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ANDRÉ LUIS MARQUES SCROCHIO
A IMPORTÂNCIA DO JOGO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
São José do Rio Preto
2007
11
ANDRÉ LUIS MARQUES SCROCHIO
A IMPORTÂNCIA DO JOGO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar. Orientadora: Profª Ms. Fernanda Moreto Impolcetto
São José do Rio Preto
22
2007
33
MARQUES SCROCHIO, André Luis
A importância do jogo nas aulas de Educação Física. São José do Rio Preto, 2007.
36 p.
Monografia (Especialização) – Universidade de Brasília. Centro de Ensino a Distância, 2007.
1. Tecnicista 2. Jogo 3. Abordagem construtivista.
44
ANDRÉ LUIS MARQUES SCROCHIO
A IMPORTÂNCIA DO JOGO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar pela Comissão formada pelos professores:
Presidente: Professora Mestre Fernanda Moreto Impolcetto
Faculdade Euclides da Cunha de São José do Rio Pardo
Membro: Professor Mestre Roberto Toledo
UNIP
São José do Rio Preto (SP), 30 de abril de 2007.
À Sandra, minha esposa, que sempre me incentivou nesta empreitada, e aos meus filhos Vitória e Gabriel, que pacientemente aguardaram um tempo livre para o lazer.
AGRADECIMENTOS
10 1
Agradeço a todos aqueles que, direta ou indiretamente contribuíram para a elaboração desta monografia e de modo especial à professora Fernanda Moreto Impolcetto pelo incentivo constante e pela orientação.
11 1
“Os jogos desenvolvem as técnicas e habilidades pessoais necessárias para o jogo em si, através do próprio ato de jogar”.
Viola Spolin
RESUMO
12 1
O objetivo do presente trabalho foi verificar se o tecnicismo, sistema de ensino em que o professor prioriza os movimentos técnicos e a repetição de gestos específicos em detrimento à aplicação de jogos e a liberdade pessoal, ainda predomina as aulas de Educação Física escolar, mesmo depois das transformações que ocorreram na área, pelo menos no plano teórico, com o surgimento de diversas abordagens pedagógicas à parir de 1980. A metodologia utilizada foi de natureza qualitativa e constou da aplicação de questionários estruturados a dez professores de Educação Física, coordenadores de núcleos do Programa Segundo Tempo da cidade de São José do Rio Preto (SP). A análise dos questionários indicou que, nove dos dez núcleos entrevistados ministram treinos técnicos e táticos em suas aulas: estes núcleos podem ser enquadrados como tecnicistas. A partir dos resultados, a utilização do jogo, por meio dos pressupostos da abordagem construtivista, foi indicada como uma saída para o rompimento com a tendência tecnicista que há tempos já vem sendo criticada na área, pelas conseqüências que causa no contexto da Educação Física escolar.
PALAVRAS CHAVES: tecnicista, jogo, abordagem construtivista.
13 1SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 12
2.1 Breve Histórico da Educação Física no Brasil .................................................... 12
2.2 A Construção do Pensamento Pedagógico Nacional ............................................ 15
2.2.1 Psicomotricidade .......................................................................................... 15
2.2.2 Abordagem Desenvolvimentista ................................................................... 16
2.2.3 Abordagem Construtivista ............................................................................ 18
2.2.4 Abordagem Crítico-Superadora .................................................................... 19
2.2.5 Abordagem Crítico-Emancipatória .............................................................. 20
2.2.6 Saúde Renovada ............................................................................................ 20
2.2.7 Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs ................................................. 21
3 MÉTODO ............................................................................................................... 23
3.1 Sujeitos ................................................................................................................. 24
3.2 Instrumentos de coleta de dados ........................................................................... 24
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 26
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 31
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 34
ANEXOS .......................................................................................................................
14 1
1 INTRODUÇÃO
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LEI 9.394/96), por meio do
artigo 26 parágrafo 3º, determina que a Educação Física deve fazer parte do currículo
escolar da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. No cumprimento da lei, a rede
municipal de ensino da cidade de São José do Rio Preto (SP), dispõe de pedagogos,
também conhecidos como professores multidisciplinares, para ministrar as duas aulas
semanais de Educação Física que constam na grade curricular de 1ª a 4ª séries do Ensino
Fundamental, no lugar de professores especialistas na área.
A parceria do Governo Federal com o município de São José do Rio Preto, através
da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, busca suprir esta lacuna, trabalhando com
vinte e cinco núcleos do Programa Segundo Tempo (PST) distribuídos, em sua maioria, em
bairros da zona norte, onde se concentra a população mais carente da cidade, segundo
dados da Secretaria Municipal de Assistência Social. Nestes núcleos, as crianças são
atendidas por profissionais de Educação Física e estagiários na área.
Sendo esta basicamente a única forma de a maioria destas crianças vivenciarem a
atividade física e o esporte, torna-se necessário ressaltar a imensa responsabilidade destes
professores. Seria muito importante se estes profissionais respeitassem a individualidade
destes alunos e não queimassem etapas do seu desenvolvimento.
Este trabalho busca avaliar a atuação dos coordenadores dos núcleos do PST no
município de São José do Rio Preto. O objetivo é verificar se o tecnicismo – sistema de
ensino que prioriza os movimentos técnicos e a repetição em detrimentos da aplicação de
jogos - ainda predomina as aulas de Educação Física, mesmo depois das transformações
que ocorreram na área, pelo menos em termos teóricos, com o surgimento de diversas
abordagens pedagógicas.
A metodologia utilizada, de natureza qualitativa, constou da aplicação e análise de
um total de dez questionários respondidos por professores que participam do Programa
Segundo Tempo na cidade de São José do Rio Preto.
O presente trabalho concorda que os pressupostos da abordagem construtivista
podem ser uma importante fonte de orientação para os professores que atuam no Programa
Segundo Tempo, em oposição aos modelos tecnicistas, já que o jogo, propicia o
envolvimento dos alunos e a liberdade pessoal necessários para a própria experiência de
jogar. Como cita Spolin (1992), “as habilidades são desenvolvidas no próprio momento em
15 1que a pessoa está jogando, divertindo-se ao máximo e recebendo toda a estimulação que
o jogo tem para oferecer” (p.4).
De acordo com este modelo um dos objetivos da Educação Física, de acordo com a
orientação da CENP (1990) é de “respeitar o seu universo cultural (do aluno), explorar a
gama múltipla de possibilidades educativas de sua atividade lúdica espontânea, e
gradativamente propor tarefas cada vez mais complexas e desafiadoras com vistas à
construção do conhecimento” (p.18).
Scaglia compartilha com a idéia de que é a criança quem constrói seu conhecimento
ao afirmar que “uma boa metodologia, respaldada por uma inovadora pedagogia, não é
aquela que demonstra um gesto para ser imitado, automatizado, mas é aquela que permite
ao educando vivenciar um processo de ensino aprendizagem, na qual, por meio da
possibilidade de exploração, a criança constrói não um gesto motor apenas, mas uma
conduta motora, fruto de sua competência interpretativa”. (SCAGLIA, 1999 e 2003).
16 12. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Breve Histórico da Educação Física no Brasil
É necessário conhecer as origens da Educação Física escolar no contexto brasileiro
para que se possa compreender o momento atual que a disciplina atravessa.
No século XIX, a Educação Física esteve estreitamente vinculada às instituições
militares e à classe médica. Esses vínculos foram determinantes, tanto no que diz respeito à
concepção da disciplina e suas finalidades, quanto ao seu campo de atuação e à forma de
ser ensinada. Sua função era modificar hábitos de saúde e higiene da população.
Além disso, havia no pensamento político e intelectual brasileiro da época uma
“forte preocupação com a eugenia, e como o contingente de escravos negros era muito
grande, havia o temor de uma mistura que desqualificasse a raça branca” (BRASIL, 2001,
p.19). Dessa forma, a educação sexual associada à Educação Física deveria incutir na
população a responsabilidade de manter o que se acreditava como “pureza” e “qualidade”
da raça branca.
No entanto, qualquer ocupação que implicasse esforço físico era vista com maus
olhos devido à associação da atividade física com o trabalho escravo. Essa atitude
dificultou a implementação obrigatória da prática de atividades físicas nas escolas até 1851,
quando a Reforma de Couto Ferraz tornou obrigatória a Educação Física nas escolas do
município da Corte.
Décadas depois, em 1882, Rui Barbosa deu seu parecer sobre a Reforma Leôncio de
Carvalho defendendo a inclusão da ginástica nas escolas e equiparando seus professores aos
de outras disciplinas. Rui Barbosa destaca a importância de se ter um corpo saudável para
sustentar a atividade intelectual.
No início do século XX, a Educação Física, ainda sob o nome de ginástica, é
incluída no currículo da Bahia, do Ceará, Distrito Federal, de Minas Gerais, Pernambuco e
de São Paulo. Nessa época, a educação brasileira “sofria uma forte influência do
movimento escola-novista, que evidenciou a importância da Educação Física no
desenvolvimento integral do ser humano” (BRASIL, 2001, p.20). Em 1929, na III
Conferência Nacional de Educação, os profissionais da educação puderam discutir
métodos, práticas e problemas relativos ao ensino da Educação Física e de outras
disciplinas.
17 1Nesse período, a Educação Física que se ensinava era baseada nos métodos
ginásticos europeus – sueco, alemão e, posteriormente, o francês – que se firmavam em
princípios biológicos. As idéias que associam a eugenização da raça à Educação Física
ganham força novamente com a ascensão das ideologias nazistas e fascistas, e o exército
passa a ser a principal instituição a comandar um movimento que defendia os princípios
biológicos da Educação Física mesclados aos objetivos patrióticos e de preparação pré-
militar.
O discurso eugênico cede lugar à finalidade higiênica. Mas a inclusão da disciplina
nos currículos não havia garantido sua prática, principalmente nas escolas primárias, devido
à falta de recursos humanos. Em 1937, a Constituição inclui a Educação Física como
prática educativa obrigatória (e não apenas disciplina curricular) e cita o “adestramento
físico como maneira de preparar a juventude para a defesa da nação e para o cumprimento
dos deveres com a economia” (BRASIL, 2001, p.21).
Também nos anos 30, com o processo de industrialização e urbanização, e o
estabelecimento do Estado Novo, a disciplina ganha novas atribuições: fortalecer o
trabalhador, melhorando sua capacidade produtiva e desenvolver o espírito de cooperação
em benefício da coletividade.
É a partir de 1961, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação,
que o esporte passa a ocupar mais espaço nas aulas de Educação Física em contraposição
aos antigos métodos de ginástica tradicional. A partir dessa lei fica determinada a
obrigatoriedade da Educação Física para o ensino primário e secundário e o esporte passa a
ocupar cada vez mais espaço nas aulas de Educação Física.
O processo de esportivização da Educação Física escolar se iniciou com a
introdução do Método Desportivo Generalizado, que, segundo os Parâmetros Curriculares
Nacionais (BRASIL, 2001, p.22), “significou uma contraposição aos antigos métodos de
ginástica tradicional e uma tentativa de incorporar esporte, que já era uma instituição
bastante independente, adequando-o a objetivos e práticas pedagógicas”.
Após 1964, o ensino passa a ser visto como uma maneira de se formar mão-de-obra
qualificada, proliferando cursos técnicos profissionalizantes. A Educação Física sofre
influências da tendência tecnicista voltada para o desempenho técnico e físico do aluno.
O governo militar da década de 70 investe nas atividades esportivas considerando-as
como melhoramento da força de trabalho para o “milagre econômico brasileiro” e também
para a formação de um exército de desmobilização das forças políticas oposicionistas,
estreitando o vínculo entre esporte e nacionalismo.
18 1No âmbito escolar, a partir do Decreto n.69.450/1971, a aptidão física ganha
ênfase tanto na organização das atividades como no seu controle e avaliação. Buscava-se a
descoberta de novos talentos para competições nacionais e internacionais. Uma década foi
suficiente para se começar a sentir e contestar os efeitos desse modelo: o Brasil não se
tornou uma nação olímpica, nem aumentou o número de praticantes de atividades físicas
(DARIDO, 2003).
Na década de 80 inicia-se uma crise de identidade nos pressupostos da disciplina e
passa-se a “priorizar o segmento de primeira à quarta série e também a pré-escola com
enfoque no desenvolvimento psicomotor do aluno, tirando da escola a função de promover
os esportes de alto rendimento” (BRASIL, 2001, p.23).
De acordo com Darido (2003) inicia-se um processo de discussão sobre o objeto de
estudo da Educação Física, são criados os primeiros cursos de pós-graduação na área,
retornam professores doutorados fora do Brasil a partir de um programa do Ministério de
Educação e Cultura (MEC), aumentam o número de publicações, congressos e outros
eventos dessa natureza. O aluno passa a ser visto em todas as suas dimensões: psicológicas,
sociais, cognitivas e afetivas, sendo concebido como um ser humano integral.
A Lei de Diretrizes e Bases de 20 de dezembro de 1996 (Lei 9.394/96), por meio do
artigo 26 parágrafo 3º determina que a Educação Física seja exercida em toda a
escolaridade, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar.
2.2 A Construção do Pensamento Pedagógico Nacional
Não existe uma única forma de pensar a Educação Física na escola. Atualmente
coexistem várias concepções pedagógicas com pressupostos, objetivos, conteúdos e
metodologias diferentes. Elas surgiram no final da década de 1970, em oposição às
vertentes tecnicista, esportivista e biologista, e contribuíram para o questionamento da
valorização excessiva do desempenho como objetivo único na Educação Física escolar.
Essas tendências têm ampliado os campos de ação e reflexão para a área e a
aproximado das ciências humanas, que embora tenham enfoques científicos diferenciados
entre si, com pontos de vista muitas vezes divergentes, tem em comum a busca de uma
Educação Física que articule as múltiplas dimensões do ser humano.
19 1Neste item serão brevemente analisadas sete abordagens que tiveram um papel
relevante na construção do pensamento pedagógico nacional, embora outras não estudadas
aqui também tenham contribuído para a constituição atual da Educação Física escolar.
2.2.1 Psicomotricidade
A Psicomotricidade é o primeiro movimento mais articulado que surge a partir de
1970 em contraposição ao modelo esportivista, inaugurando uma nova fase de
preocupações e idéias para o professor de Educação Física. Esta concepção está preocupada
com o desenvolvimento da criança, com o ato de aprender, com os processos cognitivos,
afetivos e psicomotores, buscando garantir a formação integral do aluno (Soares apud
BRASIL, 2004a, p.111). Ou seja, extrapola os limites biológicos e de rendimento corporal
passando a incluir e valorizar o conhecimento de origem psicológica.
O autor que mais influenciou o pensamento psicomotricista no país foi o francês
Jean Le Boulch. Seu trabalho é estudado também por psicólogos, psiquiatras, neurologistas,
orientadores educacionais, professores e outros profissionais que trabalham com crianças.
Está presente nas escolas normais, nos cursos de pedagogia, e é disciplina em alguns cursos
superiores de Educação Física.
Em crítica ao modelo esportivista, Le Boulch fala a respeito da insuficiência do
modelo centrado na repetição mecânica:
(...) a corrente educativa em psicomotricidade tem nascido das insuficiências na educação física que não teve condições de corresponder às necessidades de uma educação real do corpo (...) eu distinguia dois problemas em educação física: um deles ligados aos fatores de execução, centrado no rendimento mecânico do movimento, e outro, ligado ao nível de controle e de comando que eu chamei de psicomotor. (LE BOULCH, 1986, p. 23)
De acordo com o autor a educação psicomotora é a base da escola primária. Ela
seria responsável por levar a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a
situar-se no espaço, a dominar o tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos
e movimentos, devendo ser praticada desde a mais tenra idade.
A psicomotricidade propõe que o profissional de Educação Física deva sentir-se
com responsabilidades escolares e pedagógicas, buscando desatrelar sua atuação na escola
dos pressupostos esportivos, valorizando o processo de aprendizagem.
20 22.2.2 Abordagem Desenvolvimentista
Esta abordagem é dirigida especificamente a crianças de quatro a quatorze anos e
busca nos processos de aprendizagem e desenvolvimento uma fundamentação para a
Educação Física escolar. Aqui, o movimento é o principal meio e fim da Educação Física,
ou seja, não há aula dessa disciplina sem que haja movimento (TANI et alli, 1988).
Grande parte do pressuposto desta abordagem está relacionado ao conceito de
habilidade motora e como essas habilidades mudam ao longo da vida do indivíduo, desde a
concepção até a morte, constituindo-se em uma importante área de conhecimento da
Educação Física.
Para a abordagem desenvolvimentista, a Educação Física deve proporcionar ao
aluno condições para que seu comportamento motor seja desenvolvido pela interação entre
o aumento da diversificação e a complexidade dos movimentos. A adequação dos
conteúdos ao longo das faixas etárias deve auxiliar a criança a “aprender a se movimentar
para adaptar-se às exigências do cotidiano em termos de desafios motores” (BRASIL,
2004a, p.114).
Este modelo é explicitado no Brasil nos trabalhos de Tani et alii (1988) e Manoel
(1994). Segundo eles, essa abordagem é uma tentativa de caracterizar a progressão normal
do crescimento físico, do desenvolvimento fisiológico, motor, cognitivo e afetivo-social na
aprendizagem motora e, em função dessas características, sugerir aspectos ou elementos
relevantes para a estruturação da Educação Física escolar.
Os conteúdos devem obedecer a uma seqüência fundamentada no modelo de
taxionomia do desenvolvimento motor, proposta por Gallahue (apud BRASIL, 2004a,
p.114) na seguinte ordem:
• fase dos movimentos fetais,
• fase dos movimentos espontâneos e reflexos,
• fase dos movimentos rudimentares,
• fase dos movimentos fundamentais,
• fase de combinação de movimentos fundamentais e movimentos culturalmente
determinados.
Esses conteúdos devem ser desenvolvidos segundo uma ordem de habilidades, das
mais simples para as mais complexas. As mais simples, habilidades básicas, podem ser
21 2classificadas em locomotoras (como andar, correr, saltar, saltitar), manipulativas (como
arremessar, chutar, rebater, receber) e de estabilização (com girar, flexionar, realizar
posições invertidas). As mais complexas, habilidades específicas, são mais influenciadas
pela cultura e estão relacionadas à prática de esportes, do jogo, da dança, e também das
atividades industriais. Importante ressaltar que nessa proposta o erro deve ser
compreendido como um processo fundamental para a aquisição de habilidades motoras
(BRASIL, 2004a, p.114).
Uma das limitações dessa abordagem está na discussão restrita sobre a influência do
contexto sociocultural que acompanha a aquisição das habilidades motoras. Será que todas
as habilidades apresentam o mesmo nível de complexidade? Na abordagem sociocultural da
aprendizagem e do desenvolvimento humano proposta por Vygotsky a importância do meio
cultural e das relações entre os indivíduos na definição de um percurso de desenvolvimento
humano é muito enfatizada.
2.2.3 Abordagem Construtivista
A proposta denominada interacionista-construtivista é apresentada como uma opção
metodológica que se opõe àquelas que buscam o desempenho máximo e a seleção dos mais
habilidosos para o esporte de alto nível. Na CENP (1990) encontra-se a seguinte definição:
No construtivismo, a intenção é construção do conhecimento a partir da interação do sujeito com o mundo, numa relação que extrapola o simples exercício de ensinar e aprender... Conhecer é sempre uma ação que implica em esquemas de assimilação e acomodação num processo de constante reorganização. (CENP, 1990, p.9)
Essa abordagem propõe que para construir o conhecimento é preciso respeitar o
universo cultural do aluno, explorar as possibilidades educativas de sua atividade lúdica e
espontânea, e, aos poucos, ir propondo tarefas mais complexas e desafiadoras. Em outras
palavras, propõe o aprender com o jogo. O construtivismo levantou a questão da
importância da Educação Física na escola e de se considerar o conhecimento que a criança
já possui, independente da situação formal de ensino, porque, para Freire (1989), a criança,
como ninguém, é uma especialista em brinquedo.
As idéias do construtivismo propõem o resgate de jogos e brincadeiras construídas
culturalmente como principal modo de ensinar, como instrumento pedagógico, um meio de
22 2ensino, pois enquanto se joga ou brinca a criança aprende, e esse aprender deve ocorrer
num ambiente lúdico e prazeroso para a criança (BRASIL, 2004a, p.117).
O livro Educação de corpo inteiro (1989) de autoria do professor João Batista
Freire (FREIRE, 1989) teve papel determinante na divulgação das idéias construtivistas na
Educação Física escolar brasileira. Para o autor todas as propostas sérias de
desenvolvimento poderiam ser realizadas dentro do jogo, aproveitando seu caráter lúdico.
2.2.4 Abordagem Crítico-Superadora
Essa abordagem levanta questões de poder, interesse, esforço e contestação.
Acredita que a questão de como ensinar deve ser “somada à questão de como adquirimos
esses conhecimentos, valorizando a contextualização dos fatos e do resgate histórico”
(BRASIL, 2004a, p.118). Defende que esta percepção é fundamental na medida que
possibilitaria a compreensão, por parte do aluno, de que a produção humana expressa uma
determinada fase e que houve mudanças ao longo do tempo.
A abordagem crítico-superadora também surge em oposição ao modelo mecanicista
e conta com representantes nas principais universidades do país, além de apresentar um
grande número de publicações na área, especialmente em periódicos especializados. Sua
proposta utiliza o “discurso da justiça social como ponto de apoio e é baseada no marxismo
e no neo-marxismo, tendo recentemente grande influência dos educadores José Libaneo e
Dermeval Saviani” (BRASIL, 2004a, p.118).
De acordo com o coletivo de autores(SOARES et alli, 1992) tal abordagem é
considerada diagnóstica porque pretende ler os dados da realidade e emitir um juízo de
valor, e teleológica porque busca uma direção, dependendo da perspectiva da classe de
quem se reflete. Assim, quanto à seleção de conteúdos para as aulas, os adeptos dessa
tendência propõem que se considere sua relevância social, sua contemporaneidade e
adequação às características sociocognitivas dos alunos.
Para Medina, deve-se tornar verdadeiro o discurso da inclusão, planejando a aula de
Educação Física e esporte que possam expressar com fidelidade o seu caráter educacional.
Bracht, em seu livro Educação Física e aprendizagem social diz que: “os
professores de Educação Física precisam superar a visão positivista de que o movimento é
predominantemente um comportamento motor. O movimento é humano, e o Homem é
fundamentalmente um ser social”.
23 2Os trabalhos mais importantes sobre a abordagem crítico-superadora são
Metodologia do ensino da Educação Física, publicado por um Coletivo de autores
(SOARES et alli, 1992); Educação Física cuida do corpo ...e mente, de Medina (MEDINA,
1983); e Educação Física e aprendizagem social, de Valter Bracht (BRACHT, 1992).
2.2.5 Abordagem Crítico-Emancipatória
Essa pedagogia defende o ensino crítico indicando que é a partir dele que os alunos
passam a compreender a estrutura autoritária dos processos institucionalizados da sociedade
que formam falsas convicções, interesses e desejos.
Uma das principais obras é Transformação didático-pedagógica do esporte, do
professor Elenor Kunz (KUNZ, 1994), inspirada nos pressupostos da escola de Frankfurt. O
autor busca apresentar uma reflexão sobre as possibilidades de ensinar os esportes pela sua
transformação didático-pedagógica, de tal modo que contribua para a reflexão crítica e
emancipatória de crianças e jovens.
Nessa abordagem o papel do professor é confrontar o aluno com a realidade do
ensino buscando ensinar pela transparência de limites.
Os alunos descobrem, pela própria experiência manipulativa as formas e os meios para uma participação bem sucedida em atividades de movimentos e jogos (...) devem também manifestar pela linguagem ou pela representação cênica o que experimentaram (...) devem aprender a perguntar e questionar sobre suas aprendizagens e descobertas, com a finalidade de entender o significado cultural da aprendizagem (BRASIL, 2004a, p.122).
2.2.6 Saúde Renovada
Em meados da década de 1990 observa-se uma discussão mais acadêmica entre os
profissionais da área de Educação Física que resultou numa reflexão sobre a Educação
Física na escola dentro de uma perspectiva biológica, na tentativa de superação dos
modelos higiênicos, tão presentes na construção histórica da área.
Os autores Nahas (1997), Guedes & Guedes (1997), entre outros, “passam a
advogar em prol de uma Educação Física escolar dentro da matriz biológica, embora não
tenham se afastado das temáticas da saúde e da qualidade de vida” (BRASIL, 2004a,
p.124).
24 2Esta proposta é denominada saúde renovada (DARIDO, 2003). Para Nahas o
objetivo, em especial no ensino médio, é “ensinar os conceitos básicos da relação entre
atividade física, aptidão física e saúde” procurando atender a todos os alunos,
especialmente “os que mais necessitam, como sedentários, baixa aptidão física, obesos e
portadores de deficiências”(Nahas apud BRASIL, 2004a, p.124).
Nessa perspectiva, as modalidades esportivas tradicionais são classificadas como
menos interessantes para a promoção da saúde em razão da dificuldade no alcance das
adaptações fisiológicas e também porque não prediz sua prática ao longo de toda a vida.
2.2.7 Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs
O Ministério da Educação e do Desporto, por meio da Secretaria de Ensino
Fundamental, inspirado no modelo educacional espanhol, mobilizou a partir de 1994 um
grupo de pesquisadores e professores no sentido de elaborar os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs). Os documentos referentes aos 1º e 2º ciclos (1ª a 4ª séries do Ensino
Fundamental) foram lançados em 1997; os relativos aos 3º e 4º ciclos (5ª a 8ª séries) em
1998; e para o ensino médio em 1999.
Os PCNs foram publicados com a proposta de auxiliar os professores a refletirem e
organizarem seu próprio trabalho pedagógico, e não apenas ser um documento obrigatório a
ser seguido. Uma das novidades é a introdução de temas transversais no Ensino
Fundamental. A cidadania aparece como o eixo norteador da prática pedagógica sendo
assim a responsável pela formação de alunos críticos, conhecedores da pluralidade de
manifestações corporais, solidários, que desenvolvam hábitos saudáveis para a própria
saúde e da coletividade, enfim, alunos capazes de inferir no espaço de forma autônoma,
crítica e responsável.
A proposta destaca o princípio da inclusão se enraizando como norteador no
esclarecimento sobre as diferenças e na compreensão e entendimento destas pelos jovens e
adultos. Assim, os PCNs ressaltam também a importância da articulação entre o aprender a
fazer e saber porque está fazendo. Além disso propõem um relacionamento das atividades
da Educação Física com os grandes problemas da sociedade brasileira, sem, no entanto,
perder de vista seu papel de integrar o cidadão na esfera da cultura corporal.
25 2
3 MÉTODO
De acordo com Oliveira (1998), método trata-se de um conceito que comporta
múltiplas acepções, como o esforço para atingir um fim, investigação, estudo, caminho pelo
qual se pretende chegar a um determinado resultado. Método indica, portanto, estrada, via
de acesso, e simultaneamente, rumo, discernimento de direção. Segundo o autor, o método
não representa contudo um caminho qualquer entre outros, mas um caminho seguro, uma
via de acesso que permita interpretar com a maior coerência e correção possíveis as
questões sociais propostas num dado estudo, dentro da perspectiva abraçada pelo
pesquisador.
Segundo Stake (1983), a natureza dos problemas é que determina o método, ou seja,
a escolha do método se faz em função do tipo de problema estudado.
Foi utilizado como método neste trabalho a pesquisa de natureza qualitativa, com a
aplicação de questionários estruturados à professores de Educação Física do Projeto
Segundo Tempo desenvolvido na cidade de São José do Rio Preto / SP.
De acordo com Costa (1998), a pesquisa de natureza qualitativa nos permite uma
interação dinâmica com o processo social que vivenciam os sujeitos.
Lüdke (1986) apresenta cinco características básicas que configuram esse tipo de
estudo: a pesquisa qualitativa tem o ambiente natural como fonte direta de dados e o
pesquisador como principal instrumento dessa coleta; os dados coletados são
predominantemente descritivos; a preocupação com o processo é muito maior do que com o
produto; o significado que as pessoas atribuem às coisas e a suas vidas são focos de atenção
especial pelo pesquisador e a análise dos dados tende a seguir um processo indutivo.
Por meio desse método procuramos verificar a predominância dos conteúdos
utilizados pelos professores de Educação Física no desenvolvimento das aulas nos núcleos
do Projeto Segundo Tempo da cidade de São José do Rio Preto.
3.1 Entrevistados
Responderam aos questionários dez professores de Educação Física que estão
atuando como coordenadores nos núcleos do Projeto Segundo Tempo desenvolvido na
cidade de São José do Rio Preto / SP.
26 23.2 Instrumentos de coleta de dados
Os dados foram coletados por meio de aplicação de questionários estruturados que
foram respondidos no próprio local de trabalho onde aconteciam as aulas de Educação
Física. Seguiu-se um roteiro de questões que solicitava informações sobre a idade das
crianças atendidas pelo Projeto Segundo Tempo no núcleo determinado, os conteúdos que
eram mais ministrados, o desenvolvimento das aulas e as abordagens pedagógicas que mais
influenciavam as aulas.
O questionário utilizado apresentava as perguntas e oferecia um espaço já
determinado para as respostas. Segue modelo abaixo.
QUESTIONÁRIO
Núcleo: ___________________________________________________________ Formação: Graduação em ____________________________________________ Pós-graduação em _________________________________________
1- Qual a idade das crianças atendidas pelo seu núcleo? Complete com o número de crianças por cada faixa etária. ( ) 7 – 12 ( ) 13 – 15 2- Quais modalidades esportivas são ministradas? Utilize a porcentagem para preencher as alternativas. Ex.:
(27%) futebol (18%) basquete. ( ) futebol ( ) basquete ( ) vôlei ( ) handeboll ( ) outros________________ 3- Como você desenvolve a sua aula? Utilize a porcentagem para dividir. Ex: 25% atividade lúdica, 25%treino
técnico, 25% treino tático e 25% jogo propriamente dito. ( ) atividade lúdica ( ) treino técnico ( ) treino tático ( ) jogo livre Observe o quadro
ABORDAGEM
FINALIDADE
Psicomotricidade Reeducação psicomotora
Desenvolvimentista Adaptação
Construtivista Construção do conhecimento
Crítico-superadora Transformação social
Crítico-emancipatória Reflexão crítica emancipatória dos alunos
Saúde renovada Melhorar a saúde
Parâmetros curriculares Introduzir o aluno na esfera da cultura corporal de movimento
4- Marque com um X as abordagens pedagógicas que você conhece. 5- De qual tipo de abordagem pedagógica sua aula mais se aproxima? Faça um círculo.
27 24 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise da primeira questão, que se refere à faixa etária das crianças atendidas nos
núcleos do PST de São José do Rio Preto, revela que todos estes pólos trabalham com
alunos de 7 a 15 anos. Dos dez professores que responderam aos questionários, apenas três
indicaram com números absolutos o total de crianças atendidas, enquanto os outros apenas
assinalaram que recebiam crianças com aquela idade. Os dados mostram que em média
60% dos alunos estão na faixa etária de 7 a 12 anos, sendo assim, cerca de 40% são alunos
com faixa etária entre 13 a 15 anos.
A segunda questão, referente às atividades ministradas nos núcleos pesquisados,
mostra que nos dez núcleos há um grande predomínio do desenvolvimento da modalidade
esportiva futebol. Essa atividade é desenvolvida em todos os núcleos e consome 61% do
tempo total das aulas.
Entre os dez núcleos em apenas dois é desenvolvido o vôlei, em sete o basquetebol
e em oito o handebol. Em porcentagem, os números indicados representam 2% de vôlei,
16,5% de basquetebol e 15,5% de handebol.
No espaço reservado para os professores registrarem outras atividades
desenvolvidas no núcleo, em seis questionários o espaço foi deixado em branco. Dos quatro
que preencheram o espaço as respostas foram, recreação, futsal, futebol de areia e dança.
Uma análise da segunda questão indica que há uma predominância do
desenvolvimento dos esportes coletivos, em especial do futebol. Outras atividades, como a
dança e a recreação parecem ser tratadas de modo irrelevante e os esportes individuais não
são citados.
No Brasil, crianças em contato com o rico mundo do futebol, desenvolvem-se
rapidamente e tornam-se incrivelmente habilidosas para jogá-lo. Considerando que jogar
bem futebol “é tão complexo quanto fazer cálculos matemáticos, essa situação nos dá bem
a idéia da importância que tem expor favoravelmente as pessoas ao meio ambiente”
(BRASIL, 2004b, p.36). Com base na afirmação acima, podemos dizer que as crianças
atendidas pelos núcleos do PST de São José do Rio Preto não estão sendo devidamente
expostas a atividades variadas, considerando que o futebol ocupa em média 61% das aulas.
A terceira pergunta do questionário referente ao desenvolvimento prático das aulas,
mais precisamente sobre a distribuição do tempo de aula entre atividades lúdicas,
fundamentos técnicos e táticos e jogo livre, indicou que dos dez professores, três não
28 2desenvolvem nenhuma atividade lúdica, enquanto os demais registraram que tais
atividades ocupam menos de 30% das aulas.
Esta é uma questão preocupante, pois na fase que vai dos seis aos 12 anos é
indicado oferecer à criança a oportunidade de descobrir, de forma lúdica, movimentos
variados, “deve-se criar uma base ampla e variada de movimentos, balizadas (delimitadas)
no aspecto lúdico” (BRASIL, 2005, p.16), e como registrado nas respostas da primeira
questão, há um predomínio de crianças nesta faixa etária.
Ainda sobre a terceira pergunta, os registros mostram que o conteúdo das aulas é em
grande parte técnico, chegando a atingir uma média de 30% do tempo disponível.
A situação prática do tecnicismo concentra-se principalmente na aquisição de
movimentos estereotipados que possam ser transferidos para o jogo, já a abordagem
construtivista indica a utilização de pequenos jogos e problemas gerados pelas
modificações das regras e se concentra no desenvolvimento da técnica por meio da
compreensão do jogo e da capacidade de suprir as necessidades geradas pelo jogo. Mesmo
na fase de orientação, que vai dos doze aos quatorze anos, indica o desenvolvimento da
técnica na sua forma global, sem objetivar ou insistir em alcançar a perfeição do gesto. A
possibilidade de variação das técnicas, no sentido de amplos repertórios de esquemas
motores, deve ser priorizada. (BRASIL, 2005, p. 19).
A priorização dos treinos em detrimento dos jogos implica em deixar de promover
no ambiente da aula de Educação Física oportunidades para que o aluno desenvolva
autonomia, capacidade de resolução de problemas e criatividade, fazendo com que ele
cresça dentro do esporte de forma dependente. Entretanto, ao optar pela pedagogia da
autonomia em esportes, o aluno terá mais liberdade de participação em um ambiente que
lhe proporcione um maior número de possibilidades de desenvolvimento de habilidades
motoras, cognitivas, sociais, entre outras, para o jogo.
Reforçando a importância do jogo para o desenvolvimento da criança, Viola Spolin
cita:
Através do jogo, o crescimento ocorrerá sem dificuldade no aluno, porque o próprio jogo o ajudará. O objetivo no qual o jogador deve constantemente concentrar e para o qual toda ação deve ser dirigida provoca espontaneidade. Nessa espontaneidade, a liberdade pessoal é liberada, e a pessoa como um todo é física, intelectual e intuitivamente despertada. A energia liberada para resolver o problema, sendo restringida pelas regras do jogo e estabelecida pela decisão grupal, cria uma explosão, ou espontaneidade, e, como é comum nas explosões, tudo é destruído, rearranjado, desbloqueado. O ouvido alerta os pés, e o olho atira a bola. (SPOLIN, 1992, p. 5)
29 2
A última pergunta do questionário tinha o objetivo de verificar o conhecimento dos
coordenadores sobre as abordagens pedagógicas citadas nesse trabalho. O que se pôde
verificar pelas respostas dos questionários foi, que apesar de todos afirmarem conhecer
algumas delas, a rotina das aulas – variedade de esporte oferecido e porcentagem de tempo
lúdico – revelou que nove dos dez núcleos entrevistados ainda trabalham numa perspectiva
tecnicista.
Reforçando a importância do lúdico nas aulas de Educação Física, concordamos
com a visão sobre o jogo da diretora de teatro Viola Spolin, que os utiliza buscando a
melhora do desempenho dramático de seus atores:
O jogo é uma forma natural de grupo que propicia o envolvimento e a liberdade pessoal necessários para a experiência. Os jogos desenvolvem as técnicas e habilidades pessoais necessárias para o jogo em si, através do próprio ato de jogar. As habilidades são desenvolvidas no próprio momento em que a pessoa está jogando, divertindo-se ao máximo e recebendo toda a estimulação que o jogo tem para oferecer. (SPOLIN, 1992, p.4)
Compreende-se então que a resposta motora apresentada por um jogador no
momento da tomada de decisão e da execução de uma ação no jogo será o reflexo da
organização, da percepção e da compreensão do jogo que lhe foi apresentado, aliado ao seu
repertório motor. Assim sendo, pode ser entendida como a externalização de um
comportamento assimilado que, em razão da compreensão do jogo como um todo, permite
a criação de variações desse comportamento segundo a exigência do meio, entendido aqui
como solicitações do jogar.
As exigências do jogo desencadeiam habilidades de natureza aberta, que são as
requeridas no interior dos jogos, ou seja, condutas motoras que surgem a partir das
exigências organizacionais dos jogos. Desta forma, adotando uma conduta construtivista, o
profissional de Educação Física estará proporcionando uma ampliação da bagagem
cognitiva, social e motora dessas crianças.
Consideramos que em oposição ao modelo tecnicista, que à todos procura
sistematizar, automatizar e padronizar, a exposição ao jogo possibilitará ao praticante – em
especial às crianças atendidas pelo PST – assegurar seus movimentos e atitudes como ações
e técnicas individuais, isto é, como identidade da individualização.
30 35 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A análise dos questionários possibilitou verificar que dos dez núcleos entrevistados,
nove desenvolvem atividades tecnicistas no Projeto Segundo Tempo na cidade de São José
do Rio Preto, mesmo após as transformações que ocorreram na área nas duas últimas
décadas, como o surgimento de diversas abordagens pedagógicas, algumas delas
apresentadas neste trabalho.
Apesar dos coordenadores dos núcleos terem indicado nos questionários o
conhecimento de algumas dessas abordagens, a rotina de aula – retratada e analisada nas
questões - revela uma não utilização dos pressupostos dessas novas tendências.
As conseqüências desse processo de ensino-aprendizagem são geralmente a
exclusão daqueles que não atingem o desempenho motor esperado pelo professor e a
formação de crianças que desenvolvem gestos imitativos, automatizados devido a um
condicionamento restrito e limitado, fragmentado e descontextualizado.
O resultado prático mais verificado em relação a essa metodologia é um processo de
seleção dos indivíduos aptos, produzindo um grande contingente de frustrados em relação
às próprias capacidades e habilidades corporais.
Entendemos que um dos objetivos da Educação Física é contribuir na formação de
cidadãos capazes de se superar e serem sujeitos históricos no mundo. Formar sujeitos
capazes de desenvolver sua criticidade, autonomia, liberdade de expressão e capacidade de
reflexão. Este cidadão não será mais aquele que simplesmente se adapta ao mundo, mas o
que se insere e atua, deixando a sua marca na história.
A proposta construtivista é apresentada como uma opção metodológica, em
oposição às tendências marcaram a Educação Física escolar, especificamente à proposta
mecanicista. De acordo com o construtivismo, não existe padrão de movimento, “a
manifestação de esquemas motores dependem tanto dos recursos biológicos e psicológicos
de cada pessoa, quanto das condições do meio ambiente em que ela vive” (FREIRE, 2002,
p. 22).
As crianças atendidas pelo PST de São José do Rio Preto são, em sua maioria,
crianças carentes que têm nas aulas de Educação Física praticamente a única oportunidade
de contato com atividades variadas, sejam de caráter esportivo ou lúdico, considerando que
estas mesmas crianças, nos dias que não estão no projeto, se encontram jogando futebol,
assistindo TV, ou brincando (jogando) com os amigos.
31 3 A interpretação do questionário revela que há pouco espaço para atividades
lúdicas no projeto. Retrata ainda uma visão estreita que pode ser reformulada, pois o
esporte comporta hoje uma totalidade de expressões humanas, sendo um dos fatores de
inclusão social, se utilizado como mecanismo de integração.
Uma alternativa para alcançar esta integração é que os professores de Educação
Física se desvinculem do ensino repetitivo das técnicas esportivas e aceitem as diferenças e
as diferentes possibilidades de respostas e performances dentro de jogos e esportes.
O construtivismo tem como temática principal a cultura popular, o jogo e o lúdico.
Freire (2003) argumenta que os brasileiros aprenderam futebol brincando a partir da prática
do “bobinho”, do “controle”, da “repetida” e da “pelada” e que as escolinhas de futebol
devem deixar as crianças brincarem. Segundo o autor, “o bobinho exercita o passe e o
desarme, o controle exercita o domínio de bola, a repetida ensina a chutar, driblar e
defender e a pelada junta tudo isso no jogo de futebol”(FREIRE, 2003, p.88). Exemplos
que ilustram a importância do jogo na aprendizagem, em detrimento da repetição de gestos
técnicos descontextualizados.
Os grandes jogadores brasileiros vieram das ruas e das periferias. Lá não receberam
a interferência técnica dos professores e puderam desenvolver suas habilidades de forma
lúdica e espontânea para, mais tarde, assimilarem a técnica.
Tostão, tricampeão mundial de futebol, diz que antigamente era comum no Brasil
jogar futebol na rua, o que lamentavelmente tem diminuído hoje, e o que se tem são as
escolinhas, nas quais tudo ocorre de forma organizada. Procura-se exercer influência nas
crianças de forma tecnicista, sem alegria de jogar e isto lamentavelmente é um fator
perturbador para seu desenvolvimento.
Jean Chateau (appud FREIRE, 2002, p. 134) indicava que “uma educação baseada
unicamente no jogo seria então suficiente”. Para Freire (2002), todas as propostas sérias de
desenvolvimento poderiam ser realizadas dentro do jogo, aproveitando seu caráter lúdico.
Não é interessante para os jogos coletivos o ensino apenas das habilidades de
natureza fechada, pois estariam desprovidas da sua razão de ser mais importante, que é a
capacidade de as utilizar em cada momento do jogo de uma forma deliberada, oportuna e
variada. Habilidades de natureza fechada são as desenvolvidas fora do contexto em que são
requisitadas no jogo; desse modo, podem ser exemplificadas a partir dos treinos de
automação e repetição de gestos técnicos. (BRASIL, 2004a, p. 25)
Assim, à medida que os alunos compreenderem a lógica do jogo, responderão com
condutas motoras, resgatadas de seus respectivos acervos de possibilidades de respostas, no
32 3momento possível, para resolver qualquer problema imposto pelo desafiante do jogo em
questão.
Este é um típico exemplo de construção do conhecimento que pode permear as aulas
de Educação Física em todos os contextos nos quais ela venha a se desenvolver.
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36
ANEXOS
CEAD /Multiusos 1, Bl. B, Ent. B1 14 - Campus Universitário, Brasília-DF – Caixa Postal: 04351, CEP 70919-970. Tels: (0 x x 61) - 349-0996, 273-4299, 307-2048, 307-2049 e 307-2281 - Fax: Ramal 204 e-mail: [email protected]
37
QUESTIONÁRIO
Núcleo: Centro Esportivo Cidade Jardim Formação: Graduação em: Educação Física Pós-graduação em _________________________________________
1- Qual a idade das crianças atendidas pelo seu núcleo? Complete com o número de crianças por cada
faixa etária. ( x ) 7 – 12 ( x ) 13 – 15 2- Quais modalidades esportivas são ministradas? Utilize a porcentagem para preencher as alternativas.
Ex.: (25%) futebol (25%) basquete. ( 50%) futebol ( ) basquete ( ) vôlei ( ) handeboll ( ) outros________________ 3- Como você desenvolve a sua aula? Utilize a porcentagem para dividir. Ex: 25% atividade lúdica,
25%treino técnico, 25% treino tático e 25% jogo propriamente dito. (20%) atividade lúdica (60%) treino técnico (20%) treino tático ( ) jogo livre Observe o quadro
ABORDAGEM
FINALIDADE
Psicomotricidade X Reeducação psicomotora
Desenvolvimentista Adaptação
Construtivista X Construção do conhecimento
Crítico-superadora Transformação social
Crítico-emancipatória Reflexão crítica emancipatória dos alunos
Saúde renovada Melhorar a saúde
Parâmetros curriculares X Introduzir o aluno na esfera da cultura corporal de movimento
4- Marque com um X as abordagens pedagógicas que você conhece. 5- De qual tipo de abordagem pedagógica sua aula mais se aproxima? Faça um círculo.
CEAD /Multiusos 1, Bl. B, Ent. B1 14 - Campus Universitário, Brasília-DF – Caixa Postal: 04351, CEP 70919-970. Tels: (0 x x 61) - 349-0996, 273-4299, 307-2048, 307-2049 e 307-2281 - Fax: Ramal 204 e-mail: [email protected]
38
QUESTIONÁRIO
Núcleo: Centro Esportivo Fuad Hawila Formação: Graduação em: Educação Física Pós-graduação em _________________________________________
6- Qual a idade das crianças atendidas pelo seu núcleo? Complete com o número de crianças por cada
faixa etária. (X) 7 – 12 (X) 13 – 15 7- Quais modalidades esportivas são ministradas? Utilize a porcentagem para preencher as alternativas.
Ex.: (25%) futebol (25%) basquete. (50%) futebol (25%) basquete ( ) vôlei ( ) handeboll (25% ) outros________________ 8- Como você desenvolve a sua aula? Utilize a porcentagem para dividir. Ex: 25% atividade lúdica,
25%treino técnico, 25% treino tático e 25% jogo propriamente dito. (50%) atividade lúdica (25%) treino técnico ( ) treino tático (25%) jogo livre Observe o quadro
ABORDAGEM
FINALIDADE
Psicomotricidade X Reeducação psicomotora
Desenvolvimentista Adaptação
Construtivista X O Construção do conhecimento
Crítico-superadora Transformação social
Crítico-emancipatória Reflexão crítica emancipatória dos alunos
Saúde renovada Melhorar a saúde
Parâmetros curriculares Introduzir o aluno na esfera da cultura corporal de movimento
9- Marque com um X as abordagens pedagógicas que você conhece. 10- De qual tipo de abordagem pedagógica sua aula mais se aproxima? Faça um círculo.
CEAD /Multiusos 1, Bl. B, Ent. B1 14 - Campus Universitário, Brasília-DF – Caixa Postal: 04351, CEP 70919-970. Tels: (0 x x 61) - 349-0996, 273-4299, 307-2048, 307-2049 e 307-2281 - Fax: Ramal 204 e-mail: [email protected]
39
QUESTIONÁRIO
Núcleo: Escola Municipal João Jorge Sabino Formação: Graduação em Educação Física Pós-graduação em _________________________________________
11- Qual a idade das crianças atendidas pelo seu núcleo? Complete com o número de crianças por cada
faixa etária. (X) 7 – 12 (X) 13 – 15 12- Quais modalidades esportivas são ministradas? Utilize a porcentagem para preencher as alternativas.
Ex.: (25%) futebol (25%) basquete. (50%) futebol (20%) basquete (10%) vôlei (20%) handeboll ( ) outros________________ 13- Como você desenvolve a sua aula? Utilize a porcentagem para dividir. Ex: 25% atividade lúdica,
25%treino técnico, 25% treino tático e 25% jogo propriamente dito. (15%) atividade lúdica (30%) treino técnico (35%) treino tático (30%) jogo livre Observe o quadro
ABORDAGEM
FINALIDADE
Psicomotricidade X Reeducação psicomotora
Desenvolvimentista X O Adaptação
Construtivista X Construção do conhecimento
Crítico-superadora X Transformação social
Crítico-emancipatória X Reflexão crítica emancipatória dos alunos
Saúde renovada X Melhorar a saúde
Parâmetros curriculares X Introduzir o aluno na esfera da cultura corporal de movimento
14- Marque com um X as abordagens pedagógicas que você conhece. 15- De qual tipo de abordagem pedagógica sua aula mais se aproxima? Faça um círculo.
CEAD /Multiusos 1, Bl. B, Ent. B1 14 - Campus Universitário, Brasília-DF – Caixa Postal: 04351, CEP 70919-970. Tels: (0 x x 61) - 349-0996, 273-4299, 307-2048, 307-2049 e 307-2281 - Fax: Ramal 204 e-mail: [email protected]
40
QUESTIONÁRIO
Núcleo: Centro Esportivo Maria Inês Martins dos Passos Formação: Graduação em: Educação Física Pós-graduação em _________________________________________
16- Qual a idade das crianças atendidas pelo seu núcleo? Complete com o número de crianças por cada
faixa etária. (60) 7 – 12 (40) 13 – 15 17- Quais modalidades esportivas são ministradas? Utilize a porcentagem para preencher as alternativas.
Ex.: (25%) futebol (25%) basquete. (70%) futebol ( ) basquete ( ) vôlei (10%) handeboll ( ) outros________________ 18- Como você desenvolve a sua aula? Utilize a porcentagem para dividir. Ex: 25% atividade lúdica,
25%treino técnico, 25% treino tático e 25% jogo propriamente dito. (25%) atividade lúdica (25%) treino técnico (25%) treino tático (25%) jogo livre Observe o quadro
ABORDAGEM
FINALIDADE
Psicomotricidade X Reeducação psicomotora
Desenvolvimentista Adaptação
Construtivista X Construção do conhecimento
Crítico-superadora Transformação social
Crítico-emancipatória Reflexão crítica emancipatória dos alunos
Saúde renovada X O Melhorar a saúde
Parâmetros curriculares X Introduzir o aluno na esfera da cultura corporal de movimento
19- Marque com um X as abordagens pedagógicas que você conhece. 20- De qual tipo de abordagem pedagógica sua aula mais se aproxima? Faça um círculo.
CEAD /Multiusos 1, Bl. B, Ent. B1 14 - Campus Universitário, Brasília-DF – Caixa Postal: 04351, CEP 70919-970. Tels: (0 x x 61) - 349-0996, 273-4299, 307-2048, 307-2049 e 307-2281 - Fax: Ramal 204 e-mail: [email protected]
41
QUESTIONÁRIO
Núcleo: Centro Esportivo Dr. Aloysio Nunes Ferreira Formação: Graduação em: Educação Física Pós-graduação em _________________________________________
21- Qual a idade das crianças atendidas pelo seu núcleo? Complete com o número de crianças por cada
faixa etária. (X) 7 – 12 (X) 13 – 15 22- Quais modalidades esportivas são ministradas? Utilize a porcentagem para preencher as alternativas.
Ex.: (25%) futebol (25%) basquete. (80%) futebol ( ) basquete ( ) vôlei ( ) handeboll ( ) outros________________ 23- Como você desenvolve a sua aula? Utilize a porcentagem para dividir. Ex: 25% atividade lúdica,
25%treino técnico, 25% treino tático e 25% jogo propriamente dito. (30%) atividade lúdica (50%) treino técnico (20%) treino tático ( ) jogo livre Observe o quadro
ABORDAGEM
FINALIDADE
Psicomotricidade X O Reeducação psicomotora
Desenvolvimentista Adaptação
Construtivista Construção do conhecimento
Crítico-superadora Transformação social
Crítico-emancipatória Reflexão crítica emancipatória dos alunos
Saúde renovada Melhorar a saúde
Parâmetros curriculares X Introduzir o aluno na esfera da cultura corporal de movimento
24- Marque com um X as abordagens pedagógicas que você conhece. 25- De qual tipo de abordagem pedagógica sua aula mais se aproxima? Faça um círculo.
CEAD /Multiusos 1, Bl. B, Ent. B1 14 - Campus Universitário, Brasília-DF – Caixa Postal: 04351, CEP 70919-970. Tels: (0 x x 61) - 349-0996, 273-4299, 307-2048, 307-2049 e 307-2281 - Fax: Ramal 204 e-mail: [email protected]
42
QUESTIONÁRIO
Núcleo: Escola Municipal Francisco Felipe Caputo Formação: Graduação em: Educação Física Pós-graduação em: Medicina Esportiva
26- Qual a idade das crianças atendidas pelo seu núcleo? Complete com o número de crianças por cada
faixa etária. (X) 7 – 12 (X) 13 – 15 27- Quais modalidades esportivas são ministradas? Utilize a porcentagem para preencher as alternativas.
Ex.: (25%) futebol (25%) basquete. (50%) futebol (25%) basquete ( ) vôlei (25%) handeboll ( ) outros: Dança 28- Como você desenvolve a sua aula? Utilize a porcentagem para dividir. Ex: 25% atividade lúdica,
25%treino técnico, 25% treino tático e 25% jogo propriamente dito. (25%) atividade lúdica (25%) treino técnico (25%) treino tático (25%) jogo livre Observe o quadro
ABORDAGEM
FINALIDADE
Psicomotricidade X Reeducação psicomotora
Desenvolvimentista X Adaptação
Construtivista X Construção do conhecimento
Crítico-superadora X O Transformação social
Crítico-emancipatória X Reflexão crítica emancipatória dos alunos
Saúde renovada Melhorar a saúde
Parâmetros curriculares X Introduzir o aluno na esfera da cultura corporal de movimento
29- Marque com um X as abordagens pedagógicas que você conhece. 30- De qual tipo de abordagem pedagógica sua aula mais se aproxima? Faça um círculo.
CEAD /Multiusos 1, Bl. B, Ent. B1 14 - Campus Universitário, Brasília-DF – Caixa Postal: 04351, CEP 70919-970. Tels: (0 x x 61) - 349-0996, 273-4299, 307-2048, 307-2049 e 307-2281 - Fax: Ramal 204 e-mail: [email protected]
43
QUESTIONÁRIO
Núcleo: Centro Esportivo Eldorado I Formação: Graduação em: Educação Física Pós-graduação em _________________________________________
31- Qual a idade das crianças atendidas pelo seu núcleo? Complete com o número de crianças por cada
faixa etária. (120) 7 – 12 (70) 13 – 15 32- Quais modalidades esportivas são ministradas? Utilize a porcentagem para preencher as alternativas.
Ex.: (25%) futebol (25%) basquete. (100%) futebol (30%) basquete ( ) vôlei (30%) handeboll (30%) outros: Futsal 33- Como você desenvolve a sua aula? Utilize a porcentagem para dividir. Ex: 25% atividade lúdica,
25%treino técnico, 25% treino tático e 25% jogo propriamente dito. (20%) atividade lúdica (30%) treino técnico (30%) treino tático (20%) jogo livre Observe o quadro
ABORDAGEM
FINALIDADE
Psicomotricidade X Reeducação psicomotora
Desenvolvimentista Adaptação
Construtivista X Construção do conhecimento
Crítico-superadora X O Transformação social
Crítico-emancipatória Reflexão crítica emancipatória dos alunos
Saúde renovada Melhorar a saúde
Parâmetros curriculares Introduzir o aluno na esfera da cultura corporal de movimento
34- Marque com um X as abordagens pedagógicas que você conhece. 35- De qual tipo de abordagem pedagógica sua aula mais se aproxima? Faça um círculo.
CEAD /Multiusos 1, Bl. B, Ent. B1 14 - Campus Universitário, Brasília-DF – Caixa Postal: 04351, CEP 70919-970. Tels: (0 x x 61) - 349-0996, 273-4299, 307-2048, 307-2049 e 307-2281 - Fax: Ramal 204 e-mail: [email protected]
44
QUESTIONÁRIO
Núcleo: Centro Esportivo Pinheirinho Formação: Graduação em: Educação Física Pós-graduação em _________________________________________
36- Qual a idade das crianças atendidas pelo seu núcleo? Complete com o número de crianças por cada
faixa etária. (60) 7 – 12 (40) 13 – 15 37- Quais modalidades esportivas são ministradas? Utilize a porcentagem para preencher as alternativas.
Ex.: (25%) futebol (25%) basquete. (50%) futebol (10%) basquete (10%) vôlei (10%) handeboll (20%) outros: recreação 38- Como você desenvolve a sua aula? Utilize a porcentagem para dividir. Ex: 25% atividade lúdica,
25%treino técnico, 25% treino tático e 25% jogo propriamente dito. (20%) atividade lúdica (30%) treino técnico ( ) treino tático (50%) jogo livre Observe o quadro
ABORDAGEM
FINALIDADE
Psicomotricidade X O Reeducação psicomotora
Desenvolvimentista X O Adaptação
Construtivista X Construção do conhecimento
Crítico-superadora X O Transformação social
Crítico-emancipatória Reflexão crítica emancipatória dos alunos
Saúde renovada Melhorar a saúde
Parâmetros curriculares Introduzir o aluno na esfera da cultura corporal de movimento
39- Marque com um X as abordagens pedagógicas que você conhece. 40- De qual tipo de abordagem pedagógica sua aula mais se aproxima? Faça um círculo.
CEAD /Multiusos 1, Bl. B, Ent. B1 14 - Campus Universitário, Brasília-DF – Caixa Postal: 04351, CEP 70919-970. Tels: (0 x x 61) - 349-0996, 273-4299, 307-2048, 307-2049 e 307-2281 - Fax: Ramal 204 e-mail: [email protected]
45
QUESTIONÁRIO
Núcleo: Centro Esportivo Eldorado Formação: Graduação em: Educação Física Pós-graduação em: Treinamento Técnico Desportivo
41- Qual a idade das crianças atendidas pelo seu núcleo? Complete com o número de crianças por cada
faixa etária. (130) 7 – 12 (100) 13 – 15 42- Quais modalidades esportivas são ministradas? Utilize a porcentagem para preencher as alternativas.
Ex.: (25%) futebol (25%) basquete. (50%) futebol (25%) basquete ( ) vôlei (25%) handeboll (10%) outros: Futebol de Areia 43- Como você desenvolve a sua aula? Utilize a porcentagem para dividir. Ex: 25% atividade lúdica,
25%treino técnico, 25% treino tático e 25% jogo propriamente dito. (20%) atividade lúdica (20%) treino técnico (10%) treino tático (50%) jogo livre Observe o quadro
ABORDAGEM
FINALIDADE
Psicomotricidade X O Reeducação psicomotora
Desenvolvimentista X O Adaptação
Construtivista X Construção do conhecimento
Crítico-superadora Transformação social
Crítico-emancipatória Reflexão crítica emancipatória dos alunos
Saúde renovada X O Melhorar a saúde
Parâmetros curriculares X O Introduzir o aluno na esfera da cultura corporal de movimento
44- Marque com um X as abordagens pedagógicas que você conhece. 45- De qual tipo de abordagem pedagógica sua aula mais se aproxima? Faça um círculo.
CEAD /Multiusos 1, Bl. B, Ent. B1 14 - Campus Universitário, Brasília-DF – Caixa Postal: 04351, CEP 70919-970. Tels: (0 x x 61) - 349-0996, 273-4299, 307-2048, 307-2049 e 307-2281 - Fax: Ramal 204 e-mail: [email protected]
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QUESTIONÁRIO
Núcleo: Centro Esportivo Parque Estoril Formação: Graduação em: Educação Física Pós-graduação em _________________________________________
46- Qual a idade das crianças atendidas pelo seu núcleo? Complete com o número de crianças por cada
faixa etária. (X) 7 – 12 (X) 13 – 15 47- Quais modalidades esportivas são ministradas? Utilize a porcentagem para preencher as alternativas.
Ex.: (25%) futebol (25%) basquete. (60%) futebol (30%) basquete ( ) vôlei (10%) handeboll ( ) outros________________ 48- Como você desenvolve a sua aula? Utilize a porcentagem para dividir. Ex: 25% atividade lúdica,
25%treino técnico, 25% treino tático e 25% jogo propriamente dito. ( ) atividade lúdica (30%) treino técnico (10%) treino tático (60%) jogo livre Observe o quadro
ABORDAGEM
FINALIDADE
Psicomotricidade X O Reeducação psicomotora
Desenvolvimentista X Adaptação
Construtivista Construção do conhecimento
Crítico-superadora X O Transformação social
Crítico-emancipatória Reflexão crítica emancipatória dos alunos
Saúde renovada X O Melhorar a saúde
Parâmetros curriculares X Introduzir o aluno na esfera da cultura corporal de movimento
49- Marque com um X as abordagens pedagógicas que você conhece. 50- De qual tipo de abordagem pedagógica sua aula mais se aproxima? Faça um círculo.