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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ – REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAS INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO – PEDAGÓGICAS A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA VIDA SÓCIO– ESCOLAR DA CRIANÇA MICHELI DE OLIVEIRA CARDOSO Orientadora: Yasmin Maria R. Madeira da Costa. Rio de Janeiro (RJ), fevereiro de 2002. UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ – REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAS

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO – PEDAGÓGICAS

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA VIDA SÓCIO–

ESCOLAR DA CRIANÇA

MICHELI DE OLIVEIRA CARDOSO

Orientadora: Yasmin Maria R. Madeira da Costa.

Rio de Janeiro (RJ), fevereiro de 2002.

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

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PRÓ – REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAS

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO – PEDAGÓGICAS

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA VIDA SÓCIO–

ESCOLAR DA CRIANÇA

MICHELI DE OLIVEIRA CARDOSO

Monografia apresentada como

requisito parcial para obtenção

do grau de especialista em

Psicopedagogia

Rio de Janeiro (RJ), fevereiro 2002.

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Agradeço a DEUS por dar-me

à vida, aos meus pais pelo

incentivo e ao meu marido por não

deixar-me desanimar.

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Dedico esta monografia aos

meus queridos alunos da

Educação Infantil, que me

inspiraram e foram alvo de minha

observação tornando possível a

realização desta pesquisa.

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“Estudar a criança implica

compreender a sociedade, a

cultura na qual ela evolui”.

Do nascimento fisiológico ao

nascimento psicológico, da

identidade psico-social à

identidade cultural: vir ao mundo é

uma aventura jamais terminada,

para cada ser humano”.

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RESUMO

A importância da educação Infantil no Brasil cresceu a partir das décadas de

70 e 80, devido à incorporação da mulher junto à força de trabalho nas indústrias.

Pode-se dizer, que o atendimento dado às crianças em idade “pré-escolar” sofreu

influências de fenômenos sociais ocasionados por fatos históricos, tendo ainda como

funções a guarda, a assistência e a instrumentalização.

Com o tempo, tornou-se cada vez mais necessário oferecer a essas crianças

não só cuidados básicos e assistenciais, mas também promover o seu bem-estar

proporcionando melhores habilidades e o seu desenvolvimento sócio-afetivo,

cognitivo e psicomotor, facilitando assim, o seu ingresso no período escolar, levando

em consideração e sempre respeitando as fases e estágios de estruturação pelos

quais as crianças passam.

É necessário que exista uma parceria da família com a escola, garantindo

assim um resultado mais proveitoso.

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SUMÁRIO

Página

RESUMO 5

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO

I. A EDUCAÇÃO INFANTIL 9

II. A IMPORTÂNCIA DE UMA EDUCAÇÃO INFANTIL DE QUALIDADE 12

2.1 – O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE O A 6 ANOS 14

2.2 – O DESENVOLVIMENTO DA INTELIGENCIA DA CRIANÇA

SEGUNDO PIAGET 16

2.3 – O DESENVOLVIMENTO DO DESENHO 21

2.4 – O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM 25

2.5 – O DESENVOLVIMENTO DA SOCIALIZAÇÃO 26

III. A FAMÍLIA & ESCOLA 29

3.1 – OS LIMITES NA FAMÍLIA E NA ESCOLA 30

3.2 – QUANDO COMEÇAR A DESENVOLVER LIMITES? 31

IV. CAMPOS DE OBSERVAÇÃO 34

4.1 – COLÉGIO DE APLICAÇÃO – UCP 34

4.1.1–UM PUOCO DA HISTÓRIA COLÉGIO 36

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 40

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INTRODUÇÃO

A presente pesquisa monográfica pretende abordar a importância da educação

infantil na vida sócio-escolar da criança, destacando a necessidade de um momento

pré-escolar de qualidade, visando promover um desenvolvimento mais amplo das

habilidades dessas crianças de zero a seis anos.

O que despertou meu interesse e levou-me a pesquisar sobre a importância da

educação infantil e aprofundar meus conhecimentos de como se dá o seu processo

e desenvolvimento da criança nesse nível escolar, foi minha atividade profissional.

Tenho a intenção de aperfeiçoar meu trabalho, contribuir e atender com

qualidade para o aprendizado dos meus alunos de educação infantil.

A atual pesquisa pretende falar de como a educação infantil pode favorecer o

desenvolvimento da criança, e como nós educadores, a partir de uma breve noção

sobre algumas de suas principais características podemos auxilia-las facilitando seu

ingresso no nível escolar, o ensino fundamental.

Também deseja chamar a atenção dos profissionais, enfatizando o respeito

que deve ser dado à da criança, ao desenvolvimento, ritmo e de sua individualidade.

O período pré-escolar pode proporcionar uma melhoria nos aspectos

cognitivos, sócio-afetivos e psicomotores da criança de forma conjunta em atividades

lúdicas e brincadeiras, sem massacrar, traumatizar e desgastar a turma.

Nesta monografia, utilizei as teorias de Jean Piaget, que faz uma exposição

detalhada dos estágios de desenvolvimento da inteligência infantil de forma

minuciosa.

Foi realizada a pesquisa bibliográfica associada às pesquisas de campo e

histórica. A observação foi feita durante o período de estágio, no Colégio de

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Aplicação da Universidade Católica de Petrópolis, no mês de agosto do ano de

2001.

O capitulo I, faz uma breve retrospectiva sobre a história da educação infantil

no Brasil, suas denominações e principais funções, a mudança que houve depois da

aprovação da lei de diretrizes e bases, a LDB, dos P.C. Ns – Parâmetros

Curriculares Nacionais e da publicação do Referencial Curricular Nacional para a

educação infantil (RCN).

No capitulo II, apresenta-se a necessidade de uma educação infantil de

qualidade e a importância do desenvolvimento das estruturas da criança segundo

Piaget, valorizando as fases pelas quais ela passa.

O capitulo III, enfoca a questão da relação: “Família – Escola”. Trata-se da

parceria que deve haver entre pais e professores, inspirando segurança e confiança

aos pais e às crianças. É feito um comentário sobre a questão da imposição dos

limites na hora certa, e da necessidade deles serem compatíveis com os da escola,

para não haver conflito.

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CAPÍTULO I

A EDUCAÇÃO INFANTIL

A história da Educação Infantil no Brasil já ultrapassa 100 anos, mas apenas

na década de 1970 foi que o interesse sobre o tema começou a crescer, devido “à

incorporação da mulher à força de trabalho”.

Nas décadas de 70 e 80, o atendimento às crianças nos primeiros anos de

vida tomava o modelo “higienista/familiar” como o mais adequado a essa faixa etária.

Pode-se dizer que o atendimento dado às crianças em idade “pré-escolar” sofreu

influências de fenômenos sociais ocasionados por fatos históricos, tendo ainda como

funções a guarda, a, assistência e a instrumentalização.

1. “Guardar as crianças” – Foi o nome dado as primeiras formas de prestar

assistência aos filhos de mulheres que trabalhavam em indústria no Brasil, foi

uma iniciativa de alguns dos empregadores a partir do século XIX

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com intenções assistenciais e de atendimento médico.

Sendo assim, as denominadas “Creches” restringiam-se a prestar assistência

médica e sanitária.

Os denominados “Asilos” atendiam as crianças órfãs.

2. “Compensar as carências infantis” – A educação Passou a ser vista de forma a

superar o subdesenvolvimento e aceleração do progresso. A preocupação era

com a preparação para o 1o grau (hoje Ensino Fundamental) buscando

corrigir os desvios da estrutura sócio-econômica e compensar as deficiências

das crianças na tentativa de combater o fracasso escolar – “pré-escola

compensatória”.

3. “Instrumentalizar crianças” – Considerava-se como funções principais da pré-

escola dar início à aprendizagem e a preparar as crianças para o 1o grau.

A instrumentalização visava favorecer o processo da alfabetização,

esquecendo-se do papel da escola a medida em que formar hábitos e atitudes se

tornou tão ou mais importantes do que simplesmente ensinar.

Depois de alguns anos, a Educação Infantil teve o seu contexto mudado

devido à publicação da nova Lei de Diretrizes e Bases n o 9394/96 e com a

publicação em 1998 do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil

(RCN), referindo-se as Creches e Pré-escolas, tendo como função subsidiar a

elaboração de políticas públicas de Educação Infantil com vistas à melhoria da

qualidade do atendimento e os Parâmetros Curriculares Nacionais (P.C. Ns)

elaborados pelo Ministério de Educação e do Desporto (MEC/SEF).

Após este marco a Educação Infantil, destinada às crianças de zero a seis

anos de idade, ela passa a ter então, duas novas funções indissociáveis: “educar

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e cuidar”, além de respeitar as crianças enquanto “Cidadãos de Respeito”.

Segundo Bujes (2001), “Cuidar tem significado na maioria das vezes, realizar as

atividades voltadas para os cuidados primários: higiene, sono e alimentação”.

Portanto, cuidar é educar, é contribuir para experiências de aprendizagem e

principalmente para construção de sua identidade como cidadão, membro da

sociedade.

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CAPÍTULO II

A IMPORTÂNCIA DE UMA EDUCAÇÃO INFANTIL DE QUALIDADE

Faz-se necessário nos dias de hoje, abordar a questão sobre uma educação

de qualidade, pois a Educação Infantil deixa de ser o “lugar” em que simplesmente

se cuidava de crianças para que seus pais pudessem exercer suas atividades

profissionais, para assumir uma responsabilidade de dar continuidade à ação da

família, desenvolvendo, de acordo com a LDB, a criança de zero a seis anos de

idade de forma integral em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social.

“Há necessidade que a escola represente para as crianças um lugar prazeroso

e seguro, onde ela possa desenvolver-se naturalmente, tornando-se um lugar

alternativo do equilíbrio cognitivo e afetivo”. (Lima, 2001, p.39).

A escola recebe alunos de diferentes ambientes familiares, não só quanto ao

aspecto econômico, mas também social e afetivo.

A Educação infantil durante um tempo foi alvo de críticas que diziam que a

“pré-escola era um lugar só para brincar”.

“Alguns pais não consideram a Pré-escola necessária à formação dos

filhos; acham que as brincadeiras não contribuem em nada para a

aprendizagem, sendo somente uma atividade na qual as crianças

gastam um pouco de energia”.(Seber, 1995, p. 52).

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Assim como alguns desses pais há instituições de ensino e profissionais que

não levam a sério a Educação Infantil, deturpando o sentido da educação que busca

contribuir para o desenvolvimento das crianças em idades pré-escolar.

Existem inúmeras escolas infantis que ainda precocemente introduzem o uso

desgastante do lápis e papel querendo demonstrar seriedade, fazendo com que

crianças com toda energia permaneçam dentro de uma sala, impedindo-as de se

desenvolverem trocando experiências com os outros e com o meio.

Outras escolas defendem o ato de brincar, mas não é dado às crianças

participantes da brincadeira o direito de interagir na elaboração da atividade.

Dependendo do nível, o professor brinca sozinho, pois as crianças simplesmente

irão cumprir as regras já pré-definidas de como brincar, o que falar e assim por

diante. Neste sentido, o brincar não terá nenhum significado, não acrescentará muito

ao aprendizado da turma.

“A criança se empenha durante o brincar da mesma maneira que seesforça para aprender a andar, a falar, a comer etc. esse esforço é tão intensoque, às vezes, ela fica concentrada na atividade e nem escuta quando alguém achama. Essa mobilização presente nas condutas, lúdicas, por si só, deveriaservir como indicativo a respeito da importância que elas têm para as própriascrianças. Brincar de faz-de-conta, amarelinha, de roda, de esconde-esconde,são situações que vão sendo gradativamente substituídas por outras, à medidaque o interesse é transferido para diferentes tipos de jogo”.(Seber, 1995, p.53).

As brincadeiras, jogos, dramatizações entre outras atividades lúdicas,

proporcionam um desenvolvimento mais amplo do vocabulário, dos movimentos

corporais, raciocínio, organização do pensamento além de facilitar a socialização

entre os alunos.

“O jogo espontâneo possui, portanto, dois aspectos bastante importantes esimples de serem observados: o prazer e, ao mesmo tempo, a atitude deseriedade com que a criança se dedica à brincadeira.

Por envolverem extrema dedicação e entusiasmo, os jogos das crianças sãofunda mentais para o desenvolvimento de diferentes condutas e também para aaprendizagem de diversos tipos de conhecimentos“. (Santos, in Craidy eKaercher, 2001, p. 89).

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O Professor assume papel de grande importância para o desenvolvimento do

aluno da Educação Infantil ao que se refere ao ato de brincar, especialmente de faz-

de-conta, desempenhando, segundo Santos (2001), três funções:

1. “Observador” – Cabe a ele observar interferindo o mínimo possível, de forma e

maneira a garantir segurança nas manifestações dos participantes.

2. “Catalisador” – Através da observação, ele poderá identificar as necessidades

e os desejos implícitos na brincadeira, para então, contribuir e enriquecer a

atividade.

3. “Participante ativo” - Atuando como mediador das relações estabelecidas e

situações que forem surgindo ao longo da brincadeira, a fim de tirar maior

proveitos proporcionando um desenvolvimento saudável para as crianças.

2.1 – O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA DE 0 A 6 ANOS

Piaget pesquisou sobre o desenvolvimento da inteligência, sua indagação era

sobre como se dá o conhecimento e quais são os processos que possibilitam a

produção dele.

Suas pesquisas eram de cunho científico, e filosófico.

Piaget começou a fazer observações sistemáticas da construção do

conhecimento da criança desde o nascimento, essa criança era seu próprio filho.

Seu interesse era compreender o “sujeito epistêmico” em seu processo de

construção do conhecimento, investigar como são elaboradas as idéias, os conceitos

ou como o ser humano desenvolve sua cognição e constrói a sua inteligência.

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“Para Piaget, a inteligência é adaptação, e seu desenvolvimento está voltado

para o equilíbrio. Sendo assim, a ação humana visa sempre uma melhor adaptação

ao ambiente”. (Costa, 2001, p. 8).

A criança, por sua vez, conduz suas ações voltadas para o objeto essas ações

são concomitantemente sensório-motara, cognitiva e afetiva.

Tais ações, para Piaget, se constroem em planos diferentes, o sensório-motor, o

pré-operatório, operatório-concreto e o operatório-formal, que se esquematiza como

uma espiral crescente, resultante do processo de “assimilação e acomodação”.

A assimilação é um dos mecanismos funcionais do sujeito. É através dela que a

criança procura fazer associações a novos objetos ou situações, tornando-os

familiares e utilizando-os para sua adaptação ao mundo.

“A assimilação é uma estrutura por incorporação da realidade exterior a formas

devidas à atividade do sujeito”. (Piaget, 1971, p. 18).

Um outro mecanismo funcional do sujeito é a acomodação, ele é que irá

complementar o processo de assimilação, pois, uma experiência nova assimilada

precisa ser incorporada ao sujeito, assim será feita a acomodação.

Equilibração Adaptação

MovimentosAssimilativos eAcomodativosproduzindoorganizaçõesno eixoprogressivo Eixodas ações do progressivosujeito diante do objeto

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“Acomodação é a combinação de esquemas ou modificações de esquemas para

resolver problemas que venham de experiências novas dentro do ambiente”. (Piaget,

1971, p. 18).

Segundo Piaget os desenvolvimentos afetivos e sociais se processam

paralelamente ao desenvolvimento cognitivo, uma vez que, observando as ações da

criança pode-se ver como ela constrói a inteligência e como se constrói enquanto

sujeito social e afetivo.

2.2 – O DESENVOLVIMENTO DA INTELIGENCIA DA CRIANÇA

SEGUNDO PIAGET

Piaget define o desenvolvimento da inteligência por períodos:

a. Sensório-motor (0 – 2 anos)

b. Pré-operatório (2 – 7 anos)

c. Operatório-concreto (7 – 11 anos)

d. Operatório-formal (a partir dos 11)

SENSÓRIO-MOTOR (0 – 2 ANOS)

É o período básico e que servirá de raízes para o demais estágio evolutivo.

A criança é antes de tudo um ser “motor”, ela manipula seus brinquedos, sua

mamadeira e seus próprios dedos, assim ela aprende a descobrir o mundo.

A criança vê, entende, toca, prova e reage a estas sensações através de

movimentos: olhar, virar a cabeça e apalpar.

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Nesse período a resposta é dada de maneira primária, através dos “reflexos”,

tentativas de “acerto” e “erro” até se resolver um problema.

“A criança cria, portanto, esquemas que estruturam as informações recebidas

pelos sentidos e produz respostas aos estímulos ambientais”. (Deldime e

Vermeulen, 1999, p. 33).

Portanto, de ser passivo e receptor, a criança transforma-se em “buscador ativo”

de estímulos.

Algumas características que podem ser observadas durante a evolução da

inteligência no período sensório-motor:

1. Comportamento de reflexos;

2. Comportamentos adaptados;

3. Primeiras coordenações sensório-motoras;

4. Primeiros atos intencionais;

5. Exploração e tateamento (procura de novos meios);

6. Soluções repentinas (combinações mentais de esquemas);

7. Egocentrismo.

“O conhecimento é, de inicio, o gesto que consegue, depois, o gesto reproduzido

intencionalmente, depois o gesto que se esboça ou que se imagina”. (Deldime e

Vermeulen, 1999, p. 42).

PRÉ-OPERATÓRIO (2 – 7 ANOS)

Aproximadamente aos 2 – 3 anos, a criança deixa o período sensório-motor,

onde ela conseguia se organizar somente com seus objetos.

Segundo Piaget, a fase pré-operatória pode subdividir-se em:

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1. Estágio simbólico (2 – 4 anos);

2. Estágio intuitivo (4 – 7 anos).

Representações Simbólicas

O período pré-operatório aparece com o surgimento das primeiras

representações simbólicas, ou seja, ela não mais precisa do objeto concreto, pois, já

é capaz de imaginá-lo mentalmente.

No período anterior, o sensório-motor, a inteligência estava ligada aos objetos

reais, concretos e a imitação dos acontecimentos presentes. A partir do momento

que a criança entra no estágio pré-operatório, o seu pensamento ultrapassa o “aqui

e agora”, ela pode evocar e relembrar um objeto ausente (representação simbólica).

Pensamento Intuitivo

O pensamento intuitivo é caracterizado pela centralização, o estatismo e a

irreversibilidade, pois a criança pode representar percepções e ações, mas é

incapaz de coordená-las por operações lógicas.

Exemplo: apresenta-se à criança uma quantidade de massinha de modelar,

divide-se esta ao meio formando duas bolas em proporções iguais, em seguida faz-

se a primeira pergunta à criança: “As bolas tem a mesma quantidade?” Ela

provavelmente irá que sim. Num segundo momento, em frente à criança, achata-se

uma das bolas e faz-se a segunda pergunta: “E agora, qual das duas tem mais?”

Então, ela certamente responderá que a massa em forma de bola tem mais, ou seja,

a reação da criança demonstrará que a criança se preocupa mais com o estado do

objeto do que com as mudanças. Ela não compreende que a operação de achatar a

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bola é reversível. Se ela pudesse conceber que a possibilidade de recuperar o

estado original da matéria, então entenderia que a quantidade de massa é igual nas

duas formas.

Esta situação pode ser representada pelo seguinte esquema:

Centralização Pensamento * Não identidade dos elementos

Estatismo intuitivo

Irreversibilidade * Não conservação do todo

O pensamento da criança nos períodos sensório-motor e o pré-operatório é

egocêntrico, ela é o centro das atenções, a mãe e o pai são dela, entre outros

objetos que a pertence.

OPERATÓRIO-CONCRETO (7 – 11 ANOS)

Os períodos de 7 a 11 anos, são determinados por lei como a idade

verdadeiramente escolar. Sendo assim, a vida em grupo adquire importância

crescente. Os aspectos motores se manifestam de varias maneiras complementares:

ņ Desenvolve-se a coordenação dos movimentos (escrita, manuseio de objetos,

exploração corporal e outros);

ņ Aumenta a força e a atração por jogos violentos;

ņ A rapidez, a precisão e a resistência manifestam-se estimulando as

competições.

(Deldime e Vermeulen, 1999, p. 127).

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Na passagem do pensamento pré-operacional para o operacional-concreto

ocorrem mudanças significativas na estrutura da inteligência da criança,a começar

pela diminuição do egocentrismo.

O pensamento evolui e transforma-se de assimilação egocêntrica para

assimilação racional da realidade.

Deste ponto em diante, começa a haver uma organização de forma mais

especifica, possibilitando a realização das operações mentais.

“Nesse período as relações partem da percepção e da manipulação de objetos

concretos. Por isso é que tal etapa chama-se – Período das operações concretas”.

(Costa, 2001, p. 36).

OPERAÇÕES FORMAIS (A PARTIR DOS 11 ANOS)

Nessa fase, o já “pré-adolescente” pode fazer operações mentais substituindo

objetos concretos por uma representação equivalente, pois os conserva em sua

ausência.

Essa transformação é fundamental, é a marca da transição do pensamento

baseado nas operações concretas para o pensamento baseado nas operações

formais, no raciocínio “hipotético-dedutivo”.

2.3 – O DESENVOLVIMENTO DO DESENHO

Através do desenho da criança, torna-se possível obter informações sobre o seu

desenvolvimento geral, seu comportamento sócio-emocional, intelectual, perceptivo

e motor em suas múltiplas interferências.

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Não há treinos de coordenação motora que leve a criança a se expressar

criativamente através do desenho, ela precisa estar segura e ter confiança em si e

no meio em que está inserida. Dessa forma, ela se arriscará a criar mais, sem sentir-

se ameaçada por pressões internas e externas.

“Para atender a sua ansiedade ou a de muitos pais, vários professoresensinam acriança a desenhar, dando modelos a serem copiados ou trabalhosmassificados. A criança inibe sua expressão livre para atender a uma solicitaçãodo meio, e o processo de desenvolvimento fica prejudicado”. (Lowendfeld inOliveira, 1994, p. 41).

No início do século XX surgiram os primeiros estudos sistemáticos sobre as

formas do desenho.

Do ponto de vista evolutivo pode-se observar duas etapas segundo Seber

(1995)

1. Etapa Dos Rabiscos

Esta etapa é muito importante para a etapa posterior, pois é dos rabiscos que

são estabelecidas e compreendidas a relação entre o papel e o lápis.

“Os rabiscos não se limitam ao espaço da folha. Tudo é rabiscado, o papel, o

chão, a mesa, o braço, a boca... A folha é furada, rasgada, amassada”. (Seber,

1995, p. 79).

Pouco a pouco a criança vai adquirindo maior intimidade com lápis ao pegá-lo,

segura-o com firmeza, passa a respeitar os limites do papel e sente vontade de

nomear os traços rabiscados.

A partir do momento que os traçados são mais e mais interpretados, é possível

observar que as crianças antes mesmo de começarem o desenho, já anunciam o

que vão desenhar. Essa fase é a marca do início de uma nova etapa, a do

“desenho” propriamente dito.

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2. Etapa Do Desenho

Nesta etapa, a criança que já se expressa através da linguagem, é capaz de

relatar sobre seus desenhos detalhadamente inclusive sobre o próximo a ser

realizado.

Segundo Seber (1995), “não há ruptura com os comportamentos anteriores,

embora grandes conquistas tenham sido realizadas”.

O que então se pode perceber, é que os “rabiscos” são realizados com mais

vigor.

A definição da transição entre essas duas importantes etapas é a criança

perceber que é capaz de criar graficamente representando uma idéia e que pode

atribuir àquela produção um nome.

O desenvolvimento do desenho é um grande progresso, além de mostrar maior

destreza de movimentos e avanço no nível do pensamento.

“A evolução do desenho acompanha, assim, o caminho em direçãotambém à escrita, Compreendida finalmente pela criança como um todocoerente e simbólico que representa o que se pensa e o que se fala”.(Lowenfeld in Oliveira, 1994, p. 44).

Segundo Oliveira (1994), há duas fases na evolução do desenho:

• Fase I – “ o começo da auto-expressão gráfica” denominada como: Etapa da

garatuja (1 a 4 anos)

– “Garatuja desordenada” (1 e 2 anos)

A criança não tem consciência da relação gesto – traço, todo o corpo acompanha

seus movimentos.

Inicialmente faz traços horizontais ou verticais num sentido de “vaivém”. Na

modelagem amassa e bate.

– “Garatuja ordenada” (a partir de 2 anos)

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A criança faz a primeira descoberta entre gesto – traço e entusiasmada passa a

observar o que faz e controla o tamanho, a forma e espaço a ser utilizado do papel

Começam a formar as primeiras figuras circulares e espiraladas, aos 3 anos,

copia intencionalmente um círculo, mas ainda não um quadrado.

Segura o lápis como um adulto fazendo movimento de pinça. Na modelagem cria

bolas e “salsichas”.

– “Garatuja nomeada” (a partir de 3 anos)

A criança é capaz de representar intencionalmente através do desenho um objeto

concreto, descreve verbalmente detalhes e sobre características do desenho.

Relaciona o que desenha ao que vê.

Alguns movimentos circulares seguidos de traços verticais começam a dar forma

a figura humana (esquema céfalo-caudal). Na modelagem começa a dar formas

rudimentares.

• Fase II – “A afirmação da representação gráfica” denominada como: Fase pré-

esquemática.

A criança é capaz de construir graficamente seus desenhos representativos de

forma organizada.

A figura humana evolui ao ser representada por dois eixos principais, um vertical

(céfalo-caudal) e um outro horizontal (próximo-distal). A cabeça se torna cada vez

mais elaborada.

Ao aproximar-se dos 7 anos, a criança elabora um esquema corporal mais

completo.

“A elaboração da figura humana está intimamente ligada à significaçãosimbólica que as diversas partes do corpo tem para sua história pessoa, e aforma de como ela se percebe frente ao mundo. Assim, omissões,sombreamentos ou distorções podem representar conflitos internos”.(Lowendfeld in Oliveira, 1994, p. 46)

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Portanto, é necessário que o profissional da educação infantil permita à criança o

direito de criação, para que o desenvolvimento do seu desenho tenha continuidade.

2.4 – O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM

As crianças compreendem a linguagem antes mesmo de poder utilizá-la. Ao

nascer, elas reagem aos estímulos de seu ambiente, são capazes de perceber a

diferença entre os sons e que variam de acordo com sua freqüência, intensidade,

duração e ritmo.

A aquisição da linguagem passa pelo estágio pré-lingüístico, onde ela emite

uma série de gritos e sons, e é assim que ela entra no mundo. No estágio lingüístico

propriamente dito, a criança pronuncia apenas as primeiras consoantes.

As aquisições lingüísticas não podem ser dissociadas dos processos que a

criança faz em outros domínios como a motricidade, a inteligência, a afetividade

entre outros. Nem dos meios de comunicação não lingüísticos assim como gestos,

mímicas e olhares.

Até a idade de 12 e 13 anos no mínimo, a criança continua a desenvolver sua

linguagem por um processo longo e gradual.

• Níveis Da Linguagem

X Monólogo – A criança emite sons e usa uma palavra para significar uma

frase.

Ex.: “Água” ŷ “Ëu quero água”.

X Monologo coletivo – As crianças parecem conversar umas com as outras ao

mesmo tempo, entretanto, suas frases não se coordenam entre si.

Ex.: “Eu fui na praia” ŷ “Minha mãe me deu uma boneca”.

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X Informação adaptada – A criança adapta sua resposta à pergunta ou frase do

companheiro, mas não é capaz de permanecer em uma conversação longa,

podendo trocar de assunto tendo sua atenção desviada pó uma simples

palavra.

X Diálogo – A criança é capaz de manter uma conversação, mas não discute

diferentes pontos de vista a fim de chegar a uma conclusão comum.

X Discussão – O adolescente discute temas com diferentes pontos de vista

buscando chegar a uma mesma conclusão.

2.5 – O DESENVOLVIMENTO DA SOCIALIZAÇÃO

A criança de 2 a 8 anos, inicialmente até quer se aproximar e estar com os

outros, mas seu comportamento ainda é pré-social. Nessa fase tem necessidade de

companhia, porém, o egocentrismo ainda é forte e a impede de conviver

socialmente, tornando as trocas muito limitadas.

A partir dos 8 anos, a criança passa da idade do egocentrismo à atitude de se

colocar no lugar do outro despertando sua preocupação e conscientização da

necessidade de colaborar.

• Níveis De Organização e Socialização

X Individual – Nesta etapa a criança trabalha sozinha, para ela, os outros são

objetos passíveis a serem explorados, ela os toca, abraça, morde e empurra.

Suas relações freqüentemente apresentam conflitos, mas constituem brigas.

Não empestam seus objetos pó não serem capazes de compreender que o

outro os devolverá.

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X Pares móveis – As crianças começam a andar em pares freqüentemente de

mãos dadas, mas esses pares se dissolvem e se refazem conforme a

atividade.

Ao contrário da fase anterior, os conflitos já constituem disputas e às vezes

acabam resultando em brigas.

X Pare fixos – Começa a construção dos bandos e grupos, surgem os primeiros

amigos.

Os conflitos aqui diminuem, mas as disputas continuam. A criança é capaz

de presentear, trocar, emprestar objetos dividindo seus brinquedos, já sabe o

que é seu e o que é do outro.

X Bandos – As crianças se agrupam em quantidades maiores e em geral são

liderados por uma das crianças, essa, geralmente possui características fortes

ou marcantes.

Compreende e são fiéis as regras sociais e não aceitam os que as violam.

Esse comportamento é o que Piaget chamou de “moral do dever”.

Os conflitos deixam de ser físicos e passam a ser penalizados os que

desrespeitam as regras.

X Grupo – Finalmente as crianças são capazes de formar grupos, onde elas

descobrem que as leis são transformáveis, mas o seu compromisso é com o

grupo a quem são absolutamente fiéis, sendo incapazes de denunciar um

companheiro, atitude que segundo Piaget é denominada como “moral da

cooperação”.

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CAPÍTULO III

FAMÍLIA & ESCOLA

Os momentos iniciais da criança na escola exigem sempre um esforço de

adaptação da criança, da família e do profissional que irá assumir seus cuidados.

Em casa, a criança está acostumada com o ambiente e pessoas com quem

convive e já estabeleceu vínculos, ao ir para a escola, a criança se depara com uma

nova realidade, no início tudo é novidade, mas ao mesmo tempo é estranho e lhe

causa medo, principalmente quando separada de um familiar ou pessoa conhecida e

querida. A criança pode senti-se só e demonstrar isso ficando triste e quieta.

Porém, quem acha que só a criança enfrenta mudanças está enganado, a

família também sofre nesse processo, pois precisa adaptar-se aos horários da

escola alterando sua rotina, muda até a forma de educar e cuidar da sua criança.

O educador precisa também se adaptar a essa criança, descobrindo dia-a-dia

um pouco sobre ela e sua família. A creche ou pré-escola recebe a cultura, os

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diferentes hábitos e costumes dessas pessoas, provocando uma mudança em todos.

Esse complicado processo tem vantagens e desvantagens.

É importante, na instituição de ensino, ter sempre alguém disponível a ouvir,

orientar, conversar e dar apoio a quem estiver precisando, sejam pais, alunos ou

professores.

A adaptação é um período que inspira cuidados, por isso, há necessidade de

que seja bem planejado, com a finalidade de promover a confiança e o

conhecimento mútuo entre as famílias, alunos e professores.

Nesse período, é possível ocorrer uma série de mudanças, as crianças

vivenciam momentos de separação, insegurança e outros sentimentos, que nessa

situação podem desencadear diversas reações e tipos de comportamentos. Ela

estará expressando suas dificuldades e buscando no adulto auxilio e cuidados. Além

de ela chorar, ela pode adoecer com freqüência, recusar alimentos não dormir ou

dormir demais.

“É importante, que nessa fase todos, pais e educadores, possamcompreender e respeitar o momento da criança de conhecer o novo ambiente eestabelecer ovas relações”. (Ferreira, 1998, p. 46).

O processo de adaptação é constante, ele precisa ser avaliado a cada ano,

com as novas crianças, novas famílias, ou seja, em cada remanejamento de turma.

3.1 – OS LIMITES NA FAMÍLIA E NA ESCOLA

Muitos pais e educadores ficam inseguros ao impor limites, divididos entre o

que é certo e o que é errado, o que é bom e o que é mau. Não sabem se optam por

uma educação rígida ou sem limites.

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Tem-se visto crianças cheias de vontades, reagindo de forma inadequada,

manhosas, mandonas, agressivas e que chegam ameaçar a bater nos pais e

algumas vezes até nos professores, a fim de conseguirem o que querem.

Com medo de serem muito rígidos e prejudicarem o desenvolvimento da

criança ou inibir sua “independência”, muitos pais evitam o máximo dizer “não”, ou

seja, acaba por não colocar limites no comportamento das crianças. Dessa forma, a

criança é educada para fazer o que quer, sem ter conhecimento de regras e do que

é certo ou errado na sociedade, e quando vão para a escola tem grandes

dificuldades de relacionamento.

Impor limites de forma clara não significa falar de modo grosseiro, gritar ou

simplesmente colocar de castigo, tem autoridade aquela pessoa que sabe usar de

um tom de voz que não agride, que explica com firmeza os motivos pelos quais está

sendo chamada atenção naquele momento, ser firme e ter autoridade não significa

ser autoritário.

3.2 – QUANDO COMEÇAR A DESENVOLVER LIMITES?

Cada família tem sua forma de educar seus filhos e desenvolver valores, assim

acontece também em relação aos limites.

Desde o nascimento, a criança vivencia e faz parte de uma rotina familiar, o

que fará com que ela aprenda a se organizar de acordo com sua família.

Uma família desorganizada terá problemas em estabelecer limites com seus

filhos, já uma família organizada e estruturada irá permitir que as crianças

desenvolvam a autonomia e o equilíbrio tendo um melhor relacionamento pessoal.

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É extrema importância que tenha uma compatibilidade e parceria entre a

família e a escola no que diz respeito à educação que é proposta e sobre a questão

dos limites, para que não gere nenhum conflito na vida da criança.

Os contatos diários que há entre educadores e familiares estabelecem um tipo

de relacionamento único, singular e muito especial, porém, os objetivos de ambas as

partes tem a mesma finalidade, a educação moral, intelectual e o desenvolvimento

cognitivo da criança.

Ao levar o filho para a creche ou pré-escola, sentimentos contraditórios

permeiam as primeiras relações que a mãe estabelece com a instituição,

sentimentos estes, de culpa e alívio, de apreensão e alegria, pois, após o

nascimento do bebê, foi a mãe que acompanhou e zelou pelo seu crescimento e

desenvolvimento sadio até sua ida à escola, de certa forma isso causa uma certa

insegurança.

As relações entre educadores e pais, podem variar dependendo de fatores

como a qualidade do atendimento que é dispensado aos seus filhos e o nível de

participação e abertura que a escola oferece às famílias.

Quando se estabelece um bom relacionamento entre família e escola, torna-se

mais produtivo o desenvolvimento do processo educativo, além de inspirar confiança

e segurança nos familiares, aumentando a credibilidade da instituição.

O educador que se organiza para oferecer uma boa recepção às crianças e à

família nos primeiros dias de pré-escola, poderá colaborar para a diminuição da

ansiedade e das inseguranças iniciais. É interessante que os pais permaneçam nas

imediações da escola durante o período de adaptação, assim, será possível

observar as reações do seu filho diante da nova situação, acompanhando-o em suas

explorações e interação com as crianças e educadores.

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“O educador torna-se essa pessoa que não é da família, nem colega detrabalho, mas que é conhecido. Da mesma forma, para o educador, a pessoa dafamília com quem tem um contato diário, em geral a mãe, torna-se uma pessoadiferente dos colegas de trabalho e diferente de sua própria família; alguém comquem se construiu uma relação cheia de detalhes, intimidades e emoções.Afinal, os familiares e os educadores estão ligados a um afeto comum, acriança”. (Oliveira, 1992, p. 120).

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CAPÍTULO IV

CAMPOS DE OBSERVAÇÃO

4.1 – Colégio de Aplicação da Universidade Católica de Petrópolis

O "CAUCP" é uma instituição particular cujo objetivo é o de atender à

comunidade acadêmica, servindo como parâmetro para a faculdade de Educação,

oferecendo subsídios para os estudantes da Universidade.

O funcionamento do colégio ocorre através da administração particular,

sobretudo, pela competência da Universidade.

O colégio atende alunos desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Sua

clientela é bastante heterogênea, pois está inserido em várias camadas sociais e se

circunscreve no contexto de um colégio central, permeando vários bairros,

mesclando as variadas situações econômicas.

A localização do colégio é no centro da cidade de Petrópolis, à rua Buenos

Aires, s/no. e rua Benjamim Constant, 213; nas mediações da Universidade , e, por

isso, sua estrutura física consta de departamentos; prédios distintos, embora,

comunicáveis.

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O 1o segmento do Ensino Fundamental e a Educação Infantil ocupam o

mesmo prédio; o Ensino Médio, nas dependências da Universidade juntamente

com o 2º segmento do Ensino Fundamental.

Os professores atualmente, não passam por nenhum concurso para sua

entrada no colégio como docente, mas é percebido que a estes é oferecida à

especialização através da própria "UCP"; como cursos de pós-graduação, curso

seqüencial (treinamento em serviço) e cursos de extensão.

O colégio ainda procura fornecer subsídios para a formação do homem-

cristão, com fundamentos da ética e da moral; condições básicas para o homem-

cidadão; consciente enquanto pessoa e profissional. É a preparação do "ser"

humano.

Com este intuito, o colégio passa por um estágio de formulação processual do

seu projeto político-pedagógico, montado sobretudo pelos professores titulares das

classes para que então, seja o colégio do "aprender a aprender".

O próprio processo avaliativo já intenciona o ensino e a aprendizagem

conforme ao atendimento das exigências do projeto pedagógico em construção.

Portanto, como há a possibilidade dessa construção, houve a remodelação das

avaliações em todo o seu contexto.

O espaço destinado ao colégio tem uma boa conservação e uma vez por ano,

o colégio é pintado internamente e este mantém-se razoavelmente limpo.

Em meados de agosto de 1999, a Universidade comprou em “regime de

porteira fechada”, um outro colégio particular, nas mediações de sua sede e fez dele,

exclusivo à Educação Infantil e ao primeiro segmento do Ensino Fundamental.

O funcionamento do colégio é composto por dois turnos, atendendo no total

de 1.295 alunos nos turnos matutino e vespertino, sendo:

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Educação Infantil-

10 turmas

Ensino Fundamental-

1o segmento - 14 turmas

2º segmento - 16 turmas

Ensino Médio-

10 turmas

A matriz curricular do colégio corresponde no 1º segmento aos seguintes

componentes:

Português, Matemática, História, Geografia, Ciências, Educação Artística, Educação

Física, Educação Religiosa, Educação Musical e Inglês.

4.1.1 – Um Pouco Da História Do Colégio

Em 1968, a UCP comprou o colégio Sion (era totalmente tradicionalista que

atendia à elite feminina).

Seu prédio foi comprado em regime de comodato e possuía duas realidades:

os que pagavam a escola;

e os alunos da escola Sagrado Coração ( Gratuita, com professores pagos pela

prefeitura, com a administração e o prédio sob regimento da UCP).

Neste mesmo ano, o Grão-Chanceler, D. Manoel Pedro da Cunha Cintra

(bispo diocesano) e o reitor, D.José Fernandes Veloso regiam a UCP.

No início, o nível econômico dos alunos era muito alto. Os cursos da

Universidade davam suporte para os cursos do colégio, a clientela era muito boa.

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Em 1970 foi criado o SOPE, serviço de orientação pedagógica e educacional,

que serviu de modelo para muitas escolas.

No período de 1982 a 1989, o colégio cresceu muito, graças a eventos de diversas

naturezas (festas religiosas, festas do livro, entre outras que explicitavam o caráter

religioso).

Até meados de 1999, o diretor geral do Colégio sempre foi o vice-diretor da

Faculdade de Educação e estes eram escolhidos e nomeados pelo reitor da

Universidade, por um período de três anos, podendo ser reconduzido ao cargo. Até

então, não se fazia propaganda para vagas do colégio. Por isso, os pedidos de

vagas para inserção no colégio eram feitos com dois ou três anos de antecedência.

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CONCLUSÃO

A educação infantil há alguns anos atrás, antes da LDB – a Lei de Diretrizes e

bases, tinha como sua principal função dar assistência aos filhos de trabalhadores, e

compensar carências. Mas havia necessidade de que a educação oferecida a essas

crianças fosse reformulada, assumindo um papel importante.

Com o lançamento em 1998, do Referencial Curricular Nacional para a

Educação Infantil, a educação passou a ser um direito de todas as crianças de zero

a seis anos de idade, que, embora não fosse obrigatória começou a fazer parte da

educação básica.

Considerando que os primeiros anos de vida são fundamentais na construção

do ser humano e do desenvolvimento subseqüente da criança, fica claro o papel da

educação infantil na formação integral do indivíduo, sendo assim, só uma educação

de boa qualidade é compatível aos primeiros anos de vida.

A educação em nível pré-escolar deve ser concebida como uma ação

educativa, que necessariamente não se destina ou pode resolver problemas no nível

escolar, portanto, colabora muito para que a criança apresente um melhor

“comportamento” e desempenho ao inserir-se no ensino fundamental.

A educação infantil visa a criação de condições para satisfazer as necessidade

básicas da criança, oferecendo-lhe um clima de bem-estar físico, sócio-afetivo e

intelectual, utilizando de atividades lúdicas buscando promover a curiosidade e

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espontaneidade, estimulando novas descobertas e estabelecendo novas relações a

partir do que já se conhece.

Conhecendo a escola como um ambiente educativo, é importante ressaltar a

participação e parceria ativa da família com a escola.

O início da atividade escolar na vida da criança gera mudanças, que envolve

além dela, os pais e os educadores alterando também a rotina diária. Portanto, é

preciso haver uma preparação prévia de todos os envolvidos, para que esse novo

momento, não cause traumas, especialmente a criança.

Essa preparação relaciona-se a um conhecimento antecipado dos familiares

que pode acontecer em reuniões ou em entrevistas com a equipe pedagógica.

Na primeira semana de aula, é necessário que o horário seja reduzido, que as

atividades proporcionem prazer na criança, despertando o interesse e a vontade de

voltar, desta forma facilitando a adaptação.

Tal medida certamente resultará em uma relação de segurança e confiança

entre as partes envolvidas.

À medida que a família e a escola se conhecem, torna-se mais fácil observar e

adotar atitudes a serem tomadas em determinadas situações relacionadas às regras

e aos limites.

A criança da educação infantil desenvolve-se muito durante esse período de

zero a seis anos, e este irá refletir por toda sua vida, conclusão, se ela tem ao seu

lado um profissional que a respeita, a compreende e é capaz de provocar situações

de aprendizado com qualidade e uma formação moral digna, essa criança se tornará

um sujeito de caráter e emocionalmente equilibrado, facilitando o seu convívio com o

mundo, então nesse momento, a educação terá lhe servindo para a vida.

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