estudo retrospectivo confirmam que a

relação peso e índice de massa corpórea estão associados com baixa ou alta

densidade mineral óssea em mulheres acima de 40 a 59 anos, baixo peso e

índice de massa corpórea são preditores de osteoporose e estão associados

ao aumento do risco a fraturas. Índice de massa corpórea de 25 kg/m2 foi

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identificado como uma referência abaixo da qual o risco para qualquer fratura

osteoporótica aumenta.

Baixo peso e índice de massa corpórea em um ponto específico de 70

kg ou 26 kg/m2 predizem osteoporose com grande sensibilidade (Morin et al.,

2009).

3.5 Diabetes mellitus e osteoporose

O diabetes mellitus, desordem crônica onde existe um desequilíbrio

hormonal entre a secreção de insulina pelo pâncreas e utilização de glicose

pelas células do corpo, está aumentando de forma exponencial, adquirindo

características epidêmicas em vários países, inclusive naqueles em

desenvolvimento. Este fato deve-se ao aumento da expectativa de vida e da

adoção de maus hábitos como a má alimentação e o sedentarismo (Schwartz,

2003).

A Organização Mundial de Saúde, estima que a prevalência do

diabetes deva alcançar 370 milhões em 2030. O número de pessoas com

diabetes no Brasil vai mais do que dobrar até 2030, chegando a 11,3 milhões,

segundo estimativas divulgadas (OMS, 2008).

Embora a freqüência das complicações crônicas da diabetes mellitus

varie de acordo com as populações estudadas, os eventos cardiovasculares

são responsáveis pela maior morbimortalidade destes pacientes (Lipscombe,

Jamal, Booth, Hawker, 2007). A instituição de novas terapias em pacientes

diabéticos tem aumentado de forma significativa a expectativa de vida nos

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portadores desta enfermidade. Por outro lado, o aumento da longevidade

associa-se com envelhecimento ósseo, perda de massa óssea e aumento da

prevalência de osteoporose.

A associação entre diabetes mellitus, alteração da massa óssea e a

ocorrência de fraturas já é bem reconhecida (Cutrim, Pereira, de Paula, Foss,

2007), mas a natureza desta relação ainda não está esclarecida.

A maioria dos estudos tem descrito baixos valores de massa óssea em

pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 1 (DM1) (Ikeda, Manabe, Iwata,

2004).

A literatura questiona se a baixa massa óssea observada nestes

pacientes é decorrente de baixo pico de massa óssea secundário à falha da

aquisição do osso endosteal durante o crescimento ósseo, ou se é resultado

de perda óssea aumentada. Por outro lado, no diabetes tipo 2 (DM2) existem

um estado de hiperinsulinemia e resistência à insulina que está associado ao

aumento de massa óssea. No entanto, uma diminuição da resistência óssea

nestes pacientes estaria associada a um risco aumentado de fraturas (Forsén,

Meyer, Midthjell, Edna, 1999).

Segundo Hildebolt (1997), a possível associação entre osteoporose e a

perda óssea bucal foi descrita por Groen, Duyvensz, Halsted (1960). Apesar

das pesquisas cientificas que buscam esclarecer a osteoporose /osteopenia

sistêmica e a osteopenia bucal, Chesnut (2001) e von Wowern, Klausen,

Kollerup (1994), mencionam que muitas questões ainda necessitam de

esclarecimento.

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Ao investigarem a relação entre a osteoporose e o grau de perda óssea

alveolar em mulheres, von Wowern et al. (1994), revelaram que a osteoporose

severa reduz significativamente a densidade mineral óssea (DMO) da

mandíbula.

A maior prevalência do diabetes e o aumento da longevidade parecem

compartilhar complicações semelhantes, como por exemplo, uma maior

fragilidade óssea e conseqüentemente, maior risco de fraturas. Acrescenta-se

ainda, que o prejuízo da saúde bucal incluindo perdas dentárias tem sido

observado de forma relativamente freqüente nestas populações (Colussi e

Freitas, 2002).

Porém, estudos clínicos mostraram ausência de correlação entre a

DMO e a doença periodontal (Weyant, Pearlstein, Churak, Forrest, Famili,

Cauley,1999), enquanto outros revelaram uma significativa correlação

(Mohammad, Brunsvold, Bauer,1996). Assim, os dados dos estudos clínicos

com pacientes com periodontite e osteoporose pós menopausa não são

conclusivos (Lener, 2006).

Somada à perda da integridade funcional e estrutural do sistema

mastigatório, a perda de um elemento dentário ocasiona muitas vezes,

desarmonia do ponto de vista estético, levando muitas vezes ao prejuízo da

auto estima (Nicodemus e Folsom (2001); Janghorbani, Van Dam, Willett, Hu,

2007).

Diante deste cenário, surgiu um novo desafio: o implante de dentes em

pacientes diabéticos. Para se fazer um implante dentário, é necessário ter

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mais de 18 anos e um leito ósseo adequado para recebê-lo. Com a idade e a

falta dos dentes, ocorrem perdas ósseas. Se a perda óssea ocorrer de forma

muito significativa, será preciso preparar o leito receptor do implante através

de enxertos ósseos ou outras cirurgias que aumentem a espessura dos ossos

da maxila e da mandíbula (Ivers, Cumming, Mitchell, Peduto 2001;

Janghorbani et al. 2006). Problemas como cardiopatias ou diabettes mellitus

não controlado podem inviabilizar a cirurgia. Sabendo-se que o diabetes

claramente altera o osso, o impacto desta enfermidade na cicatrização óssea

associada a implantes de dentes ainda não está completamente elucidado.

As populações que mais podem se beneficiar dessa modalidade de

tratamento odontológico é, sobretudo, as populações idosas. As melhorias nos

cuidados médicos têm resultado em uma maior porcentagem de pessoas

idosas e portadoras de alguma doença crônica, como diabetes e doenças

crônicas do osso, que podem influenciar no sucesso do tratamento com

implantes (Umino e Nagao, 1993).

Segundo ainda Umino e Nagao (1993), foram investigados 1012

pacientes idosos e descobriram que uma ou mais doenças sistêmicas estavam

presentes em aproximadamente 65% dos pacientes. Neste estudo, doenças

cardiovasculares foram as mais freqüentes, seguidas de diabetes mellitus, a

terceira maior causa de morte nos Estados Unidos da América. É dito que

pacientes diabéticos estão mais susceptíveis a desenvolver infecções e

complicações vasculares. Perfusão tecidual e doenças microvasculares têm um

papel muito importante na reparação de feridas. Como a diabetes está

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relacionada com alterações microvasculares, pacientes com diabetes tem um

pobre ou reduzido potencial de reparação.

3.6 Alteração óssea no diabetes mellitus

Os mecanismos através dos quais a densidade mineral pode alterar a

massa óssea são variados. A literatura tem sido concordante na maioria dos

estudos, onde se observa que pacientes com diabetes mellitus tipo 1(DM1)

apresentam diminuição de densidade mineral, associado a aumento da

reabsorção óssea. O diabetes mellitus tipo 2 (DM2), habitualmente associado

à obesidade, tem o fator mecânico exercido pelo peso e as alterações

hormonais como principais fatores associados ä manutenção da massa óssea

O aumento da insulina observado nestes pacientes, exerce um efeito

anabólico sobre o osso.

Também o IGF1 (Insulin-like growth factor-I), outro hormônio com

características anabólicas, parece estar diminuído nos pacientes portadores de

diabetes mellitus (DM). Outras alterações metabólicas, tais como a

hipercalciúria e glicosúria podem ser responsáveis por perda óssea. Citocinas

inflamatórias alterações da função renal, e complicações microvasculares

parecem exercer influência na qualidade óssea (Felson et al., 1993; Thomas et

al., 2001).

Admite-se que o indivíduo obeso tenha maior proteção contra

osteoporose, já que o índice de massa corpórea está diretamente relacionado

à densidade mineral óssea. Estudo brasileiro com 724 mulheres observou que

o peso corporal é importante na aquisição e perda de massa óssea, além de

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influenciar a relação da DMO-idade (Lewin, Gouveia, Marone, Weba,

Malvestiti, Bianco,1997).

3.7 Implantes osseointegrados

Esposito, Hirsch, Lekholm, Thomsen (1998) e Costa e Vaz (2000), citam

que excessivos traumas cirúrgicos, contatos prematuros e infecções são

geralmente os causadores mais comuns da perda precoce de implantes. Além

disto, esses mesmos autores afirmam que a carga imediata é um dos fatores

que poderiam afetar o processo de osseointegração, juntamente com o estado

de saúde do paciente, qualidade óssea, hábitos parafuncionais, irradiação,

experiência e habilidade do profissional, contaminação bacteriológica, número

de implantes suportes de uma prótese e grau de trauma cirúrgico.

Novas técnicas de implantes osseointegrados estão sendo descritas.

Branemark (2001) sugeriu um protocolo clínico onde os implantes deveriam

permanecer imóveis por um período que poderia variar de 4 a 6 meses,

dependendo da qualidade óssea. Esse protocolo afirma que os princípios

fundamentais para a colocação de uma prótese sobre implante incluem a

utilização de um material biocompatível, dois procedimentos cirúrgicos e um

período prolongado de cicatrização.

Autores como Chiapasco, Abati, Romeo, Vogel (2001), demonstraram

que entre as duas técnicas do sistema Branemark, com e sem carga imediata,

não houve diferenças nos índices de sucesso, além da redução significativa,

no sistema com carga imediata, da duração do tratamento, com relevante

satisfação por parte dos pacientes. A carga imediata é uma técnica recente,

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utilizada quando o intuito é reduzir as etapas de colocação de implantes. A

reabilitação oral por meio do implante osseointegrado com carga imediata é

uma forma prática e segura de repor a falta de dentes, corrigindo a estética

bucal e a função mastigatória. Esses mesmos autores verificaram que

implantes em função imediata, quando rigidamente ferulizados e com uma

sobredentadura, atuam de forma similar a implantes restaurados de maneira

convencional.

Este período corresponde a três meses na mandíbula e cinco a seis

meses na maxila, durante o qual cargas funcionais devem ser evitadas (Grisi e

Marcantonio Jr., 2002).

O elevado nível de segurança e sucesso apresentado por vários centros

de pesquisas encorajou pesquisadores a realizarem algumas modificações em

relação ao protocolo original, que incluem a instalação de fixações após a

exodontia, em um estágio cirúrgico e carga imediata (Nishioka, Bottino, Souza,

Lopes, 2003). Em estudo longitudinal de cinco anos este mesmo autor

demonstrou semelhante nível de reabsorção óssea comparado ao protocolo

original.

A previsibilidade do tratamento com implantes levou ao

desenvolvimento de técnicas cujos objetivos eram de simplificar os

procedimentos, reduzir o período de cicatrização, baixar custos e proporcionar

maior conforto para o paciente. Contudo, um dos objetivos foi seguir uma

importante tendência iniciada nos anos 80, a grande valorização da estética,

estudando-se então a aperfeiçoada e inovada técnica chamada carga imediata

(Santos, Machado, Ribeiro, Cunha, Marchini, 2003).

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Grisi e Marcantonio (2002), relataram que as falhas relacionadas aos

implantes de carga imediata são observadas com maior freqüência durante o

primeiro ano subseqüente à aplicação dos mesmos, podendo estar

relacionadas à ausência de estabilidade mecânica inicial, falta de esplintagem,

ausência de uma quantidade e qualidade óssea, perfuração bucal ou lingual e

higiene bucal insatisfatória (Martins, Amaral, Massote, Mendes, Franco, 2003;

Grisi e Marcantonio, 2002).

A boa saúde sistêmica do paciente, mantendo suas funções fisiológicas

normais, somadas ao antitabagismo, são fatores que também devem ser

avaliados no emprego desta técnica. Distúrbios envolvendo o metabolismo

ósseo e processos cicatriciais já são contra-indicações relativas ao uso de

implantes de acordo com o protocolo original de duas etapas. A osteopenia e

osteoporose localizada, por exemplo, são considerados possíveis fatores de

risco para o sucesso da osseointegração; e o fumo foi associado com altíssima

ampliação da inflamação dos tecidos moles e perda óssea marginal (Rezende,

2003).

Em odontologia, os exames auxiliares para avaliação da densidade

mineral óssea passaram a ser solicitados somente após o advento da

Implantodontia (Santiago e Vitral, 2006).

O advento dos implantes osseointegrados de titânio na década de 70

despontou como uma taxa média de sucesso observado ao longo dos anos

(Mellado-Valero et al., 2007), mesmo após a utilização de princípios rígidos

firmados em protocolos para a colocação de implantes osseointegrados.

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3.8 Relação entre osteoporose, diabetes mellitus e implantes osseointegrados

Estudos cuja relação implantes osseointegrados e diabetes mellitus tipo

II indicam um índice de 2,2% de falha em implantes em diabéticos tipo 2 em

curto prazo, mas que subiu para 7,3% de falha após 1 ano da colocação dos

implantes levantando a questão sobre a relação entre falhas na

osseointegração de implantes e diabetes (Shernoff, Colwell, Bingham, 1994).

O potencial reparador tanto de tecidos moles como duros é deficiente

em pacientes diabéticos devido à diminuição do metabolismo protéico,

microcirculação periférica e deficiência na função dos leucócitos neutrofilicos,

além de diversas outras alterações. Devido a tantas considerações, a diabetes

tem sido às vezes considerada uma contra-indicação para implantes

odontológicos (Balshi e Wolfinger, 1999).

O sucesso de um implante odontológico implica na ocorrência do

processo denominado ósseo integração. Entende-se por osseointegração,

como a íntima relação entre o implante de titânio e o osso que se formará ao

seu redor. Múltiplos fatores, como a resistência dessa união e a qualidade e

intimidade da superfície de contato devem ser avaliados no resultado desse

evento. Sabe-se que tanto fatores que envolvam a técnica cirúrgica (mínimo de

trauma, biossegurança adequada), como fatores relacionados ao tratamento e

qualidade do implante, têm influência no tempo recomendado e necessário

para que ocorra a osseointegração. Além disso, fatores inerentes ao paciente,

como qualidade óssea, o estado local e geral de saúde também devem ser

considerados e vêm sendo estudados (Abdulwassie e Dhanrajani, 2002).

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A osseointegração é o tempo necessário para que ela ocorra, tem

relação direta com a capacidade de cicatrização óssea do paciente, o que

novamente coloca em pauta a necessidade de se avaliar as condições do

controle metabólico equilibrado em pacientes diabéticos antes de se realizar

atos cirúrgicos (Abdulwassie e Dhanrajani, 2002).

Estudos experimentais têm mostrado uma cicatrização óssea

prejudicada na área de implante em animais diabéticos. A cicatrização da

fratura óssea encontra-se freqüentemente retardada, possivelmente por causa

de uma diminuição na perfusão periférica e alterações metabólicas existentes.

A menor queratinização epitelial, retardos na biossíntese do colágeno e da

velocidade de maturação do fibroblasto do ligamento periodontal, dificultam a

reparação pós-cirúrgica (Abdulwassie e Dhanrajani, 2002). Além do mais, o

osso neoformado ao redor do implante apresenta-se de forma menos

organizada e mais imatura sugerindo que as alterações qualitativas ocorrem

no osso neo formado (Abdulwassie e Dhanrajani, 2002).

O diabetes mellitus parece não afetar diretamente o sucesso ou o

fracasso dos implantes, visto que a colocação de implantes em pacientes com

diabetes metabolicamente controlados não resulta em maior risco de falhas do

que na população geral (Peled, Ardekian, Tagger-Green, Gutmacher, Machtei,

2003). Já os pacientes diabéticos descompensados apresentam maior risco de

desenvolver infecções e complicações vasculares, com maior risco de perda

do implante.

O baixo turnover ósseo, associado à redução da matriz não

mineralizada e ao aumento da glicolização do colágeno podem contribuir para

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o aumento da fragilidade óssea no osso diabético e mais dificuldade na

osseointegração (Miao, Brismar, Nyrén, Ugarph-Morawski, Ye, 2005).

Mombelli e Cionca (2006), descreveram que a tendência de pacientes

com diabetes a ter maiores perdas de implantes é equivocada. O maior estudo

relativo ao tema indicou não haver maior chance de perda de implantes. A

maioria dos pacientes diabéticos apresentaram bom controle de glicose

durante a cirurgia ou imediatamente após a mesma. Diferentemente da

qualidade óssea local, o exame da densidade de ossos periféricos mostrou

apenas uma pequena relação com o aumento da chance de perda de

implantes.

Dowell et al. (2007), afirmaram que outra questão importante a ser

considerada é que quando o paciente apresenta uma quantidade insuficiente

de osso para receber o implante, os pacientes são submetidos a outro

procedimento cirúrgico, o enxerto ósseo. Na grande maioria das vezes é

possível regenerar osso através de técnicas pouco invasivas e pouco

dolorosas, utilizando materiais artificiais (osso artificial e membrana) ou osso

da própria pessoa (enxerto autógeno). Esta intervenção objetiva aumentar a

altura ou a espessura do osso no sítio que receberá o implante, para que os

estes possam ser posicionados de maneira ideal na maxila ou mandíbula, afim

de promover resultados estéticos e funcionais adequados na fase de

confecção da prótese odontológica .

O equilíbrio existente entre fatores mecânicos e biológicos relacionados

à osseointegração parece ser um fator determinante do sucesso clínico.

Assim, quesitos como quantidade e qualidade óssea disponíveis, comprimento

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do implante, limitações anatômicas, grau de fixação inicial e o período entre

colocação do implante e reabilitação protética devem ser sempre lembrados

(Dowell, Oates, Robinson, 2007).

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4. Casuística e Método

4.1 Casuística

Este é um estudo observacional, do tipo transversal.

4.1.1 População do estudo

Esta pesquisa foi desenvolvida pelo Centro Paulista de Investigação

Clínica, em conjunto com o Serviço de Reumatologia do Hospital Heliópolis na

cidade de São Paulo. As voluntárias eram procedentes da Unidade de

Densitometria do Ambulatório Regional de Especialidades (ARE) Heliópolis,

São Paulo. As informações foram obtidas a partir do banco de dados

pertencente ao Centro de Estudos de Doenças Osteometabólicas, parte

integrante do Serviço de Reumatologia do Hospital Heliópolis, São Paulo.

Um total de 22.902 mulheres realizou exame de densitometria óssea no

período de setembro de 2005 a janeiro de 2008. Deste grupo, 19.381 mulheres

(84,6%) não eram portadoras de diabetes mellitus, enquanto que 3.521 eram

portadoras desta enfermidade (15,3%). Entre as portadoras de diabetes

mellitus, 3.446 apresentavam DM tipo 2(97,8%) e apenas 75 portadoras de

diabetes mellitus tipo 1(2,2%). Observamos diferente prevalência de

osteoporose entre os grupos supracitados.

Todas as pacientes cadastradas neste banco de dados forneceram a

assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), antes da

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realização de qualquer procedimento. Foram avaliadas as voluntárias na pós-

menopausa que realizaram exame de densitometria óssea no período de

setembro de 2005 a janeiro de 2008.

4.1.2 Critérios de inclusão

• Mulheres diabéticas tipo 2 com diagnóstico de osteoporose de acordo

com os critérios da OMS (T- score ≤ -2.5 DP) totalizando 686 pessoas.

• História de menopausa há pelo menos 1 ano.

• O diagnóstico de diabetes mellitus, a presença de menopausa e a

história de fratura atraumática, fizeram parte dos quesitos de

questionário de saúde presentes no banco de dados utilizado.

4.2 Métodos

4.2.1 Densitometria óssea

A densidade mineral óssea da coluna lombar (L1-L4), colo do fêmur e

fêmur total foram realizadas em um densitômetro de dupla emissão de raios-X,

modelo DPX IQ (LUNAR Corp, Madison, WI, fabricado nos Estados Unidos).

Mensalmente foi realizado um controle de calibração de funcionamento do

aparelho utilizando um modelo de alumínio fornecido pelo próprio fabricante.

Este apresenta um valor nominal de densidade de 1, 215 g/cm2. O coeficiente

de variação das medidas densitométricas na Unidade de Densitometria do

Ambulatório Regional de Especialidades (ARE) Heliópolis, São Paulo, foi

inferior a 1% para a região da coluna lombar e do corpo inteiro, e menor do

que 2% para a região proximal do fêmur.

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4.2.2 Medidas antropométricas

A aferição do peso foi feita utilizando balança de consultório (Filizola), e

da altura por um estadiômetro (Seca). O peso foi medido em quilos (kg) com

aproximação de 100 g.e a altura em centímetros com aproximação de 1 cm.

Todas as medidas foram realizadas seguindo o mesmo padrão. O índice de

massa corporal foi calculado pela razão do peso em kilogramas (kg) e o

quadrado da altura (m2).

4.2.3 Variáveis do estudo

Variáveis dependentes

• Densidade mineral óssea de coluna lombar (DMOCL)

• Densidade mineral óssea de colo do fêmur (DMOCF)

• Densidade mineral óssea de fêmur total (DMOFT)

Variáveis independentes

• • Idade: expressa em anos

• • Raça: Branca e não branca

• • Medidas antropométricas: peso (kg), altura (cm), índice de massa

corpórea (IMC), expresso em kg/cm2

• • Tempo de menopausa: expresso em anos

• • Hábitos: fumo, álcool

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• • Co=morbidades: hipertensão arterial sistêmica (HAS), doenças

coronarianas, dislipidemias, insuficiência renal, insuficiência vascular

periférica, doenças pulmonares, tonturas, hipertireoidismo, depressão,

hepatite, câncer.

4.2.4 Método estatístico

Inicialmente as variáveis foram analisadas de forma descritiva,

utilizando médias, desvios padrão, mediana e valores mínimos e máximos. Foi

avaliada a diferença de médias de idade, idade de menarca, idade de

menopausa, peso, índice de massa corpórea e altura entre as mulheres com

diabete mellitus 2 portadoras de osteoporose (com e sem fratura clinica não

vertebral), utilizando o teste t-Student. A associação entre cada covariável e a

variável resposta binária foi avaliada segundo método de regressão logística

binária uni variada.

Em seguida, foi determinado um modelo de regressão logística binária

múltipla, utilizando-se procedimento “stepwise” para seleção das variáveis. As

variáveis que apresentaram probabilidade de significância (valor-p) menores

que 0.25 na análise univariada foram consideradas no modelo de regressão

múltipla.

Este critério de entrada na analise multivariada é apropriado para

controlar efeitos de confusão. A adequação do modelo de regressão múltipla

foi avaliada segundo estatística Hosmer-Lemeshow cujo valor-p maior que

0.05 indica bom ajuste. A suposição de linearidade de covariaveis contínuas

na escala ‘logit’ foi testada utilizando-se análise polinomial fracional. Odds

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ratios e seus respectivos intervalos de confiança 95% foram estimados pela

regressão logística.

Todas as probabilidades de significância (valores de p) apresentadas

são do tipo bilateral e valores menores que 0.05 considerados estatisticamente

significantes. A realização da analise estatística utilizou o software SAS 9.1.3

(Statistical Analysis System, Cary, NC, USA).

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5. Resultados

Com referência à idade, encontramos que a prevalência de osteoporose

foi da sexta e sétimas décadas sendo que este efeito mostrou-se significativo,

e para esta co-variável a chance de ocorrência de osteoporose aumentou em

7.9%, de acordo com cada incremento de um ano na idade, como se pode

observar abaixo na tabela 1.

Tabela 1. Distribuição das pacientes diabéticas tipo 2 quanto à presença de osteoporose, segundo a faixa etária subdivididas em décadas.

Com referência ao tempo de menopausa indivíduos na terceira década

(20 a 29 anos de menopausa) apresentaram uma chance de ocorrência de

osteoporose 1.69 vezes maior quando comparados aos indivíduos com tempo

de menopausa na primeira década (valores entre 1 e 9 anos de menopausa),

conforme tabela 2.

Idade Nº de mulheres %

50 a 59 anos 72 10,64 60 a 69 anos 295 43.0 70 a 79 anos 242 35,3 80 a 89 anos 72 10,5 90 a 99 anos 5 0,7 TOTAL 686 100,0

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Indivíduos com tempo de menopausa na quarta década (30 a 39 anos

de menopausa) apresentaram uma chance de osteoporose 3.35 vezes maior

quando comparados aos indivíduos com tempo de menopausa na primeira

década (valores entre 1 e 9 anos de menopausa), conforme tabela 2.

Tabela 2. Distribuição das mulheres com seu respectivo tempo

de menopausa divididos em décadas.

Com referência ao IMC (índice de massa corpórea), a chance de

ocorrência de osteoporose foi reduzida em 6% para cada incremento de 1

unidade de IMC, como apresenta a tabela 3.

Tabela 3. Distribuição das mulheres com seu respectivo índice de

massa corpórea divididos em décadas.

Tempo de menopausa Nº de mulheres %

1 a 9 anos 61 8,9 10 a 19 anos 212 31.0 20 a 29 anos 240 35,1 30 a 39 anos 141 20,6 40 a 49 anos 24 3,5 50 a 59 anos 5 0,7 TOTAL 683 100

Valor de IMC Freqüência %

< 18,5 10 1,5 18,5 a 24,9 180 27,6 25,0 a 29,9 266 40,9 30,0 a 34,9 149 22,9 35,0 a 39,9 33 5,1 > 40,0 13 2,0 < 18,5 10 1,5 Total 651 100,0

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6. Discussão

Nossos resultados sugerem cifras razoavelmente elevadas de diabetes

mellitus em mulheres na pós-menopausa. Observe-se ainda, que os resultados

do censo de 2006 incluíram homens e mulheres, com idade ≥ 30 anos,

portanto uma amostra de paciente muito mais abrangente.

O diabetes mellitus, desordem crônica onde existe um desequilíbrio

hormonal entre a secreção de insulina pelo pâncreas e utilização de glicose

pelas células do corpo, está aumentando de forma exponencial, adquirindo

características epidêmicas em vários países, inclusive naqueles em

desenvolvimento.

Este fato deve-se ao aumento da expectativa de vida e da adoção de

maus hábitos como a má alimentação e o sedentarismo (Schwartz, 2003). A

Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que a prevalência do diabetes

deva alcançar 370 milhões em 2030. O número de pessoas com diabetes no

Brasil vai mais do que dobrar até 2030, chegando a 11,3 milhões, segundo

estimativas divulgadas (OMS, 2008).

Embora a freqüência das complicações crônicas da densidade mineral

varie de acordo com as populações estudadas, os eventos cardiovasculares

são responsáveis pela maior morbimortalidade destes pacientes (Lipscombe et

al., 2007). A instituição de novas terapias em pacientes diabéticos tem

aumentado de forma significativa a expectativa de vida nos portadores desta

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enfermidade. Por outro lado, o aumento da longevidade associa-se com

envelhecimento ósseo, perda de massa óssea e aumento da prevalência de

osteoporose.

Em nosso estudo, com relação à osteoporose, o efeito da idade

mostrou-se significativo, e para esta covariavel a chance de ocorrência de

osteoporose aumentou em 7.9%, de acordo com cada incremento de 1 ano na

idade (tabela 1).

Observamos que a prevalência de osteoporose nas pacientes com

diabetes mellitus 2 foi maior nas sétima e oitava décadas, ou seja, 60 a 80

anos. Estes dados mostram que em diabéticos, o aparecimento da

osteoporose também apresenta uma estreita associação com idades mais

avançadas. Em nosso estudo, a análise de regressão logística nos sugere que

a variável idade, índice de massa corpórea e tempo de menopausa

apresentam uma correlação significante com o binômio osteoporose-diabetes

mellitus 2 (tabela 1).

Segundo autores como Vestergaard (2007), Ma et al. (2001), a falência

da produção hormonal ovariana e a diminuição progressiva dos níveis de

estrógeno, com o avanço da idade, resultam em um aumento contínuo da

remodelação óssea e conseqüente perda de massa óssea (Vestergaard,

2007). A deficiência estrogênica característica na pós menopausa, permite

maior liberação de interleucina I e interleucina 6, potentes estimuladores do

recrutamento e da atividade dos osteoclastos (Ma et al. 2001).

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A maior prevalência do diabetes e o aumento da longevidade parecem

compartilhar complicações semelhantes, ou seja, a osteoporose é mais

prevalente com o aumento da idade (Colussi e Freitas, 2002), estando em

concordância com nossos achados.

Passada a fase de perda óssea acelerada típica da menopausa, tem

início uma fase de perda mais lenta relacionada à idade caracterizada por uma

baixa remodelação. O osteoblasto trabalha de forma lenta e não consegue

preencher eficazmente as lacunas produzidas pelos osteoclastos. Outro

fator que contribui para o aparecimento da osteoporose senil é a deficiência da

ação da vitamina D. Esta deficiência consiste na queda da hidroxilação renal

da vitamina D que resulta numa diminuição da absorção intestinal de cálcio e

redução de sua reabsorção renal, promovendo assim, um aumento dos níveis

e da ação do paratormônio (PTH). Este leve hiperparatireoidismo secundário

causa um incremento da reabsorção óssea, com a perda da massa óssea

progressiva (Dobnig et al., 2006).

Acrescenta-se ainda, que o prejuízo da saúde bucal incluindo perdas

dentárias tem sido observado de forma relativamente freqüente nestas

populações mais idosas (Colussi e Freitas, 2002).

De forma geral, o estrogênio está relacionado à produção de colágeno,

particularmente do colágeno tipo I, que estão presente nos ossos, músculos,

pele, vasos e mucosas. O hipoestrogenismo prolongado pode acabar por

predispor ao aparecimento de osteopenia/osteoporose (Silva et al., 2006), o

que está de acordo com nossos achados na referida tabela 1, onde nota-se,

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nota-se claramente uma maior prevalência de osteoporose em relação ao

avanço da idade.

Em relação ao binômio tempo de menopausa/osteoporose, constatamos

em nosso estudo que indivíduos com tempo de menopausa na terceira década

(22 a 29 anos de menopausa) apresentaram uma chance de ocorrência de

osteoporose 1.69 vezes maior quando comparados aos indivíduos na primeira

década (tabela 2).

Indivíduos com tempo de menopausa na quarta década (valores ≥30

anos) apresentaram uma chance de osteoporose 3.35 vezes maior quando

comparados aos indivíduos com tempo de menopausa na primeira década

(valores ≤15 anos), (tabela 2).

De acordo com os resultados obtidos compreendendo tempo de

menopausa e prevalência de osteoporose, observamos que, quanto maior o

tempo de menopausa, maior a prevalência e chance de aparecimento da

osteoporose estando pois em concordância com a literatura (Ma et al., 2001;

Dobnig 2006; Silva et al., 2006; Vestergaard, 2006).

De uma forma geral, a maior parte dos estudos descreve densidade

mineral óssea normal ou mesmo elevada em pacientes portadores de diabetes

mellitus 2, quando comparados a pacientes não diabéticos (Gallacher, Fenner,

Fisher, Quin, Fraser, Logue, Cowan, Boyle, MacCuish, 1993; Rishaug,

Birkeland, Falch, Vaaler, 1995).

Em nossos estudos, quando há ocorrência de osteoporose isso se

mostrou mais prevalente nos grupos de 20 e 39 anos, pós-menopausa.

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Em nosso estudo a variável IMC mostrou-se significativa, onde a chance

de ocorrência de osteoporose foi reduzida em 6% para cada incremento de 1

unidade de índice de massa corpórea, (tabela 3).

Sabendo-se que o diabetes mellitus 2 habitualmente está associado a

maiores valores de índice de massa corpórea e obesidade, e que a obesidade

funciona como um sítio produtor de estrógeno, hormônio protetor da densidade

mineral óssea, é compreensível encontrarmos tais valores de massa óssea em

pacientes com DM2.

Acredita-se também, que na diabetes mellitus metabolicamente bem

compensado, o turn-over ósseo seja normal, ou mesmo inferior aos indivíduos

não diabéticos, (Piepkorn, Kann, Forst, Andreas, Pfützner, Beyer, 1997), um

motivo a mais para uma maior preservação da massa óssea.

Nossos resultados da análise de regressão logística confirmam a

importância da relação índice de massa corpórea sobre a densidade mineral

óssea, suportando a teoria de que menores valores de índice de massa

corpórea influenciam de forma negativa em relação à manutenção da massa

óssea, portanto, favorecem a ocorrência da osteoporose (tabela 3).

Em recente estudo, Pinto, Di Raimondo, Tuttolomondo, Fernandes,

Arnao, Licata (2006), descreveram uma relação da prevalência do diabetes

mellitus com o IMC > 25 kg/m2, representado por cerca de 66% da população,

particularmente do sexo masculino. É provável que os maiores valores de

índice de massa corpórea encontrados na nossa população (média de 27.7

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kg/m2), guardem uma relação com a maior prevalência observada no nosso

estudo.

Morin, Tsang, Leslie (2009), em estudo retrospectivo confirmam que a

relação peso e índice de massa corpórea, estão associadas com baixa ou alta

densidade mineral óssea. Em mulheres com idade entre 40 a 59 anos baixo

peso e índice de massa corpórea baixa são fatores preditores de osteoporose

e existe risco aumentado de fraturas. Índice de massa corpórea de 25kg/m2 foi

identificado como um valor de referência, abaixo da qual o risco para qualquer

fratura osteoporótica aumenta.

Admite-se que o indivíduo obeso tenha maior proteção contra

osteoporose, já que o IMC está diretamente relacionado à densidade mineral

óssea. Peso corporal é importante na aquisição e perda de massa óssea, além

de influenciar a relação da densidade mineral óssea/idade (Lewin, Gouveia,

Marone, Weba, Malvestiti, Bianco, 1997).

Baixo peso e índice de massa corpórea em um ponto especifico de

70kg ou 26kg/m2 predizem osteoporose com grande sensibilidade (Morin et

al., 2009).

Sabe-se que o cálcio e a vitamina D são considerados elementos de

grande importância na saúde óssea. Os diversos estudos publicados têm sido

unânimes em confirmar a importância deste íon no tecido ósseo, em todas as

faixas etárias (Johnston Jr., Miller, Slemenda, Reister, Hui, Christian, Peacock,

1992). Na infância e adolescência o cálcio influência positivamente o pico de

massa óssea, e nas idades mais avançadas auxilia na redução da perda da

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massa óssea, particularmente nas mulheres cuja ingestão diária é inferior a

400mg/d.

O aumento da prevalência do diabetes mellitus associado a alterações

da saúde oral tem sido observado nas últimas décadas. Este fato tem

contribuído para o prejuízo da arcada dentária, cujo desfecho final pode muitas

vezes ser marcado pelo edentulismo. Em indivíduos saudáveis, os implantes

dentários são às vezes antecedidos por enxertos ósseos e têm sido utilizados

de forma habitual nos consultórios odontológicos, com altos índices de

sucesso terapêutico. No entanto, em pacientes com diabetes mellitus não

controlados, a utilização destes implantes e desses enxertos não se constitui

em uma prática rotineira, visto que alterações na cicatrização óssea e de

tecidos de recobrimento peri-implante tem sido relatados, sendo muitas vezes

contra indicada (Nevins, Karimbux, Weber, Giannobile, Fiorellini, 1998; Farzad,

Anderson, Nyberg, 2002).

A osseointegração que se processa de forma habitual em implantes

dentários parece estar alterada na vigência da osteoporose. Em contra partida,

a osteoporose associada ao diabetes mellitus tem apresentado um aumento

da sua prevalência nas ultimas décadas, particularmente nas mulheres pós-

menopausa (Alsaadi, Quirynen, Komárek, van Steenberghe, 2007).

Baseado neste contexto é de se esperar que a cicatrização dos

implantes endo ósseos em diabéticos não controlados, e portadores de

osteoporose, possa estar prejudicada, inclusive nos casos em que o

profissional Implantodontista, em grandes reabilitações orais, obrigatoriamente,

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tem que lançar mão de enxertos ósseos em bloco para aumento da espessura

óssea, ou que envolvam cirurgias reabilitadoras.

Tais cirurgias de aposição óssea requerem um leito receptor de

qualidade, com suas funções metabólicas equilibradas e tecidos de

recobrimento saudáveis para que haja, no decorrer do processo de reabilitação

oral a conclusão do trabalho inicialmente proposto ao paciente.

Acreditamos ser de suma importância determinar grupos de risco para a

prática da implantodontia visto que muitos tratamentos e/ou planejamentos

podem muitas vezes demandar vários meses para sua conclusão. Torna-se

então imprescindível que se tenha, mesmo respeitando os princípios básicos

da biomecânica em relação a tamanho e espessura dos implantes e

quantidade óssea, previsibilidade quanto à conclusão do trabalho no individuo

em que o mesmo será realizado.

Diante de tantas variáveis favoráveis ou não em pacientes portadores

de diabetes mellitus tipo 2 e principalmente em pós-menopausa torna-se

imprescindível uma anamnese mais cuidadosa em pacientes que se

submeterão a cirurgias para instalação de implantes, que vise à inter-relação

entre osteoporose, diabetes mellitus tipo 2 e fatores hereditários.

Acreditamos que a não observação destes fatores, principalmente

diante do crescente aumento de expectativa de vida de nossa população e sua

busca por uma qualidade de vida melhor, poderá se traduzir em insucessos na

pratica da implantodontia.

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7. Conclusões

Em nosso meio podemos concluir que:

1. Entre as mulheres idosas diabéticas tipo II a osteoporose prevalece nas

décadas de vida de 60 a 80 anos, com tempo de menopausa de 22,4 anos,

com índice de massa corpórea médio abaixo de 27.7, constituindo-se em

grupo de risco para a implantodontia.

2. A investigação médica prévia e o tratamento de diabetes mellitus e de

osteoporose são obrigatórios para que haja uma maior previsibilidade de

sucesso no tratamento com implantes osseointegrados.

.

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10. APÊNDICE

Anexo 1

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