a implementação do pacto pela saúde nas unidades de
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRAO PRETO
A Implementação do Pacto pela Saúde nas Unidades de Atenção
Básica: Uma Revisão Integrativa da Literatura
BEATRIZ MOLINA CARVALHO
CAMILA AMARO BRANDÃO
DAIANE ARRUDA SARAIVA
DAIANE VIEIRA MEDEIROS COSTA
JÚLIA CASEMIRO BARIONI
MARIA LUISA VILLELA
RENNER HENRIQUE DE BARROS E SOUZA
SINTIA ANDREZA BATISTA NASCIMENTO
Ribeirão Preto
2017
BEATRIZ MOLINA CARVALHO
CAMILA AMARO BRANDÃO
DAIANE ARRUDA SARAIVA
DAIANE VIEIRA MEDEIROS COSTA
JÚLIA CASEMIRO BARIONI
MARIA LUISA VILLELA
RENNER HENRIQUE DE BARROS E SOUZA
SINTIA ANDREZA BATISTA NASCIMENTO
A Implementação do Pacto pela Saúde nas Unidades de Atenção Básica: Uma
Revisão Integrativa da Literatura
Revisão Integrativa de Literatura desenvolvida
na disciplina ERM 0310 - Organização e Gestão
em Saúde e Enfermagem na Atenção Básica,
como requisito para avaliação.
Docentes:
Prof. Dr. Pedro Fredemir Palha
Prof. Dr. Ricardo Alexandre Arcêncio
Alunos PAE:
Danielle Talita dos Santos
Marcos Augusto Moraes Arcoverde
Mônica Cristina Ribeiro Alexandre d´Auria de Lima
Rafael Braga Esteves
Ribeirão Preto
2017
Introdução
A criação do Sistema Único de Saúde (SUS) surgiu como uma consolidação de lutas
populares na tentativa de redemocratizar o país, a qual deu origem a Reforma Sanitária
Brasileira (RONCALLI, 2003). A Constituição Federal (CF) de 1988 instituiu o SUS, o qual
foi regulamentado pela Lei n. 8.080 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para
a promoção, proteção e recuperação da saúde (BRASIL, 2006a).
Em seguida, ocorreu uma reação da sociedade civil organizada, levando a criação da Lei
n. 8.142, de dezembro de 1990, que instituiu a participação da comunidade no SUS (BRASIL,
2006a). A CF de 1988 possibilitou que a saúde fosse reconhecida como um direito social dos
cidadãos brasileiros (PAIM, J.S. et al., 2015). O SUS realiza diversas ações e é composto por
serviços públicos de saúde. Ele possui princípios doutrinários: a universalidade, a equidade e a
integralidade. Além disso, é interligado pelas seguintes diretrizes: regionalização e
hierarquização, descentralização e a participação da comunidade; as quais são importantes para
a concretização do SUS na prática.
Dessa forma, as ações e os serviços de saúde são organizados de acordo com a CF,
princípios e diretrizes do SUS, e leis subsequentes (PAIM, J.S. et al., 2015). Sob as condições
apresentadas para a implementação das diretrizes do SUS, a atenção básica pode ser
considerada como uma ferramenta eficaz para a promoção da saúde (BRASIL, 2012a).
A Atenção Básica (AB) é definida por ser um agrupamento de ações em saúde realizadas
nos âmbitos individuais e coletivos com o intuito de promover o cuidado integral ao indivíduo
e a comunidade (BRASIL, 2012a). A proposta da AB é proporcionar o atendimento à população
por meio da promoção e proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento,
a reabilitação e a redução de danos (BRASIL, 2012a).
O primeiro nível de atenção ao usuário de saúde é a AB, estando inseridos neste, os
serviços de Unidades Básicas de Saúde tradicional (UBS), UBS com Agente comunitário de
saúde, Unidade de Saúde da Família (USF), as UBS Fluviais, as Unidades Odontológicas
Móveis (UOM) e as Academias de Saúde, dentre outros, que são locais onde as intervenções
para a promoção da saúde são realizadas (BRASIL, 2017).
Neste contexto, o Ministério da Saúde (MS) criou um documento a ser aderido e
implementado com o intuito de superar as dificuldades apresentadas no país, o Pacto pela
Saúde. A sua vigência se deu através da Portaria nº 399, de 22 de fevereiro de 2006 que dispõe
sobre as diretrizes do Pacto pela Saúde que foi instituído e assinado pelo MS, Conselho
Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais
de Saúde (CONASEMS). O documento aborda reformas institucionais do SUS pactuado entre
as três esferas de gestão, cujo objetivo é inovar os processos e instrumentos de gestão. Este
pacto define as responsabilidades dos gestores baseados nas necessidades da população
buscando a visão holística do território. O Pacto pela Saúde pode ser implementado por meio
da adesão dos Municípios, Estados e União ao Termo de Compromisso de Gestão (TCG)
(BRASIL, 2006c).
O Pacto pela Saúde é subdivido em três esferas – Pacto pela Vida, em Defesa do SUS e
de Gestão – sugerindo importantes transformações na prática do SUS: regionalização como
ponto de partida para o princípio de descentralização, implantação do TCG, integração das
várias formas de repasse dos recursos federais, unificação dos vários pactos existentes (PREUS;
NOGUEIRA, 2012; BRASIL, 2006b).
O Pacto pela vida apresenta metas e objetivos sanitários pautados nas seguintes
prioridades: Saúde do Idoso, Controle do câncer do colo do útero e da mama, Redução da
mortalidade infantil e materna, Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças
emergentes e endemias com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza,
Promoção da Saúde e Fortalecimento da Atenção Básica. Por sua vez, o Pacto em Defesa do
SUS tem suas iniciativas baseadas na retomada da Reforma Sanitária Brasileira e aproximação
desse movimento com a realidade atual do sistema, resgate da cidadania e do direito à saúde e
provimento de um orçamento do SUS com a contribuição das três esferas de poder. No Pacto
de Gestão são estabelecidas diretrizes para a gestão do sistema nos aspectos da
Descentralização, Regionalização, Financiamento, Planejamento, Programação Pactuada e
Integrada – PPI, Regulação, Participação Social e Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde
(PREUS; NOGUEIRA, 2012; BRASIL, 2006c).
Programas e Políticas Públicas de Saúde, como o Pacto pela Saúde, devem ser
implementados, ou seja, tarefas devem ser executadas para que as ações e objetivos definidos
na elaboração de tais documentos sejam atingidos (SILVA; MELO, 2000). Diante da
importância da efetivação de políticas públicas no SUS com ênfase na AB, faz-se necessário
investigar o contexto atual da implementação do Pacto pela Saúde. Frente ao exposto, os
objetivos da presente revisão integrativa de literatura foram identificar e descrever a produção
científica sobre a implementação do Pacto pela Saúde na AB.
Método
A revisão integrativa da literatura foi o método de pesquisa adotado com as seguintes
etapas: (1) definir a questão norteadora e formular critérios para inclusão de estudos primários;
(2) pesquisa e seleção de estudos primários; (3) extração de dados dos artigos incluídos na
revisão integrativa; (4) avaliação dos estudos primários incluídos na revisão integrativa; (5)
análise e síntese dos resultados; e (6) apresentação da revisão integrativa (GALVÃO;
MENDES; SILVEIRA, 2010).
A questão norteadora para a elaboração da revisão integrativa foi: “Como o Pacto pela
Saúde está sendo implementado nas unidades de atenção básica?”, pautada na estratégia PICO.
Foram adotados os seguintes critérios de inclusão: (1) estudos que abordem o tema
implementação do Pacto pela Saúde; (2) estudos de delineamento quantitativos e qualitativos;
(3) estudos publicados nos idiomas inglês, português ou espanhol; e (4) estudos publicados nos
últimos 10 anos. Foram excluídos os artigos indisponíveis na íntegra, bem como as revisões de
literatura, editoriais, manuais, teses e dissertações.
As buscas foram realizadas nas bases de dados: Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), PubMed e Embase. Os descritores controlados
utilizados foram: Atenção Primária à Saúde e Implementação de Plano de Saúde; e os
descritores não controlados foram: Pacto pela Saúde, Pacto em Saúde, Atenção Básica, Atenção
Primária em Saúde, Atenção Primária, Atenção Primária à Saúde, Implementação e
Implementação de Plano de Saúde. A estratégia de busca com estes descritores foi: (1) (Pacto
pela Saúde) OR (Pacto em saúde); (2) ("Atenção Primária à Saúde") OR (Atenção Básica) OR
(atenção primária em saúde) OR (Atenção Primária) OR (Atenção Primária à Saúde); (3)
("Implementação de Plano de Saúde") OR Implementação OR (Implementação de Plano de
Saúde). Foram combinados a partir dos operadores booleanos AND, OR e NOT.
A pesquisa inicial foi realizada em Fevereiro de 2017 e resultou em 194 artigos, dos
quais 172 foram excluídos a partir da leitura dos títulos e resumos, pois não satisfaziam os
critérios de inclusão previamente estabelecidos. Dos 22 artigos restantes, 6 eram duplicatas e
foram excluídos. Por fim, restaram 16 artigos para análise, dos quais cinco foram excluídos
após a análise, porque também não satisfaziam os critérios de inclusão. Dessa forma, oito
artigos foram selecionados para análise final (Apêndice I).
Os artigos elegíveis foram lidos na integra por oito pesquisadores independentes e para
extração dos dados utilizamos um instrumento norteador, composto pelos seguintes itens:
Identificação; Objetivos; Características metodológicas; Principais resultados relacionados ao
tema; Principais conclusões do estudo; e Limitações do estudo.
Na análise dos estudos primários incluídos na revisão integrativa, os mesmos foram
avaliados quanto à implementação do Pacto pela Saúde nos serviços de atenção básica. Os
estudos foram agrupados de acordo com a recorrência dos temas em três categorias:
Implementação; Desafios a serem superados para a implementação do Pacto pela Saúde;
Descentralização/Regionalização.
Resultados
Dos oito estudos selecionados para análise, seis foram encontrados na base de dados
LILACS (RIBEIRO, et al., 2009; BARROS; MAIA; PAGLIUCA, 2011; SOUZA; TEIXEIRA,
2012; PREUSS; NOGUEIRA, 2012; IANNI, et al., 2012; CARNEIRO, et al., 2014) e dois
foram encontrados na Embase (TREVISAN; JUNQUEIRA, 2007; SILVA, 2011) (Apêndice
II).
Identificamos três categorias de acordo com a recorrência temática, sendo elas:
1. Implementação
O estudo de Ribeiro et al. (2009) descreve atividades de fortalecimento do Pacto pela
Saúde, desenvolvidas pelo Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso
(COSEMS/MT). As atividades implementadas a partir dessa estratégia foram as seguintes:
Oficinas de planejamento e orçamento; Oficinas para trabalhar temáticas da regionalização;
Oficinas sobre o termo de limite financeiro do Pacto pela Saúde; Encontros Estaduais de
Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso; e Fóruns de Saúde. O COSEMS/MT também
implementou no estado do Mato Grosso atividades específicas para a AB, são elas: Oficina de
formação de multiplicadores em saúde da família para qualificação e capacitação de
profissionais da assistência; Cursos introdutórios em saúde da família; Oficina de
multiplicadores em gerontologia; Oficinas de gerontologia; e Pós-graduação “lato sensu” em
gerontologia.
O município Feira de Santana foi estudado pelos autores Souza e Teixeira (2012) e
apresentou uma administração adepta a implementação do Pacto de Gestão, e as práticas
realizadas pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) correspondem aos compromissos e metas
estabelecidas no TCG Municipal, porém é insuficiente a participação da sociedade civil e da
população, além de a mínima articulação do estado da Bahia e da União com o município em
questão. Portanto, a implementação da política de gestão do SUS em Feira de Santana é limitada
pela racionalidade técnica e normativa da SMS, principalmente pela política cultural que
prevalece no município.
2. Desafios a serem superados para a implementação do Pacto pela Saúde
Segundo os autores Nogueira e Preus (2012) a implementação do Pacto pela Saúde
encontra desafios entre o preconizado e a realidade dos municípios aderentes, em relação aos
recursos financeiros e a não ocorrência da descentralização da gestão e regionalização da
assistência, não sendo então, eficaz o acesso aos serviços de saúde.
De acordo com Trevisan e Junqueira (2007) é necessário que haja uma articulação bem
fundamentada entre os níveis de gestão a fim de que as ações de saúde realizadas sejam eficazes
para conhecer as necessidades e suprir as demandas dos usuários do sistema de saúde público.
Uma das ferramentas para atingir as carências da comunidade, é a gestão participativa, que se
configura como um instrumento facilitador do engajamento da população na gestão dos serviços
de saúde através dos Conselhos Municipais e locais. O pacto de gestão configura-se como uma
forma de incentivar o SUS a alcançar novos patamares, uma vez que, ele surge a partir da
associação entre os recursos financeiros e a aplicabilidade de tais verbas nas necessidades da
população. Deste modo, a relação entre o município e as esferas administrativas poderá ser
construída através de uma relação horizontalizada. Quando a relação envolvida na gestão é
verticalizada, se forma uma lacuna na percepção das necessidades dos usuários e na
empregabilidade dos recursos
Num estudo desenvolvido em Caririaçú, Ceará, os profissionais da Estratégia Saúde da
Família apresentaram dificuldades em atender a demanda da população idosa diante dos
indicadores do Pacto pela Vida, algumas dessas foram devido: baixa capacitação destes
profissionais, a falta de equipamentos, materiais de consumo, consultórios odontológicos e
prontuários. Para tanto, o estudo conclui que existem várias dificuldades para que haja uma
implementação eficaz do Pacto pela Saúde (BARROS; MAIA; PAGLIUCA, 2011).
Já em outro estudo, os trabalhadores coordenadores da equipe de saúde da família
apontaram que possuem pouco contato com a temática Pacto pela Saúde, evidenciando que a
pactuação não está atrelada ao cotidiano assistencial, o qual é a cerne deste Pacto. Outro aspecto
que condiz com o distanciamento do Pacto da rotina de trabalho na unidade básica de saúde é
o fato dos coordenadores da rede de Atenção Primária à Saúde apresentarem mais
conhecimento sobre a temática em relação aos outros trabalhadores supracitados, sugerindo que
muitas informações podem ficar concentradas na esfera da coordenação central (CARNEIRO
et al., 2014).
3. Descentralização/Regionalização
Segundo este estudo, o Pacto trouxe novos desafios, dentre eles a descentralização dos
poderes existentes em concordância ao Sistema, recorrente aos municípios. O Pacto acabou por
exigir que os gestores, os quais administram atualmente com maior autonomia e menor
burocracia, realizassem trocas entre si do conhecimento gestor. Embora o espaço geográfico
fosse o limitante, a regionalização por ele implementado acabou por retirar estas barreiras
geográficas, mesmo que ainda hajam conflitos entre interesses e necessidades devido as
demandas especificas, exigindo o trabalho entre ás áreas, evitando que estes conflitos se
estabeleçam dando a ideia de uma nova visão de gestão em saúde compartilhada (IANNI et al.,
2012).
Segundo Silva (2011), o Pacto pela Saúde tem a integração regional como um de seus
principais objetivos, entretanto a efetividade da regionalização foi pouco observada devido à
desarticulação no planejamento nas regiões de saúde. Destacou ainda, que a adesão e
implementação do Pacto pela Saúde depende da vontade política dos governantes.
Discussão
De acordo com os princípios do SUS já citados, a participação social é uma diretriz
desse Sistema, sendo assim, é esperado que haja atuação da comunidade nas ações de gestão da
saúde (BRASIL, 1990), como demonstra o artigo de Trevisan e Junqueira (2007). O artigo
desenvolvido por Souza e Teixeira (2012) evidencia que a implementação do Pacto de Gestão
está sendo bem aceita pelo Município estudado, porém o Pacto não é fiscalizado, além do mais,
existe uma falha no engajamento social nesse processo.
As Diretrizes Operacionais do Pacto pela Saúde propõem estratégias nas áreas do Pacto
pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão (BRASIL, 2006b), as quais são
apresentadas aos gestores com o intuito da disseminação dessas diretrizes para a assistência,
visando o funcionamento adequado do Pacto em questão, todavia o conhecimento pode vir a
ser verticalizado, ficando restrito ao nível gestor, conforme visto no artigo de Carneiro et al.
(2014). Por conseguinte, após interpretação do exposto nos estudos de Preus e Nogueira (2012)
e de Carneiro et al. (2014) o não nivelamento do conhecimento sobre o Pacto pela Saúde, seja
entre gestores das três esferas do governo e entre os profissionais de saúde envolvidos, prejudica
o objetivo deste documento que é o rompimento com as práticas antigas da normatização do
SUS.
De fato, as diretrizes do Pacto não devem ficar restritas apenas ao conhecimento e
compreensão dos gestores, devendo a implantação e implementação das mesmas serem de
envolvimento de todos os responsáveis pela saúde da população, dentre estes os gestores assim
como os profissionais de saúde conferindo recursos humanos, e também financeiros,
estruturais, a fim de ofertar à população uma assistência adequada.
A descentralização é um dos princípios norteadores do SUS, que confere aos municípios
autonomia na gestão político-administrativa, de acordo com as determinações constitucionais e
legais do sistema de saúde vigente. Já a regionalização é um princípio que toma por base o
caráter territorial e populacional, com o intuito de proporcionar uma assistência de qualidade e
equidade no acesso (BRASIL, 2005). Nesse contexto, o autor Silva (2011) aborda as
dificuldades advindas do financiamento e planejamento público em suprir os municípios com
a verba necessária para que eles implementem de fato as ações estabelecidas pelo Pacto, sendo
a descentralização e a regionalização exemplos disso.
Embora as dificuldades na implementação sejam nítidas na maioria dos casos, existem
exceções em que é possível observar que o Pacto pela Saúde está caminhando ao encontro dos
seus pressupostos, por meio de ações de fortalecimento do Pacto pela Saúde na gestão e na
assistência, tendo em vista as prioridades de cada região, como é o caso do estudo realizado por
Ribeiro et al (2009) no Estado do Mato Grosso. Neste mesmo estudo, ficou evidente que
existem importantes ações sendo desenvolvidas pelos gestores em parceria com os profissionais
das unidades de saúde.
Conclusão
O Pacto pela Saúde, em suas três esferas de atuação é uma política pública e um
compromisso do Estado com os gestores e com a sociedade no que diz respeito à efetivação dos
fundamentos do SUS. A implementação do Pacto pode consistir, dentre outros fatores, do
conhecimento horizontalizado, articulação e engajamento dos gestores e dos profissionais, da
sociedade, e a manutenção da autonomia do município com o devido planejamento político e
financeiro.
A participação social pode ser uma medida para aumentar a monitorização da
implementação do Pacto de Gestão nos Municípios. Para que essa idealização seja colocada em
prática, intenciona-se que o conhecimento sobre o Pacto pela Saúde seja horizontalizado, ou
seja, tanto os profissionais da gestão quanto os assistencialistas devem ter ciência das
normativas do Pacto para que ele seja efetivado, e assim educar e trabalhar junto com a
sociedade civil e também organizada, sedo então, a gestão compartilhada também uma proposta
para se alcançar a referida efetivação.
Por fim, os estudos permitiram perceber potencialidades, fragilidades e dificuldades
para a pactuação em sua plenitude. Sugerimos estudos posteriores para elucidar os demais
pontos envolvidos a esses obstáculos, buscando alternativas para saná-los.
Referências
BARROS, T. B.; MAIA, E. R.; PAGLIUCA, L. M. F. Facilidades e dificuldades na assistência
ao idoso na estratégia de saúde da família. Rev Rene, Fortaleza, v. 12, n. 4, p. 732-741, out/dez,
2011.
BRASIL. Lei n 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção,
proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 set. 1990.
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4, p. 893-902, Agosto, 2007.
Apêndice I – Fluxograma da Amostra
Apêndice II – Tabela de artigos selecionados
Autor Título Periódico Ano
Base
de
dados
1 TREVISAN, L.N.; JUNQUEIRA, L.A.P.
Construindo o “pacto de gestão” no SUS: da descentralização tutelada à gestão em rede
Ciência saúde coletiva 2007 Embase
2 RIBEIRO, M.S. et al. A Rede de Apoio ao SUS em Mato Grosso: uma estratégia para fortalecimento do papel do município na regionalização e implementação do Pacto pela Saúde
Divulgação em saúde para debate
2009 LILACS
3 SILVA, S.F. Organização de redes regionalizadas e integradas de atenção à saúde: desafios do Sistema Único de Saúde (Brasil)
Revista Brasileira de Saúde Coletiva da Associação Brasileira de Saúde Coletiva
2011 Embase
4 BARROS, T.B.; MAIA, E.R.; PAGLIUCA, L.M.F.
Facilidades e dificuldades na assistência ao idoso na estratégia de saúde da família
Revista Rene 2011 LILACS
5 SOUZA, M.K.B.; TEIXEIRA, C.F.
Implementação do pacto de gestão do SUS: o caso de um município baiano, 2007-2010
Revista Baiana de Saúde Pública
2012 LILACS
6 PREUSS, L.T.; NOGUEIRA, V.M.R.
O Pacto pela Saúde nas cidades-gêmeas da fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina e o Uruguai
Textos & Contextos 2012 LILACS
7 IANNI, A.M.Z. et al Metrópole e região: dilemas da pactuação da saúde. O caso da Região Metropolitana da Baixada Santista, São Paulo, Brasil
Caderno de Saúde Pública
2012 LILACS
8 CARNEIRO, T.S.G. et al
O Pacto pela Saúde na prática cotidiana da Atenção Primária à Saúde
Saúde em Debate 2014 LILACS
Apêndice III – Contribuições dos participantes no grupo
Membros Contribuições
Beatriz Molina
Carvalho
Participou das discussões em grupo para construir a questão norteadora, fez a busca
de descritores na base de dados, colaborou com a elaboração das estratégias de
busca e na seleção dos artigos nas bases de dados.
Realizou a leitura dos artigos selecionados, preenchimento do instrumento para
análise de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. Acompanhou a
elaboração da tabela de referências para excluir os artigos repetidos.
Buscou referências para a elaboração e escrita da introdução.
Acompanhou a elaboração do fluxograma.
Acompanhou a elaboração dos objetivos.
Acompanhou a elaboração do método.
Participou da elaboração dos resultados.
Acompanhou a elaboração da conclusão e discussão.
Realizou a construção das contribuições dos membros do grupo.
Camila Amaro
Brandão
Participou das discussões em grupo para construir a questão norteadora, fez a busca
de descritores na base de dados, colaborou com a elaboração das estratégias de
busca e na seleção dos artigos nas bases de dados.
Realizou a leitura dos artigos selecionados, preenchimento do instrumento para
análise de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. Elaborou a tabela de
referências excluindo os artigos repetidos.
Buscou referências para a elaboração e acompanhou a escrita da introdução.
Acompanhou a elaboração do fluxograma.
Acompanhou a elaboração dos objetivos.
Acompanhou a elaboração do método.
Participou da elaboração dos resultados.
Acompanhou a elaboração da conclusão e discussão.
Daiane Arruda
Saraiva
Participou das discussões em grupo para construir a questão norteadora, fez a busca
de descritores na base de dados, colaborou com a elaboração das estratégias de
busca e na seleção dos artigos nas bases de dados.
Realizou a leitura dos artigos selecionados, preenchimento do instrumento para
análise de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. Acompanhou a
elaboração da tabela de referências para excluir os artigos repetidos.
Buscou referências para a elaboração e escrita da introdução.
Acompanhou a elaboração do fluxograma.
Elaborou a construção dos objetivos.
Acompanhou a elaboração do método.
Participou da elaboração dos resultados.
Acompanhou a elaboração da conclusão e discussão.
Realizou a construção das contribuições dos membros do grupo.
Daiane Vieira
Medeiros Costa
Participou das discussões em grupo para construir a questão norteadora, fez a busca
de descritores na base de dados, colaborou com a elaboração das estratégias de
busca e na seleção dos artigos nas bases de dados.
Realizou a leitura dos artigos selecionados, preenchimento do instrumento para
análise de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. Acompanhou a
elaboração da tabela de referências para excluir os artigos repetidos.
Buscou referências para a elaboração e acompanhou a escrita da introdução.
Elaborou a construção do fluxograma.
Acompanhou a elaboração dos objetivos.
Elaborou a construção do método.
Participou da elaboração dos resultados.
Acompanhou a elaboração da conclusão e discussão.
Júlia Casemiro
Barioni
Participou das discussões em grupo para construir a questão norteadora, fez a busca
de descritores na base de dados, colaborou com a elaboração das estratégias de
busca e na seleção dos artigos nas bases de dados.
Realizou a leitura dos artigos selecionados, preenchimento do instrumento para
análise de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. Acompanhou a
elaboração da tabela de referências para excluir os artigos repetidos.
Buscou referências para a elaboração e acompanhou a escrita da introdução.
Elaborou a construção do fluxograma.
Acompanhou a elaboração dos objetivos.
Elaborou a construção do método.
Participou da elaboração dos resultados.
Acompanhou a elaboração da conclusão e discussão.
Maria Luisa
Dias Scarso
Villela
Participou das discussões em grupo para construir a questão norteadora, fez a busca
de descritores na base de dados, colaborou com a elaboração das estratégias de
busca e na seleção dos artigos nas bases de dados.
Realizou a leitura dos artigos selecionados, preenchimento do instrumento para
análise de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. Acompanhou a
elaboração da tabela de referências para excluir os artigos repetidos.
Buscou referências para a elaboração e escrita da introdução.
Acompanhou a elaboração do fluxograma.
Elaborou a construção dos objetivos.
Acompanhou a elaboração do método.
Participou da elaboração dos resultados.
Acompanhou a elaboração da conclusão e discussão.
Realizou a construção das contribuições dos membros do grupo.
Renner
Henrique de
Barros e Souza
Participou das discussões em grupo para construir a questão norteadora, fez a busca
de descritores na base de dados, colaborou com a elaboração das estratégias de
busca e na seleção dos artigos nas bases de dados.
Realizou a leitura dos artigos selecionados, preenchimento do instrumento para
análise de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. Acompanhou a
elaboração da tabela de referências para excluir os artigos repetidos.
Buscou referências para a elaboração e acompanhou a escrita da introdução.
Acompanhou a elaboração do fluxograma.
Elaborou a construção dos objetivos.
Acompanhou a elaboração do método.
Participou da elaboração dos resultados.
Acompanhou a elaboração da conclusão e discussão.
Realizou a construção das contribuições dos membros do grupo.
Síntia Andreza
Batista
Nascimento
Participou das discussões em grupo para construir a questão norteadora, fez a busca
de descritores na base de dados, colaborou com a elaboração das estratégias de
busca e na seleção dos artigos nas bases de dados.
Realizou a leitura dos artigos selecionados, preenchimento do instrumento para
análise de acordo com os critérios de inclusão e exclusão. Elaborou a tabela de
referências excluindo os artigos repetidos.
Buscou referências para a elaboração e acompanhou a escrita da introdução.
Acompanhou a elaboração do fluxograma.
Acompanhou a elaboração dos objetivos.
Acompanhou a elaboração do método.
Participou da elaboração dos resultados.
Acompanhou a elaboração da conclusão e discussão.
De acordo com o exposto, o grupo conclui que houve uma distribuição democrática de
tarefas o que permitiu com que todos pudessem se desenvolver e acompanhar as etapas da
construção deste estudo. Sendo assim, pudemos compreender que além da riqueza que se
encontra na criação de um trabalho baseado na literatura cientifica, também foi importante
colocar em prática as noções de trabalho em equipe, gestão do tempo, espírito de coletividade
e amadurecimento enquanto futuros profissionais.