a histÓria da cirurgia na medicina veterinÁria · alta antiguidade papiro de kahun (4000 a.c. –...

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

Departamento de Anatomia, Patologia e Clínicas Veterinárias

MEV-A33: Técnica Cirúrgica Veterinária

A HISTÓRIA DA CIRURGIA NA MEDICINA VETERINÁRIA

Mestranda:

Karla Bomfim Borges

SALVADOR-BA 2017 1

http://www.medicinaveterinaria.ufba.br/

Pré-História

Idade da Pedra

Médio Paleolítico – captura e estabulamento

dos animais;

Neolítico – início da domesticação dos animais

(explorar força de tração ou potencial alimentar);

Idade dos Metais – Ampliação da utilização dos

animais amansados (ovelha, cão, boi e cavalo).

HISTÓRIA DA MEDICINA VETERINÁRIA

2

Alta antiguidade

Papiro de Kahun (4000 A.C. – Egito)

Código de Eshn Unna (1900 A.C. – Babilônia)

Código de Hammurabi (1760 A. C. – Babilônia)

Os Códigos de Eshn Unna e Hammurabi, já

estabeleciam as responsabilidades dos

“Médicos de Animais” e a sua remuneração.

HISTÓRIA DA MEDICINA VETERINÁRIA

3

Inicia-se com o tratamento das enfermidades

Coincidindo com a própria história da humanidade

Escritos médicos-cirúrgicos: antigo Egito 1600 A.C.

Hipócrates – Grécia: cinco séculos A.C.

A cirurgia ficou 1500 anos isolada da medicina

HISTÓRIA DA CIRURGIA

4

Início

Advinda da necessidade;

Empírica, intuitiva e artesanal;

Mágico-religiosa;

Relacionada à artífices e à sacerdotes;

Ligada à:

Traumas;

Ferimentos na superfície corpórea;

Episódios hemorrágicos;

Fraturas ósseas;

Corpos estranhos na superfície corporal.


5

Idade Antiga

Hindus

Susruta (4000 A.C)

Veda-yazur

125 Instrumentos cirúrgicos

Tesouras,

Agulhas,

Sondas,

Cateteres,

Seringas,

Pinças.


6

Idade Antiga

Descrição de procedimentos cirúrgicos

Incisão, escarificação, punção, drenagem,

excisão e extração

Tratamentos oftalmológicos cirúrgicos

Correção de lábio leporino

Rinoplastia

Descrição de +1000 doenças

Ressaltava a limpeza do local, cirurgião e ferida

Sugeria estudo da anatomia e treinamento

constante

Indicava o uso de sanguessugas


7

Idade Antiga

Egípcios

Racional-empírico X Mágico-religioso

Imhotep (2700 A.C.)

1º Tratado de Cirurgia

Papiro de Edwin Smith

Higiene

Reparo de fraturas e deslocamentos ósseos


8

Idade Antiga

Egípcios

Suturas e bandagens

Papiro de George Ebers

Estrume – supuração

Especialização extrema


9

Idade Antiga

Babilônios

Código de Hammurabi (1700 A.C)

Preceitos éticos, religiosos e morais

Distinção entre cirurgiões e médicos

Regulamentação dos honorários

Olho por olho...


10

Idade Antiga

Gregos

Séc. XIII – V a.C.

Culto à Asclépio

Tratamentos médicos-religiosos

Séc. V – IV a.C.

Teórico racional X Prática

Equilíbrio dos 4 humores

Sangue, bile amarela, bile negra e pus


11

Idade Antiga

Gregos

Hipócrates – Corpo Hipocrático (460-330 A.C.)

Pouca referência à cirurgia

Descrevia instrumentos e tratamentos cirúrgicos

Abscessos, fratura e deslocamento ósseos,

fístulas, Hemorroidas

Fios de linho, ouro e intestino, agulhas e

cautérios

Reconhecia a importância da limpeza nas

feridas e a aproximação das bordas

Reconhecia tumorações e recomendava

extirpá-las se não fossem aderidas


12

Idade Antiga

Romanos

Aurelius Cornelius Celsus (14-17 D.C.)

De Re Medica Libri Octo

“Aquela que cura pelo uso das mãos”

Aborda anatomia

Descreveu minunciosamente tratamento:

Hérnias, feridas, amputações, cálculos

vesicais, drenagem de abscessos

Ligaduras duplas

Tripsia


13

Idade Antiga

Romanos

Galeno – final séc. I d.C.

Médico-cirurgião dos gladiadores

Remodelou os conhecimentos de medicina

da época

De methodo mendidi

Não usar suturas de fios que apodreçam

facilmente

Uso do categute

Sustentou teoria dos 4 humores

Estagnação da atividade cirúrgica


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Idade Média

Eclipse da Cirurgia

Queda do Império Romano

Epidemias e pragas

Substituição do pensamento racional pelo

religioso – Cristianismo

Práticas supersticiosas

Proibição das necropsias

Monges

Preservação da literatura

Acolhimento dos doentes

Perda do posto


15

Idade Média

Cirurgiões Barbeiros (séc. V – XIV D.C.)

Auxiliares dos monges

Tratamento dos doentes

Higiene – corte cabelo e barba

Leigos que executavam procedimentos por

toda Europa

Adquiriram conhecimentos de anatomia e

medicina

Comparáveis aos médicos-cirurgiões


16

Idade Média

Escolas de Medicina

Salerno (séc. IX d.C.)

Popularização do conhecimento médico-cirúrgico

Ensino da anatomia comparada

Legitimação do exercício da medicina e cirurgia


17

Idade Média

Escolas de Medicina

Universidade de Bolonha (séc. XIII d.C.)

Teodorico (1205-1296 d.C.)

“...não é preciso, como sustentam

todos os cirurgiões atuais, que se

forme pus nas feridas. Não existe erro

maior do que este. Esse método está

em desacordo com a natureza,

prolonga a enfermidade e dificulta a

cura e a consolidação da ferida.”


18

Idade Moderna (Renascença)

Classes médicas

Religiosos que lecionavam medicina

Baseados em Hipócrates e Galeno

Ensino teórico da anatomia

Médicos que supervisionavam os cirurgiões-

barbeiros nos procedimentos

Médicos que realizavam procedimentos

cirúrgicos

Cirurgiões-barbeiros que conseguiram

frequentar universidade


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Andreas Vesalius (1511-1567 d.C.)

Pai da anatomia moderna

De Humani Corpori Fabrica

Contestou dogmas de Galeno (anatomia

baseada em porcos)

Corrigiu cerca de 200 erros

Demonstrou que o aprendizado da

anatomia e cirurgia era possível somente

através da dissecação sistemática

Sentenciado à morte pela inquisição


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Ambroise Paré (1517-1590 d.C.)

Pai da cirurgia moderna

Cirurgião de campanha – cirurgião-barbeiro

Gema de ovo, óleo de rosa e terebintina X

óleo fervente

Ligaduras X cauterização

Redução de espaço morto em feridas profundas


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Idade Contemporânea

Séc. XIX

Aptidão

Dor, infecção, hemorragia e choque

Alívio da dor

Haxixe, ópio e álcool


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Syng Physick (séc XIX)

Sutura absorvível – Categute

William Morton (1846 d.C.)

Anestesia com éter

John Snow (1853 d.C.)

Aparelho de anestesia

Clorofórmio


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Ignaz Semmelweis (1860 d.C.)

Antissepsia

Joseph Lister (1864 d.C.)

Assepsia

Categute carbolizado e cromado

Ligaduras internalizadas

Louis Pasteur (1878 d.C.)

Teoria dos Germes


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Robert Koch (1878 d.C.)

Infecção por microrganismos nas feridas

cirúrgicas

Cloro, Bromo e Iodo

William Halsted (1896 d.C.)

Mastectomia radical

Luvas cirúrgicas

Instrumental


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Século XII: os cirurgiões eram profissionais

independentes;

Século XIX: anestesia e antissepsia;

Década de 1820: campo cirúrgico e instrumental

fervido por Lister;

Década de 1840: lavagem das mãos por

Semmelweis;

Final do século XIX e início do século XX: uso de

luvas de borracha por Halsted;

Século XX: cirurgia asséptica e atraumática.


26


Séc. XX

Mersutures –George Merson

Fios sintéticos – Indústria

Esterilização

Anestesia

Transplantes

Cirurgias de cabeça, tórax, coração

Especialização

Radiologia (Wilhelm Röentgen)

Antibiótico (Alexander Fleming)


27

É o uso da interferência manipulatória para

diagnóstico e/ou tratamento de doenças, para

modificar a função fisiológica ou estrutura anatômica

com um propósito específico.

DEFINIÇÃO DE CIRURGIA

28

Etimologia

Chirurgia (Latim)

Kheirurgia (Grego)

Kheír (Mão) + érgon (Trabalho)

Operação

manual

29

OBRIGADA

E-mail: [email protected]

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