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II CONINTER Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades Belo Horizonte, de 8 a 11 de outubro de 2013 A GUERRA SANTA NA MÍDIA DOS BLOGS MARQUES, MARIA CRISTINA Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca - CEFET/RJ Rua 38 lote 32 quadra 150 Guaratiba RJ CEP: 23031-400 [email protected] RESUMO Esse trabalho dialoga com dois teóricos para a conceituação de mídia, Patrick Charaudeau (2009) e Muniz Sodré, a este foi dada a maior ênfase com a sua última publicação, A Narração dos fatos (2012). Para alinhavar essa teoria midiática, ressalta-se o fato que envolveu o paradidático Lendas de Exu do autor Adilson Martins, 2009. Trata-se de preconceito com a Lei 10.639/2003 que foi confundida com a religiosidade de matriz africana, quando a mitologia de África foi exposta para os discentes de uma escola de Macaé. Segundo a mídia jornalística, causou uma “guerra santa”, entre os educadores, no município. As ações afirmativas, dessa legislação, dão espaço à minoria para que se faça justiça e traga à cultura rejeitada, através desses anos de existência do Brasil, o seu devido respeito. A notícia veiculada pela mídia impressa e televisiva passou para os blogs que fizeram dos leitores coautores dos textos bloguistas e deu voz àqueles que não participam da manipulação jornalística escrita. Palavras-chave: Mídia. Blogs. Lei 10.639/200. Lendas de Exu. Intolerância religiosa.

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II CONINTER – Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades

Belo Horizonte, de 8 a 11 de outubro de 2013

A GUERRA SANTA NA MÍDIA DOS BLOGS

MARQUES, MARIA CRISTINA

Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca - CEFET/RJ

Rua 38 lote 32 quadra 150 – Guaratiba –RJ – CEP: 23031-400 [email protected]

RESUMO Esse trabalho dialoga com dois teóricos para a conceituação de mídia, Patrick Charaudeau (2009) e Muniz Sodré, a este foi dada a maior ênfase com a sua última publicação, A Narração dos fatos (2012). Para alinhavar essa teoria midiática, ressalta-se o fato que envolveu o paradidático Lendas de Exu do autor Adilson Martins, 2009. Trata-se de preconceito com a Lei 10.639/2003 que foi confundida com a religiosidade de matriz africana, quando a mitologia de África foi exposta para os discentes de uma escola de Macaé. Segundo a mídia jornalística, causou uma “guerra santa”, entre os educadores, no município. As ações afirmativas, dessa legislação, dão espaço à minoria para que se faça justiça e traga à cultura rejeitada, através desses anos de existência do Brasil, o seu devido respeito. A notícia veiculada pela mídia impressa e televisiva passou para os blogs que fizeram dos leitores coautores dos textos bloguistas e deu voz àqueles que não participam da manipulação jornalística escrita.

Palavras-chave: Mídia. Blogs. Lei 10.639/200. Lendas de Exu. Intolerância religiosa.

INTRODUÇÃO

A palavra é um dom natural dado ao ser humano, pois só a esses seres foi atribuído esse

domínio da comunicação, de modo que o primeiro ato de comunicação surge com o balbucio de um

bebê. Soltas, através da oralidade, podem perder-se, entretanto, sob a grafia, registra-se a existência

do homem e de sua vida social, o que é de grande valia para a humanidade. Com isso, a escrita deixa

vestígios da humanidade, que no decurso do tempo, através de registros em pedras, cavernas, chegam

aos papiros que se transformaram em papeis.

Por conseguinte, a escrita transformou-se em informações, trazendo mudanças e

aperfeiçoamentos no ser humano, no seu modo de ver a vida e de se relacionar. Os fenômenos sociais

passaram a ser divulgados, através de folhetins perpassando ao jornalismo escrito, à mídia jornalística,

que tem o poder de manipulação do indivíduo, embora negue este fato. O político prevalece-se de

todos esses meios para a manipulação do cidadão, mesmo que seja para proveito desse indivíduo,

ainda assim as mídias são criticadas. Segundo Fiorin (apud Fernandes, 2012, p.18), explica isso com a

expressão “a ação do homem sobre outros homens”. Trata-se de uma manipulação quase que

permitida, o poder do homem se sobrepondo a outrem, de modo que se deixe ser manipulado pelo

agente dessa manipulação que possui táticas e projetos, para que tal ação aconteça.

Como se não bastassem esses registros, eis que surgem as notícias vinculadas pela mídia

eletrônica, bons vestígios do mundo moderno. A notícia é dada quase que simultaneamente ao

ocorrido, a atualidade imediata é construída por essa mídia, que desloca para o receptor, segundo

Sodré (2012,p.101), grande parte do poder de pautar os acontecimentos. Com isso, o receptor perde a

sua passividade, passando a ser um usuário dessa notícia de modo mais atuante, podendo expressar a

sua posição em relação aos fatos.

Para alinhavar essa teoria midiática, ressalta-se o caso que envolveu o paradidático Lendas de

Exu do autor Adilson Martins1, (2009) da editora Pallas, que esteve nas mídias tradicionais

2 e

eletrônicas. O livro se encontrava na biblioteca do colégio Pedro Adami, na Serra de Macaé e foi

ministrado na aula de Língua Portuguesa, por uma professora umbandista que lá, trabalhava há sete

anos. Por ter sido um fato polêmico, acontecido logo após seis anos da implementação da Lei que

defende a cultura afro nas escolas, causou grande confusão, porque os diretores eram evangélicos. Na

ocasião, o Jornal O Dia destacou o ocorrido com o título “Guerra Santa”, o que chamou muita atenção,

na época, por se tratar de um termo muito conhecido e que significa uma guerra causada por diferenças

entre religiões, no caso relatado, entre grupos. A obra foi ministrada numa turma de sétimo ano, após

ter sido avaliada pela profissional, que a julgou como parte integrante da literatura africana e seus

personagens, deuses da mitologia de África. Contextualizando melhor, trata-se de intolerância

religiosa, por parte da direção do colégio, na aplicabilidade da Lei 10.639/2003. Ao que se sabe, a

1Adilson Martins (1940-2011) deixou as seguintes obras: Erinlé o caçador e outros contos africanos (2008), O

Papagaio que não gostava de mentiras e outras fábulas africanas (2008), A Cabaça da Existência (2007) e Lendas de Exu (2009), todos relatam lendas de África e outras originárias do Brasil. São livros de grande valor na literatura africana. 2 O caso Lendas de Exu - foi divulgado pelos jornais Extra, Jornal do Brasil, O Globo; autor e professora deram

entrevista à Leda Nagle, na TVE – televisão educativa em outubro de 2009.

mitologia africana foi confundida pela esfera da religiosidade, quando Exu, personagem, travestiu-se

como Exu3, panteão africano, para alguns indivíduos sem conhecimento da cultura africana.

Como se não bastasse a mídia jornalística tradicional para o relato dos fatos, eis que surge a

eletrônica, através dos blogs, meio de comunicação na internet, onde o leitor torna-se coautor da

informação, interferindo no que foi divulgado, com a sua opinião sobre os fatos narrados. Sabe-se que

a elaboração de um acontecimento jornalístico tem o envolvimento do seu criador e a participação de

outros autores, principalmente do público leitor. O blog, aqui, escolhido é o de Marcelo Del Debbio,

intitulado “Teoria da Conspiração” o qual deu voz àqueles que não fazem uso da manipulação

jornalística impressa e televisiva, os internautas, que através de seus escritos, tornaram visíveis as

suas opiniões acerca do caso LE4. O moderador desse espaço conseguiu acolher 264 postagens e

somente uma foi ilustrada para dar conta desse objeto de estudo, por se tratar da opinião de um

blogueiro que se manteve neutro através de dois posicionamentos: a favor da professora e também dos

diretores. A análise do discurso será usada de modo que se mostre o oculto camuflado no discurso

desse internauta e traga à tona, o que foi dito nas entrelinhas.

Outro enfoque será dado através da lei 10.639/2003, como uma legislação desafiadora, que

entra nessa discussão, por ser mais uma das lutas empreendidas pelo Movimento Negro, pelas ações

afirmativas que tentam recuperar a cultura africana perdida na diáspora. Os movimentos que surgem

são a base e essência que darão conta dos racismos contra as religiões de matrizes africanas e na

construção de uma política de igualdade.

A MÍDIA E SUA IMPORTÂNCIA

De acordo com Charaudeau (2009, p.18), a mídia é uma empresa que circula, através de

informações. Sua função é a integração dos indivíduos de modo que haja trocas sociais de informações

para mudanças nos cidadãos, de modo que se tornem críticos em relação aos acontecimentos do

cotidiano, e que se transformem em indivíduos conscientes.

Há muito tempo, o mundo não existe sem a informação e torna-se dependente de lazer e

entretenimento, a ponto de Charaudeau (2009,p.19) enfatizar que um cidadão passa a ser “vítima do

engodo”, porque o manipulador não demonstra a sua intenção de manipulação. Consequentemente, o

manipulado, que passa a ser o centro da notícia, é para quem sempre se dirige o jornalista. Nesta

concepção, o que se prevalece é atingir a maioria e ter a certeza de como chegar a esse objetivo; essa

é a meta principal de qualquer tipo de mídia. Neste âmbito, o primordial é atingir a maioria do público,

despertando-lhe o interesse, num jogo arraigado de afetividade.

“A emoção está aí a serviço da produção de um novo tipo de identidade coletiva e de controle social, travestido na felicidade pré-fabricada contra a qual se adverte o poeta: ‘Ai de ti e de todos que levam a vida/ A querer inventar a máquina de fazer felicidade! ’(Fernando Pessoa e Caeiro, apud Sodré, 2006, p.51)”.

O destinatário da informação cai, exatamente, na teia do manipulador, e a intenção maior

deste é mantê-lo entorpecido por um tempo mais longo possível. Nesse labirinto, a afetividade é, a todo

3 Exu é o orixá da comunicação. É o guardião das aldeias, cidades, casas e do axé, das coisas que são feitas e do

comportamento humano. A palavra Èsù em yorubá significa “esfera” e, na verdade, Exu é o orixá do movimento.

o momento, lançada como uma espécie de atração midiática. “Só sofremos na medida em que

julgamos que ele sofre; não é em nós, é nele que sofremos.” (Richard Rorty – apud Sodré, 2012, p. 47).

O autor enfatiza que a emoção e a paixão interferem no modo de agir do corpo implicando o desejo e a

vontade, permeando na consciência do entorpecido, do destinatário, manipulando-o. Uma

reciprocidade não interrompida, fazendo com que o ato comunicativo requer esse contato e afeto, essa

energia psíquica vista, através do corpo. Em contato com tudo isso, as propagandas de produtos que

embelezam e enrijecem o corpo trazendo a beleza esperada, prometendo um mundo mais saudável.

A exemplo, a política aproveita-se desses conceitos para manipular os cidadãos, os telejornais

que mostram o terrível, o lado ruim para captar audiência, a internet que repete as mesmas estratégias

midiáticas. Neste jogo de máscara, insere-se o espectador, entregue ao poder da manipulação da

mídia. A automanipulação, dita por Milan Kundera, (apud, Charaudeau 2009, p.19), “o da mídia pela

mídia, tal como outrora foi o da arte pela arte.” O lado pervertido cruza-se com o bom. São retratos,

leituras irônicas, informativas, fragmento do real e do mundo ficcional. A seleção do que é mais

surpreendente para que o invisível torne-se visível, numa força extraordinária de se mostrar,

afastando-se da realidade. Essas linhas de pensamento guardam outras definições da mídia. A

democracia articula-se como um espetáculo, transformando o político, o civil e a mídia numa relação a

qual não se percebe a dominante. (Charaudeau, 2009, p.20).

Numa organização semiodiscursiva, o icônico, gráfico e gestual embrenham-se para que o

receptor seja o alvo da troca de comunicação. Nessa recepção, são construídos os efeitos de sentidos.

O texto se configura em discurso, numa arena de embate onde defendemos valores, onde queremos

adesão ao outro.

A NOTÍCIA Segundo Sodré (2012), a notícia é a narração de algo importante ou não usual, que aconteceu

nas últimas vinte e quatro horas, e que interessa a um destinatário, ou que já tenha acontecido ou que

irá acontecer na vida comum de todos os cidadãos. Ela pode ser real ou fictícia, cronologicamente

ordenada. Ainda sob esse aspecto, tem início, meio e fim, como se manifesta uma narrativa. É um

gênero discursivo predominantemente jornalístico que obedece a uma prática jornalística, atuantes em

regras e poderes.

“O mundo é feito de fatos os quais chamamos de ‘estados de coisas’ é o mundo da experiência empírica, isto é, de relações contingentes, do fenômeno que pode acontecer ou não, fora de qualquer ordem necessária. (Kant, apud Sodré, 2012, p.28).”

A isso exposto, surgem as mais variedades de notícias, trazendo em seu bojo experiências de

vida, tragédias que acontecem no mundo inteiro, elas que mantem os cidadãos informados da

realidade em que vivem. Ainda por esse viés de conceituação, Sodré (2012) define acontecimento,

como a representação social do fato no jornalismo que resulta em uma notícia, que dá sentido às

coisas, e tudo isso ocorre por meio de informação que traz um conjunto de regras e convenções

discursivas, como o enredo e o enquadramento. O acontecimento está pautado no que ocorre no exato

4 Abreviação de Lendas de Exu.

momento, um ato momentâneo, pautado pela atualidade. Na verdade, acontecimento é “a sombra

projetada de um conceito construído pelo sistema da informação, o conceito do fato. (Mouillaud, apud

Sodré, 2012, p.33)”. Ainda acrescentando as ideias de Muniz Sodré, os jornalistas não são os únicos a

fazer notícia, o público, através das mídias contemporâneas, pode também fazê-la, um poder midiático

dado a quem não tem voz em outros veículos de comunicação. A Internet oferece muito bem esse

recurso.

O CASO LE DA ESCRITA À WEB A informação jornalística na Internet tornou-se mundialmente conhecida. Isso posto, um novo

material informativo é colocado a todo instante nesse meio de comunicação. Assim, as ciências sociais

apoderam-se do jornalismo de qualidade como válvula de escape para suas pesquisas sociais que têm

o objetivo de mostrar a realidade de nossa sociedade. A observação dá-se instantaneamente, através

de inúmeros acontecimentos. O que se lê está hibridizado ao que se reflete na ênfase da retórica da

mídia escrita, através da notícia jornalística on line (internet).

“O desenvolvimento da Internet e de suas novas tecnologias da informação traz, em princípio, novas perspectivas para a liberdade de expressão, na medida em que se mostram fortemente receptivas à diversidade das formas discursivas e à precariedade financeira dos sujeitos da fala, o que dá margem a hipóteses de redistribuição de poder comunicativo pelas tecnologias digitais (Sodré, 2012, p.122).”

A velha retórica filosófica é substituída pelos dados oferecidos da Internet, o mundo e o poder a

seu alcance. O valor científico hibridizou-se com a argumentação oferecida pelos locais de informação

da rede. Em outras palavras, estar conectado à rede digital é o mesmo que está imerso em várias

realidades, com ênfase na virtual, num constante trânsito ocasionado pela navegação.

Existem muitas definições de Internet, na verdade, ela é linearmente traçada onde se sabe o

início do percurso, mas que não se tem ideia de onde chegar devido à imensidão de palavras e links

(ligações) da rede. Por sua vez, Muniz Sodré enfatiza que a rede de tecnologia digital, além de não

poder ser controlada, oferece menos chance de censura, e a minoria libera suas críticas, uma

democracia de verdade.

A chamada “‘mídia instantânea’, mas também ‘mídia pessoal’, onde o antigo ‘público-receptor’

constitui-se agora como fonte emissora ou ‘homem-mídia’, devido às possibilidades técnicas de que se

investe todo e qualquer indivíduo [...] (Sodré, 2012, p.100).” Nas palavras do autor, o internauta suscita

a seu desempenho jornalístico, tornando-se autor de seu texto, ‘jornalista cidadão’, que transita pelo

meio cibernético.

O diagnóstico feito para se saber se a notícia na rede tem repercussão é dado pelo número de

visitação àquele espaço informativo, ou seja, o número de toques no mouse ao visitar um site. Na

verdade, os atores internautas têm grande poder de pautar na mídia, expondo os acontecimentos

momentâneos que se tornam relevantes. A internet renova o tempo de veiculação da notícia que passa

a ser de um dia, para obter informações de todo o mundo. Na rede cibernética, o leitor se transforma em

editor, com todo o poder em suas mãos, trazendo para si, o arbítrio na noticia dos fatos.

A tudo isto exposto, fica o jornalismo escrito na condição de produzir informação de alta

qualidade técnica e ética, fiel à verdade dos fatos, podendo até ser um fiscalizador dos poderes

públicos tendo o justo compromisso de prestador de serviço, mesmo que interagindo-se, internamente,

a um grupo de profissional que abusa do poder político hegemônico. O conteúdo informativo fica a

mercê da subjetividade de quem escreve, no caso, o jornalista, onde a minoria quase não tem espaço

para propagar as suas ideias.

Por outro lado, as tecnologias digitais, quase livres de censura na produção de suas

informações e exercendo um autocontrole da notícia. Ainda, consoante Muniz Sodré, devemos

aguardar para certificarmos se essas mídias não sofrerão censuras pela imprensa, num futuro. (Sodré,

2012, p.123).

VOZES VELADAS NA BLOGOSFERA Retomando à cibernética da informação jornalística, temos os blogs. A blogosfera, o avatar dos

blogs, que cresceu em ritmo espantoso. Para atender às demandas da minoria, esse espaço é um

modelo deliberativo de opiniões, que busca soluções para problemas políticos, por meio de diálogo

escrito pelo cidadão, em que a sua voz pode ser ouvida, suas emoções expostas. Consequentemente,

o blog desempenha um papel muito importante das tecnologias de comunicação, dando voz a quem

não a possui.

Existem controvérsias de quando surgiu o primeiro blog. “O primeiro weblog foi criado por Jorn

Barger, em 17 de dezembro de 1997 e mantém até hoje a formatação original.” Esse espaço projeta um

novo jornalismo onde promove um discurso democrático em que a objetividade perde o valor. Sodré

define-o como os espanhóis fazem, suelto traduzido como ‘mini-crônica’ que se destina a um

comentário breve.

“A jornalista sente-se livre para exercitar sua verve, uma vez que tanto a crônica quanto o suelto têm formato livre, oscilando da argumentação à descrição e à narração, ora para informar, ora para divertir, ou mesmo chocar o leitor. Em outras palavras, não se definem como narrativas em sentido estrito e muitas vezes assumem a forma de diário íntimo, a exemplo do que se passou a acontecer nos blogs de jornalistas da Internet. Nesses diários eletrônicos, não raro o autor passa ao largo do acontecimento de grande repercussão em favor de relatos orientados por sua sensibilidade pessoal. (Sodré, 2012g, p.149).”

Os atores dos sueltos são livres para opinar, contrário aos jornalistas que estão sujeitos às

regras, defendem seus pontos de vista, abusam do subjetivismo. Os indivíduos que participam desse

bate-papo, ou troca de ideias, são chamados de blogueiros. São pessoas com opiniões e credos

diferentes, cujas linguagens formais e informais mesclam-se, através de diferentes níveis de

conhecimento. “Sucedem-se os mecanismos ditos de agregação de conteúdo e distribuição automática

de notícias, que ajudam a transformar um leitor em editor.” (Sodré, 2012, p.109). É um espaço em

formato de diário on line, o qual recebe atualizações constantes. No blog, pode se deparar com

opiniões das vozes silenciadas da minoria, que não têm a mesma oportunidade na mídia impressa

escrita. Assim, assuntos diversos são tratados, tais como racismo, homossexualidade, intolerância

religiosa dentre outros mais. “Com a Internet, entretanto, emerge outra lógica – e aqui está a diferença

significativa -, que desloca para o receptor grande parte do poder de pautar os acontecimentos” (Sodré,

2012, p.101). O assunto fica no espaço virtual ao novo usuário que vai opinar, um novo leitor

transforma-se em outro autor, em mais um editor da mesma notícia.

A priori, esse meio de comunicação funciona como jornais impressos, boletins informativos,

trabalhos científicos, material didático, relacionamento de amizades e casos mais sérios, além de

outras funções, em suma, a prioridade maior é a troca de informações. Os assuntos publicados são

chamados de post que têm a função de difundir fatos comuns, através da clareza, e que também têm a

função de manter uma distância entre leitor e o escrito.

As linguagens usadas são a formal, e na maioria das vezes, a informal que se dá, através das

expressões coloquiais, gírias, levando, inclusive, o escritor bloguista a um vocabulário pejorativo ou de

baixo calão. Outra característica é o uso da função emotiva que se embrenha na fática e toma conta no

momento da fala, ou seja, da escrita da fala. Na verdade, é um espaço cibernético que se transforma

em uma comunidade virtual onde seus leitores e escritores se encontram semanalmente ou até mesmo

algumas notícias ficam lá, expostas nos blogs, por mais tempo, e podem ser visitada a qualquer

momento. Através do blog, observa-se o conhecimento que cada bloguista traz desde o acadêmico ao

social; o cotidiano da comunidade virtual toma destaque.

O diálogo do bloguista é marcado, varia de um, dois a três minutos, este tempo mínimo é

colocado no horário das postagens, ou seja, no boom de uma reportagem, depois desse auge, as

postagens se dão em mais espaço de tempo. Portanto, um blog pode ser considerado um veículo de

comunicação, um jornalismo virtual que usa o tempo cronológico, uma vez que a data, a hora e os

minutos são ressaltados pela escrita.

Outro aspecto a ser considerado é que uma notícia fica exposta por vários anos nas redes

ciberculturais, “Na notícia comunicada minuto a minuto, como já se passa na internet, a retórica pode

continuar tão presente quanto antes, apenas reforçada e exponencialmente amplificada em seu poder

pelos avanços da tecnologia eletrônica (Sodré, 2012, p.107).” Ao ler um blog ativo e de data retroativa,

assistimos a previsões política e ao fanatismo ou crenças que ficam lá registrados para conferência

futura.

LE NA “TEORIA DA CONSPIRAÇÃO”

Dentre muitos comentários sobre o caso LE, na Internet, coletamos dados no blog “Teoria da

Conspiração”,de Marcelo Del Debbio5. Aproxima-se do objeto de estudo, um recorte de 264 posts

publicados por bloguistas que deram suas opiniões sobre o caso. Adentraram nesse mundo

cibernético, primeiramente, 102 opiniões, totalizando 33 páginas escritas, na Internet, acerca da

temática abordada. O interessante é notar que esse blog teve grande repercussão e por isso houve a

manifestação da Secretaria Municipal de Macaé, que deu uma nota à imprensa, no dia 28 de outubro de

5 Nascido em 1974, é hoje considerado um dos maiores pesquisadores sobre Ordens Iniciáticas, Oráculos e

Ocultismo no Brasil. Autor da Enciclopédia de Mitologia, um dos maiores e mais completos trabalhos do gênero

em língua portuguesa, com mais de 7.200 verbetes, de 40 mitologias diferentes. Acessado de http://www.deldebbio.com.br/about/ ,em 16 de maio de 2013.

2009, um dia após a primeira postagem, postada como a 146º opinião do blog. A sua postura deu-se,

através da neutralidade em relação ao caso e LE.

Os sujeitos envolvidos na retórica desse blog manifestaram opiniões acerca de LE, através da

reportagem do jornal Extra,6, postada pelo seu responsável. As retóricas argumentativas tiveram seu

início no dia 27 de outubro de 2009 e término no dia 23 de janeiro de 2012, através de postagens dos

bloguistas, frequentadores daquele espaço cibernético.

A FUNÇÃO DO MODERADOR DE UM BLOG

Sob a égide da mídia bloguista está o dono do espaço, o moderador. Quase sempre, os

discursos postados por ele, referem-se ao tema que o mesmo domina ou o de seu interesse. Nesta

concepção, ele tem o poder de postar ou não a mensagem, escolhe quem pode ou não participar de

sua comunidade virtual, através de um cadastro, feito previamente. A introdução feita pelo moderador é

muito importante, pois tem a intenção de provocar outros bloguistas a participar do diálogo.

Retomando o caso LE, dos 102 argumentos analisados, 44 internautas são favoráveis à

professora, 21 contra e 37 mostram-se neutros em suas respostas, é quase que difícil desvendar a

posição dos internautas que não opinaram no fato. Os jogos argumentativos, cronologicamente

demarcados, tiveram maior acesso nos dias 27 e 28 de outubro, com 96 internautas que deixaram seus

posts, no momento em que a notícia foi lançada. Percebe-se que as postagens eram mais intensas nos

horários diurnos. No dia 29 de outubro, foi o pico: 111 pessoas acessaram, uns posicionando-se a

favor, outros, contra e alguns não sabiam como opinar, ou desconheciam a notícia, caindo a 45 no dia

30 de outubro de 2009.

O que se analisa, na verdade, é o quanto se aprende, o quanto se troca de conhecimento, entre

os blogueiros. Traduzindo toda essa amplitude de acessos, observa-se que a finalização da retórica

argumentativa deu-se no dia 23 de janeiro de 2012, com apenas uma única pessoa que se posicionou a

favor da professora, entretanto, não teve com quem dialogar, ou seja, não houve mais acesso, o caso

foi esquecido até hoje. O que se presume é que a notícia, através de blogs, assim como nas mídias

tradicionais, tem um término, só com a diferença de ficar lá, no mundo cibernético, à espera de alguém

que a pesquise.

ANALISAR O QUE ESTÁ IMPLÍCITO

Quando estabelecemos uma comunicação, assinamos um contrato, a mídia quando nos

informa, faz com que se acredite nesse contrato, ou seja, damos credibilidade ao que está sendo

comunicado. Na mídia escolhida, há muito que se analisar, mas o espaço não permite trabalhar com

mais de um argumento da conversação sobre LE, o que se optou na escolha de uma só postagem. Em

6 Fonte: O Dia on Line Rio de Janeiro, do portal Terra.

princípio, destacaremos o bloguista cujo Nick (Nome fictício usado pelo bloguista), Tiobob, que através

de seus discursos enunciativos, trouxe seus argumentos.

“35. Tiobob disse: 27 de outubro de 2009 às 18:18 Bom...li rapidamente e de tudo que li creio que é o seguinte: Primeiro eu sou “criacionista” e não to nem ai pra esse trem mde Deus! Reveja esse elo de ligação. Criacionismo é uma teoria muito difundida principalmente fora do Brasil onde a religião manda a gente estudar adão em eva e os pseudos-cientistas só se “contentam” com evolução. De qualquer forma a notícia é sobre intolerância. E ai eu pergunto...”num país onde futebol, política, e é claro religião da briga, cabeça rolando, chute em imagem, e dai vai!!!o que que vcs esperam!!!!????É isso mesmo... a diretora pelo “poderzinho” que tem impõe o que quer. De outro lado a “umbandista” 36. Tiobob disse: 27 de outubro de 2009 às 18:19 Tem que pegar justo o livro (aceito ou não pelo MEC) pra usar na “escola da evangélica!”... é pau na certa!!!!!!rsssssss”

Como em toda sala de bate-papo da Internet, existem indivíduos que opinam mais de uma vez,

no caso do Tiobob, duas vezes, e num só enunciado. A escrita do blog fica a mercê dos internautas que

acessam depois, para opinar ou mesmo ler a postagem. Conforme já enfatizamos, o tempo é

cronológico, muito bem marcado pelo relógio e por datas.

Na fala de Tiobob, observamos que usou várias vozes com intuito de atingir o outro com

identidade própria no contexto. Em ambos os lugares da enunciação, ele dirige-se primeiro à diretora

condenando-a pelo abuso de poder, e depois à professora quando diz que não deveria ter provocado a

situação sabendo estar numa arena explícita marcada por religiosos evangélicos. Em seu discurso,

reporta-se a ateus quando diz não acreditar em Deus “não tô nem aí pra esse trem m de Deus”, o

vocábulo “m” adquiriu um sentido pejorativo. Ao elaborar seu enunciado, o autor ressalta o

criacionismo7, enfatizando aqui, a sua subjetividade na crença a que se destina. Na oralidade, os

desvios da norma da língua são muito frequentes, “elo de ligação”, redundância de palavras permitidas

nesse tipo de mídia, onde não há regras.

A expressão “chute em imagem” responde a uma enunciação específica do passado em que

um pastor chutou a imagem de Nossa Senhora da Aparecida, numa mídia televisiva, vale-se, aqui, de

uma memória textual muito famosa, por sinal. O subjetivismo, o emocional do autor é marcado pelos

pontos de exclamação e interrogativo. Algumas vezes, Tiobob abusa das aspas como interação à fala

de alguém. Trata-se de um discurso alheio demarcado, construído por enunciados anteriores. Por

essas vias, percebe-se, também, a existência de outras vozes nesse discurso, que não pertencem ao

autor, marcadas por estes sinais. Uma característica interessante de um diálogo de um blog é o uso da

expressão “rssssssss”, que indica os risos de quem publica o enunciado, a sua emoção, simbolizadas

por estas letras.

7 Criacionismo é a crença que explica a origem do Universo, do planeta Terra e de todas as formas de vida através

da criação de Deus. Esta crença tem como base às explicações que fazem parte do livro de Gênesis (Velho Testamento da Bíblia Sagrada).

Num blog, em relação à linguagem, podemos inferir que é heterogênea porque se constrói a

partir do discurso do outro. Por isso, diz-se que um discurso nunca é acabado, ele utiliza-se de outro e

pode dar vida a outros enunciados, formando uma cadeia dialógica de troca de informações, e o blog

possui essa característica. Utilizou-se da heterogeneidade mostrada, de um discurso manifestado, que

produz um efeito individual, alguém argumenta, tenta persuadir o interlocutor, então, entram vários

interlocutores, simultaneamente.

O RESGATE FAZ-SE NECESSÁRIO

O movimento negro tem pressionado a sociedade e realizado muitas ações que culminaram

com a Lei 10.639, sancionada em 09 de janeiro de 2003, que inclui a cultura afro nos currículos de

ensino fundamental e médio e em todas as disciplinas escolares.

Os movimentos sociais trouxeram para a educação a denúncia do racismo, a discriminação em

relação à desconsideração de que existem diferentes identidades, o que se leva a repensar a estrutura

da escola, em relação ao seu currículo. Várias ressignificações tem sido projetadas em âmbito escolar.

O dia 13 de maio, o Dia da Abolição da Escravatura ressignificado como o Dia Nacional da luta contra o

Racismo e o dia 20 de novembro, que trouxe à tona, o guerreiro Zumbi dos Palmares, para marcar o Dia

da Consciência Negra. A intenção dos movimentos sociais é exterminar a farsa de um passado, de uma

mimese da igualdade racial. Nesses pastiches relacionados às datas, visa-se contar a outra história do

Brasil.

As ações afirmativas tentam o resgate dessa demanda, através dos sistemas de cotas. “Todos

os movimentos sociais, incluído o dos negros, lutam pela justiça social e por uma redistribuição

equitativa do produto coletivo (Munanga, 2008, p.13).” Muitas estratégias vêm sendo feitas para que os

negros tenham acesso a uma educação de qualidade, de modo que participe com igualdade aos

brancos na sociedade brasileira, de uma política de equidade, exercendo também altos cargos. As

universidades brasileiras nunca tiveram atitudes positivas em relação a esse fato, e mesmo com a

inclusão dos afrodescendentes, não deram importância para a sua permanência (Siss, 2011, p.13). A

cultura dos negros colonizados, que vieram de África, sempre foi rejeitada nos currículos eurocêntricos

das Instituições de Ensino do Brasil. Muitos estudantes brasileiros de outras épocas, e principalmente

dos dias atuais, mesmo com a Lei 10.639, deixaram de conhecer essa valorosa cultura, principalmente

no que tange às Lendas africanas.

ETNOSABERES AFRICANOS

A mitologia africana, com suas riquíssimas lendas, sofre a demanda de ser confundida com a

religiosidade africana, que ainda sofre preconceitos de outrora. É um obstáculo a ser enfrentado por

educadores que engendram nesses caminhos literários de África. Mesmo ressaltando valores

humanos, as lendas perpassam por paradigmas demoníacos e são impedidas de adentrar no espaço

escolar. A história dos Orixás não tem a mesma permissão do mitológico greco-romano. O sagrado

confunde-se com os personagens lendários de África, desafiando o educador a ministrar esse tema em

sala de aula.

Os etnosaberes importantíssimos que envolvem esses valores que trazidos, através da

diáspora, como seus instrumentos de percussão, estampas, adereços, conhecimentos de plantas,

dança afoxé, dentre outros mais são banidos do currículo escolar, que dá somente dimensão ao

currículo eurocêntrico. A Educação finge ser laica, entretanto, exibe crucifixo e bíblias abertas. Na

verdade, o entendimento se dá, através das religiões cristãs que são as indicadas, desde o tempo da

colonização e hoje, as neopentecostais igualando poder.

É aí que se produz um entendimento de que a religião certa é aquela que os europeus nos trouxeram, cuja matriz é judaico-cristã. As outras religiões não são propriamente religiões, mas seitas, expressões de religiosidade, crendices, magias e superstições. “Para esse tipo de entendimento, a única religião que tem uma mensagem boa para a vida é o Cristianismo, porque promete a vida eterna (Santos, 2010, p.61)”.

A falta de respeito e de conhecimento da crença do outro, leva a desentendimentos que

ultrapassam limites na comunidade da escola. Poderes mesclam-se à intolerância religiosa que

impedem da mitologia africana de ser conhecida na instituição escolar. Segundo Erisvaldo Pereira dos

Santos, há de se reconhecer e compreender o desconhecido, no caso, a religiosidade de África, para

que se dispa do preconceito. Entra nesse contexto o ensino religioso nas escolas, que não é bem

ministrado, através de seus currículos onde só ministram valores e ética.

CONCLUSÃO

Como se percebe, os acontecimentos que movimentam a vida pública na sociedade moderna

são importantes e podem marcar história, quando retratados pela mídia. Ela censura, reinterpreta os

fatos, dá a ideia de que o jornalismo informativo funcione como uma real interpretação da vida, com

fatos da atualidade cotidiana, contudo, não é bem assim que acontece. Com sua sedução, transforma o

cidadão, põe-lhes as vendas do fato real. Ele é anestesiado pela força midiática, que passa a ser algo

necessário para manipulação de ideias, como também, para registro dos acontecimentos da

sociedade. Da mídia escrita à eletrônica, surgem, então, a informação jornalística oriunda da Internet,

através dos blogs.

Ler um blog que debata uma notícia do passado é o mesmo que tocar em alguns manuscritos

guardados, com a comodidade de estar em seu próprio espaço, ou seja, em frente a um computador

ligado à rede virtual. Essa mídia eletrônica torna-se muito importante para que a subjetividade do

coautor da notícia ganhe espaço. O que não acontece com a mídia escrita em que o manipulado

torna-se parasita do agente da manipulação, atores necessários do ato da comunicação midiática.

Entretanto, no blog, cidadão crítico que não tem voz em outras mídias, não se torna um dependente do

manipulador, ele é dono de seu próprio texto. (Sodré, 2012, p.18)

Como se observou, o caso LE teve seu final na mídia escrita, mas na eletrônica, pelo blog

Teoria da Conspiração, teve um fim mais lento, ficou mais tempo sob os olhares dos Internautas e

continua lá, para quem quiser retomar o caso, nos posts dos internautas. Infere-se que a mídia

eletrônica tem o seu fim, mas continua ativa para observação e pesquisas. Senão, LE já teria se

finalizado e o caso esquecido totalmente.

Ao se pensar em políticas públicas, cabe um conjunto de vitórias conquistadas por lutas

contínuas, desde a lei Áurea até as atuais legislações. Se não houve uma vitória definitiva,

percebem-se acúmulos delas, através de séculos intensos de luta. A história do Brasil resiste em

discutir memórias, principalmente a que o negro se relaciona. A exemplo, não se comenta muito nas

escolas, o assunto do tráfico negreiro, o dos heróis como João Cândido Felisberto, o marinheiro negro

do caso da Chibata. Nesses contextos, a Lei 10.639, com dez anos de existência, sendo ministrada por

poucos educadores envolvidos na temática do negro.

Outro fato importante é assistir à mitologia africana ser confundida com a religiosidade de

matriz africana. Espera-se que a educação abra essas portas e se dispa desses preconceitos de cor, de

credo, dentro outros mais, principalmente em relação à cultura africana, para que os brasileiros

reconheçam a sua verdadeira etnia, a mistura dos sangues que construiu essa Nação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Cavalleiro, Eliane (organizadora), 2001. Racismo e anti-racismo na educação: repensando nossa escola. São Paulo: Selo Negro.

Charaudeau, Patrick, 2009. Discurso das mídias. Tradução Angela S. M. Corrêa. 1ª ed., 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto.

Gonçalves, Maria Alice Rezende, I.N. de (Orgs.): Amauri Mendes Pereira [et al.], 2007. Educação, arte e literatura africana de língua portuguesa: contribuições para discussão da questão racial na escola. Rio de Janeiro: Quartet: NEAB-UERJ.

Hernandes, Nilton, 2012. A Mídia e seus truques: o que o jornal, revista, TV, rádio e internet fazem para captar e manter a atenção do público. 2.ed. – São Paulo: Contexto.

Martins, Adilson, 2009. Lendas de Exu. Rio de Janeiro: Pallas.

Munanga, Kebengele, 2008. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: Identidade nacional versus identidade negra. – 3ª ed. – Belo Horizonte: Autêntica.

Santos, Erisvaldo Pereira dos, 2010. Formação de professores e religiões e matrizes africanas: um diálogo necessário. Belo Horizonte: Nandyala, (Coleção Repensando África, volume 4).

Siss, Ahyas; Monteiro Aloisio Jorge de Jesus, I.N. de (Orgs.): Aguilera Urquiza... [et al.], 2010. Negros, indígenas e educação superior. Rio de Janeiro, Quartet: EDUR.

Sodré, Muniz, 2012. A narração do fato: notas para uma teoria do acontecimento. 2ª ed. Petrópolis, RJ:Vozes.

Sodré, Muniz, 2006. As estratégias sensíveis. Petrópolis, RJ: Vozes.

http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI4064460-EI8266,00-Livro+sobre+lendas+da+Umbanda+gera+polemica+em+escola+no+Rio.html – acessado no dia 15 de maio de 2013.

Sobre o Orixá Exu: http://pt.wikipedia.org/wiki/Exu_(orix%C3%A1) - Acessado no dia 18 de novembro de 2013.

Surgimento do blog: http://linhasdigitais.wordpress.com/2009/11/25/como - surgiram-os-blogs/,acessado em 15 de maio de 2013.

Blog Teoria da Conspiração: http:://br.search.yahoo.com/search?fr=ans_qp_1&p=lendas+de+exu+adilson+Martins+-+maria+cristina+marques+-+comente%C3%A1rios+EVANG%C3%89LICOS+E+ATEUS&submit-go=Buscar

Cracionismo: http://www.suapesquisa.com/religiaosociais/criacionismo.htm - Acessado no dia 23 de maio de 2013.

ANEXO 1

POR RICARDO ALBUQUERQUE, RIO DE JANEIRO – Jornal O Dia

O LIVRO SOBRE EXU CAUSA GUERRA SANTA EM

ESCOLAS MUNICIPAIS Livro sobre Exu causa guerra santa em escola municipal Professora umbandista diz que foi proibida de dar aulas em unidade de Macaé, dirigida por diretora evangélica [...]

Livro sobre Exu causa guerra santa em escola municipal

ANEXO 2

27-OUT-2009

ANEXO 3 O Jornal de Umbanda Sagrada repete a reportagem do Jornal O Estado de S.Paulo

ANEXO 4