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A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES PRÁTICAS NA FORMAÇÃO DOS
PROFESSORES DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA
Ana Paula Bispo Gauza1
Bruna Ester Dias de Oliveira2
Rafaelle Nazário Viana3
INTRODUÇÃO
O estudo sobre as diferentes práticas pedagógicas vem sendo bastante discutido nas
últimas décadas, considerada por muitos professores, como indispensável para o bom
desenvolvimento do ensino (REGINALDO, SHEID E GULLICH, 2012). Atualmente vê-se
uma grande dificuldade dos educadores em aplicar práticas em sala de aula, pela dificuldade
em desenvolver aulas mais criativas, e materiais que possam contribuir na aprendizagem no
ensino de ciências e biologia no ensino fundamental e médio. Na disciplina de ciências naturais a prática não deveria ser desvinculada da teoria,
sendo importante para a construção do conhecimento (PRIGOL E GIANNOTTI, 2008). De
acordo com Lima e Garcia (2011) atividades práticas podem contribuir para o
desenvolvimento de habilidades importantes no processo de formação do pensamento
científico e auxiliar na fuga do modelo tradicional de ensino, em que o aluno é um mero
expectador e não participa no processo de construção do seu conhecimento. Devem-se
associar as práticas ao conteúdo de maneira que o aluno tenha um conhecimento mais amplo
dos assuntos que estão sendo desenvolvidos em sala de aula (REGINALDO, SHEID E
GULLICH, 2012). Com isso o aluno deve entender a importância de se estudar os conteúdos
apresentados, devendo ser estimulado a ter interesse pelos conteúdos, a escola é um lugar de
formação, o aluno deve ser estimulado a ser um indivíduo crítico sabendo opinar sobre as
mais variadas coisas, os professores devem buscar atender ao pressuposto em questão, é
necessária a reflexão sobre como atingir esta condição, para que o ensino possa contribuir na
construção de uma consciência crítica do educando, especialmente, sobre sua intervenção na
realidade afirmam (PRIGOL E GIANNOTTE, 2008).
Diante disso, é necessário que discentes em estágio de formação conheçam e saibam
como utilizar metodologias de ensino alternativas para minimizar as dificuldades do ensino
aprendizagem que irão encontrar na docência, demonstrando a importância das aulas de
metodologias de ensino na formação profissional do docente (CONDE, LIMA E BAY, 2013).
Torna-se essencial que haja uma mudança no pensamento dos educadores desde sua formação
para que possa haver mudança na postura dos mesmos na educação, daí a importância de
1 Aluna do curso de graduação em Ciências Biológicas do Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná, Ceulji/Ulbra, Email:[email protected] 2
Aluna do curso de graduação em Ciências Biológicas do Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná, Ceulji/Ulbra, Email: [email protected] 3 Professora orientadora Mestre em Genética e Toxicologia Aplicada pela Universidade Luterana do Brasil de Canoas (Porto Alegre). Licenciada em Ciências e Habilitado em Biologia pelo Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná. Docente da área de Zoologia do Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná e Tutora do curso Ciências Biológicas no polo de Ji-Paraná. E-mail: <[email protected]>.
estimular os licenciados a criar novas metodologias práticas para que possam ser trabalhadas
quando estes professores estiverem em sala de aula.
O uso de novas metodologias torna-se fértil por dinamizar a prática de ensinar-
aprender desde o planejamento de ensino, auxiliando no estabelecimento de objetivos, na
inovação de estratégias, até a realização de avaliações coerentes e eficazes (MANFREDO,
2006). A disciplina de metodologias deve oferecer possibilidades para que os professores
ministrem aulas atrativas e interessantes, a partir do conhecimento de diversas opções da
melhor maneira de ensinar (MONTEIRO, CARVALHO E MONTEIRO, 2007).
Ainda sobre a formação de professores, Barreto (2004) afirma que no movimento de
reconfiguração de trabalho e formação docente, há possibilidade da presença das chamadas
“novas tecnologias” ou, mais precisamente, das tecnologias da informação e da comunicação
(TIC). Essa presença tem sido cada vez mais constante no discurso pedagógico,
compreendido tanto como o conjunto das práticas de linguagem desenvolvidas quanto nas
situações concretas de ensino que visam atingir um nível de explicação. O currículo para a
formação de professores também está vinculada ao conjunto de reformas. Portanto há uma
série de regulamentações no âmbito do legislativo, intensificadas no período de 1999 a 2001,
vincula toda e qualquer mudança na qualidade da educação a uma mudança na formação de
professores (LOPES E DIAS, 2003). Acredita-se que a universidade pode contribuir de forma
significativa nessa transição pragmática, ao promover ações que propiciem a construção
coletiva de uma forma nova de interagir e trabalhar com o conhecimento, contribuindo para a
formação de um currículo mais flexível (GEMIGNANI, 2012).
Estima-se com este trabalho apontar a importância de atividades práticas no ensino
de ciências e biologia, e relevar a importância do ensino de metodologias prát icas na
formação de professores de ciências biológicas e como elas contribuem para construção de
novos saberes dos educandos.
METODOLOGIA
Esta pesquisa trata-se de um estudo de revisão bibliográfica sobre a importância das
atividades práticas na formação dos professores de ciência e biologia. Assim como na
maioria dos estudos é exigido que as pesquisas sejam desenvolvidas por meio de fontes
bibliográficas, dessa forma, não há outra maneira de conhecer os fatos passados se não com
base em dados bibliográficos, uma vantagem da pesquisa de revisão bibliográfica reside no
fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito ampla do que
aquela que poderia pesquisar diretamente (GIL, 2002).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através desse estudo é possível dizer à importância que há em se utilizar práticas no
ensino de ciências e biologia durante a formação dos professores, para que estes não venham
ter tanta dificuldade quando forem para sala de aula. O professor utilizando as práticas
durante as aulas, o aluno passa a apreciar as aulas, deixando de ser uma aula monótona,
despertando e estimulando o interesse ao conhecimento. O aluno passa ter predisposição para
aprender de modo significativo (PRIGOL E GIANNOTTI, 2008).
Os educadores encontram certa dificuldade em se aplicar aulas práticas, devido à
disponibilidade de pouco tempo, recursos, e trabalho. Os métodos ativos de ensino
contribuem para o desenvolvimento de diversas formas de avaliação e construção do ensino-
aprendizagem, demonstrando à importância de adequar as metodologias com a necessidade
dos educandos (CONDE, LIMA E BIA, 2013). Para haver mudança no modelo didático
tradicional, vai exigir mudanças didáticas nos currículos, pois estes estão sobrecarregados de
conteúdos insuficientes para a vida profissional do educador (GEMIGNANI, 2012).
Assim o uso de metodologias práticas contribuem no processo de construção do
conhecimento, é preciso haver esse despertamento pelos educadores, buscando estratégias que
mudem a realidade da aprendizagem dos alunos atualmente, o papel da escola constitui-se em
preparar o aluno para diversas situações da vida fazendo necessário à utilização de diferentes
métodos e estratégias para o desempenho do processo de ensino aprendizagem, interligando
os conteúdos abordados emsala de aula às vivências dos alunos (SILVA, MACÊDO,
COUTINHO, RODRIGUES, OLIVEIRA E ARAÚJO, 2009). Também deve haver uma
aproximação da realidade de uma sala de aula para os professores em formação, fazendo com
que estes venham desenvolver suas habilidades e criar novas formas de ensinar contribuindo
para uma mudança nas metodologias utilizadas atualmente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que este trabalho foi de total relevância, para confirmar a importância do
uso de práticas durante a formação dos educadores, da necessidade de se aplicar novas
metodologias em sala de aula, fazendo com que a qualidade do ensino melhore, seguindo a
linha de raciocínio dos autores estudados, é necessário que mais estudos sejam feitos para que
metodologias novas sejam entendidas e aderidas cada vez mais e ressaltando a importância
das práticas realizadas durante as aulas de metodologias para o conhecimento de novas formas
de ensino na formação de professores de ciências biológicas.
REFERÊNCIAS
BARRETO, Raquel Goulart. Tecnologia E Educação: Trabalho E Formação Docente. Educ.
Soc., Campinas, vol. 25, n. 89, p. 1181-1201, Set./Dez. 2004.
CONDE, Thassiane Telles, LIMA,Márcia Mendes de, BAY,Márcia. Utilização De
Metodologias Alternativas Na Formação Dos Professores De Biologia No Ifro – Campus
Ariquemes.Revista Labirinto, ano XIII, n. 18, Jun., 2013. ISSN: 1519-6674.
DIAS, Rosanne Evangelista, LOPES, Alice Casimiro. Competências Na Formação De
Professores No Brasil: O Que (Não) Há De Novo. Educ. Soc., Campinas, Vol. 24, N. 85, P.
1155-1177, Dezembro 2003.
GEMIGNANI, Elizabeth Yu Me Yut. Formação De Professores E Metodologias Ativas De
Ensino- Aprendizagem: Ensinar Para A Compreensão. Revista fronteira da educação.
Recife. v.1, n.2, 2012. ISSN: 2237- 9703.
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4.ed., São Paulo: Ed. Atlas,
2002. 171p. ISBN 85-224-3169-8.
LIMA, Daniela Bonzanini de, GARCIA, Rosane Nunes. Uma investigação sobre a
importância das aulas práticas de biologia no ensino médio. Cadernos Do Aplicação. Porto
alegre, v.24, n.1, jan./jun. 2011.
MANFREDO, Elizabeth Cardoso Gerhardt. Metodologia De Projetos E Formação De
Professores: Uma Experiência Significativa Na Prática De Ensino De Ciências Naturais
Manfredo. Experiências em Ensino de Ciências. Pará, v.1, n.3, p. 45-57, 2006.
MONTEIRO, Adelma Janaina R. de S., CARVALHO, Mariana da C., MONTEIRO, Carlos
Eduardo F.. A Contribuição Das Disciplinas De Metodologia Do Ensino Da Matemática Na
Formação Inicial De Professores. Caderno de trabalhos de conclusão de curso de
pedagogia. V.2, 2007.1. ISSN: 1980-9298.
REGINALDO, Carla Camargo, SHEID, Neusa John, GÜLLICH, Roque Ismael da Costa. O
ensino de ciências e a experimentação. IX Anped sul, p. 13, 2012.
PRIGOL, Sintia , GIANNOTTI, Sandra Moraes. A Importância da utilização de Práticas no
Processo de Ensino-Aprendizagem de Ciências Naturais Enfocando a Morfologia da
Flor.Simpósio nacional de educação XX semana da pedagogia, Paraná, p.12, nov. 2008.
SILVA, Carina Helena da, MACÊDO, Patricia Barros de, COUTINHO, Anderson da,
SILVA, Silva Janaína Cristina da, RODRIGUES, Cynthia, OLIVEIRA, Waleria de Melo
Silva Gilvaneide Ferreira de, ARAÚJO, Monica Lopes Folena. A importância da utilização de
atividades práticas como estratégia didática para o ensino de ciências. Capes, Pernambuco,
p.2, ago.2009.
A DANÇA NA EDUCAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Beatriz Cristina Pereira Moda1
Denilson Gonçalves Moreira Junior1
Susana Maria Mana de Aráoz2
INTRODUÇÃO
A deficiência intelectual é considerada um estado de desenvolvimento mental
interrompido ou incompleto, o que significa que a pessoa pode ter dificuldades em entender,
aprender, e recordar coisas novas, e em aplicar essa aprendizagem a novas situações. Também
conhecida como deficiência intelectual, deficiência de aprendizagem, dificuldades de
aprendizagem, e anteriormente como retardo mental ou limitação mental. (OMS, 2011).
A educação física adaptada tem um papel importante na vida das pessoas com
deficiência intelectual. Nela é realizado o planejamento diferenciado adequando as atividades
rítmicas, jogos e esportes aos interesses, capacidades e limitações dos alunos com deficiência
intelectual. (CIDADE e FREITAS, 2002).
A dança é um dos instrumentos da educação física adaptada e por meio dela a pessoa
com deficiência encontra uma forma de expressar os seus sentimentos utilizando o corpo
como um ato de liberdade pela coreografia podendo ser individual, em dupla ou em grupo, o
importante é a pessoa com deficiência intelectual sentir a música (CIDADE e FREITAS,
2002; SILVA, 2011). Conhecer o conteúdo de publicações atuais sobre trabalhos utilizando
dança, realizados com pessoas com deficiência intelectual para entender qual é o impacto
desse instrumento na educação.
MÉTODOS
Esta é uma pesquisa bibliográfica realizada através de uma revisão de artigos
publicados no ano de 2010 em diante, pela procura na base de dados Google Acadêmico com
as palavras chave deficiência intelectual, deficiência mental, dança.
1 Acadêmica do 7º semestre do Curso de Educação Física – Licenciatura do Centro Universitário Luterano de Ji-
Paraná/RO. E-mail: [email protected].
1 Acadêmico do 5º semestre do Curso de Educação Física – Licenciatura do Centro Universitário Luterano de Ji-
Paraná/RO. E-mail: [email protected]
2 Professora Orientadora do Curso de Educação Física – Licenciatura do Centro Universitário Luterano de Ji-
Paraná/RO. E-mail: [email protected]
RESULTADOS
Na pesquisa realizada foram encontrados quatro trabalhos publicados nos anos de
2010 em diante que são expostos a seguir:
Conforme Ramos (2010) aborda na sua pesquisa bibliográfica, ficou destacada a importância
de atividades artísticas (especificamente a dança) no ensino especial. O autor destaca que a
dança evoluiu como conhecimento científico, sendo considerada como atividade educacional
no âmbito interdisciplinar. A dança na educação especial deve ser uma prática devidamente
planejada não só o senso lúdico e emocional do aluno, mas oferecendo uma prática no seu
rendimento biopsicossocial do aluno.
Fernandes (2012) relata na sua pesquisa de campo, a execução de atividade de dança com 7
alunos, jovens e adultos com Deficientes Mentais/Intelectuais, com idades entre 15 e 29 anos.
O autor conclui que os alunos foram estimulados a desenvolver diversas habilidades, a
consciência corporal e elevação da auto-estima. Observou também que durante as atividades
as pessoas vão se descobrindo se inserindo no meio social e mostrando que são capazes de
realizar atividades antes impensadas. Com a dança foram capazes de cooperarem entre si,
tanto nos momentos de aulas e ensaios, quanto nas suas vidas particulares e com novos
vínculos afetivos.
Para Alves et. al. (2012) na sua pesquisa de campo realizada com alunos com deficiência
intelectual ao longo de três anos em uma escola estadual de Minas Gerais, com observação de
atividades de dança. Os autores destacam que o trabalho favoreceu a prática desportiva,
havendo aperfeiçoamento no desempenho motor, na imagem corporal e na melhoria da
qualidade de vida. Percebe-se uma melhora na estabilidade emocional com diminuição da
agressividade. Os alunos passaram a demonstrar mais iniciativa e maior confiança em suas
atividades escolares assim como desenvolvimento da criatividade fugindo dos modelos
oferecidos criando outros de forma adequada, mostrando ser, mas expressivo tanto emocional
como corporal.
Segundo Sousa e Martins (2014) em sua pesquisa de campo, realizada em pessoas com
deficiência intelectual da Educação de Jovens e Adultos- EJA no decorrer das aulas de dança
em uma escola de São Sebastião, com intuito de incluir a dança como componente curricular
demonstrando assim que esta arte não é aplicada nas atividades regulares. Os autores
concluem a importância que a dança tem como componente curricular na modalidade da EJA
é uma disciplina necessária, possibilitando o desenvolvimento das habilidades corporais tanto
individuais quanto em grupo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho de levantamento bibliográfico relatado mostra que as publicações sobre o
tema são escassas podendo demonstrar que as práticas de desenvolvimento de pessoas com
deficiência intelectual incluem pouco as manifestações de dança, mas as que foram relatadas
mostrar os benefícios que foram obtidos com ela. Benefícios que passam pela melhoria das
aptidões psicomotoras, cognitivas, afetivo-emocionais fazendo com que a dança possa ser
considerada um recurso muito valioso que merece ser melhor explorado.
REFERÊNCIAS
ALVES, F. R. F. et al. Proposta metodológica de dança para crianças com deficiência
intelectual. Revista da Faculdade de Educação Física. Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP), 2012. Disponível em:
<http://conexoes.fef.unicamp.br/ojs/index.php/fef/article/view/902>. Acesso em 03/04/2016.
CIDADE, R. E. A.; FREITAS, P. S. Introdução à educação física e ao desporto para
pessoas portadoras de deficiência. Curitiba: UFPR, 2002.
FERNANDES, R. C. Vivências no ACDEF: Uma análise da dança na Inclusão Social dos
deficientes mentais/intelectuais. Dissertação de Conclusão de Curso de Educação Física.
Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Campina Grande: 2012. Disponível em:
<http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/810/1/PDF%20-%20Raiana%20
Costa%20Fernandes.pdf>. Acesso em 03/04/2016.
RAMOS, E. S. O ensino da dança na educação especial sob a perspectiva
interdisciplinar. Manaus: UEA, 2010. Disponível em:
<http://periodicos.uea.edu.br/index.php/Abore/article/view/435/441>. Acesso em 03/04/2016.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE - OMS. Relatório mundial sobre a deficiência.
São Paulo: 2011. Disponível em:
<http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/44575/4/9788564047020_por.pdf>. Acesso em
11/04/2016.
SILVA, A. C. P. Dança (Inclusiva). O impacto do grupo dançando com a diferença.
Funchal: UMa, 2011. Disponível em <http://hdl.handle.net/10400.13/187>. Acesso em
03/04/2016.
SOUSA, G. F.; MARTINS, I. A. A inclusão da dança como componente curricular para
pessoas com deficiência do primeiro segmento da educação de jovens e adultos - EJA.
Brasília: UnB, 2014. Disponível em:
<http://bdm.unb.br/bitstream/10483/7764/7/2014_GracieleFerreiradeSousa_InesAlmeidaMart
ins.pdf>. Acesso em 03/04/2016.
GEOPROCESSAMENTO COMO FERRAMENTA NO CONTROLE E
MONITORAMENTO DA DENGUE
Carla Caroline Andrade Araújo1
Francisco de Assis Costa2
Marcos RobertoVitória Cristino3
Celso Pereira Oliveira4
INTRODUÇÃO
A dengue configura umsério problema de saúde pública no Brasil, uma doença
infecciosa tendo como transmissor o mosquito Aedes aegypti (NASCIMENTO; PETTA,
2011). Para o combate ao vetor deve-se eliminar os mosquitos adultos e principalmente
criadouros com larvas. Vários fatores contribuem para uma situação epidemiológica
desfavorável, como aumento de utilização de descartáveis, imóveis fechados, terrenos baldios
com acúmulo de lixo e interrupção no fornecimento de água, condicionando a população a
armazenar água sem os cuidados necessários (NASCIMENTO et al. 2009).
O mapeamento de doenças e seus vetores é fundamental para o planejamento e
controle da doença, pois permite identificar áreas com maior intensidade de transmissão, áreas
mais vulneráveis ao vetor e fornecer assim planos de controle(BARRETO-NETO;
COMETTI, 2007).
A aplicação e utilização das ferramentas e técnicas do geoprocessamento na
identificação e análise das áreas de maior de ocorrência de casos de dengue facilitam e
colaboram nas tomadas de decisões dos setores responsáveis no combate ao mosquito
transmissor da doença(CAIXETA; SOUSA, 2007). Através desta revisão busca-se levantar
dados do uso de técnicas de geoprocessamento no controle e monitoramento da dengue.
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão bibliográfica em artigos e periódicos sobre o uso de técnicas
de geoprocessamento no controle e monitoramento da dengue, com base nos trabalhos
deBarreto-Neto e Cometti(2007), Barcelloset al.(2005), Caixeta e Sousa(2007),Nascimentoet
al.(2009) e Nascimento e Petta(2011).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com Barcellos et al. (2005), a partir da identificação de locais com
potencial de transmissão da dengue na cidade de Porto Alegre, foram georreferenciados todos
os imóveis com a presença de larvas e casos confirmados dengue de pessoas que possuíam
endereço fixo ou temporário. A partir desse georreferenciamento foi possível identificar que a
maioria dos casos de dengue estava localizada na parte central da cidade e o vetor nas zonas
sul e leste da cidade. A distribuição desigual entre casos da doença e localização do vetor,
tendo como fator determinante a renda como variável na distribuição espacial da doença. Os
autores ainda destacam a importância de técnicas de geoprocessamento como aliada na
1 Aluna do curso de graduação em Ciências Biológicas doCeulji/Ulbra; [email protected];
2Aluno do curso de graduação em Ciências Biológicas do Ceulji/Ulbra;[email protected]; 3Aluno do curso de graduação em Ciências Biológicas do Ceulji/Ulbra, [email protected]; 4Eng.º. Agrônomo e docente do Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná; [email protected];
identificação de áreas de maior intensidade de transmissão da doença e identificação de áreas
mais vulneráveis ao vetor sendo possível planejar ações de controle.
ParaNascimento e Petta (2011), a partir de umaanálise espaço-temporal de casos de
dengue no Estado do Rio Grande do Norte entre os anos de 2000 a 2004usandotécnicas de
geoprocessamento, através da preparação de um Banco de Dados Georreferenciados,contendo
informações do número de casos de dengue em todo o Estado, associado á dados e técnicas
disponíveis em SIG e simulando a concentração e dispersão da epidemia. Concluíram que o
uso de técnicas de geoprocessamento possibilitam o armazenamento e o tratamento espaço-
temporal do número de casos de contaminação da dengue.
Segundo Barreto-Neto e Cometti (2007), através da identificação dos bairros com
maior ocorrência de dengue na cidade de Vitória-ES, utilizaram imagens do Google Earth e
identificaram áreas mais favoráveis à ocorrência de focos de mosquitos da dengue, como
terrenos e depósitos abandonados, cemitérios e piscinas. Essas áreas quando visitadas,
apresentavam realmente depósitos de água, que poderiam abrigar futuramente o vetor. Os
autores concluíram que as imagens de sensoriamento remoto servem como ferramenta no
controle da doença, possibilitando a identificação de áreas mais propícias a focos de
mosquitos da dengue e consequentemente a maior eficácia nas visitas por agentes de saúde.
CONCLUSÃO
A utilização de técnicas de geoprocessamento aumenta significativamente a eficiência
e alcance da fiscalização no combate á dengue, fornecendo o planejamento e execução das
ações de monitoramento e controle da doença, podendo ser utilizada para tomada de decisão
do poder público.
REFERÊNCIAS
BARRETO-NETO, A. A.; COMETTI, R. R. Sensoriamento remoto como ferramenta auxiliar
no combate à ocorrência de dengue na Cidade de Vitória ES. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO
DE SENSORIAMENTO REMOTO, 13. (SBSR)., 2007, Florianópolis. Anais... São José dos
Campos: INPE, 2007. p. 3733-3738. Disponível em:
<http://urlib.net/dpi.inpe.br/sbsr@80/2006/11.15.15.19.59>. Acesso em: 01 abril de 2016.
BARCELLOS, C.; PUSTAI, A. K.;, WEBER, M. A.; BRITO, M. R. V. Identificação de
locais com potencial de transmissão de dengue em Porto Alegre através de técnicas de
geoprocessamento. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, n 38, p. 246-
250, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v38n3/24003.pdf> Acesso em :
03 de abril de 2016.
CAIXETA, D. M.; SOUSA, F. G. A utilização de ferramentas e técnicas de
geoprocessamento na identificação e análise das áreas de maior ocorrência de casos de dengue
em Goiânia GO. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO,
13.(SBSR)., 2007, Florianópolis. Anais... São José dos Campos: INPE, 2007. p. 2373-2379.
Disponível em: <http://urlib.net/dpi.inpe.br/sbsr@80/2006/11.16.00.40.42>. Acesso em: 01
de abril 2016.
NASCIMENTO, P. S. R.; PETTA, R. A. Uso de Sistema de Informação Geográfica na
dispersão de casos de dengue no Estado do Rio Grande do Norte. In: SIMPÓSIO
BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, 15. (SBSR)., 2011, Curitiba. Anais... São
José dos Campos: INPE, 2011. p. 8421-8428. Disponível em:
<http://urlib.net/3ERPFQRTRW/3A58BGH>. Acesso em: 03 de abril de 2016.
NASCIMENTO, P. S. R.; PETTA, R. A.; FARIAS, D. R. Análise espaço-temporal da
incidência dos casos de dengue no Rio Grande do Norte entre os anos de 2004 e 2007. In:
SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, 14. (SBSR), 2009, Natal.
Anais... São José dos Campos: INPE, 2009. p. 75617568. Disponível em:
<http://urlib.net/dpi.inpe.br/sbsr@80/2008/10.22.13.22>. Acesso em: 04 de abril 2016.
1 Acadêmico do curso de Ciências Biológicas. CEULJI/ULBRA. Fábio Dutra. e-mail: [email protected] 1 Acadêmico do curso de Ciências Biológicas. CEULJI/ULBRA. Elder Marcos. e-mail: [email protected] 1 Acadêmico do curso de Ciências Biológicas. CEULJI/ULBRA. Cinthya Lopes. e-mail: [email protected] 1Acadêmico do curso de Ciências Biológicas. CEULJI/ULBRA. Francisco Araujo. e-mail: [email protected] 1Acadêmico do curso de Ciências Biológicas. CEULJI/ULBRA. Elizangela Hofmann. e-mail: [email protected] ² Professor Engenheiro Agrônomo do CEULJI/ULBRA. Celso Pereira. e-mail [email protected]
A OCORRÊNCIA DE ANIMAIS DE GRANDE E MÉDIO PORTE EM
FRAGMENTOS FLORESTAIS
Fábio Dutra da Silva1
Elder Marcos Viana Novaes1
Cinthya Lopes da Silva1
Francisco Araujo¹
Elizângela Hofmann¹
Celso Pereira de Oliveira²
INTRODUÇÃO
Caracterizada pela perda acelerada de espécies e de ecossistemas inteiros, o
planeta vive uma crise de biodiversidade, que se agrava com a intensificação do
desmatamento nos ecossistemas tropicais, onde se concentram uma maior parte da
biodiversidade mundial (GANEM/ORG. 2010).
A fragmentação das florestas nos diferentes biomas brasileiros pela ação humana
tem resultado na perda de espécies animais e vegetais. Essa interferência traz para os
remanescentes das populações de animais alguns riscos como a diminuição de
alimentos, além do endocruzamento e diminuição da área de vida, entre outros (REIS, et
al. 2003).
Portanto para os mamíferos, a fragmentação de florestas modifica grandemente
sua diversidade e abundância, as mudanças ocorrem mais rapidamente em fragmentos
pequenos se comparado aos grandes (MIRANDA, J. M. D. et al. 2008). Desta forma,
entendendo a biodiversidade, a conservação é uma estratégia para assegurar a
manutenção da fauna e flora brasileira, sendo que 12% da mastofauna do mundo
ocorrem no Brasil, totalizando 652 espécies descritas atualmente (REIS, et al. 2003). O
objetivo deste trabalho é analisar a ocorrência de animais de grande e médio porte em
fragmentos florestais de diferentes biomas brasileiros.
METODOLOGIA
Para a concretização deste trabalho, foi realizada uma revisão bibliográfica na
internet por artigos e obras literárias que abordassem sobre animais de grande e médio
porte em fragmentos florestais de diversos biomas brasileiros.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Os fragmentos mesmo antropizados funcionam como área de refúgio (PRADO,
et al.2008). Segundo Calouro 1999, a pressão de caça e a alteração dos habitats são
apontadas como os principais fatores que afetam a ocorrência de diversos mamíferos,
contudo, analisando os resultados dos levantamentos feitos pelos autores aqui citados,
nota se que há um numero elevado de animais de médio e grande porte que
buscam nestes ambientes refúgios para sua sobrevivência.
No trabalho executado por Rocha e Dalponte, (2006) na região de Nova
Xavantina, MT, sobre a “Composição e diversidade de mamíferos de médio e grande
porte no cerrado do Brasil Central” apontou que apesar da área de estudo ser pequena
(470 ha), foram registrada 29 espécies, portanto isto indica que independente do
tamanho os fragmentos florestais eles desempenham importante papel para a
conservação da mastofauna.
Para Dias et al.(2012), Durante o período de estudo foram registradas 18
espécies pertencentes a 11 famílias de mamíferos observadas nos remanescentes
fragmentos em São Carlos SP, deste total compreende os diferentes grandes grupos
(ordens e famílias) de mamíferos de médio e grande porte ainda encontrados em áreas
naturais e seminaturais. Os registros indicam um número reduzido de indivíduos de
cada espécie, sendo que a maioria registrada pode ser considerada como plásticas, ou
seja, apresenta uma maior capacidade em suportar ambientes perturbados.
Segundo Prado et al.(2012) no seu estudo em um fragmento de Mata Atlântica
em MG, foram registradas 20 espécies de mamíferos silvestres de médio e grande porte
e 3 de pequeno porte, distribuídas em 8 Ordens, sendo elas: dois didelfídeos, dois
pilosas, dois cingulatos, três primatas, sete carnívoros, um artiodáctilo, cinco roedores e
um lagomorfo.
De acordo com os resultados de Calouro (2012) ao estudar Riqueza de mamíferos de
grande e médio porte do Parque Nacional da Serra do Divisor (Acre, Brasil) foram
estimado a existência de 63 espécies e subespécies de grandes mamíferos, conforme
literatura e enquete feita com os moradores, indica que a região apresenta um elevado
grau de conservação.
CONCLUSÃO
Embora os remanescentes florestais estudados sejam áreas pequenas, exercem
papéis importantes na conservação das mastofauna local por servirem de corredores
ecológicos e áreas de refúgio, sendo tais fatores evidenciados pelo número significativo
de espécies encontradas. No entanto tais áreas e espécies presentes podem estar
ameaçadas devido à presença do cachorro doméstico que predam, competem por
alimento e transmitem doenças aos animais silvestres, e as ações antrópicas que além de
diminuir os remanescentes, interferem diretamente nas relações ecológicas, e extinguem
populações de mamíferos importantes na manutenção do equilíbrio ambiental.
REFERÊNCIAS
CALOURO, A. M. Riqueza de mamíferos de médio e grande porte do Parque Nacional
da Serra do Divisor, (Acre, Brasil). Revista Brasileira de Zoologia, v.16 (supl. 2), p.
195- 215, 1999.
DIAS, W. A. F. et AL. Registro de mamíferos de médio e grande porte em dois
fragmentos florestais no município de São Carlos, Estado de São Paulo. Multiciência,
v. 11, p. 277-293, 2012.
GANEM, R. S. Conservação da biodiversidade: legislação e políticas públicas (org.) –
Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2010. 437 p. – (Série memória e
análise de leis; n. 2)
MIRANDA, J. M. D. et al. Morcegos do parque Estadual do Pico do Marumbi
MARUMBI. Curitiba 2008.
PRADO, R. et al. Mamíferos de médio e grande porte em um fragmento de mata
atlântica, Minas Gerais, BrasilRevista Árvore [en linea] 2008, 32 (Agosto)
REIS, N. R. et al. O que é melhor para manter a riqueza de espécies de morcegos
(Mammalia, Chiroptera): um fragmento florestal grande ou vários fragmentos de
pequeno tamanho?. Revista Brasileira de Zoologia, v. 20, n. 2, p. 225-230, 2003.
ROCHA, E. C.; DALPONTE, J. C. Composição e caracterização da fauna de
mamíferos de médio e grande porte em uma pequena reserva de Cerrado em Mato
Grosso, Brasil. Revista Árvore, v. 30, n. 4, p. 669-678, 2006.
1Acadêmicas do do curso de Ciências Biológicas do CEUJI/ULBRA -
[email protected] 2Acadêmicos do do curso de Agronomia do CEULJI/ULBRA- samaramorena@hotmail
[email protected] 3Professor do Curso de Agronomia e Ciências Biológicas do CELJI/ULBRA –
IMPACTOS AO MEIO AMBIENTE QUE ALTERAM A QUALIDADE DA
ÁGUA
Odete Sossai1
Maísa Navarro Oliveira Soares1
Samara Costa da Silva 2
Edgar Wend Corte Filgueir 2
Kaique Ventureli Favoretti 2
Hellyry Kevelim Gomes Fiaux2
Celson Pereira De Oliveira3
INTRODUÇÃO
Cerca de 70% da superfície terrestre é ocupada por água, porém apenas uma
parte muito pequena é disponível para consumo humano. Segundo Merten (2002) a
água doce é um recurso natural finito, cuja qualidade vem piorando devido ao aumento
da população e à ausência de políticas públicas voltadas para a sua preservação. Muitas
substancias podem ser dissolvidas na água.Quando utilizamos o termo "qualidade de
água", é necessário compreender que esse termo não se refere, necessariamente, a um
estado de pureza, mas simplesmente às características químicas, físicas e biológicas, e
que, conforme essas características, são estipuladas diferentes finalidades para a água.
Esta pesquisa pretende discutir os impactos ao meio ambiente que alteram a qualidade
da água, e descrever algumas dasprincipais formas de poluição da água e suas
consequências a população em geral.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi uma revisão bibliográfica através de pesquisa em
revistas eletrônicas em língua portuguesa.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Segundo Costa (2005) os impactos do Meio Ambiente Sócio- econômico, são
divididos em duas partes. A primeira, a infra- estrutura material, que impacta a água, ar
e solo, para atender as necessidades físicas como a alimentação, saúde, saneamento e
habitação. A segunda, super-estrutura social, envolve o institucional, cultural e político
para atender as necessidades da sociedade, como a educação a participação no trabalho
e bem- estar.
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[email protected] 2Acadêmicos do do curso de Agronomia do CEULJI/ULBRA- samaramorena@hotmail
[email protected] 3Professor do Curso de Agronomia e Ciências Biológicas do CELJI/ULBRA –
A gestão do uso da água é um assunto que tem despertado o interesse de
diferentes segmentos da sociedade. Analisar a distribuição da água no planeta, mesmo
com base nas estimativas bastante genéricas, chega-se á conclusão preocupante de que
se trata de um recurso esgotável ( não renovável ) e muito mais escasso do que se pode
imaginar( RESENDE, 2002). Embora o Brasil possua grandes reservas de água de
superfície, algumas regiões já apresentam problemas de escassez hídrica. Essa escassez
decorre, em parte, pela degradação da qualidade das águas, fazendo com que interfira na
disponibilidade dos recursos hídricos. ( BERTOL, 2005)
De acordo com Merter ( 2002), dados do Sistema Único de Saúde (SUS) mostram
que 80% das internações hospitalares do país são devidas a doenças de veiculação
hídrica, ou seja, doenças que ocorrem devido à qualidade imprópria da água para
consumo humano.
Segundo Costa (2005), os danos causados pela ocupação do espaço rural e urbano
provocam significativos impactos ao meio ambiente. Entre eles, a contaminação por
efluentes industriais é decorrente das matérias-primas e dos processos industriais
utilizados, podendo ser complexa, devido à natureza, concentração e volume dos
resíduos produzidos. A legislação ambiental tem estabelecido regras para o lançamento
de efluentes industriais e a tendência é de existir um maior controle sobre esses
poluentes. ( MERTER, 2002)
O comprometimento da qualidade da água para fins de abastecimento doméstico é
decorrente de poluição causada por diferentes fontes, tais como efluentes domésticos,
efluentes industriais e deflúvio superficial urbano e agrícola ( MERTER, 2002). Muitos
processos industriais podem gerar uma série de resíduos tóxicos que são lançados
diretamente em cursos de água ou depositados sobre o solo, podendo assim atingir
águas subterrâneas por infiltração. Assim, a contaminação das águas põe em risco a
saúde das populações humana e animal e o empobrecimento do solo, afeta a economia
das regiões, face a interação que ocorre entre a água e o solo no comprometimento das
suas qualidades ( BERTOL, 2005)
A poluição causada pela agricultura pode ocorrer de forma pontual ou difusa. A
pontual refere-se, por exemplo, à contaminação causada pela criação de animais em
sistemas de confinamento, onde grandes quantidades de dejetos são produzidos e
lançados diretamente no ambiente ou aplicados nas lavouras. Já a poluição difusa é
aquela causada principalmente pelo deflúvio superficial, a lixiviação e o fluxo de macro
poros que, por sua vez, estão relacionados com as propriedades do solo como a
infiltração e a porosidade (MERTER, 2002).
A intensa atividade agrícola desenvolvida sob áreas de mananciais tem causado
preocupação, uma vez que potencializa a vulnerabilidade natural dessas áreas às
contaminações (direta ou indireta) decorrentes das aplicações de agroquímicos (
PESSOA, 2003), que após a aplicação, são arrastados pelas chuvas até atingirem o
curso de água. Os poluentes resultantes do deflúvio superficial agrícola são constituídos
de sedimentos, nutrientes, agroquímicos e dejetos animais( MERTER, 2002).
O aumento da população mundial e a demanda crescente de alimentos têm
1Acadêmicas do do curso de Ciências Biológicas do CEUJI/ULBRA -
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[email protected] 3Professor do Curso de Agronomia e Ciências Biológicas do CELJI/ULBRA –
motivado o uso de grandes quantidades de pesticidas nas plantações (para prevenir ou
combater pragas), visando assegurar maior produtividade. Porém, o uso destes traz
como consequência, os resíduos tóxicos que passam para os alimentos ou para o meio
ambiente (especialmente a água) acarretando grande mortalidade de peixes e aves. As
águas superficiais são contaminadas pela lavagem do solo por enxurradas e pela ação do
vento que carrega o pesticida, ao passo que os lençóis freáticos podem ser contaminados
com a percolação desses compostos. ( SANCHES)
A ocupação e uso do solo pelas atividades agropecuárias alteram sensivelmente os
processos biológicos, físicos e químicos dos sistemas naturais. Desta forma, existe um
consenso geral que a atividade agropecuária rege uma importante função na
contaminação dos mananciais, sendo uma atividade com alto potencial degradador, e
que a qualidade da água é um reflexo do uso e manejo do solo da bacia hidrográfica (
MERTER, 2002)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A água é um elemento essencial à vida, porém a falta dela pode ser fatal ao seres
vivos, e também pode trazer vários riscos à saúde se não for bem cuidada, servindo de
veículo para vários agentes biológicos e químicos, por isso, o homem deve estar atento
aos fatores que podem interferir negativamente na qualidade da água que consome e no
seu destino final.
REFERENCIAS
BERTOL, O.J.; Contaminação Da Água De Escoamento Superficial E Da Água
Percolada Pelo Efeito De Adubação Mineral E Adubação Orgânica Em Sistema De
Semeadura Direta. CURITIBA 2005
COSTA, R. D.; Políticas Ambientais no Setor Siderúrgico e minerário com Ênfase no
Minério de Ferro. 2004.
MERTEN, G. H.; MINELLA, J. P.; Qualidade da água em bacias hidrográficas rurais:
um desafio atual para a sobrevivência futura. Porto Alegre, v.3, n.4, out/dez 2002.
PESSOA, M. C.P.Y. et. al.; Identificação De Áreas De Exposição Ao Risco De
Contaminação De Águas Subterrâneas Pelos Herbicidas Atrazina, Diuron E Tebutiuron.
Curitiba, V. 13, P. 111-122, Jan./Dez. 2003.
SANCHES, S. M.; Pesticidas E Seus Respectivos Riscos Associados Contaminação Da
Água te, Curitiba, v. 13, jan./dez. 2003.
SISTEMAS DE REPRODUÇÃO EM OECEOCLADES MACULATA (LINDL) LINDL.
UMA REVISÃO DE LITERATURA
Rafaela Da Silva Oliveira1
José Artur Nestor Neto¹
Joseane Bessa2
Teófilo Lourenço de Lima3
INTRODUÇÃO
A família Orchidaceae é considerada a maior e mais especializada família dentre as
angiospermas existentes atualmente, contando com cerca de 800 gêneros e 24.000 espécies
(DRESSLER, 2005). Algumas espécies da família são consideradas invasoras de ambientes
perturbados, como é o caso da espécie Oeceoclades maculata Lindl (Lindl). (ACKERMAN,
2007).
Para Ackerman (2007) o sucesso das orquídeas invasoras no ambiente, se deve
principalmente ao sistema reprodutivo, o qual pode variar de apomixia e autogamia a
polinização cruzada obrigatória, obtida com sistemas de polinização por enganação.
Deste modo, o sistema de reprodução, juntamente com os mecanismos de dispersão de
polén e sementes, tem papel central na determinação da estrutura genética espacial e temporal
das populações (HAMRICK, 1983).
Entretanto o sistema de reprodução pode ser afetado por vários fatores ecológicos, tais
como tamanho e densidade da população, densidadede florescimento das árvores, fenologia
deflorescimento, comportamento dos polinizadores, vetor de polinização, entre outros
(MURAWSKI e HAMRICK, 1991). De acordo com Aguiar (2012, 2014) espécies com
ampla distribuição podem apresentar diferenças nos seus sistemas reprodutivos quando
comparadas nos diferentes locais em que ocorrem. Em O. maculata foram encontradas
diferenças quando comparadas populações brasileiras, e de Porto Rico.
Portanto estudos sobre sistema de reprodução auxiliam tanto na conservação genética
de espécies, como no entendimento de seu potencial de invasão e distribuição (RECART et
al., 2013). Neste contexto pretende-se identificar os sistemas de reprodução em Oeceoclades
maculata Lindl (Lindl) a partir de uma revisão de literatura.
METODOLOGIA
Para atingir os objetivos propostos, foi realizado uma revisão da literatura no período
de março a abril de 2016. Apresentando os principais autores que apresentam informações
sobre o sistema de reprodução da espécie Oeceoclades maculata Lindl (Lindl).
1Acadêmicos do 4° período de Ciências Biológicas, Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná 2 Professora da área de Ciências Biológicas, Mestre em Botânica, Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná.
[email protected] 3 Professor, Licenciado em Pedagogia, Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná. [email protected]
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A família Orchidaceae tende a apresentar espécies como sistema de reprodução a
autocompatibilidade. No entanto para que ocorra a autopolinização é necessária a presença de
um vetor de pólen, uma vez que as flores apresentam barreiras mecânicas que dificultam o
sucesso deste sistema reprodutivo. Logo a polinização cruzada é favorecida na maioria das
espécies (VAN DER PIJL e DODSON, 1966, apud KRAHL et al. 2015), no entanto devido a
especialização floral houve uma redução no número polinizadores (TREMBLAY, 1992). E
para suprir a baixa formação de frutos, algumas espécies desenvolveram algum tipo de
polinização abiótica (KRAHL et al., 2015). Como é o caso da Oeceoclades maculata (Lindl.)
Lindl. Deste modo um dos sistemas de reprodução de O. maculata, é a autopolinização,
podendo ser polinizada de maneira passiva, em que por intermédio de gotas chuva, as polínias
se deslocam, e, por meio da torção do estipe, entram em contato com o estigma (AGUIAR et
al.2012). Ou também na ausência da chuva, onde o ocorre a torção do estipe devido ao
dessecamento (González-Diaz & Ackerman 1988).
Em estudos realizados por Aguiar et al.(2012) foi apresentado uma nova forma de
reprodução para a espécie, que é a reprodução cruzada. A qual foi realizada por duas espécies
de borboletas: Heliconius narcaea ethillae Heliconius erato phyllis, em populações brasileiras
de O. maculata. Até então a espécie era considerada autogâmica . Gonzáles-Dias &
Ackerman (1988) afirmam que a planta é autogâmica, sendo a polinização facilitada pela
chuva.
Outro sistema de reprodução que ocorre em O. Maculata é a reprodução vegetativa.
Nesse tipo de reprodução, uma parte, usualmente multicelular, separa-se da “planta mãe” para
dar origem a uma nova planta. Diferentes órgãos estão adaptados à reprodução vegetativa.
Geralmente novas plantas são originadas a partir de caules, tais como estolões, tubérculos,
rizomas e bulbos. Em O. maculata este é realizado por meio do seus pseudobulbos (UENO,
2013).
Apesar das evidencias com relação à polinização cruzada apresentada por Aguiar et al.
(2012), a reprodução vegetativa e autofertilização ainda são os principais sistemas de
reprodução de O. maculata. (UENO, 2013). Para espécies de plantas invasoras, como O.
maculata, deslocar sua estratégia reprodutiva para autogamia, facilita a propagação da espécie
em regiões onde o serviço de polinizadores é altamente variável ou ausente (BAKER, 1955).
Ainda são poucos os estudos identificados para a região Amazônica envolvendo a
biologia floral e polinização em orquídeas (KRAHL, 2013). Com relação à reprodução de O.
maculata, é ainda mais escasso. Dos estudos encontrados, poucos se atentam a explicar como
se dá esse sistema de reprodução vegetativa na espécie, sendo este apenas citado. A maioria
dos estudos analisados se refere à autopolinização. Sendo a polinização cruzada encontrada
em apenas um estudo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desta forma foi possível observar que a espécie Oeceoclades maculata (Lindl) Lindl.
possui até o momento dois principais sistemas de reprodução, a autopolinização e a
reprodução vegetativa, os quais não favorecem a sua variabilidade genética, fazendo com que
haja vários indivíduos clones. No entanto já foi observado a reprodução cruzada, no qual a
troca de gametas promove a diversidade genética da população.
É importante ressaltar que os estudos envolvendo sistemas reprodutivos auxiliam na
compreensão da ecologia da espécie dentro do espaço no qual está inserida.
REFERÊNCIAS
ACKERMAN, James. Invasive orchids: weeds we hate to love?. Lankasteriana, San Juan,
v.7, n.1, p. 19-21. 2007.
AGUIAR, J.M.R.B.V. et al. Biotic versus abiotic pollination in Oeceoclades maculate (Lindl.)
Lindl. (Orchidaceae). Plant Species Biology. San Juan, v. 27, n.1, p. 86-95, 2012.
BAKER H. G. Self-compatibility and establishment after ‘long-distance’ dispersal.
Evolution, v.9, n.3, p. 47–348, 1995.
DRESSLER. R. L. How many orchid species? Selbyana. Micanopy. V. 26, n. 1-2, p. 155-
158, 2005.
GONZALEZ-DÍAZ, N. et al. Pollination, fruit set, and seed production in the orchid
Oeceoclades maculata. Lindleyana. v.3, n.3, p. 150-155, 1988.
HAMRICK, J.L. The distribution of genetic variation within and among natural plant
population. Biol. Conserv. Ser., p. 335-348, 1983.
TREMBLAY, R. L. Trends in pollination ecology of the Orchidaceae: evolution and
systematic. Canadian Journal of Botany. V.70, n.3, p.642-650, 1992.
KRAHL, Amauri Herbert et al. Biologia reprodutiva e polinização em orquídeas: com ênfase
em espécies brasileiras e da região amazônica–uma revisão de literatura. Natureza online, v.
13, n.3, p. 128-133. 2015.
KRAHL A. H. Biologia reprodutiva e polinização de quatro espécies de Orchidaceae em
uma campina e campinarana da Amazônia Central. 2013. Dissertação (Mestrado em
Ciências Biológicas)- Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia –INPA, Manaus.
MURAWSKI, D.A. et al. The effect of thedensity of flowering individuals on the mating
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RECART, W., ACKERMAN, J.D., CUEVAS, A.A. Theregoes the neighborhood: Apparent
competition betweeninvasive and native orchids mediated by a specialistflorivorous weevil.
Biological Invasions, v.15, n.2, p. 283-293, 2013.
UENO, Sueme. Diversidade e estrutura genética de populações de Oeceocladesmaculata
(Lindl.) Lindl. 2013. 75 f. Dissertação (Mestrado em Ciências)- Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicada.
O USO DA ESTATÍSTICA NA ANÁLISE DE DADOS FLORÍSTICOS E
FITOSSOCIOLÓGICOS.
Rafaela Da Silva Oliveira1
Bianka Raiany da Silva ¹
José Artur Nestor Neto ¹
Waldiene Melo Silva¹
Celso Pereira de Oliveira2
INTRODUÇÃO
Durante o século XX a estatística revolucionou a ciência, contribuindo com os
modelos úteis que sofisticaram o processo da pesquisa em direção a melhorias no parâmetro
de investigação (STIGLER, 1986.). No entanto a estatística é muito mais do que um conjunto
de técnicas úteis para algumas áreas isoladas ou restritas da ciência (MATSUSHITA, 2010).
Podendo ser empregada nos diferentes ramos do conhecimento, entre estes as ciências
biológicas (IGNÁCIO, 2012).
Para Stigler (1986) os métodos estatísticos foram desenvolvidos como uma mistura de
ciência, tecnologia e lógica para a solução e investigação de problemas. Aumentando desta
forma o nível de confiança das informações divulgadas pelas pesquisas (IGNÁCIO, 2012).
Na análise de dados florísticos e fitossociológicos, a estatística tem uma grande
importância, tanto na coleta quanto na análise de dados. Podendo ser utilizada para delimitar a
área de pesquisa para realização da coleta de dados, ou na análise destes, utilizando para isso
testes paramétricos e não paramétricos, ou sendo apresentada em forma de índices. Neste
contexto pretende-se identificar artigos relacionados à florística e fitossociologia, que utilizam
diversos parâmetros da estatística, mostrando desta forma o uso da estatística na área de
Ciências Biológicas.
METODOLOGIA
A presente pesquisa consiste em um estudo de revisão literária, realizada no período
de março a abril de 2016, no qual realizou-se uma consulta em artigos científicos sobre a
importância da estatística, e o seu uso na análise de dados florísticos e fitossociológicos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO.
Em levantamentos florísticos é comum o uso da estatística como forma de delimitar a
área de estudo, utilizando para isso parcelas, que é uma unidade experimental, por meio da
qual é possível obter uma melhor representatividade da área de pesquisa. Baitello et al. (1988)
utilizou para o levantamento da vegetação, métodos de quadrantes e de parcelas. A utilização
de dois métodos de levantamento, bem como de parcelas diferentes permite uma rica
discussão sobre a aplicabilidade destes, bem como da comparação dos resultados encontrados
(BAITELLO, 1988).
Entretanto existem outras formas de se utilizar da estatística para análise de dados
relacionados à flora. Como Belo et al. (2013), que devido à natureza dos dados, foram
utilizadas análises estatísticas circulares, para detectar o comportamento sazonal em cada
1 Acadêmicos da área de Ciências Biológicas, Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná. 2 Professor da área de Agronomia, Pós-graduado em Georreferenciamento de imóveis rurais, Centro
Universitário Luterano de Ji-Paraná. [email protected]
espécie, utilizando do software Oriana versão 3.0. Foi utilizado também o teste de Rayleigh,
o qual é usado para verificar se uma população está distribuída uniformemente em torno da
circunferência.
Segundo Reis& Ribeiro (2007) há uma variedade de testes que são utilizados, podendo
ser testes paramétricos ou não paramétrios. Os paramétricos são aqueles que utilizam os
parâmetros da distribuição, ou uma estimativa destes, para o cálculo de sua estatística. Já os
não paramétricos utilizam, para o cálculo de sua estatística, postos atribuídos aos dados
ordenados e são livres da distribuição de probabilidades dos dados estudados.
Em um trabalho realizado por Muniz (2008), a normalidade dos dados foi testada com
os testes Kolmogorov-Smirnov e Lilliefor’s e foi refutada. Como não foi possível atingir
normalidade por transformação de dados, foram utilizados testes não-paramétricos. Já a
comparação entre grupos (estratos, tipos de floresta e mecanismos de dispersão) foi feita com
o teste ‘U’ de Mann-Whitney, e possíveis correlações com a precipitação foram investigadas
utilizando-se Spearman. O teste Mann-Whitney (U) foi utilizado para checar uma possível
diferença sazonal na floração e frutificação.
Talora e Morellato (2000) utilizaram o teste paramétrico Shapiro e Wilks. Como os
dados não mostraram distribuição normal, partiram para o uso da estatística não-paramétrica,
onde foi calculada a correlação de Spearman. Também foi utilizado o teste de Rayleigh (Z)
para distribuição circular, calculando-se as datas médias para a frequência de espécies em
floração, frutificação, queda foliar e brotamento, e a concentração de cada evento em torno
desta data.
A estatística auxilia também na indicação da diversidade e da similaridade de uma
vegetação. Hamaguchi (2009) utilizou em sua pesquisa, o Índice de diversidade e de
equitabilidade de Shannon, para analisar a diversidade florística, e o Índice de similaridade
florística de Sorensen, o qual foi empregado para comparar a composição florística entre
indivíduos adultos e regenerantes.
Seger et al. (2005) para sua análise de dados, também empregou o índice de Shannon,
e o Índice de Similaridade de Jaccard. Sendo estes utilizados para indicar a diversidade
específica e a similaridade florística, respectivamente.
As pesquisas que envolvem apenas levantamento florístico utilizam em maior escala a
amostragem. Ficando os testes, como o de Rayleigh, Shapiro e Wilks, Mann-Whitney (U),
entre outros, e os índices de similaridade e diversidade, utilizados nas pesquisas que além do
levantamento florístico, analisam outros parâmetros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Deste modo é possível observar que são diversas as formas de utilização da estatística
na área de florística e fitossociologia. Sendo mais comum em levantamentos florísticos apenas
o uso de amostragem, no entanto em estudos envolvendo fitossociologia além do uso de
amostragem, há também testes paramétricos ou não paramétricos e Índices de Similaridade e
de diversidade. Estas informações estatísticas a respeito da área de estudo, podem interferir
em qualquer tomada de decisão. Tendo em vista que é a partir da estatística que se conhece a
dimensão dos parâmetros analisados.
REFERÊNCIAS
BAITELLO, João Batista et al. A vegetação arbórea do Parque Estadual do Morro do Diabo,
município de Teodoro Sampaio, estado de São Paulo. Acta BotanicaBrasilica, v. 1, n. 2, p.
221-230, 1987.
BELO, Renata M. et al. Fenologia reprodutiva e vegetativa de arbustos endêmicos de campo
rupestre na Serra do Cipó, Sudeste do Brasil. Rodriguésia, v. 64, n. 4, p. 817-828, 2013.
HAMAGUCHI, Jinny Ohana. Estrutura e composição florística das espécies arbóreas e
arbustivas de uma floresta de igapó no Lago Tupé, Manaus, AM. 2009. Dissertação
(Mestrado)- Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus.
IGNÁCIO, Sergio Aparecido. Importância da Estatística para o Processo de Conhecimento e
Tomada de Decisão. R.P.D, n. 118, p. 175-192, 2012.
MATSUSHITA, R. Y. O que é estatística? Disponível em: <http://vsites.unb.br/ie/est/
complementar/estatistica.htm>.
MUNIZ, Francisca Helena. Padrões de floração e frutificação de árvores da Amazônia
Maranhense. Acta amazônica, v. 38, n. 4, p. 617-626, 2008.
REIS, G. M.; RIBEIRO JUNIOR, J. I. Comparação de testes paramétricos e não paramétricos
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SEGER, Celso Darci et al. Levantamento florístico e análise fitossociológica de um
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Floresta, v. 35, n. 2, 2005.
STIGLER, Stephen M. The history of statistics: The measurement of uncertainty before
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planície litorânea do sudeste do Brasil. Brazilian Journal of Botany, p. 13-26, 2000.
NICHO TROFÍCO: PREFERÊNCIA ALIMENTAR DO LOBO-GUARÁ
Marcelo Martins Ferreira1
Valney Pereira Lopes2
Celso Pereira de Oliveira3
INTRODUÇÃO
O lobo-guará (Chrysocyon. brachyurus) é considerado o maior canídeo da
América do Sul (DIETZ, 1984). Seu peso pode variar entre 20-30 kg com comprimento
corporal atingindo até 160 cm do focinho a ponta da cauda (RODDEN et al, 2004). Suas
pernas são longas e delgadas perfeitamente adaptadas para locomoção em áreas brejosas
e graminhas altas (LANGGUTH, 1975).
O hábitat desse animal e típico de áreas de graminhas altas e ambientes brejosos
(LANGGUTH, 1975). O lobo-guará é restrito as áreas não florestadas da América do
Sul, a distribuição se dá, desde a nascente do Rio Parnaíba no nordeste brasileiro, rumo
ao oeste, no extremo sul da Bacia Amazônica, planalto Central, Pantanal mato-
grossense, até o estado do Rio Grande do Sul, parte do leste do Peru, pelo Chaco
paraguaio, leste da Bolívia e norte e nordeste da Argentina (MEDEL e JAKSIC, 1988).
Segundo Rodrigues (2002) o que leva essa espécie a ter pouca densidade é o
fato de que a característica territorial e grande, precisando de uma área significativa para
cada indivíduo, Faria (2012) complementa que a destruição do cerrado e sua
biodiversidade força o lobo-guará a viver em fragmentos, o que acelera ainda mais o
processo de extinção dessa espécie.
Para a ecologia animal um dos mais importantes aspectos é, a dieta, pois ela tem
influência direta e indireta no comportamento social e reprodutivo da espécie (ROCHA,
2008). O hábito alimentar dentre outros fatores, influência na coexistência entre
espécies simpátricas (ROCHA, 2008). O lobo-guará, (C. brachyurus), é um canídeo
generalista e onívoro, se alimentando de diversos tipos de animais e vegetais (AMBONI
2007). Os alimentos variam frequentemente, podendo ser frutos de palmeira, pequenos
roedores e tatus (BUENO et al, 2002). O objetivo desse trabalho é comparar dados
entre autores em relação a dieta alimentar do lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e
apresentar qual grupo de animal o lobo-guará tem maior preferência a predação.
METODOLOGIA
Usou-se do método dedutivo e a pesquisa bibliográfica. Através da revisão,
principalmente de artigos, encontradas em diferentes instituições, on-line ou por escrito,
se efetivou a elaboração do conteúdo demonstrado.
1Aluno do curso de Graduação do CEULJI-ULBRA. [email protected] 2Aluno do curso de Graduação do CEULJI-ULBRA. [email protected] 3Professor orientador graduado em engenharia agrícola Universidade Federal de Viçosa (UFV), mestrado
pela mesma instituição de ensino em engenharia agrícola e Doutor em sistemas energéticos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Jácomo (1999), através da análise de 1673 fezes, o lobo-guará consumiu 38
itens, agrupados nas seguintes categorias: mamíferos (26.4%), aves (11,2%), répteis
(3,1%), insetos (1,6%), ovo (0,2%), dentre esses itens, os grupos com maior frequência
foram pequenos roedores com (24%) e aves da família Tinamidade (8,2%), O restante
da dieta alimentar e suplementada através de origem vegetal.
Cheida (2005), através das análises de 200 amostras fecais em uma área do
estado do Paraná, município de Telêmaco Borda, na Fazenda Monte Alegre (FMA),
verificou que 38,90% da sua dieta alimentar e composta por origem animal, e dentre os
grupos com maior porcentagem estão: pequenos roedores (11,17%), em destaque a
subfamília de Sigmodontinae (10,62%), os repteis com (3,45%), principalmente os
Colubridade (1,17%) e aves (3,17).
No trabalho de Rodrigues (2002), na Estação Ecológica de Águas Emendadas
(ESECAE) o total de amostras analisadas foram 328 amostras fecais de lobo-guará (C.
brachyurus) e foi identificado 901 itens alimentares, 40% sendo de origem animal e
60% de origem vegetal, dos grupos animal com maior porcentagem estão os Pequenos
mamíferos com 16,7% do total de itens e o grupo dos Xernarthra 6,7%.
Modesto & Gouveia (2010), verificaram 55 amostras fecais e observaram um
maior porcentual nos itens de origem animal no grupo dos roedores 29,1%. Amboni
(2007), no Parque Nacional da Serra da Canastra (PNSC) coletaram 360 amostras fecais
entre os anos 2005 a 2006, dos itens animal encontrados respectivamente são de:
Répteis, Aves, Tatus e Pequenos Mamíferos, dentre esses o grupo de pequenos
mamíferos obteve a maior porcentagem de biomassa, tanto na estação seca com 82% e
na estação chuvosa 62% da origem animal.
CONCLUSÃO
De acordo com esta revisão os dados demonstram que o lobo guará, apesar de
ser um canídeo generalista, apresenta uma maior preferência alimentar pelo grupo dos
peguemos mamíferos roedores, mostrando sua grande importância na cadeia alimentar.
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