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Publicação BIMESTRAL N.º 252 março-abril 2018 ISSN 0871-5688 O PREÇO - 0,10 (IVA incluído) P. e Dário Balula Chaves [email protected] A Igreja e a sociedade precisam dos jovens O ano de 2018 vai ficar marcado por dois acontecimentos importantes na vida da Igreja relacionados com os jovens. Trata-se da Jornada Mundial da Juventude e do Sínodo dos Bispos sobre os jovens. Deste modo, ao longo deste ano, somos convidados a centrar a nossa atenção e a nossa reflexão sobre a situação e a missão dos jovens na Igreja e na sociedade. A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) realiza-se todos os anos. Cele- bram-se, umas vezes, a nível diocesano, e, a cada dois ou três anos, com um encontro internacional numa cidade escolhida para esse acontecimento. Em 2016, a Jornada Mundial da Juventude foi em Cracóvia (Polónia). Em 2019, será no Panamá, na América Central. Este ano, será a nível diocesano. O Sínodo dos Bispos sobre os jovens vai realizar-se em Roma, em outubro, e terá como tema «Os jovens, a fé e o discernimento vocacional». Virgem Maria apresentada como modelo Desde 2016, os temas anunciados para as Jornadas Mundiais da Juventude têm uma forte conotação mariana. Este ano é «Não temas, Maria, porque encontrastes graça diante de Deus?» (Lc 1,30). O Papa Francisco apresenta Maria como aquela jovem que disse sim ao chamamento de Deus e que soube pôr- -se a caminho para ir ao encontro da sua prima Isabel, necessitada do seu serviço. Maria é muito jovem; aquilo que lhe foi anunciado é um dom imenso, mas inclui também desafios muito grandes. No en- tanto, Maria não se fecha em casa, não se deixa paralisar pelo medo ou o orgulho. Não arranja desculpas e não fica fechada em casa, porque não é uma jovem que procura estar cómoda e num lugar se- guro, sem que ninguém a incomode. É movida pela fé, não perde tempo e põe- -Se imediatamente a caminho. A Igreja conta com os jovens O Papa Francisco, ao falar da tarefa do próximo sínodo, convida os jovens a seguir o exemplo de Maria: «Caros jovens, Deus olha também para vós e chama-vos. No sínodo interrogar-nos- -emos sobre o modo como vós, jovens, viveis a experiência da fé no meio dos desafios do nosso tempo. A Igreja e a sociedade precisam de vós. Com a vossa abordagem, com a coragem que tendes, com os vossos sonhos e ideais, caem os muros do imobilismo e abrem-se ca- minhos que nos levam para um mundo melhor, mais justo, menos cruel e mais humano.» A Família Comboniana e os jovens Orientados por estas mensagem do Papa Francisco, também nós, como Família Comboniana, escolhemos para este ano o lema «São Daniel Comboni, desafio para os jovens de hoje». Será este tema que nos orientará durante a peregrina- ção da Família Comboniana a Fátima no dia 28 de julho e ao longo de todo o ano. Vamos todos apoiar os nossos jovens e pedir ao Senhor que envie muitos ope- rários para a sua messe. Além-Mar ゥ6mR 'DQLHO &RPERQL GHVDタR SDUD RV MRYHQV GH KRMHェ p R OHPD GD )DPtOLD &RPERQLDQD HP 2018

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Publicação BIMESTRAL

N.º 252 março-abril 2018

ISSN 0871-5688 PREÇO - 0,10 (IVA incluído)

P.e Dário Balula [email protected]

A Igreja e a sociedade precisam dos jovens

O ano de 2018 vai "car marcado por dois acontecimentos importantes

na vida da Igreja relacionados com os jovens. Trata-se da Jornada Mundial da Juventude e do Sínodo dos Bispos sobre os jovens. Deste modo, ao longo deste ano, somos convidados a centrar a nossa atenção e a nossa re&exão sobre a situação e a missão dos jovens na Igreja e na sociedade.

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) realiza-se todos os anos. Cele-bram-se, umas vezes, a nível diocesano, e, a cada dois ou três anos, com um encontro internacional numa cidade escolhida para esse acontecimento. Em 2016, a Jornada Mundial da Juventude foi em Cracóvia (Polónia). Em 2019, será no Panamá, na América Central. Este ano, será a nível diocesano.

O Sínodo dos Bispos sobre os jovens vai realizar-se em Roma, em outubro, e terá como tema «Os jovens, a fé e o discernimento vocacional».

Virgem Maria apresentada como modeloDesde 2016, os temas anunciados para as Jornadas Mundiais da Juventude têm uma forte conotação mariana. Este ano é «Não temas, Maria, porque encontrastes graça diante de Deus?» (Lc 1,30).

O Papa Francisco apresenta Maria como aquela jovem que disse sim ao chamamento de Deus e que soube pôr--se a caminho para ir ao encontro da sua prima Isabel, necessitada do seu serviço. Maria é muito jovem; aquilo que lhe foi anunciado é um dom imenso, mas inclui também desa"os muito grandes. No en-tanto, Maria não se fecha em casa, não se deixa paralisar pelo medo ou o orgulho.

Não arranja desculpas e não "ca fechada em casa, porque não é uma jovem que procura estar cómoda e num lugar se-guro, sem que ninguém a incomode. É movida pela fé, não perde tempo e põe--Se imediatamente a caminho.

A Igreja conta com os jovensO Papa Francisco, ao falar da tarefa do próximo sínodo, convida os jovens a seguir o exemplo de Maria: «Caros jovens, Deus olha também para vós e chama-vos. No sínodo interrogar-nos--emos sobre o modo como vós, jovens, viveis a experiência da fé no meio dos desa"os do nosso tempo. A Igreja e a sociedade precisam de vós. Com a vossa abordagem, com a coragem que tendes, com os vossos sonhos e ideais, caem os

muros do imobilismo e abrem-se ca-minhos que nos levam para um mundo melhor, mais justo, menos cruel e mais humano.»

A Família Comboniana e os jovensOrientados por estas mensagem do Papa Francisco, também nós, como Família Comboniana, escolhemos para este ano o lema «São Daniel Comboni, desa"o para os jovens de hoje». Será este tema que nos orientará durante a peregrina-ção da Família Comboniana a Fátima no dia 28 de julho e ao longo de todo o ano. Vamos todos apoiar os nossos jovens e pedir ao Senhor que envie muitos ope-rários para a sua messe.

Além-Mar

2018

2 FAMÍLIA COMBONIANA

JUSTIÇA E PAZ

Viver na casa comum

Ir. Bernardino Frutuoso

Estamos a viver o tempo litúrgico em que cele-

bramos o mistério da morte e ressurreição de Jesus. Com a ressurreição de Jesus, inau-gura-se um novo tempo, re-nova-se o mundo. Jesus, que caminha connosco, sopra no coração dos seres humanos a força transformadora do Espírito e faz de cada um de nós novas criaturas. Mas não é só o ser humano que se renova e muda, mas toda a Criação. Recorrendo a uma analogia cientí(ca, podemos dizer que a Ressurreição cor-responde a um big-bang, que alcança e transforma todos os elementos da Criação e não deixa nada intacto, uma «explosão» que reanima, reintegra e reorganiza a Criação.

O Senhor Jesus ressus-citado reina sobre todas as criaturas e quer dar-lhes vida em plenitude. O Res-suscitado dá-nos o seu Es-pírito para colaborar ativa-mente com Ele no anúncio do Reino, na transformação do mundo e no cuidado da casa comum. Como refere o Papa Francisco: «A meta do caminho do universo situa-se na plenitude de Deus, que já foi alcançada por Cristo ressuscitado, fulcro da maturação uni-versal. E assim juntamos mais um ar-gumento para rejeitar todo e qualquer domínio despótico e irresponsável do ser humano sobre as outras criaturas. O (m último das restantes criaturas

não somos nós. Mas todas avançam, juntamente connosco e através de nós, para a meta comum, que é Deus, numa plenitude transcendente onde Cristo ressuscitado tudo abraça e ilumina. Com efeito, o ser humano, dotado de inteligência e amor e atraído pela plenitude de Cristo, é chamado a reconduzir todas as criaturas ao seu Criador» (Louvado sejas, 83).

Somos colaboradores de Deus e estamos chamados a respeitar, com

admiração e encanto, todas as criaturas, pois «tudo está relacionado, e todos nós, seres humanos, caminha-mos juntos como irmãos e irmãs numa peregrinação maravilhosa, entrelaçados pelo amor que Deus tem a cada uma das suas criaturas e que nos une também, com terna afeição, ao irmão Sol, à irmã Lua, ao irmão rio e à mãe terra» (Louvado

sejas, 92).A Ressurreição de Jesus

é um convite a uma mudan-ça pessoal e comunitária, a ter um novo estilo de vida. A humanidade não pode continuar a explorar os re-cursos da Terra para lá dos seus limites. Assim, nesse espírito de comunhão e de cuidado da casa comum, somos convidados a assu-mir novas atitudes e linhas de ação que, ainda que sim-ples e pequenas, possuem a força da transformação da nossa relação com o ecos-

sistema: cuidar a água, reciclar papel, usar menos plásticos e substituir o seu uso por outros materiais, poupar energia, separar o lixo que produzimos, criar um espaço verde no lar, deixar em lugares seguros o lixo eletrónico, evitar práticas consumistas, etc. Para cons-truir o futuro do planeta, um mundo mais humano e uma ecologia integral, é necessário o compromisso de todos.

A tarefa do cuidado da Criação é, também, um dos mandatos da missão de

Jesus ressuscitado. Somos colaboradores de Deus e estamos chamados a

respeitar, com admiração e encanto, todas as criaturas.

FAMÍLIA COMBONIANA 3

para a missão em portugal e na europa

P.e Claudino Gomes [email protected]

O P.e Alberto Modonesi faleceu no passado dia 8 de fevereiro. Numa

carta, ele partilhou os sentimentos que marcavam a sua Páscoa, vivida no serviço de Oncologia:

«No Natal de 2016, os médicos disseram-me que tinha um cancro no pâncreas, com metástases no fígado. Na altura, vi isso como um dom especial; na minha ingenuidade, ou presunção e orgulho, pensei que me ia ser fácil aceitar caminhar lado a lado com Jesus e com os meus irmãos que sofrem. Dei, antes, conta que foram os meus irmãos e as minhas irmãs mais débeis quem me deram coragem para continuar a subida para o Cimo, com Jesus e com eles.

Neles, neste ano, contemplei 7ores nunca antes vistas, cujos perfumes me envolveram e entraram nas minhas chagas, trazendo-me alívio, vida e vontade de lutar.

A primeira 7or foi o encontro com uma senhora dos seus 30 anos, após a primeira sessão de quimioterapia. Sentada ao pé de mim, começou, de súbito, a chorar. Antes de eu poder pro-ferir palavra, disse-me: “Não choro por mim, padre, mas pela minha (lhinha de 12 meses.” E lançou-se-me ao pescoço, num abraço que jamais esquecerei.

A segunda 7or é um jovem de 18 anos, o Gabriel, a entrar para a uni-versidade, apaixonado pelo alpinismo e as escaladas. No mesmo quarto em Oncologia, partilhámos as nossas expe-riências de vida, enriquecendo-nos um ao outro. Escalou rapidamente o último Cume para o Paraíso. Muitos jovens (caram fascinados pelo testemunho

silencioso do Gabriel e a sua delicada atenção pelos que sofriam mais que ele. O perfume e a frescura da sua presença foi para mim um dom incomparável, que guardo no coração.

O terceiro presente é um ramo de 7ores, cujas variegadas cores e per-fumes me (zeram saborear a beleza e a grandeza da vocação missionária. São os quase trinta combonianos que vieram a Bréscia para exames médicos. Têm todos um desejo imenso de lutar para retomar forças e voltarem quanto antes à missão. As suas maravilhosas experiências missionárias, cheias de alegria, dor, fracassos e desilusões ajudam-me a viver a minha vocação missionária, agora na minha condição de missionário débil.

Flor pequenina, sim, mas não me-nos esplendorosa, é o meu irmãozinho

A Páscoa perfumada do padre AlbertoO comboniano P.e Alberto Modonesi viveu muitos anos no Sudão e no Egito.

Bem inserido nas línguas e culturas locais, levou o perfume de Jesus a ambientes

muito adversos. A sua última mensagem traz suaves fragrâncias de Páscoa.

comboniano padre Renato. A 27 de outubro de 2017, deu-me um bilhete de 2009. Palavras quase proféticas: “Obrigado, Alberto, por tudo... Os sofrimentos preparam-nos para um Céu eterno. Os nossos pais e o Senhor esperam por nós. Estou sempre ao pé de ti com carinho. Na minha fraqueza, tudo posso com a Sua ajuda.”

O médico disse-me que o encontro de(nitivo com o Pai devia ser antes do Natal de 2018. Tenho uma grande vontade de dar esse salto para os Seus braços. Agora, é Ele que me ampara no meu caminhar periclitante, pro-cura pôr as minhas mãos nas do meu irmão... Às vezes, quase sempre, tem é de pegar em mim ao colo...»

© A

lém

-Mar

O P.e Alberto Modonesi (na foto, à esquerda) viveu uma Páscoa profunda durante um ano

no serviço de Oncologia

6 FAMÍLIA COMBONIANA

linha direta

Moçambique

Quénia

Nicarágua

Em Embakasi, na área de Nairobi, capital do Quénia, foi inaugurada a Escola S. Daniel Comboni. O bispo D. Alfred Rotich celebrou o rito da bênção, no qual tomaram parte numerosos benfeitores, autoridades locais, (éis leigos e membros da família comboniana em Nairobi.

O superior provincial, P.e Austine Odhiambo Radol, explicou que a ideia nasceu quando a comunidade de Ka-ragita ofereceu o terreno e diversos benfeitores mandaram o seu contributo e disse que «a escola pretende oferecer à juventude queniana uma instrução de qualidade baseada nos valores cristãos. O seu lema será “conhecimento, amor e serviço”.»

No dia 5 de fevereiro, iniciou-se no seminário combonia-no de Matola, em Moçambique, o Postulantado. No presente ano letivo são 23 os postulantes moçambicanos.

Também o noviciado comboniano está a 7orescer. Os noviços são 12, sendo seis do primeiro ano e outros seis do segundo.

O comboniano português Ir. Silvério Maria dos Santos (primeiro, à direita, na segunda (la) faz parte da comu-nidade do Postulantado. É natural de Odemira (Beja) e Moçambique tem sido a sua missão desde 1968.

Abertura da escola S. Daniel Comboni

Após dezoito anos de trabalho pastoral e social, os Missionários Combonianos na Nicarágua entregaram a paróquia de Santa Cruz de Casares ao clero da diocese. Esse é o espírito da missão comboniana: vão para áreas pouco ou nada evangelizadas, estabelecem as bases da paróquia e preparam líderes locais. Depois, entregam a paróquia ao cui-dado pastoral da diocese e assumem um novo compromisso de primeira evangelização ou de promoção humana urgente.

Casares está localizada na costa do oceano Pací(co e tem onze comunidades, três das quais são aldeias de pescadores, enquanto as outras são aldeias de camponeses.

Entrega de paróquia ao clero diocesano

FAMÍLIA COMBONIANA 7

«Procuro contagiar as pessoas

com a minha felicidade»

me tornei comboniano, com a consa-gração da vida a Deus para o serviço missionário, pelos votos de castidade, pobreza e obediência, na Sé Catedral de Santarém. Depois, os quatro anos em Nápoles para o estudo da Teologia. Foram especiais, cheios de aventura e de desa(os. Mas o momento mais mar-cante são os cerca de cinco meses que estive em Acornhoek, na África do Sul. É uma paróquia com cerca de 40 co-munidades. Foram cinco meses muitos intensos. Apaixonei-me pela missão. Vivi momentos muito fortes emocional e espiritualmente. Aprendi muito do que signi(ca dar a vida pelos outros.

Tens ideia dos trabalhos que vais realizar como missionário?

O diácono comboniano Ricardo Alberto Leite Gomes será ordenado sacerdote

no próximo dia 12 de maio. A celebração da Eucaristia decorrerá na igreja

paroquial de São Martinho de Bougado, Trofa, de onde o Ricardo é natural.

Como nasceu o teu desejo de seres padre missionário comboniano?O meu desejo nasceu no contacto com alguns missionários. Ouvir as suas experiências de missão, aquilo que faziam, as di(culdades, os desa(os, foi que me atraiu. Lembro-me que, quando um missionário concluía o seu testemunho, eu dizia no meu co-ração: «Quero ser como ele.» Ao longo do tempo esse desejo foi crescendo, tornando-se uma certeza.

A tua família ou a tua paróquia tive-ram in%uência na tua vocação?Tanto a família como a paróquia são muito importantes para a formação cristã de uma criança, de um adoles-cente. Eu encontrei na minha família um exemplo de fé e de compromisso. Lembro-me de, quando era miúdo, não querer ir à catequese nem à missa. Mas os meus pais diziam-me para ir, e eles não (cavam em casa, iam sempre comigo. Esse foi um testemunho muito importante para mim.

A paróquia também teve um papel importante na minha vocação, através dos catequistas que tive, e também do grupo de acólitos, de que (z parte durante muitos anos.

Quais os momentos mais marcantes nos anos da tua preparação para seres missionário?Estamos a falar de treze anos de forma-ção. Houve circunstâncias marcantes em todas as etapas formativas por que passei. Mas escolho três momentos: o dia 26 de maio de 2012, quando

O meu primeiro trabalho missionário será em Portugal, na comunidade da Maia, no Centro Vocacional Juvenil. Farei equipa com o P.e Jorge Oliveira.

Qual a tua preferência de trabalho missionário e porquê?A minha experiência na África do Sul foi tão forte e tão rica, que a minha preferência seria um trabalho do tipo daquele que (z em Acornhoek. O mis-sionário quer estar “lá fora”, junto dos excluídos do mundo, esse é o habitat natural de um missionário, pelo menos é aquilo que eu penso ser. Por isso, a minha preferência será sempre essa: estar onde estão os mais pobres e abandonados, os prediletos de Jesus e de S. Daniel Comboni.

O comboniano Ricardo Gomes, da Trofa, será ordenado padre em maio próximo

Alé

m-M

ar

8 FAMÍLIA COMBONIANA

Jovens em missão (JIM)

FAMÍLIA COMBONIANAPropriedade: Missionários Combonianos do Coração de Jesus Pessoa Colectiva n.º 500139989Diretor: Bernardino Frutuoso (CP 10020)Redação: Fernando Félix (CP 2838)/Carlos Reis (CP 4073)Gra*smo: Luís Ferreira Arquivo: Amélia NevesRevisão: Helder Guégués

Redação e Administração: Calç. Eng. Miguel Pais, 91249-120 LISBOARedação: Tel. 213 955 286 E-mail: [email protected]: Manuel Ferreira HortaAdministração: Fax: 213 900 246E-mail: [email protected]

N.º de registo: 104210Depósito legal: 7937/85

Impressão: Jorge Fernandes, Lda.Rua Quinta do Conde Mascarenhas, 92825-259 CHARNECA DA CAPARICATiragem: 27 500 exemplares

Antes da Páscoa, no segundo domingo da Quaresma, leu-se o Evangelho da trans(-guração de Jesus. Foi um sinal luminoso de Páscoa. Jesus, ao anunciar o que iria acontecer em breve na cruz, demonstrou que há vida além da morte.

A mensagem da ressurreição supera as ini-quidades da vida terrena. Para os que têm um coração aberto e missionário, há um caminho sempre novo. A solidariedade e cuidado para com os que mais precisam vence o egoísmo e a preguiça dos indiferentes. Páscoa é vida, é missão que transborda do coração dos que acreditam em Jesus para transformar o mundo.

O JIM-Jovens em Missão caminha com os jovens do mundo inteiro no rumo do sínodo proposto pelo Papa Francisco para outubro deste ano. O Dia da Juventude, celebrado no Domingo de Ramos, marca um encontro pré-sinodal em Roma, em que o papa quer ouvir todos os jovens sem diferença de etnia, fé, religião ou cultura. Escutar os jovens é a atitude da Igreja. Os jovens podem falar. E os jovens em missão queremos falar, com palavras e com as nossas vidas abertas a Jesus e à missão.

A Família Comboniana e o JIM estão nesta dinâmica de caminho e abertura na procura de respostas às perguntas vitais que a vida e o mundo juvenil hoje nos põe.

Retiros com S. Comboni

No norte, centro e sul de Portugal, durante a Quaresma, reuniram-se os membros dos vários ramos da Família Comboniana. A re7exão baseou-se no tema «Com S. Daniel Comboni: Desa(o para os jovens de hoje». No espírito do pai e fundador da Família Comboniana, concluímos como é importante estar aberto aos jovens, acompanhá-los e orientá-los em vidas abertas à missão perto e longe. Missão que é sair de nós e abrir-nos ao mundo.

Os jovens JIM também participaram em encontros nacionais em Fátima, noutras iniciativas nas dioceses e

paróquias e, ainda, em atividades do próprio movimento sempre na perspetiva de responder ao convite sinodal do Papa Francisco.

Como missão pascal, tivemos retiros e celebrações de Páscoa Jovem com o anúncio de Cristo Ressuscitado. O desejo e a motivação que nos orientam é caminhar em espírito pascal rumo ao sínodo dos jovens. Temos uma missão nossa, que queremos realizar para o bem de todos. E a nossa missão tem a marca de S. Comboni que nos leva, como diz o tema JIM deste ano, a «sair do sofá e agarrar a missão». Isso foi o que resumiu um membro da equipa JIM: «Testemunhemos o amor que temos a Deus, às pessoas, em especial aos mais pobres e marginalizados. Sigamos Comboni, levando a vida que ele levou, intensa, entusiástica. Sejamos como Comboni foi para os africanos: como ele os amou, amemo-nos uns aos outros, amemos os que ninguém ama, caminhemos juntos, con(emos sempre em Deus! Assim, seremos mensageiros entusiastas de Jesus. A nossa alegria e entusiasmo contagia-rá os que encontramos e aqueles a quem somos enviados. Demos testemunho de vidas plenamente e intensamente vividas com Jesus, por Ele e pelas pessoas. Assim somos testemunhas da Páscoa.»

Os jovens seduzidos pelo carisma de S. Daniel Comboni dizem «a nossa missão é

evangelizar»

P.e Carlos Alberto Nunes, [email protected]