a globalizaÇÃo e as organizaÇÕes financeiras internacionais
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A GLOBALIZAÇÃO E AS ORGANIZAÇÕES FINANCEIRAS INTERNACIONAIS. Abel M. Mateus Professor Universidade Nova Lisboa Consultor Banco de Portugal Lisboa, Dezembro de 1999. Apresentação e sumário. Mitos e realidades sobre a globalização? PIB e Comércio Internacional - PowerPoint PPT PresentationTRANSCRIPT
A GLOBALIZAÇÃO E AS ORGANIZAÇÕES FINANCEIRAS INTERNACIONAIS
Abel M. MateusProfessor Universidade Nova LisboaConsultor Banco de Portugal
Lisboa, Dezembro de 1999
Apresentação e sumário
Mitos e realidades sobre a globalização? PIB e Comércio Internacional Fluxos de capitais: IDE e portfolio
investment A situação económica internacional e
perspectivas As instituições financeiras internacionais:
papel e reforma
O que é a globalização? Elevado crescimento do comércio internacional e
abertura das economias Importância das Empresas Trans-nacionais Forte expansão do Investimento Directo Estrangeiro Forte expansão dos fluxos internacionais de capitais e
a diversificação das carteiras internacionais Os mercados financeiros emergentes Agrupamentos regionais de integração económica e
monetária
A dimensão da globalização
Em 1997, o volume da produção internacional, atribuída a cerca de 53 000 Trans-nacionais (TNC) e as suas 450 000 afiliadas, era de $3,5 triliões medida pelo stock de capital de IDE acumulado
As vendas destas TNC atingiam $9,5 triliões As exportações globais das afiliadas foram de
$2 triliões, e os seus activos atingiam $13 triliões, gerando um valor acrescentado de $2 triliões
A dimensão da globalização
Internacionalização - processo de extensão das actividades económicas para além das fronteiras nacionais
Globalização - para além da internacionalização envolve a integração funcional das actividades dispersas por diversos
A dimensão da globalização (cont.)
O stock de IDE de fluxos in e out representa já 21% do PIB global
As exportações das afiliadas são já 1/3 das exportações mundiais
O PIB das afiliadas representa 7% do PIB global O rácio do volume de IDE in e out em relação ao
PIB mundial cresceu em 80-96 a um ritmo que é o dobro do que cresceu as importações mais exportações sobre o PIB, o que revela que a produção internacionalizada está a acentuar a interdependência em termos de comércio
• Dados da UNCTAD, World Investment Report, 1998
Grandes alterações estruturais na economia mundial Como será o mapa económico mundial no início do
próximo milénio? Como estão a evoluir os fluxos comerciais por grandes
regiões? Quais serão os países mais pobres e mais ricos do
globo?
Grandes alterações estruturais na economia mundial
UE perde peso no PIB mundial (21,2% em 1990 para 16,5% em 2010)
EUA também perdem peso (21% para 16%) Emergência da China como uma potência económica:
passa de 2,7% do PIB mundial em 1980 para 20% em 2010
Rússia continuará a sua longa transição (2,6% em 1990 para 1,9% em 2010)
Os Grande Cinco (China, Índia, Brasil, México e Coreia) passarão de um peso no PIB mundial de 20% em 1995 para 33% em 2010.
• Projecções do Banco Mundial
POPULAÇÃOMilhões 1995
1995UNIÃO EUROPEIA 302ESTADOS UNIDOS AMÉRICA 263JAPÃO 125CHINA 1,200RÚSSIA 148BRAZIL 159COREIA 45MEXICO 92INDIA 929
PIB Mundial Percentagens
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1970 1980 1990 1995 2000 2010
INDIA
MEXICO
COREIA
BRAZIL
RÚSSIA
CHINA
JAPÃO
ESTADOS UNIDOS AMÉRICA
UNIÃO EUROPEIA
PRODUTO INTERNO BRUTO MUNDIALUn. Dólares per capita PPP 95
1995UNIÃO EUROPEIA 18,500ESTADOS UNIDOS AMÉRICA 26,980JAPÃO 22,110CHINA 2,920RÚSSIA 4,480BRAZIL 5,400COREIA 11,450MEXICO 6,400INDIA 1,400
ECONOMIA INTERNACIONAL 1995Un. Biliões dólares 95 PIB Export
1995 1996UNIÃO EUROPEIA 7,610 2,113ESTADOS UNIDOS AMÉRICA 7,100 687JAPÃO 4,964 380CHINA 745 127RÚSSIA 332 57BRAZIL 580 54COREIA 435 129MEXICO 305 74INDIA 320 32PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS 13,446 914 ÁFRICA 1,166 79 ÁSIA 7,718 391 AMÉRICA LATINA 3,018 217 MEDIO ORIENTE E EUROPA 2,504 201TOTAL 34,300 5,283
Peso da UE em relação aos 3 blocos
Indicadores Económicos
População(em milhões)
em 1995
% no PIBda OCDEem 1996
% do comérciomundial em
1996
RácioExport/PIB
em 1996
Reservas emmil milhões $(final de 1995)
EUA 263 32.5 19.6 8.2 49.1
Japão 125 20.5 10.5 9 172.4
UE15 370 38.3 20.91 10.2 349.8
1 - Excluindo o comércio intra-UE
Fonte: FMI
PIB per capita emm PPP EUR=100
Alemanha Franca Italia Reino UnidoPortugal EUR EUA Japao 1961-1970 119 108 93 113 45 100 172 73 1971-1980 116 112 97 101 54 100 152 96 1981-1990 116 111 103 100 56 100 145 106
1992 108 111 106 98 64 100 138 1191995 110 107 105 95 67 100 144 1171999 109 105 103 97 71 100 143 117
Taxas crescimento PIB real
Alemanha Franca Italia Reino UnidoPortugal EUR EUA Japao 1961-1970 4.4 5.6 5.7 2.9 6.4 4.8 3.8 10.5 1971-1980 2.7 3.3 3.6 2.0 4.7 3.0 2.8 4.5 1981-1990 2.2 2.4 2.2 2.6 2.9 2.4 2.6 4.0 1991-1999 2.4 1.8 1.5 1.8 2.6 2.1 2.3 2.1
A aceleração do comércio internacional
O comércio de bens, medido pelas exportações mundiais, cresceu a um ritmo de 6% entre 1990-96, contra 1,5% da produção mundial. Mantém-se assim a tendência de uma maior internacionalização das actividades económicas. Entre 1950 e 1994 as exportações mundiais cresceram 14 vezes, enquanto que a produção mundial cresceu pouco mais de 5 vezes. (Dados da OMC)
FLUXOS DE COMÉRCIO - ANO DE 1996(Quadro elaborado com base em fluxos de exportações)
Unidade: milhão de USDDe UE NAFTA E.U.A Canadá México Japão Ásia
Para (1)
UE - 142849 127522 10783 4544 63134 142949NAFTA 164853 - 189345 168616 81844 121956 200683E. U. A. 144942 245424 - 164761 80663 113174 187655Canadá 13494 133765 132584 - 1181 5124 9733México 6417 57616 56761 855 - 3658 3295Japão 44978 76370 67536 7471 1363 - 127874Ásia (1) 141802 129324 119906 8324 1094 181491 -
Fonte: Direction of Trade Statistics, Yearbook 1997, IMF
Fluxos financeiros globais Fluxos globais de capitais Fluxos privados Fluxos oficiais: multilaterais e
bilaterais
FLUXOS DE INVESTIMENTO DIRECTO ESTRANGEIRO
Unidade: milhão de USD
NO EXTERIOR NO INTERIOR
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997
UE 132.081 106.109 109.767 96.014 114.701 159.994 150.274 163.799 97.887 78.723 83.990 80.110 70.558 113.777 95.094 104.603NAFTA 34.674 37.213 46.205 84.049 63.590 97.909 96.325 113.150 58.407 29.512 27.106 58.151 65.127 77.979 91.522 111.101E. U. A. 29.951 31.378 42.660 78.172 54.465 86.738 87.812 103.950 47.918 22.010 17.936 48.994 45.678 67.527 76.955 90.800Canadá 4.725 5.837 3.547 5.879 9.127 11.173 8.515 9.200 7.855 2.740 4.777 4.768 8.476 10.824 6.398 8.200México (2) (2) (2) (2) (2) (2) (2) 2.634 4.762 4.393 4.389 10.973 9.526 8.169 12.101Japão 50.497 31.620 17.390 13.834 18.089 22.508 23.442 23.485 1.760 1.298 2.760 119 912 39 200 3.200Ásia (1) 9.309 4.957 8.532 11.230 12.225 14.197 17.181 18.200 18.421 20.779 25.926 45.574 56.378 64.726 73.631 83.203 d.q.China 3.487 4.366 11.156 27.515 33.787 35.849 40.180 45.300America Latina 8.339 12.808 14.415 13.378 27.495 28.838 40.056 56.138Europa LE 456 3.418 5.644 8.080 7.862 17.209 16.315 20.300Africa 1.130 2.479 2.553 2.926 4.178 4.597 5.588 6.415 Total 238.545 194.124 191.654 223.385 252.366 321.518 318.149 385.000 206.252 154.816 169.178 217.318 237.001 332.557 330.783 400.000
Fonte: Balance of Payments Statistics, Yearbook 1998, IMF
(1) Inclui, entre outros:
FLUXOS DE INVESTIMENTO DE CARTEIRA (PORTFOLIO)
Unidade: milhão de USD
NO EXTERIOR NO INTERIOR
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997
UE 86.105 143.924 209.874 270.226 105.801 132.604 244.199 157.382 207.609 282.962 450.480 75.405 202.234 259.570 290.000 Alemanha 15.172 17.958 48.062 32.662 53.988 22.076 38.149 13.436 42.245 80.000 152.391 23.057 59.100 90.678 Reino Unido 32.429 55.556 51.094 132.446 -34.853 64.159 91.922 24.914 14.775 25.921 43.064 55.003 61.374 64.753 França 8.409 15.716 18.463 31.499 24.659 22.901 48.687 43.219 29.535 52.500 34.516 -30.109 9.700 -19.836 Italia 19.285 22.714 26.557 8.416 19.207 2.704 23.893 19.259 19.168 26.258 65.740 25.407 38.652 81.413 Espanha 1.367 2.410 2.811 6.772 1.837 627 3.739 10.385 22.489 12.169 56.125 -19.310 21.222 2.525 Benelux 9.443 29.570 62.887 58.431 40.963 20.137 37.809 7.946 27.490 59.016 50.472 17.445 -2.298 27.130NAFTA 38.393 56.470 57.801 160.601 67.597 105.964 121.196 41.353 97.799 110.735 181.448 164.722 77.979 411.931E. U. A. 28.800 45.688 49.166 146.253 60.309 100.074 108.189 22.020 57.531 72.188 110.977 139.400 237.475 383.068Canadá 2.239 10.179 9.800 13.784 6.521 5.228 13.551 15.964 27.527 20.506 41.552 17.140 17.185 14.709México 7.354 603 -1.165 564 767 662 -544 3.369 12.741 18.041 28.919 8.182 -9.715 14.154Japão 37.798 81.652 34.569 64.225 91.545 87.242 114.585 46.680 126.053 7.605 -6.645 64.326 50.667 73.440PVD 17.284 11.380 7.233 8.975 22.687 13.343 31.857 22.000 22.447 31.352 49.283 116.997 107.529 43.624 115.335 62.500Ásia (1) 2.557 1.240 -675 10.286 13.943 13.428 17.860 8.000 229 3.851 8.330 28.195 26.446 27.529 36.557 12.000America Latina 9.867 9.103 -1.028 3.871 4.482 1.049 1.379 2.000 8.339 12.808 14.415 13.378 27.495 28.838 40.056 37.500Europa LE 136 336 985 1.938 759 2.781 1.757 1.600 643 840 3.182 10.070 4.863 5.958 11.437 9.700Médio Oriente 4.785 734 7.929 -7.209 3.429 -3.976 10.742 1.000 672 1.022 830 2.855 3.274 1.782 2.970 9.000Africa 23 89 73 61 119 150 -255 -328 1.808 1.188 2.475 2.480 2.888 2.700 Total 183.805 335.867 357.363 558.223 328.665 370.202 582.701 262.095 459.414 449.432 749.830 425.894 570.389 881.620 Portugal 961 1895 -2685 4214 3727 2065 5191 7195 Em % UE 0,61 0,91 -0,95 0,94 4,94 1,02 2,00 2,48
Fonte: Balance of Payments Statistics, Yearbook 1998, IMF
FLUXOS LÍQUIDOS DE CAPITAIS INTERNACIONAISPARA PAÍSES SUBDESENVOLVIDOSEM BILIÕES DÓLARES
1990 1993 1996TOTAL 100.6 212.0 284.6 OFICIAIS 56.3 55.0 40.8 DOAÇÕES 29.2 29.3 31.3 EMPRÉSTIMOS 27.1 25.7 9.5 BILATERAIS 11.6 10.3 -5.6 MULTILATERAIS 15.5 15.4 15.0 PRIVADOS 44.4 157.1 243.8 FLUXOS DE DÍVIDA 16.6 44.9 88.6 EMP. BANCOS COM. 3.0 -0.3 34.2 OBRIGAÇÕES 2.3 35.9 46.1 OUTROS 11.3 9.2 8.3 IDE 24.5 67.2 109.5 INV. CARTEIRA 3.2 45.0 45.7
memo IDE China 42.5 Privado México 28.1 Brazil 14.7 NIAs 46.9
As tendências dos fluxos internacionais capitais
Nos fluxos de IDE mais de metade (55% em 1997) dirige-se para os Países Desenvolvidos, em especial EUA , Reino Unido e França (39% do total em 1996).
Os principais países originários são EUA, Alemanha, Reino Unido e Japão (58% do total em 1996)
Em 1997 os PVD que receberam maiores volumes de IDE foram a China ($45 bn), Brazil (16) e México (12)
A Ásia continua a atrair mais de metade do IDE para os PVD. Segue-se a América Latina e depois a Europa de Leste que tem crescido muito rapidamente.
As tendências dos fluxos internacionais capitais
Os fluxos de capitais para investimento em carteira atingem actualmente mais de $1 trilião de dólares
Os principais países originários são EUA , Japão, Reino Unido, Benelux e França
Os principais países receptores de investimentos de carteira são os EUA ($500bn), Alemanha, Reino Unido e Japão (em conjunto 70% em 1996)
Em 1997 os PVD receberam cerca de $115bn de investimento em acções e obrigações: América Latina ($40bn) e Ásia ($36bn)
O quadro seguinte mostra que a crise dos mercados emergentes levaram a uma diminuição da exposição da banca à Rússia (mesmo assim com total de créditos de $56bn ) e à Ásia (com créditos no valor de $373bn) e ao Brasil.
As tendências dos fluxos internacionais capitais
Nos fluxos globais de capitais para os PVD nota-se uma forte retracção dos capitais oficiais, sobretudo devido à quebra dos bilaterais, (a ajuda oficial ao desenvolvimento atingiu, em percentagem do PIB o valor mais baixo desde a década de 50), porquanto os multilaterais mantiveram o seu volume, embora diminuíssem em proporção
Deu-se um forte aumento dos fluxos privados: o IDE desde 1997 e os investimentos de portfolio desde 1992, em substituição dos empréstimos bancários, afectados pela crise da dívida dos PVD da década de 80
O IDE tem-se revelado mais estável do que o investimento de carteira
A situação económica internacional recente e perspectivas
EUA com forte crescimento (superior a 4% ao ano nos últimos 3 anos) e UE em desaceleração em 98 e 99, mas em recuperação no último semestre. OCDE baixou taxa de crescimento do PIB de 3,3% em 97 para 2,2% em 1999.
Ásia terá atingido o fundo da crise em meados de 98 e já está em recuperação
América Latina em recessão - o PIB industrial estava a cair cerca de 5% em princípios de 99.
WEO Out. 99 Riscos para 2000
Problema: desequilíbrios mundiais - EUA com poupança privadanegativa e um déficit da conta corrente de 3,5% do PIB -forte estímulo da procura que não tem resultado em inflaçãomas em déficit externo
Porque é que a economia dos EUA tem crescido sem inflação?Forte crescimento da produtividade do trabalho
Devido à introdução de novas tecnologias (IT)
0
200
400
600
800
1961 1963 1965 1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997
USA Portugal Germany
Stock Prices
Risco: a forte subida das cotações das acções: NY e contágio
50
100
150
200
250
300
350
400
450
1961 1963 1965 1967 1969 1971 1973 1975 1977 1979 1981 1983 1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997
GDP
US: Stock Prices and GDP Trend
Deflated by CPI
A dominância da bolsa de Nova York
Capitalização bolsista
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
Russia Indonesia Filipinas Tailândia Argentina Malásia Coreia Sul Brasil HongKong
Alemanha Japão EUA
Jun-97
Dez-98
Em 98 estagnação dos lucros e P/E três vezes superior à média histórica
O perigo da instabilidade dos mercados financeiros
Nos mercados bolsistas dos EUA e UE, os rácios de valorização (preços/dividendos: 1,9% em 1997 - média histórica: 4,73% para o S&P500, preços/rendimentos: 20 no início de 97 quando o estudo foi feito, 30 em média de 97 - média histórica:14,2) estão a níveis extremos. O que irá acontecer às cotações? (Estes valores extremos só são comparáveis a 1929)
Imprevisibilidade dos rendimentos das acções (fundamentals mais variável aleatória).
Validade da teoria da eficiência dos mercados (sob a forma fraca). A taxa de rentabilidade das acções não pode manter-se em valores
extremos por muito tempo - terá que reverter para a média. Shiller e Campbell: quando os rácios de valorização (p.ex. P/E) estão
elevados, a bolsa cai nos dez anos seguintes (sobreavaliação em cerca de 40% de NY em 1997). R2 de 37%. Note-se que esta relação é de longo prazo. No curto prazo a relação é fraca.
John Campbell e Robert Shiller, Valuation Ratios and the Long-Run Stock Market Outlook, 7/30/97, processed
John Campbell e Robert Shiller, Valuation Ratios and the Long-Run Stock Market Outlook, 7/30/97, processed
Perspectivas a médio prazo para os países desenvolvidosProjecções da OCDE
Persistem fortes desequilíbrios na zona do euro
Principais organizações financeiras internacionais Banco Mundial Fundo Monetário Internacional Bancos Desenvolvimento Regionais, BPI Organização Mundial Comércio (WTO) OCDE
Grupo Banco Mundial
Engloba: Banco Internacional para Reconstrução e
Desenvolvimento (IBRD), Agência para Assistência ao Desenvolvimento (IDA) Sociedade Financeira Internacional (IFC) Agência de Garantia Multilateral de Investimentos
(MIGA) e o ICSID Fundado em 1945. Tem 181 membros. O capital do BM é derivado das subscrições de
quotas dos seus membros. Era de 186 Bil USD (Junho 98), do qual realizado 11Bil, o resto está sujeito a ser chamado se necessário
Grupo Banco Mundial (cont.)
A maioria dos fundos emprestáveis vem de emissão de obrigações nos mercados financeiros internacionais, em termos comerciais, dos lucros que realiza, e da amortização dos seus empréstimos.
O IBRD empresta a 15 anos ou menos, com um período de graça de 5 anos, a taxas próximas das do mercado. Os empréstimos são feitos a governos, com a garantia deste, e normalmente para projectos com taxas de rentabilidade acima do custo de capital de mercado.
A IDA empresta aos países mais pobres até 40 anos, sem juro, apenas com uma comissão de 0,75%.
Grupo Banco Mundial (cont.)
O IBRD e a IDA fizeram no ano orçamental terminado em 30Jun98 286 novos empréstimos no montante de $28,6bn (5,2 para Europa e Asia Central, 6 para América Latina e Caraíbas, 9,6 Asia Leste, 3,9 Asia Sul, 2,9 Africa e Médio Oriente)
A IDA é financiada por donativos dos países membros (36), e lucros do BM, todos os 4-5 anos. A IDA-12 que acabou de ser negociada foi de $20bn.
IFC dá apoio financeiro e aconselhamento a projectos e realizações do sector privado, e assiste os governos a desenvolverem o sector empresarial. Participa no capital de empresas. Em 1996/7 o financiamento de projectos totalizou $6,7bn.
IBRD E IDA: CRÉDITOS APROVADOS (1 Julho 1997-30 Junho 1998; em milhões USD)Sector Total
Agricultura 2.717Educação 3.129Energia 2.004Ambiente 902Finanças 6.244Saúde e nutrição e social 3.307Industrias 1.450Gestão sector público 1.990Transportes e telecom. 3.183Urbano, água e saneamento 1.671Multisectoriais 1.857
Total 28.594
Objectivos
O principal objectivo do Banco Mundial é a promoção do crescimento económico sustentado e a redução da pobreza entre os países subdesenvolvidos (abaixo dos 9-12 mil USD), através das seguintes acções: prosseguir as reformas económicas investimento nas pessoas, em particular em educação,
saúde, nutrição e planeamento familiar protecção do ambiente estímulo ao sector privado, e reforma do sector público com vista a reforçar o apoio ao
sector privado
Número de votos EUA 14,9% Japão 10,6% Alemanha 7,0% França 4,2% Reino Unido 5,0% Bélgica, Austria, etc. 4,2% Espanha, México, etc. 2,2% Canada, Caraíbas 4,1% Angola, Moç., Nig. etc. 4,1% Itália, Portugal, etc. 3,8% India, Sri-Lanka, etc. 4,4% Nórdicos 4,8% etc.
Fundo Monetário Internacional
O FMI foi estabelecido em 1945, depois da Conf. Bretton-Woods, para promover a cooperação monetária internacional, facilitar a expansão e crescimento equilibrado do comércio internacional e promover a estabilidade das taxas de câmbio
Tem 182 membros. O capital é constituído pela subscrição de quotas pelos membros. Em 1 Agosto 1997 as quotas totais eram de SDR 145 bn (EUA 26, Alem 8,2; Jap 8,2; Fra 7,4; RU 7,4; SaudiA 5,1). Todos os 5 anos são revistas para aumento.
Recursos adicionais provêm de empréstimos de governos. GAB do G-10 com SDR 17 bn.
FMI: Articles of Agreement
Promover a cooperação monetária internacional Facilitar a expansão e crescimento equilibrado do comércio
internacional e contribuir para a promoção de elevados níveis de emprego e rendimento bem como o desenvolvimento dos recursos produtivos dos seus membros
promover a estabilidade dos câmbios, mantendo relações ordeiras de câmbios entre os membros, e evitar desvalorizações competitivas
assistir no estabelecimento de um sistema multilateral de pagamentos com respeito das transacções correntes entre os membros e na eliminação das restrições cambiais que dificultem a expansão do comércio
dar confiança aos membros oferecendo-lhes assistência temporária, sob condições adequadas
respeitando as condições anteriores, encurtar e reduzir o grau de desequilíbrio nas balanças de pagamentos dos membros
Quem governa?
O Conselho de Governadores (que se reune todos os anos durante as Reuniões Anuais) delega o seu poder nos Directores Executivos.
O Director Geral do FMI é tradicionalmente um europeu (francês nos últimos 3 mandatos de 5 anos). É assistido por 3 Adjuntos.
O Conselho dos Directores Executivos tem 24 membros. Os EUA, Reino Unido, Alemanha, França e Japão têm um director. Os 19 restantes são elegidos por grupos dos restantes países.
O poder de voto de cada director é proporcional à quota no Fundo, mas na prática normalmente operam por consenso.
O Interim Committee do Conselho de Governadores reune-se duas vezes ao ano (Abril e Setembro) para analisar a situação monetária internacional e dar conselhos ao Conselho de Governadores.
O Development Committee (conjuntamente com os Governadores do Banco Mundial) analisa as questões de desenvolvimento e de financiamento do desenvolvimento.
SDR O SDR (Special Drawing Rights) foi introduzido em 1970 como
um substituto para o dólar e o ouro nas reservas dos Bancos Centrais. Foi criado devido à preocupação com a escassez do dólar, principal moeda de reserva.
Contudo, o problema veio a revelar-se exactamente o contrário - a abundância de dólares, devido aos déficits da balança corrente americana nos anos 1960, e à desvalorização do dólar face ao ouo, marco e outras moeda internacionais.
Com os Acordos da Instituição Smithsonian de 1973 acabou o peg do dólar ao ouro e das restantes moedas ao dólar - sistema padrão ouro-dólar. A partir desta data as taxas de câmbio passam a flutuar
O SDR é um cabaz de moedas (dólar, euro, yen e libra esterlina). Em 30/9/98 valia 1,36521 USD.
Assistência financeira
Em 1994/95 os commitments do FMI totalizaram SDR 19,6bn. Em 96/97 SDR 5,3. A 30 Abril 98, os créditos totais ao Fundo eram de 56 bn.
É feita normalmente sob as seguintes formas (fora da quota, em tranches de 25% da quota) “stand-by arrangement” -duraçao de 1 a 2 anos -
sujeito a “performance criteria”, recompra dentro de 3-4 anos.
“extended arrangement” - 3 anos - submissão de programa de ajustamento e relatórios de progresso anuais, recompra dentro de 4,5-10 anos.
“temporary facilities” - arranjos de curto prazo
Durante 1997/98 o Fundo aprovou um nível de novos financiamentos sem precedentes, no total de 32 bn SDRs, em grande parte por causa da crise dos mercados emergentes (26 bn aos países asiáticos)
15,5 bn para a Coreia 7,3 bn para a Indonésia A Russia é um dos países que maior assistência tem obtido do Fundo
nos últimos anos Em 1987 o Fundo estabeleceu o ESAF, 6 bn SDRs, destinado a
suportar em conjunto com o Banco Mundial a iniciativa HIPIC, que se destina a perdoar a dívida dos países pobres. Em 1997 foram identificados 41 HIPICs, dos quais 33 em Africa (até agora Uganda, Bolívia, Burkina, Moçambique, Guyana e Costa do Marfim).
A Organização Mundial do Comércio
Estabelecida em 1/1/1995, como sucessora do GATT, compreende 120 membros. (Entrada da China em discussão)
Principais funções: Administrar e facilitar a implementação do Uruguai Round
com vista à liberalização do comércio internacional administrar os processos de resolução das disputas de
comércio internacional cooperar com as restantes OFI para maior harmonia nas
decisões económicas globais
Princípios básicos Princípio da “nação mais favorecida” (MFN)
os membros são obrigados a estender entre si um tratamento por produtos não menos favorável do que aquele que negociaram com um terceiro parceiro
Excepções: Uniões aduaneiras e zonas de comércio livre Medidas a favor de países subdesenvolvidos
Princípio do “tratamento nacional” uma vez tendo entrado num mercado, os produtos não podem ser
tratados menos favoravelmente do que aqueles que são produzidos internamente
Princípio do acesso ao mercado previsível e certo pode ser determinado através de uma tarifa ou direitos aduaneiros
certos e previsíveis, para estimular as trocas internacionais. A tarifa não pode ser aumentada sem medidas compensatórias da contra-parte.
Principais acordos
TRIPS (Trade-Related Aspects of Intellectual Property Rights) procura assegurar que os nacionais dos estados-membros recebam tratamento igualmente preferencial à protecção da propriedade intelectual. (Alarga a Convenção de Berna e Paris a software, 10 anos de protecção a designs industriais, 20 anos para as patentes).
Medidas “anti-dumping”, quando a importação de um produto é feita a um preço de exportação inferior ao custo normal, causando prejuízos à produção nacional. Só são permitidos subsídios a I&D, assistência a regiões desfavorecidas ou de adaptação a condições ambientais
Resolução de conflitos de comércio internacional: intervenção da OMC e estabelecimento de um sistema processual.
Redução dos entraves ao comércio de produtos agrícolas: todas as restrições quantitativas deverão ser substituídas por tarifas. As tarifas devem ser reduzidas em 36% pelos PD e 24% pelos PVD num prazo de 10 anos. As medidads de suporte domésticas devem ser reduzidas em 20% pelos PD e 13% pelos PVD no mesmo prazo. Ao mesmo tempo foi assinado um acordo sobre a aplicação de medidas fitosanitárias e sanitárias que estabelece standards sobre condições sanitárias dos veegetais e animais objecto de comércio. Em Set.97 a OMC considerou que a proibição pela UE da importação de carne dos EUA criada com hormonas estava em violação do acordo.
O Acordo sobre Multifibras (1994) prevê a aplicação aos têxteis e vestuário das mesmas regras dos outros produtos industriais até 1/1/2005.
GATS prevê a liberalização dos serviços. Em particular os serviços financeiros e bancários foram liberalizados em Março de 1999, entre 102 países.
Reforma das Instituições Financeiras Internacionais
Polémica (1) “As elevadas taxas de juro prescritas pelo FMI para limitar a
depreciação das moedas asiáticas aprofundou a crise… devia ter sido uma política de moeda fácil e baixas taxas de juro” O grande dilema aqui é: taxas juro elevadas para defender a moeda,
mas isso agrava os custos das empresas e agrava o crédito mal-parado
CA: Uma política monetária laxista nos primeiros estádios de ataques especulativos contribuem para exarcebar a depreciação, aumentando o peso dos passivos denominados em moeda estrangeira (que foram a causa do problema)
“As fortes reduções dos déficits orçamentais levaram a que a crise se transformasse em recessão profunda É verdade que os custos fiscais do “bail out” dos sistemas financeiros
requer elevados recursos (20 a 30% do PIB) CA: Porém, uma política orçamental laxista (como a Indonésia prosseguiu já depois da crise
instalada) levanta dúvidas sobre o comprometimento das autoridades em reduzirem os déficits externos (OFMI acabou por aceitar ajustamentos fiscais mais graduais, incorporando os custos do “bail-out”)
Polémica (2) “As medidas requeridas pelo FMI extravasaram o seu domínio
tradicional, e representaram uma intromissão na soberania nacional” (Feldstein) É sempre difícil admitir políticas ditadas por OITs, e
tradicionalmente o FMI só intervem nos instrumentos macro CA: A catástrofe asiática teve origens estruturais em vez dos desequilíbrios macro
tradicionais - desde supervisão bancária deficiente, e relações obscuras entre governos, bancos e empresas. Papel fundamental da “good governance” e evitar “crony capitalism”
“A exigência pelo FMI de encerrar alguns bancos insolventes provocou uma corrida aos bancos” (Sachs) O problema de fecho de instituições insolventes tem de ser
atacado com o maior segredo e rapidez, por causa do perigo de contágio ao sistema financeiro
CA: Aconteceu na Indonésia e não na Tailândia ou Coreia. Razão é que aquele país tomou medidas tímidas, quando havia rumores de muitos mais bancos insolventes.
Polémica: o problema dos controles de capitais “Os controles à entrada de capitais de curto prazo poderiam
ter evitado a crise” Um dos problemas fundamentais foi o crédito a curto prazo
às empresas ou bancos asiáticos que o emprestavam para investimentos de longo prazo (mismatch of maturities). Mas este é um problema de supervisão do sistema financeiro.
As restrições reduzem os capitais altamente voláteis, que podem sair em qualquer altura
A regra de solvabilidade de Basileia fomenta os empréstimos a curto em detrimento do longo prazo (Reforma necessária)
Problema: empréstimos a grandes sociedades (70 bn no caso da Indonésia) não é coberto por supervisão bancária
CA: Contoles têm de ser sempre temporários e só no caso de não haver outros instrumentos disponíveis
Polémica: o problema dos controles de capitais “O controle sobre a saída de capitais no caso da erupção da crise reduz a
sua virulência” (Krugman) Controles permitem quebrar a ligação entre taxas de juro e taxas de
câmbio, pelo que as taxas de juro se podem baixar sem que isso provoque desvalorização
CA: Não há evidência que países que tenham adoptado controles tenham tido mais sucesso. É sempre fácil com a globalização dos pagamentos fugir facilmente aos controles. As distorções que pode causar e a repressão financeira associada podem ser altamente prejudiciais. O anúncio de controles pode precipitar a crise ou “assustar os investidores” (A Malásia que adoptou esta via em grande parte por sugestão de econ. Amer. Não teve sucesso)
“Não se devem liberalizar os movimentos de capitais sem condições estritas” (problema da sequência da liberalização) Liberalizar movimentos de capitais com distorções no comércio
internacional, com fraca supervisão, ou com desequilíbrios macro é um perigo
CA: Os benefícios da liberdade de capitais são muitos. Impõe disciplina aos agentes de política económica.
Polémica (4) “Os pacotes financeiros de “bail-out” do FMI e países
industrializados aumentam o perigo de moral hazard” (Barro: o FMI transformou-se no bombeiro do mundo e a administração de Clinton assegura que existe água suficiente para combater os fogos - Business Week, Dez. 1998) As expectativas de bail-out levam os investidores
internacionais e credores a não monitorarem com cuidado os seus investimentos ou a capacidade creditíciados devedores. Este é um dos pontos mais sérios de crítica à actuação das OITs - é necessário envolver mais so privados nos pacotes de “bail-out”
CA: O moral hazard talvez seja o mal menor. Muito pior alternativa de os países serem abandonados a si próprios, com consequências muito mais dramáticas e distorções mais sérias. Os custos dum ajustamento rápido teriam de ser muito maiores (p.ex. Ruptura de toda a espécie de crédito internacional). Para além do perigo de contágio.
A nova arquitectura do sistema financeiro internacional
Três grandes blocos monetários: dólar, euro e yen Resto Mundo: “pegs” a uma ou várias daquelas moedas; ou
regime de câmbios flutuantes. A orientação mais recente da teoria parece ser: pequenos países devem ter “currency boards” ou ter um “peg”. Zonas com elevadas trocas comerciais entre si (optimum currency areas) devem procurar integração monetária. O “peg” deve ter sempre como base o “cabaz de moedas dominantes nas relações externas”.
O “peg” não é substituto para disciplina macro. É necessário credibilidade e reservas mínimas para o sustentar
Em caso de desequilíbrio externo (sobre ou subavaliação) é preferível ajustamento imediato do que o seu adiamento
A nova arquitectura do sistema financeiro internacional e a supervisão
Os efeitos de contágio mostra necessidade de maior cooperação internacional entre organismos de supervisão
A internacionalização dos mercados de capitais, mostra que falhas no país credor podem implicar problemas sérios no devedor
Problema da supervisão Na zona do euro não está resolvida (problema do “lender of last
resort”) Nos EUA dispersão das autoridades No Japão mostra grandes deficiências Nos PVD bastante fraca
A necessidade de organismos mais integrados de supervisão (problema dos conglomerados financeiros)
A nova arquitectura do sistema financeiro internacional e a supervisão (cont.)
Problema das “bolhas especulativas” nos mercados títulos, imobiliários, etc. Como preveni-las?
Necessidade de melhorar os sistemas de supervisão integrados
Apertar contas margens e restringir condições de empréstimos pela banca quando há sintomas que uma bolsa se está a formar?
Os bancos centrais devem guiar a sua política monetária por um Índice de Inflação que é uma média ponderada dos preços de bens e serviços + preços de activos?
A nova arquitectura do sistema financeiro internacional (cont.)
Em caso de desequilíbrio externo (sobre ou subavaliação) é preferível ajustamento imediato do que procastrinar.
Reduzir a procura interna até atingir equilíbrio externo provoca uma recessão evitável
Se o desequilíbrio é resultado de déficit orçamental excessivo ou endividamento excessivo dos agentes privados é essencial que o programa de estabilização ataque estes problemas prioritariamente
A desvalorização tem sempre de ser acompanhada por medidas de contenção da procura agregada, e em particular do racionamento do crédito e/ou políticas de taxas de juro coerentes
A nova arquitectura do sistema financeiro internacional (cont.)
Reforço das instituições de Bretton Woods FMI
facilitador do processo de ajustamento dos desequilíbrios das balanças externas e
promotor da liberdade dos movimentos de capitais aconselhamento sobre os “fundamentais” correctos das
economias Banco Mundial
promotor do desenvolvimento sustentado dos PVD com prioridade ao alívio da pobreza extrema
Organização Mundial do Comércio promotor da liberdade do comércio internacional
A globalização requer uma nova ordem internacional?
A globalização assenta na liberdade dos movimentos de bens, serviços e capitais
Deve-se exigir aos PVD salários mínimos ou leis laborais e sociais mínimas? Não. Impor estes requisitos é interferir em assuntos
domésticos. Impor pode levar a perdas importantes de competitividade. Afinal a competitividade dos PVD assenta no baixo custo da mão-de-obra. È necessário que haja uma correcta valorização dos factores produtivos.
Apenas respeito dos direitos humanos (problema do trabalho infantil ou dos direitos das mulheres)
A globalização requer uma nova ordem internacional? (cont.)
Deve-se restringir as importações dos PVD porque deprimem os salários dos trabalhadores não qualificados ou aumentam o desemprego nos PD? Não. O desenvolvimento dos PVD faz-se sobretudo pelo
comércio externo. É necessário manter um clima favorável às importações dos PVD para que estes se possam desenvolver.
Necessidade de códigos de conduta e “good governance”. A concorrência entre PD nos projectos dos PVD não deve facilitar a corrupção.
Cooperação e relações empresariais. O primeiro estabelece o enquadramento (sobretudo
orientadas para a “boa política económica e alívio da pobreza”. As empresas fazem o comércio e investimento.
A globalização está a prejudicar as condições ambientais. Existem dois problemas nesta questão
Primeiro, as questões ambientais globais, tais como o global warming, e a protecção das camadas do ozono, dos recursos comuns com os oceanos, espaço estratosférico, etc. Esta questão requer uma aproximação comum, negociações
globais, e acordos multilaterais. É o caso do Acordo de Kyoto sobre a emissão de carbonetos. È o caso das florestas tropicais que são consideradas por muitos como “património da humanidade”. Contudo, não existe um tratamento adequado dos “direitos de propriedade” e esquemas compensatórios para os países que as possuem ou os pobres que não podem explorar os seus recursos
A segunda questão é a necessidade de impôr condições ambientais aos países que fazem trocas comerciais ou onde investimos Algumas indústrias que migram dos PD para os PVD são
indústrias altamente poluentes que fogem às restrições e custos impostos pelos PD. Este caso é semelhante à imposição de condições ao trabalho em PVD. Pensamos que faz sentido estabelecer restrições que afectam o ambiente do nosso planeta, mas não se podem impor restrições que vão para além das condições mínimas e de defesa da saúde dos seus habitantes.
Ainda recentemente, a aprovação do NAFTA pelo Congresso americano foi subordinada á condição da imposição de certas normas de protecção do ambiente pelo México. Este requesito parece-nos razoável e resultará evidentemente da negociação bilateral.
Papel do FMI Muitas críticas são infundadas e são consequência de que “ o
médico é a causa da doença”. Os Governos só chamam o Fundo quando estão em situação de desequilíbrio desesperado.
É necessário que o modelo central do FMI: modelo monetarista de ajustamento da balança de pagamentos seja cada vez mais complementado por medidas estruturais
As medidas estruturais são centrais em muitos prgramas de ajustamento: Rússia - construção das instituições de mercado e
desenvolvimento classe empresarial Ásia
reforço das supervisões bancárias; relações entreEstado e empresas “at arms-length” independência entre banca e indústria (chaebols na Coreia e
kairutsu no Japão)
Papel do Banco Mundial Só faz sentido dar ajuda ao desenvolvimento a países que tem
políticas económicas apropriadas A “good governance” é fundamental para o desenvolvimento.
De outra forma a corrupção e o “rent seeking” destroiem a capacidade de desenvolvimento do país e minam o tecido social dos países
É importante canalizar recursos para projectos mais eficientes, enquadrados em políticas macro e sectoriais apropriadas
Os “targets” para montantes de empréstimos não devem ser a prioridade, mas sim os projectos eficientes e o cresciemento económico dos países
Maior peso dos programas de alívio da pobreza (crescimento não é sinónimo de menor pobreza, embora seja a condição sine-qua-none para o ataque à pobreza no longo prazo)
Dar mais importância ao trabalho com as ONGs e a projectos que permitam maior desenvolvimento “local” e “democratização/participação” dos beneficiários
Todas as Instituições Internacionais Maior transparência dos seus programas e da sua
performance (já se estão a fazer grandes progressos neste sentido)
Menor influência das pressões políticas externas dos grandes accionistas
Necessidade de dar maior “voice” aos PVD (por exemplo, reuniões periódicas G-7 com G-20)
Definição de critérios de performance claros pelos accionistas aos dirigentes das OITs.
Referencias Banco Mundial: Global Economic Prospects and the
Developing Countries Banco Mundial: Global Development Finance Banco Mundial: World Atlas Banco Mundial: World Development Report FMI: World Economic Outlook FMI: International Capital Markets OCDE: Eonomic Outlook Comissao: European Economy
Sites da internet
Instituições internacionais www.imf.org www.worldbank.org www.imf.org www.europa.org www.oecd.org
Sobre a crise asiática: Stern School, New York University (N.
Roubini)