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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO E NO SUCESSO PROFISSIONAL GRAZIELE MELO MOREIRA Orientadora: Professora Ana Claudia RIO DE JANEIRO 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE DE

TRABALHO E NO SUCESSO PROFISSIONAL

GRAZIELE MELO MOREIRA

Orientadora: Professora Ana Claudia

RIO DE JANEIRO

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO

E NO SUCESSO PROFISSIONAL

Monografia apresentada ao curso de Pós Graduação em Finanças e Gestão Corporativa.

Orientadora: Professora Ana Claudia

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho especialmente a meu marido e minha filha, devido a minha

ausência durante o período de aula em casa e de conclusão desse trabalho. À minha mãe e minha irmã que me deram forças e apoio para a conclusão do

curso.

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MENSAGEM

“O único homem que comete erros é aquele que nunca faz coisa alguma”.

“Não tenha medo de errar, pois você aprenderá a não cometer duas vezes o

mesmo erro” (AUTOR: ROOSEVELT).

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RESUMO

Este estudo tem como finalidade explicar e aplicar a função de motivação

dentro de uma organização para melhorar a produtividade dos funcionários. As

organizações vêm exigindo cada vez mais um novo estereotipo de trabalhador.

Esse novo homem não somente se debate com a difícil arte de viver bem, mas se

depara também com a necessidade de acompanhar os constantes avanços

tecnológicos, além de enfrentar o desafio de estar sempre a par de uma imensa

carga de informações. Ser um bom profissional (no sentido tradicional de

eficiência, disciplina e etc..) já não e suficiente para se manter um emprego, é

preciso algo a mais, que inclui a própria capacidade de renovar seu

conhecimento. Por isso e pela necessidade de se mostrar disposto, satisfeito e

constante inovação para seu bom desempenho de trabalho, é necessário estar

sempre motivado, pois toda pessoa motivada, se caracteriza por algo a mais,

impulsionando o desejo de fazer o melhor, inovar, criar novas condições.

O processo que envolve a motivação organizacional é um processo

cíclico, continuando o que sempre funciona em direção a um determinado

propósito da organização. Por isso é necessário que os colaboradores estejam

sempre estimulados a crescer, a alcançar metas junto a organização, executando

assim, um melhor trabalho e relacionamento atingindo os objetivos da melhor

maneira possível.

Palavras Chave: Organizações, reconhecimento, motivação,

produtividade, inovação e Funcionários (colaboradores).

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... ... 7 1. O CONCEITO DO TRABALHO .......................................................................... 9 2. MOTIVAÇÃO ................................................................................................... 10 2.1. Teorias da Motivação ........................................................................................ 11 2.2. Terias das Necessidades ...................................................................................................... 12 2.3. Teorias da Fixação por Objetivos ....................................................................... 13 2.4. Teorias ERG .................................................................................................... 14 2.5. Teorias da Expectativa ...................................................................................... 15 2.6. Teorias dos Dois Fatores ................................................................................... 16 2.7. Teorias da Equidade ......................................................................................... 17 3. HIPÓTESES SOBRE MOTIVAÇÃO ................................................................ 18 4. BASES MOTIVACIONAIS NO TRABALHO .................................................... 20 4.1. Tópicos importantes para Motivação no Trabalho ................................................. 21 4.2. Lidando com as Mudanças ................................................................................ 22 5. CICLOS DA MOTIVAÇÃO ............................................................................... 24 6. A MOTIVAÇÃO NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL ................................... 27 7. APLICAÇÕES .................................................................................................. 27 7.1. Administrações por Objetivos ............................................................................. 27 7.2. Programas de Reconhecimento dos Funcionários ................................................ 27 7.3. Programas de Envolvimento dos Funcionários ..................................................... 27 7.4. Novo Planejamento de Trabalho e esquemas Flexíveis .......................................... 28 7.5. Programas de Variação Variável ......................................................................... 29 7.6. Planos de Remuneração por Habilidades ............................................................ 29 7.7. Benefícios Flexíveis .......................................................................................... 30

8. A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NO DESEMPENHO DOS FUNCIONÁRIOS ................................................................................................. 30 8.1. Fatores Motivacionais que Contribuem para o Alcance dos Resultados ................... 31 9. PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA SE VIVER FELIZ E MOTIVADO .................... 33

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 35 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS .............................................................. 38

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Introdução

Com base nos estudos feitos, pode-se dizer que motivação é o resultado

da interação individuo com a situação real que ele vive diariamente. A motivação

é multifatorial e que varia de individuo para individuo.

Motivação é o processo responsável pela intensidade, direção e

persistência dos esforços de uma determinada pessoa para que ele alcance seus

s objetivos.

A motivação de um indivíduo não se concentra somente em aumento de

salário, mas também em reconhecimento pessoal pelo trabalho exercido.O

pesquisador conceitua a motivação como um processo pelo qual um conjunto de

razões que incentiva, estimula algum tipo de ação no comportamento das

pessoas. Ele acredita que a motivação é um grande fator responsável pelo

crescimento de uma organização, devido aos esforços, a persistência que o

funcionário motivado tem de alcançar suas metas e objetivos dentro da empresa.

Revisão de Literatura

Segundo ROBBINS (2002) muitas pessoas entendem, incorretamente,

que a motivação é um traço pessoal, ou seja, alguns têm outros não. Na vida

prática, os executivos pouco experientes frequentemente rotulam seus

funcionários desmotivados como preguiçosos. Este rótulo presume que o

indivíduo é sempre preguiçoso ou desmotivado. Nosso conhecimento sobre

motivação nos diz que isso não é verdade. O que se sabe é que a motivação é o

resultado da interação do indivíduo com a situação. Obviamente, as pessoas

diferem quanto às suas tendências motivacionais básicas.

A mudança na motivação é causada pela situação. Logo, deve-se ter em

mente, enquanto se analisa a motivação, que seu nível varia tanto entre os

indivíduos como dentro de cada indivíduo dependendo da situação. Motivação é o

processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de

uma pessoa para o alcance de uma determinada meta.

Para CHIAVENATO (1992 p. 165) “O bom desempenho depende de quão

motivado está o empregado. Em termos de comportamento, a motivação pode ser

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conceituada como o esforço e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo

ou alcançar algo”.

CHIAVENATO (1992) explica que a motivação é intrínseca e individual e

se manifesta de acordo com as necessidades de cada indivíduo, que podem ser

desejos, aspirações, objetivos individuais ou motivos. Essas necessidades são

determinadas pelas características biológicas e psicológicas individuais que são

afetadas por suas experiências e aprendizagens.

Para MASLOW (1999), as necessidades estão organizadas em forma de

pirâmide em grau de importância. De acordo com a figura abaixo, da base para o

topo, estão descritas as necessidades fisiológicas, de segurança, sociais, de

estima e finalmente de auto-realização, onde quanto mais baixa a necessidade

for, mais recorrente também será, enquanto as que se encontram mais no ápice

da pirâmide serão mais sofisticadas e intelectualizadas, conforme demonstrado

na figura 1.

Figura 1 – Pirâmide das Necessidades de MASLOW.

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Dentre diversas teorias de motivação o pesquisador escolheu falar da

Teoria das necessidades, Teoria da fixação por objetivos, Teoria do reforço, e

Teoria da expectativa.

1 - O Conceito do Trabalho

Considerado em sua mais ampla acepção, o trabalho pode ser concebido

como o exercício da atividade humana, quais quer que sejam a esfera e a forma

sob as quais essa atividade seja exercida. Muitos autores, ao conceituá-lo,

enfatizam o fato de que também os animais, a seu modo, o realizam, mas o

trabalho animal, como o das formigas ou das abelhas, é produto de

comportamentos instintivos, enquanto o que caracteriza o trabalho humano é a

adaptação a situações imprevistas e a fabricação de instrumentos, bem como o

fato de ele ser consciente e proposital, na medida em que o resultado do

processo existe previamente na imaginação do trabalhador. (BRAVERMAN,

FRIEDMANN, apud KRAWULSKI, 1991).

a) Características e aspectos principais

Como toda ação humana, o trabalho, normalmente, tem seu ponto de

partida na insatisfação. A extração, criação, produção ou transformação dele

decorrentes ocorre porque há uma privação, uma necessidade, cuja satisfação é

um passo em um processo de sucessivas necessidades.

A necessidade é a mais evidente das características do trabalho,

apontada pelos autores que o conceituam quase que justificando sua existência.

Dentro desse entendimento, o homem trabalha porque precisa, para garantir sua

sobrevivência, como afirma SÁVTCHENKO, citado por KRAWULSKI (1991, p.13):

“... o trabalho é um companheiro inseparável do homem, pois ele é uma

necessidade objetiva da sua vida”.

Alguns estudiosos assinalam outras características marcantes do

trabalho: a organização, em um quadro social, da relação do homem com a

natureza. MARX analisou vigorosamente essa relação na atividade de trabalho,

pois, para ele, antes de tudo, o trabalho é um ato que se passa entre o homem e

a natureza. Para a maioria dos economistas liberais, a principal característica do

trabalho, como comportamento essencialmente humano, é a sua utilidade,

aspecto que se faz presente a partir do momento em que passa a ser visto como

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fator de produção, ao lado da natureza e do capital e, consequentemente, como

criador de riquezas.

Objetivos do trabalho

Além de propiciar a realização do homem como ser biológico, o trabalho

traz, em seu bojo, outro objetivo, qual seja, o de favorecer essa realização no

nível espiritual psicológico. Para o alcance desse segundo objetivo, contudo, é

necessário que o trabalho seja simultaneamente meio e fim: meio, na medida em

que o seu produto provê a subsistência individual e a produção social; e fim,

enquanto puder proporcionar, em algum grau, a auto realização e o crescimento

dos indivíduos como seres humanos.

2 – Motivação

Há alguns anos o trabalhador importava-se em apenas receber seu

salário mensal corretamente. Analisando as novas gerações pode-se perceber a

complexidade dos novos valores sociais criados em torno das atividades

profissionais. Hoje se busca flexibilidade, prazer, bons relacionamentos e

visualização de crescimento profissional no ambiente de trabalho, utilizando o

salário apenas como medida de desempenho. Portanto, houve um processo de

mudança nos valores motivacionais dos trabalhadores, fazendo-se necessário

uma análise das novas necessidades surgidas nesta geração.

Se observarmos as pessoas trabalhando torna-se evidente seus

diferentes estilos e hábitos de trabalho. Porém, o bom desempenho requer muito

mais do que simplesmente aptidões e habilidades.

Requer também motivação para trabalhar. A motivação é um dos

inúmeros fatores que contribuem para o bom desempenho nas organizações.

A razão pela qual da ênfase tão insistentemente a motivação é que ela

é mais facilmente influenciável do que as demais características das pessoas

como os traços de personalidade, aptidões, habilidades e outros.

Para CHIAVENATO (1994, p.165),

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"há muita literatura escrita sobre as características comportamentais típicas do funcionário motivado e mais ainda sobre a enorme pesquisa sobre a motivação. Mas, não existem ainda conclusões cientificamente corretas sobre o assunto. As ciências humanas carecem do rigor e do determinismo das ciências físicas".

Na realidade, funcionários motivados são avidamente procurados pelas

organizações. Mas são ainda criaturas raras. E a ação organizacional nem

sempre cria condições motivacionais suficientes para melhorar a qualidade de

vida das pessoas e trazer interesse e satisfação no trabalho.

Ainda não se sabem bem ao certo distinguir o que é causa e o que é

efeito no comportamento motivado. E também ainda, não se descobriu se o

comportamento é causado por fatores intrínsecos ou extrínsecos ao individuo ou

ao grupo.

As teorias de conteúdo procuram explicar quais fatores agem sobre as

pessoas para mover seu comportamento e responder à pergunta: - Quais

recompensas são eficazes?

As primeiras hipóteses sobre o conteúdo da motivação foram propostas

pelos filósofos gregos, nas discussões sobre o conceito de felicidade. Veremos a

seguir, algumas hipóteses.

2.1 – Teorias da Motivação

As nossas ações implicam muitas vezes em escolhas e são

frequentemente permanentes. Procuramos alcançar metas e podemos fazê-las

energeticamente ou sem muita determinação, motivação e a palavra que designa

esse processo comportamental.

Motivação consiste, pois, no conjunto de forças internas que mobiliza o

individuo para atingir um dado objetivo, como resposta a um estado de

necessidade, carência ou desequilíbrio.

E o processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos

esforços de uma pessoa para alcance de uma determinada meta. A palavra

motivação vem do latim movare, que significa “mover”. É então, aquilo que é

suscetível de mover o individuo de leva ló a agir para atingir algo.

As principais teorias de motivação, do ponto de vista do pesquisador e de

alguns autores, são analisadas a seguir para que se possa posteriormente

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verificar a possibilidade de integração destas escolas e analisar os caminhos

preferenciais dos líderes nas organizações, quando buscam criar um ambiente

que motive sua equipe.

2.2 – Teorias das Necessidades

Pode-se dizer que essa teoria faz com que os indivíduos, busquem suas

realizações pessoais, façam com que elas busquem sempre desafios, puxem

responsabilidades para si próprias, gostam de influências os outros e vê o status

como necessidade para a satisfação pessoal, onde muita das vezes, esse tipo de

comportamento prejudicam o seu desenvolvimento.

Dentre essas teorias, podemos citar três especificas necessidades

segundo DAVID MCHELLAND (2005 p.138).

• Necessidade de realização - São pessoas que estão sempre em

busca do sucesso.

• Necessidade do poder – Pessoas que necessitam de poder para

ser motivado

• Necessidade de associação – Pode-se dizer que essa

necessidade é bem diferente das já citadas, são indivíduos que buscam

integração social e não estão atrás da competitividade.

Essa teoria foca nas necessidades que uma pessoa tem de estar sempre

precisando ser motivada, pois ela acredita que mesmo que seja impossível

satisfazer todas as necessidades de um indivíduo, quando ela é substancialmente

satisfeita acaba perdendo-se a motivação.

“Assim, de acordo com MASLOW (2005) ‘para motivar alguém é preciso

saber em que nível de hierarquia a pessoa se encontra no momento e focar a

satisfação naquele nível ou no patamar imediatamente superior”.

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2.3 – Teorias da fixação por objetivos

Esta teoria parte do princípio de que as pessoas concentram seus esforços

em direção a objetivos, de modo que o estabelecimento de metas energiza um

indivíduo, dirigindo seus pensamentos para uma finalidade (CAVALCANTI, 2005).

As metas têm de possuir algumas características que podem provocar

maior nível de motivação: devem ser aceitáveis, de modo que façam sentido para

os indivíduos e não entrem em conflito com os seus valores pessoais. Estabelecer

metas com o envolvimento dos funcionários torna mais provável sua aceitação,

gerando maior comprometimento. As metas também devem ser desafiadoras,

mas possíveis de serem atingidas; devem também ser específicas e, se possível,

quantificáveis e mensuráveis. Definir especificamente o que se espera de um

funcionário tende a produzir mais resultados do que demandar que ele dê o

máximo de si (CAVALCANTI, 2005).

A premissa subjacente à teoria das metas é que o comportamento é

regulado por valores e metas. Valor é a crença em algo muito importante para o

indivíduo, como a dignidade do trabalho ou a honestidade. Os valores criam nos

indivíduos o desejo de se comportar coerentemente com eles. Se um executivo

valoriza a honestidade, ele irá estabelecer uma meta de tentar contratar somente

empregados honestos para Edwin Locke (apud ROBBINS, 2004) a intenção de

lutar por um objetivo é a maior fonte de motivação no trabalho e, segundo Locke e

Latham (1990) aproximadamente 400 estudos (a maioria experimental)

demonstram que metas específicas, e difíceis levam para um melhor desempenho

do que metas específicas, fáceis, vagas (como “faça o seu melhor”) ou a própria

ausência de metas, confirmando positivamente a importância dos objetivos. Esta

teoria tem sido particularmente útil para a compreensão de como e por que as

pessoas se comprometem com objetivos e deixou mais claro o modo pelo qual a

participação e as recompensas extrínsecas afetam os objetivos de desempenho

que os indivíduos estabelecem (LAWLER, 1997).

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2.4 – Teorias ERG

Clayton Alderfer propõe uma teoria sobre motivação que muito se

assemelha ao modelo de Maslow, conhecida pelo nome de teoria ERG –

Existência, Relacionamento e Crescimento. Na sua proposta, ele diminui a

hierarquia de Maslow, condensando as necessidades de auto-realização e estima

em crescimento (Growth), dando ao afeto o nome de Relacionamento

(Relatedness) e às necessidades fisiológicas o nome de existência (Existence)

(HAMPTON, 1992).

Na definição de Alderfer & Schneider (1973, pg. 490), estas três

necessidades são assim conceituadas:

• As Necessidades de Existência incluem todas as necessidades

psicológicas e materiais, por exemplo, fome e sede assim como outras

necessidades materiais como o pagamento de salário relacionado ao trabalho e a

segurança física. As Necessidades de Existência são caracterizadas

primeiramente pelo objetivo de obter bens materiais que garantam a subsistência

e secundariamente por uma satisfação pessoal ligada a competição por recursos

limitados, sendo que a satisfação vem das frustrações de outras pessoas em

conseguir estes recursos.

• As Necessidades de Relacionamento dizem respeito ao desejo que

as pessoas têm de ter relacionamentos com outras pessoas e que estes

relacionamentos se caracterizem por um compartilhamento mútuo de idéias e

sentimentos. A necessidade básica relacionamento é diferente da necessidade

de existência porque ela não pode ser satisfeita sem mutualidade. Para todas as

partes envolvidas em um relacionamento, sua satisfação (e frustração) tende a

ser correlacionadas.

• As Necessidades de Crescimento incluem o desejo de uma pessoa

de ter uma influência criativa e produtiva sobre si mesmo e sobre o ambiente em

que vive. A satisfação da necessidade de crescimento ocorre quando uma pessoa

engaja em problemas para os quais necessita utilizar plenamente suas

capacidades e desenvolver novas capacidades. “O senso psicológico que uma

pessoa tem para preencher suas necessidades de crescimento é de uma maior

totalidade ou inteireza como ser humano.”

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Assim como Maslow, Alderfer sugere que esses três objetivos existam

também numa relação seqüencial, vindo assim, sucessivamente: necessidades

de existência, que englobam tanto as necessidades básicas fisiológicas como as

de segurança; as necessidades de relacionamento, que dizem respeito a ser

significativo e lograr bom relacionamento pessoal; finalmente as necessidades de

crescimento entendido como as de mais alto nível que incluem a auto-estima e a

auto-realização (BERGAMINI, 1997).

Diferente da teoria das necessidades de Maslow, mais de uma

necessidade pode estar ativa ao mesmo tempo; se uma necessidade de nível

mais alto for reprimida, o desejo de satisfazer outra de nível mais baixo

aumentará. A teoria ERG não segue uma estrutura rígida. Por exemplo, uma

pessoa pode estar trabalhando em seu crescimento pessoal mesmo que

necessidades de existência ou de relacionamento não tenham sido atingidas. Ou

as três categorias podem estar operando simultaneamente (ROBBINS, 2004). De

uma maneira geral, a Teoria ERG é um aprimoramento da Teoria de Maslow, pois

ao diminuir a rigidez das hierarquias das necessidades, ela torna-se mais

universal, adequando os conceitos de necessidades às especificidades culturais

de diferentes países. Por exemplo, algumas culturas priorizam as necessidades

de relacionamento, em relação às necessidades de crescimento.

2.5- Teorias da expectativa

Essa teoria acredita que um indivíduo age de acordo com o que ele

espera de retorno. Ele é motivado pelo que acha que vai receber perante seu

desempenho, um aumento, um benefício ou até mesmo uma promoção.

Segundo STEPHEN P. ROBBINS (2005 p.148) essa teoria enfoca três

relações:

• Relação esforço-desempenho - Nesse caso o funcionário

acredita que um alto grau de esforço terá uma melhor

avaliação de desempenho.

• Relação desempenho-recompensa - Já nesse, ele tendo

bom desempenho acredita estar o levando para um resultado

esperado.

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• Relação recompensa / metas pessoais - E nesse caso

como ele atingiu um resultado esperado acredita merecer

uma promoção.

2.6 – Teoria dos Dois Fatores

Esta teoria divide os fatores de motivação em higiênicos e motivadores,

sendo que os higiênicos abrangem todos os benefícios oferecidos pela empresa,

tais como: ambiente de trabalho, relacionamento com os superiores, segurança

no emprego, benefícios sociais e salário, que são vistos como fatores que podem

gerar insatisfação e, quando estes fatores estiverem apropriados, as pessoas não

ficarão insatisfeitas. Já os fatores motivadores, que estão relacionados com o

cargo ocupado pelo empregado e abrange: reconhecimento e oportunidade de

progresso profissional, responsabilidade e realização e levam os funcionários de

estados de não-satisfação ao estado de satisfação (PONTES, 2002). O Quadro,

demonstrado a seguir apresenta o modelo de Herzberg.

Herzberg foi um ferrenho defensor da motivação intrínseca, enfatizando

as limitações das recompensas e castigos extrínsecos. Sua proposição é a

motivação pelo próprio trabalho, a ser conquistada através do enriquecimento do

cargo (VROOM, 1997). Para Herzberg (1997), o enriquecimento do cargo é a

forma de aumentar a satisfação do funcionário, pois este enriquecimento oferece

a oportunidade de crescimento psicológico do funcionário. É uma proposição que

não dever ser implantada de uma só vez, e sim de forma contínua. As mudanças

iniciais devem durar um período bastante longo e devem impulsionar o cargo para

cima, até o nível do desafio da habilidade contratada. Os que têm habilidade

ainda maior poderão demonstrar melhor esta habilidade e conseguirão

promoções para postos mais elevados.

As maiores contribuições da Teoria dos dois Fatores para a compreensão

da motivação para o trabalho foram: a possibilidade de o funcionário ter maior

autonomia para realização e planejamento de seu trabalho, a valorização dos

processos de enriquecimento de cargos e uma abordagem diferenciada sobre

papel da remuneração sobre a motivação para trabalho.

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2.7 – Teorias da Equidade

De acordo com a Teoria da Eqüidade, cada pessoa tenderia a comparar

aquilo que lhe é oferecido como recompensa pelo seu desempenho com aquilo

que foi oferecido a pessoas semelhantes a ele. Nesta comparação, está implícita

a busca de um tratamento justo, ou, como colocam os teóricos, a busca da

eqüidade (BERGAMINI, 1997). Na interpretação de Robbins (2002), os

funcionários fazem comparações entre o seu trabalho - as entradas (esforço,

experiência, educação, competência) e os resultados obtidos (remuneração,

aumentos, reconhecimento) - e as entradas e resultados dos outros. Quando eles

percebem que as relações são desiguais, eles experimentam uma tensão de

eqüidade. Esse estado de tensão negativa oferece motivação para uma ação

corretora (ADAMS apud ROBBINS, 2002).

Conforme propõe Adams (apud BERGAMINI, 1997), aqueles que

contribuem mais para uma organização também esperam receber mais em

termos de recompensa. Nesse sentido, a teoria da eqüidade fornece orientações

úteis para que se possam compreender os diferentes tipos de relacionamento

social no ambiente de trabalho. Ela se baseia essencialmente na comparação,

implicando necessariamente na existência de um ponto de referência para que

esta comparação seja realizada. Robbins (2002) afirma que, de acordo com a

teoria da eqüidade, quando o trabalhador percebe uma injustiça, espera-se que

ele faça uma destas seis escolhas:

1. “Modificar suas entradas (fazer menos esforço)

2. Modificar seus resultados (por exemplo, funcionários que recebem por

peça produzida podem aumentar seus rendimentos produzindo mais peças com

menos qualidade).

3. Distorcer sua auto-imagem (por exemplo: “eu achava que trabalhava

em um ritmo moderado, mas agora percebo que trabalho muito mais do que os

outros”).

4. Distorcer a imagem dos outros (por exemplo: “o trabalho de Mike não é

tão interessante quanto pensei que fosse”).

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5. Buscar outro ponto de referência (por exemplo: “posso não estar

ganhando tão bem quanto meu cunhado, mas certamente mais do que meu pai

ganhava quando tinha minha idade.”)

6. “Abandonar o terreno (por exemplo, deixar o cargo)”

É importante observar que os funcionários parecem buscar a eqüidade na

distribuição de outras recompensas organizacionais. Por exemplo, os cargos de

status e os escritórios luxuosos funcionam como resultados na equação da

eqüidade para alguns funcionários (KING, MILES e DAY apud ROBBINS, 2002).

Em termos organizacionais, a Teoria da Eqüidade tem forte relação com a

remuneração e a distribuição de vantagens ou reconhecimento entre seus

funcionários. Estes processos, se não forem bem conduzidos podem minar o

clima social da organização, contribuindo para a criação de um ambiente de

trabalho onde haja percepção de injustiça e conseqüentemente sem estímulos

para a motivação para o trabalho.

3 - Hipóteses sobre a Motivação

As mais sofisticadas teorias continuam a se inspirar nestas antigas idéias,

que reconhecem três tipos principais de motivos: a motivação do ganho material,

a motivação do reconhecimento social e a motivação interior da realização

pessoal.

Cada uma dessas hipóteses sobre a motivação corresponde a uma

hipótese sobre a natureza humana.

Uma quarta hipótese humana é complexa demais para ser explicada por

apenas um motivo. A hipótese correspondente é a do complexo.

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QUADRO 1 - Hipótese sobre a Motivação Humana

Homem econômico-racional

A motivação encontra-se na perspectiva do

ganho; o motivo importante é ter bens

materiais.

Homem auto realizador

A motivação é a realização interior; o motivo

importante é a satisfação íntima.

Homem complexo

A Motivação não tem causa única; diversos

motivos ou causas são importantes para mover

o comportamento.

FONTE: MAXIMIANO, (2000, p. 307).

a) Motivação do Homem Econômico-Racional

A primeira hipótese importante a respeito da motivação estabelece que a

felicidade resulte da posse de bens materiais. Portanto, o comportamento humano

é acionado ou motivado pela perspectiva do ganho. Essa hipótese é importante

no enfoque técnico da administração científica, e encontram-se na base de muitos

modelos de administração, especialmente planos de carreira, benefícios e

incentivos usados na administração salarial. De acordo com esta hipótese, as

recompensas materiais são as que oferecem maior atrativo para as pessoas.

b) Motivação do Homem Social

Reconhecimento público é outra tradução da ideia de felicidade. Algumas

pessoas não dão muita importância aos bens materiais, porque gostam da glória,

de ser cortejadas e da notoriedade. Em caso extremo, são valiosas e gostam de

ser vistas. Esta hipótese corresponde à ideia, divulgada pela escola das relações

humanas, de que o grupo tem papel importante no desempenho das pessoas. As

pessoas são seres sociais, que não podem sobreviver sem convivência. Por

necessidade de aceitação, ou por receio de rejeição, as pessoas agem e

trabalham dentro dos padrões criados e respeitados pelos colegas. Esta hipótese

está na base de todos os modelos de administração que enfatizam o lado social e

humano da organização. De acordo com a esta hipótese, recompensa que

funciona é estar de bem com o grupo (ou com os grupos dentro dos quais a

pessoa vive).

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4– Bases Motivacionais no Trabalho

Os fatores facilitadores do bom relacionamento organizacional são:

cooperação, proteção, inovação, auto aperfeiçoamento e atitudes favoráveis

dentro da empresa.

De acordo com VIANNA (1999, p. 89), a motivação é uma variável

interveniente porque não pode ser vista ouvida ou tocada, somente pode ser

inferida por meio do comportamento. Em outras palavras, somente podemos

julgar quão motivada está uma pessoa mediante a observação do seu

comportamento.

Precisamos primeiro definir operacionalmente a motivação, pois somente

podemos medir seus presumidos indicadores. Se um aluno tira notas melhores

que seus colegas com a mesma inteligência que os demais, dizemos que este

aluno tem alta motivação, somente tendo como indicador a observação.

Alguns autores afirmam que as pessoas se comportam em consequência

de certas motivações. O administrador torna-se eficaz à medida que é capaz de

compreender as razões determinantes do comportamento.

RODRIGUES (1994, p. 123) cita três dessas razões que são

fundamentais: percepção, atitudes e mecanismos de defesa.

a) Percepção: é a maneira de uma pessoa experimentar ou sentir o

universo. É o processo mediante o qual o indivíduo interpreta as experiências à

sua volta.

Sensações e estímulos de todas as espécies existem em torno de nós,

mas apenas absorvemos ou vemos alguns elementos em qualquer situação.

b) Atitudes: o conceito de atitude apresenta íntima relação com o de

opiniões e valores; podem ser percebidas como forma de conjunto mental.

Não é possível afirmar que as atitudes são necessariamente a causa

direta do comportamento, outros fatores também interferem.

c) Mecanismos de defesa: é um processo de comportamento adicional;

mantêm o equilíbrio e a constância, relativamente ao autoconceito do indivíduo

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(repressões, agressão, interiorizarão compensação, fantasia, racionalização e

outros).

Os fatores comportamentais no trabalho requerem algumas respostas,

como:

1. Que tipos de comportamento são requeridos para o funcionamento

eficaz da motivação?

Segundo VIANNA (1999, p. 90), todas as organizações exigirão não

apenas um, mas vários padrões de comportamentos da maioria de seus membros

humanos. Por outro lado, as bases motivacionais dessas várias exigências

comportamentais poderão diferir.

2. Que padrões motivacionais estão sendo usados ou poderão ser usados

nas organizações? Quais são as diferentes consequências dos vários tipos de

padrões motivacionais, relativos às exigências comportamentais essenciais ao

funcionamento da organização?

VIANNA (1999) cita que um padrão motivacional poderá ser eficaz na

produção de um comportamento necessário e completamente ineficaz para

conduzir a outro tipo.

3. Quais as condições para provocar um dado padrão motivacional na

organização?

Para VIANNA (1999), podemos ser capazes de identificar o tipo de

motivação que julgamos mais adequado para produzir um dado resultado

comportamental, mas ainda assim necessitaremos saber como esse motivo

poderá ser estimulado ou produzido na organização.

4.1 - Tópicos importantes para a motivação no trabalho

O verdadeiro fascínio exercido pelo fenômeno da motivação humana fez

com que esse termo passasse a ser utilizado com os mais diferentes significados

e nisso reside o primeiro e mais decisivo passo para o estabelecimento de uma

confusão generalizada a respeito do assunto.

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Da mesma forma que alguns afirmam que é preciso aprender a motivar

pessoas, outros mostram acreditar firmemente que ninguém tem o condão de

motivar ninguém. Como se pode depreender dessas colocações, o conceito de

motivação é nesse sentido utilizado a partir de posições contraditórias e, por que

não? Antagônicas, esse tipo de discussão tem feito com que opiniões se

radicalizem, chegando mesmo a fazer com que aqueles que queiram conhecer

mais sobre o assunto acabem por se sentir complemente perdidos.

A grande dificuldade encontrada quando se está estudando qualquer

aspecto do comportamento humano reside, sobretudo no tipo de dados com os

quais se está trabalhando. Quando esses dados são de natureza objetiva, torna-

se mais se mais fácil observá-los de forma direta, isto é, imediata e nesse caso,

menor são as possibilidades de interpretá-los subjetivamente. Quando, no

entanto, as conclusões a que se pretende chegar baseiam-se na observação

indireta, isto é, depende mesma coisa, mas muitas pessoas utilizam essas duas

palavras como se fossesinônimo, o que tem determinado sérios problemas quanto

à verdadeira compreensão das características humanas.

4.2 - Lidando com as Mudanças

O sucesso somente é importante quando se tem a sensação do amor

dentro de si. O sucesso só tem sentido quando se lhe dá esse aspecto e se

percebe realizando uma missão.

Para SHINYASHIKI (2000, p. 30), a vitória é consequência de uma atitude

produtiva diante da vida.

No cerne da motivação e do moral sistemáticos, existem dois ingredientes

que parecem um tanto contraditórios. Por um lado, atitudes positivas em relação

ao futuro e em relação àquilo que se podem realizar através de seus próprios

atos, intencionais e, por outro lado, o reconhecimento de que a vida não é fácil e

de que nada, jamais, é definitivamente seguro.

De acordo com NOVAES (1999, p.65), qualquer referência a atitudes

positivas em relação ao futuro traz à mente o otimismo ilusório daqueles que

pretendem fechar os olhos às duras realidades da vida. O reconhecimento da

realidade deve ser parte de qualquer abordagem madura da vida.

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A vida exige um esforço inabalável, a disposição de tentar e, ao contrário

de uma concepção amplamente difundida, os seres humanos adaptam-se muito

bem a esse esforço.

Nos seres humanos, o longo processo da evolução resultou numa

espécie feita de solucionadores de problemas, mais felizes, quando engajados em

tarefas que exigem não apenas esforços físicos, mas também o engajamento da

mente e do coração.

Como cita VIANNA (1999, p.90), não somos apenas solucionadores de

problemas, somos catadores de problemas. Se não temos um problema à mão,

inventamos. A maioria dos jogos são problemas inventados. Fomos talhados para

a escalada, não para ficarmos à toa, seja no vale ou no topo da montanha.

Das pessoas que até agora vinham discutindo a motivação sob abrigo do

grande guarda-chuva que são as empresas, devemos requerer mais

independência (autonomia). Será preciso que elas se conscientizem de que são

agentes envolvidos, que devem assumir toda a responsabilidade por elas

mesmas.

Será preciso ter independência, não importando se essas pessoas

permanecerão na empresa onde trabalham, assumindo coordenação de novos

negócios, ou se irão sair dela para buscar novas experiências.

Para KONDO (1991, p. 36), diante dessas mudanças estruturais de setor

industrial, as empresas também estão mudando em busca de alternativas para

sua própria sobrevivência. Durante esse processo de mudanças, as empresas

esperam que seus funcionários (elementos da organização) tenham a capacidade

de corresponder às mudanças.

Em tempos de grandes mudanças, tornam-se mais importantes as

pessoas que, apesar da instabilidade, são flexíveis o suficiente para encontrar seu

próprio equilíbrio, em detrimento das pessoas que almejam a estabilidade.

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5 - Ciclos da Motivação

O ciclo motivacional inicia com o segmento de uma necessidade, esta é

uma força dinâmica, que persiste e provoca comportamento. Toda vez que surge

uma necessidade, esta rompe o estado de equilíbrio do organismo, causando um

estado de tensão, insatisfação, desconforto e desequilíbrio. Se o comportamento

for eficaz o individuo encontrara a satisfação da necessidade e, portanto, a

descarga da tensão provocada por ela.

Satisfeita a necessidade, o organismo volta ao estado de equilíbrio

anterior, que e a sua forma de ajustamento ao ambiente.

Estas são as etapas do ciclo motivacional envolvendo a satisfação da

necessidade:

Equilíbrio interno; Estimulo ou incentivo Necessidade; Tensão;

Comportamentoe Satisfação.

6 – A Motivação no Contexto Organizacional

As organizações

A Sociedade moderna é uma sociedade de organizações. As

organizações são sistemas e extremamente complexos, elas revelam se

compostas de atividades humanas em diversos níveis de analise. Personalidades,

pequenos grupos, intergrupos, normas, valores, atitudes, tudo isso existe sob um

padrão complexo e multidimensional.

As organizações operam em diferentes ambientes, sofrendo as mais

variadas coações e contingências, que se modificam no tempo e no espaço,

reagem através de estratégias para alcançar resultados diferentes. Tudo isso faz

com que as organizações apresentem uma incrível diversidade, criando sua

própria cultura ou clima, com seus próprios tabus, costumes e crenças.

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ChesterBarnard (1938), um dos pioneiros do campo dos estudos

organizacionais, afirma quea existência de uma organização se dá quando há

pessoas aptas a se comunicarem entre si, que estão desejando contribuir com

sua ação e para a realização de um propósito comum.

O sistema, pois, a que damos o nome de organização, é um sistema

composto dasatividades dos seres humanos; o que faz dessas atividades um

sistema é o fato de os esforços dediferentes pessoas serem coordenados

(ZANELLI; ANDRADE; BASTOS, 2004, p. 65).

Outro importante teórico organizacional, A. Etzioni (1964) define

organizações como unidadessociais (ou agrupamentos humanos)

intencionalmente construídas e reconstruídas a fim de atingirobjetivos específicos.

Caracterizam-se por: 1) divisões de trabalho, poder e responsabilidades

decomunicação, planejadas intencionalmente para intensificar a realização de

objetivos; 2) a presença deum ou mais centros de poder que controlam os

esforços combinados da organização e os dirigem para

Seus objetivos; 3) substituição de pessoal.

Todas essas características fazem das organizações ferramentas

humanas, construídas ereconstruídas para lidar com os desafios do seu contexto.

Um empreendimento coletivo imerso emcomplexas redes de significados e

interesses que podem ser mais ou menos convergentes. Um fenômeno cuja

complexidade emerge nos múltiplos níveis que o constituem – no plano dos

indivíduos,com suas expectativas, habilidades e interesses; no plano dos grupos,

em suas dinâmicas que facilitamou dificultam as suas atividades; no plano

organizacional propriamente dito, no conjunto de processos. O envolvimento

segmentar dos indivíduos é a base da estrutura organizacional. Asorganizações e

os cargos diferem na totalidade do envolvimento que solicitam e os indivíduos

diferemna magnitude de envolvimento que julgam aceitáveis. Quando as pessoas

ingressam em umaorganização, trazem consigo uma variedade de valores e

interesses que advém do ambiente externo,qualquer organização com fácil

permeabilidade de fronteiras está sujeita à influência contínua doambiente

externo.

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As transformações que vêm ocorrendo no mundo exigem também que as

organizaçõesmodifiquem de maneira profunda a sua forma de conceber e

entender o papel desempenhado pelaspessoas. No cerne da questão está a

premissa de que a motivação tem uma relação direta com odesempenho e,

portanto, constitui-se num fator fundamental para ganhos de produtividade.

No decorrer das últimas décadas têm se multiplicado os exemplos

(estratégias motivacionais)de que é possível fazer da organização um ambiente

saudável, e do trabalho ali executado algorealmente motivador para o ser

humano. As estratégias motivacionais são classificadas em trêscategorias

conforme a ênfase dada a cada uma das três dimensões organizacionais:

Econômica, psicossocial e Política. Devida à estreita ligação entre as dimensões

é impossível que uma mudançaoperada em uma delas não interfira nas outras

duas.

A estrutura de poder de uma empresa define a própria empresa, os objetivos que a empresa persegue e a estrutura que ostenta são uma extensão dos objetivos e necessidades dos grupos e indivíduos dominantes que constituem a sua estrutura de poder. (MATTOS, 1988, p. 165).

Estudos da relação entre motivação e desempenho realizados por

Hackman e Oldham (1975)abordados pela teoria das características do trabalho,

sinalizam a necessidade de se considerar osfatores de mediação no trabalho que

impactam nesta relação. O alcance dos objetivos organizacionais

se encontra atrelado ao desempenho eficiente e eficaz nos níveis individual,

grupal e organizacional.

Dentre os fatores de mediação entre motivação e desempenho no

trabalho se destacam: osignificado que o trabalho realizado possui para quem o

realiza, o sistema de recompensas e puniçõesvigente nas organizações, o estilo

gerencial e a qualidade do ambiente psicossocial do trabalho, e aconvergência

entre os valores pessoais e organizacionais. O desafio das organizações reside

na necessidade de compreender a dinâmica dos processos internos que movem

as pessoas, por meio da adoção de práticas que corroborem o sentidode

pertença, a satisfação das pessoas e consequentemente, o sucesso e o

fortalecimento da imagemda organização.

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7 – APLICAÇÕES

7.1 - Administrações por objetivos

Define-se como participação de metas tangíveis, verificáveis e

mensuráveis, esse método, já vem acontecendo há bastante tempo com o

objetivo de motivar as pessoas. A administração por objetivo proporciona ao

individuo metas de desempenho pessoal, proporciona ao individuo uma maior

participação para que ele alcance suas metas, é composta ainda por quatro

elementos:

-Especificidade

-Decisão participativa

-Período determinado de tempo

-Feedback do desempenho

7.2 - Programas de reconhecimento dos funcionários

Podemos dizer que é o reconhecimento de uma determinada ação, que

foi alcançada com o sucesso de seus esforços várias maneiras de se fazer um

reconhecimento, pode ser feito através de uma simples conversa particular ou

através de divulgação perante toda a empresa e até mesmo dando prêmios como

agente motivador.

7.3 - Programas de envolvimento dos funcionários

Para ROBBINS (2005 p.163), é a participação dos funcionários ou gestão

participativa, democracia no ambiente de trabalho, autonomia e participação

acionária dos funcionários, onde é utilizada a capacidade dos funcionários e tem

por objetivo estimular um comprometimento crescente com o sucesso.

Com isso os funcionários passam a ter uma maior autonomia e uma maior

motivação para a execução de seus trabalhos, gerando com isso satisfação

pessoal.

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Podemos citar alguns exemplos de programas de envolvimento como:

• Gestão participativa - tem como característica a participação

coletiva nas decisões com seus superiores.

• Participações por representação - Os funcionários participam de

forma indireta, as decisões são feitas através de comitês, tendo como objetivo

igualar os interesses dos subordinados aos interesses dos superiores.

• Círculos de qualidade - Caracteriza-se pela união entre funcionário

e chefe para que juntos encontrem soluções para os problemas e novas formas

de se alcançar seus objetivos, onde esse grupo se encontra semanalmente para

discutirem sobre interesses comuns.

• Plano de participação acionária - Segundo estudiosos, podemos

definir como plano de benefícios estabelecidos pelas empresas, nos quais os

funcionários compram ações da companhia a preços abaixo do mercado, como

parte de um pacote de benefícios.

7.4 - Novo planejamento de trabalho e esquemas flexíveis

Consiste na variação de tarefas para se garantir um novo planejamento

de trabalho, podemos usar algumas opções como:

• Rodízio de tarefas: È quando o funcionário, não tem mais

motivação para executar determinada função, usa-se o rodízio de tarefas par que

ele, não perca sua motivação para exercer suas funções trabalhistas, passa-se

esse funcionário então para outro setor com o mesmo grau de dificuldade, mais

com outras variações de funções.

• Ampliação de tarefas: È o aumento das atividades realizadas por

um determinado individuo.

• Enriquecimento de tarefas: Se refere a expansão vertical de suas

funções trás novas expectativas, melhora seu desempenho.

• Horário flexível: Podemos dizer que é a autonomia dada os seus

subordinados pelos seus superiores, deixando-o à-vontade para se fazer seus

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próprios horários, desde que se cumpra a carga horária exigida semanalmente e

que todo o trabalho seja executado de forma satisfatória.

As vantagens de se usar esse procedimento são bastante satisfatórias

para ambas as partes como, aumento da produtividade, redução com gasto com

hora extra, diminuição de atraso e faltas, autonomia, aumento de

responsabilidades entre outros.

Sua importância é fundamental para se obter melhores resultados no

desempenho de suas funções e par diminuir as demissões que vem acontecendo

em massa nas grandes empresas.

È necessário que de tempo em tempo se faça um novo planejamento

para que se possa avaliar o andamento de uma determinada empresa. É preciso

que os funcionários não percam suas motivações para execução de suas tarefas.

O novo planejamento do trabalho e os esquemas flexíveis na prática têm

como agentes facilitadores às ampliações de tarefas, os horários flexíveis, tarefas

alternativas, entre outros. Esses fatores geram satisfação para todos e evita a

perda de interesse por parte dos funcionários.

7.5- Programas de variação variável

São planos de remuneração por unidades produzidas, incentivos salariais,

participação nos lucros, essa remuneração vária de acordo com o desempenho,

deixando assim de serem custos fixos e sem variáveis. Percebe-se então que

quem tem um maior desempenho, tem uma remuneração maior.

7.6- Planos de remuneração por habilidades

Essa remuneração é dada através da importância de cada cargo, sendo

assim estabelece o piso salarial de cada função, é dada pela importância de cada

cargo ou pela variedade de funções exercidas por determinado funcionário.

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7.7- Benefícios flexíveis

São benefícios que as empresas oferecem a seus funcionários os direitos

de escolha, para que cada funcionário faça a sua escolha de acordo com suas

necessidades, já esses benefícios adicionais correspondem parte do salário,

tornando-se assim benefícios flexíveis como agentes motivadores.

8 – A Importância da motivação no desempenho dos funcionários

A valorização das pessoas dentro as organizações nasceu, dentre outras

da necessidade de se corrigir a tendência a desumanização do trabalho surgida

com a aplicação de métodos rígidos e rigorosos, científicos e precisos, aos quais

os trabalhadores deveriam se submeter, cuja eficiência era medida unicamente

por meio da produção, e a motivação era exclusivamente financeira.

As organizações dependem das pessoas para dirigi-las e organizá-las,

fazendo funcionar e alcançar seus objetivos com sucesso e continuidade. Não há

organização sem pessoas, surge um grande conflito industrial: Conciliar os

interesses das organizações e os individuais, pois as empresas, para sua

sobrevivência financeira necessitam da eficiência das pessoas para alcanças os

seus lucros, usam métodos que convergem para a eficiência e não para a

cooperação humana. Valorizando o ser humano dentro das organizações, houve

um deslocamento da visão das pessoas vistas simplesmente como recursos

dotadas de habilidades, capacidade, destreza e conhecimento para execução de

tarefas, para alcançar objetivos organizacionais, para uma visão de pessoas,

dotadas de características próprias de personalidade, valores, crenças, atitudes,

motivação e objetivos individuais.

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8.1 – Fatores motivacionais que contribuem para o alcance dos

resultados

De acordo com Silva (2005), a motivação intrínseca está relacionada às

recompensas psicológicas, tais como a oportunidade de usar a habilidade de

alguém, um sentido de desafio e realização, recebimento de um reconhecimento

positivo ou apreciação, ser tratado de maneira considerável. A motivação

extrínseca está relacionada a recompensas tangíveis ou materiais, tais como:

salários, benefícios adicionais, seguros de vida, promoções, contratos de

trabalho, ambiente e condições de trabalho.

Caudron (1997) após discutir amplamente com os dirigentes das

organizações estudadas especialistas no assunto, propôs uma lista de técnicas

que podem ser aplicadas para conquistar a motivação dos colaboradores:

Oferecer aos colaboradores informações necessárias para a realização

de um bomtrabalho;

• Solicitar ideias aos colaboradores e envolvê-los em decisões sobre

suas funções;

• Reconhecer publicamente um trabalho bem feito;

• Promover reuniões destinadas a comemorar o sucesso da equipe;

• Dar ao colaborador uma tarefa interessante para executar;

• Verificar se o colaborador dispõe das ferramentas necessárias para

realizar o melhor trabalho;

• Reconhecer as necessidades pessoais do colaborador;

• Utilizar o desempenho como base para promoções;

• Adotar uma política abrangente de promoção dos colaboradores;

Estimular o sentido de comunidade;

• Dar aos colaboradores uma razão financeira para serem excelentes;

• Reconhecer as diferenças individuais: não tratar os colaboradores

como se fossem iguais, pois possuem necessidades diferentes;

• Fazer com que as recompensas sejam percebidas como justas:

vincular as recompensasàs experiências, habilidades, responsabilidades e

esforços apresentados pelos funcionários (Colaboradores);

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• Definir objetivos e fornecer feedback: traçar objetivos específicos,

desafiantes e que possa ser monitoráveis.

• Estimular a participação nas decisões: permitir ou, até mesmo,

encorajar a participação dos colaboradores nas decisões que os afetam, como a

fixação de objetivos ou a definição dos procedimentos no trabalho;

Herzberg (1964) afirma que fatores como o salário, condições

ambientais de trabalho, estilo de supervisão e o relacionamento entre colegas não

seriam fatores capazes de satisfazer ou motivar pessoas no trabalho, mas

deveriam ser objeto de atenção e preocupação dos dirigentes organizacionais

apenas para evitar a insatisfação no trabalho, que também poderia prejudicar o

desempenho. Ao Contrário, a realização do colaborador, o

reconhecimentopessoal, o desenho do cargo e a delegação de responsabilidades

seriam os fatores realmente capazes de satisfazer e motivar as pessoas.

De acordo com a teoria de Expectância de Vroom (1995), a valência é o

que faz com que a pessoa esteja orientada afetivamente para a busca de um

resultado. Em outras palavras, é o que faz com que uma pessoa sinta atração ou

repulsa, por exemplo, por uma promoção. A instrumentalidade é a força ou a

clareza da relação percebida entre a ação a ser empreendida e a obtenção do

resultado esperado. Por último, a expectativa é a intensidade com que uma

pessoa é capaz de antecipar os resultados esperados e visualizar sua

concretização. De acordo com o que postula Spector (2002) o sistema de

recompensas de uma organização repercute na motivação no trabalho quando os

colaboradores são premiados de modo tangível (bônus em dinheiro, aumento

salarial) ou intangível (elogio ou reconhecimento público) por terem praticado

comportamentos considerados desejáveis para a organização. Já o sistema de

punições tem como finalidade primordial suprimir comportamentos considerados

indesejáveis (abandono, baixo desempenho) para o alcance dos objetivos

organizacionais. Reconhecer constitui uma forma de possibilitar a motivação dos

empregados em função dos objetivos organizacionais definidos, bem como dos

objetivos individuais. O reconhecimento é a ação da organização no sentido de

retribuir e premiar as pessoas tendo como referências o desempenho e

competências demonstradas. É também elemento fundamental na direção e na

motivação das pessoas.

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O Sistema de Reconhecimento e Recompensa tem como objetivo

reconhecer os empregados que se destacam no exercício de suas atividades seja

por tempo de serviço, por desempenho, ou por proposições inovadoras que

tragam efetivo incremento aos resultados da organização, de forma a contribuir

para o sucesso e fortalecimento da imagem das organizações.

9– Princípios básicos para se viver feliz e motivado

O tempero da vida é fornecido pela motivação, pelo entusiasmo. Em

primeiro lugar, é preciso que o indivíduo se entusiasme por si mesmo, pela sua

família, pelos seus colegas, pelo seu trabalho.

Para KOSTESKI (1999, p.47), o simples fato de enxergar ou caminhar já

é um motivo mais que suficiente para entusiasmar-se pela vida. A motivação é a

chave mágica que abre as portas do êxito e da felicidade. Se agirmos

desmotivados e pensamos negativamente, atrairemos todos os pensamentos

negativos, piorando o nosso estado.

EDLER (1995, p.235-237) aconselha:

Busque os seus sonhos, transforme-se na verdadeira pessoa que existe

dentro de você. Escute aquela "vozinha" que vem de dentro, que é a pessoa que

você era quando adolescente. Aquele é o verdadeiro você. Não faça

necessariamente o que os outros acham que você deveria fazer. Faça o que você

ama com toda a intensidade, e tudo mais, quase sempre incluindo o dinheiro, que

virá com decorrência.

Para buscar seus sonhos, simplesmente transforme-os em metas.

Escreva as suas metas num papel e não mostre a ninguém. Esta é a única

maneira de você ser totalmente honesto com você mesmo. Mantenha-as com

você e leia-as de vez em quando. Você vai descobrir que tudo no mundo fica mais

fácil para quem sabe para onde está indo.

Abrace sua família.

A sua família é mais importante que você imagina, e terá se ido antes do

que você espera. Eu tenho três fotos na minha mesa. Uma de mim com meus

pais, e as outras duas, com minha esposa e meus filhos, durante as férias. No

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escritório, eu não tenho nenhuma foto em que esteja trabalhando até tarde,

fazendo uma negociação. Eu não tenho uma foto minha fazendo um depósito no

banco. Apenas da família.

Geralmente, uma criança parte para a faculdade ou para sua carreira aos

dezessete anos. O que são dezessete anos numa expectativa de vida de 85?

Você só terá os filhos em casa em 20 por cento da sua vida.

Encontre uma fé que funcione para você. Fé é, para maioria de nós, uma

coisa muito pessoal. Você pode precisar da sua fé hoje ou no próximo ano.

Podem se passar vinte anos. Mas o tempo vai chegar. Encontre um meio de

equilibrar o lado espiritual com as outras áreas dos negócios, vida pessoal e

familiar. A fé não pode ser provada. Apenas confie na sua intuição. Estime o

companheirismo dos seus amigos. Reserve um a tempo para admirar as árvores

de que você gostava tanto e nas quais vivia subindo quando criança. Fique em

paz consigo mesmo, com quem você é.

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10 - Considerações finais.

A combinação das ferramentas de motivação aqui apresentadas e

detalhadas, cada qual com sua característica e/ou peculiaridade, que acabam por

nos remeter ao único pensamento de atendimento amplo das necessidades dos

funcionários caracterizado pelas múltiplas teorias e conceitos de motivação.

É importante lembrar que as empresas não devem se utilizar apenas dos

benefícios legais como um meio para motivar seus funcionários, é preciso

oferecer recompensas pelo bom trabalho realizado, não apenas recompensas de

ordem monetária, mas também recompensas psicológicas. As empresas devem

buscar um equilíbrio, oferecer uma dosagem de fatores monetários e não

monetários capazes de motivar continuamente seus funcionários, sentimentos de

realização, que se traduzirão em esforços em favor das organizações.

A motivação é algo que cada indivíduo possui por si mesmo, através de

um ambiente ou atmosfera propício a esse desenvolvimento.

A pirâmide de Maslow é um exemplo nítido da classificação das

necessidades de um ser humano, desde as necessidades fisiológicas até as de

auto realização.

Ele deve ser constantemente estimulado a fazer ou não algo, através do

qual cada vez mais se sinta impulsionado a atingir níveis superiores de suas

necessidades. Os funcionários são motivados com base no conteúdo de seus

empregos e no que fazem. A motivação é um tema atual e constante não só na

psicologia como também na administração, pois ambas trabalham juntas no

sentido de ajudar o ser humano a subir cada vez mais em seus níveis de

necessidade, proporcionando a este um possível estado de satisfação, sendo

que, quando estas estão satisfeitas, novas necessidades surgem, contribuindo

para uma constante e incessante busca, motivando e impulsionando cada

indivíduo em sua jornada da vida.

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Visando essas necessidades, o mercado literário lança a cada dia uma

infinidade de livros de auto-ajuda relacionados à motivação, com o principal

objetivo de que o ser humano atinja o estado de bem-estar, o qual tanto busca.

Assegurar trabalho digno deve ser tomado como desafio central, uma vez

que o ambiente organizacional competitivo ou selecionador pode ser

transformado.

Esforço físico excessivo pode ser equacionado, relações negociadas

podem substituir a excessiva falta de entrosamento nos departamentos. Não

existe, porém, alternativa para a qualidade de vida no desemprego. A motivação é

a única saída, o alicerce da qualidade de vida.

No cenário idealizado de pleno emprego, mesmo de ótimas condições

financeiras, conforto e segurança, alguns trabalhadores ainda estarão tomados

pelo sofrimento emocional. Viver com qualidade é, acima de tudo, aprender a

desfrutar do que se tem valorizar conquistas, empenhar-se no autoconhecimento,

desenvolver posturas facilitadoras, cuidar da saúde física e emocional, ter lazer,

desenvolver-se emocionalmente.

Os desafios e as metas da qualidade dependem da mobilização das

pessoas para o desenvolvimento das ações de programas. Por outro lado, o que

se observa é que, apesar de as empresas estarem investindo em tecnologia,

verifica-se desequilíbrio, descuidam-se em relação às estratégias de envolvimento

do pessoal em direção à qualidade. Entretanto, esse fator, que pode ser

considerado o mais importante para o estabelecimento das metas das

organizações, é despertado por programas participativos, desde que se atente

para a qualidade de vida no trabalho.

Para o trabalho a insatisfação e a desmotivação são desastrosas tanto

para as organizações quanto para o trabalhador. As organizações se constroem

ou se destroem pelo desempenho das pessoas que nelas trabalham. O ser

humano, no contexto organizacional, é o diferenciador que impulsiona e, às

vezes, até desestabiliza o desenvolvimento da organização.

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O ambiente organizacional precisa estar preparado para estimular a

criatividade e a superação de obstáculos para o crescimento de seus

colaboradores e lideres. Para um colaborador se motivar, primeiro ele precisa

gostar da empresa onde trabalha a relação com líder é fundamental para que isso

aconteça ter um ótimo ambiente também é fator importante para que o

colaborador se sinta motivado e satisfeito com o trabalho que executa.

Podemos concluir que a motivação é uma filosofia que deve ser emanada

de cima e espalha para toda a organização. Essa filosofia é descoberta sobre as

necessidades e desejos de cada funcionário (Colaborador), é a engrenagem

criadora do ambiente de trabalho que o permite dedicar-se, como individuo a

tarefa de melhorar seu desempenho. A organização será cada vez melhor,

quando o homem que nela atua for cada vez mais valorizado e motivado ao

crescimento.

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