a importância de negar-se o serviço militar

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  • 7/30/2019 A importncia de negar-se o servio militar

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    A importncia de negar-se o serviomilitar

    Existe um provrbio russo que diz: Podes desobedecer a teu pai e atua me, mas obedecers ao couro de um asno, ou seja, a um tambor.E este provrbio se aplica literalmente aos homens de nosso tempoque no tem aceitado a doutrina de Cristo, ou que a aceitamdeformada pela Igreja que essencialmente renega todo sentimentohumano, homens que no obedecem outra coisa seno a um tambor.Apenas uma coisa os pode libertar do tambor: a profisso daverdadeira doutrina de Cristo.

    Os povos europeus apreciam trabalhar por estabelecer novas formas

    de vida, elaboradas desde h muito tempo nas conscincias, mas sempre o velho despotismo grosseiro que lhes guia a vida. As novasconcepes da vida no somente no se realizam, como at mesmoas antigas, aquelas que a conscincia humana tem denunciado desdeh tanto tempo -- por exemplo, a escravido, a explorao de unspelos outros em proveito do luxo e da ociosidade; os suplcios e asguerras -- se afirmam a cada dia de uma maneira cruel. A causa queno existe uma definio do bem e do mal aceita por todos oshomens, de maneira que qualquer que seja a forma de vida posta em

    prtica, h de ser sustentada pela violncia.Ao homem pareceu simptico inventar uma forma superior de vidasocial, garantindo, ao seu parecer, a liberdade e a igualdade, mas nopoderia livrar-se da violncia, posto que ele mesmo um violador.

    Qual o efeito disso? Por grande que seja o despotismo dosgovernantes, por terrveis que sejam os males que este despotismodespeje sobre os homens, o homem ligado vida social ter que ver-se sempre submetido a ele. Este homem, ou aplicar sua inteligncia

    para justificar a violncia existente e para encontrar o que mau, ouse consolar pensando que logo encontrar o meio de derrubar ogoverno e de estabelecer outro, to bom, que transformar tudo o queagora mau. E, enquanto espera que se realize esta mudana, rpidaou lenta, das formas existentes, mudana pela qual espera asalvao, obedecer com servilismo aos governos que existem, sejaml quais forem, e quaisquer que sejam suas exigncias. Embora noaprove o poder que, em dado momento, emprega a violncia, noapenas no nega a violncia, nem os meios de empreg-la, comotambm a julga necessria. E, por esta causa sempre obedecer

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    violncia governamental existente. O homem social um violador, einevitavelmente h de ser tambm um escravo.

    A submisso com a qual -- sobretudo os europeus que to orgulhososse mostram da liberdade -- tem aceito uma das medidas maisdespticas, mais afrontosas que jamais teriam podido inventar ostiranos, o servio militar obrigatrio, prova isso mais do que qualquercoisa. O servio militar obrigatrio, aceito sem contradio por todosos povos, sem revolucionar-se, e at com jbilo liberal, uma provaresplandecente da impossibilidade para o homem social livrar-se daviolncia e modificar o estado de coisas existentes.

    Que situao pode ser mais insensata, mais insensvel do que a quese encontra agora os povos europeus que gastam a maior parte de

    seus recursos fazendo os preparativos necessrios para destruir seusvizinhos, homens dos quais nada lhes separa e com os quais vivemna mais estreita comunho espiritual? Que pode haver de mais terrvelpara eles que estar sempre esperando que um louco que se proclameimperador diga algo que possa ser desagradvel a outro loucosemelhante? Que pode haver de mais terrvel que todos esses meiosde destruio inventados a cada dia: canhes, bombas, granadas,metralhadoras, plvora seca, torpedeiros e outros engenhos mortais?Sem embargo, todos os homens, como bestas empurradas pelochicote em direo ao matadouro, iro com docilidade para onde quer

    que lhes enviem, perecero sem sublevar-se e mataro outroshomens sem mesmo perguntar-se porque o fazem, e no apenas nose arrependero disso, como tambm se mostraro orgulhososdessas medalhas que autorizado a carregar por haver matadobastante, e levantam monumentos ao louco desgraado, ao criminosoque lhe obrigou a cometer tais atos.

    Os homens da Europa liberal se regozijam de poder escrever todaclasse de tolices e de divulgar o quanto se gasta nos banquetes, nosencontros, nas cmaras, e se creem completamente livres,semelhante a bois que pastam no pasto do aougueiro acreditandoser completamente livres. Sem embargo, talvez nunca o despotismodo poder tenha causado tantas desgraas aos homens como agora,nem lhes tenha depreciado tanto como hoje. Jamais o descaro dosvioladores e a covardia de suas vtimas alcanou o grau quecontemplamos.

    Quando os jovens se apresentam nos quartis, so acompanhadospelos pais e mes, e se comprometem matar at mesmo eles.

    evidente que no h humilhao nem vergonha que no suportem oshomens da atualidade. No h covardia nem crime que no cometam,

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    desde que isso lhes cause o menor prazer e lhes livre do perigo maisinsignificante. Nunca a violncia do poder e a depravao dosdominados chegou a tal extremo. Sempre houve e h entre oshomens possudos de fora moral algo que considerem sagrado, algoque no cedem por preo algum, algo pelo qual esto prontos asuportar privaes, sofrimentos, at mesmo a morte; algo que notrocariam por nenhum bem material. E quase cada homem, por poucodesenvolvido que seja, o possui. Ordene a um campons russo quecuspa na hstia ou blasfeme o altar e ele morrer antes de faz-lo.Esto enganados, creem que as imagens so sagradas e noconsideram o que verdadeiramente sagrado (a vida humana),consideram a lei uma coisa sagrada que no desobedecem por nada.Mas h um limite submisso, h nele um osso que no se dobra.Mas onde est este osso no civilizado que no se venda como

    escravo ao governo? Qual ser esse algo sagrado que nuncaabandonar?

    No existe; completamente frouxo e se dobra por inteiro. Seexistisse para ele algo sagrado, ento, levando em conta tudo o queh nessa pattica sociedade hipcrita em que vive, esse algo deveriaser a humanidade, ou seja, o respeito ao homem em seus direitos, sua liberdade, sua vida. O que significa isso?

    Ele, o sbio instrudo que nas escolas superiores tem aprendido tudo

    o que a inteligncia humana elaborou antes dele, ele que se colocaacima da multido, ele que continuamente fala da liberdade, dosdireitos, da intangibilidade da vida humana, eleito, revestido de umtraje grotesco, e ordena levantar-se, saudar, humilhar-se, ante todosos que tem um grau a mais no uniforme, ordena prometer que matarseus irmos e seus pais, e estar pronto a fazer todas estas coisas. Anica pergunta que faz quando e como dever passar estas ordens.No outro dia, uma vez livre desses encargos, voltar novamente ecom mais afinco a prdica dos direitos, da liberdade, da intangibilidade

    da vida humana, etc., etc.Exatamente isso! com tais homens que prometem matar a seuspais, que os liberais, que os socialistas, que os anarquistas, que oshomens sociais em geral pensam organizar uma sociedade onde ohomem seja livre! Mas que sociedade moral e razovel pode-seedificar com semelhantes homens? Com semelhantes homens,qualquer combinao que se faa no pode resultar mais que umrebanho de animais dirigidos aos gritos pelos chicotes dos pastores.

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    Este um fardo pesado sobre os ombros dos homens, um fardo queos oprime, e os homens cada vez mais oprimidos buscam umamaneira de livrar-se dele.

    Sabem que unindo suas foras poderiam retirar o fardo e lan-lo fora,mas no conseguem chegar a um acordo sobre a maneira de faz-lo,enquanto isso cada qual se inclina cada vez mais, deixando que ofardo se apoie sobre os ombros dos outros. E o fardo lhes esmagamais e mais, e todos j teriam perecido se no houvesse quem lhesguiasse em alguns atos, no pelas consideraes das consequnciasexteriores dos atos, mas sim pelo acordo do rito com a conscincia.

    Esses homens so os cristos; em vez do fim exterior cujo logro exigeo consentimento de todos, se consagram a um fim interior acessvel

    sem que nenhum consentimento seja necessrio. Nisso est aessncia do cristianismo. Por isso, a salvao do servilismo em que seencontram os homens, impossvel aos homens de ideias socialistas,tem-se realizado pelo cristianismo; a concepo real da vida deve sersuprida pela concepo crist da vida.

    O fim geral da vida no pode ser inteiramente conhecido -- diz adoutrina crist a cada um -- e se apresenta diante de ti unicamentecomo a aproximao cada vez maior, de todos, de um bem infinito; arealizao do reino de Deus, na medida em que tu conheces

    indubitavelmente o objetivo da vida pessoal que consiste em realizarem ti a perfeio maior, o amor necessrio para a realizao do reinode Deus. Este fim, tu conhecers sempre, e sempre factvel.

    Tu podes ignorar os melhores fins particulares exteriores; podemsurgir obstculos entre eles e tu; mas ningum nem nada pode deter aaproximao em direo ao aperfeioamento interior e o aumento doamor em ti e nos outros. Basta ao homem substituir o objetivo exterior,social, embusteiro, pelo nico fim verdadeiro, indiscutvel, acessvel,interior da vida, para em seguida ver cair todas as cadeias quepareciam impossveis de romper, e se sentir completamente livre.

    O cristo rechaa a lei do Estado porque no tem necessidade delanem para ele nem para os demais, posto que julga a vida humanamais garantida pela lei do amor que professa, que pela lei sustentadapela violncia.

    Para o cristo que conhece as necessidades da lei do amor, asnecessidades da lei da violncia no somente no podem ser-lhe

    obrigatrias, como se apresentam diante dele como erros que devemser denunciados e destrudos.

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    A essncia do cristianismo o cumprimento da vontade de Deus queno pode ser possvel pela atividade exterior que consiste emestabelecer e aplicar formas exteriores de vida, a vontade de Deus apenas possvel pela atividade interior, pela mudana da conscincia,e consequente melhora da vida humana. A liberdade a condionecessria da vida crist. A profisso do cristianismo livra o homem detodo poder exterior, e ao mesmo tempo lhe d a possibilidade deesperar o melhoramento da vida que busca em vo pela mudana dasformas exteriores da vida.

    Os homens acham que sua situao melhora graas s mudanasdas formas exteriores da vida, e, sem embargo essas mudanas nemsempre resultam em uma modificao da conscincia.

    Todas as mudanas exteriores das formas que no so consequnciade uma modificao da conscincia, no somente no melhoram acondio dos homens, como com frequncia a agravam. No so osdecretos do governo que tem abolido a matana de crianas, astorturas, a escravido, a evoluo da conscincia humana que temprovocado a necessidade destes decretos; e a vida no melhora empasso mais rpido do que o passo do movimento da conscincia, ouseja, a vida melhora na medida em que a lei do amor ocupa naconscincia do homem o lugar antes ocupado pela lei da violncia.

    Se as modificaes da conscincia exercem um influxo sobre asmodificaes das formas exteriores da vida, isso faz parecer aoshomens que a recproca seria verdadeira, e como mais agradvel emais fcil (os resultados da atividade so visveis) dirigir a atividadesobre as mudanas exteriores, preferem sempre empregar suasforas no em modificar sua conscincia e sim em mudar as formasde vida, e por esta causa, na maioria dos casos, se ocupam no daessncia do assunto mas de sua forma. A atividade exterior intil,mutvel, que consiste em estabelecer e aplicar formas exteriores devida, oculta aos homens a atividade interior, essencial na mudana desua conscincia, que a nica que pode melhorar sua vida. E esteerro o que retarda cada vez mais a melhora geral da vida doshomens.

    Una vida melhor no pode lograr-se sem o progresso da conscinciahumana, e por isso, todo homem que deseja melhorar a vida, devededicar-se a melhorar sua conscincia e a dos demais. Mas isso precisamente o que os homens no querem fazer, ao contrrio,empregam todas suas foras em mudar as formas de vida esperando

    que reportaro uma modificao de conscincia.

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    O cristianismo, e unicamente o cristianismo, livra os homens daescravido em que se encontram na atualidade, e apenas ocristianismo lhes d a possibilidade de melhorar realmente sua vidapessoal e a vida geral. Isto deveria ser claro para todos; mas oshomens no podem aceitar isso enquanto a vida, segundo asconcepes sociolgicas, no for completamente conhecida, tanto noterreno dos costumes, como no terreno das crueldades, e enquanto ossofrimentos da vida social e governamental no forem estudados emtodos os sentidos.

    Com frequncia citado como a prova mais convincente dainsuficincia da doutrina de Cristo, o fato desta doutrina conhecida hdezenove sculos ainda no ter sido aceita e admitida alm de seuformato exterior. Essa doutrina conhecida h muito tempo e ainda

    no um guia para a vida dos homens. Muitos mrtires docristianismo sofreram em vo sem mudar a ordem existente e isso uma clara prova de que tal doutrina no verdadeira nem factvel. oque dizem os homens.

    Falar e pensar assim o mesmo que dizer e pensar que um gro queno d imediatamente flores e frutos, e que se desloca na terra, maue estril.

    O fato da doutrina de Cristo no ser aceita em toda sua importncia

    desde o momento em que apareceu, e no ser admitida alm de umaforma exterior, alterada, era inevitvel e necessrio.

    Uma doutrina que destruiu toda a antiga concepo do mundo eestabeleceu uma nova, no podia ser aceita de imediato em toda suaimportncia, no podia ser aceita alm de seu aspecto exterior edisforme. E, ao mesmo tempo, sua aceitao sob esta forma, foi paraque os homens, incapazes de compreender a doutrina e a via moral,fossem guiados pela mesma via a aceit-la em toda sua verdade.

    Podemos imaginar os romanos e os brbaros aceitando a doutrina deCristo no sentido que agora compreendemos? Ser que os romanos eos brbaros poderiam crer que a violncia levava ao aumento daviolncia, e que as torturas, os suplcios, as guerras no explicam eno resolvem nada, mas que embrulham e complicam tudo?

    A grande maioria dos homens daquele tempo no era apta acompreender a doutrina de Cristo pela via moral. Era necessrio guiar-lhes pela mesma via, pelos meios que mostravam na prtica, que

    cada ciso da doutrina entranhava um mal.

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    A verdade crist em outra poca, mais elevada pelo esprito dosentimento proftico, se converteu em verdade acessvel at mesmopara o homem de esprito mais simples, e em nossos dias, estaverdade se revela a cada um.

    A evoluo da conscincia no se faz por saltos, no descontnua enunca se pode encontrar os limites que separam os perodos da vidada humanidade; e sem embargo, existem, como existem entre ainfncia e a adolescncia, entre o inverno e a primavera, etc.. Se noh uma risca limtrofe, h um perodo transitrio, e o que agoraatravessa a humanidade europeia. Tudo est preparado para apassagem de um perodo ao outro, no falta mais que um impulso querealize esta mudana. E este impulso pode dar-se a cada momento. Aconscincia social nega desde h muito as formas antigas da vida, e

    est pronta a adotar as novas. Todos sabem dela e igualmente asentem. Mas a inrcia do passado, o temor do porvir fazem comfrequncia que o que est preparado h muito tempo na conscinciade todos no torne-se ainda uma realidade, s vezes basta umapalavra para que a conscincia se imponha, e esta fora importante navida comum da humanidade -- opinio pblica -- transformaimediatamente, sem luta e sem violncia, toda a ordem existente.

    A situao da humanidade europeia com o funcionalismo, osimpostos, o clero, as prises, as guilhotinas, as fortalezas, os

    canhes, a dinamite, parece, com efeito, horrvel, mas apenas parece.Tudo isso, todos os horrores que se cometeram, no se baseiam maisdo que em nossa representao. Todas essas coisas, no apenas nodeveriam existir, como tambm deveriam deixar de existir diante doestado da conscincia humana. A fora no est nas prises, nosgrilhes, nos canhes, na plvora, a fora est na conscincia doshomens que aprisionam, constroem, manejam os canhes. E aconscincia desses homens est em luta com a contradio maismanifesta, com a contradio mais temvel, e se v atrada por polos

    opostos. Cristo disse que venceu o mundo, e ele o venceu de fato.O mal deste mundo, apesar de todos seus horrores no mais existe,porque tem desaparecido da conscincia dos homens. E no precisamais que um pequeno impulso para que se destrua o mal, e este dlugar a uma nova forma de vida.

    Nos primeiros tempos do cristianismo, o guerreiro Teodoro foiexecutado por declarar ao seu comando que por ser cristo nopoderia portar armas, seus condenadores o olharam estupefatos,

    considerando-o louco, e no apenas no ocultaram tal ato, comotambm o expuseram reprovao geral.

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    Mas hoje quando na ustria, na Prssia, na Sucia, na Rssia, e emtoda Europa, o nmero de refratrios cresce de uma maneiraconsidervel, esses casos no parecem mais aos potentados comocasos de loucura; mas como atos bem perigosos, e os governos nomais no os lanam execrao geral, mas os ocultam com cuidado,sabedores que os homens se livram de sua escravido, de suaignorncia, no pelas revolues, pelas associaes operrias, peloscongressos da paz, pelos livros, e sim pelo modo mais simples, isto ;que cada candidato a tomar parte na violncia contra seus irmos econtra si mesmo pergunte com assombro: Por qu hei de faz-lo?

    No so as complicadas instituies, as associaes, os julgamentos,etc., que salvaro a humanidade, ser o simples arrazoamento,quando se tornar geral. E pode e deve s-lo logo. A situao dos

    homens de nossa poca semelhante a do homem atormentado porum horrvel pesadelo; o homem v a si mesmo em uma situaoextraordinria, diante de um mal horrvel que avana sobre ele;compreende que aquilo no pode acontecer, mas no consegue detero mal que se aproxima cada vez mais, tomado pelo desespero, e jno limite faz uma pergunta a si mesmo: mas isso verdade?E bastaque duvide da verdade do mal para que em seguida desperte e sedissipe toda a angstia que sofria.

    O mesmo ocorre com este estigma da violncia, da servido, da

    crueldade, da necessidade de participar desta terrvel contradio,entre a conscincia crist e a vida brbara na qual se encontram ospovos europeus. Mas quando despertarem do sonho em que estomergulhados, quando despertarem para a contemplao superior davida revelada pelo cristianismo h mil e novecentos anos, quando estachama queimar por toda parte, repentinamente desaparecer tudoaquilo que to terrvel, como ocorre ao despertar-se de umpesadelo, a alma, a conscincia daquele que sofre esse pesadelo sefartar de satisfao, e at mesmo lhe ser difcil compreender como

    semelhante insensatez pde vir-lhe em um sonho.Bastar despertar um instante desse aturdimento perptuo no qual ogoverno trata de nos manter, bastar contemplar o que fazemos sob oponto de vista das exigncias morais, bastar contemplar o quepedimos s crianas, e o que fazemos aos animais, para horroriz-losde toda a evidncia da contradio em que vivemos. necessrioapenas que o homem desperte do estado hipntico em que vive, quemire sobriamente o que o Estado exige dele para que, no apenasnegue obedincia, mas sinta uma perplexidade e uma indignao

    indizvel do atrevimento de virem at voc com semelhantesexigncias.

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    E este despertar pode produzir-se de um momento para outro.

    Verso em espanhol,Chantal Lpeze Omar Corts (verso em lnguaportuguesa por Railton S. Guedes).

    http://www.antorcha.net/biblioteca_virtual/politica/cristianismo_anarquismo/cristianismo_y_anarquismo.htmlhttp://www.antorcha.net/biblioteca_virtual/politica/cristianismo_anarquismo/cristianismo_y_anarquismo.html