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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Fisioterapia
Amanda Martins Reis
Eduarda Santana de Souza
Maira Aline Faria Bueno
A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NO
TRATAMENTO DA DISMENORREIA PRIMÁRIA:
ESTUDO COMPARATIVO
UniSalesiano - Lins
LINS – SP
2016
AMANDA MARTINS REIS
EDUARDA SANTANA DE SOUZA
MAIRA ALINE FARIA BUENO
A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA DISMENORREIA
PRIMÁRIA: ESTUDO COMPARATIVO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de fisioterapia sob a orientação da Prof.ªMa. Ana Cláudia de Souza Costa e orientação técnica da ProfªMa. Jovira Maria Sarraceni.
LINS – SP
2016
Reis, Amanda Martins; Souza, Eduarda Santana; Bueno, Maira Aline Faria.
A importância da fisioterapia no tratamento da dismenorreia primária: estudo comparativo: Centro de Reabilitação Física Dom Bosco / Amanda Martins Reis; Eduarda Santana de Souza; Maria Aline Faria Bueno. – – Lins, 2016.
67p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia, 2016.
Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Ana Claudia de Souza Costa
1. Dismenorreia primária 2. Tens convencional. 3. Tens burst. I Título.
CDU 615.8
R298i
AMANDA MARTINS REIS
EDUARDA SANTANA DE SOUZA
MAIRA ALINE FARIA BUENO
A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA DISMENORREIA PRIMÁRIA: ESTUDO COMPARATIVO
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.
Aprovada em: _____/______/_____
Banca Examinadora:
Prof.ª Orientadora: Prof.ªMa. Ana Cláudia de Souza Costa
Titulação: Mestre em Fisioterapia pela Unimep- Piracicaba
Assinatura: ________________________________
1º Prof(a): _______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: ________________________________
2º Prof(a): _______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: ________________________________
Dedico este trabalho a Deus, aos meus pais, a
minha irmã, ao meu amor e a todos os amantes da
fisioterapia, principalmente as mulheres.
Amanda Martins Reis
Dedico esse trabalho a minha tia Cassia Aparecida
de Souza e louvo a Deus pela sua vida. “Dando
graças constantemente a Deus Pai por todas as
coisas, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.”
Efésios 5:20.
Eduarda Santana de Souza
Dedico esse trabalho a Deus, Senhor da minha vida.
Aos meus pais e meu esposo, pois são meu alicerce
e fortaleza na forma humana.
E hoje principalmente a minha filha Maria Alice, que
me fez enxergar tudo de forma diferente, que me fez
conhecer um amor que não é possível descrever em
palavras, motivo da minha razão de viver, desde
quando soube que ela já existia dentro de mim.
Maira Aline Faria Bueno
AGRADECIMENTOS
Deus e Maria Santíssima
Primeiramente, quero agradecer a Deus: obrigada pelo dom da vida, por me dar a oportunidade de ser melhor todas as manhãs e por preencher a minha vida de maneira inexplicável. Sem Ti nada sou. Juntamente, quero agradecer à minha Mãezinha Maria. Obrigada Mãe pelo seu sim, por ser meu modelo e exemplo. Obrigada por estar ao meu lado cada segundo, me sustentando em cada dificuldade e me amando em todos os momentos.
Família
Quero agradecer àqueles que fizeram os sonhos virarem realidade. Àqueles que foram o meu chão e o meu céu. Minha FAMÍLIA: Carmen, minha mãe; Edmil, meu pai e Larissa, minha irmã. Vocês foram e para sempre serão os responsáveis por tudo que conquiste e por tudo que vou conquistar. Nas dificuldades e nas alegrias vocês sempre estiveram comigo e NUNCA me deixaram desistir. Obrigada pelo apoio, pelo incentivo, pelas palavras, pelo amor, e por ser quem são. Sem dúvidas Deus me presenteou com a melhor família do mundo. Serei eternamente grata. Vocês são minha vida.
Amor
O que seria da vida sem o amor? E você, Felipe Tavares, me ensinou e me ensina a cada dia o que é o amor. E a ser melhor. E a amar a vida. E a viver. Obrigada por ser o namorado mais incrível, que mesmo de longe (às vezes muito longe) sempre esteve por perto, alegrando os momentos e fazendo de tudo muito mais especial. Obrigada pelo apoio e por todos os sorrisos. Sem dúvidas, sem amor eu nada seria.
Parceiras
Amizade: palavra tão significativa que expressa mil sentimentos. Parceria: mais do que uma palavra, são atitudes que expressam carinho, apoio e dedicação. Obrigada minhas amigas-parceiras, Eduarda e Maira por tornar a realização deste trabalho possível. E mais ainda, por tornar os sonhos possíveis. Tudo foi especial porque tive vocês ao meu lado.
Orientadoras
Por fim, mas não menos importante, quero agradecer às nossas
orientadoras, Ana Claudia e Jovira, por serem mulheres-exemplo, por acreditarem em nós, pelos conhecimentos compartilhados, pelas palavras de incentivo e por não terem medido esforços para que tudo fosse feito da melhor forma possível. Gratidão eterna.
Amanda Martins Reis
AGRADECIMENTOS
A Deus “Que todo o meu ser louve ao Senhor, e que eu não me esqueça nenhuma das suas bênçãos!” Salmos 103:2 Sou extremamente grata a Deus pela minha vida, pelo seu amor infinito por mim, sem ELE nada sou, nada posso, nada tenho, te agradeço meu senhor pelo fôlego de vida, pela força e coragem durante essa caminhada. Tia Cassia Tia obrigada por tudo o que fez e faz por mim, obrigada por sonhar comigo e hoje vivemos a realização desse sonho juntas, de dedico e te agradeço pela conclusão desse curso. Vô Geraldo e Vó Irene Obrigada por serem quem são na minha vida, por sempre ter cuidado de mim, por nunca ter me deixado faltar nada, por se preocuparem com meu futuro me dando todo o suporte necessário para a conclusão desse curso. Vô Geraldo meu exemplo de educação, honestidade, integridade, obrigada vôpor ter moldado meu caráter, por cada incentivo e orientação, pelas orações em meu favor, pela preocupação para que eu estivesse sempre andando pelo caminho correto, amo vocês. Ao Noivo Paulo Cesar Terra Meu mozi mais lindo do mundo, obrigada por todo amor e carinho que sempre teve comigo, pelo apoio e incentivo de sempre, nos momentos de dificuldades era pra você que eu falava minhas 1000 palavras e você ouvia e me acalmava, obrigada por todas as vezes que eu ligava, moooorrr vem me buscar, e você mais que depressa ia, rsrs , e por todas as outras coisas. Eu Te Amo. Geraldo de Souza Neto Meu irmão, o maior presente que meus pais e Deus poderia ter me dado, meu exemplo de determinação, obrigada brother por sempre me incentivar a ser uma pessoa melhor, e vai ser sempre eu por você, e você por mim. Te Amo. A minha família Agradeço aos meus pais Rosinei e Geraldo por acreditarem sempre e em mim e me apoiarem sempre, obrigada pelo amor de vocês por mim. Amigas Amiga Amanda Reis que foi minha parceira e companheira em todos os
momentos, amiga essa parceria foi plano de Deus nas nossas vidas e deu muito certo, tivemos a oportunidade de construir uma amizade, verdadeira obrigada por tudo que sempre fez por mim, a minha formação devo muito a você que foi meu exemplo de dedicação com os estudos, você é uma pessoa maravilhosa por dentro e por fora. TE AMO. Maira, Débora e Natalia Minhas lindas e parceiras, companheira nesses 4 anos, amigas vocês fizeram dos meus dias mais felizes, a convivência com vocês foi maravilhosa, com certeza teremos muita historia para contar. Desejo uma carreira de sucesso para cada uma. Amo vocês. As orientadoras Ana Cláudia e Jovira A teacher (profe) Ana Claudia que, com muita paciência e atenção, dedicou do seu tempo para me orientar em cada passo deste trabalho, o mulher linda por fora e por dentro, um coração enorme, profe que Deus te abençoe Professora Jovira, parabéns por esse trabalho de orientadora ao qual você arrasa fazendo, obrigada pela paciência conosco, pelas orientações e correções dadas com muito carinho. Aos professores À professora е coordenadora dо curso, Gislaine Ogata, pelo convívio, pеlо apoio, pеlа compreensão, amizade e paciência. Aos Supervisores de Estagio Ana Claudia, Aninha, Junior, Marcos e Jonathan, pela contribuição na minha vida acadêmica, obrigada por terem exigido sempre mais de mim, pelo incentivo em sempre estudar e nunca parar, obrigada por tanta influência vocês foram muito essenciais para meu futuro profissional, vocês são feras. Sempre digo meus professores são os melhores. Professor José Alexandre obrigada pela iniciação do projeto mente ativa foi muito importante para minha vida acadêmica. Agradeço a todos os professores e funcionários do Unisalesiano Lins que desempenharam com dedicação as aulas ministradas. A Turma XXXII de FISIOTERAPIA do Unisalesiano- Lins Aos meus colegas de classe, a quem aprendi a amar e respeitar, está caminhada não seria a mesma sem vocês.Peço a Deus que os abençoe grandemente, preenchendo o caminho de vocês com paz, amor, saúde e prosperidade. Obrigada a todos que, mesmo não estando citados aqui, tanto contribuíram para a conclusão desta etapa.
Eduarda Santana de Souza
AGRADECIMENTOS
A Deus Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida, por todas as promessas que Ele cumpriu todos esses anos diante dos meus olhos, pela força, coragem, sustento diante de cada dificuldade, por não me deixar desistir diante das fraquezas, obrigada Meu Bom Deus por toda graça recebida de vossas mãos. A Nossa Senhora Obrigada Minha Mãe pela santa intercessão diária, por estar comigo passando a minha frente em todos os caminhos por onde andei, por fazer as minhas orações chegarem ao Céu por vossas mãos, muito obrigada por vosso amor maternal. Aos meus pais Aos meus amados pais por acreditarem no meu sonho de ser fisioterapeuta, de estarem sempre ao meu lado me dando força e me fazendo acreditar todos os dias que seria possível , ainda que por vezes nem eu mesma acreditasse,foi por vocês, por esse amor incondicional que sempre dispensaram a mim, recebam todo meu amor e gratidão. Ao meu esposo Ao meu querido esposo que entrou na minha vida durante o percurso da faculdade, que sempre me apoiou, me ajudou, sempre entendeu minhas ausências, falta de tempo, todas as vezes que minha atenção esteve voltada aos estudos trabalhos e afins ao invés de estar dedicada a ele, obrigada Meu Amor, por estar sempre segurando a minha mão e torcendo por mim. As minhas amigas Amanda e Eduarda A vocês amigas queridas que Deus colocou na minha vida durante esses cinco anos , fortalecendo nossa amizade e nos fez chegarmos até aqui juntas, tantas provas, trabalhos seminários juntas, tantos risos, lágrimas e hoje nosso trabalho de conclusão de curso. Obrigada por entenderem as vezes que hoje não estive presente com vocês por causa da gravidez , vocês são essenciais nessa minha caminhada, vocês são exemplos para mim. A nossas orientadoras Agradeço a nossa orientadora Ana Claudia e Jovira por acreditarem na nossa capacidade de realizar esse trabalho, pelo apoio, confiança, correções e incentivo sempre. Aos amigos
Aos amigos especiais(e cada um sabe quem é) que sabem o quão especiais são na minha vida, e também sabem do tamanho da responsabilidade que tiveram para que eu começasse o curso de fisioterapia, a minha eterna gratidão a cada um.
Maira Aline Faria Bueno
RESUMO
O tema do presente trabalho é “A importância da fisioterapia no tratamento da dismenorreia primária: estudo comparativo”, que possui como objetivo comparar as técnicas TENS Convencional e TENS Burst para verificar qual delas é mais eficaz no alívio dos sintomas da dismenorreia primária. O estudo abordado foi do tipo experimental e quantitativo. Foi posto em execução mulheres entre 17 e 22 anos que sentem dismenorreia primária com sintoma específico que se caracteriza por dores intensas no baixo ventre. Somente as que aceitaram e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido foram incluídas na pesquisa. As participantes compareceram uma vez ao mês ao Centro de Reabilitação Física Dom Bosco de Lins, sendo este o primeiro dia de dismenorreia e repetiu esse feito durante 2 meses. Antes e após cada procedimento, foi aplicada a Escala visual analógica (EVA) para dor. No primeiro mês foi utilizada a técnica estimulação elétrica nervosa transcutânea(TENS) Convencional com largura de pulso de 100 microssegundos, frequência de 100 Hertz (Hz), por um tempo de 30 minutos, intensidade subdolorosa. No segundo mês foi utilizado o TENS Burst com largura de pulso de 100 microssegundos, frequência de 100 Hz, por um tempo de 30 minutos, intensidade subdolorosa e com pulsos aleatórios, seguindo o trabalho de Costa e Cerqueira, 1997. Ambas as intervenções fisioterapêuticas tiveram um par de eletrodos posicionados na região da terceira vértebra lombar (L3) e quarta vértebra lombar (L4) por ser uma região onde a dor é irradiada, e outro par nivelado as espinhas ilíacas ântero-superiores, no baixo ventre, para estimular os nervos sensoriais do dermátomo da décima segunda vértebra torácica (T12) que é a raiz nervosa das fibras sensórias uterinas, de acordo com o estudo de Oliveira et al., 2012. Os resultados demonstram que existe uma diferença significativa entre o pré e o pós, tanto na aplicação do TENS Convencional como no TENS Burst, com o valor de p de 0,01 para ambos os grupos. Diante dos achados expostos na pesquisa, observou-se que as técnicas fisioterapêuticas TENS Convencional e TENS Burst são eficazes para a diminuição do quadro álgico em mulheres portadoras de dismenorreia primária, contudo o TENS Convencional demonstrou maior diferença entre os valores da EVA no pré e pós intervenção.
Palavras chaves: Dismenorreia primária. TENS convencional. TENS burst.
ABSTRACT
The theme of the essay presented is “The importance of physiotherapy in the treatment of primary dysmenorrhea: a comparative study”, which aims to compare the techniques TENS Conventional and TENS Burst to verify which is more effective in relieving symptoms of primary dysmenorrhea.The study addressed was the experimental and quantity type. It was studied women between 17 and 22 years old suffering from primary dysmenorrhea with specific symptoms that is characterized by severe pain in the lower abdomen. Only those who have accepted and signed the written informed consent form were included in the survey. The participants attended once a month the Dom Bosco Physical Rehabilitation Centre in Lins on the first day of dysmenorrhea and repeated that purpose for 2 months. Before and after each procedure, the Visual Analogue Pain Scale was applied. In the first month we used the TENS Conventional technique with pulse width of 100 microseconds, frequency of 100 Hz, for a time of 30 minutes under a hard pain intensity. In the second month it was used TENS Burst with pulse width of 100 microseconds, frequency of 100 Hz, for a time of 30 minutes, under a hard pain intensity and random pulses, following the work of Costa and Cerqueira, 1997. Both physiotherapeutic interventions had a pair of electrodes positioned in the region of the vertebrae L3 and L4 lumbar spine, being a region where the pain is radiated, and another pair leveled the superior anterior iliac spines, in the lower abdomen, to stimulate the sensory nerves of the dermatome T12 which is the nerve root of uterine sensory fibers,according to the study by Oliveira et al., 2012. The results demonstrate that there is a significant difference between the pre and post, both application TENS Conventional and TENS Burst, with “p” value of 0.01 for both groups. Given the findings set out in the research, it was observed that the physical therapy techniques TENS Conventional and TENS Burst are effective for the reduction of pain symptoms in women with primary dysmenorrheal, however Conventional TENS showed greater difference between VAS values in the pre and post intervention.
Keywords: Primary Dysmenorrhea. TENS Convenctional. TENS Burst.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Imagem demonstrativa Escala Visual Analógica .............................48
Figura 2: Modelo do aparelho TENS Convencional e Burst ............................49
Figura 3: Eletrodos posicionados na região das vértebras L3 e L4 ................49
Figura 4: Eletrodos posicionados entre as espinhas ilíacas ântero – superio-
res ...................................................................................................................50
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Comparação dos valores da EVA pré e pós intervenção do TENS
Convencional................................................................................................50
Tabela 2: Comparação dos valores da EVA pré e pós intervenção do TENS
Burst................................................................................................................51
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ºC: Graus Celsius
cm: Centímetro
EVA: Escala visual analógica
F2-alfa: Prostaglandina
FSH: Folículo-estimulante
g: Gramas
GnRH: Hormônio liberador de gonadotrofina
Hz: Hertz
LH: Hormônios luteinizantes
L1: Primeira vértebra lombar
L3: Terceira vértebra lombar
L4: Quarta vértebra lombar
L5: Quinta vértebra lombar
ɱA: Miliampére
mm: Milímetros
Ph: Potencial hidrogeniônico
S1: Primeira vértebra sacral
S2: Segunda vértebra sacral
TENS: Estimulação elétrica nervosa transcutânea
T10: Décima vértebra torácica
T12: Décima segunda vértebra torácica
µm: Micrômetro
µs: Microssegundo
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................15
1 CONCEITOS PRELIMINARES ....................................................................17
1.1 Anatomia do Sistema genital feminino ......................................................17
1.1.1 Órgãos genitais internos ........................................................................17
1.1.1.1 Útero ...................................................................................................17
1.1.1.2 Ovários ................................................................................................19
1.1.1.3 Tubas uterinas ....................................................................................21
1.1.1.4 Vagina .................................................................................................21
1.2 Anatomia da coluna lombar ......................................................................22
1.2.1 Anatomia da pelve .................................................................................24
1.3 Fisiologia do ciclo menstrual .....................................................................29
1.3.1 Menstruação ..........................................................................................29
1.3.2 Fase folicular ..........................................................................................30
1.3.3 Ovulação ................................................................................................33
1.3.4 Fase lútea ..............................................................................................34
1.4 Fisiopatologia da dismenorreia .................................................................36
1.4.1 Definição ................................................................................................36
1.4.2 Classificação ..........................................................................................37
1.4.3 Diagnóstico ............................................................................................38
1.4.4 Tratamento .............................................................................................40
1.5 Técnicas de tratamento ............................................................................41
1.5.1 Conceito de TENS convencional ..........................................................41
1.5.2 Conceito de TENS burst ........................................................................43
1.5.3 Modulação TENS convencional .............................................................43
1.5.4 Modulação TENS burst ..........................................................................44
1.5.5 Indicações e contra indicações do TENS convencional e TENS burst ..45
2 O EXPERIMENTO .......................................................................................46
2.1 Procedimentos metodológicos ..................................................................46
2.1.1 Condições ambientais ............................................................................46
2.2 Casuística e método .................................................................................46
2.2.1 Casuísticas ............................................................................................46
2.2.2 Métodos .................................................................................................47
2.3 Matérias ....................................................................................................48
2.4 Procedimentos ..........................................................................................48
2.5 Análise estatística .....................................................................................50
2.6 Resultados ................................................................................................50
2.7 Discussão .................................................................................................51
2.8 Conclusão .................................................................................................54
REFERÊNCIAS ..............................................................................................55
APÊNDICES ...................................................................................................60
ANEXOS .........................................................................................................64
.
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INTRODUÇÃO
O presente estudo é resultado de um projeto de pesquisa, elaborado
para a conclusão do curso de fisioterapia do Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium. O estudo foi desenvolvido para responder a seguinte
questão: os sintomas da dismenorreia primária podem ser aliviados por meio
das eletroanalgesias: Estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS)
Convencional e TENS Burst?
Acredita-se que as técnicas eletroanalgésicas TENS Convencional e
TENS Burst destacam-se como recursos promissores para diminuição do
quadro álgico da dismenorreia primária em mulheres que sofrem dessa
complicação.
A dismenorreia pode ser caracterizada como fluxo menstrual difícil,
sendo que muitas vezes as mulheres que sofrem dessa complicação podem
ser afastadas de seus afazeres habituais, podendo ser primária quando não é
relacionada a nenhuma doença e secundária quando está relacionada à outra
doença.
Segundo Mieli e Cezarino (2007), a dismenorreia afeta cerca de 90%
das mulheres e dentre estas, cerca de 10% são afastadas do trabalho por até
três dias ao mês e incide em mais de 60% entre as mulheres de 18 a 25 anos
(LIMA, 1975 apud FONSECA et al, 2000).
Existem inúmeros recursos para diminuir a severidade dos sintomas ou
até mesmo eliminá-los, dentre eles a fisioterapia. O TENS é a eletroterapia
mais frequentemente usada para reproduzir o alívio da dor, é popular por não
ser invasiva, ser fácil de administrar e ter poucos efeitos colaterais ou ter
interações medicamentosas. Dentre as modalidades encontradas no TENS,
foram utilizadas o TENS Convencional e TENS Burst (SHEILA KITCHEN, 2003
apud LOPES, [s.d.]).
A estimulação nervosa transcutânea por ser um método não invasivo e
eficaz no controle da dor para mulheres que não conseguem o alívio com
outras técnicas de tratamento. O TENS é um tratamento pelo fato de seus
mecanismos de ação envolverem a liberação de endorfina.
A metodologia é baseada em um estudo experimental e comparativo
com abordagem quantitativa. As técnicas realizadas tiveram um par de
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eletrodos posicionados na região da terceira e quarta vértebra (L3) e (L4) da
coluna lombar, por ser uma região onde a dor é irradiada, e outro par nivelado
as espinhas ilíacas ântero-superiores, no baixo ventre, para estimular os
nervos sensoriais do dermátomo da décima segunda vértebra torácica (T12)
que é a raiz nervosa das fibras sensórias uterinas.
O objetivo deste trabalho écomparar as técnicas TENS Convencional e
TENS Burst para verificar qual delas é mais eficaz no alívio dos sintomas da
dismenorreia primária.
O trabalho foi estruturado da seguinte forma:
Conceito preliminar 1: Descreve sobre o sistema genital feminino, a
anatomia da coluna lombar e pelve, o ciclo menstrual feminino, a fisiopatologia
da dismenorreia e as técnicas de tratamento TENS Convencional e TENS
Burst, seguidos do experimento, resultados, discussão e conclusão.
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1 CONCEITOS PRELIMINARES
1.1 Anatomia do Sistema Genital Feminino
O sistema genital feminino pode ser dividido em uma porção interna,
localizado na cavidade pélvica e constituído pelos ovários, tubas uterinas, útero
e vagina e uma porção externa, localizado anteriormente e abaixo do púbis,
constituído pelo monte púbico, lábios maiores e menores, vestíbulo da vagina,
bulbo do vestíbulo, glândulas vestibulares maiores, clitóris e hímen (SOARES
JÚNIOR et al., 2011).
1.1.1 Órgãos genitais internos
1.1.1.1 Útero
O útero é um órgão único, oco, com formato alongado e constituição
fibromuscular. Apresenta a parede espessa e possui duas camadas principais
de revestimento: internamente, o endométrio e externamente, o perimétrio
(SOARES JÚNIOR et al., 2011).
No estado não gravídico, o útero está localizado na cavidade pélvica,
entre a bexiga urinária e o reto. Anatomicamente, suas dimensões são de 2,5
centímetros (cm) no sentido anteroposterior, 5 cm no eixo transversal, 7 cm no
eixo longitudinal e seu peso alterna entre 70 e 100 gramas (g).Porém, pode
variar de tamanho, localização, formato e composição de acordo com a ação
hormonal, paridade, idade e estado gestacional (SOARES JÚNIOR et al., 2011;
ZUGAIB, 2012).
Em uma gestação, o útero possui a função de nutrir e manter o embrião.
Quando esta não ocorre, é responsável pela perda sanguínea vaginal,
chamada menstruação, que ocorre mensalmente em uma forma cíclica
(SOARES JÚNIOR et al., 2011).
Segundo Zugaib (2012), o útero é dividido em: fundo, porção localizada
acima das tubas uterinas; corpo, porção comunicante às tubas uterinas
lateralmente; istmo, corresponde à parte mais externa do útero, formado por
uma porção supravaginal e outra intravaginal e comunica-se ao cérvix, sendo
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este a porção que se abre na vagina.
O útero possui duas faces, a anterior que está separada da bexiga na
frente e posterior que está separada do colo sigmóide acima. O útero também
apresenta duas bordas, direita e esquerda, que interagem com o ligamento
largo (SOARES JÚNIOR et al., 2011).
Para Soares Júnior et al. (2011), o corpo do útero possui um formato
triangular, sendo maior próximo dos óstios das tubas uterinas, diminuindo-se
enquanto se aproxima do istmo. Nessa cavidade é comum ocorrer infecções ou
traumas, que podem causar oligoamenorreia ou infertilidade.
Histologicamente, o corpo uterino é constituído de três camadas:
perimétrio, que envolve o corpo uterino; miométrio, camada mais volumosa
constituída de tecido conjuntivo e fibras musculares lisas; endométrio, que
reveste internamente o útero, sendo dividido em camada basal, esponjosa e
compacta, apresentando a capacidade de descamar-se a cada ciclo menstrual.
Durante a menstruação, há a eliminação da camada esponjosa e uma porção
da camada compacta, sendo que a outra porção da camada compacta e a
camada basal realizam a renovação do endométrio mensalmente (SOARES
JÚNIOR et al., 2011; ZUGAIB, 2012).
O colo do útero tem formato cilíndrico e realiza a comunicação entre o
endométrio e a vagina. Dessa maneira, pode-se segmentar o colo uterino em
duas partes: canal endocervical e canal ectocervical. A zona de união entre a
extremidade superior do colo uterino e o istmo é chamada de orifício cervical
interno e entre a extremidade inferior e a vagina é chamado de orifício cervical
externo (SOARES JÚNIOR et al., 2011).
Histologicamente, o colo uterino é formado por tecido conjuntivo denso.
A periferia é formada por fibras musculares lisas, já a superfície é formada por
epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado, na região ectocervical e
epitélio cilíndrico simples, na região endocervical (SOARES JÚNIOR et al.,
2011).
Dentre as mulheres, o plano do colo uterino com a porção superior da
vagina formam um ângulo em anteversão e o eixo do corpo uterino e o fundo
uterino formam um ângulo com o colo em anteflexão (SOARES JÚNIOR et al.,
2011).
Na porção supero posterior da cérvix encontra-se dois fortes
19
ligamentos conhecidos como uterossacros, cuja função é fixar o colo uterino à região sacral. Na parte alta de cada lado estão localizados os ligamentos cardinais ou cervicais laterais - na prática clínica, são chamados de paramétrios - que se estendem até a parede lateral da pelve e têm a função de fixar o útero na porção mediana da pelve. Assim, favorecem o processo de parturição e impedem que os órgãos intra-abdominais desçam pelo hiato genital. Entre a parede anterior do colo do útero e a parede posterior da bexiga encontra-se o ligamento cervicovesical; e entre a bexiga e o púbis, o ligamento vesicopúbico; entre a parede posterior do colo uterino e o reto, o ligamento cervicorretal; e do reto ao sacro, o ligamento retossacral [...] (ZUGAIB, 2012, p. 49).
1.1.1.2 Ovários
Os ovários são órgãos que se localizam internamente a cavidade pélvica
e desempenham papeis fundamentais de secretar gametas femininos e
liberaram hormônios como o estrogênio e a progesterona ao qual se destacam
as funções da manutenção da gravidez e pelas características físicas da
mulher (SOARES JÚNIOR et al., 2011).
“Ambas as ações ovarianas estão integradas num contínuo e repetitivo
processo de maturação folicular, ovulação, formação e regressão do corpo
lúteo” (SOARES JÚNIOR et al., 2011, p. 50).
Segundo Soares Júnior et al. (2011), comparável a amêndoas, os
ovários se situam lateralmente ao útero seu formato varia ao longo dos anos de
vida da mulher adulta entre 20 e 40 milímetros (mm) de dimensão 2 e 15 mm
de amplitude e 5 a 20 mm de altura. Sendo mais volumosos entre o período
fértil da mulher, que vai da menarca à menopausa.
Estão localizados em uma depressão rasa, denominada fossa ovária, situada na parede lateral da pelve e delimitada superiormente pelos vasos ilíacos externos e inferiormente pelos vasos e nervos obturatórios. Os ovários situam-se posteriormente ao útero e são unidos a este pelo ligamento próprio do ovário. Anteriormente ao ovário, relaciona-se ao ligamento largo, no qual ocorre a anastomose dos vasos ováricos do mesovário (hilo do ovário) com os vasos uterinos (SOARES JÚNIOR et al., 2011, p. 50).
Os ovários depois da ovulação e no começo de uma gestação tendem a
se dilatarem pelo crescimento do corpo lúteo (SOARES JÚNIOR et al., 2011).
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“Na menacma, a superfície mostra uma série de proeminências (em
razão das formações foliculares) e algumas cicatrizes (corpos albicantes)”
(SOARES JÚNIOR et al., 2011, p. 50).
Ainda de acordo com o autor acima os ovários são revestidos e
compostos por duas camadas que são vistas em corte transversal,
denominadas camada cortical e camada medular.
A camada cortical é composta pela porção periférica que é recoberta por
um epitélio superficial, tecido conjuntivo e por folículos ovarianos.
A porção denominada de tecido conjuntivo que se localiza abaixo do
superficial é constituída por um estroma mais grosso e rico em colágeno, em
comunicação com essa região o estroma não apresenta tanto colágeno, mas
continua denso.
Junto a esse tecido, se encontram “os folículos ovarianos, formados pelas células germinativas (ovócitos) envolvidas por uma camada de células, denominada camada granulosa ou de células foliculares” dependendo da idade da mulher (SOARES JÚNIOR et al., 2011, p. 50).
Envolto aos folículos o tecido conjuntivo se juntam e dão origem a uma
porção classificada como teca interna, que liberam a maior quantidade de
secreção esteróidica.
Nessa porção ocorreas alterações da vida da mulher. Na juventude e
durante a puberdade há maior concentração de folículos ovarianos primordiais,
sendo que na puberdade também pode se notar corpos albicantes, corpos
lúteo, folículos ovarianos primários, em crescimento e maduros, e após a
menopausa quando a mulher não menstrua durante um ano podem se notar
um aspecto fibroso que recobre o ovário que são os corpos albicantes.
A camada medular se encontra na porção mais central dos ovários é
muito vascularizada e constituída por tecido conjuntivo frouxo.
Observam-se ainda raros acúmulos de células poliédricas volumosas, de citoplasma eosinófilo, com núcleo esférico e rico em eucromatina. Essas células lembram as células intestinais de Leydig do testículo, possuem cristais de Reinke e representam as células hílares do ovário (ou células intestinais) (SOARES JÚNIOR et al., 2011).
21
Em situações normais esses acúmulos de células poliédricas
apresentam-se em quantidades menores se aparecerem em uma concentração
elevada e podem acarretar masculinização dando características masculinas
por liberarem androgênicos que é um hormônio masculino (SOARES JÚNIOR
et al., 2011).
1.1.1.3 Tubas uterinas
São órgãos ocos e longos ligados pela dobra meso salpinge.
Apresentam duas aberturas que são a cavidade uterina e a cavidade
abdominal.
A tuba uterina pode ser dividida em três porções: a parte uterina, incluída na espessura da parede do útero, chamada óstio uterino da tuba, e a outra na cavidade abdominal, óstio abdominal da tuba (SPALTEHOLZ, 1988, p.2 apud ROCHA, s.d.).
Segundo Zugaib (2012), as tubas uterinas têm um óstio externo e um
interno que se comunicam com a cavidade do útero. Apresenta quatro partes,
sendo a ístmica a maior delas próxima ao útero. O tamanho varia entre 10 a 12
cm e move-se de forma livre anatomicamente. Ligam- se ao útero pela prega
peritoneal que a envolve inteiramente, chamada mesossalpinge.
Sua parede contém 3 camadas: mucosa, muscular e serosa, tendo como
constituição para a primeira, células ciliadas, a segunda fibras lisas, que
apresenta como função ajudar a transportar o zigoto até o útero, e a última têm
função protetora.
A tuba origina-se das artérias uterinas e ovariana. As artérias são
relacionadas às veias, os linfócitos seguem as artérias que fazem drenagem
para os linfonodos (PONTE; BRUNO, 2000).
“A inervação é feita pelo plexo ovariano e hipogástrico superior, através
de fibras aferentes viscerais gerais (sensitivas) e eferentes viscerais gerais
(motoras viscerais)” (PONTE; BRUNO, 2000, p.357).
1.1.1.4 Vagina
22
A vagina é uma estrutura em forma de tubo com extensão do vestíbulo
ao útero. Possui algumas funções: acolher o pênis durante o coito, durante o
parto tem relação com o espaço e possibilita o exame interno da vagina.
Segundo Zugaib (2012), as células da vagina contêm glicogênio e
opotencial hidrogeniônico (ph) é ácido, anteriormente a sua parede tem contato
com a uretra e bexiga, que estão distanciadas por uma fáscia.
A vagina apresenta sua maior parte interna acima do diafragma pélvico,
tem extensão de forma anterior até a vulva, havendo abertura entre os lábios
menores e o pudendo e possui o eixo direcionado para baixo e frente com o
colo uterino em ângulo de 90 graus. O fórnice tem muitas profundidades, sendo
que sua diferença de testemunho tem relação com pouca fertilidade (PONTE;
BRUNO, 2000).
Em estado normal as paredes da vagina estão coladas, porém em
mulheres multíparas, estas e as sustentações vaginais se encontram
dilaceradas e com uma cavidade real (KISTNER, 1989).
A vagina mantém fixa a relação com o colo uterino, fáscias integras e o
períneo ginecológico que cirurgicamente é muito importante.
As paredes da vagina medem 5 mm de espessura e por sua cavidade virtual elas permanecem em aposição. A junção das mucosas aparece como eco linear de forte intensidade central em toda extensão e no plano transversal, essa linha é horizontal (ABRÃO; PASTORE, 2000, p.469).
1.2 Anatomia da Coluna Lombar
Forma-se por ossos denominados vértebras, possuem alinhamento, é
firme, mas movimenta-se através das articulações, e os ligamentos e músculos
dão estabilidade a ela (COMISSÃO DA COLUNA VERTEBRAL, 2011).
Permite sustentação do corpo e sua função é proteger a medula
espinhal e divide-se em quatro. Possui 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5
lombares e 5 vértebras fundidas que formam o sacro, totalizando 33 vértebras.
Cada uma é chamada pela letra correspondente a região pertencente e um
número, que quer dizer o local onde está posicionada, para cima ou para baixo
(COMISSÃO DA COLUNA VERTEBRAL, 2011).
23
Graaff e Marshall (2003 apud BAULÉO; FONSECA 2012) diz que uma
vértebra tem o corpo localizado de forma anterior. Sua forma é de tambor e os
discos intervertebrais estão em contato diretamente tanto em cima como em
baixo.
O arco vertebral é fixo e os dois pedículos formam a parte posterior
dessas lâminas onde fica a medula espinhal. Existe ainda um processo
espinhoso, dois transversos, dois articulares superiores e dois inferiores que
dão origem ao que se denomina arco vertebral.
Segundo Greve e Amatuzzi (1999 apud SILVA, 2014) as vértebras
lombares são maiores e o que as diferem das outras além do tamanho é o fato
de que não possuem forames transversos e nem facetas que se articulam com
as costelas.
Os ligamentos da coluna apresentam um sistema extenso que dividem-
se em dois: os que unem as vértebras individuais e adjacentes e aqueles que
ligam várias vértebras em uma mesma união (NORKIN; LEVANGIE, 2001 apud
BAULÉO; FONSECA, 2012).
Por serem bastante inervados são geralmente motivos de dor. Os
ligamentos denominando longitudinal anterior da limitação ao movimento de
extensão, enquanto os intertransversal limita o movimento de lâteroflexão da
lombar, outros ligamentos que também limitam o movimento de flexão são: o
posterior, o amarelo,o supra espinhal e interespinhal, já o iliolombar não
permite que a quinta vértebra lombar (L5) deslize sobre o sacro (SILVA;
CAMPOS, 2002 apud BAULÉO; FONSECA, 2012).
A cápsula articular circula a margem dorsal, superior e inferior de cada articulação apofisária, inserindo-se exatamente por cima das margens da cartilagem. As fibras colágenas passam transversalmente de um processo articular para outro. A cápsula fibrosa é substituída completamente em nível anterior do ligamento amarelo. Posteriormente embora a cápsula seja espessa, ela é reforçada pelas fibras profundas do multifídio.Nas extremidades superior e inferior da articulação, a cápsula é frouxa e forma bolsas subcapsulares que contém gordura (OLIVER; MIDDLEDITCH,1998, p.48 apud BAULÉO; FONSECA, 2012, p. 20).
Existem dois tipos de articulações que se localizam na coluna lombar,
ascartilaginosas que estão entre os corpos intervertebrais e discos interpostos
24
e as sinoviais que estão localizadas entre o processo articular superior de uma
vértebra e o processo inferior da vértebra acima (NORKIN; LEVANGIE, 2001
apud BAULÉO; FONSECA, 2012).
Os músculos abdominais e transverso do abdômen estabilizam a coluna
lombar. Sabe-se ainda que contraindo os músculos oblíquo externo, interno e
transverso do abdômen tem-se maior pressão intra-abdominal, aumentando a
estabilidade por tensão da fáscia toracolombar.
Os músculos posteriores da lombar são músculos interespinhais que
conectam os processos espinhosos às vértebras, sendo estes os transversais
os rotadores longo e curto, o multifídio que se encontra na parte média,
contendo grande quantidade de feixes musculares, sendo o de maior
espessura. Na parte superficial estão os eretores da espinha (DRAKE et al.,
2007 apud SILVA, 2014).
A mobilidade da coluna se dá pela soma dos movimentos pequenos das
vértebras adjacentes.
As curvas fisiológicas da coluna dão permissão para o aumento da
flexibilidade, bem como a absorção de choques também tem sua capacidade
aumentada.
Na flexão o corpo da vértebra se anterioriza e desliza de forma anterior
reduz então a espessura do disco anterior elevando-o posteriormente. Ao
mesmo tempo,as apófises articulares da vértebra superior deslizam para cima
desligando-as das apófises superiores, a tensão gerada impede a flexão.
Na extensão o corpo da vértebra inclina-se de forma posterior afasta o
disco que está entre as vértebras, reduz a parte posterior e eleva
anteriormente, sendo empurrado o núcleo pulposo produz uma tensão na fibra
do anel. Sendo assim, a extensão se restringe pelas saliências ósseas que se
encontram perto do arco posterior e a tensão do ligamento anterior.
Na flexão lateral a vértebra tende a inclinar-se ao lado côncavo, e o
disco mantém sua espessura no lado convexo. Na rotação a vértebra superior
gira sobre a que está embaixo, o que permite que o corpo da vértebra superior
escorregue em relação a adjacente (KAPANDJI, 2000 apud SILVA, 2014).
1.2.1 Anatomia da Pelve
25
De acordo com Simões et al. (2011), a pelve fica na parte de baixo de
um plano para baixo e para frente, e forma um ângulo de 48 graus com uma
parte horizontal, sendo assim a cavidade da pelve assemelha-se a um cone
formando sua abertura superior e o ápice inferior forma sua abertura inferior.
“A cavidade pélvica é delimitada posteriormente pelo cóccix e pela parte
superior do sacro formando um teto sobre a metade posterior da cavidade”
(SIMÕES et al., 2011, p.11).
O diafragma da pelve que é limitada a parte inferior da cavidade pélvica
e forma o assoalho. Essa cavidade serve de alojamento para o reto, ureteres,
bexiga, órgãos genitais, vasos e nervos, é por onde o feto atravessa no
momento do nascimento.
A sustentação das vísceras da pelve e resistência ao aumento da
pressão intra-abdominal são feitas pelo diafragma da pelve. Sendo assim tem
grande importância no auxilio do diafragma toracoabdominal (DANGELO;
FATTINI, 2001).
A abertura superior tem contorno que varia devido a diversos fatores, é o
que limita as pelves menor e maior, e distinguem- se nela os diâmetros
sagitais, transversos e oblíquos.
Simões et al. (2011) diz que os diâmetros são: diâmetro anatômico,
verdadeiro (obstétrico) e diagonal. Os diâmetros transversos correspondem a:
transverso máximo, tem boa distância da abertura da parte superior, seu
comprimento écerca de 13,5 cm; transverso médio, é o ponto médio, tem
aproximadamente 12,5 cm e transverso anterior, está entre o ponto médio e a
linha pectínea tem 12 cm.
Os oblíquos são dois e um deles representa a articulação sacroilíaca e
iliopúbica, tendo 12 cm de comprimento. Existem ainda os diâmetros: externo
que vai do processo espinhoso até a parte superior da sínfise púbica, medindo
20 cm aproximadamente. As articulações intertrocantéricas localizam-se nas
partes laterais dos trocânteres maiores, no adulto mede aproximadamente 32
cm. As articulações interespinhosas situam-se entre as espinhas
anterossuperiores medindo 23 e 24 cm. As intercristal entre as partes mais
salientes das cristas ilíacas seu tamanho é de 25 a 28 cm.
Segundo Simões et al. (2011), o esqueleto da pelve envolve a cavidade
dela e promove uma fixação dos membros inferiores, forma-se pelos lados
26
anterior e lateral dos ossos do quadril que possui a articulação com a sínfise e
sua parte posterior pelos ossos sacro e cóccix.
Field (2001) descreve que o sacro é articulado com o osso do quadril de
forma posterior. No que diz respeito a parte anterior o osso púbico articula seus
dois corpos na sínfise púbica. A primeira e ultima são articulações estáveis,
sendo a primeira sinovial planae a última cartilaginosa.
As articulações sacroiliacas permitem um pequeno grau de rotação do sacro com relação aos ossos do quadril em torno do eixo através do seu ligamento interósseo. O movimento é maior nas mulheres jovens sobretudo durante a gestação e o parto, reduzindo consideravelmente depois da terceira década de vida. Nos homens o movimento é desprezível e praticamente inexistente depois da segunda década” (DEREK, 2001 apud SILVA, 2014, p.190).
Simões et al. (2011), considera que as articulações sacroilíacas
possuem como característica força, sustentação de peso, são mistas e formada
por articulação sinovial. As articulações possuem superfícies que se modificam
da puberdade até os avanços da idade, como resultado no encaixe dos ossos
parcialmente.
O ligamento sacroespinhal, que une a face lateral do sacro e cóccix à espinha isquiática, subdivide esse forame em forames isquiáticos maior e menor. Os movimentos articulares são limitados a movimentos de deslizamento e de rotação que permitem ao osso sacro um pequeno movimento de báscula (SIMÕES et al., 2011. p.14).
O movimento sacroilíaco é limitado e tem como justificativa o fato dessas
articulações terem responsabilidade na divisão do peso do tronco e membros
inferiores.
Segundo as definições de Simões et al. (2011), é uma articulação
cartilaginosa que se localiza no púbis. Contém uma cavidade no meio que
muda de tamanho durante a fase gestacional e se movimentam durante a
passagem do feto. Os ligamentos superior e inferior apresentam-se nas
respectivas margens da sínfise púbica, tem fibras em sua constituição e deixam
o arco púbico arredondado.
A sínfise púbica encontra-se na parte central da região do abdômen
27
mais especificamente acima da genitália externa. Apresenta movimentos
acessórios uma pequena torção nessa articulação que são decorrentes das
pressões sobre a pelve e o sacro no momento em que ocorre a movimentação
das articulações sacroiliacas e quadril (FIELD, 2001).
Os ossos do quadril formam essas paredes cada um com seus forames
e membranas, as fibras formam o tendão que vai da pelve ao forame menor
quando fixa-se no trocanter maior. O músculo obturador divide-se em parte
pélvica superior e perineal inferior. Na parte média da pelve estão os nervos
obturadores dos dois lados (SIMÕES et al., 2011).
De acordo com Dangelo e Fattini (2001) a pelve pode ser classificada
com relação a sua abertura em:
a) Ginecóide - abertura arredondada e mais comum;
b) Andróide - abertura em forma de copas;
c) Antropóide - abertura oval longo e estreito;
d) Platipelóide - abertura ovóide com eixo tranversal.
Segundo os autores citados acima, existem as mistas onde parte são de
um certo tipo e outra parte diferente. Como função a pelve protege as vísceras
internas, fixa os músculos e sua principal função é dividir o peso da coluna para
os acetábulos bem como os membros inferiores, enquanto o indivíduo
encontra-se em pé e quando sentado os púberes isquiático.
Field (2001), diz que há uma parede em volta das vísceras abdominais
que são formadas pelos músculos do abdômen. O diafragma situa-se acima,
coluna vertebral e psoas maior estão localizados na parte póstero inferior, já o
quadrado lombar lateralmente, os oblíquos na parte anterolateral apoiando-se
na face inferior do transverso abdominal pelos músculos do assoalho pélvico
anterior e inferiormente. Alguns desses músculos podem ser palpados caso
sejam contraídos, mas nem sempre são fáceis de se distinguir.
Ainda sobre o autor acima, o quadrado lombar localiza-se abaixo do
latíssimo do dorso e sua margem anterior está facilmente encontrada
posteriormente a linha axilar média. O eretor da espinha situa-se próximo aos
processos espinhosos das vértebras lombares, que originam colunas que
passam pela crista ilíaca posteriormente e inferiormente do sacro até os
transversos das vértebras torácicas.
Simões et al. (2011), descreve que o peritônio não atinge o assoalho
28
pélvico apesar de permanecer na cavidade da pelve, e separado pelas vísceras
e fáscias. Os órgãos genitais: ovários, tubas e as vísceras da pelve são apenas
cobertos pelo peritônio de forma parcial.
Segundo Dangelo e Fattini (2001), existem diversas diferenças nas
pelves dos homens e mulheres, no caso da pelve feminina é o lugar onde
obrigatoriamente o feto passará na hora do parto natural.
Na sua descida em direção ao meio exterior, a cabeça fetal sofre uma rotação ocupando sucessivamente o diâmetro transverso da abertura superior da pelve, o diâmetro obliquo e o ântero-posterior da abertura inferior da pelve. Nesse trajeto, a cabeça fetal segue o eixo do canal do parto (DANGELO; FATTINI, 2001. p.678).
Os mesmos autores citam que outras diferenças podem ser descritas: a
pelve feminina é mais inclinada que a masculina, fazendo com que a mulher
tenha nádegas mais elevadas e com maior proeminência. A abertura da pelve
masculina é oval e afunilada, enquanto a feminina é arredondada e cilíndrica.
Na região pélvica os maiores nervos estão localizados de forma
profunda no interior do abdômen. Os do plexo lombar formam-se interiormente
no psoas maior, enquanto os nervos do plexo sacral localizam-se diante do
sacro (FIELD, 2001).
A pelve é muito bem suprida por artérias e tem grande circulação, são
duas ímpares e duas pares. A artéria ilíaca interna é a parte onde termina a
ilíaca comum e tem origem no disco entre quintavértebra lombar (L5) e primeira
vértebra sacral (S1).
“Todas as grandes artérias do abdômen tem localização profunda no
interior da cavidade abdominal e são difíceis ou impossíveis de encontrar”
(FIELD, 2001, p.196).
São compostos pelas artérias: umbilical, que é o primeiro ramo da artéria
ilíaca e pode originar a uterina; artéria obturatória que geralmente se conecta
com a artéria umbilical, suprindo os músculos da coxa; artéria uterina;vaginal;
retal e artéria pudenda interna, onde termina a ilíaca.
Esses ramos compõem as artérias: iliolombar, glútea superior, sacrais
laterias, glútea inferior, sacral mediana, artéria retal superior e a artéria ovárica
(SIMÕES et al., 2011).
29
1.3 Fisiologia do Ciclo Menstrual
1.3.1 Menstruação
O corpo da mulher entre a menarca, puberdade e menopausa passa por
uma série de alterações, uma delas é a menstruação que caracteriza-se por
um sangramento vaginal periódico. A primeira menstruação chamada de
menarca e a ultima denominada menopausa. Todos os meses no primeiro dia
do sangramento vaginal que é a descamação da camada interna do útero
conhecida como endométrio, essa camada se desprende do útero e sai pelo
cérvix e vagina acontecendo uma série de alterações onde se inicia o ciclo
menstrual preparando o corpo da mulher para reprodução (DELIGEOROGLOU;
TSIMARIS, 2010 apud BAUZAS; BRAGA; LEÃO, 2010).
O ciclo menstrual caracteriza-se como mudanças nos ovários e
endométrio. Esse ciclo pode diferenciar-se de 21 a 35 dias, mas pode durar
uma base de 28 dias. Cada momento é marcado por liberações de hormônios
pela hipófise de folículo estimulante (FSH) e luteinizante (LH) e dos ovários,
estrogênios e progesterona (FREITAS; MENKE, 2001 apud DIAS; SIMÃO;
NOVAES, 2005).
Oosthuyse; Bosh (2010 apud COSTA et al., 2013) citam que a fisiologia
do ciclo menstrual é separada em 3 etapas, sendo do 1º ao 7º dia denominada
fase folicular, onde se observa as baixas concentrações de progesterona e
estradiol, e regressão da menstruação, do 8º ao 14º que se observa o 2º
momento do ciclo menstrual, denominado fase ovulatória onde os hormônios
luteinizantes (LH) e folículo-estimulante (FSH), estão com seus níveis
elevados causando um pico de estrogênio e elevação da progesterona, do 15º
ao 28º dia se observa o 3ª momento onde caracteriza-se como fase lútea onde
a hipófise cessa seu trabalho e reduz a secreção de LH e FSH, fazendo com
que o folículo se vede novamente após a liberação do ovócito, começando a
formar o corpo lúteo, ocasionando um pico de progesterona.
A fisiologia do ciclo menstrual depende da interação entre cérebro, glândula pituitária, ovários e endométrio. Estímulos ambientais como nutrição, estresse, emoção, luz, odor e som são transformados pelo hipotálamo em neuropeptídios; levando
30
a glândula pituitária a secretar gonadotrofinas, as quais estimulam os ovários. Os ovários secretam estradiol e progesterona, os quais estimulam o endométrio a se preparar para uma gravidez, e mantêm a estimulação do hipotálamo e da glândula pituitária. A duração média do ciclo menstrual é de 28 dias, mas pode variar de 20 a 45 dias (FRANKOVICH; LEBRUN, 2000 apud FERREIRA; AZANKI, 2010, p.61).
O sistema nervoso central é essencial para que se dê início ao ciclo
menstrual por meio da ativação do hipotálamo e da hipófise. O folículo
dominante produz esteróides e os peptídeos, que são hormônios responsáveis
em controlar o ciclo menstrual, sob a ação dos hormônios ocorrem
modificações nos ovários onde se inicia o ciclo menstrual sob a fase folicular,
ovulação e formação do corpo lúteo (NEME, 2005; BUNDUKI; CABAR;
NOMURA, 2012).
1.3.2 Fase Folicular
Segundo Bunduki, Cabar e Nomura (2012), as fases que compõem o
ciclo menstrual são denominadas de fase folicular, ovulação e fase lútea. A
fase folicular dura em média de 10 a 14 dias, e são os hormônios que exercem
um papel principal nessa fase com o objetivo de amadurecer esses folículos
deixando-os aptos para a ovulação, e no fim do ciclo predomina um folículo
maduro dominante.
Na vida intrauterina o feto feminino na 20ª semana de vida já está
desenvolvendo dentro do seu útero folículos, que ao nascimento já estarão
prontos. Medindo cerca de 50 micrômetro (µm) diâmetro externo e 20 µm
diâmetro interno os folículos, são envoltos por uma camada de células
granulosas e se mantém em estágio de repouso até sua primeira divisão que
acontece na adolescência iniciando a primeira menstruação da mulher. No
inicio do clico menstrual o FSH tem como função recrutar um folículo
dominante que está presente no ovário e preparando para ovular (BUNDUKI;
CABAR; NOMURA, 2012).
“Estimulada pelo hipotálamo, à hipófise libera o hormônio fólico
estimulante (FSH) que estimula o ovário a produzir 5 a 20 folículos imaturos”
(RICCI, 2008 apud PEREIRA; SILVA, 2015, p. 30).
31
Neste momento da fase folicular, o FSH se encontra com seus níveis
elevados para que aconteça o amadurecimento dos folículos imaturos, com
esses níveis elevados de FSH um único folículo imaturo se desenvolve e
começa a formação de estrogênio, é o estrogênio que provoca a ampliação de
LH chegando em seus níveis mais elevados (ALVES et al., 2015).
Para o folículo dominante após o recrutamento nos primeiros dias do
ciclo menstrual é estimulado pelo FSH e tende a ampliar sua dimensão
caracterizando seu amadurecimento, multiplicando suas camadas de células
granulosas, escamosas para cubóide, sendo assim denominando um folículo
primário, devido à proliferação dessas células um folículo primordial
transforma-se em folículo primário. A teca interna e a teca externa são junções
que varia em 3 a 6 camadas de células granulosas (BUNDUKI; CABAR;
NOMURA, 2012).
Para o início de um novo folículo préantral é marcado devido o
surgimento do ovócito e criação da zona pelúcia que envolve o ovócito, para
que ocorra a produção de aromatase que é responsável por transformar
andrógenos em estrógenos precisa da estimulação do FSH, e com a ajuda do
estrógeno intensificam o recebimento de FSH das granulosas aumentando seu
desenvolvimento e sua multiplicação. Com o auxilio do estrógeno e do FSH
ocasiona em um uma multiplicação de fluido folicular, sendo assim a granulosa
que recobre o ovócito é denominada lusoophorus. Devido à participação do
FSH, o elemento primordial do fluido folicular passa a ser o estrógeno, ao
contrário na falta de FSH se encontra como principal elemento os andrógenos,
sendo assim o papel desses hormônios é primordial para o crescimento
folicular (BUNDUKI; CABAR; NOMURA, 2012).
Uma quantidade elevada de células granulosas há nos folículos antrais,
com grande quantidade de estrógeno e pequenas relações
andrógeno/estrógeno, e as que possuem um excelente ovócito.
Portanto nos folículos préantral e antral, os recebedores dos hormônios
de LH se encontram somente nas tecas interna e externa e os de FSH, nas
células da granulosa.Um folículo indicado a ovular tem como característica uma
influência e uma dominância de estrógeno, ato que apenas um folículo atinge,
fato que necessita das interações de dois hormônios que agem dentro do
folículo, o estrógeno e o FSH, e também da ação hipofisária. O estrógeno atua
32
ainda como ativador do FSH dentro do folículo maduro, já na hipófise existe um
feedback negativo atuando na diminuição do FSH (BUNDUKI; CABAR;
NOMURA, 2012).
Devido à diminuição do FSH e de seus receptores nos folículos que não
se desenvolveram, leva à diminuição da multiplicação da ação das células da
granulosa, deixando o espaço intrafolicular androgênico e um folículo mais
estreito. Esse estreitamento é devido a cerca da morte celular e é comandado
por razão do progresso local, como a morte tumoral, estimulada pela célula da
granulosa, a qual é responsável em parar a produção de estrógeno que tem a
intervenção do FSH, menos do folículo dominante, o único que se manteve
ativo mesmo com a declinação do FSH pelo fato do local conter estrógeno.
O folículo dominante tem como característica uma grande quantidade de
células da granulosa, deixando a teca bem irrigada, que no momento em que
chegar entre no 9º dia do ciclo menstrual ela se duplica no folículo dominante
em comparação aos outros folículos. Este feito concede uma entrada de
gonadotrofinas ao folículo, essa responsabilidade fica para o FSH que também
auxilia na sua evolução.
Deste modo a ovulação e a preservação do corpo lúteo só acontecem se
a granulosa conquistar recebedores de LH, com o apoio do FSH, isso
acontece. Devido à extensão das condições intrafoliculares de estrógeno, o
FSH atrai o surgimento de receptores de LH, fazendo com quem o LH produza
seus captadores nas células da granulosa, para um perfeito crescimento do
folículo pré-ovulatório e um ovócito saudável, a atuação do LH é indispensável
(BUNDUKI; CABAR; NOMURA, 2012).
No estágio do folículo antral dominante, diversos fatores de crescimento (proteína-1 fosforilada ligada ao fator de crescimento insulina-smile) e peptídeos (inibina, activina, folistatina) participam da resposta folicular ás gonadotrofinas. A inibina B, secretada pelas células da granulosa em resposta ao FSH, inibe a secreção hipofisária e da granulosa aumenta a produção de FSH e potencializa sua ação (BUNDUKI; CABAR; NOMURA, 2012, p. 63).
O que determina esse desenvolvimento também estimula a função do
FSH e do LH. As células da granulosa que se encontram dilatadas no folículo
pré-ovulatório e obtém colocações lipídicas, embora a teca fique muito
33
vascularizada. O estrógeno alcança seu nível mais elevado, entre 24 a 36
horas no momento da pré-ovulação, e durante essa fase que o LH se destaca
com seus níveis aumentado, assim estimula a formação de um corpo lúteo no
folículo dominante, excita a formação de progesterona, provoca o início dos
recebedores de progesterona no folículo. O estrógeno entra em feedback
positivo devido aos níveis elevados de progesterona, que também associa-se
ao topo do FSH.
Excitadas pelo LH as enzimas P450scc e P450c, que contribuem na
criação de andrógenos pelas tecas, que estão presente no folículo. A classe de
hormônios 17 alfa-hidroxiprogesterona nos níveis plasmáticos se encontram
em uma produção elevada fato que não altera nem ajusta o ciclo menstrual.
Ao término da ovulação, para a criação de um novo corpo lúteo alguns
componentes da teca transformam-se em luteinizadas, para um inicio de
crescimento de um novo corpo lúteo, perdendo a prática da P450c17, são
outros componentes que preservam a produção de andrógenos. Os
andrógenos são gerados pelas tecas e com sua ajuda estimulam um elevado
nível de testosterona e androstenediona, o nível elevado de andrógeno tem
função fora do folículo podendo gerar uma perda definitiva das células da
granulosa, e cooperar para incidência de um estreitamento folicular e favorecer
o desejo sexual (BUNDUKI; CABAR; NOMURA, 2012).
Segundo Charkoudian e Joyner (2002 apud MENDONÇA et al., 2007)
falam que entre o 1º e 7º dia da menstruarão ocorre a fase folicular onde se
observa os hormônios progesterona e estrogênios com seus níveis diminuídos ,
para que a ovulação aconteça entre o 8º e 11º dia após a fase folicular o
estrógeno que circula no local tem seus níveis elevados provocando a
ovulação.
1.3.3 Ovulação
Na fase folicular um óvulo aumenta como um tipo de cisto chamado Graaf, até alcançar a superfície do ovário. O óvulo é liberado para dentro da cavidade peritoneal. A liberação periódica do óvulo maduro é referida como ovulação. Isso ocorre devido ao aumento do hormônio LH (BRUNNER; SUDDARTH, 2011 apud PEREIRA; SILVA, 2015, p. 30).
34
De acordo com Bunduki, Cabar e Nomura (2012), o período da ovulação
é marcado pelo aumento dos hormônios LH e estradiol. Dura certa de 10 a
12horas após o aumento do LH, e 24 a 36 horas após o aumento do estradiol
podendo ser alterado de um ciclo ao outro, para o integral amadurecimento do
ovócito a elevação do LH tem que se manter por no mínimo 14 horas e no
máximo 27 horas.
O LH tem como atividades principais promover o estímulo para continuação da divisão celular do ovócito na meiose 1, a luteinização das células da granulosa e síntese de progesterona e prostaglandina dentro do folículo (BUNDUKI; CABAR; NOMURA, 2012, p. 63).
A parede do folículo dominante precisa romper para a saída do ovócito,
assim ocorrendo à ovulação esse feito só é possível pela interação e trabalho
da progesterona e da prostaglandina que aumentam suas atividades, o FSH
tem um pico pela atuação da progesterona só assim deixando o folículo
dominante apto para liberar o ovócito para o útero. Com o pico da progesterona
ocasiona em um feedback negativo na execução do LH (BUNDUKI; CABAR;
NOMURA, 2012).
[...] “Nessa fase, o folículo apresenta o cumulusoophorus bem
desenvolvido e o fluido intrafolicular abundante e rico em prostaglandinas,
plasminogenio e colagenase” (BUNDUKI; CABAR; NOMURA, 2012. p. 63).
Depois da ovulação a camada mais superficial do útero passa por
adaptações pelos hormônios estrogênio e progesterona, com a atuação da
progesterona no útero a multiplicação endometrial tem seu fim três dias ao
término da ovulação (BUNDUKI; CABAR; NOMURA, 2012).
Ao término da ovulação se inicia a fase lútea, caracterizada pelo
acúmulo e passagem de estrogênio e progesterona, onde seus níveis mais
elevados estão entre o 19º e 21º dias da descamação do endométrio
denominada de menstruação (CHARKOUDIAN; JOYNER, 2002 apud
MENDONÇA et al., 2007).
1.3.4 Fase Lútea
Para Bunduki, Cabar e Nomura (2012) a execução dessa fase
35
necessita de um folículo pré ovulatório pronto com uma quantidade elevada
de FSH e fluxo intenso de LH. Esse começo é identificado pelo início da
angiogênese sendo ativada pelo desenvolvimento endotelial vascular, com a
redução desse desenvolvimento endotelial consequentemente ocorre à
involução desse corpo lúteo. Para que comece um crescimento de um novo
folículo, alguns hormônios agem em conjunto sendo esses a progesterona, o
estradiol e a inibina A, eles atuam auxiliando na disponibilização de
gonadotrofinas para que ocorra esse crescimento novamente.
Os estrogênios e as progestinas são hormônios ovarianos, sendo os
ovários responsáveis pela liberação de estrogênio sendo que o de β-estradiol
e a progestina, mais importante é denominada de progesterona esses
doishormônios são liberados somente na fase lútea especialmente produzidos
pela presença do corpo lúteo (GUYTON;HALL, 2002 apud MENDONÇA et
al.,2007).
A fase lútea tem inicio na ovulação e vai até a fase menstrual do próximo ciclo. Após o folículo se romper e liberar o óvulo, ele se fecha e forma um corpo lúteo, que secreta grandes quantidades dos principais hormônios femininos, estrogênio e progesterona que integra com o endométrio para prepará-lo a implantação (RICCI, 2008 apud PEREIRA; SILVA, 2015, p. 30).
Para Bunduki, Cabar e Nomura (2012), a involução do corpo lúteo tem a
atuação luteolítica sequente da formação de estrógeno, além das mudanças
decorrentes das ações hormonais, essa involução tem como consequência a
diminuição da inibina, progesterona e estradiol. Com a diminuição desses
hormônios tem a concepção imediata da secreção pulsátil do hormônio
liberador de gonadotrofina (GnRH), e a ativação da hipófise para ativar o
feedback negativo. Com a queda do estradiol, a inibina A ligado com o pico do
GnRH, intensifica a ativação de FSH concedendo o aparecimento do folículo
dominante.
Entre o 7º e o 13º dias logo depois da ovulação a camada mais
superficial do útero mais conhecida como endométrio passa por mudanças
consideráveis.Após o começo dessa face às glândulassecretoras se encontram
tortas e dilatadas e com uma insuficiência de tecido conjuntivo vascularizado.A
descamação do endométrio inicia-se na fase lútea, marcando o início da
36
menstruação sob a ação da progesterona.
“As células deciduais controlam a invasão do trofoblasto e os produtos
da decídua participam na regulação autocrina e parácrina dos tecidos maternos
e fetais” (BUNDUKI; CABAR; NOMURA, 2012, p. 64).
De acordo com os autores já citados acima, o corpo lúteo tem sua
regressão e começa a se reestruturar aproximadamente 10 a 12 dias após a
ovulação, se o ovócito não se fertilizou, assim modificando-se para corpo
albicans. Com a deciduação marca a transição entre a fase proliferativa e
esfoliativa do ciclo. Devido à declinação da progesterona e estrógeno começa
algumas ações endometriais: resposta vasomotora, ausência de tecido e
menstruação, verifica-se a redução tecidual feedback vasomotoras das
arteríolas, diminuição da irrigação sanguínea, morte celular, trauma nos vasos
causando a menstruação.
Há uma divisão entre as camadas endometriais: a basal e a esponjosa,
com a ruptura, essas camadas ficam soltas, com muita vascularização, com
edema assim perde as camadas se reduzem e perde seu volume, por causa
desses feitos combinados a secreção menstrual é interrompida.
1.4 Fisiopatologia da dismenorreia
1.4.1 Definição
Dismenorreia é caracterizada como a sintomatologia dolorosa que
ocorre anteriormente ou durante amenstruação. Esta dor atinge principalmente
o baixo ventre e região lombar, com ou sem irradiação para os membros
inferiores. Pode ser associada a outros sintomas, como mal estar geral, dor de
cabeça, nervosismo, desmaio, náuseas, entre outros (HILLEN et al, 1999;
DURAIN, 2004 apud OLIVEIRA et al., 2012; COSTA, 2005).
“Pode ocorrer nos diferentes grupos etários, contudo, a dismenorreia
funcional incide em mais de 60% no grupo etário de 18 a 25 anos,
principalmente em nulíparas” (LIMA, 1975 apud FONSECA et al, 2000, p. 748).
Segundo Mieli e Cezarino (2007), a dismenorreia afeta cerca de 90%
das mulheres e dentre estas, cerca de 10% são afastadas do trabalho por até
três dias ao mês. Além do afastamento do trabalho, é comum o aumento de
37
distúrbios psicológicos, como depressão, e interferência na vida social e
doméstica, onde a dismenorreia pode causar transtornos nos afazeres que até
então seriam considerados normais na rotina da mulher (DAWOOD; RAMOS,
1990; HARLOW; CAMPBELL, 2004; PASSOS et al., 2008 apud OLIVEIRA et
al, 2012).
A dor pode ser variada em diferentes intensidades. Dentre as mulheres
afetadas, 10 a 15% relatam dores intensas e 5% relatam dores incapacitantes.
(HURTADO et al., 2005 apud PAULINO; TELES; LORDÊLO, 2014).
Segundo Halbe (2000 apud FERREIRA E AZANKI, 2010) a dor é do tipo
cólica, caracterizada por espasmos durante crises agudas que surgem antes
ou durante a menstruação, sendo mais forte no primeiro dia e não prolongando
por mais de dois dias.
Apesar de ser uma das queixas mais encontradas durante as consultas
com o ginecologista, a maioria das mulheres não procuram um tratamento
específico, pelo fato das dores serem suportáveis em alguns casos ou pela
falta de conhecimento sobre o tratamento para este fim (REDDISH, 2006;
PROCTOR; FARQUHAR, 2008 apud GIRALDO; ELEUTÉRIO JÚNIOR;
LINHARES, 2008).
1.4.2 Classificação
A dismenorreia pode ser classificada em leve, moderada ou severa, de
acordo com sua intensidade e em primária e secundária, de acordo com as
características clínicas (OLIVEIRA et al., 2012).
A dismenorreia primária, também chamada de funcional ou
espasmódica, ocorre quando a dor está presente sem patologias
concomitantes. Neste tipo, a dor aparece cerca de 6 a 12 meses após a
menarca, quando os ciclos ovulatórios tornam-se constantes (FONSECA et al.,
2000). Normalmente estas meninas na fase da puberdade apresentam histórico
familiar de dismenorreia conjunta à síndrome pré-menstrual (SCHMIDT;
HERTER, 2002). Sendo assim, quando as cólicas são iniciadas é normal
ocorrer o aumento progressivo de sua frequência, atingindo o pico máximo aos
20 anos de idade e a partir daí diminuir sua intensidade (NATHAN, 1983 apud
SCHMIDT; HERTER, 2002).
38
Dentre as principais causas, destacam-se miometrial, psicogênica, endócrina e a ação das prostaglandinas. Existem estudos da associação de causas genéticas com níveis elevados de prostaglandina F2-alfa, leucotrienos (5-lipoxigenase) no endométrio secretor e progesterona, o que determinaria contrações uterinas (MIELI e CEZARINO, 2007, p. 103).
A dismenorreia secundária é a dor com aparecimento logo após a
menarca ou tardio, que está relacionada principalmenteàslesõesnos órgãos
pélvicos e aos fatores que levem ao excesso de contração na camada mediana
do útero, o miométrio (NATHAN, 1983 apud SCHMIDT; HERTER, 2002;
FONSECA et al., 2000). Pode ser chamada de congênita, quando há
impedimento da passagem do fluxo menstrual normal, devido às malformações
uterinas, ou adquirida, quando está relacionada às lesões orgânicas, como
miomas uterinos, que são uma das causas das contrações exacerbadas do
miométrio, endometriose, aderências pélvicas, uso do DIU, entre outras
(FONSECA et al., 2000; MIELI; CEZARINO, 2007).
Quanto à fisiopatologia, o fator mais importante parece ser a elevação dos níveis de prostaglandinas, o que favorece a exacerbação de contrações uterinas (YLIKORKALO, 1979). Essa contração exagerada promove a redução do fluxo vascular uterino, causando hipóxia e isquemia, aumentando ainda mais o quadro doloroso (BORTOLETO, 1995). Além disso, a ação das prostaglandinas estimula contrações na musculatura lisa do estômago, intestino e vasos sanguíneos, resultando daí os sintomas como náuseas, vômitos, diarreia, irritabilidade e cefaleia (REHME, 1996 apud SCHMIDT; HERTER, 2002, s.p.).
Dentre as diferenças encontradas, a dor advinda da dismenorreia
secundária normalmente ocorre antes ou durante a menstruação. Já a dor
proveniente da dismenorreia primária é um pouco diferenciada, pois é mais
insidiosa no primeiro dia da menstruação e permanece por 24 a 72 horas
(PROCTOR et al., 2002; FRENCH, 2008 apud OLIVEIRA et al., 2012). Apesar
de terem diferentes causas, há como semelhança a produção excessiva de
prostaglandinas nas dismenorreia primária e secundária (YLIKORKALA;
DAWOOD, 1978 apud FONSECA et al, 2000).
39
1.4.3 Diagnóstico
O diagnóstico da dismenorreia é fácil e está relacionado a uma
anamnese bem detalhada, exame clínico minucioso e exames
complementares.
Durante a anamnese, deve-se focar na idade da paciente e o tempo de
início e duração e prolongamento da dor. Normalmente, a dismenorreia
primária surge cerca de 6 a 12 meses após a menarca, em adolescentes que
sejam confirmadas a ausência de patologias pélvicas, já a dismenorreia
secundária normalmente aparece após os 25 anos de idade, sendo as
patologias pélvicas confirmadas e a dor com intensidade diferente da primária
(YLIKORKALA; DAWOOD, 1978 apud FONSECA et al., 2000; MIELI;
CEZARINO, 2007; ACQUA; BENDLIN, 2015).
No exame físico, são realizadas inspeção e palpação do abdome, para
verificar presença de massas tumorais e da genitália externa, para verificar
possíveis anomalias congênitas. No toque vaginal verifica-se a consistência da
parede vaginal e do útero e presença de dor, processos inflamatórios e
neoplasias. Caso haja algum impedimento da realização do toque vaginal,
opta-se pelo toque retal.
Os exames complementares são de extrema importância e
indispensáveis para comprovar os achados da anamnese e exame físico.
Dentre eles, pode-se realizar o ultrassom na pelve ou nas vias urinárias para
verificar massas tumorais; ressonância magnética para verificar se há presença
de nódulos uterinos ou outras tumerações uterinas; dopplerfluxometria das
artérias do útero para verificar o nível de resistência do fluxo sanguíneo;
laparoscopia para verificar a causa de dores pélvicas e exames de rotina como
hemograma e urocultura, que são úteis para verificar se há alguma patologia
em fase inicial (MIELI; CEZARINO, 2007).
Para Mieli e Cezarino (2015, p. 105), há alguns diagnósticos diferenciais
que devem ser investigados, para eliminação de patologias ginecológicas e
urinárias não relacionadas com a dismenorreia secundária, facilitando assim a
investigação das causas e consequentemente favorecendo o tratamento, como
“gravidez ectópica, apendicite aguda, infecção urinária, torção de estruturas
pélvicas e moléstia inflamatória pélvica”.
40
1.4.4 Tratamento
Para Fonseca et al. (2000), o tratamento da dismenorreia se diferencia
de acordo com o objetivo a ser alcançado, ou seja, se será realizado durante
ou fora da crise.
Durante a crise, o tratamento é de urgência, com o objetivo principal de
aliviar a dor. Sendo assim, este tratamento deve ser repetido mensalmente,
pelo fato de não eliminar a causa. Recomendam-se analgésicos,
antiespasmódicos, calmantes, termoterapia e repouso.
As medidas adotadas fora da crise têm como objetivo eliminar o fator da
causa, seja ele de origem primária ou secundária. Sendo assim, eliminando a
causa, deve-se eliminar o quadro álgico.
Para dismenorreia primária, recomendam-se como medidas gerais o
repouso, exercícios físicos, vitaminas e dieta; os medicamentos mais utilizados
são estrogênios, contraceptivos orais, orciprenalina, isoxsuprina,
antiinflamatórios e supositórios. Por fim, caso o tratamento geral e
medicamentoso não seja eficaz, recomenda-se o tratamento cirúrgico, como
por exemplo, neurectomia pré-sacra, denervação ovariana e ressecção
endoscopia dos ligamentos uterossacros. Já para dismenorreia secundária o
tratamento consiste na remoção do fator secundário que está causando a dor,
sendo diferente e direcionado para cada caso (FONSECA et al., 2000).
A fisioterapia é um método muito eficiente para o tratamento da
dismenorreia primária, principalmente para as mulheres que não podem
realizar o tratamento geral ou farmacológico ou não encontraram melhoras com
estes meios (REIS; HARDY; SOUSA, 2010 apud PAULINO; TELES;
LORDÊLO, 2014).
Dentre os recursos encontrados na fisioterapia, destacam-se a
acupuntura, onde a diminuição da dor ocorre por um aumento de receptores
talâmicos; termoterapia, que contribui para a diminuição do espasmo devido ao
relaxamento muscular e vasodilatação local; a crioterapia, que utiliza o gelo em
uma temperatura entre 0° a 18,3 graus Celsius (ºC) e contribui para a
diminuição dos espasmos devido à vasoconstrição; a cinesioterapia, utilizada
por meio de exercícios simples que promovem o relaxamento dos músculos
pélvicos; a massoterapia, que favorece orelaxamento muscular pela ativação
41
de receptores da dor; o aparelho ondas curtas, que promove analgesia devido
ao aumento do limiar das fibras nervosas motoras e a estimulação elétrica
nervosa transcutânea (TENS) (HELMS, 1987; DOMENICO; MACHADO, 1991;
WOOD, 1998; STARKEY, 2001; CASSAR, 2001; HAYES, 2002 apud
FERREIRA; AZANKI, 2010).
A estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) é um método não farmacológico que vem sendo amplamente recomendado para o tratamento da dismenorreia primária. É um método de estimulação dos nervos periféricos através de eletrodos acoplados à pele, que atua nos sistemas moduladores da dor, aumentando a tolerância à dor e causando analgesia (LUNDEBERG; BONDESSON; LUNDSTRON, 1995; LUCENA; NETO; MOTA, 1997 apud PAULINO; TELES; LORDÊLO, 2014, p. 49).
Para Fonseca et al (2000), hábitos de vida saudáveis, como dieta
equilibrada, exercícios físicos, interação social e preparo psicológico antes da
primeira menstruação são medidas que podem ser tomadas para prevenção da
dismenorreia primária.
1.5 Técnicas de tratamento
1.5.1 Conceito de TENS Convencional
Segundo Kaplan et al. (1997 apud FERREIRA; AZANKI, 2010), o TENS
mostra-se como um método não invasivo eficaz no controle da dor para
mulheres que não conseguem alívio com outras técnicas de tratamento. O
TENS é um tratamento possível para mulheres que sofrem de dismenorreia
pelo fato de seus mecanismos de ação envolverem a liberação de endorfina.
“A teoria das comportas, ou reflexo axonal, é a teoria mais comumente
usada para explicar a inibição da dor pelo TENS, que promoveria a dilatação
local dos vasos que irrigam o órgão alvo através de estímulo dos nervos
periféricos” (WANG; LEE; HWA, 2009; SLUKA; WALSH, 2003 apud PAULINO;
TELES; LORDÊLO, 2014).
Sendo a célula T considerada como as portas por onde devem passar os
sinais, aceita-se que sobrecarregar a transmissão de fibras A bloqueie uma
42
transmissão bem mais devagar das fibras C que trazem o sinal álgico que pode
ser parado pelas comportas que se encontram na célula T. O paciente teria sua
dor reduzida ou extinta, sendo essa descrição da teoria das comportas citados
por Wall e Melzack (KAHN, 2001).
O TENS teve sua introdução nos anos 1970, tendo sido aceita para agir
controlando a dor tanto crônica quanto aguda (KANH, 2001).
Segundo Agne (2015), a técnica TENS deve-se à aplicação sobre a pele
que deve estar em perfeito estado, esta aplicação é feita por eletrodos tendo
como objetivo a estimulação das fibras nervosas de diâmetros grandes que
com perfeita mielinização permite que a condução elétrica seja rápida assim
como fibras motoras.Sendo ativadas desencadeiam nível central, que sobre
transmissão nociceptiva que conduzidas de formas sem mielina de calibre
pequeno gera diminuição ou extinção da dor.
“É um aparelho de corrente pulsada, bifásica, assimétrica equilibrada de
pulso retangular, despolarizada” (UNTURA; REZENDE, 2011, p.30).
De acordo com Untura e Rezende (2011), o TENS é um aparelho que
gera pulsos de forma balanceada. A corrente que é produzida por esse
aparelho se transmite pelos fios elétricos até o eletrodo que está colocado na
pele, com a condução feita através de um gel que conduz a corrente
intersticialmente. Tem como objetivo modular e causar influência no processo
neurocondutor da dor, liberando opióides endógenos.
Além de ser usado para identificar a diferença entre os pulsos elétricos
com finalidade terapêutica, além de analgesia, também tem como finalidade o
relaxamento dos músculos, descontratura, metabólico, entre outras. O nome
TENS é usado para quatro tipos de correntes diferentes e tradicionais
analgésicas essenciais que são elas: Convencional, acupuntura, breve intenso
e Burst. O aparelho para ser bem operado é necessário que seja feita uma
avaliação muito eficiente do quadro de dor que serão relacionadas a
parâmetros de estimulação e estimulação elétrica (AGNE, 2015).
Esses níveis de eletroestimulação tem relação direta com a frequência
da corrente, o valor do tempo de duração do pulso elétrico. A intensidade ou
fluxo da corrente e o tempo necessário de estimulação para que ocorram os
estímulos de produção química que irão interferir no quadro álgico (AGNE,
2015).
43
De acordo com Telles e Amaral (2007), existe uma tendência em usar
casa vez mais a técnica do TENS em outras patologias que causam dor, tendo
como exemplo a endometriose. Sabe-se que essa técnica contribui de forma
clara no que diz respeito à economia, pois seus equipamentos têm custo baixo,
e não há efeitos colaterais, e sendo usado como medicação em pequena
quantidade que é o que diminui esses efeitos.
1.5.2 Conceito de TENS Burst
Dentre os tipos de TENS, há um tipo específico denominado TENS
Burst. Este modo pode comumente ser chamado de Trens de pulso pelo fato
de ocorrer a liberação de vários pulsos de alta frequência, mas com duração
curta (KHADILKAR et al., 2005 apud MONTEIRO, 2009).
“O TENS Burst consiste de um sistema especial de modulação de uma
frequência mais elevada para outra mais baixa a fim de diminuir a impedância
cutânea e tornar os estímulos mais eficazes e confortáveis [...]” (AGNE, 2015,
p. 115).
1.5.3 Modulação TENS Convencional
De acordo com Low e Reed (2001) o TENS Convencional tem sido
usada com frequência como pulsos curtos sendo 5microssegundo (µs) a 40-
150 Hz, que possui baixa intensidade e frequência alta. Aumenta-se a
intensidade até que se sinta parestesia ou agulhadas, não podendo haver dor
nem contratura de músculo. Os pulsos de intensidade baixa estimulam as
fibras A beta largas que tem como objetivo inibir a algia pela teoria das
comportas.
Atualmente os modelos do TENS dão privilégio ao pulso bifásico que
contém as formas positivas e negativas que podem ter diversas formas sendo
quadradas, retangulares, sinusóides ou ainda triangulares e é preciso esforçar-
se para manter um componente da corrente igual a zero sem nenhum efeito
por excesso de polaridade (KAHN, 2001).
[...] O termo compensado significa que as duas fases, positiva
44
e negativa devem ter o mesmo tipo de duração e mesma intensidade apesar de serem distintas geometricamente, sendo quadrada pra a fase positiva e triangular para a fase negativa ocasionada pela redução mais lenta do tempo no braço de descida (AGNE, 2015 p.114).
O autor acima diz que os parâmetros devem ser ajustados em:
a) frequência medida em Hz;
b) largura de pulso medida em µs;
c) intensidade ou amplitude da corrente medida em miliampére (ɱA) ;
d) tempo de estimulação medida em minuto.
A freqüência em Hertz indica que o pulso assimétrico deve ser enviado
em um segundo, a frequência tem relação de inversão com o pulso elétrico
então os pulsos terão repetição de 150 Hz, sendo de suma importância
entender esses parâmetros para que não haja sobreposição deles.
1.5.4 Modulação TENS Burst
Para Agne (2015), os equipamentos de TENS normalmente apresentam
a possibilidade de selecionar o modo Burst. Esta modalidade contém
osprincípios físicos das correntes de média frequência, sendo que ocorre a
modulação de média para baixa frequência.
A frequência portadora do TENS Burst difere entre os equipamentos,
permanecendo em torno de 80 a 120 Hz, porém a frequência de base para a
utilização deve permanecer fixa em 100 Hz. As rajadas, que são as repetições
de pulso em determinado tempo, variam entre 2 e 8 Hz, normalmente não
ultrapassam de 8 Hz (KHADILKAR et al., 2005 apud MONTEIRO, 2009; AGNE,
2015).
De acordo com o estudo realizado por Costa e Cerqueira (1997),
comparando os efeitos analgésicos do TENS, utilizando os métodos TENS
Convencional (contínuo) e TENS em Burst (pulsado), foi comprovada a eficácia
das técnicas na diminuição da dor em 28 mulheres após as estimulações em
uma única aplicação com duração de 30 minutos.Estes autores utilizaram para
estudo os parâmetros: largura de pulso de 100 microssegundos, frequência de
100 Hz, por um tempo de 30 minutos e intensidade subdolorosa. As mulheres
que foram submetidas ao TENS em Burst tiveram a duração da ação
45
analgésica maior, em comparação as que foram submetidas ao TENS
convencional.
Para Gladys et al. (2003), a utilização de TENS por períodos de 20
minutos são insuficientes para ocorrer a analgesia, sendo que a utilização
neste tempo possui o mesmo resultado de não ter realizado a técnica. Já entre
os tempos de 40 e 60 minutos não ocorreram diferenças em relação à
analgesia. De acordo com Agne (2015), para que ocorra o sucesso terapêutico
com TENS Burst, assim como o convencional, é necessária a utilização por
períodos de no mínimo 30 minutos.
1.5.5 Indicações e contra indicações do TENS Convencional e TENS Burst
A principal indicação do TENS é o alivio da dor, mas também pode-se
citar ainda melhora na cicatrização de tecidos, relaxamento de músculos e
melhora da vascularização (TELLES; CARDOSO; ARAUJO, 2011).
O TENS é indicado para dor aguda ou crônica conforme os níveis de
eletroestimulação. Para a dor aguda será utilizada TENS Convencional
liberando neurotransmissores sem participação dos músculos, entendendo-se
como dor aguda quando o paciente não realiza nenhum movimento (AGNE,
2015). Segundo Rodrigues (2012 apud BATALHA, s.d.) as indicações mais
importantes para utilização TENS são: alívio da dor aguda; dor após cirurgias;
dor obstétrica; dor muscular; fraturas ósseas; alívio de dor cônica; dor lombar,
dentre outras.
Contra indicações evitam situações perigosas, sendo assim o TENS não
deve ser aplicada: sobre o seio da carótida (pode causar arritmias cardíacas),
em pacientes que possuem marcapasso, sobre pele sensível, quando o TENS
é usado unidirecional com longa duração ou altas intensidades, podendo
causar lesão eletroquímica, e durante a gestação em geral se os eletrodos
forem colocados sobre o útero (LOW; REED, 2001).
Pode-se citar também que o TENS não deve ser usado em pacientes
que tenham dor sem diagnóstico, pois dor é importante e não pode ser
mascarada e atletas que estiverem sendo tratados pelo TENS como analgésico
não devem praticar atividades esportivas (KAHN, 2001).
46
2 O EXPERIMENTO
2.1 Procedimentos metodológicos
O projeto foisubmetido na Plataforma Brasil, atendendo a Resolução 466
do Ministério da Saúde e aprovado pelo comitê de Ética e Pesquisa do Centro
Universitário Católico Auxilium: número do parecer: 1.525.770, data da relatoria
02 de Maio de 2016 (ANEXO A) e assinatura do Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido (ANEXO B) pelas voluntárias, a pesquisa realizou-se com o
objetivo de comparar as técnicas TENS Convencional e TENS Burst para
verificar qual delas é mais eficaz no alívio dos sintomas da dismenorreia
primária.
2.1.1 Condições ambientais
O presente estudo foi realizado no Centro de Reabilitação Física Dom
Bosco, do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins
(UNISALESIANO), no setor de saúde da mulher, no período de agosto e
setembro de 2016, no horário das 18h30min as 21h00min, com frequência de
uma vez mensal.
2.2 Casuística e métodos
2.2.1 Casuísticas
Para elaboração da pesquisa, inicialmente as alunas do primeiro ao
quinto ano de fisioterapia responderam um questionário em sala de aula,
elaborado pelas pesquisadoras (APÊNDICE A), onde responderam sobre
características do ciclo menstrual e se aceitariam participar da pesquisa. No
total, este questionário foi respondido por 80 alunas. Dentre estas, verificou-se
que a maioria apresenta a sintomatologia da dismenorreia por período de 2
dias (36,25%); seguida de 3 dias (23,75%); 1 dia (17,5%) e em menor
quantidade se prolongava por mais de 3 dias (12,5%). Também verificou-seque
47
46 alunas (57,5%) fazem o uso de anticoncepcionais; apenas 8 alunas (10%)
não sentem dismenorreia primária, sendo que dentre elas apenas 2 (2,5%) não
fazem o uso de anticoncepcionais e que menos na metade das alunas de
fisioterapia (41%) sabiam que a fisioterapia apresenta técnicas que podem
diminuir a dismenorreia primária, mostrando que as técnicas são pouco
utilizadas e acarretando ao uso excessivo de medicamentos.
Dentre as 80 alunas que responderam ao questionário, 43 responderam
que aceitariam participar da pesquisa e 37 não aceitariam, por não sentirem
dismenorreia ou pela indisponibilidade de horários. Foram excluídas 7 alunas
(8,75%) por apresentarem ovário policístico, pois é uma condição característica
de dismenorreia secundária e mais 25 alunas por não aceitarem não fazer o
uso de medicamentos para dor, estar grávida ou apresentar uma idade superior
a 30 anos.
Após o recrutamento, a primeira etapa constou com a aplicação do
TENS Convencional e participaram do estudo 11 voluntárias do gênero
feminino, na faixa etária de 17 a 22 anos, estudantes do Centro Universitário
Católico Salesiano Auxilium, que se encontravam no primeiro dia do ciclo
menstrual. Estas voluntárias responderam a outro questionário elaborado pelas
pesquisadoras (APÊNDICE B) que apresentava a Escala visual analógico
(EVA) para avaliar a intensidade da dor, ao inicio da técnica e ao final do
procedimento. Porém, pelo fato da menstruação ter ocorrido aos finais de
semana em 3 participantes, 8 realizaram a segunda técnica (TENS Burst), que
ocorreu no mês consecutivo.
Como critérios de inclusão, poderiam participar do estudo, mulheres com
idade de 17 a 30 anos, que apresentassem sintomas específicos de
dismenorreia primária, que aceitassem não fazer uso de medicamentos para
alívio da dor e que aceitassem o termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Foram excluídas as mulheres com idade inferior a 17 anos e superior a
30 anos, que apresentaram sintomas de dismenorreia secundária, as que não
aceitaram não fazer o uso de medicamentos para alívio da dor, as grávidas e
as que não aceitaram assinar o termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
2.2.2 Métodos
48
Escala visual analógica para dor (Visual Analogue Scale - VAS) é um
instrumento unidimensional para a avaliaçãoda intensidade da dor. Trata-se de
uma linha com asextremidades numeradas de 0-10. Em uma extremidade da
linha é marcada “nenhuma dor” e na outra “pior dor imaginável”. Pede-se,
então, para que o paciente avalie e marque na linha a dor presente naquele
momento (MARTINEZ; GRASSI; MARQUES, 2011).
Figura 1: Imagem demonstrativa Escala Visual Analógica
Fonte: Costa et al., 2012.
2.3 Materiais
a) eletrodos de borracha;
b) gel condutor e micropore para aplicação das correntes elétricas;
c) papel toalha;
d) câmerafotogrófica SONY Cyber-shot 16.1;
e) TENS modo Convencional e Burst: KLD Biosistemas
Equipamentos Eletrônicos Ltda. Modelo: TENSYS ET977.
2.4 Procedimentos
Foram realizadas duas sessões de fisioterapia utilizando a
eletroanalgesia TENS, tendo sido utilizada na primeira sessão a técnica TENS
Convencional e na segunda sessão do mês seguinte, a técnica TENS Burst.
Ambas foram realizadas no primeiro dia dos sintomas da dismenorreia
primária.
Para o TENS Convencional foi utilizado uma largura de pulso de 100
microssegundos, frequência de 100 Hz, por um tempo de 30 minutos,
intensidade subdolorosa (COSTA; CERQUEIRA, 1997). Para o TENS
Convencional com modulação em Burst, utilizou-se uma largura de pulso de
49
100 microssegundos, frequência de 100 Hz, por um tempo de 30 minutos,
intensidade subdolorosa e com pulsos aleatórios (COSTA; CERQUEIRA,
1997).
Figura 2: Modelo do aparelho TENS Convencional e Burst
Fonte: Bueno; Reis; Souza, 2016.
Segundo Dawood; Ramos, 1990; Schmidt; Herter, 2002; (apud
OLIVEIRA et al., 2012) ambas as técnicas tiveram um par de eletrodos
posicionados na região das vértebras L3 e L4 da coluna lombar, por ser uma
região onde a dor é irradiada, e outro par nivelado as espinhas ilíacas ântero-
superiores, no baixo ventre, para estimular os nervos sensoriais do dermátomo
T12 que é a raiz nervosa das fibras sensórias uterinas.
Figura 3: Eletrodos posicionados na região das vértebras L3 e L4
Fonte: Bueno; Reis; Souza, 2016.
50
Figura 4: Eletrodos posicionados entre as espinhas ilíacas ântero-
superiores
Fonte:Bueno; Reis; Souza, 2016.
2.5 Análise Estatística
Para análise de normalidade dos dados,utilizou-se o teste de Shapiro-
Wilk, e para as comparações, a análise de variância ANOVA, através do teste
de Tukey, aplicando-se aos dados obtidosantes e após o tratamento, para
verificar diferenças significativas, considerando-se significante se p≤0,05.Todas
as análises foram realizadas por meio do programa estatístico BioEstat®,
versão 5.0.
2.6 Resultados
TABELA 1: Comparação dos valores da EVA pré e pós intervenção do TENS
Convencional
TENS
Convencional
(pré - EVA)
TENS
Convencional
(pós - EVA)
P
Média 6.62 1.25* 0,01
DP ± 1.59 ± 1.28
W 0.84 0.84
Fonte: Bueno; Reis; Souza, 2016.
51
TABELA 2: Comparação dos valores da EVA pré e pós intervenção do TENS
Burst
TENS
BURST
(pré - EVA)
TENS
BURST
(pós - EVA)
P
Média 6.62 3.12* 0,01
DP ± 1.30 ± 2.94
W 0.87 0.86
Fonte: Bueno; Reis; Souza, 2016.
As tabelas 1 e 2 mostram que existe uma diferença significativa entre o
pré e o pós, tanto na aplicação do TENS Convencional como no TENS Burst,
contudo o TENS Convencional demonstrou maior diferença entre os valores da
EVA no pré e pós intervenção, com o valor de p de 0,01 para ambos os grupos.
Verifica-se também a normalidade de ambos, através do valor de W.
2.7 Discussão
Os resultados do presente estudo demonstraram queos sintomas da
dismenorreia primária podem ser aliviados por meio da aplicação do TENS
Convencional e TENS Burst, sendo que ambas as técnicas eletroanalgésicas
apresentaram diferenças significativas no pré e pós intervenção para melhoria
do quadro álgico, não havendo diferença entre as intervenções, comprovando a
eficácia das técnicas para o alivio da dor.
Costa e Cerqueira (1997) realizaram um estudo comparando os efeitos
do TENS Convencional e TENS Burst em mulheres portadoras de dismenorreia
primária. Foram selecionadas 28 mulheres que formaram 4 grupos (1,2,3 e 4),
sendo que o grupo 1 e 2 formaram o grupo A, denominadode grupo controle e
submetido ao TENS Convencional; o grupo 3 e 4 formaram o grupo B,
denominado de grupo experimental e submetido ao TENS Burst. Comparando-
se ao presente estudo, ambas as técnicas foram eficazes para o alivio da
dismenorreia primaria, porém Costa e Cerqueira constataram que o TENS
Busrt demonstrou ser um método mais eficaz na redução ao uso de
medicamentos e na duração da analgesia, diferenciando do atual experimento,
52
onde as participantes não necessitaram fazer o uso de medicamentos durante
o percurso do ciclo menstrual daquele mês em ambas as técnicas.
No estudo de Oliveira et al. (2012), foram analisadas as técnicas TENS
Convencional, também denominado de alta frequência e TENS acupuntura ou
baixa frequência em 15 voluntárias portadoras da dismenorreia primária. Para a
aplicação das técnicas, as participantes foram divididas em 3 grupos: TENS
alta frequência, TENS baixa frequência e TENS placebo. Após a análise dos
dados, como resultado verificou-se melhora da dor nos grupos TENS alta
frequência e TENS baixa frequência, não apresentando melhora no TENS
placebo. Sendo assim, a técnica de TENS acupuntura, diferenciando-se das
técnicas utilizadas no presente estudo, é um método possível e eficaz para o
alivio do quadro álgico de dismenorreia primária.
Monteiro (2009) realizou um estudo comparando a técnica TENS Burst e
a massagem do tecido conjuntivo no tratamento da dismenorreia primária.
Foram selecionadas 15 mulheres, divididas através de sorteio em 3 grupos,
sendo no grupo A utilizada a técnica TENS Burst, no grupo B a técnica da
massagem do tecido conjuntivo e o grupo C permaneceu como grupo controle,
sem intervenção de técnicas.A aplicação das técnicas aconteceu da seguinte
maneira: o grupo A compareceu 3 vezes na semana, 15 dias após a fase
menstrual em 3 meses consecutivos, com aplicação dos eletrodos cruzados na
região lombo-sacra e o grupo B compareceu 3 vezes na semana, 15 dias após
a fase menstrual em 3 meses consecutivos. Como resultado, ambas as
técnicas se mostraram eficazes na diminuição do quadro álgico, porém a
massagem do tecido conjuntivo mostrou-se mais eficaz do que o TENS Burst
no controle da dor. Acredita-se que as diferenças observadas entre o estudo de
Monteiro e o presente estudo, em relação aos resultados encontrados na
aplicabilidade do TENS Burst, podem estar relacionadas ao posicionamento
dos eletrodos, que se mostrou eficaz com um par de eletrodos posicionados
entre as vértebras L3 e L4 e outro par de eletrodos posicionados no baixo
ventre, entre as espinhas ilíacas anterossuperiores. Outro fator de contraste
pode ser visualizado no período em que as técnicas foram realizadas.
Para verificar a eficácia das técnicas TENS Convencional e
cinesioterapia em pacientes com dismenorreia primária, Cornélio e Vilela
(2006) realizaram um estudo comparativo em 7 mulheres portadoras deste
53
quadro álgico, que foram divididas aleatoriamente em 3 grupos. Contrapondo-
se ao presente estudo em relação aos locais de aplicação dos eletrodos, o
grupo A foi composto por 2 participantes e a aplicação do TENS foi realizada
na região lombo-sacra, entre a primeira vértebra lombar e a segunda vértebra
sacral (L1- S2); já o grupo B foi composto por 2 participantes e a aplicação do
TENS foi realizada na região hipogástrica entre a décima vértebra torácica e a
primeira vértebra lombar (T10 – L1); o grupo C composto por 3 participantes e
foi realizada a cinesioterapia.As técnicas foram aplicadas nos 3 primeiros dias
de dismenorreia e a análise da dor verificada após os 3primeiros dias de
aplicação. Os resultados obtidos concluíram que os 3 tratamentos são eficazes
para a diminuição do quadro álgico, porém a cinesioterapia é mais benéfica
para o alivio prolongado da dismenorreia primária. Este resultado pode estar
relacionado ao fato de que as técnicas de TENS ficaram restritas à coluna
vertebral, sendo este um local de irradiação da dor e nem todas as mulheres
apresentam dor tóraco-lombar e sacral, já que a maior parte apresenta dor no
baixo ventre. Outro fator de contraponto é a modulação do TENS
Convencional, onde Cornélio e Vilela utilizaram uma frequência maior (150 Hz)
e um período menor (50 µs), em relação ao presente estudo.
Diferenciando-se do presente estudo, Araújo e Leitão (2010) realizaram
um estudo para verificar a eficácia do calor e do frio no tratamento de
dismenorreia primária. Foram incluídas 20 mulheres, divididas aleatoriamente
em 2 grupos: grupo A composto por 10 alunas que foram tratadas com calor,
por meio de uma bolsa contendo gel térmico aquecida no microondas e grupo
B composto por 10 alunas que foram tratadas com frio, por meio de uma bolsa
contendo gel térmico, resfriada no congelador. Em ambas as técnicas, a bolsa
de gel foi envolvida em uma fralda e aplicada durante 20 minutos na região do
baixo ventre e no primeiro dia de dismenorreia, assemelhando ao presente
estudo em relação ao local de aplicação e início da intervenção. Como
resultado, ambas as técnicas demonstraram resultados satisfatórios e
possíveis de serem realizados em domicílio, porém a utilização do frio mostrou-
se mais eficazna redução da intensidade da dor.
Outra técnica inovadora e ainda pouco utilizada no tratamento da
dismenorreia primária é o uso da bandagem elástica funcional. Com o objetivo
de verificar sua eficácia, Falciroli e Souza (2015) realizaram um estudo,
54
contendo 21 mulheres portadoras de dismenorreia primária. As voluntárias
foram divididas aleatoriamente em dois grupos, sendo que 10 fizeram parte do
grupo controle, onde a bandagem elástica funcional foi aplicada sem tensão e
11 no grupo tratamento, com 25% de tensão. Os locais de aplicação da
bandagem elástica funcional assemelham-se aos do presente estudo, sendo
aplicado 2 fitas no baixo ventre, uma na horizontal localizada 4 cm abaixo do
umbigo e a outra na vertical sobre a linha alba e a outra aplicação foi realizada
horizontalmente na coluna lombar, entre as espinhas ilíacas póstero-
superiores. As participantes permaneceram com a bandagem elástica funcional
por 3 dias. Comprovou-se que a bandagem elástica funcional é eficaz na
diminuição da dismenorreia primária, melhorando a qualidade de vida de
mulheres que buscam por tratamentos alternativos, porém diferentemente do
presente estudo, a diminuição da algia só foi verificada no segundo dia de
aplicação, não sendo imediata como nos TENS Convencional e TENS Burst.
2.8 Conclusão
Diante dos achados expostos na pesquisa, pode-se observar que as
técnicas fisioterapêuticas TENS Convencional e TENS Burst são eficazes para
a diminuição do quadro álgico em mulheres portadoras de dismenorreia
primária, sendo que ambas as técnicas eletroanalgésicas apresentaram
diferenças significativas no pré e pós intervenção para melhoria dos sintomas
do quadro álgico, contudo o TENS Convencional demonstrou maior diferença
entre os valores da EVA no pré e pós intervenção.
A fisioterapia no tratamento da dismenorreia primária demonstrou
grande importância para a melhora da dor sem interferência nas atividades de
vida diária.
Como forma de ampliar o conhecimento da fisioterapia no tratamento da
dismenorreia primária, propõem-se novos estudos, com comparação de novas
técnicas e um maior número de participantes para obter maiores resultados e
outros resultados significativos.
55
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60
APÊNDICES
61
APÊNDICE A – Ficha de coleta de dados
62
APÊNDICE B – Ficha de avaliação da dor durante a aplicação das técnicas
63
ANEXOS
64
ANEXO A – Parecer Consubstanciado do CEP
65
66
67
ANEXO B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido