a graça de deus - pr márcio valadão

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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Edição dezembro/2009

Gerência de Comunicação

Ana Paula Costa

Transcrição:

Else Albuquerque

Copidesque:

William Buchacra

Revisão:

Nicibel Silva

Capa e Diagramação:

Junio Amaro

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Introdução

Sabemos que graça é o favor de Deus, gratuito e imerecido para nós, humanidade pecadora. Por meio dela, a graça, podemos suportar todas as coi-sas. Quando o apóstolo Paulo pediu a Deus para lhe tirar o espinho na carne, a resposta do Pai foi: “A mi-nha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.” (2 Coríntios 12.9.) Paulo aprendeu a depender da graça do Senhor nas tribulações, nas fraquezas. Paulo também entendeu que a inteligên-cia não bastava, os recursos finaceiros não basta-vam, amigos e parentes também não podiam suprir as necessidades da vida. Paulo entendeu o recado e

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nos deixou uma lição: somente a graça de Deus nos basta e o poder dele se manifesta na nossa fraque-za. Quando temos esse entendimento tudo muda.

Entendemos que a nossa fé não é uma religião, ou seja, ela não é meramente atos e atitudes de re-ligiosidade. A fé é muito mais do que simplesmente crer, a fé vai além do crer plenamente, ela é o re-lacionamento de amor que temos com Jesus. Por-tanto, não se trata de um relacionamento repleto de dogmas, doutrinas, legalismos. Ao contrário, é amor, compaixão, graça, intimidade com Deus.

O nosso relacionamento com Jesus é algo sim-ples: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” (1 João 4.19.) Mas, infelizmente muitas pessoas não vivem esse amor, porque estão vivendo uma vida cheia de dogmas, de leis impossíveis de serem cum-pridas e acreditam que isso é fé.

O apóstolo Paulo fez a seguinte declaração: “Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram.” (2 Co-ríntios 5.14.) O amor de Deus nos constrange, nos surpreende, Ele deu seu único Filho para morrer em nosso lugar.

Querido leitor, que você possa entender essa

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verdade, porque ela pode mudar todo o sentido de sua vida. Que o Senhor ministre em seu coração e que você possa experimentar um verdadeiro rela-cionamento com o Ele, e que de “boa vontade, pois, mais você se glorie nas fraquezas, para que sobre você repouse o poder de Cristo” (2 Coríntios 12.9).

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A grAçA dA IgrejA

Sabemos que uma das revelações sobre a Igreja é que ela é a Noiva e Jesus Cristo é o noivo. Há todo um mistério que nos é revelado, ou seja, a relação de amor entre Cristo e a Igreja. “Maridos, amai vos-sa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito [...] Grande é este mistério, mas

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eu me refiro a Cristo e à igreja.” (Efésios 5.25-27; 32.) Jamais poderemos questionar o fato de que Jesus ama a Igreja. Entretanto, será que a recíproca entre nós e Ele é verdadeira? Será que o nosso coração está cheio de amor por Jesus? Nos textos que lere-mos a seguir, vamos perceber, com clareza, exata-mente a relação da Igreja Noiva, esposa, com Jesus Cristo, Noivo, esposo.

“Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como vir-gem pura a um só esposo, que é Cristo. Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua as-túcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido, ou evangelho diferente que não tendes abraçado, a esse, de boa mente, o tolerais. Porque suponho em nada ter sido inferior a esses tais apóstolos. E, embora seja falto no falar, não o sou no conhecimento; mas, em tudo e por todos os modos, vos temos feito conhecer isto.” (2 Coríntios 11.2-6.)

Muitas vezes, como pastores de ovelhas, o nosso coração se parte quando percebemos que há uma

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ovelha que não está vivendo segundo os princípios da Palavra. Oramos, pagamos o preço de oração e de testemunho, procuramos zelosamente viver em santidade e pureza, não apenas para sermos um exemplo para os irmãos, mas, acima de tudo, para honrarmos aquele a quem servimos e amamos. Com zelo, trazemos a Palavra, não com o propósi-to de agradarmos a um, ou a outro, ou a todos os irmãos, mas com o propósito de vermos a verdade do Senhor como algo possível de se viver, pois a proposta final é apresentar cada homem perfeito diante do Senhor. E, nessa jornada, nós pastores, temos nos alegrado muito, porém, algumas vezes, nos entristecemos quando uma expectativa mara-vilhosa se frustra. O sonho de um pastor é ver a sua ovelha cheia de amor pelo Senhor, com o coração totalmente apaixonado por Ele, alegrando-se em fazer a vontade de Deus, orando e servindo-o. O próprio Senhor Jesus, certa vez, disse: “Filipe, há tan-to tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz

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as suas obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras. Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. Se me amais, guarda-reis os meus mandamentos.” (João 14.9-15.)

“Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando? Todo aquele que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante. É semelhante a um homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha; e, vindo a enchente, arrojou-se o rio contra aquela casa e não a pôde aba-lar, por ter sido bem construída. Mas o que ouve e não pratica é semelhante a um homem que edificou uma casa sobre a terra sem alicerces, e, arrojando-se o rio contra ela, logo desabou; e aconteceu que foi grande a ruína daquela casa.” (Lucas 6.46-49.)

As Escrituras dizem que os mandamentos do Senhor não são penosos: “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os

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seus mandamentos não são penosos.” (1 João 5.3.) Paulo disse: “Porque zelo por vós com zelo de

Deus; visto que vos tenho preparado para vos apre-sentar como virgem pura a um só esposo, que é Cris-to.” Aqui, ele começa a dizer sobre seu receio: “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo.”

O evangelho é simples e, nele, não há supersti-ção alguma, tampouco traz peso para a vida daque-le que o segue. Não existe nada mais simples do que o evangelho. Em nossas reuniões não há incenso, fumaça, velas acesas, símbolos, esculturas feitas por mãos humanas, nada disso é necessário, porque o evangelho é simples, assim como também o amor é simples. Nada é mais bucólico (simples) do que amar e demonstrar amor.

A fé cristã não é marcada por um legalismo dogmático e de doutrinas frias, fruto da cabeça de homens ou muitas vezes por ideias importadas. A nossa fé não é assim. A fé cristã é pura e simples e o receio do apóstolo Paulo era exatamente que os irmãos pudessem se desviar da simplicidade do

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evangelho. Porque o evangelho é simplesmente seguir ao Senhor Jesus. É somente contar o que Je-sus fez e o impacto que isso provocou em sua vida. Cada testemunho proclama uma única verdade: Jesus está vivo. O evangelho proclama isso: Jesus ressuscitou, Ele vive!

“Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais espírito dife-rente que não tendes recebido, ou evangelho diferen-te que não tendes abraçado, a esse, de boa mente, o tolerais.” (2 Coríntios 11.4.) Existem muitos outros “jesus” por aí que não é Jesus, o Cristo, o Salvador, o Messias, o da Palavra de Deus. Existe um “Jesus” por aí que não é meu Jesus, pois o meu Jesus não está mais na cruz, Ele ressuscitou. O meu Jesus não é de ouro, tampouco de prata. O Jesus da Bíblia é adorado em espírito e em verdade, Ele nos ama e possui todo o poder. Ele não mudou, Ele é o mesmo ontem, o mesmo hoje e será o mesmo para todo o sempre. Paulo disse: “Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado[...]” Mui-tas vezes, as pessoas têm ido atrás de pregadores que possuem uma vida fora dos planos e projetos de Deus. Umas das primeiras coisas que devemos

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fazer, quando acompanhamos alguém que ministra a Palavra de Deus, é buscar conhecer as raízes dessa pessoa. Pedir discernimento ao Espírito do Senhor para vermos se ela é uma pessoa que realmente tem o coração voltado para Deus. Se ela tem um co-ração disposto para fazer a vontade de Deus. É por isso que o Novo Testamento começa com as gene-alogias de Jesus: para mostrar as raízes do Filho de Deus e a importância delas na vida de alguém.

Outro detalhe que deve ser observado com cau-tela: obras. Não se impressione com os sinais, pois no último dia muitos dirão isso ou aquilo, mas a ver-dade é que: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a von-tade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que prati-cais a iniquidade.” (Mateus 7.21-23.)

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A grAcIosA cAmInhAdA com jesus

Existem três livros no Antigo Testamento que descrevem perfeitamente a nossa caminhada com Jesus e a nossa relação de amor para com Ele. E o primeiro deles é o livro de Rute. Esse livro nos mos-tra como aquela moça moabita foi restaurada. Ele nos mostra como é efetuada a restauração daquele que é proscrito (banido), daquele que vive em Moa-be (Moabe significa idolatria).

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O segundo livro é o dos Cânticos dos Cânticos, que descreve como uma pessoa restaurada deve vi-ver. Embora o tema central do livro seja o amor na-tural (entre Salomão e a Sulamita), podemos enten-der que esse amor vai além do aspecto meramente natural, em razão da sua pureza e magnificência. Ou seja, trata-se de um amor que só pode ser divino. É o amor de Cristo, o Amado, e a Igreja, a Amada. Você pode até ler, ou olhar o livro de Cantares por uma ótica natural, mas quando o lê pela ótica espiritual, consegue vê-lo descrevendo a gloriosa relação de Jesus com a Igreja. Salomão descreveu nesse livro um amor imenso por Jesus.

Será que o Senhor tem saudades de você? Ou será que você o tem procurado só para pedir algo a Ele?

Já o livro de Rute demonstra a soberania maravi-lhosa de Deus e o cuidado dele por seu povo. O livro de Cantares descreve o relacionamento de Cristo e a Igreja. Já o livro de Ester, o terceiro livro, mostra como reinar com o Noivo, como se assentar no tro-no, como descansar sob as asas dele. Nesse livro, a soberania do Senhor e sua providência são muito claras. A rejeição da rainha Vasti e aceitação de Ester

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na posição de sua sucessora, a dívida de gratidão de Xerxes para com Mordecai, a descoberta duran-te uma noite de insônia, e o milagre do livramento dos judeus demonstram o controle do Senhor so-bre todo o povo e seu cuidado para com ele. Veja o que diz o texto de Ester 1.10-12; 2.17:

“Ao sétimo dia, estando já o coração do rei alegre do vinho, mandou Meumã, Bizta, Harbona, Bigtá, Abagta, Zetar e Carcas, os sete eunucos que serviam na presença do rei Assuero, que introduzissem à presença do rei a rainha Vasti, com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a formosura dela, pois era em extremo formosa. Porém a rainha Vasti recusou vir por intermédio dos eunucos, segundo a palavra do rei; pelo que o rei muito se enfureceu e se inflamou de ira. O rei amou a Ester mais do que todas as outras mu-lheres, e ela alcançou perante ele favor e benevolência mais do que todas as virgens; o rei pôs-lhe na cabeça a coroa real e a fez rainha em lugar de Vasti.”

O texto acima mostra o que aconteceu com Es-ter. Agora veja no texto seguinte o que é dito acerca de Mordecai:

“Depois disto, o rei Assuero impôs tributo sobre a terra e sobre as terras do mar. Quanto aos mais atos

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do seu poder e do seu valor e ao relatório completo da grandeza de Mordecai, a quem o rei exaltou, por-ventura, não estão escritos no Livro da História dos Reis da Média e da Pérsia? Pois o judeu Mordecai foi o segundo depois do rei Assuero, e grande para com os judeus, e estimado pela multidão de seus irmãos, ten-do procurado o bem-estar do seu povo e trabalhado pela prosperidade de todo o povo da sua raça.” (Ester 10.1-3.)

No livro de Deuteronômio está escrito que os moabitas não fariam parte do povo de Deus (Deu-teronômio 23.3-4). Eles surgiram de uma relação in-cestuosa de Ló com a sua filha, quando nasceu Mo-abe. “A primogênita deu à luz um filho e lhe chamou Moabe: é o pai dos moabitas, até ao dia de hoje.” (Gê-nesis 19.37.) Os moabitas carregavam maldição até mesmo em seu próprio nome, Moabe, que significa idolatria. Vemos no livro de Rute que ela era uma moabita, porém a maldição que está em Deutero-nômio 23.3 não se aplica a Rute, prosélita (recém convertida ao Judaísmo) e mãe em Israel.

“Nos dias em que julgavam os juízes, houve fome na terra; e um homem de Belém de Judá saiu a ha-bitar na terra de Moabe, com sua mulher e seus dois

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filhos. Este homem se chamava Elimeleque, e sua mu-lher, Noemi; os filhos se chamavam Malom e Quiliom, efrateus, de Belém de Judá; vieram à terra de Moabe e ficaram ali. Morreu Elimeleque, marido de Noemi; e ficou ela com seus dois filhos, os quais casaram com mulheres moabitas; era o nome de uma Orfa, e o nome da outra, Rute; e ficaram ali quase dez anos. Morreram também ambos, Malom e Quiliom, fican-do, assim, a mulher desamparada de seus dois filhos e de seu marido. Então, se dispôs ela com as suas noras e voltou da terra de Moabe, porquanto, nesta, ouviu que o SENHOR se lembrara do seu povo, dando-lhe pão. Saiu, pois, ela com suas duas noras do lugar onde estivera; e, indo elas caminhando, de volta para a ter-ra de Judá, disse-lhes Noemi: Ide, voltai cada uma à casa de sua mãe; e o SENHOR use convosco de bene-volência, como vós usastes com os que morreram e comigo. O SENHOR vos dê que sejais felizes, cada uma em casa de seu marido. E beijou-as. Elas, porém, cho-raram em alta voz e lhe disseram: Não! Iremos contigo ao teu povo. Porém Noemi disse: Voltai, minhas filhas! Por que ireis comigo? Tenho eu ainda no ventre filhos, para que vos sejam por maridos? Tornai, filhas mi-nhas! Ide-vos embora, porque sou velha demais para

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ter marido. Ainda quando eu dissesse: tenho esperan-ça ou ainda que esta noite tivesse marido e houvesse filhos, esperá-los-íeis até que viessem a ser grandes? Abster-vos-íeis de tomardes marido? Não, filhas mi-nhas! Porque, por vossa causa, a mim me amarga o ter o SENHOR descarregado contra mim a sua mão. Então, de novo, choraram em voz alta; Orfa, com um beijo, se despediu de sua sogra, porém Rute se apegou a ela. Disse Noemi: Eis que tua cunhada voltou ao seu povo e aos seus deuses; também tu, volta após a tua cunhada. Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aon-de quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu e aí serei sepultada; faça-me o SENHOR o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti. Vendo, pois, Noemi que de todo estava resolvida a acompanhá-la, deixou de insistir com ela. Então, ambas se foram, até que chegaram a Belém; sucedeu que, ao chegarem ali, toda a cidade se como-veu por causa delas, e as mulheres diziam: Não é esta Noemi? Porém ela lhes dizia: Não me chameis Noemi; chamai-me Mara, porque grande amargura me tem

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dado o Todo-Poderoso. Ditosa eu parti, porém o SE-NHOR me fez voltar pobre; por que, pois, me chama-reis Noemi, visto que o SENHOR se manifestou contra mim e o Todo-Poderoso me tem afligido? Assim, vol-tou Noemi da terra de Moabe, com Rute, sua nora, a moabita; e chegaram a Belém no princípio da sega da cevada.” (Rute 1.1-22.)

Com a fome que abatera o mundo naquela épo-ca, Elimeleque e Noemi foram para Moabe, procurar trabalho e alimento. Porém, nesse tempo, morreu Elimeleque deixando Noemi viúva com dois filhos, Malom e Quiliom, os quais tomaram como esposas, mulheres moabitas que denominavam-se Rute e Orfa. Ficaram em Moabe por quase dez anos, e en-tão, morreram também os dois filhos de Noemi. E agora, em vez de uma viúva, passam a ser três: a so-gra Noemi e as noras, Orfa e Rute.

O primeiro passo que Rute dera para perto de Deus fora se casar com um israelita e tornar-se parte do povo de Deus. Entretanto, ela continuava viven-do em Moabe mesmo depois de viúva. E para poder conhecer e efetuar sua união com o Redentor, ela teria que sair daquela terra, e ir para o Estado legal. Ela então foi para Belém com Noemi.

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É maravilhoso a forma como o Senhor direcio-nou a vida de Rute, a partir do momento em que ela se dispôs a conhecê-lo, a estar em seu Estado legal, em que se dispõe a ir para Belém. O Senhor prepara tudo para que Rute se encontre com Boaz.

“Tinha Noemi um parente de seu marido, senhor de muitos bens, da família de Elimeleque, o qual se chamava Boaz. Rute, a moabita, disse a Noemi: Dei-xa-me ir ao campo, e apanharei espigas atrás daquele que mo favorecer. Ela lhe disse: Vai, minha filha! Ela se foi, chegou ao campo e apanhava após os segadores; por casualidade entrou na parte que pertencia a Boaz, o qual era da família de Elimeleque. Eis que Boaz veio de Belém e disse aos segadores: O SENHOR seja con-vosco! Responderam-lhe eles: O SENHOR te abençoe! Depois, perguntou Boaz ao servo encarregado dos segadores: De quem é esta moça? Respondeu-lhe o servo: Esta é a moça moabita que veio com Noemi da terra de Moabe. Disse-me ela: Deixa-me rebuscar es-pigas e ajuntá-las entre as gavelas após os segadores. Assim, ela veio; desde pela manhã até agora está aqui, menos um pouco que esteve na choça. Então, disse Boaz a Rute: Ouve, filha minha, não vás colher em ou-tro campo, nem tampouco passes daqui; porém aqui

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ficarás com as minhas servas. Estarás atenta ao cam-po que segarem e irás após elas. Não dei ordem aos servos, que te não toquem? Quando tiveres sede, vai às vasilhas e bebe do que os servos tiraram. Então, ela, inclinando-se, rosto em terra, lhe disse: Como é que me favoreces e fazes caso de mim, sendo eu estrangeira? Respondeu Boaz e lhe disse: Bem me contaram tudo quanto fizeste a tua sogra, depois da morte de teu ma-rido, e como deixaste a teu pai, e a tua mãe, e a terra onde nasceste e vieste para um povo que dantes não conhecias. O SENHOR retribua o teu feito, e seja cum-prida a tua recompensa do SENHOR, Deus de Israel, sob cujas asas vieste buscar refúgio. Disse ela: Tu me favoreces muito, senhor meu, pois me consolaste e fa-laste ao coração de tua serva, não sendo eu nem ain-da como uma das tuas servas. À hora de comer, Boaz lhe disse: Achega-te para aqui, e come do pão, e mo-lha no vinho o teu bocado. Ela se assentou ao lado dos segadores, e ele lhe deu grãos tostados de cereais; ela comeu e se fartou, e ainda lhe sobejou. Levantando-se ela para rebuscar, Boaz deu ordem aos seus servos, dizendo: Até entre as gavelas deixai-a colher e não a censureis. Tirai também dos molhos algumas espigas, e deixai-as, para que as apanhe, e não a repreendais.

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Esteve ela apanhando naquele campo até à tarde; de-bulhou o que apanhara, e foi quase um efa de cevada. Tomou-o e veio à cidade; e viu sua sogra o que havia apanhado; também o que lhe sobejara depois de far-tar-se tirou e deu a sua sogra. Então, lhe disse a sogra: Onde colheste hoje? Onde trabalhaste? Bendito seja aquele que te acolheu favoravelmente! E Rute contou a sua sogra onde havia trabalhado e disse: O nome do senhor, em cujo campo trabalhei, é Boaz. Então, Noemi disse a sua nora: Bendito seja ele do SENHOR, que ainda não tem deixado a sua benevolência nem para com os vivos nem para com os mortos. Disse-lhe mais Noemi: Esse homem é nosso parente chegado e um dentre os nossos resgatadores. Continuou Rute, a moabita: Também ainda me disse: Com os meus ser-vos ficarás, até que acabem toda a sega que tenho. Disse Noemi a sua nora, Rute: Bom será, filha minha, que saias com as servas dele, para que, noutro campo, não te molestem. Assim, passou ela à companhia das servas de Boaz, para colher, até que a sega da cevada e do trigo se acabou; e ficou com a sua sogra. Disse-lhe Noemi, sua sogra: Minha filha, não hei de eu buscar-te um lar, para que sejas feliz?”(Rute 2.1-23; 3.1.)

Rute, quando saiu de Moabe com Noemi, carre-

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gava a dor da viuvez. Havia deixado para trás suas raízes, ou seja, seus pais, sua parentela, suas amigas, para ir para Belém com Noemi, sua sogra. O texto diz que Noemi tinha um parente de seu marido, da família de Elimeleque, seu nome era Boaz e era se-nhor de muitos bens. Existia um parente, e parente no Antigo Testamento era considerado o remidor. O remidor tinha não somente o dever e a obrigação de cuidar da família, mas principalmente das viúvas e dos mais velhos. Noemi revelou a Rute seu plano de tentar unir Boaz e ela como marido e esposa por meio da Lei de Remissão do parente mais próximo. E assim, além de cumprir a Lei de Remissão na qual o parente mais próximo resgatava a propriedade do parente pobre (nesse caso a viúva Noemi), o resga-tador ou remidor deveria cumprir a Lei do Levirato que consistia em casar-se com a viúva do irmão ou parente que falecera sem filhos para suscitar-lhe descendentes. Nesse caso Boaz poderia se casar com Rute.

Noemi perdeu tudo o que tinha quando dei-xou Belém e foi para Moabe com Elimeleque. Mo-abe oferecia apenas o prazer temporário, era lugar que resolvia apenas os problemas momentâneos e

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transitórios. O diabo muitas vezes dá saúde, casa, emprego para uma pessoa, mas ele cobra um alto preço por isso. Em pouco tempo, em um espaço de apenas dez anos, Noemi ficou viúva e seus dois fi-lhos faleceram. Resumindo, ela havia perdido tudo. Quando finalmente ela voltou para a cidade de Be-lém, toda a cidade se comoveu por causa dela e de sua nora. Veja o que diz o texto:

“[...] e as mulheres diziam: Não é esta Noemi? Po-rém ela lhes dizia: Não me chameis Noemi; chamai-me Mara, porque grande amargura me tem dado o Todo-Poderoso. Ditosa eu parti, porém o SENHOR me fez voltar pobre; por que, pois, me chamareis Noemi, visto que o SENHOR se manifestou contra mim e o Todo-Poderoso me tem afligido? Assim, voltou Noemi da terra de Moabe, com Rute, sua nora, a moabita; e chegaram a Belém no princípio da sega da cevada.” (Rute 1.19-22.)

O rosto de Noemi estampava a amargura, a tris-teza, a falha, o fracasso. Entretanto, quando ela che-gou a Belém havia ainda um parente da família de Elimeleque, que era um de seus resgatadores, e diz o texto que ele era senhor de muitos bens. Existem pessoas que aparentemente se sentem distantes da

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família. Entretanto, quando estão sozinhas e não conseguem mais sorrir, é na família que encontram refúgio. Mesmo que uma família seja muitas vezes complicada, pois é formada por pessoas de diferen-tes aspectos, emoções e habilidades, mas a despei-to disso, a família é o centro, é o nosso porto seguro. É nela que encontramos o nosso remidor, a nossa segurança em meio à insegurança. É por isso que a igreja é uma família e nela sempre encontraremos alguém que está enfrentando as mesmas dificul-dades que enfrentamos. Na igreja também encon-tramos aquele ombro amigo quando precisarmos chorar. Família é bênção de Deus.

Podemos até interpretar o livro de Rute apenas pela ótica histórica, mas há uma mensagem espiri-tual de grande poder inserida nele. Boaz representa a figura do nosso Senhor Jesus Cristo. Existe uma verdade que passa pelas Escrituras por várias vezes: Jesus não se envergonha de nos chamar de irmãos. Está escrito que: “Visto, pois, que os filhos têm par-ticipação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo.” (Hebreus 2.14.) Jesus é a Palavra de Deus que

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se encarnou, ou seja, carne e sangue. Nas veias de Jesus corria sangue, o corpo dele era igual ao nosso. Jesus veio como homem e se identificou conosco, Ele é o nosso resgatador.

Rute chegou a Belém sem nada, sem nenhum bem material, sem nada para comer, conforme está escrito no capítulo 2, verso 2: “Rute, a moabita disse a Noemi: Deixa-me ir ao campo, e apanharei espigas atrás daquele que mo favorecer. Ela lhe disse: Vai, mi-nha filha!”

Existem muitas pessoas que têm dificuldades em entender essa passagem, porque querem que Jesus faça tudo para elas, não querem ter nenhum trabalho. A Palavra de Deus, entretanto, diz que o Senhor abençoará o trabalho de nossas mãos. “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conheci-mento, justificará a muitos, porque as iniqüidades de-les levará sobre si.” (Isaías 53.11.) Quantas vezes você tem orado, pedindo: “Senhor, põe espigas em minhas mãos”. Entretanto, você precisa ir em direção a elas. Levante-se e vá em direção ao que você tem pedido a Deus em oração. Fico admirado quando encontro alguém que está desempregado por um bom tem-

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po. Tem um ditado que diz assim: “Onde não pinga, seca”. Devemos trabalhar, não precisamos esperar o emprego surgir, mas devemos fazer alguma coisa. Trabalho significa executar alguma atividade re-munerada ou não. Quando trabalhamos o Senhor abençoa o trabalho de nossas mãos. Se você sonha com um emprego de vinte salários, mas só conse-guiu um de dois salários, aceite o de dois salários, que a bênção virá. Honre ao seu Senhor. “Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pou-co, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do se-nhor.” (Mateus 25.23.) Não fique sentado esperando e vivendo em dificuldades.

Quando Rute chegou, já no outro dia, ela disse: “Eu vou rebuscar”. Isso é atitude de vencedor. Exis-tem pessoas que, literalmente, cruzam os braços e esperam que o milagre simplesmente caia em suas cabeças. Saiba que Deus abençoa as mãos daquele que as colocam no trabalho”. Rute chegou na épo-ca da colheita. No Antigo Testamento havia uma lei que determinava a colheita. A pessoa não po-deria colher tudo, ele tinha que deixar nos cantos da plantação algumas espigas, e o grão que caísse no chão não podia ser colhido, era deixado para

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aqueles que não tinham terra. Como está descrito em Levítico capítulo 19, versos 9 e 10 diz: “Quando também segardes a sega da vossa terra, canto do teu campo não segarás totalmente, nem as espigas caí-das colherás da tua sega. Semelhantemente não ra-biscarás a tua vinha, nem colherás os bagos caídos da tua vinha; deixá-los-ás ao pobre e ao estrangeiro. Eu sou o SENHOR, vosso Deus.” Por isso, em Israel existia pobres, mas não miseráveis.

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A grAçA de deus no

trAbAlho

Quando uma pessoa segue os princípios da Pa-lavra de Deus, o Senhor abençoa o trabalho das suas mãos. O trabalho nos dignifica e nos traz honra, ele é uma bênção na sua vida. Quando ficamos um dia sem trabalhar, esse é improdutivo. Devemos ter a consciência que devemos ser os melhores trabalha-dores, pois trabalhamos em primeiro lugar para o Senhor e devemos dar o nosso melhor para Ele. Um

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bom trabalhador chega sempre alguns minutos an-tes do horário estabelecido para começar a jorna-da do dia. Algo que me entristece muito é quando um empresário me procura e diz: “Olha pastor, eu nunca mais emprego um crente na minha empresa. Na maioria das vezes, eles são os piores funcionários, porque não cumprem com o horário estabelecido, não obedecem ao seu superior, faltam em demasia”. Fico sem resposta para ele. Não há o que dizer. Isso é como uma bofetada em minha face. Apenas falo para Deus: “Mas Senhor, não é para ser assim, as tuas ovelhas devem ser as melhores”.

O nome do Senhor está na sua vida, por isso entenda que o principal propósito de você estar no seu local de trabalho não é o de ganhar o seu salário, mas estender o reino de Deus ali. O salário é apenas uma consequência. Quando você traba-lha para Deus, Deus trabalha para você. Como está escrito: “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o cora-ção, como para o Senhor e não para homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da heran-ça. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo.” (Colos-senses 3.23-24.)

Rute chegou e começou a trabalhar, ela não

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ficou esperando ter abundância, pelo contrário, o que ela queria era apenas as sobras, porém as so-bras foram no inicio, em seguida ela começou a comer das mãos de Boaz, e logo estava em plena união com ele. Ela se casou com Boaz e passou a desfrutar de tudo o que ele possuía. O mesmo acontece na nossa vida de união com Cristo. Rute não era nem mesmo um serva quando chegou, mas foi elevada à posição de esposa e, quando se casou com Boaz, tudo o que era dele passou a ser dela. É por isso que a Palavra de Deus diz: “Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu; ele pastoreia entre os lírios. Eu sou do meu amado, e ele tem saudades de mim.” (Cantares 6.3; 7.10.) Quando você é dele, Ele é seu. Quando você é dele, não só Ele tem saudades de você, mas você também tem saudades dele.

No capítulo 2 verso 17, nós lemos: “Esteve ela apanhando naquele campo até à tarde; debulhou o que apanhara, e foi quase um efa de cevada”. Queri-do, trabalhe até à tarde; o trabalho é uma bênção. Não seja como os preguiçosos que trabalham duas horas e já pedem a morte para si, porque já estão extenuados (cansados). Dê valor à saúde, à força que Deus lhe deu. Não deixe para se lembrar do

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que Ele lhe dera quando as forças acabarem, quan-do estiver velho e cansado, sem a disposição de um jovem. Não seja como o preguiçoso, mas como a formiga: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, consi-dera os seus caminhos e sê sábio.” (Provérbios 6.6.)

“Disse-lhe Noemi, sua sogra: Minha filha, não hei de eu buscar-te um lar, para que sejas feliz? Ora, pois, não é Boaz, na companhia de cujas servas estiveste, um dos nossos parentes? Eis que esta noite alimpará a cevada na eira. Banha-te, e unge-te, e põe os teus me-lhores vestidos, e desce à eira; porém não te dês a co-nhecer ao homem, até que tenha acabado de comer e beber. Quando ele repousar, notarás o lugar em que se deita; então, chegarás, e lhe descobrirás os pés, e te deitarás; ele te dirá o que deves fazer. Respondeu-lhe Rute: Tudo quanto me disseres farei. Então, foi para a eira e fez conforme tudo quanto sua sogra lhe havia ordenado. Havendo, pois, Boaz comido e bebido e es-tando já de coração um tanto alegre, veio deitar-se ao pé de um monte de cereais; então, chegou ela de man-sinho, e lhe descobriu os pés, e se deitou. Sucedeu que, pela meia-noite, assustando-se o homem, sentou-se; e eis que uma mulher estava deitada a seus pés. Disse ele: Quem és tu? Ela respondeu: Sou Rute, tua serva;

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estende a tua capa sobre a tua serva, porque tu és res-gatador. Disse ele: Bendita sejas tu do SENHOR, minha filha; melhor fizeste a tua última benevolência que a primeira, pois não foste após jovens, quer pobres, quer ricos. Agora, pois, minha filha, não tenhas receio; tudo quanto disseste eu te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa. Ora, é muito verda-de que eu sou resgatador; mas ainda outro resgatador há mais chegado do que eu. Fica-te aqui esta noite, e será que, pela manhã, se ele te quiser resgatar, bem está, que te resgate; porém, se não lhe apraz resgatar-te, eu o farei, tão certo como vive o SENHOR; deita-te aqui até à manhã. Ficou-se, pois, deitada a seus pés até pela manhã e levantou-se antes que pudessem conhecer um ao outro; porque ele disse: Não se saiba que veio mulher à eira. Disse mais: Dá-me o manto que tens sobre ti e segura-o. Ela o segurou, ele o en-cheu com seis medidas de cevada e lho pôs às costas; então, entrou ela na cidade. Em chegando à casa de sua sogra, esta lhe disse: Como se te passaram as coi-sas, filha minha? Ela lhe contou tudo quanto aquele homem lhe fizera. E disse ainda: Estas seis medidas de cevada, ele mas deu e me disse: Não voltes para a tua sogra sem nada. Então, lhe disse Noemi: Espera, mi-

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nha filha, até que saibas em que darão as coisas, por-que aquele homem não descansará, enquanto não se resolver este caso ainda hoje.” (Rute 3.1-18.)

O versículo 5 diz: “Respondeu-lhe Rute: Tudo quanto me disseres farei.” Como de costume, Rute disposta a obedecer, prometeu fazer tudo quanto sua sogra lhe disse. E então ela passa a ter uma rela-ção de amor com Boaz. No capítulo 3 verso 11, Boaz disse o seguinte para ela: “Agora, pois, minha filha, não tenhas receio; tudo quanto disseste eu te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa.” Entenda isso, quando Rute disse a Noemi: “Tudo quanto me disseres farei”, Boaz diz para Rute: “Tudo quanto disseste eu te farei.” Na vida cristã é assim, quando você se abre para Jesus, se dispõe a obedecer fazer a vontade dele, Ele lhe enche da gra-ça dele e lhe diz: “Tudo o que me disser, eu farei, tudo o que me pedir eu farei.” “Se pemanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e vos será feito.” (João 15.6.)

Você não tem percebido o mover de Deus em sua vida? Muitas vezes parece que você está ba-tendo, mas não está acontecendo nada? Por quê? É simples, porque você não tem feito o que Ele tem

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lhe mandado fazer. Por exemplo: não adianta você pedir: “Senhor, abençoe a minha vida financeira”, mas você não é dizimista fiel. A Bíblia diz que se você não é fiel no pouco, também não será fiel no muito. “Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito.” (Lucas 16.10.) Isso não significa entregar o dízimo de mil reais ou de um real, não é a quantidade, mas a ex-pressão de fidelidade. Só os que amam são fiéis.

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A grAçA dA proteção

Quando Rute chegou àquele campo, logo entrou Boaz e a viu: “Depois, perguntou Boaz ao servo encar-regado dos segadores: De quem é esta moça?” (Rute 2.5.) Interessante que ele não perguntou: Quem é esta moça? Mas, de quem é esta moça? Será que se alguém olhar para você irá fazer a mesma pergunta? De quem é você? Eu sou de Jesus. Quando você aceita Jesus como Senhor e Salvador de sua vida, você passa a ser dele por direito. Por isso, a sublimidade do co-nhecimento de Jesus é tão grande e importante.

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Rute saiu de Moabe e foi para Belém com No-emi. Moabe era uma terra idólatra, um lugar de desprezo. E Boaz perguntou: “O que ela está fazendo aqui?” Rute tinha fome de ganhar a Jesus, por amor estava em Belém. Muitos vêm para o evangelho porque suas vidas estão destruídas, mas em meio às circunstâncias podem vir a conhecer o Amado que é o Senhor.

Veja os cuidados de Boaz para com Rute: “Então, disse Boaz a Rute: Ouve, filha minha, não vás colher em outro campo, nem tampouco passes daqui; porém aqui ficarás com as minhas servas. Estarás atenta ao campo que segarem e irás após elas. Não dei ordem aos servos, que te não toquem? Quando tiverdes sede, vai às vasilhas e bebe do que os servos tiraram.” (Rute 2.8-9.) Existem três promessas nesse texto: a primei-ra promessa é a do alimento; a segunda é a prote-ção, e a terceira é a água em qualquer momento. O alimento: “Estarás atenta ao campo que segarem e irás após elas”.

A proteção: “Não dei ordem aos servos para que te não toquem?” Diz a Palavra que o Senhor dá ordem aos seus anjos (Salmo 91.11). “Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.” (Salmos

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119.11.) “O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e os livra.” (Salmos 34.7.) “Filhinhos, vós sois de Deus e tendes vencido os falsos profetas, por-que maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo.” (1 João 4.4.) Quando você está na eira, no campo, o Senhor dá ordem a teu respeito. Ali, existe proteção.

No calor do dia, a promessa da água: “Quando tiveres sede, vai às vasilhas e bebe do que os servos tirarem”. Quando você tiver sede, não precisa sair por aí procurando água, vá às vasilhas, vá à Fonte verdadeira que é o Senhor.

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conclusão

No Salmo 36, versos 7 e 8, há uma expressão gloriosa que diz: “Como é preciosa, ó Deus, a tua be-nignidade! Por isso, os filhos dos homens se acolhem à sombra das tuas asas. Fartam-se da abundância da tua casa, e na torrente das tuas delícias lhes dás de beber.”

Quando Rute ouviu o que Boaz disse: “Estarás atenta ao campo que segarem e irás após elas. Não dei ordem aos servos, que te não toquem? Quando tiveres sede, vai às vasilhas e bebe do que os servos tiraram.” Ela então inclinando o rosto em terra, disse-lhe: “Como é que me favoreces e fazes caso

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de mim, sendo eu estrangeira?” (Rute 2.9-10.) Ela não era digna, pois era uma estrangeira, ela per-gunta: “Por quê?” Quem sabe se você também está perguntando: “Como é que tu me favoreces e fazes caso de mim?” Eu quero dizer meu querido leitor, que o Senhor faz caso de você. O Senhor se importa com você. O Senhor sabe de tudo o que se passa dentro do seu coração.

Ele conhece as suas angústias, seus temores e suas necessidades. O nosso Boaz, Jesus, nos trata individualmente. O Senhor trata você na sua in-dividualidade. O nosso Boaz, Jesus, não veio para condenar, mas sim para salvar. Ele não nos com-prou com ouro ou prata ou coisas corruptíveis desse mundo, fomos comprados pelo precioso sangue do Senhor: “Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo.” (1 Pedro 1.18-19.) Tudo isso é graça! A graça de Deus a nosso favor! Isso define o ato de Jesus na cruz, que morreu por todos nós, mesmo não sendo merecedores. Quando temos esse en-

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tendimento, tudo muda. Aprendemos a descan-sar nas mãos do Senhor e a desfrutar desse favor imerecido, a graça de Deus. Mesmo em meio às tribulações, desfrute, então, dessa graça.

Deus abençoe!

Pr. Márcio Valadão

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jesus te AmA e Quer

VocÊ!

1º PASSO: Deus o ama e tem um plano maravilhoso para sua vida. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigê-nito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.“ (Jo 3.16.)

2º PASSO: O Homem é pecador e está

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separado de Deus. “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.“ (Rm 3.23b.)

3º PASSO: Jesus é a resposta de Deus, para o conflito do homem. “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.“ (Jo 14.6.)

4º PASSO: É preciso receber a Jesus em nosso coração. “Mas, a todos quantos o rece-beram, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome.“ (Jo 1.12a.) “Se, com tua boca, confessares Je-sus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação.” (Rm 10.9-10.)

5º PASSO: Você gostaria de receber a Cristo em seu coração? Faça essa oração de

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decisão em voz alta:“Senhor Jesus eu preciso de Ti, confesso-te o

meu pecado de estar longe dos teus caminhos. Abro a porta do meu coração e te recebo como meu único Salvador e Senhor. Te agradeço por-que me aceita assim como eu sou e perdoa o meu pecado. Eu desejo estar sempre dentro dos teus planos para minha vida, amém”.

6º PASSO: Procure uma igreja evangé-lica próxima à sua casa.

Nós estamos reunidos na Igreja Batista da Lagoinha, à rua Manoel Macedo, 360, bairro São Cristóvão, Belo Horizonte, MG.

Nossa igreja está pronta para lhe acom-panhar neste momento tão importante da sua vida.

Nossos principais cultos são realizados aos domingos, nos horários de 10h, 15h e 18h horas.

Ficaremos felizes com sua visita!

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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Gerência de Comunicação

Rua Manoel Macedo, 360 - São Cristóvão

CEP 31110-440 - Belo Horizonte - MG

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