a ideologia interpela os indivíduos como sujeitos
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Neste texto Althusser desenvolve sua idéia de "interpelação ideológica", que "sujeita" o indivíduo [toma de assalto: psiu, ei você...] e, dialeticamente, também "assujeita" a história [é instrumento de subjetivação: é mesmo, é verdade, tenho dito...]. "somos sempre já sujeitos e, como tal, praticamos interruptamente os rituais do reconhecimento ideológico que nos garantem que somos efetivamente sujeitos concretos, individuais, inconfundíveis e, naturalmente, insubstituíveis. (211)"In: Sobre a reprodução. Petrópolis: Vozes, 2008.TRANSCRIPT
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VI - A ideologia interpela os indivíduos como sujeitos
Essa tese tem por finalidade simplesmente explicitar nossa última proposi-ção: toda ideologia existe pelo sujeito e para os sujeitos. Entendamo-nos: aideologia só existe para sujeitos concretos (como você e eu) e esse destino daideologia não é possível a não ser pelo sujeito: entendamo-nos, pela categoria
de sujeito e seu funcionamento.Pretendemos dizer com isso que a categoria de sujeito (que pode funcionar sob
outras denominações: por exemplo, em Platão, a alma, Deus, etc.)- embora nãoapareça sob essa denominação (o sujeito) antes do advento da ideologia burguesa,sobretudo do advento da ideologia jurídica113
- é a categoria constitutiva de todaideologia, seja qual for a determinação (relativa a um domínio específico ou declasse) e seja qual for o momento histórico - já que a ideologia não tem história.
Nós dizemos: a categoria de sujeito é constitutiva de toda ideologia, mas, aomesmo tempo e imediatamente, acrescentamos que a categoria de sujeito só éconstitutiva de toda ideologia enquanto esta tem por função (que a define)"constituir" os sujeitos concretos (como você e eu). É nesse jogo de duplaconstituição que se efetua o funcionamento de toda ideologia, sendo que aideologia nada é além de seu funcionamento através das formas materiais daexistência desse funcionamento.
Para tornar mais claro o sentido do que se segue, é necessário levar em
consideração que tanto aquele que escreve estas linhas, quanto o leitor que aslê, são eles mesmos sujeitos, portanto, sujeitos ideológicos (proposição em si
mesma tautológica), isto é, o autor como o leitor destas linhas vivem "esponta-neamente" ou "naturalmente" na ideologia, no sentido de que dissemos que "o
homem é, por natureza, um animal ideológico".
Que o autor, enquanto escreve as linhas de um discurso que pretende sercientífico, esteja completamente ausente, como "sujeito", de "seu" discurso
científico (com efeito, todo discurso científico é, por definição, um discurso semsujeito, não há "Sujeito da ciência" a não ser em uma ideologia da ciência),trata-se de uma outra questão que, por enquanto, deixaremos de lado.
Como dizia admiravelmente São Paulo, é no "Logos", entendamos naideologia, que temos "o ser, o movimento e a vida". Segue-se daí que, para vocêcomo para mim, a categoria de sujeito é uma "evidência" primeira (as evidênciassão sempre primeiras): é claro que você é um sujeito (livre, moral, responsável,
113. A qual adota a categoria jurídica de "sujeito de direito" para transformá-la em uma noção ideológica: ohomem é, por natureza, um sujeito.
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ALTHUSSER, Luis.
Sobre a reprodução.
Vozes: Petrópolis/RJ, 2008
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etc.) e eu também. Como todas as evidências, incluindo as que fazem com queuma palavra "designe uma coisa" ou "possua uma significação" (portanto, incluindoas evidências da "transparência" da linguagem), essa "evidência" de que você e eu
somos sujeitos-e que isso não levante qualquer problema- é um efeito ideológico,o efeito ideológico elementar114• Com efeito, o caráter próprio da ideologia é impor(sem que se dê por isso, uma vez que se trata de "evidências") as evidências como
evidências, que não podemos deixar de reconhecer e diante das quais temos ainevitável e natural reação de exclamar (em voz alta, ou no "silêncio da consciência"):"é evidente! é isso mesmo! é mesmo verdade!"
Nessa reação, se exerce a função de reconhecimento ideológico que é uma dasduas funções da ideologia como tal (sendo que a outra é a função de irreconhecimento*).
Para citar um exemplo bem "concreto": todos nós temos amigos que, ao
baterem à nossa porta e, ainda com esta fechada, ao perguntarmos "quem é?",
respondem (porque "é evidente"): "sou eu!" De fato, nós reconhecemos que "é ela"ou "é ele" e o resultado é confirmado: abrimos a porta e "é sempre verdade que émesmo ela quem estava batendo". Para apresentar outro exemplo, quando reco-nhecemos na rua alguém dos nossos (re)conhecimentos, damos-lhe mostras deque o reconhecemos (e que reconhecemos que ele nos reconheceu) dizendo "bomdia, como está?" e apertando-lhe a mão (prática ritual material do reconhecimentoideológico da vida cotidiana, pelo menos, na França; alhures, outros rituais).
Com essa observação prévia e suas ilustrações concretas, desejo somente fazerobservar que você e eu somos semprejá sujeitos e, como tal, praticamos interrup-tamente os rituais do reconhecimento ideológico que nos garantem que somos
efetivamente sujeitos concretos, individuais, inconfundíveis e, naturalmente, insubs-tituíveis. O ato de escrever que me ocupa atualmente e a leitura que você faz
atualmente115são também, nesse aspecto, rituais do reconhecimento ideológico,
incluindo a "evidência" com a qual pode se impor a você a "verdade" de minhasreflexões (que, talvez, levá-lo-á a dizer: "é mesmo verdade! ...").
No entanto, o reconhecimento de que somos sujeitos e funcionamos nosrituais práticos da mais elementar vida cotidiana (o aperto de mão, o fato de você
114. Os "lingüistas" e os que recorrem à infeliz lingüística para diferentes fins esbarram em dificuldades quetêm a ver com o fato de que eles não reconhecem o jogo dos efeitos ideológicos de qualquer discurso -incluindo os próprios discursos científicos.
* N.T.: No original, méconnaissance.
115. Observe: esse duplo atualmente é uma vez mais a prova de que a ideologia é "eterna", já que esses dois"atualmente" estão separados por um intervalo de tempo indeterminado: estou escrevendo estas linhas nodia 6 de abril de 69 e você irá lê-las em outro momento qualquer.
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ser chamado pelo seu nome, o fato de você saber, embora eu o ignore, que "tem"um nome próprio que o faz ser reconhecido como sujeito único, etc.) dá-nossomente a "consciência" de nossa prática incessante (eterna) do reconhecimen-to ideológico sua consciência, isto é, seu reconhecimento - mas não nos dá,de modo algum, o conhecimento (científico) do mecanismo desse reconheci-mento, nem do reconhecimento desse reconhecimento. Ora, é necessário
chegar a esse conhecimento se pretendermos, embora falando na ideologia e apartir do âmago da ideologia, esboçar um discurso que tente romper com aideologia para correr o risco de ser o começo de um discurso científico (semsujeito) sobre a ideologia.
Portanto, para representar o motivo pelo qual a categoria de sujeito éconstitutiva da ideologia, que não existe a não ser para constituir os sujeitosconcretos (você e eu), empregarei um modo particular de exposição: suficiente-
mente "concreto" para que seja reconhecido, mas bastante abstrato para queseja pensável e pensado, dando lugar a um conhecimento.
Em uma primeira fórmula, direi: toda ideologia interpela os indivíduos
concretos como sujeitos concretos por meio do funcionamento da categoriade sujeito.
Eis uma proposição que implica que, por enquanto, estabeleçamos umadistinção entre os indivíduos concretos e os sujeitos concretos, embora não haja,
nesse nível, sujeito concreto que não tenha como suporte um indivíduo concreto.Então, sugerimos que a ideologia "atua" ou "funciona" de tal modo que
"recruta" sujeitos entre os indivíduos (recruta-os a todos), ou "transforma" os
indivíduos em sujeitos {transforma-os a todos) por meio dessa operaçãomuito precisa que designamos por interpelação que pode ser representadaa partir do próprio tipo da mais banal interpelação policial (ou não) de todosos dias: "psiu, você aí!"
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116. A inter-prelação, prática cotidiana, submetida a um ritual preciso, assume uma forma espetacular naprática policial da interpelação (através de formas muito próxímas, funciona também na interpelaçãoescolar); "psiu, você aí!" Mas, diferentemente de outras práticas da interpelação, a interpelação policial érepressora. "Seus documentos!" Os documentos são, antes de tudo, a carteira de identidade, fotografiado rosto de frente, nome de família, nome próprio, data de nascimento, endereço, profissão, nacionalidade,etc. A identidade, concentrada no nome de família + nomes próprios, etc., permite identificar o sujeito(presumido mais ou menos suspeito, portanto, "mau" a prior/ pela interpelação policial), portanto,reconhecê-lo sem o confundir com outro, e "deixá-lo ir embora" ("Tudo bem!"), ou "levá-lo" ( ' ~ c o m p a n h e -nos!") com as conseqüências vivenciadas por todos os detidos em manifestações populares: são tratadospor você e espancados, passam a noite na delegacia e todo o ritual terrivelmente material do reconheci-mento policial do "mau sujeito": "foi ele que me bateu!" com a inculpação correlata: "violência contraagente" ou outros qualificativos. É claro, exístem também ladrões e criminosos, assim como policiais quenão "gostam . de "certas práticas".
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Se, para "apresentar o concreto" mais concreto, supomos que a cena teóricaimaginada se passa na rua, o indivíduo interpelado volta-se. Por esse simplesmovimento físico de 180°, torna-se um stljeito. Por que motivo? Porque reco-nheceu que a interpelação se dirigia "realmente" a ele e que "era realmente eleque estava sendo interpelado" (e não outra pessoa). A experiência mostra que
as práticas de interpelação em telecomunicações são tais que a interpelação
atinge, quase sempre, seu destinatário: por chamada verbal ou apito, o interpe-lado reconhece sempre que era realmente ele que estava sendo interpelado.Mesmo assim, trata-se de um fenômeno estranho e qtie, apesar do grandenúmero daqueles que "têm algo a censurar-se", não se explica somente pelosentimento de culpa a não ser que todo o mundo tenha sempre, efetivamente,algo a censurar-se, portanto, que todo o mundo sinta de modo confuso que,pelo menos e em todo instante, tem contas a prestar, isto é, deveres a respeitar,nem que fosse o de responder a qualquer interpelação. É estranho.
Naturalmente, para maior comodidade e clareza da exposição de nossopequeno teatro teórico, somos levados a apresentar as coisas sob a forma de
uma seqüência, com um antes e um depois, portanto, sob a forma de umasucessão temporal. Há indivíduos que estão passeando. De um lado qualquer(em geral, nas suas costas) repercute a interpelação: "psiu, você aíl" Um indivíduo(em 90% dos casos é sempre aquele que é visado) volta-se, acreditando-suspei-tando-sabendo que se trata dele, portanto, conhecendo que "é realmente ele"
que é visado pela interpelação. Mas, na realidade, as coisas passam-se sem
qualquer sucessão. A existência da ideologia e a interpelação dos indivíduos
como stljeitos acabam sendo uma só e mesma coisa.
Podemos acrescentar: o que parece passar-se, assim, fora da ideologia(precisamente, na rua) passa-se, na realidade, na ideologia. O que se passa, narealidade, na ideologia parece, portanto, passar-se fora dela. É a razão pela qualaqueles que estão na ideologia, você e eu, acreditam por definição estar fora
dela: a negação prática do caráter ideológico da ideologia pela ideologia é umdos efeitos da ideologia: esta nunca diz "sou ideológica", é necessário estar forada ideologia, isto é, no conhecimento científico, para poder dizer: estou naideologia (caso excepcional) ou (caso geral): eu estava na ideologia. Sabe-semuito bem que a acusação de estar na ideologia só é válida para os outros enunca para si mesmo (a não ser que se trate de um verdadeiro spinozista oumarxista, o que sobre esse ponto, corresponde exatamente à mesma posição).Isso equivale a dizer que a ideologia não existe fora (dela), mas ao mesmo tempo
que não existe senão fora (na ciência e na realidade).Essa explicação tinha sido dada, com toda a perfeição, por Spinoza duzentos
anos antes de Marx que chegou a colocá-la em prática, mas sem a ter explicado
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de forma detalhada. Mas, deixemos esse ponto que, no entanto, está carregadode conseqüências não só teóricas, mas diretamente políticas, já que, porexemplo, depende dele toda a teoria da crítica e da autocrítica, regra de ouro
da prática da luta de classes marxista-leninista. Em duas palavras: como fazercom que uma crítica seja acompanhada por uma autocrítica levando a umaretificação, segundo a fórmula leninista de Mao? Unicamente com base na
ciência marxista-leninista aplicada à prática da luta de classes.
Portanto, a ideologia interpela os indivíduos como sujeitos. Como a ideologiaé eterna, devemos agora suprimir a forma da temporalidade através da qualrepresentamos o funcionamento da ideologia e dizer: a ideologia interpelousempre-já os indivíduos como sujeitos, o que equivale a indicar com precisãoque os indivíduos são sempre-já interpelados pela ideologia como sujeitos, o quenos leva, inexoravelmente, a uma última proposição: os indivíduos são sempre-já
sujeitos. Portanto, os indivíduos são "abstratos" em relação aos sujeitos que elessão sempre-já. Essa proposição pode parecer um paradoxo de alta acrobacia.Um instante, por gentileza.
Que um indivíduo seja sempre-já um sujeito, mesmo antes de nascer, é, no
entanto, a mais simples realidade, acessível a qualquer um e não constitui, demodo algum, um paradoxo. Ao observar simplesmente o ritual ideológico de queestava envolvida a expectativa de um "nascimento", esse "feliz acontecimento",Freud mostrou que os indivíduos eram sempre "abstratos" em relação aos
sujeitos que eles são sempre-já. Todos nós sabemos o quanto e como .. (hámuito a dizer sobre esse como) é esperada uma criança que está para nascer.Isso equivale a dizer muito prosaicamente que, se deixarmos de lado os "senti-mentos", isto é, as formas da ideologia familiar117
, paterna/materna/conjugaVfra-terna que envolvem a espera da criança que está para nascer, ficamos sabendo
antecipadamente que terá o nome do pai, portanto, terá uma identidade e seráinsubstituível 118• Antes de nascer, a criança é, portanto, sempre-já um sujeito,destinada a sê-lo na e pela configuração ideológica familiar específica que
envolve sua "espera", depois de ter sido concebida ("voluntária" ou "acidental-mente"). Inútil dizer que essa configuração ideológica familiar é, em sua unici-dade, fortemente estruturada e que é nessa estrutura implacável, mais ou menos
117. Dissemos que, sob um certo aspecto, a Família era um Aparelho ideológico de Estado.118. Basta pensar nos dramas das substituições de crianças nas maternidades ou do "reconhecimento" de
paternidade, ou das crianças confiadas à mãe, arrancadas ao pai, etc., e a todos os horrores [palavra riscada]que engendram.
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"patológica" (no pressuposto de que esse termo tenha um sentido determinado),que o antigo futuro-sujeito deve "encontrar" o "seu" lugar, isto é, "tornar-se" osujeito sexual (menino ou menina) que, de antemão, ele já é. Inútil ser um grandeespecialista para sugerir que essa pressão e essa predeterminação ideológicas,assim como todos os rituais infantis de criação-adestramento e educaçãofamiliares, devem ter alguma relação com o que Freud estudou sob as formasdas "fases" pré-genitais e genitais da sexualidade, portanto, com o "achado"identificado por esse autor, através de seuséfeitos, como o inconsciente. Mas
deixemos também esse ponto.
Essa história de criança sempre-já um sujeito de antemão, portanto, nãoantigo, mas futuro combatente, não é uma brincadeira uma vez que estamos
vendo que ela constitui uma das entradas no campo freudiano. Mas, interes-sa-nos por outro motivo. O que pretendemos significar quando dizemos que
a ideologia em geral interpelou sempre já como sujeitos determinados indiví-duos que são sempre-já sujeitos? Fora da situação limite do "Pré-natal", issosignifica o seguinte.
Quando a ideologia religiosa se põe a funcionar diretamente interpelandoa criancinha Louis como sujeito, o neném Louis é já-sujeito, ainda nãosujeito-religioso, mas sujeito-familiar. Quando a ideologia jurídica (imagine-mos que isso aconteça mais tarde) se põe a interpelar como sujeito o jovemLouis falando-lhe não mais de Papai-Mamãe, nem do Bom Deus e do MeninoJesus, mas da Justiça, ele era já um sujeito, familiar, religioso, escolar, etc.Salto as etapas morais, estéticas, etc. Quando, enfim, mais tarde, em decor-rência de circunstâncias auto-heterobiográficas, do tipo Front Populaire,
Guerra da Espanha, Hitler, Derrota de 1940, cativeiro, encontro com umcomunista, etc., a ideologia política (em suas formas comparadas) se põe ainterpelar como sujeito o Louis que se tornou adulto, faz tempo que ele erajá, sempre-já um sujeito, familiar, religioso, moral, escolar, jurídico .. e ei-loum sujeito político! que, no retorno do cativeiro, passa do militantismo
católico tradicional para o militantismo católico da vanguarda: semi-herético,depois lê Marx, se inscreve no Partido comunista, etc. Assim se passa a vida.As ideologias não cessam de interpelar os sujeitos como sujeitos, "recrutar"sempre-já sujeitos. Seu jogo sobrepõe-se, entrecruza-se, contradiz-se sobreo mesmo sujeito, sobre o mesmo indivíduo sempre-já (várias vezes) umsujeito. Cabe a ele se virar...
O que irá, agora, fixar nossa atenção é a maneira como os "atores ., e
respectivos papéis, dessa encenação da interpelação são refletidos na própriaestrutura de toda ideologia.
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