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A IMPORTÂNCIA DO PROJETO PARA O
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DAS OBRAS
PÚBICAS
Erica das Graças Souza
(UFF)
Resumo: Como um dos grandes causadores de impacto no meio ambientes, a construção
civil tem sentido a necessidade de se desenvolver em diversos aspectos, buscando novas
tecnologias tanto para seus materiais como em seus métodos de construir e projetar, afim de
atender as necessidades da sociedade sem causar maiores danos ao meio ambiente
esgotando seus recursos naturais.E é dando seguimento nessa busca pela diminuição dos
impactos causados pela construção civil no meio ambiente, que se entende o dever de
planejar melhor as obras, tanto a fase de projeto, quanto a execução dos serviços. Dessa
maneira, seus materiais e serviços serão melhores aplicados, evitando maiores impactos
financeiros e ambientais.São esses problemas de mal planejamento, muitas vezes os
causadores de tantos gastos nas Obras Publicas, gastos que poderiam ser evitados se ainda
no desenvolvimento do projeto houvesse uma melhor integração entre as disciplinas e todos
os envolvidos no projeto, tivesse uma melhor análise do ambiente onde será implantado o
projeto, materiais e serviços bem especificados, gestão dos resíduos da obra, eficiência
energética, conforto ambiental, etc. Embora a própria lei 8.666/93, que legisla as licitações,
já tenha incorporado o desenvolvimento sustentável em seus termos “Art. 3o A licitação
destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da
proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional
sustentável[...]” (BRASIL, lei nº 8666/93), ainda falta muito para se alcançar esse
objetivo.Entretanto, para o desenvolvimento de um projeto muito bem planejado, que terá
uma preocupação contínua durante sua elaboração com a diminuição dos impactos
ambientais, sociais e financeiros, demanda um tempo muitas vezes cedido à pressões
políticas. E na urgência de sua entrega, essas preocupações acabam em segundo plano,
resultando em projetos ineficientes, incompletos que tem como consequência uma obra mal
executada com muitas mudanças in loco, o que significa maior impacto para o meio
ambiente e prejuízo financeiro para o erário público. Danos esses, que não serão apenas
durante sua obra, mas também para seu período operacional, pois nenhuma dessas ações
positivas foram planejadas.
Palavras-chaves: Gestão de Projetos; Sustentabilidade; Arquitetura; Instituições
Publicas
ISSN 1984-9354
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1- Introdução
1.1- Problematização
Embora a sustentabilidade venha sendo amplamente discutida nos últimos tempos em
diversas áreas, as instituições públicas tem aplicado muito pouco desses conhecimentos em
suas práticas, principalmente nas obras. A falta de um bom planejamento de modo geral,
acabam por refletir em prejuízos à Administração Pública.
Especificamente no caso das obras, além do problema da falta de planejamento, há
também os problemas causados pela falta de treinamento dos funcionários que muitas vezes
não conseguem ter uma boa visibilidade do projeto a fim de atender as necessidades atuais,
sem esquecer de considerar as possibilidades futuras para àquele espaço. Outro problema, é a
pressão política, que através de seus interesses nas inaugurações das obras, acabam
comprimindo a fase de projeto gerando diversas pendências para serem resolvidas na obra, já
que não puderem ser pensadas na fase de planejamento.
Tendo em vista esses problemas, entende-se que o desenvolvimento sustentável das
obras públicas, depende da boa execução de suas diversas etapas conforme especifica a lei de
Licitações e Contratos da Administração Pública.
Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços
obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência: I - projeto básico; II - projeto executivo; III - execução das obras e serviços. (BRASIL, lei nº 8666/93)
Principalmente nas etapas de projeto, que quando executadas adequadamente,
consequentemente sua obra demandará um numero muito menor de imprevistos que
geralmente acabam em prejuízos financeiros.
1.2- Objetivo
Analisar as dificuldades enfrentadas nas etapas de projeto, que influenciam
diretamente na execução das obras públicas impedindo seu desenvolvimento sustentável, é o
objetivo principal dessa pesquisa, propondo um planejamento adequado nas etapas de projeto
que contribua para minimizar esses impactos sofridos durante sua execução.
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Especificamente também pretende definir a importância de um projeto bem planejado
para diminuição de impactos durante a obra e seu período operacional; Apresentar as
características específicas do desenvolvimento dos projetos de obras públicas; Descrever
métodos e características adequadas que podem ser aplicados para o desenvolvimento
sustentável das obras públicas, com foco na fase de projeto como elemento principal nesse
processo; Propor um planejamento adequado para elaboração dos projetos de obras públicas.
Esses são os objetivos específicos dessa pesquisa para conseguir o desenvolvimento
sustentável das edificações públicas, desde a fase de projeto até seu período operacional, com
foco na etapa de projeto.
1.3- Estratégia da Pesquisa
Para o desenvolvimento dessa pesquisa será realizado um levantamento bibliográficos
sobre métodos de elaboração sustentável de projetos relacionando com a realidade dos
projetos das obras publicas, utilizando as legislações pertinentes e toda bibliografia que
aborda os conceito de sustentabilidade.
Baseando-se nessa pesquisa, será apresentada os problemas que impendem o
desenvolvimento sustentável dos projetos das obras publicas e as possíveis soluções a fim de
alcançar esse objetivo.
2- Revisão de Literatura
2.1- O Desenvolvimento Sustentável e a Construção Civil
O conceito de sustentabilidade tem como base três fatores que a caracterizam: social,
econômico e ambiental. O fator social se refere às preocupações com a sociedade envolvida
na ação, verificando se a proposta que está sendo feita será aceita pela comunidade envolvida
e os possíveis impactos. O econômico trata da viabilidade da ação que se deseja implantar,
cuidando para que a mesma tenha um custo financeiro justo e possível de ser executado. O
ambiental se alia aos anteriores com o objetivo de minimizar os impactos ambientais dessa
ação. Aliado a esses fatores está a ideia de que essa ação não deve comprometer o futuro do
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planeta, conforme a definição de desenvolvimento sustentável dada no Relatório de
Brundtland.
O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias
necessidades. (NOSSO FUTURO COMUM, 1991)
Esses desafios demonstram a necessidade que temos de incorporar práticas
sustentáveis em nossas ações, e o setor publico tem o papel fundamental no incentivo do
desenvolvimento sustentável, tendo em vista sua responsabilidade sócio econômica e
educacional.
O Poder Público tem grande participação na movimentação do mercado através de seu
consumo, segundo o livro Compra Sustentável da FGV: seu consumo é estimadamente
responsável por 10% a 16% do PIB. Esses dados demonstram o quanto o Poder Publico
precisa cada vez mais se conscientizar, planejar e trabalhar em busca do desenvolvimento
sustentável.
Essa busca do setor publico pelo desenvolvimento sustentável, através de novas
estratégias para projetar, orçar e comprar nas obras publicas, tornam esse mercado mais
aquecido, pressionando as empresas interessadas para que adotem práticas sustentáveis em
sua organização, movimentando ainda mais esse mercado consciente, além de contribuir para
educação de uma sociedade que respeite mais o meio ambiente e que também atue em busca
de práticas mais corretas ambientalmente.
Dentro dessa perspectiva de responsabilidade do Setor Público, as obras públicas
devem receber uma atenção especial, já que a construção civil é um dos setores mais
impactantes do mundo e segundo dados da UNEP em 2012, o setor é responsável por 10% do
PIB global, além de representar um terço das emissões de gases de efeito estufa, 40% do
consumo de energia e 25% do consumo de água do planeta.
Para se conquistar o desempenho desejado em uma obra ambientalmente correta, além
de todas as medidas que devem ser aplicadas conforme suas etapas, há uma delas que tem o
maior papel para implantação de todas essas ideias sustentáveis, que é a etapa de projeto.
É na etapa de projeto que todas essas importantes decisões a respeito do tipo de
estrutura que será utilizada, dos materiais, da implantação adequada para o projeto no terreno,
iluminação eficiente, dentre outras, são tomadas. A definição da implantação do projeto no
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terreno, pode contribuir por exemplo, para economia de luz artificial, privilegiando a luz
natural e proporcionar conforto térmico para os usuários economizando no consumo de
equipamentos de refrigeração, assim como, a escolha de materiais pode impactar nas emissões
de gases através do entendimento perante os aspectos extraídos da análise do ciclo de vida de
alguns produtos para assim escolher os de menor impacto. Alem disso, os materiais podem
oriundos de demolições, e também seus resíduos podem ser geridos de forma a terem um
destino ambientalmente correto, principalmente pesquisando empresas que tenham essa
preocupação com o descarte final de seus produtos, já que são diretamente responsáveis por
eles.
2.2- O Projeto Público e a Lei 8666/93
Uma nova obra publica demanda do seguimento de um roteiro que pode ser
encontrado na lei8666, e deve ser seguido pela instituição que pretende fazer uma nova
construção, reforma ou restauro de uma edificação pública, para assim consequentemente,
esse projeto ser licitado.
Art. 7- §2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando: I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para
exame dos interessados em participar do processo licitatório; II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos
os seus custos unitários; III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das
obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício
financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma; IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano
Plurianual de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso.
(BRASIL, lei nº 8666/93)
O ponto de partida desse roteiro, conforme descrito acima, é o projeto básico, onde
constará as informações que demonstram a viabilidade da execução dessa obra. Contento
ainda, em suas plantas, informações que identifiquem os espaços e suas localizações de forma
clara, especifiquem materiais, equipamentos e onde serão instalados, e também estratégias
para o seu bom entendimento no momento da elaboração do projeto executivo, possibilitando
a previsão do custo e do tempo que serão necessários para execução desse serviço.
A adequada elaboração do projeto básico depende do cumprimento de algumas etapas
que levantarão informações fundamentais ara seu futuro desenvolvimento com uma maior
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eficiência. Essas etapas estão representadas através do fluxograma abaixo:
Fig.01 - fluxograma de etapas Elaborado pelo autor (2013)
Cujo Programa de Necessidades é a etapa que vai identificar as demandas para esse
novo projeto delimitando seus usos, fluxos e medidas que se correlacionam entre si para
determinação de um de um espaço adequado que também deverá ser analisado a fim de
atender todas as necessidades do presente com projeções futuras para essa nova edificação.
Após levantadas as necessidades na etapa anterior, o Estudo de Viabilidade vai
verificar as opções que tornarão esse projeto realmente possível de ser implantado, através de
indicativos econômicos, ecológicos e sociais que determinarão os impactos que serão
causados por essa nova construção. Esse levantamento possibilitará um planejamento
adequando as necessidades levantadas aos indicativos de impactos, trabalhando para sua
minimização e permitindo que a edificação seja implantada em um determinado local que
seja compatível com essas ações.
O Anteprojeto será uma síntese de todos esses levantamento, com o objetivo de
atender as necessidades e obter a aprovação do órgão que solicitou essa construção. Nessa
etapa já podem ser apresentadas plantas baixas, cortes e fachadas, que definirão a área e a
disposição dos espaços, e a determinação de padrão construtivo com relação á custo e padrão
de acabamento. Porém esse projeto não terá informações suficientes para licitar, sendo assim
levado ao Projeto Básico, que como já foi explicado anteriormente, constará informações com
nível de compreensão e precisão adequados para o desenvolvimentos da planilha
orçamentária, cronograma e caderno de especificações necessários para licitação.
Embora a Lei 8666, permita a elaboração do Projeto Executivo concomitante com a
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obra, para evitar maiores erros durante sua execução, é fundamental que ele seja executado
com antecedência á obra. Pois o Projeto Executivo tem como suas características, um nível de
detalhamento bem maior que o Projeto Básico. Pois constará com detalhamentos de
esquadrias, marcenaria, estruturas, instalações, acabamentos, etc. Permitindo a visualização
das diversas possibilidades de problemas que surgiriam na obra, mas que serão solucionados
na fase de projeto, evitando os prejuízos que frequentemente ocorrem no momento da
execução dos serviços.
Abaixo segue um quadro com o nível de detalhamento dos projetos e sua relação com
a margem de erro na execução de sua obra, segundo o Tribunal de Contas da União:
Fig.02 - Nível de precisão de projetos Fonte: TCU (2013)
Além das diretrizes para elaboração de projeto dadas pela lei 8666, há também uma
Instrução Normativa do Ministério do Planejamento de 2010, que reforça as atitudes
sustentáveis na aquisição de bens, contratação de serviços e obras publicas. Onde
especificamente, no caso das construção civil, o Artigo 4º, lista as medidas que podem ser
tomadas para execução de uma obra sustentável nas Instituições Publicas:
I – uso de equipamentos de climatização mecânica, ou de novas tecnologias de resfriamento do ar, que utilizem energia elétrica, apenas nos ambientes aonde for
indispensável; II – automação da iluminação do prédio, projeto de iluminação, interruptores, iluminação ambiental, iluminação tarefa, uso de sensores de presença; III – uso exclusivo de lâmpadas fluorescentes compactas ou tubulares de alto rendimento e de luminárias eficientes; IV – energia solar, ou outra energia limpa para aquecimento de água; V – sistema de medição individualizado de consumo de água e energia; VI – sistema de reuso de água e de tratamento de efluentes gerados; VII – aproveitamento da água da chuva, agregando ao sistema hidráulico elementos que possibilitem a captação, transporte, armazenamento e seu aproveitamento; VIII – utilização de materiais que sejam reciclados, reutilizados e biodegradáveis, e que reduzam a necessidade de manutenção; e IX – comprovação da origem da madeira a ser utilizada na execução da obra ou serviço. (MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, IN 01, 2010)
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Além desses itens, pode-se ainda priorizar a contratação de mão-de-obra e materiais
oriundos do local onde serão executados os serviços; fazer um projeto de gestão de resíduos
Construção Civil, da conforme orientações da Resolução CONAMA nº307; exigir uso de
agregados reciclados, dentre outras medidas descritas nos parágrafos da IN 01.
Está Instrução Normativa, reforça a necessidade e a viabilidade da execução de um
projeto Público sustentável, que tanto se questionou durante muito tempo, devido às
burocracias impostas pelas legislações, mas que hoje estão tentando contribuir para o
verdadeiro desenvolvimento sustentável do País.
2.3 - O Projeto Integrado
Baseada na potência de tomada de decisão da fase de projeto e tendo em vista o ciclo
de vida da construção civil que vai desde a fase de projeto até sua fase de desativação, sendo
ainda, sua fase de construção e demolição as mais impactantes para o meio ambiente.
Entende-se que para alcançar o objetivo de ter uma obra sustentável, é necessária uma gestão
de projeto focada em obter esse resultado.
figura 03 - Ciclo de vida das Construções fonte: Ambiente e Construção Sustentável (2006)
Sendo a gestão de projeto integrado, um método que tem esse compromisso com a
sustentabilidade, ela irá desenvolver de forma holística todo projeto, com tomadas de decisões
minuciosas e cruciais para diminuição de impacto dessa nova edificação.
Normalmente no processo convencional de elaboração de um projeto, o que se tem é a
divisão das etapas por disciplinas de projeto, onde primeiro é projetada toda arquitetura da
edificação, para só então, o projeto Passar pelo engenheiro estrutural, engenheiro eletricista,
profissional que irá fazer o projeto de interiores, paisagismo, dentre outros profissionais que
talvez sejam necessários para sua conclusão. Esses demais profissionais envolvidos trarão
novas informações para o projeto, necessitando muitas vezes que a arquitetura seja refeita,
além de dificultar eu a uniformidade e a visualização de possíveis problemas ocasionados pelo
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cruzamento de tantos projetos que foram executados separadamente.
No projeto integrado esse trabalho é desenvolvido desde seu início em conjunto com
todos os profissionais das diversas disciplinas envolvidas no projeto, para que todos possam
dar suas sugestões e acrescentar informações pertinentes para elaboração do mesmo. Com
esse envolvimento o projeto ficar mais uniforme, evitando que o trabalho seja refeito muitas
vezes por cada profissional, pois todos estão participando do seu processo de criação
oferecendo as informações necessárias para que isso não aconteça.
Uma característica relevante da gestão de projeto integrado que o diferencia do modo
convencional de elaboração de projeto é a concentração do trabalho relacionado as suas
etapas. Na gestão de projeto integrado, o pico de trabalho acontece no início, pois as etapas
que surgiriam posteriormente no projeto convencional, agora serão discutidas e pesquisadas
entre todos os envolvidos desde o princípio. Isso diminui o tempo de execução do projeto e da
obra, tendo em vista que as decisões que atravancariam a obra e implicariam em refazer o
projeto, já foram vistas com antecedência.
Esse desenvolvimento de projeto integrado, acontece através de reuniões que farão um
levantamento de questões importantes para definir o projeto. Nas primeiras reuniões serão
discutidos alguns pontos como: tipologia do projeto, público alvo, localização, financiador do
projeto, legislações que irão ampará-lo, estudo do macro clima da região, e outras questões
que possam vir acrescentar na idealização do projeto.
Nas demais reuniões podem ser colocadas em pauta, questões mais objetivas do
projeto relacionadas às suas necessidades, como número de usuários, fluxos de utilização
desse espaço, áreas necessárias, e possíveis impactos ambientais que o projeto poderá trazer
para região onde a edificação será implantada. Essa etapa também pode ser definida como
programa de necessidades, conforme norma brasileira de projeto de arquitetura.
Documento preliminar do projeto que caracteriza o empreendimento ou o pr
pertinentes. NBR 6492/1994
Definidas essas características, as equipes passam então à dividir funções e pesquisas,
que precisarão ser realizadas para maiores esclarecimentos de dados relevantes para definição
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do projeto, atribuindo a cada um deles a responsabilidade de pesquisar seus respectivos temas
compondo um trabalho de embasamento para as próximas etapas de execução desse projeto.
Essas atribuições podem ser separadas por disciplinas conforme a especialidade de cada
membro do grupo.
Além das pesquisas de levantamento de dados, os profissionais envolvidos também
devem apresentar pesquisas a respeito de ideias e soluções que pretendem implementar no
projeto visando seu desenvolvimento sustentável desde sua elaboração em fase de
planejamento até a fase operacional da edificação. Essas definições devem tratar de medidas
que minimizarão os impactos no consumo de energia, água, custo e facilidades de manutenção
do prédio, controle dos resíduos gerados durante a construção, etc. Não esquecendo de
relacionar sempre essas atitudes com os aspectos sociais contextualizados com esse projeto e
seu impacto econômico.
É importante destacar que em uma equipe tão grande com tantos assuntos a serem
abordados, haverão divergências de opiniões e disputas por ideias. Por isso, é necessário que
se estabeleçam algumas prioridades que devem ser tratadas no projeto, temas ou ideias que
não podem ficar de fora de uma determinada construção, porém, sempre tentando solucionar
ao máximo todos os problemas levantados.
Esse modelo de gestão de projeto com foco na sustentabilidade, possibilita que a
edificação atenda às normas de projeto de arquitetura, pois seguem suas etapas com mais
precisão e definições de detalhes que são debatidos muitas vezes pelo grupo. Por sua vez,
contribuem também, com a legislação de licitações públicas ao ter um planejamento bem
elaborado amplamente pensado e resolvido, proporcionando uma maior economia em todas as
fases do ciclo de vida da construção civil, principalmente na fase operacional da edificação,
pois é quando o retorno de todo investimento feito durante a obra poderá retornar em forma
de economia de energia, água e manutenção, fazendo com que todos os esforços do
planejamento valerem a pena.
3- O Projeto Sustentável nas Obras Públicas
3.1- Implantação da Gestão de Projeto Integrado nas Obras Públicas
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Tendo em vista todas as possibilidades que a própria legislação orienta tanto na lei
8666, quanto na IN 01/2010 com relação à promoção do desenvolvimento sustentável das
obras públicas, fica claro que a utilização dos parâmetros de sustentabilidade na construção
civil, não somente podem, como devem ser aplicados nas obras públicas, sendo necessário
apenas que as Instituições se organizem na busca desse objetivo. Para que esse objetivo seja
cumprido, o modelo de gestão de projeto integrado é a melhor forma de obter o
desenvolvimento sustentável das obras, pois como meta o projeto sustentável, que por sua vez
se desenvolve de forma holística, analisando com detalhe e profundidade todos os fatores que
envolvem a elaboração do projeto.
A gestão de projeto integrado, como o próprio nome diz, depende de um trabalho de
equipe afinado com profissionais dispostos a compartilhar seus conhecimentos uns com os
outros. Por isso, o primeiro passo a ser dado em direção ao projeto sustentável é o treinamento
da equipe, através de cursos internos e externos, palestras e frequentes reuniões para debater o
assunto. No setor público, principalmente, esses treinamentos tem uma importância ainda
maior, pois trata da responsabilidade e compromisso em direcionar e fiscalizar onde o
dinheiro público será aplicado, além de prever as melhorias que esse empreendimento trará
para a população.
3.2 - Ações a Serem Aplicadas no Projeto Integrado
Na gestão de projeto integrado sabe-se que o período de elaboração de projeto é mais
intenso podendo até ser mais longo que o convencional, por isso, essa definição de prazo para
entrega de um projeto precisa ser ajustada conforme tipologia da obra, podendo variar um
pouco de acordo com as demandas do programa de necessidades. Entretanto esses prazos
precisam do maior esforço para serem cumpridos em sua maioria, pois é o que tornará essa
gestão bem sucedida.
Algumas ações podem ser listadas no planejamento dessa gestão, a fim de que tenham
sua aplicabilidade sempre avaliadas. Dentre essas ações devem constar principalmente as
sustentáveis, que colaboram para eficiência da construção nos aspectos sociais, econômicos e
ambientais. Dentre essas ações devem estar:
● Eficiência energética
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Influenciada por muitos aspectos do empreendimento, a eficiência energética pode
ser uma meta estabelecida a ser alcançada em todos os projetos, pois as decisões tomadas
durante a elaboração do projeto, como escolha do terreno, dimensionamento da
edificação, equipamentos elétricos, demanda de iluminação, etc. Irão impactará
diretamente na eficiência energética do empreendimento como um todo.
Quando se fala em energia, podemos falar tanto de suas possíveis fontes, quanto
de seu consumo. No estudo das fontes de energia, será verificada a possibilidade de se
implantar no projeto uma fonte de energia renovável, de acordo com seu contexto social e
climático.
No Brasil, por ser um país de clima tropical, em sua grande maioria os coletores
de energia solar contribuem bastante para eficiência da construção, substituindo a fonte
de energia fornecida pelas concessionárias de energia. Os aquecedores solar, também
permitem a substituição do consumo de energia para fazer esse aquecimento, por uma
aquecimento natural e abundante feito pelo sol. O consumo de energia, está relacionado
com as demandas de iluminação e utilização de equipamentos elétricos em geral, sendo o
principal deles, o ar condicionado, que por sua vez consome boa parte da energia da
edificação.
● Conforto térmico
O conforto térmico é a boa relação de trocas térmicas que o homem tem com o
ambiente em que ele se encontra. Essa troca térmica acontece devido ao fenômeno da
termorregulação, que por sua vez está sempre tentando manter o homem em sua
temperatura estável em seu estado saudável, entre 36,1º e 37,2º C. As trocas acontecem
por que o metabolismo provoca no organismo humano perdas e ganhos de calor através
das atividades que o corpo exerce, e como a temperatura humana em estado saudável não
pode se alterar, o corpo faz transferências de calor com o ambiente envolvido.
As transferências térmicas de calor, podem ser principalmente por:
- convecção - trocado calor entre um corpo sólido e outro fluido que pode ser gás ou
líquido, ativada através da velocidade do vento. Pode ser artificial atreves de um
ventilador ou natural;
- condução - transferência de calor entre dois corpos artes de contato direto;
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- evaporação - mudança do estado líquido para o gasoso;
- radiação - troca de calor ente dois corpos sem contato direto.
Um dos diferenciais das construções públicas com relação ao conforto térmico, é
que geralmente possuem um fluxo de usuários e número de equipamentos em maior
quantidade que as edificações convencionais, refletindo-se numa maior troca de calor
entre as pessoas, os equipamentos, e os materiais contidos nesse espaços. Esses fatores
demandam uma atenção ainda maior na elaboração do projeto, a fim de que sejam
propostas soluções que garantam um maior conforto térmico para o usuário, sem
desperdícios de energia.
● Conforto lumínico
A iluminação quando projetada de forma eficiente, contribui para otimização na
utilização da luz natural durante o dia, e oferece uma iluminação artificial com qualidade,
sem ofuscamentos e segura.
A iluminação natural oferece a oportunidade de diminuir o consumo de energia
para gerar luz ou até mesmo de zerar esse consumo em alguns momentos do dia. Mas
para isso, é importante primeiramente, desenvolver um estudo do terreno para o posterior
posicionamento da construção nele, desse forma o prédio se favorecer da luz do dia, sem
que isso atrapalhe o conforto térmico da edificação. Outro fator de influência para se caso
é o posicionamento das entradas de luz, que podem ser zenital ou laterais, dependo de sua
tipologia. No caso da iluminação lateral por exemplo, utilizada em larga maioria, é
importante observar a relação entrega s alturas da janela com a profundidade que se quer
obter de iluminação natural, pois quanto mais alta a janela, maior será a profundidade
alcançada pela luz natural. Um bom parâmetro para saber se temos uma boa iluminação
natural lateral, é permitir que se veja o céu através dela, isso significa que a o alcance
dessa luz será muito bom. É preciso ter cuidado também com o ofuscamento, que pode
ser provocado pela saturação de luz ou pelo excesso de contraste do objeto, levando o
usuário a um grande desconforto visual, que muitas vezes até impede a continuidade de
sua tarefa, ou até mesmo, afetando sua segurança.
Quando a iluminação natural não pode mais dar conta de satisfazer as
necessidades dos ambientes, recorremos a iluminação artificial, que por sua vez, tem por
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finalidade copiar a luz natural. Quanto mais parecida a iluminação artificial for da
natural, mais conforto visual o usuário terá. A iluminação artificial tem a obrigação de
oferecer segurança, acessibilidade e conforto visual e disso dependem outros fatores que
influenciarão nesse rendimento, como a escolha dos materiais e suas cores que tem poder
de reflexão diferentes uns dos outros. É importante também a escolha de lâmpadas de
baixo consumo de energia em contrapartida de uma maior iluminância, além da
possibilidade de dimerizar ou utilizar sensores de presença nos locais onde a necessidade
de luz possa ser de intensidade ou períodos variados, evitando o desperdício de consumo.
Também é importante garantir um bom dimensionamento dessa iluminação, através de
cálculos realizados por profissional habilitado e capacitado, pois assim a iluminação pode
ser feita de acordo com a necessidade do ambiente relacionando suas atividades e outros
fatores que influenciam na eficiência da iluminação.
É necessário também, um bom conhecimento dos tipos de lâmpadas e luminárias
para que suas especificações estejam o mais adequadas com o objetivo a ser alcançado.
Para isso a utilização dos catálogos é de crucial importância, pois trarão as informações
precisas e necessárias para conclusão do projeto de iluminação.
E para finalizar, não se deve esquecer que o ciclo de vida de uma edificação não
termina com o final da construção, sendo assim, importante que medidas como manuais
de instruções, sejam tomadas a fim de facilitar a manutenção dessa iluminação, evitando
que ele perca suas características de eficiência durante seu uso.
● Conforto acústico
Para obtenção de um projeto sustentável, as questões de acústica não podem
deixar de serem incorporadas ao projeto, pois além de oferecerem espaços de qualidade
acústica, em casos específicos, como auditórios, teatro, cinemas, etc. Também trata do
conforto trazido para os usuários que ganharão um espaço livre ruídos incômodos e
prejudiciais a saúde.
Assim como na iluminação, os materiais e que compõem o ambiente influenciam
diretamente na acústica, podem minimizar sua reverberação ou aumentá-la. Isso é
perceptível de forma muito simples, ao entrar em um ambiente vazio sem mobiliário, o
som emitido ao falar reverbera muito mais, e quando a mobília entra nesse espaço,
percebe-se imediatamente que essa reverberação diminui, isso acontece porque os
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materiais absorvem o som.
Essa reverberação tem um tempo correto de ardoroso com cada tipologia de
projeto. O tempo não pode ser tão curto que não alcance o ouvinte, mas também não
pode ser tão longo que dificulte a compreensão do que está sendo emitido.
Para controlar essa reverberação, é importante um excelente conhecimento dos
materiais e seus coeficientes de absorção do som, além dos cálculos que serão feitos para
atingir o resultado esperado.
Além do controle do som dentro do ambiente, em alguns casos precisam ser feitas
um proteção contra ruído, seja esse ruído oriundo de uma atividade externa, ou de uma
atividade interna que precisa ser isolada para não causar impactos sonoros nos ambientes
vizinhos. Nesse caso também, dependerá do conhecimento para especificação dos
materiais, dessa vez o importante é quanto de som o material de isolamento deixará
atravessar o espaço isolado.
Esses cuidados acústicos contrubuem para o funcionamento adequado e eficiente
da edificação, pois atendem as demandas acústicas necessárias para cada tipo de projeto,
além de preservar o usuário e seu entorno de possíveis transtornos que a transmissão do
som possa causar.
● Controle de resíduos
Analisando os impactos causados pela construção civil, seus resíduos são um
grande problema a ser enfrentado. São muitas sobras de materiais largadas no meio
ambiente, sem nenhum controle e planejamento que retarde ou diminua sua chegada na
natureza.
Levando em consideração que todo produto tem um ciclo de vida e que esse ciclo
se dá desde a extração da matéria prima até o seu descarte, é preciso desenvolver um
planejamento que analise qual destino final adequado de um produto. Essas é outra
questão que pode ser inserida em todos os projetos, fazendo algumas alterações de um
projeto para o outro, tendo em vista que há muitas fatores em comum nos resíduos das
diversas construções, principalmente porque nos órgãos públicos, a responsabilidade
deve ser ainda maior, pois além de tudo, as instituições devem ter um papel educativo e
exemplar na sociedade.
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Os geradores do resíduo são responsáveis pela destinação dos resíduos, devendo
sua gestão de resíduos estar de acordo com plano de gerenciamento integrado de
resíduos do Município onde a obra for realizada. Na etapa e é elaboração de projeto,
essas diretrizes podem ser apontadas como exigências a serem cumpridas durante a obra.
Art. 10. Os resíduos da construção civil deverão ser destinados das seguintes formas:
I - Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a
áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua
utilização ou reciclagem futura;
II - Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento
temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura;
III - Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as
normas técnicas especificas.
IV - Classe D: deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em
conformidade com as normas técnicas especificas (CONAMA 307/02)
● Gestão da água e do esgoto
A água é um recuso natural esgotável com grande potencial de consumo no
planeta. Na construção civil ela se esgota em usos na fabricação de materiais, no
aplicação desse mesmos materiais na fase de construção, e principalmente na fase
operacional da edificação, onde o consumo é constantemente feito pelos usuários. Além
desses fatores a edificação também deve prever, na elaboração de seu projeto, estudos
sobre os impactos causados pelas chuvas na região, observando a frequência delas,
situações de secas, enchentes, etc. Tomando assim, decisões de projeto que retardem a
chega das águas pluviais às vias públicas, como por exemplo, a inclusão de captação
dessas águas no projeto para serem usadas na manutenção dos jardim, lavagem de pisos e
pavimentações, etc.
Essa reutilização também contribui para racionalização das água potável, evitando
que ela seja desperdiçada em usos onde não há sua necessidade. Esse racionamento
também pode ser feito através da especificação de materiais que possuem esse objetivo,
como descargas de duplo fluxo, torneiras com sensor de presença, chuveiros com
acionamento com fluxo regulado, dentre outras soluções que sejam pertinentes.
Além do reaproveitamento das águas pluviais, também pode ser feito o
reaproveitamento das águas cinzas (esgoto proveniente dos chuveiros, lavatórios,
tanques, máquinas de lavar roupas), que também podem ser utilizadas assim como as
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águas de chuvas, para fins não potáveis. Essas medidas podem estar na lista de ações a
serem implantadas em qualquer projeto.
● Controle de emissão de gases
As emissões de gases de feito estufa é o fator de elevação do aquecimento global,
ocasionado pela destruição que eles comentem na camada de ozônio e também o
espessamento da camada de responsável pelo efeito estufa, que naturalmente permitem o
aquecimento do planeta, porém em excesso estariam impedindo a saída de calor,
aquecendo cada vez mais o planeta.
Na construção civil as emissões são oriundas das emissões de CO2 no transporte e
fabricação dos materiais, utilização de madeira obtida através de desmatamento para
serem utilizadas como combustíveis na queima de materiais que serão aplicados na
construção civil.
Para minimizar essas emissões, os projetos devem se atentar na definição de
materiais, buscando materiais que promovam o desenvolvimento sustentável do pais, sem
ferir a competitividade, conforme disposto na lei de licitações 8666. Esse é um dos
maiores desafios para o setor público, porém a cada projeto esses materiais precisam ser
pesquisados, a fim de movimentar e incentivar o mercado da construção civil sustentável.
● Controle de qualidade do ar
A qualidade do ar é uma questão de saúde dos usuários do ambiente,
desenvolvendo problemas respiratórios, alérgicos, além de doenças infecciosas e
contagiosas. Geralmente essa fonte de poluição do ar provém tanto do exterior quando do
interior das edificações, sendo do exterior as fumaças de emissões de gases
principalmente nos grandes centros urbanos, também da poeira de diversas atividades que
o entorno esta desenvolvendo como é o caso das obras, pelo polêmica das vegetações,
etc. No interior os problemas são ocasionados pela troca de bactérias e vírus trazidas pela
ocupação dos espaços por seus usuários ou por suas atividades, também há os compostos
voláteis oriundos de materiais recém inseridos no ambiente os mobiliários, o mofo, etc.
Uma das coisas mais importantes para melhoria da qualidade do ar, que precisam
ser acrescentadas na fase de projeto, é uma excelente ventilação, que permita a renovação
do ar, também podem ser utilizados alguns artifícios como o papa pó na entrada do
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ambiente, deixando as impurezas, trazidas pelos calçados, do lado de fora, além da
escolha de equipamentos de refrigeração que permitam sua constante limpeza, escolha de
matérias que não acumulem sujeiras e bactérias, dentre outras.
● Desenvolvimento urbano
Este tópico deve ser incluído nas decisões de projeto desde seu início, a fim de
definir quais medidas podem ser aplicadas com o objetivo de agregar valores para a
sociedade envolvida no projeto, promovendo o transporte urbano, proporcionando maior
contato entre usuário e meio ambiente, oferecendo acessibilidade à todos os cidadãos,
mantendo um equilíbrio e respeito entre as edificações e a natureza, criando espaços
dinâmicos e diversificados que contribuam para harmonia do espaço urbano, dentro
outros elementos que permitam a promoção do desenvolvimento urbano sustentável.
Esse item também, deve avaliar os possíveis futuros impactos, que os novos
empreendimentos causarão na comunidade do entorno, já que podem trazer empregos,
movimentar o mercado mobiliário, exigir mais infra-estrutura do município, aumentar da
demanda de transportes, abastecimento de de água e energia, etc.
● Plataforma BIM
Um dos fatores fundamentais na gestão de projeto integrado, é a utilização de
softwares, que assim como os profissionais, trabalham em conjunto com as diversas
disciplinas de elaboração do projeto, como é o caso dos programa de plataforma BIM,
como Archcad e Revit, não desenham o projeto como linhas, mas sim fazem uma
verdadeira simulação da construção da edificação. Neles cada objeto, material ou espaço,
é criado em suas verdadeiras dimensões, com os reais materiais, e nas três dimensões de
projeto, onde além de oferecer uma visualização fantástica do projeto como um todo,
também possibilita extrair os quantitativos de materiais da obra.
4- Conclusão
A arquitetura é a relação entre o espaço, o homem e o meio ambiente.
'eu sou', 'tu és', querem dizer: eu hábito, tu habitas. O modo como tu és e como eu
sou, a maneira como nós, homens, somos sobre a terra é o buan, a habitação. Ser
homem quer dizer: estar sobre a terra como mortal, quer dizer habitar.
(HEIDEGGER, Martin. Construir, Habitar, Pensar. 1951)
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O homem se relaciona diretamente coma a edificação como se ela fizesse parte do que
ele é e de do que ele realiza dentro desse espaço. A arquitetura tem a capacidade de
influenciar seus usuários, fazendo mais tristes, alegres, cansados, agitados, etc. Enfim, com a
arquitetura se pode educar, ensinando seus usuários a importância de seu relacionamento com
a natureza, dentre outros ensinamentos.
Sendo assim, é preciso um bom entendimento desses três temas, para a projeção e
execução de uma arquitetura de qualidade, que em sua melhor relação com o homem e a
natureza possa proporcionar conforto ergonômico, térmico, lumínico, interação com o meio
ambiente e fazer com que esse homem através da arquitetura se integre com a natureza. Que o
homem, a arquitetura e o meio ambiente sejam um só.
E é através de muito estudo e planejamento que será possível construir no futuro uma
sociedade que contracene com a natureza de forma respeitosa e harmônica. Oferendo espaços
que promovem a saúde do humana, tanto nos aspectos físicos, como nos psicológicos, que
essa harmonia poderá trazer sem comprometer os recursos naturais que subsidiam nossa
passagem pelo planeta.
Os profissionais da construção civil, e principalmente os servidores públicos, devem
se atentar para sua responsabilidade com a sociedade, procurando sempre se manterem
atualizados e realmente comprometidos com a garantia de construções e um meio ambiente de
qualidade para as gerações futuras.
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