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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Educação Física - Bacharel
Claudia Rodrigues Marinho
Ingryd Karoliny Cabral
Jucimara Firmino Grasso Alves
A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE AQUÁTICA NO
DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR EM
CRIANÇA COM SÍNDROME DE ANGELMAN
Núcleo de Apoio Integrado ao Atendimento
Educacional Especializado - Lins-SP
LINS - SP
2016
CLAUDIA RODRIGUES MARINHO
INGRYD KAROLINY CABRAL
JUCIMARA FIRMINO GRASSO ALVES
A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE AQUÁTICA NO DESENVOLVIMENTO
PSICOMOTOR EM CRIANÇA COM SÍNDROME DE ANGELMAN
Núcleo de Apoio Integrado ao Atendimento Educacional Especializado
Lins-SP
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Educação Física, sob a orientação da Prof. (ª) Ma. Ana Cláudia de Souza Costa e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni
LINS - SP
2016
Marinho, Claudia Rodrigues; Cabral, Ingryd Karoliny; Alves, Jucimara Firmino Grasso
A importância da atividade aquática no desenvolvimento psicomotor em criança com Síndrome de Angelman / Claudia Rodrigues Marinho; Ingryd Karoliny Cabral; Jucimara Firmino Grasso Alves. -- Lins, 2016.
77p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Educação Física, 2016.
Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Ana Claudia de Souza Costa
1. Síndrome de Angelman. 2. Atividades Aquáticas. 3. Desenvolvimento Psicomotor. I Título.
CDU 796
M29i
CLAUDIA RODRIGUES MARINHO
INGRYD KAROLINY CABRAL
JUCIMARA FIRMINO GRASSO ALVES
A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE AQUÁTICA NO DESENVOLVIMENTO
PSICOMOTOR EM CRIANÇA COM SÍNDROME DE ANGELMAN
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Educação Física.
Aprovada em: _____/______/_____
Banca Examinadora:
Prof(a) Orientador(a): Ana Cláudia de Souza Costa
Titulação: Mestre em Fisioterapia pela Unimep - Piracicaba
Assinatura: ________________________________
1º Prof(a): _____________________________________________________
Titulação: ______________________________________________________
Assinatura: ________________________________
2º Prof(a): _____________________________________________________
Titulação: ______________________________________________________
______________________________________________________________
Assinatura: _______________________________
AGRADECIMENTOS
Quero agradecer primeiramente a Deus, pois sem ele não teria chegado
aonde cheguei.
Aos meus pais; pelo apoio, pois sem a ajuda deles não teria conseguido
alcançar esse objetivo na minha vida e agradecer ao meu noivo e minhas
amigas que me ajudaram nessa conquista. Agradeço a todos por tudo.
Claudia Rodrigues Marinho
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus que me iluminou ao longo
desta jornada, me encorajando e dando forças para seguir com fé e
persistência nessa profissão que acredito e que escolhi para toda vida.
Agradecer também aqueles que sempre foram e sempre serão meu
porto seguro, os verdadeiros protagonistas da minha vida, MEUS PAIS, Ivone
Cabral e Ronaldo Cabral e meu irmão Ronaldo Jr, que se dedicaram a cada
instante de suas vidas a me incentivar, motivar e apoiar em tudo que
escolhesse e principalmente na graduação. Amo vocês!
Aos meus amigos que estiveram comigo durante esses 4 anos de
graduação tornando esta etapa mais feliz e única, Claudia Marinho, Jucimara
Firmino, Marcelo Wilker e Jacinto Portela. E principalmente aos meus amigos
que estão comigo partilhando e tornando a minha vida cada vez mais incrível,
Giovana de Lara, Danielle Máximo, Camila Andrade, Elisângela Donna,
Vanessa Sales, Néia e Cia.
Aos meus companheiros de estágios do Núcleo de Apoio ao
Atendimento Educacional Especializado - Lins-SP, em especial a Nilza
Terezinha que foi a grande inspiração na minha escolha profissional, e, aos
companheiros da Clínica de Educação Física do Unisalesiano Lins-SP meu
muitíssimo obrigado por contribuírem no meu crescimento profissional!
E gostaria de agradecer especialmente a minha orientadora Ana Claudia
que aceitou e me ajudou na realização do presente estudo e aos grandes
mestres que me ensinaram a amar a minha profissão.
Ingryd Karoliny Cabral
Agradeço a Deus em primeiro lugar, por permitir viver esta conquista e
me abençoar ate aqui. “Portanto dele, por Ele e para Ele são todas as coisas. A
Ele seja a glória perpetuamente! Amém” (Romanos 11: 36).
Agradeço a minha mãe Lucia Firmino Gomes, por me trazer a vida, pelo
seu amor, fazendo o possível e impossível para me ajudar em todas as etapas
da vida. Mãe você é minha guerreira e eu tenho orgulho e agradeço a Deus por
ter me dado a melhor mãe do mundo.
Agradeço ao meu Marido Hugo Adriano Alves da Silva Pereira, por ser o
melhor esposo do mundo, sendo paciente, carinhoso, me apoiando e por estar
investindo no meu sonho. Obrigado meu amor. Eu te amo muito, sou feliz por
ter você em minha vida.
Agradeço “in memoriam” do meu pai Antonio Grasso, esta minha
conquista, este melhor presente que eu poderia te dar. Sinto muito sua falta
meu pai, gostaria muito que senhor tivesse aqui vivendo isso comigo.
Agradeço a minha amiga Jenifer Daise, pois não há palavras para
escrever, o quanto eu sou grata por tudo que você fez por mim, você é mais
que uma amiga, é uma irmã. Sou grata a Deus, por ter colocado você em meu
caminho, eu te amo minha amiga.
Agradeço as minhas amigas de TCC Ingryd e Claudia, vou sentir falta de
ver vocês todos os dias, vou carregar em meus pensamentos e em meu
coração esta linda amizade que temos. Obrigada amigas vocês fazem parte
desta minha vitória e devo isso a vocês.
Agradeço a minha família, aos meus irmãos, amigos e colegas de
trabalho, que também me ajudaram e acompanharam nesta linda caminhada
da minha formação, amo todos vocês.
Agradeço a minha orientadora Ana Claudia, aos Professores e ao
Unisalesiano, por me passar o conhecimento e me ajudar a me tornar em uma
ótima profissional da Educação física.
Jucimara Firmino Grasso Alves.
RESUMO
A Síndrome de Angelman é uma alteração neurológica que se caracterizada pelo atraso mental, alteração do comportamento e características físicas distintas. A SA é caracterizada pela ausência do alelo materno no segmento do cromossomo 15 e apresenta retardo no desenvolvimento psicomotor, ausência de fala, ataxia de marcha, microcefalia pós-natal, crises convulsivas, risos excessivos e frequentes. A SA está relacionada ao dano na função no gene UBE3A, por apresentar características incomuns na transição dos alelos maternos localizados nesta região. As atividades aquáticas proporcionam inúmeros benefícios para as pessoas com deficiência, como alívios de dores, fortalecimento da musculatura que auxilia na postura, estimulação músculos paralisados e entre outros efeitos. As atividades aquáticas contribuem como meio facilitador para ensinar e aprimorar movimentos básicos e fundamentais necessários para outras atividades do dia-a-dia. Diante disto, O presente trabalho tem como objetivo identificar através das atividades aquáticas possíveis alterações nos padrões motores representados através da Bateria Psicomotora de Fonseca (BPM) e verificar déficits psicomotores em criança com Síndrome Angelman com a intervenção de atividade aquática na redução nas dificuldades psicomotoras. Foi realizada uma análise documental de avaliações psicomotoras realizada no ano de 2014 de uma criança com SA, do gênero biológico feminino de 07 anos de idade, que frequentou o Núcleo de Apoio Integrado ao Atendimento Educacional Especializado – Lins/SP. A aluna foi submetida às atividades aquáticas uma vez por semana com duração de 50 minutos durante oito meses. Diante dos resultados apresentados obtidos foi possível observar mudanças no Perfil Psicomotor da participante na terceira avaliação de Deficitário para Dispráxico, entretanto não foi possível manter a progressão dos resultados, voltando para o perfil inicial na ultima avaliação. Palavra Chave: Síndrome de Angelman. Atividades Aquáticas. Desenvolvimento Psicomotor.
ABSTRACT
Angelman Syndrome is a neurological disorder that is characterized by mental retardation, abnormal behavior and different physical characteristics. AS is characterized by the absence of maternal allele on chromosome segment 15 and present delayed psychomotor development, lack of speech, gait ataxia, post natal microcephaly, seizure crisis, excessive and frequent laughter. As is related to damage in the geneUBE3A function, for presenting unusual features in the transition of maternal alleles located in this region. Aquatic activities provide numerous benefits to people with disabilities, such as relief of pain, strengthening the muscles that helps posture, stimulating paralyzed muscles and among other effects. Aquatic activities contribute as a facilitator to teach and improve basic and fundamental move ments needed for day-to-day activities. In view of that, the present study to identify through the aquatic activities possible changes in engine standards represented by Psychomotor Battery de Fonseca (BPM) and psychomotor deficits in check child with Angelman Syndrome with the intervention of aquatic activity in reducing psychomotor difficulties. A documentary analysis of psychomotor reviews was carried out in 2014 in a child with AS, female biological gender, seven years old, who attended to the Integrated and Specialied Support Center at Educational Service – Lins, São Paulo. The student was subjected to water activities once a week lasting fifty minutes, for eight months. In the face the results obtained it was possible to observe changes in Psychomotor Profile of participant in the third Loss assessment for Dispráxico, however it has not been possible to keep the progression of results going back to the initial profile on last evaluation. Keywords: Angelman Syndrome. Aquatic activitie. Psychomotor development.
LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS
AFA - Atividade Física Adaptada
ASA - Associação Síndrome de Angelman
AVDS - Atividades de Vida Diárias
BPM - Bateria Psicomotora
CID - Classificação Internacional de Doença
DUP - Dissomia uniparental paterna
ECNP - Encefalopatia Crônica Não Progressiva
NAIAEE - Núcleo de Apoio Integral ao Atendimento Educacional Especializado
SA - Síndrome de Angelman
SOBAMA - Sociedade Brasileira Atividade Motoras Adaptada
SPW - Síndrome de Prader-Willi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Causas genéticas na Síndrome de Angelman ................................... 17
Figura 2: Características físicas mais comuns em SA. ..................................... 12
LISTA DE TABELA
Tabela 1: História do desenvolvimento e descobertas laboratoriais ................. 13
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Caracteristicas clínicas por frequencia realativa de ocorrência ....... 14
Quadro 2: Escala de pontos BPM ..................................................................... 26
Quadro 3: Primeira avaliação em 2014 ............................................................. 43
Quadro 4: Classificação do perfil psicomotor referente ao quadro 3 ................ 43
Quadro 5: Segunda avaliação psicomotora ...................................................... 44
Quadro 6: Clasiificação do perfil psicomotor referente ao quadro 5 ................. 44
Quadro 7:Terceira avaliação psicomotora ........................................................ 45
Quadro 8: Classificação do perfil psicomotor referente ao quadro 7 ............... 46
Quadro 9: Quarta avaliação psicomotora ......................................................... 46
Quadro 10: Classificação do perfil psicomotor referente ao quadro 9 .............. 47
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 11
CAPITULO I...................................................................................................... 14
1 DEFINIÇÃO E RELATOS HISTÓRICOS SOBRE A SÍNDROME DE
ANGELMAN ..................................................................................................... 14
1.2 Incidência ................................................................................................ 15
1.3 Etiologia e patogênese genética ............................................................. 15
1.4 Fisiopatologia .......................................................................................... 17
1.5 Aspecto Cognitivo ................................................................................... 18
1.6 Aspecto Físico......................................................................................... 12
1.7 Características comportamentais ........................................................... 12
1.8 Diagnóstico da síndrome de Angelman .................................................. 13
1.9.1 Ataxia ...................................................................................................... 16
1.9.2 Hipotonia ................................................................................................. 16
1.9.3 Hiperatividade ......................................................................................... 16
1.9.4 Tratamento ............................................................................................. 17
CAPÍTULO II ..................................................................................................... 18
1 HISTÓRIA ............................................................................................... 18
1.1 Objetivo ................................................................................................... 19
1.2 Atividade Física e Síndrome de Angelman ............................................. 20
1.3 Atividades Aquáticas Adaptadas ............................................................. 21
CAPÍTULO III .................................................................................................... 23
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 23
1.1 Métodos e técnicas utilizados ................................................................. 24
1.1.1 Métodos .................................................................................................. 24
1.1.2 Técnicas ................................................................................................. 24
1.1.3 Procedimento .......................................................................................... 24
1.2.1 Avaliação ................................................................................................ 25
1.3 Apresentação dos resultados .................................................................. 43
1.4 Depoimentos ........................................................................................... 47
1.5 Discussão ............................................................................................... 49
1.6 Conclusão da Pesquisa .......................................................................... 50
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 51
CONCLUSÃO ................................................................................................... 52
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 53
APÊNDICE ....................................................................................................... 56
ANEXOS ........................................................................................................... 60
11
INTRODUÇÃO
A Síndrome de Angelman é uma desordem neurológica que acarreta
atraso mental, alterações do comportamento, características físicas distintas e
sintomas que ocorre ser da mesma causa. (MATOS 2013)
A SA é uma alteração genética que inibe a transição dos alelos
maternos e está relacionada ao dano na função no gene UBE3A. É
caracterizada pela ausência do alelo materno no segmento do cromossomo 15
na região 15q11-q13 e apresenta retardo no desenvolvimento psicomotor
(RDNPM), ausência de fala, ataxia de marcha, microcefalia pós-natal, crises
convulsivas, risos excessivos e frequentes. (MARIS e TROTT, 2011; SMITH;
LANN, 2003)
A SA é classificada pela Classificação Internacional de Doenças, CID-
10, no Capítulo XVII, (Q00-Q99), como malformações congênitas,
deformidades e anomalias cromossômicas, mais propriamente, Q90-Q99
Anomalias cromossómicas não classificadas em outra parte - Q93
Monossomias e deleções dos autossomos, não classificadas em outra parte -
Q93.5 Outras deleções parciais de cromossoma: síndrome de Angelman.
(WORD HEALTH ORGANIZATION, 2007).
Existem quatro diferentes tipos de causa genética, com variações de
sintomas, sendo a deleção, dissomia uniparental paterna, defeito de impressão
e mutação de gene UBE3A. (MATOS, 2013)
O déficit no desenvolvimento motor em indivíduos com SA passa a ser
manifestar entre seis e sete meses de vida, com marcos característico como,
sentar sem apoio, andar inábil e sem equilíbrio, acompanhados de tremores,
com dificuldade de coordenar a musculatura motora voluntariamente, hipotonia
e contraturas nos membros microcefalia, atraso na aquisição motora, ausência
de fala, presença de crises convulsivas e hipersensibilidade ao calor.
(FRIDMAN, 1997; KOK et al, 1995; BALLONE, 2003; MARIS e TROTT, 2011).
Através das atividades aquáticas possibilita a melhora das funções
motoras, como velocidades, agilidade, resistência cardiovascular,
propriocepção, potência, força muscular e flexibilidade; além da promoção a
autonomia da pessoa no meio líquido, buscando a melhora nas condições
12
físicas, ampliação no repertório de habilidades motoras e independência nas
AVDS. (GORGATTI, COSTA, 2008)
As atividades aquáticas proporcionam inúmeros benefícios para as
pessoas com deficiência, como alívios de dores, fortalecimento da musculatura
que auxilia na postura, estimulação de músculos paralisados e entre outros
efeitos. (CASTRO, 2005).
Em relação aos aspectos psicológico, cognitivo, social a atividade
aquática tem como objetivo proporcionar ao praticante a independência, o
autoconhecimento, autoestima, a exploração de movimento, socialização das
pessoas com deficiência com individuo não deficiente. (CASTRO, 2005)
Os programas de atividades físicas para deficientes mental são voltados
para os aspectos terapêuticos à que aprimoramento das habilidades motoras.
Segunda a ASA as atividades hídricas são de grande valia para o tratamento
da SA, pois a água provoca modificações no sistema nervoso, melhorando o
aparelho circulatório, produzindo efeitos sobre regularização do calor corporal.
(TEIXEIRA, 2008; ASSOCIAÇÃO SÍNDROME DE ANGELMAN).
O presente trabalho tem como objetivo identificar através das atividades
aquáticas possíveis alterações nos padrões motores representados através da
Bateria Psicomotora de Fonseca (BPM) e verificar déficits psicomotores em
criança com Síndrome Angelman com a intervenção de atividade aquática na
redução nas dificuldades psicomotoras.
Diante do pressuposto, o trabalho parte do seguinte questionamento:
Através de atividades aquáticas é possível resultados positivos no
desenvolvimento psicomotor, em crianças com Síndrome de Angelman?
A atividade aquática pode colaborar desde a melhora das capacidades
físicas como também nas relações sociais entre as pessoas, quando se
trabalha a percepção corporal. Esta atividade aquática trabalha todos os
grupamentos musculares e alivia tensões (MASI, 2000).
A pesquisa foi realizada através da análise documental, com base das
avaliações realizadas em uma criança com síndrome Angelman que frequentou
os atendimentos de Educação Física do Núcleo de Apoio Integrado ao
Atendimento Educacional Especializado (NAIAEE) no ano de 2014.
O trabalho será dividido da seguinte forma:
13
Capitulo I - Descreve a definição e relatos históricos da síndrome
Angelman.
Capitulo II - Descreve atividade física adaptada e atividade aquática
Capitulo III - Disserta sobre a pesquisa.
Ao final deste, vem a conclusão da pesquisa, proposta de intervenção e
conclusão final.
14
CAPITULO I
SÍNDROME DE ANGELMAN
1. DEFINIÇÃO E RELATOS HISTÓRICOS SOBRE A SÍNDROME DE
ANGELMAN
A síndrome de Angelman (SA) foi reportada em 1965 pelo pediatra
inglês Dr. Harry Angelman, que observou três crianças que apresentavam
características idênticas como atraso mental, marcha atáxica, rigidez muscular
espasmódica (espasmos persistentes que abrange múltiplos músculos,
especialmente os membros inferior e tronco), ausência de fala, riso não
intencional e crises convulsivas. (MATOS, 2013).
Inicialmente a síndrome de Angelman recebia o termo de “puppet
children syndrome” (síndrome criança marionete), devido os movimentos
bruscos e fisionomia alegre. (MATOS, 2013)
Segundo Matos (2013) o termo “puppet children syndrome” recebe
alteração em sua nomenclatura e passa ser denominada de “happy puppet
syndrome” (síndrome marionete feliz), devido as suas características faciais
anormais, como: língua protusa, boca grande e entre outras características
como o riso excessivo e não intencional.
Segundo a Angelman Syndrome Foundation (2009) cita que em 1987 a
médica Ellen Magenis identificou em crianças com SA, microdeleções no
cromossomo 15 (15q11-q13), comparativamente aos diagnosticados com a
síndrome de Prader- Willi (SPW).
Matos (2013) descreve que as crianças diagnosticadas com SA e SPW
apresentam microdeleções que é a perda de uma pequena parte do ADN de
um do cromossomo 15, sendo estes diferenciados pela ausência alelos
maternos e paternos. Quando essas alterações ocorrem na ausência do alelo
materno resulta na Síndrome de Angelman e quando ocorre na ausência do
alelo paterno resulta na Síndrome de Prader-Willi.
15
Segundo Matos (2013) a SA é uma desordem neurológica que acarreta
atraso mental, alterações do comportamento, característica físicas distintas e
sintomas que ocorre ser da mesma causa.
Em1997 a síndrome de Angelman (SA) foi relacionada ao dano na
função no gene UBE3A, por apresentar características incomuns na transição
dos alelos maternos localizados nesta região. (MARIS e TROTT, 2011)
A SA é uma alteração genética que se deve na inibição de transição do
alelo materno, onde essa proteína não terá função nos neurônios. O
desbalanço da UBE3A compromete a função e a plasticidade neuronal.
(MARIS e TROTT, 2011).
Segundo Maris e Trott (2011) o gene UBE3A pode estar relacionada
com autismo, uma vez que apresenta duplicação da região do cromossomo 15
desse gene no aumento da atividade.
A SA é caracterizada pela ausência do alelo materno no segmento do
cromossomo 15 e apresenta retardo no desenvolvimento psicomotor (RDNPM),
ausência de fala, ataxia de marcha, microcefalia pós-natal, crises convulsivas,
risos excessivos e frequentes. (SMITH e LANN, 2003)
1.2 Incidência
Segundo Matos (2013) a em seus estudos indica cerca de 1/10.000
incidência de crianças diagnosticada com AS.
A incidência de casos de síndrome de Angelman na população é
aproximadamente de 1 em 15.000 a 20.000 nascidos vivos, mas devido seu
desconhecimento na área médica faz com muitos individuo sejam
diagnosticados com paralisia cerebral, recebendo tratamento errado. (UEDA,
2013)
1.3 Etiologia e patogênese genética
Segundo Kauffman e Helito (2007, apud Matos, 2013) descrevem as
anomalias cromossômicas como desequilíbrios nas estruturas e nas
quantidades de material que herdamos de nossos pais.
16
A presença de cromossomas extranumerários ou a falta destes, total ou parcialmente, representam um problema. Podem ocorrer alterações estruturais, definidas como rearranjos cromossômicos, que modificam a estrutura cromossômica por meio de quebras. As quebras cromossômicas são um modo de reorganizar o material genético ou podem mesmo ser fonte de perdas ou ganhos de partes de um ou mais dos cromossomas envolvidos. (MATOS, 2013, pág. 24)
As deleções, translocações, cromossomas em anel e a duplicação
podem estar implicados com os erros nas estruturas dos cromossomos. A SA é
a perda genética no cromossoma número 15, herdado da mãe, na região
15q11-q13, cujo está sujeita a impressão genética. O gene da síndrome de
Angelman (UBE3A) está localizado no cromossomo 15, banda q12. (MATOS,
2013)
De acordo com Matos (2013) existem quatro diferentes tipos de causa
genética, com variações de sintomas, sendo a deleção, dissomia uniparental
paterna (DUP), defeito de impressão e mutação de gene UBE3A.
Deleção: A maioria dos indivíduos diagnosticados com SA é de deleção
por não apresentam o alelo materno no cromossomo 15. Caracteriza-se pela
dificuldade em falar palavras simples, microcefalia, crises convulsivas, déficit
motores e cognitivos;
Dissomia uniparental paterna do cromossoma 15: Apresenta apenas o
cromossoma 15 do pai, não herdando nenhum alelo da mãe. São menos
graves em relação aos de deleção, com característica fenotípica e menos
tendente a microcefalia e convulsões;
Defeito de impressão (imprinting defeituoso da cópia materna de 15q11-
q13): ocorre uma mutação na região 15q11-q13, resultando em um padrão
genético anormal. Apresenta apenas alelos do cromossoma 15 paterno, e
alterações no padrão de modificação química no ADN e da expressão genética
da região. O cromossoma 15 materno está presente, porém seus genes não se
manifestam. Entretanto apresenta um desenvolvimento neuropsicomotor
melhor, conseguindo pronunciar entre 50 a 60 palavras e formular frases
simples, microcefalia, convulsões e a hipopigmentação são menos frequente.
Mutação do gene UBE3A: está presente entre 5 a 10% dos casos. A
mutação ocorre através de um erro no código genético do gene UBE3A no
cromossoma 15 materno de maneira espontânea, herdando ou não o
cromossoma da mãe. Pode acontecer em qualquer lugar do comprimento do
17
gene. Pode apresentar capacidade cognitiva e motora boa de acordo a
mutação. Tem o quadro clinico intermediário em relação a deleção e DUP, com
convulsões e microcefalia, porém a hipopigmentação não acontece.
Figura 1: Causas genéticas na Síndrome de Angelman
Fonte: Matos (2013), p.27
1.4 Fisiopatologia
A identificação da síndrome de Angelman durante a gestação e em
recém-nascidos é clinicamente difícil, por não apresentar indícios da síndrome,
por apresentar desenvolvimento inicial a um bebê normal. (MARIS e TROTT,
2011).
A SA está relacionada à perda genética na região 15q11-q13 no
cromossomo 15 herdado pela mãe, no qual está sujeito a uma impressão
genética. (MATOS, 2013)
Segundo Maris e Trott (2011) 80% da população de SA apresentam
atraso no crescimento cefálico, resultando em microcefalia aos 02 anos de
idade. Com o crescimento, alguns passam a ter desarmonia facial, sendo este
a prognatismo que tem o queixo avançado, boca larga, lábio superior fino,
18
língua protusa e dentes espaçados, cabeça achatada no sentido
anteroposterior.
O déficit no desenvolvimento motor em indivíduos com SA passa a ser
manifestar entre seis e sete meses de vida, com marcos característico como,
sentar sem apoio, andar inábil e sem equilíbrio, acompanhados de tremores,
com dificuldade de coordenar a musculatura motora voluntariamente, hipotonia
e contraturas nos membros. (MARIS E TROTT, 2011).
1.5 Aspecto Cognitivo
Segundo Matos (2013) a SA está relacionada a um atraso mental
profundo, com distúrbio de linguagem, déficit motor, falta de atenção e
hiperatividade.
Angelman Syndrome Foundation (2009) cita que alguns indivíduos
diagnosticados com SA tem a linguagem compreensiva boa considerando
capacidade suficiente para falar, porém mesmo em seu alto grau de
desenvolvimento a fala conversacional não se desenvolve.
Crianças com SA do tipo DUP consegue desenvolver habilidade verbais
e cognitivas mais altas, chegam a proferir entre 10-20 palavras, mas não
mantém conversação. Já as crianças com defeito Imprinting chegam a usar
entre 50-06 palavras e formular frases simples. (ANGELMAN SYNDROME
FOUNDATION, 2009).
Conforme a Angelman Syndrome Foundation (2009) quando ocorre uma
incapacidade de se comunicar de maneira eficiente, a criança pode recorrer a
comportamentos problemáticos, como puxar o cabelo, empurrar, bater e
morder para expressar seus desejos, necessidades e sentimentos. Sendo
estes tentativas de comunicação mais convencionais e socialmente
apropriadas de se expressar.
Para Matos (2013) criança com SA são socialmente adaptados e
respondem à maioria dos sinais pessoais e a interações. As modificações
cerebrais mais constantes: são a atrofia cerebral moderada: pequena
diminuição da espessura do córtex cerebral.
12
1.6 Aspecto Físico
De acordo com Ueda (2013) a partir dos três a sete anos de idade é
possível identificar a síndrome, pois os sinais característicos são mais
evidentes.
Matos (2013) afirma que nem todas características físicas são possíveis
serem identificadas visualmente. Conforme a figura a seguir.
Figura 2: Características físicas mais comuns em SA.
Fonte: Matos (2013), p.31
Segundo Brun & Artigas (2005 apud Matos, 2013) 50% dos casos não é
possível identificar microcefalia em recém-nascidos, apenas com 2-3 anos de
idade. Sendo o estrabismo mais comum em criança com hipopigmentação
ocular.
Para autora, alguns indivíduos com SA a hipopigmentação pode ser
grave sendo comparado ou semelhante ao albinismo. E, entretanto 30-50% dos
casos apresentam uma protuberância da língua.
1.7 Características comportamentais
Apresenta andar desequilibrado com as pernas afastadas, abertas e
esticadas, microcefalia, atraso na aquisição motora, ausência de fala, presença
13
de crises convulsivas e hipersensibilidade ao calor. (FRIDMAN, 1997, KOK et
al, 1995; BALLONE, 2003)
Conforme Matos (2013) os SA são muito agitados, estando
constantemente ativos em todas as atividades que realizam. Perdem o foco
rapidamente mudando de uma atividade para outra e levando sempre objetos à
boca.
1.8 Diagnóstico da síndrome de Angelman
O diagnóstico baseia se principalmente no atraso no desenvolvimento
neuropsicomotor, em ocorrência de crise convulsiva e características físicas
distintas. (ASSOCIAÇÃO SÍNDROME DE ANGELMAN, 2013).
Segundo Maris e Trott (2011) a síndrome de Angelman pode ser
confundida com deficiência intelectual como autismo infantil e paralisia
cerebral, devido à ausência de fala, atraso no desenvolvimento social.
Segundo Matos (2013) os critérios de consenso para o diagnóstico foram
publicados em 2006 pelo o American Journal of Medical Genetics 140A: 413-
418, onde consiste o histórico do desenvolvimento e descobertas laboratoriais
e a características clínicas por frequências relativas de ocorrências.
Tabela 1: História do desenvolvimento e descobertas laboratoriais
História pré-natal e nascimento com perímetro cefálico normal;
Ausência de defeitos congênitos, problemas de alimentação no recém-nascido
e posteriormente;
Atraso de desenvolvimento evidente entre os 6 e 12 meses de idade, por
vezes associado a hipertonia do tronco. Movimento instável dos membros e
aumento do sorriso;
Atraso de desenvolvimento neuropsicomotor (sem perda de aquisições);
Exames laboratoriais normais;
Cérebro estruturalmente normal usando a ressonância magnética ou
tomografia computorizada (pode apresentar atrofia cortical moderada ou
desmielinização).
Fonte: Matos, 2013, p.39
14
Quadro 1: Características clínicas por frequência relativa de ocorrência
A. Consciente em 100% dos casos:
Atraso de desenvolvimento funcionalmente severo;
Fala: uso mínimo ou não usa palavras, identificando-se uma maior
capacidade de compreensão do que de expressão verbal;
Problemas de movimento e equilíbrio, usualmente ataxia
(incoordenação dos movimentos voluntários do corpo, resultante de
uma incapacidade para controlar a atividade muscular, por forma a
permitir que a execução dos mesmos seja suave) e/ou tremor dos
membros;
Alterações do comportamento: combinação frequente de riso e sorriso,
com uma aparência feliz, associada a uma personalidade facilmente
excitável, com movimentos aleatórios e não intencionais das mãos
(movimento dos braços como em bater de asas), uma marcha
desarticulada, similar às das bonecas; comportamento de
hiperatividade.
B. Frequente em mais de 80%:
Atraso no crescimento do perímetro cefálico, resultando
frequentemente em microcefalia (absoluta ou relativa) pelos dois anos,
com achatamento posterior; a microcefalia é mais evidente em
pacientes com deleções 15q11.2-q13;
Convulsões, usualmente ≤ 3 anos. A gravidade das crises geralmente
diminui com a idade, mas o transtorno da apreensão permanece até à
idade adulta;
EEG (eletroencefalograma) irregular com ondas de grande amplitude e
picos lentos. As anormalidades no EEG odem ocorrer nos primeiros
2 anos de vida e podem preceder o quadro clínico, e muitas vezes não
são correlacionadas com os acontecimentos da síndrome.
C. Associadas de 20 a 80% dos casos:
(continua)
15
Achatamento Occipital;
Sulco Occipital;
Protusão da língua (saliência da língua para fora da boca);
Deglutição atípica (é uma forma inadequada da língua e outros
músculos que participam do ato de deglutir, durante a fase oral, de
realizar essa função. É uma alteração na função de engolir
propriamente dita) e problemas na sucção;
Hipotonia do tronco durante a infância;
Prognatismo (proeminência dos dentes em relação ao plano da face),
maxilar inferior grande (prognatismo mandibular) e maxilar superior
pequeno (hipoplástico);
Língua larga, dentes afastados, boca grande;
Estrabismo;
Comportamento motor oral: excesso de mastigação;
Hipopigmentação (causada por deficiência ou perda da pigmentação
por melanina na epiderme) da pele, cabelos e olhos claros;
Hiperatividade dos reflexos tendinosos;
Braços fletidos especialmente ao andar;
Aumento da sensibilidade ao calor;
Perturbações do sono: ciclos anormais do sono, necessidade
diminuída;
Atração/fascinação pela água e fascínio por certos papéis e plásticos
enrugados;
Problemas de alimentação durante a infância;
Obesidade (crianças mais velhas);
Sialorreia (muita saliva);
Escoliose;
Obstipação.
Fonte: Matos, 2013, p. 39-41
1.9 Classificação
De acordo com Word Health Organization (2007), a SA foi classificada
conclusão
16
pela Classificação Internacional de Doenças, na sua 10ª revisão, CID-10, no
Capítulo XVII, (Q00-Q99), como malformações congênitas, deformidades e
anomalias cromossômicas, mais propriamente, Q90-Q99 Anomalias
cromossómicas não classificadas em outra parte - Q93 Monossomias e
deleções dos autossomos, não classificadas em outra parte - Q93.5 Outras
deleções parciais de cromossoma: síndrome de Angelman.
1.9.1 Ataxia
Segundo Bobath (1989), a atáxica é causada por uma lesão cerebral de
caráter misto, de fator comum um tono postural abaixo conciliado com
distúrbios da inervação recíproca, com ausência de co-contração, o que torna o
controle sustentado contra a gravidade e os movimentos impossíveis ou muito
difíceis. Sua marcha com aumento da base de sustentação podendo
apresentar temor intencional.
1.9.2 Hipotonia
Segundo a Associação síndrome de Angelman devido ao atraso nas
aquisições motoras e pela a hipotonia o indivíduo por conseqüência, tende a
adotar posições posturais errada, causando encurtamentos musculares,
prejudicando o desenvolvimento motor, em conjunto à falta de equilíbrio e
marcha atáxica, apresentando dificuldade para andar independentemente.
1.9.3 Hiperatividade
De acordo com a Angelman Syndrome Foundation (2009) é muito
comum que individuo com diagnostico de SA o comportamento de
hiperatividade. Quando bebê e/ou criança constantemente tende a levar suas
mãos, brinquedo ou objetos a boca, movimentando de um lado para o outro,
podendo causar ferimentos acidentais. Agarrar, beliscar e morde em crianças
maiores pode se agravar. Atividades com estímulos motores ajudam a diminuir
esses comportamentos.
17
1.9.4 Tratamento
Segundo a Associação síndrome de Angelman (2013) a SA não tem
cura, mas há tratamentos medicamentosos para sintomas que pode ser tratado
com o uso de remédio para:
a) Epilepsia;
b) Perturbações no sono;
c) Hiperatividade/Déficit de atenção;
d) Ansiedade;
e) Agressividade;
f) Sialorreia;
g) Espasticidade;
h) Alterações comportamentais.
E tratamentos terapêuticos como:
A fisioterapia: para estimular as articulações prevenindo rigidez;
Terapia ocupacional: auxiliando na melhora da motricidade fina e
controle motor-bucal;
Terapias de comunicação e fonoaudióloga para trabalhar a fala; e
Hidroterapia e musicoterapia visam proporcionar a pessoa
independência na realização nas atividades simples do dia-a-dia.
18
CAPÍTULO II
ATIVIDADE FÍSICA ADAPTADA
1. HISTÓRIA
Segundo Gorgatti e Costa (2008) a participação de pessoas com
diferentes condições especiais para a prática das atividades físicas ocorreu na
china a três mil anos antes Cristos. Os programas eram nomeados de ginástica
médica sendo a primeira concepção mais clara e consistente de Educação
Física Adaptada aceito na década de 1950.
Segundo Gorgatti e Teixeira (2008) no século XX pessoas com
deficiência motoras não tinham acesso a prática de atividades corretivas, o
qual não objetivava finalidades de aprimorar o condicionamento físico ou
oferecer prática esportiva.
Winnick (2004) relata que os Estados Unidos foram os percussores da
Educação Física Adaptada no século XIX, com programas de ginástica e
natação para cegos e outras deficiência. Anteriormente Sherril (1993, apud
Winnick, 2004) declara que a educação física tinha orientação médica e era de
natureza preventiva, corretiva ou desenvolvimentista com objetivo de evitar
doenças, promover a saúde e vigor da mente e do corpo.
No final do século XIX no Brasil iniciaram as organizações de serviços
para cegos, surdos, deficientes físicos e mentais, inspirados através do modelo
estabelecido nos Estados Unidos e na Europa, sendo para os historiadores da
educação atos inusitados, considerando-se o contexto da época. (MENDES,
2010)
Segundo Gorgatti e Costa (2008) nas décadas de 1980 e 1990 no Brasil
a Educação Física era constituída por duas subáreas na estrutura acadêmica,
nomeadas Pedagogia do Movimento e Adaptação do Movimento Humano,
19
passando a ser conhecida como Educação Física Adaptada e emerge no curso
de Educação Física.
Em dezembro de 1986 foi realizado a I Simpósio Paulista de Educação
Física Adaptada na Universidade de São Paulo, este evento reuniria
profissionais e estudantes da área. Em 1988 foi criado o primeiro curso de
especialização em Educação Física Adaptada, em Uberlândia, Minas Gerais.
(GORGATTI e COSTA, 2008)
Em 1989 o Brasil teve a sua primeira participação em um simpósio
internacional (Internacional Symposium of Adatd Physical Activity - Isapa),
organizado pela Internacional Federation od Adapted Physical Activity - Ifapa,
sendo desde esta data o Brasil têm participado do Isapa apresentado os
resultados de estudos produzidos. (GORGATTI e COSTA, 2008)
Segundo Gorgatti e Costa (2008) em 1991 surgem as primeiras idéias
de criação de uma sociedade que auxiliasse os profissionais da área. Em 1994
é fundado a SOBAMA (Sociedade Brasileira de Atividade Motora Adaptada).
A partir de 1995 a Sobama assumi a realizações dos congressos
brasileiros de Atividades Motoras Adaptadas. (GORGATTI e COSTA, 2008)
1.1 Objetivo
De acordo com Sherril (1998) e Cratty (1975) a atividade física adaptada
é um programa de atividade diversificado com objetivo de promover a saúde,
estilo de vida ativa, reabilitando funções deficientes e promover a inclusão.
Castro (2005) reporta a atividade física adaptada como um corpo de
conhecimento multidisciplinar com teorias, modelos, ferramenta de ensino e
reabilitação específica. Responsável pela a identificação e soluções de
problemas psicomotores durante a vida.
A educação física adaptada oferece aos portadores de deficiência
oportunidade através do esporte, jogos e ritmos, qualidade de vida, nos
aspectos físicos, sociais e psicológicos. (MENEZES; SANTOS 2001)
A atividade motora adaptada é um dos meios que proporciona ao aluno com necessidades especiais condições de aumentar o repertório de movimentos. É através das atividades físicas que o indivíduo portador de deficiência pode estabelecer um novo conceito de corpo, passando a detectar e desenvolver os potenciais
20
remanescentes, direcionando o pensamento, os motivos e o comportamento diante da sua condição. Por mais acentuada que seja sua limitação motora, pode-se conseguir com a educação física adaptada uma parcial ou completa adaptação à sua limitação e às solicitações do ambiente, em várias situações. (MENEZE; SANTOS, 2001)
A educação física visa formar pessoas fisicamente educada, com estilos
de vida ativos e saudáveis que ajudam a evoluir rumo a auto-realização
(WINNICK, 2004)
1.2 Atividade Física e Síndrome de Angelman
Segundo Rosadas (1989), a atividade física adaptada (AFA) são
movimentos contínuos e não contínuos que visa a melhora do sistema orgânico
e locais específicos, de acordo com a intensidade a ser aplicado conforme a
especificidade de cada individuo, analisando e auxiliando na reabilitação de
qualquer tipologia de deficiência.
Sherrill (1998 apud MORGADO; SOARES, 2015) retrata a AFA em um
amplo conjunto de múltiplas atividades, desportos, jogos, atingindo o interesse,
limitações a capacidades manifestadas pelas pessoas com necessidades
especiais. Promovendo a saúde, estilo de vida saudável, resultando na
reabilitação e inclusão da pessoa deficiente.
Segundo a Federação Internacional de Atividade Física Adaptada
(International Federation of Adapted Physical Activity - IFAPA) estabelece a
AFA em área de conhecimento a cultura corporal ao movimento com diferença
significativa e particularmente a deficiência:
Considerando-se os diversos contextos em que as atividades físicas e motoras podem ser realizadas, estabelece-se uma relação meio-fim. Assim que, na escola se objetiva a escolarização, na academia o condicionamento físico ou a estética, no clube ou centros esportivos o resultado, nos hospitais ou clínicas a reabilitação, no espaço de lazer a pessoalidade, na empresa a produtividade, no acampamento de férias a convivência. O universo de possibilidades é variado e será definido pela vontade e necessidade do praticante. O processo para alcançar as metas deve contemplar os domínios cognitivos, motor e emocional, social promovendo o desenvolvimento do saber, do saber fazer, do saber ser e do saber conviver. (2004, p.2)
Segundo Tavares (2007 apud MORGADO, SOARES, 2015), a atividade
adaptada pode ser uma das possibilidades para o desenvolvimento pleno da
21
imagem corporal. Ela pode ser enfatizada por meio das artes corporais em
geral, a descoberta e busca de aceitação e superação de limites.
De acordo com Teixeira (2008) os programas de atividades físicas para
deficientes mental eram voltados para os aspectos terapêuticos à que
aprimoramento das habilidades motoras.
De acordo com a Associação Síndrome de Angelman (ASA), reporta a
atividade de hidroterapia para o tratamento da SA. Água provoca modificações
no sistema nervoso, melhorando o aparelho circulatório, produzindo efeitos
sobre regularização do calor corporal.
1.3 Atividades Aquáticas Adaptadas
As atividades aquáticas têm por objetivo promover oportunidade para
todo, através da natação e atividades recreativas a adaptação ao meio líquido,
visando a didática de ensino a promoção de saúde, bem- estar e reabilitação.
(GORGATTI e COSTA, 2008)
Segundo Castros (2005) as atividades aquáticas proporcionam inúmeros
benefícios para as pessoas com deficiência, como alívios de dores,
fortalecimento da musculatura que auxilia na postura, estimulação de músculos
paralisados e entre outros efeitos.
De acordo com Campion (2000) a água apresenta propriedades que
facilita locomoção sem esforço, eliminando parcialmente a força gravitacional,
aliviando o estresse sobre as articulações que sustenta o peso do corporal,
auxiliando no equilíbrio estático e dinâmico, proporcionando dessa facilidade de
execução de movimentos que em terra seriam muito difíceis ou impossíveis de
serem executados.
As atividades aquáticas contribuem como meio facilitador para ensinar e
aprimorar movimentos básicos e fundamentais necessários para outras
atividades do dia-a-dia. (CASTRO, 2005)
Castro (2005) relata que os exercícios terapêuticos surgiram nos
Estados Unidos, após a Primeira Guerra Mundial, um programas para pessoas
com desordens reumáticas.
Com o final da Segundo Guerra Mundial e a necessidade de Centros de reabilitação para os soldados de guerra, os exercícios terapêuticos
22
na água foram cada vez mais procurados devido aos inúmeros benefícios encontrados pelo tratamento aquático. (CASTRO, 2005, p.329)
Segundo Castro (2005) as atividades aquáticas que faziam uso de
modelos médicos de reabilitação aquática e exercícios adaptados eram
categorizadas de terapias aquáticas.
De acordo com Castro (2005) os benéficos que as atividades aquáticas
promovem são inúmeros e únicos ao individuo, por meio de pregressos nos
aspectos fisiológico, psicológico, cognitivo e social.
No aspecto fisiológico Castro (2005) cita a atividade aquática possibilita
a melhora das funções motoras, como velocidades, agilidade, resistência
cardiovascular, propriocepção, potência, força muscular e flexibilidade.
Para Teixeira (2008) as atividades aquáticas visam além da autonomia
da pessoa no meio líquido, buscando a melhora nas condições físicas,
ampliação no repertório de habilidades motoras e independência nas AVDS.
No aspecto psicológico Castro (2005) argumenta que atividades
aquáticas promovem ao individuo sensação de independência e conforto,
melhorando o autoconhecimento, autoestima dos praticantes, incentivando a
buscar novos caminhos em outros aspectos de reabilitação.
Segundo Castro (2005) os benefícios nos aspectos cognitivos são a
exploração de movimento, permitindo ao individuo conhecerem o seu próprio
corpo, através de atividades aquáticas recreativas que visa concentração e
atenção da pessoa.
Para Castro (2005) a atividade aquática no aspecto social contribui na
socialização das pessoas com deficiência com amigos não deficientes, por
serem realizados em pequenos grupos, permite ao individuo se colocar em
posição de igualdade com outros participantes.
23
CAPÍTULO III
A PESQUISA
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo identificar através das atividades
aquáticas possíveis alterações nos padrões motores representados através da
Bateria Psicomotora de Fonseca (BPM) e verificar déficits psicomotores em
criança com Síndrome Angelman com a intervenção de atividade aquática na
redução nas dificuldades psicomotoras, assim a aprovação do Comitê de Ética
e Pesquisa do Centro Universitário Salesiano Auxilium de Lins, Protocolo nº
1.626.035 no dia 06/07/2016 (ANEXO C), foi realizada uma pesquisa descritiva
documental.
Segundo Gil (2002) a pesquisa descritiva objetiva a descrição das
características de determinada população, fenômeno ou variáveis. Através de
coleta de dados, questionários e observação.
A pesquisa documental refere-se a todas as informações coletadas de
forma escrita, oral ou através de visualização. Consiste na classificação de
informações que facilitam na sua identificação. A coleta é o registro dos dados
que obtém métodos e técnicas a serem seguidos para cada objetivo do estudo.
(FACHIN, 2006).
Após a aprovação para o desenvolvimento da pesquisa, deu-se inicio a
analise dos documentos da participante. A participante do presente estudo
frequenta a rede de ensino municipal de Lins e tem participação ativa do
Projeto de Extensão Universitária de Educação Inclusiva em parceria a
Secretaria Municipal de Educação e Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium- Lins, no qual as atividades acontecem no Núcleo de Apoio Integrado
ao Atendimento Educacional Especializado em Lins- SP, onde é realizado
atendimento multidisciplinar.
O setor da educação física desenvolve atividades de ginástica artística,
recreação e natação, sendo atendimento individualizado para cada aluno. De
primeiro momento os alunos realizam uma avaliação psicomotora, com objetivo
24
de apontar e analisar as habilidades motoras, para que assim possa planejar
proposta de atividades a ser trabalhado o ano todo, visando melhora na
qualidade de vida, habilidade motora e convívio social. A cada trimestre o aluno
é reavaliado e comparado as avaliações anteriores para possíveis alterações
nos padrões motores.
1.1 Métodos e técnicas utilizados
1.1.1 Métodos
Descritiva Documental: Dados coletados de avaliação de uma criança
diagnosticada com Síndrome de Angelman, sendo de gênero biológico
feminino, na faixa etária de 07 anos de idade e frequenta o Núcleo de Apoio
Integrado ao Atendimento Educacional Especializado, Lins - SP.
1.1.2 Técnicas
a) Roteiro de estudo de Caso (Apêndice A)
b) Roteiro de Entrevista para os Profissionais (Apêndice B)
c) Roteiro de Entrevista com a mãe (Apêndice C)
d) Parecer CEP (ANEXO 1)
e) Bateria Psicomotora de Fonseca (ANEXO 2)
1.1.3 Procedimento
Verifica-se através das avaliações que a aluna foi encaminhada e
submetida ao atendimento Educação física juntamente com a fisioterapia para
realizar atividades aquáticas no ano de 2014, uma vez da semana com
duração de 50 minutos. De acordo com o descrito, os atendimentos se
iniciavam com aquecimento, exercícios de fortalecimento, alongamento e
desenvolvimento de atividade psicomotora. As aulas eram voltadas a trabalhar
em cada atendimento um dos sete itens da BPM, sendo tonicidade, equilíbrio,
25
lateralidade, noção de corpo, estrutura espaço temporal, coordenação global e
coordenação fina.
De inicio foi necessário uma adaptação no meio liquido, segundo Castro
(2005) a ausência deste momento pode acarretar medo, ansiedade e entre
outros fatores ao participante, assim esse processo se tornando mais lento e
difícil para as pessoas com deficiência.
Após esse processo de adaptação foi introduzido ensino aos nados e
técnicas utilizadas por eles, através de cantigas de rodas, onde todos
cantavam e realizavam movimentos que eram solicitados. Os exercícios de
propulsão de perna e braço foram utilizados materiais como espaguete, bola,
prancha, tapete flutuante. No final do atendimento eram feitos atividades de
recreação como meio de interação e relaxamento.
1.2 Estudo de caso
Aluna do gênero biológico feminino, 07 anos de idade, raça branca foi
encaminhado ao núcleo no ano de 2014 com diagnóstico fechado de Síndrome
de Angelman por deleção. Segundo informações colhidas da mãe teve uma
gestação tranquila sem intercorrência ou abnormalidade que indica se algo
durante a gravidez. Quando nasceu a aluna apresentou quadros de crises
convulsivas. Começou a sentar com 1 ano e 3 meses, não seguindo com a
fases cronológica engatinha e andar. Iniciou o tratamento de ecoterapia e
hidroterapia com oito meses de idade.
Começou a frequentar a escola da rede municipal de Lins com 07 de
idade. Não andava, não tinha controle de tronco, não falava, jogava os objetos
e apresentava dificuldade de aprendizagem, sendo encaminhada pela diretora
da escola ao NAIAEE.
1.2.1 Avaliação
O método de avaliação descrito para avaliar e identificar alterações
psicomotoras na aluna foi a Bateria Psicomotora de Vitor da Fonseca (1995).
Foram realizadas quatro avaliações, sendo a primeira em março, a segunda
26
em junho, a terceira em agosto e a quarta em novembro, todas no ano de
2014.
Segundo Fonseca (1995) a BPM é um dispositivo diferente das escalas
de desenvolvimento motor. Trata-se de um instrumento de conjunto de tarefas
que busca identificar déficits funcionais em termos psicomotores, cobrindo a
interação sensorial e perceptiva que se relaciona com o potencial de
aprendizagem da criança. Através da BPM retiramos dados sistemáticos de
grande interesse para identificação qualitativa de problemas psicomotores e de
aprendizagem.
De acordo com Fonseca (1995) os fatores que compõem a BPM
referem-se a atividades complexas adaptativas, com contribuições especificas
em todo funcional que compreende a atividade mental expressa na
psicomotricidade. Essas tarefas permitem identificar o grau de maturidade
psicomotora da criança e detectar sinais desviantes em situação de
aprendizagem escolar pré-primária e primária. Podem-se observar estruturas
tônico-muscular, domínio do equilíbrio estático e dinâmico, orientação e a
organização espacial, postura em relação a gravidade, memorização do ritmo,
a dissociação, preensão, sequência do movimento e proficiência da
motricidade fina, etc.
O resultado total da BPM é obtido de todos subfatores, sendo a cotação
média de cada fator. A cotação máxima da prova é 28 pontos (4x7 fatores), a
mínima é de 7 pontos (1x7) e a média é de 14 pontos.
Com base nos pontos pode construir-se uma escala, que aponte os
seguintes valores:
Quadro 2: Escala de pontos BPM
PONTOS DA BPM PERFIL PSICOMOTOR DIFICULDADE DE
APRENDIZAGEM
27-28 pontos Superior -
22-26 pontos Bom -
14-21 pontos Normal _
9-13 pontos Dispráxico Ligeiras (específicas)
7-8 pontos Deficitário Significativa (severas)
Fonte: Fonseca (1995), p. 115
27
Tonicidade
A. Extensibilidade
A extensibilidade avalia o grau de mobilização e de amplitude que uma
articulação atinge. A BPM explora os membros inferiores e superiores.
Nos inferiores explora a extensibilidade dos adutores e extensores da
coxa e quadríceps femoral.
Nos membros superiores explorar a extensibilidade dos deltoides
anteriores, peitorais, flexores do antebraço e extensores do punho.
Para a realização da avaliação é necessário um colchão e uma fita
métrica. Na observação dos adutores da coxa a criança terá que se sentar no
chão e fazer o máximo afastamento das pernas.
Na observação dos extensores da coxa requer que a criança se deite em
decúbito dorsal e tente tocar com os pés acima da cabeça fazendo um
rolamento inverso.
Na observação dos quadríceps femoral requer que a criança se deite em
decúbito ventral fazendo a flexão do joelho, o examinador deve levar os bordos
externos do pé em direção ao chão.
A cotação será a seguinte:
4- se a criança atinge um afastamento dos adutores e extensores da
coxa entre 140º-180º e um afastamento dos calcanhares da linha média dos
glúteos entre 20-25 cm. Não se deve haver resistência aos movimentos e deve
existir reservas de extensibilidade muscular;
3- 100º-140º nos adutores e extensores: e 15-20 cm nos quadríceps
femorais. A resistência deve ser pouca, não se identificando sinais tônicos
disfuncionais;
2- 60º-100º nos adutores e extensores e 10-15 cm nos quadríceps
femorais. A resistência é bem maior e os sinais de esforço são visíveis;
1- Se a criança revela valores inferiores aos anteriores citados, com
sinais distônico claro e evidente.
Na observação dos deltoides anteriores e peitorais a criança mantém se
em pé com as mãos nos quadril. Cabe ao examinador aproximar os cotovelos
por trás da criança observando a distância entre ambos.
28
Nos flexores do antebraço a criança deve estar em pé com o braço
aberto ao lado do corpo com as palmas das mãos viradas para cima. O
examinador que deve estar atrás da criança, onde fará a extensão máxima do
antebraço com movimento de pronação do punho da criança.
Na observação dos extensores do punho, o examinador deve assistir a
flexão da mão, pressionando suavemente o polegar e verificar se este toca no
antebraço e medir esta distância.
A cotação será a seguinte:
4- se a criança toca com os cotovelos, se realiza a extensão total do
antebraço e toca com polegar no punho. Não deve haver esforço e resistência,
a realização deve ser feita com disponibilidade e flexibilidade;
3- a mesma realização descrita acima, mas com uma maior resistência e
com pequenos sinais de esforço;
2- se a criança não toca com os cotovelos com o polegar nas
respectivas explorações, acusando rigidez, resistência e um esforço maior;
1- Se a criança revela sinais desviantes e atípicos, resistência e muito
esforço.
B. Passividade
A passividade objetiva analisar em função dos movimentos e estímulos
exteriores, como balanço e oscilações dos membros superiores e inferiores da
criança pelo examinador.
Na exploração dos membros inferiores a criança deve estar sentada em
uma cadeira, banco ou mesa, o suficiente para que seus pés não toquem o
chão. O examinador deve segurar as pernas na altura panturrilha para que os
pés fiquem livres e então iniciar as oscilações e balanço. Depois, são
realizadas a imobilização do pé e realizado os movimentos de torções e
rotações.
Na exploração dos membros superiores a criança deve estar de pé, com
os braços relaxados ao lado do corpo. Cabe ao examinador introduzir os
deslocamentos de balanço e oscilações em ambos os braços e mãos
observando o grau de liberdade e abandono da rigidez.
A cotação será a seguinte:
29
4- se a criança apresenta movimentos passivos objetivando facilidade de
descontração na musculatura exigida;
3- se a criança revela descontração mas realizam pequenos movimento
voluntários e ligeiros sinais de resistência;
2- se não apresenta descontração, reproduz movimentos voluntários
com maior freqüência, sinais de instabilidade emocional;
1- se não realiza a prova ou realiza de forma incompleta, total
insensibilidade ao membro e dificuldade de descontração.
C. Paratonia
Observa a capacidade da criança de conseguir uma descontração
voluntária dos membros superiores e inferiores provocados por quedas e
mobilizações passivas.
A criança deve estar em decúbito dorsal, com os membros relaxados. O
examinador vai realizar os movimentos com os movimentos elevando-o até a
vertical e depois os soltando em queda livre.
A cotação será a seguinte:
4- se a criança não revela tensões ou resistência nos quatro membros;
3- se revela ligeiras tensões e resistência muito fracas;
2- se revela tensões, bloqueando e resistência moderada e frequentes;
1- além do descrito acima, revela impulsividade de descontração
involuntária, recusa e manifestações emocionais.
D. Diadococinesias
Permite detectar movimentos associados fragmentados e dismétricos,
que são resultados de imaturidade na inibição psicomotora.
A criança deve estar sentada, com os cotovelos em apoio em cima da
mesa. Nessa posição realiza a prova de pronação e supinação, simultâneos e
alternados em ambas as mãos.
A cotação será a seguinte:
4- se realiza os movimentos com precisão e amplitude adequada,
coordenados e harmoniosos;
30
3- se realiza com ligeiros desvio do eixo do antebraço e afastamento dos
cotovelos, mudanças de ritmos;
2- se apresenta descoordenação, movimento de espelho, reações
emocionais que atrapalhem de ritmo;
1- se não realiza a tarefa, movimentos de espelhos constante,
instabilidade emocional.
E. Sincinesias
Busca observar os movimentos contralaterais, peribucais ou ligeiras,
todos não intencionais nos membros opostos aos que participavam do
movimento. A criança está sentada com as mãos acima da mesa, realizando
uma compressão máxima em uma bola de espuma. Observar os movimentos
de imitação ou desnecessários da tarefa.
A cotação será a seguinte:
4- se não apresenta qualquer vestígio de sincinesia;
3- se demonstra sincinesia contralaterais pouco claras, quase
imperceptíveis;
2- se apresenta sincinesia bucais e contralaterais marcadas e obvias;
1- além dos citados acima, apresenta flexão do cotovelo, sincinesias
evidentes, inclusive linguais.
Ao termino deste subfator, é tirado a média de todos os subfatores e é
encontrada a cotação do fator tonicidade.
Equilíbrio
A- Imobilidade
Através da observação pode-se avaliar a capacidade da criança em
conservar o equilíbrio em diversas situações, os ajustamentos posturais,
reações emocionais, etc. A imobilidade requer que a criança fique na posição
ortoestática durante 60 segundo com os olhos fechados e os braços ao lado do
corpo.
A cotação será a seguinte:
31
4- mantém a posição durante 60 segundos, em nenhum sinal desviante;
3- mantém a posição entre 45 a 60 segundo, revelando ligeiros
movimentos faciais, oscilações, gesticulações, sorrisos, emotividade, etc;
2- mantém a posição entre 30 a 60 segundos, revelando sinais
desviantes óbvios e claros, insegurança gravitacional;
1- mantém a posição ao menos de 30 segundos, com sinais desviantes
frequentes, quedas e insegurança gravitacional significativa.
B- Equilíbrio Estático
Exige as mesmas capacidades da imobilidade com diferença das
posições que são exigidas.
Caracteriza-se por três provas: apoio retilíneo, manutenção do equilíbrio
na ponta dos pés e apoio unipodal. Crianças de 4-5 anos devem fazer as
provas com os olhos abertos e a partir dos 06 anos com olhos fechados.
O procedimento das três provas será o seguinte:
No apoio retilíneo a criança deve colocar o pé no prolongamento exato
do outro, estabelecendo o contato do calcanhar de um pé com a ponta do pé
do outro pé, durante 20 segundo.
Na manutenção do equilíbrio na ponta dos pés, a criança deve estar com
pés juntos e realizar uma flexão plantar, durante 20 segundos;
No apoio unipodal a criança se mantém apenas em uns dos pés,
fazendo uma flexão de joelhos da outra perna, durante 20 segundos.
Observar qual o pé predominante para o apoio.
A cotação será a seguinte:
4- mantém o equilíbrio durante 20 segundo em sinais desviantes, sem
abrir os olhos;
3- mantém a posição durante 15 a 20 segundo, com pequenos e pouco
perceptíveis sinais desviantes sem abrir os olhos;
2- mantém a posição durante 10 a 15 segundo, revelando dificuldade de
controle, sem abrir os olhos;
1- mantém a posição por menos de 10 segundos sem abrir os olhos.
C. Equilíbrio Dinâmico
32
Aqui é avaliado o equilíbrio durante a movimentação e o deslocamento.
As tarefas deste subfator incluem: marcha controlada, evolução no
banco, saltos com apoio unipodal e saltos de pés juntos.
Na marcha controlada a criança deve caminhar em cima de uma linha
reta com 3m de comprimento de modo que o calcanhar de um pé sempre toque
na ponta do outro pé sucessivamente até o final, sempre com as mãos na
cintura.
Na evolução sobre o banco (em de comprimento e 5 cm de altura) a
criança deve caminhar em cima dele, de forma normal, com as mãos na
cintura.
Nas tarefas de saltos com apoio unipodal a criança deve percorrer a
distância de 3m saltando em único apoio até o final e com as mãos na cintura.
Observar o pé escolhidos como apoio. Ao final do percurso trocará o pé e
realizara novamente a tarefa.
Na tarefa de saltos de bipedal a criança deve percorrer a distância de
3m realizando saltos, para frente, para trás, esquerda e direita. As mãos devem
estar na cintura.
A cotação será a seguinte:
4- se a criança realiza os movimentos com precisão e harmonia,
evidenciando um controle dinâmico e postural, rítmicos e preciso;
3- se apresenta ligeiras oscilações, sem quedas com ligeiros sinais
difusos;
2- se apresenta desequilíbrio evidente, reajustamento das mãos na
cintura, sinais de insegurança gravitacional, sinais desviantes e claros, uma a
três quedas;
1- se apresenta desequilíbrio frequente, instabilidade emocional,
insegurança gravitacional evidente, mais três quedas no percurso, tenta se
equilibrar com os braços e sinais disfuncionais óbvios.
Lateralidade
A. Lateralidade Ocular
33
É utilizada para identificar o olho principal, a criança deve olhar através
de um tubo ou canudo de papel depois através de um buraco feito em uma
folha de papel. Registra-se a preferência anotando D para direita e E para
esquerda.
B. Lateralidade Auditiva
Para avaliar o ouvido de preferência, pede-se a criança fingir que está
atendendo um telefone e depois para ouvir um relógio de corda. Registra-se da
mesma forma das situações passadas.
C. Lateralidade Manual
Utiliza-se desta tarefa observar a mão dominante. Sugere-se que a
criança simule que está escrevendo algo e depois simule cortar um pedaço de
papel com uma tesoura. Registra-se igualmente aos subfatores passados.
D. Lateralidade Pedal
Objetiva avaliar o pé preferencial pede-se que a criança de um passo a
frente muito grande e depois simule enfiar as calças. Registra-se como nas
situações anteriores.
A cotação será a seguinte:
4- se a criança faz o teste sem hesitações e obtém um perfil DDDD ou
EEEE, nenhum sinal difuso, realização precisa;
3- se a criança demonstra ligeiras hesitações e um perfil como DDEE,
EEDD, DEDE, etc., sem revelar confusão;
2- Apresenta frequentes hesitações, perfil inconsistentes e sinais de
ambidestria, sinais difusos mal - integrados bilateralmente;
1- se não realiza as provas demonstrando ambidestria nítida, ter
lateralidade mista mal-integrada ou lateralidade contrariada.
Noção de Corpo
34
A. Sentido Cinestésico
Nesta tarefa a criança tende identificar partes do seu corpo que forem
tocadas pelo examinador, sendo criança de 4 a 5 anos devem nomear oito
pontos táteis (nariz, queixo, olhos, orelha, ombro, cotovelo, mão e pé) e as
crianças de 6 anos devem nomear dezesseis pontos táteis (testa, boca ou
lábios, olho direito, orelha esquerda, nuca ou pescoço, ombro esquerdo,
cotovelo direito, joelho esquerdo, pé direito, pé esquerda, mão esquerda,
indicador, médio, anelar e mínimo direito). Pede- se a criança que feche os
olhos, em pé em posição de imobilidade.
A cotação será a seguinte:
4- se a criança nomeia todos os pontos táteis (8 ou 16) sem evidenciar
sinais difusos, é precisa e demonstra autocontrole;
3- se nomeia corretamente 6 ou 12 pontos táteis com sinais ligeiras
difusos;
2- se nomeia de 4 ou 8 pontos táteis, evidenciando sinais difusos óbvios;
1- se nomeia apenas um a dois ou quatro a seis pontos, com sinais
difusos frequentes.
B. Reconhecimento Direita-Esquerda
Nesta tarefa a criança deve responder com ato motor as solicitações
verbais do examinador demonstradas o seu conhecimento de seu próprio corpo
e noções de direita-esquerda. Criança de 4 a 5 anos as solicitações verbais
são:
a) Mostrar a mão direita
b) Mostrar o olho esquerdo
c) Mostrar o pé direito
d) Mostrar a mão esquerda.
Para criança de 6 anos e acima, as solicitações são as mesma passadas
(localização bilateral) e solicitações contralateral (cruzamento da linha média
do corpo) e reversíveis (localização no outro), são as seguintes:
e) Cruzar a perna direita por cima do joelho esquerdo;
f) Tocar a orelha esquerda com a mão direita;
35
g) Apontar o olho direito do examinador com a mão esquerda;
h) Apontar a orelha esquerda do examinador com a mão direita.
A cotação será a seguinte:
4- se realiza as quatro ou oito tarefas de forma precisa e correta;
3- se realiza três ou seis tarefas;
2- se realiza duas ou quatro das tarefas;
1- se não realiza as tarefas ou se realiza uma ou duas ao acaso.
C. Auto-Imagem (Face)
Visa estudar a noção de corpo que a criança possui a partir de sua face
dentro dos parâmetros de espaço próprio, ou seja, todo o espaço extra corporal
imediato que é possível atingir com os movimentos do braço sem mover os
pés.
O procedimento é o seguinte: a criança deve estar com os olhos
fechados com o braço em extensão lateral, as mãos fletidas e os indicadores
estendidos realizem um movimento lento de flexão do braço tente tocar com as
pontas dos dedos indicadores a ponta do nariz, por quatro vezes, duas como
cada indicador.
A cotação será a seguinte:
4- se a criança toca as 4 vezes exatamente na ponta do nariz
3- se falha uma a duas vezes
2- se acerta uma duas vezes revelando ligeiros sinais difusos;
1- se erra todas ou acerta uma tentativa com significativos desvios,
movimentos dismétricos e tremores.
D. Imitação de Gesto
Neste fator a criança deve demonstrar a capacidade de reproduzir
gestos do examinador desenhando no espaço.
As tarefas querem a imitação direta de figuras geométricas desenhadas
no espaço, com movimentos bilaterais, feitos com os indicadores
simultaneamente. Os desenhos são: círculo, cruz, quadrado e triangulo.
A cotação será a seguinte;
36
4- se a reprodução é perfeita, com imitação exata das figuras;
3- se a reproduz 3 das 4 figuras com ligeiras distorções, imitação
aproximada;
2- se reproduz duas figuras, com sinais de dismetria, distorção de forma,
descoordenação imitação distorcida;
1- se não reproduz nenhuma ou uma das figuras, com sinais difusos
marcantes.
E. Desenho do Corpo
Acriança deve desenhar o que sabe do corpo, procurando demonstrar
uma representação tanto no aspecto gnóstico como simbólico e gráfico. A
criança deve desenhar em uma folha norma e dispor do tempo necessário para
realizar a tarefa.
A cotação será a seguinte:
4- se realiza um desenho com riqueza de detalhes, lógico e dentro dos
parâmetros anatômico;
3- se realiza um desenho completo apresentando pequenas distorções;
2- se realiza um desenho muito grande ou muito pequeno, com pobreza
anatômica e distorções de forma e proporção;
1- se não realiza o desenho ou realiza algo irreconhecível.
Estrutura Espaço-Temporal
A. Organização
Aqui a deve entender e calcular distância para realizar percursos
motores envolvendo as funções de análise espacial, direção e planificação.
O procedimento a criança que andar de um ponto da sala a outra
distância de 5m, contando em voz alta a quantidade de passos dados, depois
pede-se para realizar o percurso aumentando um passo (4 a 5 anos) ou três
passos (6 ou mais anos), por último solicita-se o terceiro percurso com menos
um passo ou menos três passos tendo como base o primeiro percurso,
respectivamente para a criança com 4 a 5 anos e 6 ou mais anos.
A cotação será a seguinte:
37
4- se a criança realiza os três percursos com cálculo exato e contagem
perfeita;
3- se a criança realiza os três percursos com ligeiro ajustamento final de
passada (alargamento ou encurtamento), mantendo a contagem correta;
2- se realiza dói percursos com confusão da contagem apresentando
sinais de desorientação espacial e dismetria;
1- se não completa aprova ou realiza apenas um percurso com sinais
claros de desorientação espacial e dificuldade de planificação.
B. Estrutura Dinâmica
Esse fator envolve analise visual, memória de curto tempo, através da
sequencia dos fósforos e reprodução ordenada da esquerda para a direita.
Requer fichas desenhadas com figuras (fósforos colocados de diversas
formas) e cinco palitos de fósforo para a criança reproduzir na ficha.
As fichas são:
a) 1 ensaio, dois palitos paralelos, um para baixo e outro para cima;
b) 2 modelo a, três palitos paralelos, o do meio com a cabeça para
baixo;
c) 3 modelo b, quatro palitos paralelos, os dois do meios com a cabeça
para baixo;
d) 4 modelo c, cindo palitos paralelos, o primeiro e o terceiro com a
cabeça para cima.
No procedimento pede-se que a criança reproduza a mesma sequencia,
mantendo a orientação direita-esquerda. É permitido um ensaio com dois
palitos e depois inicia com os testes com as três fases.
A cotação será a seguinte:
4- se realiza corretamente as reproduções;
3- se realiza corretamente a ficha de ensaio mais as duas primeiras
fichas;
2- se realiza a ficha de ensaio e mais a primeira ficha, apresentando
dificuldade de memorização;
1- se só realiza a ficha de ensaio, demonstrando dificuldades gnósticas
e práxicas significativas.
38
C. Reprodução Topográfica
Avalia a integração espacial global e a capacidade de transferência de
dados espaciais. A realização requer uma folha de papel e um lápis.
O procedimento é: observar em conjunto a criança, realizar um
levantamento topográfico da sala, reproduzindo mais exatamente possível dos
espaços, móveis, estruturas e proporções, identificando tudo na folha de papel
como se fosse um mapa.
Dada a dificuldade do teste, apenas crianças com 6 anos ou mais são
exigidas.
A cotação será a seguinte:
4- se realiza a trajetória sem dificuldade, demonstrando uma excelente
interiorização espacial;
3- se apresenta algumas hesitações ou desorientações espaciais;
2- se realiza o trajeto com frequentes hesitações e desorientações
direcionais;
1- se não realiza a tarefa.
D. Estrutura Rítmica
Busca avaliar problema de percepção auditiva e memorização de curto
tempo. A criança deve reter, captar, rechamar e expressar em termos motores
os estímulos auditivo (batimentos de lápis na mesa).
Sugere-se que a criança ouça com atenção a sequencia de batimentos
de lápis para depois reproduzir a mesma estrutura e números de batimentos.
As estruturas rítmicas são:
a) 1, para ensaio: *--*- -
b) 2, para cotação: **--**--
c) 3, para cotação: * * - - * --
d) 4, para cotação: *--**--
e) 5, para cotação:* - - * - - - *
Onde “*” é batida forte e pausada e “-“ é uma batida fraca e rápida.
A cotação será a seguinte:
39
4- reproduz todas as estruturas e batimentos de forma correta, revelando
perfeita integração auditivo-motora;
3- reproduz quatro estruturas com realização correta;
2- realiza três tarefas, revelando alterações desordem;
1- realiza duas tarefas ou não realiza tarefas, demonstrando distorções
perceptivo-auditivas.
Coordenação Global
A. Coordenação óculo-Manual
Requer a capacidade de coordenar o membro superior (dominante) com
a percepção visual de avaliação de distancia e de precisão de lançamento.
A tarefa requer uma bola de tênis e um cesto, uma cadeira e uma fita
métrica. Pede-se a criança que arremesse a bola para dentro do cesto
colocando em cima de uma cadeira e a uma distancia de 1,50m (4 a 5 anos) ou
2,50m (6 ou mais anos). Deve ser realizado um ensaio e depois quatro
lançamentos.
A cotação será a seguinte:
4- se acertar 4 ou 3 lançamentos com precisão;
3- se acertar 2 lançamentos com precisão demonstrando pequenos
sinais disfuncionais;
2- se acertar um lançamento, revelando dispráxia;
1- se não acertar nenhum lançamento, demonstrando sinais
disfuncionais marcantes.
B. Coordenação óculo-Pedal
A tarefa requer a coordenação do membro inferior (dominante) com a
capacidade visual de cálculo de distância e de precisão.
A criança deve chutar a bola entre as pernas da cadeira em distância
iguais ao subfator anterior. A cotação também deve ser a mesma adotada à
situação passada.
40
C. Dismetria
Na BPM esse subfator não constitui uma tarefa propriamente falando,
pois é o resultado das duas tarefas anteriores.
A cotação deve ser:
4- se realiza 8 tarefas com movimentos corretos;
3- se realiza as tarefas com ligeiras dismetria;
2- se demonstra dismetria, movimentos exagerado ou inibidos demais;
1- se evidencia dispraxias de várias formas.
D. Dissociação
Demonstra a independência dos vários segmentos corporais
estruturados em função de um fim, o que exige a continuidade rítmica da
execução motora.
O procedimento a adotar deve seguir a seguinte sequência:
a) Membros superiores
b) Membros inferiores
c) Coordenação entre os membros inferiores e superiores.
Sugere-se que a criança realize primeiramente vários batimentos das
mãos em cima de uma mesa da seguinte maneira:
d) 2MD - 2ME
e) 2MD - 1ME
f) 1MD - 2ME
g) 2MD - 3ME
Observação MD: mão direita; ME- mão esquerda. A criança deve
realizar batidas com os pés no solo, seguido as mesmas estruturas de
batimentos que as mão. Depois pede-se a criança para realizar os batimentos
de coordenação nas quatros extremidades a seguir: 1MD - 2ME -1PD - 2PE
(PD- pé direito; PE- pé esquerdo).
A cotação será a seguinte:
4- a criança realiza as 4 ou 3 sequência com precisão autocontrole e
planejamento motor;
41
3- realiza 2 sequência, apresentando sinais disfuncionais quase
imperceptíveis;
2- realiza 1 sequência, revelando dispráxias e dismetrias;
1- não realiza nenhuma sequência com sinais disfuncionais marcantes.
Coordenação Fina
A. Coordenação Dinâmica Manual
Busca a capacidade fina dos movimentos das mãos e dedos com as
capacidades visuoperceptivas em termos de velocidade e precisão.
O material necessário são cinco ou dez clipes de tamanho médio e
cronômetro.
Pede-se à criança para fazer uma pulseira o mais depressa possível, contendo
cinco clipes para criança de 4 e 5 anos e dez clipes para crianças de 6 anos ou
mais.
A cotação será a seguinte:
4- realiza em menos de 2 minutos, demonstrando perfeito planejamento
motor;
3- realiza entre 2 e 3 minutos sem revelar sinais dispráxicos ;
2- realiza entre 3 e 5 minutos revelando dispráxia;
1- realiza mais de 6 minutos ou não realiza, demonstrando sinais
disfuncionais marcantes.
B. Tamborilar
Requer a realização precisa de movimentos finos em forma de transição
dedo à dedo sequencialidade, demonstrando agnosia digital, a planificação
micro motora distal e a preferência manual. A criança deve realizar círculos na
transição de dedo para dedo, desde o indicador até o mínimo, e, em seguida
na direção inversa (2, 3, 4, 5 e 5, 4, 3, 2). É permitido um ensaio e depois a
tarefa deve ser cumprida da seguinte maneira: mão direita, esquerda e
simultaneamente as duas.
A cotação deve ser:
42
4- realiza o tamborilar com precisão e harmonia;
3- realiza o tamborilar com ligeiras hesitações;
2- realiza o tamborilar com dificuldades claras, saltos de dedos e
dipráxia fina;
1- não realiza a tarefa.
C. Velocidade - Precisão
É a observação da coordenação práxica do lápis. Requer como material
necessário uma folha de papel quadriculado, lápis e cronômetros.
A criança terá que realizar o maior número de cruzes durante 30
segundo dentro dos quadrados do papel, da esquerda para direita. Depois, em
outra folha quadriculada, repetir o exercício mais trocando as cruzes por pontos
nos quadrados.
A cotação será a seguinte:
4- a criança realiza 20 cruzes ou 50 pontos;
3- realiza entre 20 e 15 cruzes e entre 30 e 50 pontos;
2- realiza entre 15 e 10 cruzes e entre 20 e 30 pontos;
1- realiza menos de 10 cruzes e menos de 15 pontos, ou não completa
as tarefas.
A BPM é propicio para identificação e comprovação de dificuldade de
aprendizagem e psicomotricidade, porém não identifica ou classifica déficit
neurológico e por menos para diagnosticar disfunção cerebral e lesão cerebral.
Todavia propicia condições e oportunidade de estudar a psicomotricidade
atípica, sendo utilizada para estudar a psicomotricidade em deficiente visual,
deficiente da comunicação, deficiente sócio emocional e entre outros.
(FONSECA, 1995)
A BPM busca analisar qualitativamente alterações e a integridade
psicomotora que se caracteriza pela aprendizagem da criança possibilitando
atingir uma compreensão do modo de como trabalha o cérebro ao mesmo
tempo dos mecanismos nos processos mentais da psicomotricidade.
(FONSECA, 1995)
43
1.3 Apresentação dos resultados
Quadro 3: Primeira avaliação em 2014
Tonicidade
Extensibilidad
e
(1)
Passividade
(1)
Paratonia
(1)
Diacocinesia
s
(1)
Sincinesia
s
(1)
Equilíbrio Imobilidade
(1)
Estático
(1)
Dinâmico
(1)
Lateralidade Ocular
( - )
Auditiva
( - )
Manual
( - )
Pedal
( - )
Noção de
corpo
Sentido
cinestésico
(1)
Reconheciment
o
direita/esquerda
(1)
Auto Imagem
(1)
Imitação de
gesto
(1)
Desenho
do corpo
(1)
Estruturação
espaço
temporal
Organização
(1)
Dinâmica
(1)
Representaçã
o topográfica
(1)
Estrutura
Rítmica
(1)
Coordenaçã
o global
Óculo manual
(1)
Óculo pedal
(1)
Dissociação
(1)
Dismetria
(1)
Coordenaçã
o fina
Dinâmica
manual
(1)
Tamborilar
(1)
Velocidade e
precisão
(1)
Total 7,4
Fonte: NAIAEE, 2014
Quadro 4: Classificação do perfil psicomotor referente ao quadro 3
PONTOS DA BPM PERFIL PSICOMOTOR DIFICULDADE DE
APRENDIZAGEM
27-28 pontos Superior -
22-26 pontos Bom -
14-21 pontos Normal _
9-13 pontos Dispráxico Ligeiras (específicas)
7-8 pontos Deficitário Significativa (severas)
Fonte: NAIAEE, 2014
Os quadros 3 e 4 referem-se a primeira avaliação psicomotora e a
classificação, realizada na aluna no inicio do atendimento. Obteve-se uma
44
soma de 7,4 pontos da bateria psicomotora, classificando-a com o perfil
psicomotor Deficitário.
Segundo Fonseca (1995) perfil psicomotor deficitário ou apráxico refere-
se a criança que apresentam sinais disfuncionais evidentes a disfunção
psiconeurológicas, onde sua capacidade de aprendizagem se caracteriza de
maneira lenta ou muito lenta e modificabilidade.
Quadro 5: Segunda avaliação psicomotora
Tonicidade
Extensibilidad
e
( 2 )
Passividade
( 1 )
Paratonia
( 2 )
Diacocinesia
s
( 1 )
Sincinesia
s
( 2 )
Equilíbrio Imobilidade
( 1 )
Estático
( 1 )
Dinâmico
( 1 )
Lateralidade Ocular
( D )
Auditiva
( - )
Manual
( D )
Pedal
( D )
Noção de
corpo
Sentido
cinestésico
( 1 )
Reconheciment
o
direita/esquerda
( 1 )
Auto Imagem
( 1 )
Imitação de
gesto
( 1 )
Desenho
do corpo
( 1 )
Estruturação
espaço
temporal
Organização
( 1 )
Dinâmica
( 1 )
Representaçã
o topográfica
( 1 )
Estrutura
Rítmica
( 1 )
Coordenaçã
o global
Óculo manual
( 1 )
Óculo pedal
( 1 )
Dissociação
( 1 )
Dismetria
( 1 )
Coordenaçã
o fina
Dinâmica
manual
( 1 )
Tamborilar
( 1 )
Velocidade e
precisão
( 1 )
Total 8.6
Fonte: NAIAEE, 2014
Quadro 6: Classificação do perfil psicomotor referente ao quadro 5
PONTOS DA BPM PERFIL PSICOMOTOR DIFICULDADE DE
APRENDIZAGEM
27-28 pontos Superior -
22-26 pontos Bom -
45
PONTOS DA BPM PERFIL PSICOMOTOR DIFICULDADE DE
APRENDIZAGEM
14-21 pontos Normal _
9-13 pontos Dispráxico Ligeiras (específicas)
7-8 pontos Deficitário Significativa (severas)
Fonte: NAIAEE, 2014
Nos quadros 5 e 6, é possível identificar pontuações diferentes a
primeira avaliação aplicada na aula no mês de março para junho. Entretanto na
classificação a participante obteve a soma de 8,6 pontos, mantendo-se no perfil
Deficitário, segundo Fonseca (1995).
Quadro 7:Terceira avaliação psicomotora
Tonicidade
Extensibilidad
e
( 2 )
Passividade
( 2 )
Paratonia
( 2 )
Diacocinesia
s
( 1 )
Sincinesia
s
( 2 )
Equilíbrio Imobilidade
( 1 )
Estático
( 1 )
Dinâmico
( 1 )
Lateralidade Ocular
( D )
Auditiva
( D )
Manual
( D )
Pedal
( D )
Noção de
corpo
Sentido
cinestésico
( 1 )
Reconheciment
o
direita/esquerda
( 1 )
Auto Imagem
( 1 )
Imitação de
gesto
( 1 )
Desenho
do corpo
( 1 )
Estruturação
espaço
temporal
Organização
( 1 )
Dinâmica
( 1 )
Representaçã
o topográfica
( 1 )
Estrutura
Rítmica
( 1 )
Coordenaçã
o global
Óculo manual
( 2 )
Óculo pedal
( 1 )
Dissociação
( 2 )
Dismetria
( 1 )
Coordenaçã
o fina
Dinâmica
manual
( 1 )
Tamborilar
( 1 )
Velocidade e
precisão
( 1 )
Total 9.8
Fonte: NAIAEE, 2014
46
Quadro 8: Classificação do perfil psicomotor referente ao quadro 7
PONTOS DA BPM PERFIL PSICOMOTOR DIFICULDADE DE
APRENDIZAGEM
27-28 pontos Superior -
22-26 pontos Bom -
14-21 pontos Normal _
9-13 pontos Dispráxico Ligeiras (específicas)
7-8 pontos Deficitário Significativa (severas)
Fonte: NAIAEE, 2014
Na terceira avaliação apresentada no quadro 7, a participante
apresentou algumas melhoras da BPM, obtendo uma soma de 9.8 pontos
mudando sua classificação psicomotora de Deficitário para Dispráxico.
Segundo Fonseca (1995) o perfil dispráxico verifica em criança
dificuldade de aprendizagem ligeira, no qual é constatada um ou mais sinais
desviante neuroevolutiva, conforme a severidade do sintoma que a criança
apresenta.
Quadro 9: Quarta avaliação psicomotora
(continua)
Tonicidade
Extensibilidad
e
( 2 )
Passividade
( 1 )
Paratonia
( 1 )
Diacocinesia
s
( 1 )
Sincinesia
s
( 1 )
Equilíbrio Imobilidade
( 1 )
Estático
( 1 )
Dinâmico
( 1 )
Lateralidade Ocular
( - )
Auditiva
( - )
Manual
( D )
Pedal
( D )
Noção de
corpo
Sentido
cinestésico
( 1 )
Reconheciment
o
direita/esquerda
( 1 )
Auto Imagem
( 1 )
Imitação de
gesto
( 1 )
Desenho
do corpo
( 1 )
Estruturação
espaço
Organização
( 1 )
Dinâmica
( 1 )
Representaçã
o topográfica
Estrutura
Rítmica
47
temporal ( 1 ) ( 1 )
Coordenaçã
o global
Óculo manual
( 1 )
Óculo pedal
( 1 )
Dissociação
( 1 )
Dismetria
( 1 )
Coordenaçã
o fina
Dinâmica
manual
( 1 )
Tamborilar
( 1 )
Velocidade e
precisão
( 1 )
Total 7,45
Fonte: NAIAEE, 2014
Quadro 10: Classificação do perfil psicomotor referente ao quadro 9
PONTOS DA BPM PERFIL PSICOMOTOR DIFICULDADE DE
APRENDIZAGEM
27-28 pontos Superior -
22-26 pontos Bom -
14-21 pontos Normal _
9-13 pontos Dispráxico Ligeiras (específicas)
7-8 pontos Deficitário Significativa (severas)
Fonte: NAIAEE, 2014
Segundo relato, logo após a terceira avaliação a criança passou a
apresentar varias ocorrências de otite e dores na garganta, permanecendo um
período internada, consequentemente sua participação nas aulas foram
prejudicadas, ficando dois meses sem comparecer aos atendimentos.
Quando retornou ao atendimento foi aplicada a quarta e ultima avaliação
na aluna, assim exposto no quadro 9, no qual é possível notar a diferença da
terceira para quarta. A aluna obteve a soma de 7,45 pontos na BMP,
retornando ao perfil psicomotor Deficitário.
1.4 Depoimentos
Em uma entrevista com os pais da criança e com os profissionais que
acompanhou a mesma, foi questionado o seu ponto pessoal sobre a síndrome
de Angelman e os benefícios que as atividades aquáticas podem promover a
crianças S.A.
(conclusão)
48
Professora de Pedagogia, gênero feminino. Vede o depoimento:
“Em minha opinião a atividade aquática pode beneficiar o
desenvolvimento neuropsicomotor, socialização,
equilíbrio, atendimento de ordens, trabalhar habilidades
uma vez que já foi constado através de estudos que a
pessoa com Síndrome de Angelman, aprecia muito
atividades aquáticas.”
Terapeuta Ocupacional, gênero feminino. Vede o depoimento:
“A bateria Psicomotora (BPM) pode apresentar requisito
para ser trabalhado com a síndrome, porém acredito que
vai depender do grau de comprometimento da criança. O
cognitivo será suficientemente preservado para
compreender os comandos. Atividade aquática com toda
certeza facilita para o seu desenvolvimento
neuropsicomotor.”
Depoimento dos pais:
“Nos atendimentos foi possível ver o retorno da criança na
atividade aquática e com vocês, devido os estímulos que
são oferecidos e por ser uma atividade que ela gosta.
Pois quando a criança não gosta, não é possível ver
ganho, mas quando ela gosta dá pra ver os ganhos. Hoje
se ela aprendeu a bater perna é devido aos reflexos que
ela aprendeu, por mais que como eu colocaria pela
primeira vez na água? É porque ela já vem aprendendo,
por que ela já vem dos reflexos. Por mais que você ensine
ela hoje, depois de um tempo que ela faz, isso porque ela
consegui assimilar. Foi de grande valia a participação da
criança na atividade aquática e hidroterápica.”
49
1.5 Discussão
O presente estudo teve por objetivo verificar e analisar possíveis
alterações no perfil psicomotor no processo de intervenção de atividade
aquática em criança com S.A, representado na BPM de Fonseca (1995).
Segundo Bianchini (2015) a educação física adaptada pode
positivamente influenciar tanto na dificuldade psicomotoras como no
comportamento e interação social. Em seu estudo notou mudanças no perfil
psicomotor em crianças com TEA, no qual o caso 1 teve alteração em seu perfil
psicomotor de bom para superior e o caso 2 teve alteração em seu perfil
psicomotor de normal para bom, de acordo com o protocolo de avaliação de
Fonseca (1995).
Sasaki e Mello (2013) tiveram como objetivo analisar o desenvolvimento
psicomotor em criança com deficiência intelectual, através da aplicação da
Bateria Psicomotora de Fonseca (1995) como método de avaliação. Ao final
dos estudos observaram melhora no desenvolvimento psicomotor deixando de
um ponto inicial crítico progredindo para parâmetros normais diante o protocolo
da BPM.
Viera (2014) em seu estudo verificou melhoras no desenvolvimento
psicomotor em criança diagnosticada com encefalopatia crônica não
progressiva, diante do protocolo de avaliação BPM de Fonseca (1995) com
intervenções de atividade aquáticas. Realizando comparações da ultima
avaliação com as anteriores, no qual classificava a criança no perfil psicomotor
Deficitário para perfil psicomotor Dispráxico nas demais avaliações.
Santo (2012) em seu estudo realizado em criança diagnosticada com
autismo observou melhoras nos aspectos físicos, sociais e emocionais e
mudanças no seu perfil psicomotor através do protocolo da BPM como
comprovação dos resultados.
As informações citadas vêm contribuindo para com o presente estudo,
que tem por objetivo principal verificar alterações psicomotoras com
intervenções de atividades aquáticas através da BPM de Fonseca (1995) em
crianças com SA.
Fernandes e Mariotin (2013) buscaram analisar em seu respectivo
estudo alterações no perfil psicomotor a coordenação motora e equilíbrio em
50
crianças com SD, porém não foi possível observar mudanças na classificação
psicomotora mantendo-se como Dispráxico de acordo Fonseca (1995).
Segundo Jacques et al. (2010), descrevem em seus estudos que não foi
possível apresentar resultados importante na abordagem da terapia aquática
em crianças com ECNP. Não identificando mudanças na classificação do perfil
psicomotor através da BPM de Fonseca (1995).
Os estudos supracitados corroboram com os resultados do presente
estudo no que diz respeito à melhora nos aspectos psicomotores no
desenvolvimento psicomotor em criança com SA, sendo verificada uma
alteração no Perfil Psicomotor e na terceira avaliação, porém retornando na
última avaliação ao perfil inicial da participante desta pesquisa.
1.6 Conclusão da Pesquisa
Diante dos resultados apresentados obtidos foi possível observar
mudanças no Perfil Psicomotor da participante na terceira avaliação de
Deficitário para Dispráxico, entretanto não foi possível manter a progressão dos
resultados, voltando para o perfil inicial na ultima avaliação.
51
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
A pesquisa mostrou que é possível através das atividades aquáticas
promover melhoras no Perfil Psicomotor de criança com diagnóstica de
Síndrome de Angelman, porém não foi possível manter a progressão do
resultado final.
Diante dos resultados expostos sugere-se para as próximas pesquisas
as seguintes intervenções:
- O aumento o número de participantes, com faixas etárias diferentes;
- Que aumente o número de frequência nos atendimentos de atividade
aquática, para que essas crianças possam interagir com outros profissionais e
com outras crianças que apresentam outras patologias.
- Que sejam realizados estudos comparativos, através da praticas de
outras atividades.
52
CONCLUSÃO
Diante dos resultados apresentados foi possível observar mudanças no
Perfil Psicomotor da participante na terceira avaliação de Deficitário para
Dispráxico, entretanto não foi possível manter a progressão dos resultados,
voltando para o perfil inicial na ultima avaliação.
O presente trabalho teve como objetivo identificar através das atividades
aquáticas possíveis alterações nos padrões motores representados através da
Bateria Psicomotora de Fonseca (BPM) e verificar déficits psicomotores em
criança com Síndrome Angelman com a intervenção de atividade aquática na
redução nas dificuldades psicomotoras.
Entretanto o presente estudo teve com foco analisar o perfil psicomotor
da criança com síndrome de Angelman através dos dados documentais,
registros de plano de atividades aquáticas adaptadas com vista alteração no
perfil psicomotor da criança e analisar a evolução desse perfil apresentado pela
criança com S.A após o plano de atividades aquáticas adaptadas.
Porém, ressalta-se que mesmo sem apresentar evolução no aspecto
psicomotor, observa diante dos relatos dos profissionais e familiares, que as
atividades propostas, foram de extrema importância, no ponto de vista da
interação social e alguns aspectos motores, como equilíbrio e controle postural.
Sugerem-se mais estudos relacionados a esta Síndrome, objetivando a
preparação dos profissionais da área de Educação Física, para que todas as
crianças que apresentam deficiências sejam beneficiadas com uma atividade
que lhe promova melhora na qualidade de vida.
53
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57
APÊNDICE A- Roteiro De Estudo De Caso
1 INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como objetivo mostra a importância da atividade
aquática no desenvolvimento psicomotor em criança com síndrome de
Angelman. Foi analisadas avaliações de uma criança com diagnóstico de SA
do gênero feminino, que frequentou o Núcleo de Apoio Integrado ao
Atendimento Educacional Especializado, Lins- SP.
2 RELATO DO TRABALHO REFERENTE AO ASSUNTO ESTUDO
a) Analises das avaliações de uma criança com síndrome de Angelman.
b) Depoimento dos profissionais da área da saúde e dos pais.
3 Discussão
Confronte entre a teoria (alusão dos primeiros capítulos) e a pratica
utilizada para o presente estudo de caso.
4 PARECER FINAL DO CASO E SUGESTÃO DE MANUTENÇÃO OU
MODIFICAÇÃO DE PROCEDIMENTO.
58
APÊNDICE B- Entrevista para os Profissionais
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Profissão: _____________________________________________
Escolaridade: __________________________________________
Cidade: _______________________________________________
Perguntas
1. O que você conhece sobre a Síndrome de Angelman?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
2. Você acha que a Bateria Psicomotora (BPM) – Fonseca, 1995 apresenta
requisitos suficientes para trabalhar com criança com Síndrome de
Angelman?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
3. Em sua opinião, a atividade aquática pode promover algum benefício
para criança diagnosticada com Síndrome de Angelman?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
59
APÊNCIE C- Roteiro de Entrevista com os Pais
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Nome _______________________________________________________
Escolaridade:________________________
Grau de parentesco: ________________
1. Como foi o período gestacional?Houve complicações no parto?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2. Faz uso de alguma medicação? Apresenta ou já apresentou convulsões?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3. Você acredita que a participação do (a) seu (a) filho (a) nos atendimentos de
atividades aquáticas possibilitou mudança nos aspectos social,
comportamental, cognitivo? Em relação a parte motora, você acredita teve
alguma mudança?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________