a gerÊncia do cuidado de enfermagem na implantaÇÃo de … marcelo balbino.pdf · 5...
TRANSCRIPT
1
A GERÊNCIA DO CUIDADO DE ENFERMAGEM NA
IMPLANTAÇÃO DE UM ESPAÇO DE CUIDAR EM
SAÚDE À COMUNIDADE ESCOLAR
Autor: Carlos Marcelo Balbino
Orientadora: Prof. Drª. Zenith Rosa Silvino
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa
de Pós-Graduação da Escola de Enfermagem Aurora
de Afonso Costa da Universidade Federal
Fluminense como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Mestre.
Niterói, Junho de 2010
2
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
MESTRADO PROFISSIONAL ENFERMAGEM ASSISTENCIAL
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
A GERÊNCIA DO CUIDADO DE ENFERMAGEM NA
IMPLANTAÇÃO DE UM ESPAÇO DE CUIDAR EM SAÚDE À
COMUNIDADE ESCOLAR
Linha de Pesquisa: O contexto do cuidar em saúde
Autor: Carlos Marcelo Balbino
Orientadora: Drª. Zenith Rosa Silvino (UFF)
Banca Examinadora: __________________________________________________________ Profª. Drª. ZENITH ROSA SILVINO – UFF – Presidente __________________________________________________________ Profª. Drª. MARLUCI A. CONCEIÇÃO STIPP – UFRJ – 1ª Examinadora
__________________________________________________________
Profª. Drª. BÁRBARA POMPEU CHRISTOVAM – UFF– 2ª Examinadora
Suplente(s)
_________________________________________________________
Profª. Drª. MARLÉA CHAGAS MOREIRA – UFRJ
_________________________________________________________
Profª. Drª. SIMONE CRUZ MACHADO FERREIRA – UFF
3
B 172 Balbino, Carlos Marcelo
A gerência do cuidado de enfermagem na implantação de um
espaço de cuidar em saúde à comunidade escolar / Carlos Marcelo
Balbino. – Niterói: [s.n.], 2010.
83 f.
Dissertação (Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial) -
Universidade Federal Fluminense, 2010.
Orientadora: Profª. Dra Zenith Rosa Silvino.
1. Enfermagem. 2. Saúde escolar. 3. Educação em saúde I.Título.
CDD: 610.73
4
Jacir e Estela (in memorian), pai e mãe, saudades não por estarmos distantes, mas sim, por
tudo que vivemos juntos...
Vó Lurdes (in memorian), minha estrela guia, que me conduziu em momentos difíceis.
Tios Roberto Leite de Melo, Bernadete Regina Barboza de Melo e Marlene Barbosa Sodré,
que acreditam, confiam e sempre apostam na minha vitória.
Ricardo Martins Rodrigues da Silva, pai-amigo, gurú e conselheiro, que incentiva meu
crescimento.
Amigos David, Joel, Maurício, comigo em todas as horas...
5
AGRADECIMENTOS
Aos meus padrinhos profissionais:
Jorgina Silva (Técnica de Enfermagem) – Hospital Santa Margarida
Profa Ida Regina Lopes de Souza – Universidade Severino Sombra
Profa Dr
a Fátima Helena Espírito Santo – Universidade Federal Fluminense
Enfo Luiz dos Santos – Universidade Federal Fluminense/Colégio Flama
Enfa Carla Cristina Gonçalves – Hospital Universitário Pedro Ernesto-UERJ
Enfa Ivone dos Santos Aleluia Silva – Hospital São João Batista
Deyse Aparecida da Cunha Araújo (Médica) – Hospital São João Batista
Enfa Paula Cristina da Silva Cavalcanti – Instituto de Cultura Técnica
Profa Luiza Antônia de Andrade Aníbal – Fundação de Apoio à Escola Ténica-FAETec
Profa Dr
a Zenith Rosa Silvino – Universidade Federal Fluminense
A vocês que me impulsionaram a subir, a vencer sempre. Com alguns de vocês aprendi a
dar os primeiros passos... Com outros a andar... E tiveram também aqueles que me fizeram
alçar vôo. Sou um pouquinho de cada um de vocês, obrigado pela paciência, aprendi a
voar!
Às colegas de trabalho Enfa Samara Caran Aniceto, Enf
a Cinira Barbosa do Rêgo e Enf
a
Débora Rossignolli Lopes de Sá, obrigado.
6
“Você não sabe o quanto eu caminhei pra chegar até aqui,
percorri milhas e milhas antes de dormir, eu não cochilei,
os mais belos montes escalei. Nas noites escuras de frio
chorei...
...Com a fé no dia-a-dia encontrar solução...
...Meu caminho só meu Pai pode mudar... Só meu Pai...”
A Estrada
Toni Garrido/ Da Gama/Bino Farias/Lazão
7
Trabalho de Pesquisa patrocinado pelo Instituto de Cultura Técnica
Créditos
Revisão de português: Flávia Quadros de Moraes - Professora de língua Portuguesa -
Instituto de Cultura Técnica-Volta Redonda
Revisão Bibliográfica: Adriana Posa Pinto - Bibliotecária - Formada pela UNIFOR-MG -
Centro Universitário de Formiga
Revisão de inglês: Joel de Mendonça Graduado pela University of North Texas em
Denton TX, USA. Funcionário da Companhia Aérea American Airlines.
Assessoria de Informática: Ana Rita Telles do Departamento de Marketing do Instituto
de Cultura Técnica/FASF e Enfo José Pedro de Assis Faria
Assessoria estatística: Professor Msc. André Luiz de Souza Braga do Departamento de
Fundamentos de Enfermagem e Administração da UFF.
Elaboração da planta baixa: Arquiteta Lenierem dos Santos Lima – CREA-RJ
200595268-0
8
RESUMO
Dissertação de Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial, desenvolvido no
Programa de Pós-Graduação Strictu senso em Enfermagem da Escola de Enfermagem
Aurora Afonso Costa – Universidade Federal Fluminense e patrocinado pelo Instituto de
Cultura Técnica. Objetivo Geral: Planejar e implementar um espaço de cuidar em saúde,
para atendimento de intercorrências a alunos do Instituto de Cultura Técnica na Cidade de
Volta Redonda no Estado do Rio de Janeiro. Objetivos específicos: Identificar a demanda
de atendimento da comunidade escolar; e planejar e implementar um espaço de cuidar em
saúde, conforme necessidade da comunidade escolar. Pesquisa de caráter exploratório, com
abordagem quantitativa. Utilizado como instrumento de coleta de dados um formulário que
concentrou todos os dados dos atendimentos realizados pelo enfermeiro à comunidade
escolar, contemplando as seguintes variáveis: idade, sexo, curso, tipo de intercorrência em
saúde, no ano de 2008 e tratamento dos dados através do Epi-Info versão 3.32. O cenário
foi o Instituto de Cultura Técnica (ICT) de Volta Redonda, situado no Estado do Rio de
Janeiro, e os sujeitos foram os alunos, funcionários e usuários que procuraram atendimento
de saúde no ICT e tiveram seu atendimento cadastrado. Pesquisa aprovada pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da Faculdade Sul Fluminense (FASF) sob o nº PP006/2009. Resultados:
Os dados foram agrupados e apresentados, atendendo aos objetivos da pesquisa, em: I.
Contextualização do local de realização da pesquisa, II. Perfil da demanda do atendimento
à comunidade escolar, III. Perfil das intercorrências do atendimento à comunidade escolar
e IV. Planejamento do espaço de cuidar em saúde, conforme necessidade identificada. A
população do ICT no ano de 2008 contava com 3064 alunos matriculados e 380
funcionários, 21 cursos, sendo de nível fundamental, médio e superior. Foram realizados
486 atendimentos devido à intercorrências em saúde, sendo 470 relacionados a alunos. Os
motivos pelos quais os atendimentos se originaram foram diversos, contudo a maior
incidência foi dor de cabeça com 131 casos, mal-estar com 110 casos, cólicas, dor de
estômago, dor de garganta, dor abdominal, enjôo. O espaço de cuidar em saúde será
implantado em uma área de aproximadamente 110 m2, situado no pavimento térreo do
ICT. Realizado levantamento dos recursos materiais: de consumo, equipamentos,
mobiliário, recursos financeiros e humanos. Predende-se com este estudo contribuir para
um adequado atendimento, fornecendo aos usuários do espaço de cuidar em saúde
implantado no ICT um cuidado livre de riscos com vista à promoção da sua saúde.
Descritores: Enfermagem, Saúde Escolar, Educação em Saúde.
9
ABSTRACT
Dissertation of Professional Nursing Care, developed at the Graduate Program in the
strictu senso in the Nursing School of Nursing Aurora Afonso Costa in the Universidade
Federal Fluminense and sponsored by the Instituto de Cultura Técnica. General Objective:
to plan and implement an area of health care for complications of the students of the
Instituto de Cultura Técnica in the City of Volta Redonda in the state of Rio de Janeiro.
Specific Objectives: To Indentify the demand for care of the school community and plan
and implement an area of health care, as required per the school community. Exploratory
research with a quantitative approach. Used as an instrument of data collection a
concentrated form that all data for care provided by nurses to the school community,
considering the following variables: age, gender, course, type of health complication, in
2008 and processing of the data through the Epi-Info version 3.32. The scene was in the
Office of the Instituto de Cultura Técnica (ICT) in Volta Redonda, located in the state of
Rio de Janeiro, and the subjects were the students, staff and users seeking health care in
ICT that had their visit registered. Research was approved by the Committee of Ethics in
Research of the Faculdade Sul Fluminense (FASF) under the provision no. PP006/2009.
Results: The data were groupped and presented, given the research objectives, in: I.
Context of the site for the research, II. Profile of the demand of the school community
service, III. Profile for complications of care from the school community, and IV. The
location of planning in health care, as identified by their need. The population of the ICT in
2008 was 3064 enrolled students, 380 employees with 21 courses of primary, secondary
and higher education. 486 calls were made due to health complications where 470 were
related to students. The reasons for the calls were diverse, yet the highest incidence was
headache with 131 cases and nausea with 110 cases, where cramps, stomach pain, sore
throat, abdominal pain, and feeling notious were minimal. The area of health care will be
allocated in a site of approximately 110 m2 situated on the ground floor of ICT. A survey
of material resources: disposable materials, equipment, furniture, financial and human. I
hope that this study contributes to all appropriate services, providing users of the area of
health care from ICT in a risk-free environment to promote their health.
Keywords: Nursing, School Health, Health Education
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Freqüência de atendimentos por cargo 45
Tabela 2 Freqüência de atendimentos por mês 45
Tabela 3 Freqüência de atendimentos por sexo 46
Tabela 4 Freqüência de atendimentos por grupo etário 46
Tabela 5 Freqüência de atendimentos por curso 47
Tabela 6 Freqüência de atendimentos por motivo 48
Tabela 7 Freqüência de atendimentos relacionando motivos e sexos 49
Tabela 8 Freqüência de atendimentos relacionando motivos e grupo etário 50
Tabela 9 Freqüência de atendimentos relacionando motivos e meses 51
Tabela 10 Freqüência de atendimentos relacionando motivos e cargos 52
Tabela 11 Freqüência de atendimentos relacionando motivos e cursos 53
11
LISTA DE ABREVIAÇÕES
UFF Universidade Federal Fluminense
UFRJ Universidade Federal do Rio de janeiro
ICT Instituto de Cultura Técnica
FASF Faculdade Sul Fluminense
EJA Ensino a Jovens e Adultos
DIS Discente
EST Estagiário
PRO Professor
SEC Secretária
SER Servente
TEL Telefonista
COL Cólica
DBAR Dor de barriga
DCA Dor de cabeça
DCO Dor na coluna
DCOR Dor no corpo
DDEN Dor de dente
DES Desmaio
DEST Dor no estômago
DGA Dor na garganta
DIA Diarréia
DOUV Dor no ouvido
DRIN Dor nos rins
ENJ Enjôo
FAR Falta de ar
FEB Febre
GRI Gripe
HIP Hipertensão
HIPO Hipoglicemia
MTAR Mal-estar
OUT Outros
SIN Sinusite
TAQ Taquicardia
TON Tontura
TOS Tosse
VOM Vômito
ADM Administração (técnico e graduação)
BAS Básico (1º ano do ensino médio)
ELE Eletrônica (técnico)
ELEM Eletromecânica (técnico)
ENF Enfermagem (técnico)
FUN Fundamental (1ª a 8ª series)
INF Informática (técnico)
MEC Mecatrônica (técnico)
PUB Publicidade (técnico)
12
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
13
CAPÍTULO I
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
18
1.1 O ESTADO DA ARTE SOBRE O TEMA
18
1.1.1 A inserção do enfermeiro na saúde escolar 23
1.1.2 As atividades desenvolvidas pelo enfermeiro na saúde escolar
24
1.2 A EDUCAÇÃO EM SAÚDE
25
1.3 A SAÚDE ESCOLAR
28
1.3.1 A teoria de enfermagem embasando a saúde escolar 31
1.3.2 A Comunidade escolar 33
1.3.3 O espaço de cuidar em saúde
36
1.4 A GERÊNCIA DO CUIDADO DE ENFERMAGEM
37
CAPÍTULO II
ABORDAGEM METODOLÓGICA
42
CAPÍTULO III
RESULTADOS E DISCUSSÃO
43
3.1 CONTEXTUALIZANDO O CENÁRIO
43
3.2 PERFIL DA DEMANDA DE ATENDIMENTO DA COMUNIDADE
ESCOLAR
44
3.3 PERFIL DAS INTERCORRÊNCIAS DOS ATENDIMENTOS À
COMUNIDADE ESCOLAR
47
3.3.1 Promovendo a saúde da Comunidade Escolar
53
3.4 PLANEJAMENTO DO ESPAÇO DE CUIDAR EM SAÚDE
57
CONSIDERAÇÕES FINAIS
64
REFERÊNCIAS
65
ANEXOS
71
APÊNDICE 81
13
INTRODUÇÃO
Trabalho há aproximadamente doze anos na docência e há sete em uma instituição
escolar denominada Instituto de Cultura Técnica (ICT), localizada na Cidade de Volta
Redonda, no interior do Estado do Rio de Janeiro. Leciono nesta instituição no Curso
Técnico de Enfermagem o qual possui um total de 133 alunos matriculados. Desde muito
tempo, sou interrompido em minhas atividades, pelo setor de Orientação Educacional, para
prestar atendimento a alunos, funcionários e seus familiares, que por motivos diversos,
objetivos ou subjetivos, apresentam algum tipo de intercorrência de saúde.
Importante destacar que essas pessoas ao relatarem o problema são encaminhadas
por seus professores ou funcionários da instituição ao setor de Orientação Educacional,
onde são recepcionados por pedagogas, onde recebem um atendimento não adequado, pois
as situações se referem às questões de saúde e não pedagógicas. Vale ressaltar que o setor
de Orientação Educacional é o local da instituição onde pedagogas orientam estudantes a
respeito do seu rendimento/aprendizado escolar, porém como rotina institucional todos os
usuários que apresentam algum tipo de problema de saúde são encaminhados a este setor.
A ocorrência rotineira desses eventos começou a despertar o meu interesse em
registrar a demanda de intercorrências em saúde no ICT. Diante dessa grande demanda,
percebi a necessidade de um local apropriado para o atendimento e realização de educação
em saúde, ou seja, um espaço de cuidar em saúde, com a finalidade, entre outras, de
preservar a intimidade das pessoas, evitando o constrangimento e a exposição excessiva,
pois o setor de orientação educacional é um local de muita circulação de pessoas com
casos e problemas bem diferentes, causando às vezes constrangimento aos indivíduos que
estão sendo atendidos naquele momento.
É sabido que a idade escolar representa um marco importante na vida do individuo,
com modificações físicas, psíquicas e sociais. O jovem deve estar submetido a condições
favoráveis, como alimentação adequada, cuidados higiênicos e suporte afetivo, para que
possa desenvolver-se do ponto de vista “físico (crescimento e formação de hábitos), mental
(ajustamento ao meio, relacionamento) e emocional (harmonia de expressões, sentimentos
de confiança e equilíbrio emotivo)”1:17
.
A Organização Pan-americana de Saúde, desde o ano de 1995, estimula a Iniciativa
Regional de Escolas Promotoras de Saúde, com o objetivo de fortalecer a capacidade dos
14
países da América Latina e Caribe na área da Saúde Escolar. A implantação de Escolas
Promotoras de Saúde implica em um trabalho conjunto de todos os integrantes da
instituição educativa, do setor de saúde e da comunidade e demanda a ação protagonista da
comunidade educativa na identificação das necessidades e problemas de saúde e na
definição de estratégias e linhas de ação pertinentes para abordá-los e enfrentá-los2.
A Saúde do Escolar tem por finalidade o atendimento às
necessidades de nutrição da criança, prevenir a formação e cuidar
de doenças mais comuns à idade, incentivar a formação de hábitos
higiênicos, detectar e corrigir defeitos físicos e de comportamento
mental, além de proporcionar contínua educação em saúde1:17
.
Neste contexto, a escola é um espaço privilegiado para a captação dos adolescentes
e jovens porque: agrega grande parte dos adolescentes; é um espaço de socialização,
formação e informação; é na escola onde passam a maior parte do seu tempo3.
O Ministério da Saúde3
tem sugestões de estratégias de integração escola/unidade
de saúde/comunidade, a fim de apoiar e implementar atividades conjuntas entre a escola,
os serviços de saúde, comunidade e famílias. Temos como exemplos: visitas domiciliares e
visitas aos serviços de saúde; envolver os adolescentes e jovens em projetos e ações
educativas nas escolas e comunidade – grupos de adolescentes e feiras de saúde; capacitar
adolescentes e jovens que tenham interesse para serem promotores de saúde; criar
mecanismos de facilitação de acesso de adolescentes e jovens aos serviços de saúde;
trabalhar junto a grêmios estudantis, diretórios acadêmicos, entidades esportivas, centros
comunitários, para divulgação do serviço e estabelecimento de ações conjuntas; criar
jingles, mensagens curtas e anúncios para promover os serviços e as ações/temas a serem
trabalhados; criar boletins informativos, jornais comunitários, jornais escolares, caixa de
dúvidas e sugestões; realizar eventos que promovam a saúde, a cidadania e a qualidade de
vida, tais como gincanas, passeios, shows musicais e artísticos, campeonatos; viabilizar nas
escolas e na comunidade murais relativos aos serviços de saúde; oferecer a unidade de
saúde para a realização de feiras de saúde organizadas pelos estudantes.
A Saúde Escolar desenvolveu-se, desde o seu início, como assistência médica e
odontológica prestada aos membros da comunidade escolar, como controle sobre o
ambiente físico da escola e como trabalho pedagógico propriamente dito, a partir de
campanhas ou palestras envolvendo profissionais de saúde ou profissionais da educação,
15
no interior dos currículos escolares sob a sua responsabilidade. Assim, o artigo 7o
da lei
5.692/71, estabeleceu a obrigatoriedade da inclusão de “Programas de Saúde” nos
currículos plenos dos estabelecimentos de 1o e 2
o graus, enquanto o Parecer n
o 853/71, que
fixava o núcleo comum para os currículos do ensino de 1o e 2
o graus, definiu os objetivos e
a amplitude no contexto político autoritário, dispondo sobre a posição dos Programas de
Saúde como matéria curricular obrigatória de Educação Geral4.
A proposta do presente estudo se articula com os preceitos do Sistema Único de
Saúde4
no que se refere à divulgação do conceito de saúde como qualidade de vida e direito
do cidadão; prestação de atendimento e suporte básico de saúde de forma qualificada,
identificando as condições de risco para saúde do indivíduo; realização de remoção de
forma adequada à unidade de saúde mais próxima; promoção de atenção, oportuna e
contínua aos alunos, funcionários e usuários das instituições de ensino; humanização do
atendimento e estabelecimento de um bom nível de relacionamento com a comunidade;
organização do acesso ao sistema de saúde; informação à população das causas que
provocam as doenças e os resultados alcançados na sua prevenção e no seu tratamento;
incentivo à participação da população no controle do sistema de saúde; desenvolvimento
de atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças.
De acordo com o Ministério da Saúde:
O setor educacional, dada sua especificidade e abrangência, é um
aliado importante para concretização de ações de promoção da
saúde voltadas para o fortalecimento das capacidades dos
indivíduos, para a tomada de decisões favoráveis à sua saúde e à
comunidade, para a criação de ambientes saudáveis e para a
consolidação de uma política intersetorial voltada para a qualidade
de vida, pautada no respeito ao indivíduo e tendo como foco a
construção de uma nova cultura da saúde5:2
.
Diante da situação problema derivada da ocorrência rotineira de problemas
relacionados à saúde apresentados pela comunidade escolar com o respectivo atendimento
em espaços inadequados, delimitou-se como objeto de estudo as intercorrências de saúde
da comunidade escolar do ICT.
16
Questões norteadoras do estudo:
Qual a demanda de atendimento das intercorrências de saúde da comunidade escolar?
Como deve ser um espaço de cuidar em saúde de acordo com as necessidades dessa
comunidade?
Tem-se como objetivo geral:
Planejar e implementar um espaço de cuidar em saúde, para atendimento de
intercorrências a alunos do Instituto de Cultura Técnica na Cidade de Volta Redonda no
Estado do Rio de Janeiro.
E objetivos específicos:
Identificar a demanda de atendimento das intercorrências de saúde da comunidade
escolar;
Planejar e implementar um espaço de cuidar em saúde, conforme necessidade da
comunidade escolar.
Com este estudo pretendemos contribuir para uma redução da incidência das
intercorrências nas unidades escolares e a adoção estratégias no preparo e treinamento de
profissionais para a prestação e promoção da assistência a comunidade escolar, detecção de
problemas, orientação para a saúde e conscientização da comunidade escolar.
O estudo também pretende ressaltar a importância do papel do enfermeiro, o qual
deve participar efetivamente junto à equipe multiprofissional no atendimento integral de
saúde na escola, planejar, executar e avaliar programas educativos voltados para as
dificuldades encontradas, facilitar o acesso da comunidade escolar a informação e ao
atendimento de suas necessidades de saúde, implantar ações, detecção sistemática de
perturbações na comunidade escolar, registrar e analisar criticamente as características do
Programa Saúde na Escola junto aos funcionários e usuários dos serviços em parceria com
outros setores do ambiente escolar.
17
O estudo foi assim delineado:
- Introdução: foi delineada a trajetória profissional do autor, o porquê do estudo e suas
contribuições;
- Fundamentação Teórica: neste capítulo foram apresentados o Estado da Arte sobre o
tema e as concepções teóricas sobre Educação em Saúde, Saúde Escolar e Gerência do
Cuidado de Enfermagem, os quais deram subsídios para a discussão dos resultados
encontrados;
- Abordagem Metodológica: neste capítulo descreveu-se o caminhar para a obtenção e
análise dos dados, segundo os objetivos traçados para o estudo;
- Resultados e Discussão: apresentou-se os resultados, cujo produto final levará a
implantação do espaço de cuidar em saúde no ICT.
18
CAPÍTULO I
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo são apresentadas as concepções sobre o tema Saúde Escolar com
base em pesquisa bibliográfica e as concepções teóricas que dão sustentação ao estudo.
1.1 O ESTADO DA ARTE SOBRE O TEMA
Para compor o Estado da Arte sobre o tema foi realizada pesquisa bibliográfica da
literatura sobre o assunto, através das bases de dados LILACS, MEDLINE (Medical
Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line), BDENF, SCIELO, ADOLEC e Google
scholar.
Utilizou-se os seguintes descritores: Enfermagem, Saúde Escolar, Educação em
Saúde. Para guiar a revisão integrativa da literatura, formulou-se a seguinte questão: Qual a
inserção do enfermeiro na Saúde Escolar? Quais as atividades desenvolvidas pelo
enfermeiro nas Escolas?
A pesquisa bibliográfica teve por objetivo identificar como o enfermeiro se insere
na Saúde Escolar e as atividades desenvolvidas por ele.
Os critérios de inclusão dos artigos definidos foram: artigos publicados em
português e espanhol, disponíveis on line na íntegra ou nas bibliotecas da Escola de
Enfermagem Aurora de Afonso Costa ou da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no
período compreendido entre 1988 a 2009.
Adotou-se o respectivo recorte temporal a partir de 1988, pois foi ao final da
década de 80 do século passado em que houve um deslocamento do discurso tradicional de
lógica biomédica para uma abordagem em que recepciona as escolas como promotoras de
saúde2. Segundo os critérios adotados foram encontrados 05 artigos, sendo 02 no LILACS, 02
na ADOLEC, 01 na BEDENF e 01 no Google scholar. Ao acessar os artigos em cada base de
dados, buscou-se também os documentos correlatos e assim foram encontrados mais 30 artigos
disponíveis sobre o assunto . Os artigos encontrados no LILACS foram todos coincidentes com
os da BDENF e da ADOLEC, ficando ao final da pesquisa um total de 12 artigos. Observou-
19
se que todos os artigos e resumos incluídos na pesquisa bibliográfica são de autoria de
Enfermeiros e foram publicados em revistas de enfermagem geral.
Síntese dos doze artigos encontrados:
1. Escobar, Eulália Maria Aparecida; Bercini, Luciana Olga; Silva, Maria Lucia M. Regis1.
Enfermagem e Saúde Escolar. Objetivos: Apresentar o desenvolvimento histórico da saúde
escolar no Brasil e em outros países, até o momento atual, e a sua inter-relação com a
enfermagem. Trata-se de um estudo descritivo. Conclusões: Existem poucas escolas de
graduação em Enfermagem que enfocam a saúde escolar, no Brasil; portanto faz-se
necessária a inclusão desse tema nos programas de ensino dos cursos de graduação em
enfermagem, para que o enfermeiro esteja preparado para desempenhar sua função na
assistência ao escolar.
2. Olivi, Maria de Lurdes; Ubeda, Elza Maria Lourenço; Oliveira, Maria Antonia Paduan6.
Programa de ensino e assistência de enfermagem em saúde escolar. Objetivo: Relatar a
experiência com a assistência a saúde escolar dentro de uma contextualização de ensino
para alunos de graduação em Enfermagem. Principais achados: Diversos problemas de
saúde detectados no escolar e na família. Conclusões: Existe uma riqueza de elementos que
programas dessa natureza propiciam para a identificação dos elementos determinantes das
condições de saúde levando a reflexão e ao debate junto aos integrantes da escola e dos
familiares dos escolares.
3. Hoga, Luiza Akiko Komura; Praca, Neide de Souza; Saito, Emilia7. Programas de saúde
da rede oficial de ensino: campo de trabalho para o enfermeiro. Objetivo: Espera-se que
com a implantação de programas de saúde, o estudante, ao deixar a escola, tenha adquirido
noções básicas, hábitos e conhecimentos necessários para manter sua saúde e possa
procurar recursos adequados em caso de doença, tendo senso de responsabilidade na
manutenção da própria saúde, da sua família e da comunidade. Principais achados: De 181
estudantes analisados: 150 estudantes (82,9) acusaram recebimento de informações
relativas à educação sexual e 31 (17,1) não acusaram o recebimento dessas informações.
Conclusões: Observou-se que todos os assuntos listados no questionário foram apontados
20
pelos estudantes dos três turnos, e os estudantes consideram importantes e gostariam que o
professor discutisse na escola. Os mais mencionados, em ordem decrescente, foram os de
anatomia do aparelho reprodutor masculino e feminino, fisiologia do aparelho reprodutor
masculino e feminino, processo fisiológico do nascimento, métodos anticoncepcionais,
interrupção do desenvolvimento fetal e os aspectos psicossociais da sexualidade.
4. Lima, Rosangela Campoi de; Silva, Esmeralda da; Silva, Cecília Lamardo8. Educação
em saúde no primeiro grau – Atuação e contribuição do enfermeiro. Objetivo: Demonstrar
a importância da existência de um enfermeiro em escolas 1o
grau para favorecer a
Educação em Saúde do escolar, bem como sua atuação neste sentido. Trata-se de um
estudo descritivo. Conclusão: O enfermeiro deve conscientizar de que ele possui papel
importante atuando no sistema escolar, pois tem condições técnicas e pedagógicas de
contribuir na solução de problemas que envolvem a saúde do escolar.
5. Gamba, Mônica Antar; Brêtas, José Roberto da Silva; Carvalho, Alice Moreira P. de;
Massunaga, Valéria Mika; Sant’Anna, Maria Edith9. Atuação do enfermeiro na educação
em saúde a pré-escolares da periferia do município de São Paulo – Relato de uma
experiência. Objetivo: Sensibilização de crianças e de seus pais para os problemas de saúde
desencadeados por fatores multicausais, por meio de uma abordagem educativa que
propiciasse uma efetiva participação e envolvimento dessas, estabelecendo assim uma
visão diferente do mundo, da inserção do homem na sociedade e do papel do Enfermeiro
na transformação desta. Principais achados: Através do estudo encontraram estudantes em
estado de desnutrição protéico-calórica e com parasitoses. Conclusão: Que propostas
educativas inovadoras e críticas podem contribuir na transformação das condições de saúde
de uma comunidade, bem como propiciar um processo de ensino aprendizagem que
estimule os profissionais da área a comprometer-se com sua práxis social. Os profissionais
da área da enfermagem devem responsabilizar-se participando efetivamente junto a equipe
multiprofissional no atendimento integral de saúde na pré-escola.
6. Oliveira, Maria Alice F. Colli; Bueno, Sônia Maria Villela10
. Comunicação educativa do
enfermeiro na promoção da saúde sexual do escolar. Objetivo: Identificar os reais
problemas dos jovens escolares pesquisados. Planejar, executar e avaliar um programa
21
educativo voltado para as dificuldades encontradas, em ação conjunta com os alunos
trabalhados. Principais achados: Os 77 alunos do 2º grau pesquisados, das escolas da rede
estadual de ensino de Guatapará (município próximo a Ribeirão Preto – SP), são assim
identificados: 21, 26 e 30, respectivamente, nas 1as
, 2as
e 3as
séries. Desses, 56% são do
sexo masculino, a faixa etária de idade varia, de 15 a 57 anos, predominando entre 16 a 24,
e 78% são solteiros. Conclusão: Entendemos, ainda, ser a escola, o melhor local para se
trabalhar estas questões. Para tanto, sugerimos que os enfermeiros dêem atenção especial a
estas questões, voltando-se à saúde sexual e integral do escolar, levando-se em conta,
orientações básicas sobre sexualidade humana, articulando também outros temas que se
relacionam e fazem parte do dia a dia do aluno, considerando-se a faixa etária e o nível de
complexidade dos temas a serem trabalhados.
7. Souza, Aline Corrêa de; Lopes, Marta Júlia Marques11
. Implantação de uma ouvidoria
em saúde escolar: relato de uma experiência. Objetivo: Facilitar o acesso da comunidade
escolar a informação e ao atendimento de suas necessidades de saúde. Implantar e
operacionalizar a ouvidoria em saúde e enfermagem na Escola de Primeiro Grau.
Principais achados: Pais relataram que após o projeto crianças tornaram-se
multiplicadores de saúde após as oficinas, modificando os hábitos dos familiares mais
velhos. Conclusões: O projeto representou a oportunidade de comprovar a validade do
desenvolvimento das técnicas de oficinas e da Consulta de Enfermagem junto a um
publico que esta sendo negligenciado pelas políticas de saúde publica vigentes no pais.
8. Tupynambá, Lúcia Carlota Tomaz; Borrasca, Rosana12
. Treinamento do agente de
saúde em escola estadual de primeiro grau no município de Embu – São Paulo. Objetivo:
Treinar alunos do primeiro grau em questões de saúde para que possam atuar frente às
intercorrências de saúde mais freqüentes na escola e na comunidade. Principais achados:
O desenvolvimento das atividades teóricas foram bastante flexíveis e abertas a todas as
questões de interesse do grupo, fossem elas de saúde e/ou outras. Houve aceitação e
interesse pelo programa, com a colaboração parcial deles, sem ocorrer, porém, uma
participação efetiva. Conclusões: É necessária a participação mais freqüente das reuniões
com pais e mestres da referida escola. Concomitantemente, trabalhar mais perto com
22
inspetores, tentando sensibilizá-los da importância de sua participação junto a equipe de
saúde.
9. Candela, Fernando Fernández; Malpica, Dinora Margarita Rebolledo; Mora, Ana Luisa
Velandia13
. Salud escolar, Por qué el Professional de enfermería em lãs escuelas
españolas? Objetivos: Justificar e argumentar a importância de incluir os profissionais de
enfermagem nos departamentos de orientação dos centros de educação públicos da
Espanha. Principais achados: Com a inclusão de um profissional de enfermagem nos
centros escolares públicos espanhóis, houve melhor conhecimento e informação em
matéria de saúde, para que os alunos pudessem decidir livremente sobre ela com base no
conhecimento. Altos índices de carências e de intercorrências de saúde com alunos
espanhóis sem prévio tratamento, mostrados nos últimos estudos realizados nas escolas
espanholas. Conclusões: Com a inclusão de um profissional de enfermagem nos centros
escolares públicos espanhóis, houve melhor conhecimento e informação em matéria de
saúde, para que os alunos pudessem decidir livremente sobre ela com base no
conhecimento.
10. Figueiredo, Rosely Moralez de; Santos, Eloísa Cristina dos; Jesus, Ivonete A. Almas
de; Castilho, Rosa Maria; Santos, Edmar Vieira14
. Proposição de procedimentos de
detecção sistemática de perturbações oftalmológicas em escolares. Objetivos: Propor um
procedimento de detecção sistemática de perturbações oftalmológicas em escolares, com
a participação do pessoal da escola. Principais achados: Verificou-se que com exceção da
acuidade visual (AV) igual a 0,6, a freqüência de crianças cai à medida que se reduz a
acuidade visual. A diferença maior está entre as AV iguais a 1,0 e 0,9; entre este e a AV
igual a 0,8 e entre este e os demais. O estrabismo foi encontrado em 2,17% das 2.025
crianças testadas. Não foi possível estabelecer relações entre os valores de acuidade
visual e estrabismo devido os registros não terem sido sistematizados por parte dos
professores que aplicaram os testes. Conclusões: A prevalência de problemas
oftalmológicos encontrada em outros trabalhos é igual ou superior ao encontrado no
presente estudo, que foi de 11,9%.
23
11. Cano, María Aparecida Tedeschi; Ferriani, María das Graças Carvalho;Silva, Marta
Angélica I. da; Noccioli, Marta Maria15
. Programa de assistência primaria de saúde escolar,
Relato histórico. O objetivo deste grupo foi o de definir com clareza e determinação do
Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde – SP (SUDS) para assumir a saúde da
escola como um todo, com ações prioritárias para alcançar este tipo de assistência.
Conclusão: Acreditamos que a solidificação do Programa de assistência primaria de saúde
escolar (PROASE), em Ribeirão Preto só foi possível graças à participação e interesse dos
órgãos oficiais de Saúde e Educação do Município, como o incentivo inicial para as ações
integradas de saúde e a situação política da saúde, nos anos 80 deu espaço para Saúde
Coletiva. Durante todos esses anos de convivência diária com a escola, temos procurado,
juntamente com os profissionais da saúde e da educação e através da literatura aprender
sobre problemas apresentados por estas crianças, com o objetivo de adquirir bases para
melhorar o nosso desempenho junto a eles.
12. Santos, Dinah Oliveira4. Uma experiência de educação em saúde no contexto da
educação integral: Saúde escolar nos Centros integrados de Educação Pública (CIEP) do
Rio de janeiro. Objetivo: desvelar, registrar e analisar criticamente as características do
Programa Saúde na escola. Principais achados: É fundamental que as iniciativas de saúde
escolar, em qualquer dos seus enfoques priorize a interdisciplinaridade em saúde e a
metodologia participativa, elementos que muitas vezes não são reconhecidos como
fundamentais nesta área de atuação da saúde.
A partir da análise dos textos, os mesmos foram agrupados em dois eixos
temáticos: A inserção do enfermeiro na saúde escolar e As atividades desenvolvidas pelo
enfermeiro na saúde escolar.
1.1.1 A inserção do enfermeiro na saúde escolar
Ao analisar estes artigos percebeu-se que o enfermeiro se insere na saúde escolar
através de ações significativas que englobam a assistência à comunidade escolar, reflexão e
ao debate junto aos integrantes da escola e dos familiares dos escolares, fornecimento de
orientações de noções básicas, hábitos e conhecimentos necessários para manter a saúde e
possa procurar recursos adequados em caso de doença, tendo senso de responsabilidade na
24
manutenção da saúde, da família e da comunidade, condições técnicas e pedagógicas de
contribuir na solução de problemas que envolvem a saúde do escolar, contribuir na
transformação das condições de saúde de uma comunidade, bem como propiciar um
processo de ensino aprendizagem que estimule os profissionais da área a comprometer-se
com sua práxis social, Identificar os reais problemas dos jovens escolares, facilitar o acesso
da comunidade escolar a informação e ao atendimento de suas necessidades de saúde,
melhor conhecimento e informação em matéria de saúde, detecção sistemática de
perturbações de saúde em escolares, adquirir bases para melhorar o desempenho de ações
de enfermagem junto aos membros da comunidade escolar, e priorizar a
interdisciplinaridade em saúde e a metodologia participativa, pois existem elementos que
muitas vezes não são reconhecidos como fundamentais nesta área de atuação da saúde.
1.1.2 As atividades desenvolvidas pelo enfermeiro na saúde escolar
As atividades desenvolvidas pelos enfermeiros citados nos artigos são: preparo e
treinamento de profissionais para prestação e promoção na assistência ao escolar, detecção
de problemas, orientação para a saúde, conscientização da comunidade escolar,
participando efetivamente junto à equipe multiprofissional no atendimento integral de
saúde na escola, planejar, executar e avaliar programas educativos voltados para as
dificuldades encontradas, facilitar o acesso da comunidade escolar a informação e ao
atendimento de suas necessidades de saúde, implantar ações, detecção sistemática de
perturbações em escolares, registrar e analisar criticamente as características do Programa
Saúde na escola.
Percebeu-se que dentro do ambiente escolar tivemos um vasto campo de pessoas
com diferentes problemas de saúde, para promover a eficácia de programas de saúde da
comunidade escolar, enfermeiras devem implementar ações específicas no que concerne à
orientação, avaliação e implementação de cuidados a esta comunidade, a fim de evitar
prejuízos no tratamento resultantes da falta de informação dos sujeitos envolvidos.
Diante do exposto, acredita-se que para podermos reduzir a incidência das
principais intercorrências em saúde nas unidades escolares é preciso a adoção de algumas
estratégias, como por exemplo, a educação em saúde junto aos funcionários e usuários dos
serviços em parceria com outros setores do ambiente escolar.
25
A revisão integrativa traz à tona as evidencias sobre o tema estudado que ao ser
incorporado a prática tem a finalidade de auxilio na tomada de decisão durante o processo
de gerenciamento do cuidado de enfermagem prestado à comunidade escolar do ICT.
1.2 A EDUCAÇÃO EM SAÚDE
Educação e Saúde são dimensões da vida humana, normalmente separadas, mas que
precisam permanecer sempre juntas. Falar de educação e também de saúde é uma coisa
muito complexa, pois são dois elementos de extrema importância para os seres humanos,
assim, o foco da educação em saúde esta voltado para a população e para a ação16
.
As primeiras ações de educação em saúde no país foram no município fluminense
de São Gonçalo em 1924, onde foi instalado em uma escola estadual o programa de
educação em saúde. Após a implantação deste programa observaram-se bons resultados, e
foram adotadas medidas no ano seguinte para sua adoção em todas as escolas primárias da
Cidade do Rio de Janeiro, antigo Distrito Federal. Com a fundação do Ministério da
Educação e Saúde na década de 30 houve uma grande concentração de esforços e medidas
de ações sanitárias nas cidades, principalmente nas capitais estaduais. Com a reunião
destas duas funções paralelas, a educação e a saúde, o ministério tinha condições de
proporcionar aos administradores as oportunidades de conjugá-las e, consequentemente,
prover um campo educacional extraordinário para o propósito de tornar a vida saudável17
.
Resultados significativos tiveram importância para a criação de novos órgãos e
departamentos que tratavam do âmbito da Educação em Saúde, porém, três grandes e
significativas transformações aconteceram e foram de grande valia para esta área, a
primeira delas foi, em 1942, a criação do Serviço Especial de Saúde Pública, o qual
reconheceu a educação sanitária como atividade básica de seus planos de trabalho,
atribuindo aos diversos profissionais à responsabilidade das tarefas educativas, junto a
grupos de gestantes, mães, adolescentes e à comunidade em geral, e preparou as
professoras da rede pública de ensino como agentes educacionais e da saúde16
.
A segunda grande transformação para a Educação em Saúde foi a reformulação da
estrutura do Serviço Nacional de Educação Sanitária e a integração das atividades de
educação no planejamento das ações dos demais órgãos do Ministério da Saúde16
na
década de 50.
26
A terceira e significativa transformação começa a acontecer nos meados da década
de 70 , quando da implantação dos primeiros sistemas nacionais de informações de saúde,
o Sistema de Informações sobre Mortalidade (1976) e o Cadastro de Estabelecimentos de
Saúde (1979), e se explicitou em 1989, ao se incorporar ao Projeto Nordeste II o
financiamento, pelo banco Mundial17
, de uma grande quantia de dólares, para as ações de
Informação, Educação e Comunicação, pois acreditava-se que os meios para a promoção
da educação e saúde eram para a época ineficazes, necessitando de meios e técnicas de
comunicação mais modernos para a realização de uma comunicação em massa mais
eficiente para a promoção da educação em saúde.
Hoje observa-se diversos meios de comunicação que conseguem facilmente atingir
em massa diversas camadas populares que conseguem absorver facilmente as informações
disseminadas. Segundo a OPS/UNESCO (1993), a comunicação em saúde é "uma
estratégia” para compartilhar conhecimentos e práticas que possam contribuir para a
conquista de melhores condições de saúde, que inclui não apenas a provisão de
informações, como também elementos de educação17:180
.
A educação em saúde no ambiente escolar é o principal foco neste tema, onde
ressalta-se a importância da escola em nossas vidas, pois é nela em que se passa boa parte
da vida e tenta-se extrair o melhor para refletir sobre as experiências e vivências fora dela.
A escola possui responsabilidades perante a sociedade que a procura como elemento
promotor de conhecimento, tais como: concorrer para o desenvolvimento integral da
criança, provendo experiências conducentes à vida sadia, tornar acessível aos alunos o
conhecimento científico e manter-se atualizada sobre as novas descobertas, manter
permanente contato com a comunidade devendo participar ativamente dos programas de
saúde da comunidade18
.
A educação em Saúde na escola possui princípios, fundamentados nestes princípios
deve:
Estar integrada à educação global; acompanhar a evolução nos
campos da educação e da saúde; concorrer para o desenvolvimento
integral da criança a partir de suas necessidades, interesses e
problemas; levar em conta os fatores determinantes do
comportamento humano (biológicos, psicológicos, sociais e
culturais); ser compatível com a política de desenvolvimento
educacional, sanitário, social e econômico do país; ser planejada,
executada e avaliada pelo pessoal docente, profissional, técnico,
administrativo, pelos pais e representantes de agências da
27
comunidade; procurar a participação da família e da comunidade
para seu pleno desenvolvimento18: 90
.
Todos os seres humanos têm direito a vida, a saúde a educação a moradia, a
segurança, todos estes direitos são garantidos por lei e devem ser respeitados segundo a
Constituição vigente no país desde 1988. Um indivíduo saudável é capaz de produzir seu
próprio sustento para ajudar na manutenção do estado saudável em que se encontra. A
Organização mundial de saúde define saúde como “um estado completo de bem estar
físico, mental e social, não só apenas a ausência de doença.”. Para o psicólogo Henri Joly a
educação consiste "no conjunto dos esforços que tem por fim dar a um ser a posse
completa e o bom uso de suas diversas faculdades” 16:4
.
As pessoas e a família de modo geral, se esqueceram de um elemento importante:
que o processo de ensino da educação inicia-se no seio familiar. E se a família não educa,
quem é que vai educar? A escola até pode oferecer um apoio, mas não é essa a sua função.
Isso é responsabilidade dos pais, das famílias. As pessoas estão crescendo sem esta
educação familiar porque, em geral as famílias não têm mais tempo para os filhos. E, por
falta de tempo, não lhes ensinam os valores da sociabilidade; o respeito mútuo; os valores
do estudo; a disciplina física e mental; normas básicas de saúde preventiva, inclusive pela
higiene e boa alimentação. E por não receber esses e outros princípios elementares da
educação, as pessoas estão chegando à escola com muitas deficiências.
Muitas pessoas ao freqüentar o ambiente escolar já chegam munidas de hábito,
conhecimentos, atitudes e práticas de saúde que são embutidos em sua vivência através do
convívio com seus familiares e da cultura de determinado local, hábitos, conhecimentos,
atitudes e práticas que muitas vezes são errôneos ou ineficazes, pois muitos são ensinados
e realizados por leigos de forma empírica, sem nenhum embasamento científico, havendo a
necessidade de algumas adaptações, modificações e reforço nos padrões já existentes e
alguns métodos e hábitos aprendidos.
Neste sentido, o Programa de Educação em Saúde na Escola tem por objetivo18
:
Contribuir para a proteção e promoção da saúde do escolar,
proporcionando-lhe um ambiente físico e emocional adequado ao
seu crescimento e desenvolvimento, ajudando-o a compreender a
importância dos exames de saúde periódicos, estimulando-o a
utilizar os recursos de saúde da comunidade, concorrendo para a
prevenção e controle das doenças transmissíveis; desenvolver um
currículo orientado no sentido de atender as necessidades e
28
interesses do escolar, proporcionando-lhes experiências de
aprendizagem que o habilitem a aplicar as descobertas científicas
em benefício de sua saúde; levar o escolar a compreender a
necessidade da sua participação para o equacionamento dos
problemas de saúde pessoais, de sua família e de sua
comunidade18:4
.
Varias atividades podem ser realizadas no ramo da educação em saúde na escola,
pois devido à grande gama de diversidade cultural existente, pode-se deparar com diversas
e inusitadas situações que levarão a realização de inúmeras intervenções com este
propósito.
Algumas atividades que podem ser realizadas nos programas de educação em saúde
nas escolas: Palestras com assuntos diversos sobre: gravidez na adolescência, acidentes
domésticos, saúde bucal, violência, drogas, cuidados com a pele, hábitos alimentares e
nutrição, diabetes infanto-juvenil; ações de medidas preventivas contra patologias (dengue
e vacinas), exercícios físicos, pediculose entre outros16
.
Para que uma educação em saúde tenha uma abordagem ampliada, esta deve incluir
políticas públicas, ambientes apropriados e reorientação dos serviços de saúde para além
dos tratamentos clínicos e curativos, assim como, propostas pedagógicas libertadoras,
comprometidas com o desenvolvimento, orientando-se para ações de melhoria da
qualidade de vida e da promoção do ser humano19
.
1.3 A SAÚDE ESCOLAR
A saúde escolar é um tema de extrema importância na comunidade científica e de
saúde, pois a prevenção de doenças e o tratamento de patologias é um dos objetivos destes
estudiosos que trabalham incansavelmente nestas questões.
Na época do militarismo algumas ações já eram tomadas para a busca de resposta
sobre o insucesso de alguns grupos de alunos, onde estudiosos da época defendiam que
“havia a necessidade da biologização da aprendizagem escolar a partir de pressupostos
diagnósticos como distúrbios de aprendizagem e disfunção cerebral”20
.
Na década de 70, a saúde escolar tinha outra denominação “Medicina Escolar”,
onde eram realizadas ações de exames físicos, baseados nos diagnósticos de déficits de
aprendizagem e distúrbios comportamentais, evidenciando assim um processo de
29
medicalização da vida escolar dos alunos considerados de baixo rendimento. Há, na
realidade, um respaldo das práticas da medicina escolar a fim de legitimar que o baixo
rendimento dos alunos tinha relação estreita com alguma doença orgânica20
.
No final da década de 80 com a evolução técnico-científica, observa-se a concepção
da estratégia Iniciativa Regional Escolas Promotoras de Saúde (IREPS) em que há uma
transição da concepção biomédica de Medicina Escolar para uma concepção que incorpora
o conceito de promoção de saúde na saúde pública à questões da escola2.
Contemporaneamente, medidas foram tomadas no intuito de melhorar a qualidade
de vida e de saúde dos freqüentadores do ambiente escolar, pois existia e ainda continua
existindo uma preocupação em transformar a escola em uma grande promotora da saúde.
Assim, em 2007 foi criado o Programa de Saúde na Escola:
O Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições, e
considerando o Decreto Presidencial nº 6.286, de 5 de dezembro de
2007, que institui o Programa Saúde na Escola (PSE), com a
finalidade de contribuir para a formação integral dos estudantes da
rede pública de educação básica por meio de ações de
prevenção,promoção e atenção à saúde21
.
Que tem como finalidades22
:
Promover a saúde e a cultura da paz, reforçando a prevenção de agravos à saúde,
bem como fortalecer a relação entre as redes públicas de saúde e de educação;
Articular as ações do Sistema Único de Saúde - SUS às ações das redes de
educação básica pública, de forma a ampliar o alcance e o impacto de suas ações
relativas aos estudantes e suas famílias, otimizando a utilização dos espaços,
equipamentos e recursos disponíveis;
Contribuir para a constituição de condições para a formação integral de educandos;
Contribuir para a construção de sistema de atenção social, com foco na promoção
da cidadania e nos direitos humanos;
Fortalecer o enfrentamento das vulnerabilidades, no campo da saúde, que possam
comprometer o pleno desenvolvimento escolar;
Promover a comunicação entre escolas e unidades de saúde, assegurando a troca de
informações sobre as condições de saúde dos estudantes; e
30
Fortalecer a participação comunitária nas políticas de educação básica e saúde, nos
três níveis de governo.
Vários esforços foram realizados e intensificados para que este fato fosse uma
realidade em nossa sociedade, e assim, em 2008, com a Portaria nº 1.861, de 4 de setembro
de 2008, foram estabelecidos recursos financeiros através da adesão ao Programa Saúde na
Escola (PSE) para Municípios com equipes de Saúde da Família, priorizados a partir do
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), que aderirem ao PSE21
.
A escola, constituindo-se como um espaço seguro e saudável, facilita a adoção de
comportamentos mais saudáveis, encontrando-se por isso numa posição ideal para
promover e manter a saúde da comunidade educativa e da comunidade envolvente. É
importante que todos se conscientizem de, que a par do trabalho de transmissão de saberes
organizados em disciplinas, à escola compete, também, educar para os valores, promover a
saúde, a formação e a participação cívica dos alunos, num processo de aquisição de
competências que sustentem as aprendizagens ao longo da vida e promovam a autonomia.
O Programa de Saúde na Escola destina-se a educadores, professores, auxiliares de
ação educativa, alunos, pais e encarregados de educação e outros profissionais, das escolas
do ensino básico e do ensino secundário e instituições com intervenção na população
escolar.
Mediante a parceria do Ministério da Saúde e da Educação e com o lançamento
deste programa pontuaremos os quatro blocos em que foi estruturado e dividido o
programa: O primeiro consiste na avaliação das condições de saúde, envolvendo estado
nutricional, incidência precoce de hipertensão e diabetes, saúde bucal (controle de cárie),
acuidade visual e auditiva e, ainda, avaliação psicológica do estudante. O segundo trata da
promoção da saúde e da prevenção, que trabalhará as dimensões da construção de uma
cultura de paz e combate às diferentes expressões de violência, consumo de álcool, tabaco
e outras drogas. Também neste bloco há uma abordagem à educação sexual e reprodutiva,
além de estímulo à atividade física e práticas corporais. O terceiro bloco do programa é
voltado à educação permanente e capacitação de profissionais e de jovens.O último prevê o
monitoramento e a avaliação da saúde dos estudantes.
Todas as ações do programa são possíveis de serem realizadas nos municípios
cobertos pelas equipes da estratégia Saúde da Família. Na prática, o que ocorrerá será a
31
integração das redes de educação e do Sistema Único de Saúde. Os municípios
interessados devem manifestar sua vontade ao respectivo gestor municipal em aderir ao
programa, o gestor deve constituir um Grupo de Trabalho Intersetorial (GIT) que será
composto por representantes das Secretarias de Educação e Saúde do município onde
desenvolverão ações para a implantação. Em Portaria do Ministério da Saúde serão
definidos os critérios e recursos financeiros pela adesão e orientará também a elaboração
dos projetos pelos municípios.
O Ministério da Saúde, além do repasse financeiro, ficará responsável pela
publicação de almanaques para distribuição aos alunos das escolas atendidas pelo PSE. A
tiragem da publicação poderá chegar a 300 mil exemplares este ano. O ministério fará
ainda cadernos de atenção básica para as 5.500 equipes de Saúde da Família que atuarão
nas escolas.
1.3.1 A teoria de enfermagem embasando a saúde escolar
De acordo com Florence Nightingale, em seu modelo ambiental de Enfermagem, a
meta de todas as atividades da Enfermagem deve ser a saúde do cliente 23
.
Florence afirmava que o principal enfoque da enfermagem era controlar o ambiente
dos indivíduos e das famílias sadias ou enfermas, proporcionando-lhes atendimento de suas
necessidades. Neste sentido Nightingale defendia a promoção da saúde como uma
atividade na qual as Enfermeiras deviam participar 23
.
Florence Nightingale, fundadora da Enfermagem Moderna, no seu livro Notes on
nursing, escrito em 1859, apresenta uma série de observações sobre a importância do
ambiente adequado na prevenção de enfermidades. Destaca a relevância do arejamento e
do aquecimento do ar interior, a ausência de ruídos, a iluminação, a higiene do piso,
parede, mobiliário, roupas e objetos.
Em relação à prevenção de doenças, Florence Nightingale considera necessário que
se garanta a higiene das habitações em relação ao ar, água, rede de esgoto, limpeza e
iluminação. Portanto, o cuidado com o ambiente, para Nightingale, tem base na corrente
Higienista e o conceito de ambiente restringe-se ao espaço físico que alberga o doente e/ou
a família.
32
A teoria ambientalista de Florence Nightingale aborda a influência do ambiente
psicológico ou social sobre o estado de saúde do paciente. O ambiente psicológico diz
respeito às condições mentais do paciente, enquanto que o social diz respeito às suas
condições de vida. Florence dizia que o ambiente é um dos maiores definidores do estado
saúde/doença de uma pessoa. Para Nightingale, o paciente deveria ser tratado em um local
adequado, tranqüilo, limpo e arejado, que propiciasse a promoção de sua saúde, assim
evitando um ambiente desfavorável, como locais sujos, úmidos, escuro, dentre outros
fatores ambientais que comprometeria a saúde do paciente.
Neste trabalho, no qual se pretende criar um espaço de cuidar em saúde tendo em
vista que as intercorrências em saúde da comunidade escolar não são devidamente
acolhidas em um ambiente adequado, reforçam-se as idéias de Florence em que a criação
deste espaço facilitará a promoção da saúde desta clientela.
Vive-se em um mundo globalizadoa onde tem-se contatos diversos com seres
humanos pensantes, e com hábitos e culturas diversas, podendo-se observar como cada
individuo é diferente através de suas atitudes e modos de enfrentar situações diversas do
cotidiano. Este mundo multicultural influencia diretamente os seres que nele vivem,
através das vestimentas, danças, expressões, religião, hábitos de vida, alimentação e até
mesmo no tratamento de doenças.
No ambiente escolar nota-se toda esta diversidade cultural, pois lá se encontra
pessoas de diversas origens familiares, que recebem diretamente influências de seus
ancestrais diretos ou indiretos, refletindo claramente no estilo de vida de cada aluno ou de
cada pessoa que faz uso da escola como ambiente de ensino ou até mesmo de trabalho.
Todos são diferentes seja na aparência, quanto na atitude, graças a diversidade cultural em
que se está inserido. Alunos, professores, funcionários e usuários do ambiente escolar
participam desta diversidade cultural agregando a si, diferentes hábitos, positivos ou
negativos assimilados de diversas áreas através desta convivência multicultural.
Destaca-se que Madeleine Leininger, em sua teoria sobre a transculturalidade do
cuidado, já retratava que o cuidado de enfermagem deve ser adaptado as necessidades de
cada paciente e a sua cultura. Assim, Leininger
a “A globalização pode assim ser definida como a intensificação das relações sociais em escala mundial, que
ligam localidades distantes de tal maneira que acontecimentos locais são modelados por eventos ocorrendo a
muitas milhas de distância e vice-versa.”
33
...cunhou o termo enfermagem transcultural, a qual considera ser
diferente da antropologia médica e disciplinas afins, por estar
focalizada em diferentes culturas, no cuidado cultural, nos
fenômenos da saúde e da enfermagem. Foi Leininger também quem
cunhou o termo cuidado culturalmente congruente (nos idos de
1960) para embasar o principal objetivo de sua teoria, qual seja:
identificar os meios para proporcionar um cuidado de enfermagem
culturalmente congruente aos fatores que influenciam a saúde, o
bem-estar, a doença e a morte das pessoas de culturas diversas e
semelhantes24:4
.
As ações de cuidado realizadas pelo enfermeiro na perspectiva da teoria
transcultural deve ser capaz de realizar descobertas em relação ao significado do cuidado
cultural, ou seja, práticas de cuidado específicas de cada cultura, pois os fatores culturais
podem interferir no cuidado ao ser humano.
Com base nesta abordagem, o enfermeiro no ambiente escolar terá que identificar
as necessidades de sua clientela durante o seu atendimento e adequá-las a diversidade
cultural apresentada pela mesma.
É importante ressaltar que a consideração da cultura na assistência
de enfermagem deve sustentar reações positivas dos profissionais,
de modo a processar uma avaliação competente e pautada no
interesse de ajuda [...], afirmando as iniciativas que promovam a
sua saúde e bem-estar.25:49-50
Destaca-se que no ambiente escolar o enfermeiro encontrará diferentes visões de
mundo: no campo da religião, política, economia, ambiente e gênero dentre outras, por
conta da diversidade de sujeitos que freqüentam este ambiente, que pode alterar o modo de
cuidar, orientar ou até referenciar estes sujeitos.
1.3.2 A Comunidade escolar
Diversos autores já tentaram decifrar o enigma que seria definir o termo
comunidade, pois esta questão ainda possui várias vertentes que levam a inúmeras
definições para o termo.
Para que exista uma comunidade é necessário que os seus membros possuam um
sentimento de consciência partilhada de uma forma de vida, com referências comuns, um
34
grupo de pessoas com os quais interage e que através destas relações, proporciona uma
sensação de estimulação e de acolhimento26
.
A freqüência na qual dizemos ou tratamos o termo comunidade pode gerar diversas
interpretações que podem ser exemplificados da seguinte forma: para designar pequenos
agregados rurais (aldeias, freguesias), urbanos (quarteirões, bairros), grupos profissionais
(comunidade médica, comunidade cientifica), organizações (comunidade escolar), países
(comunidade nacional), o mundo como um todo (comunidade internacional ou mundial).26
A construção de uma comunidade é um ato importante para o desenvolvimento intelectual
e cultural dos seres humanos, onde as realizações que nela se processam fazem o homem
se sentir mais completo, satisfeito e valorizado. Vários fatores podem tornar a convivência
em comunidade mais agradável, tais como: o alto grau de intimidade pessoal, relações
sociais afetivamente alicerçadas, compromisso moral, coesão Social, continuidade no
tempo26
.
Neste sentido, a comunidade escolar, neste estudo, é entendida como “conjunto das
pessoas envolvidas diretamente no processo educativo da escola e responsáveis pelo seu
êxito; é o corpo social da escola composta por docentes, discente, outros profissionais da
escola e pais ou responsáveis pelos alunos”27
.
A saúde da comunidade escolar é um tema que através da pesquisa por descritores
constatamos que existem poucas publicações, porem é um tema de interessante discussão.
Educar para a saúde é complexo. Exige tanto conhecimentos modernos sobre os sintomas
sociais emergentes nas comunidades escolares. O setor educacional, dada sua capilaridade
e abrangência, é um aliado importante para a concretização de ações de promoção da saúde
voltadas para o fortalecimento das capacidades dos indivíduos que freqüentam o ambiente
escolar, para a tomada de decisões favoráveis à sua saúde e à comunidade escolar, para a
criação de ambientes saudáveis e para a consolidação de uma política intersetorial voltada
para a qualidade de vida, pautada no respeito ao indivíduo e tendo como foco a construção
de uma nova cultura da saúde.
É importante implementar estratégias integradas de aproximação com o sistema
educacional, suas unidades de ensino e suas representações políticas, sem deixar de
considerar como essencial a formação e qualificação docentes, na expectativa de que essas
estratégias fomentem a adoção de hábitos de vida mais saudáveis e promovam mudanças
individuais e organizacionais necessárias 28
.
35
O Ministério da Saúde compreende que o período escolar é fundamental para se
trabalhar saúde na perspectiva de sua promoção, desenvolvendo ações para a prevenção de
doenças e para o fortalecimento dos fatores de proteção. Crianças, jovens e adultos que se
encontram nas escolas vivem momentos em que os hábitos e as atitudes estão sendo
criados e, dependendo da idade ou da abordagem, estão sendo revistos. Por outro lado,
reconhece que, além da escola ter uma função pedagógica específica, tem uma função
social e política voltada para a transformação da sociedade, relacionada ao exercício da
cidadania e ao acesso às oportunidades de desenvolvimento e de aprendizagem, razões que
justificam ações voltadas para a comunidade escolar para dar concretude às propostas de
promoção da saúde 29
.
De acordo com dados da Área Técnica de Saúde do Adolescente e do Jovem da
Secretaria de Políticas de Saúde do MS, mais da metade da população mundial tem menos
de 25 anos de idade, sendo que, no caso brasileiro, a população entre 10 e 24 anos
representa um terço da população geral, o que significa mais de 51 milhões de jovens.
A situação da juventude brasileira merece atenção especial uma vez que os dados
apontam para o crescimento do número de mortes decorrentes da violência, do aumento do
desemprego, da gravidez precoce, do número de casos de DST30
, do envolvimento dessa
população com drogas e seu tráfico. Para ter idéia do impacto da violência nesse grupo
populacional, a depender da região, mais de 70% desses jovens morrem vítimas de causas
externas (homicídio, agressão, acidente de trânsito e suicídio), e o número desses jovens
que já teve algum tipo de relação com drogas e, por essa razão, encontra-se em algum tipo
de medida socioeducativa é expressivo. Através de processos educativos poderemos
construir vidas mais saudáveis, e também ambientes mais favoráveis para a promoção da
saúde no ambiente escolar.
A educação e a saúde devem caminhar em harmonia, no entanto pessoas associam
educação à escola e aos processos de aprendizagem e saúde com serviços de saúde e
processos de adoecimento. Vista de forma ampliada, a relação entre saúde e educação pode
estabelecer a intersecção para a integração dos saberes acumulados por tais campos, uma
vez que os processos educativos e os de saúde e doença incluem tanto conscientização e
autonomia quanto a necessidade de ações coletivas e de fomento à participação.
O trabalho de um enfermeiro na comunidade escolar deverá ser bem estruturado,
pois ele irá lidar com os valores, as crenças, os mitos e as representações que se têm sobre
36
a própria relação do saber-fazer-ser educador e educando. Organizar e estimular situações
de aprendizagem nas quais a saúde possa ser compreendida como direito de cidadania e um
pressuposto ético, valorizando as ações voltadas para sua promoção, é inerente à escola.
São múltiplas as faces do estar saudável ou estar doente, e, reconhecida essa complexidade,
o Enfermeiro lidará com as questões de saúde e de doença de maneira diferenciada.
Assim é importante implementar estratégias integradas de aproximação com o
sistema educacional, suas unidades de ensino e suas representações políticas, sem deixar de
considerar como essencial a formação e qualificação docentes, na expectativa de que essas
estratégias fomentem a adoção de hábitos de vida mais saudáveis e promovam mudanças
individuais e organizacionais necessárias.
1.3.3 O espaço de cuidar em saúde
Os prestadores de serviços precisam estender seus serviços à comunidade num
esforço de atender a todos aqueles que podem estar sob a ação de riscos ambientais, estilo
de vida, ou hereditariedade (biologia). Devendo ainda ter um compromisso com a saúde
coletiva e individual de forma global, envolvendo-se nos programas de promoção a saúde e
prevenção de doenças antes de adoecerem.
Em face disto, parte-se do pressuposto que assistência de enfermagem aos
indivíduos e a comunidade necessita de um atendimento sistemático e continuo a partir do
levantamento de dados/identificação do problema, diagnóstico da situação, planejamento
de ações de saúde, avaliação e infra-estrutura adequada e ainda que o indivíduo deve ser
atendido dentro das suas necessidades básicas humanas no contexto bio-psico-sócio-
espiritual e cultural de forma integral, ética e humanizada.
Apreender a complexidade ambiental implica num processo de construção e
reconstrução de saberes, o que demanda capacidade de ampliar o olhar às peculiaridades
do ambiente e reconhecê-las como partes que compõem um todo inseparavelmente
associadas. Logo, os ambientes tornam-se espaços em que ocorrem múltiplas interações,
sendo estas influenciadas pelas características e peculiaridades dos envolvidos. O cuidado
está presente junto à essência do ser humano, concebido como fundamento que viabiliza
sua sobrevivência, sendo que, ao pensarmos na integração entre meio ambiente, ser
humano e cuidado, é possível reconhecer a necessidade da existência de ambientes
37
saudáveis para a realização do cuidar. Assim, as relações existentes entre o ambiente de
cuidado e o cuidar são importantes, sendo apontadas como fundamento que dá suporte à
dinâmica do ser humano e à compreensão do ambiente em que está inserido31
.
1.4 A GERÊNCIA DE CUIDADO DE ENFERMAGEM
Gerenciar é um ato que a tempos vem sendo explorado por diversos setores dos
seguimentos profissionais no planeta, de forma que cada um destes seguimentos o faz
tecnicamente seguindo normas ou rotinas previamente estabelecidas ou até mesmo de
forma empírica, seguindo instintos ou aprendizados e ditos populares.
Florence Nightingale necessitou instituir medidas administrativas para a
organização do cuidado a partir da necessidade percebida de sistematizar a assistência de
enfermagem fornecida nos hospitais. No desenvolvimento de seu trabalho administrativo
houve a possibilidade de desenvolver um embasamento de um olhar organizacional na
prestação do cuidado, seja no campo educacional ou gerencial, houve naquelas tentativas
experimentais alguns erros e acertos que a fizeram ir adiante a suas pesquisas e na sua
convicção que o ambiente limpo, arejado, e adequado ao tratamento era um ambiente
propício para a transformação da prática do cuidado, através destas medidas
administrativas obteve ótimos resultados nos quais posteriormente lhe conferiu a
intitulação de pioneira da administração hospitalar.
Há uma importante, necessidade que os Enfermeiros desenvolvam competências e
habilidades nos papéis de liderança e funções administrativas, pois se vê que continuam
rápida e significativa as mudanças ocorridas na enfermagem e na indústria de cuidados a
saúde. O Processo de trabalho do enfermeiro configura-se pelo seu exercício de gerência
do cuidado no contexto contemporâneo da prática de enfermagem32
, devido a isto a
enfermagem precisa de trabalhar para que haja uma integração das características de
liderança em cada uma das fases do processo administrativo33
.
Ao desenvolver estas habilidades o Enfermeiro líder/administrador estará pronto
para o enfrentamento de situações profissionais e que possam futuramente saber lidar de
38
maneira adequada, madura, experiente e ética, com os desafios e questionamentos de um
sistema de cuidados de saúde que se apresenta em constante, crescente e interrupta
transformação.
As fases do processo administrativo de enfermagem são de extrema importância
para a realização de um cuidado seguro, técnico e sistematizado, pois ele é composto de
elementos importantes, que são: o planejamento, a organização, o pessoal, a direção e o
controle 33:13
.
O planejamento pode ser conceituado como o ato de definir um procedimento,
determinação e projeção do que vai ser feito, realizado através de elementos que podem
influenciar diretamente na sua execução: objetivos, políticas, normas, contabilidade e
metas33
.
A organização, o estabelecimento de uma ação que estruturará a execução do ato
planejado, dos planos realizados, o tipo mais adequado de assistência, pois nesta
organização o enfermeiro é considerado elemento importante ao cuidado a ser prestado
para cliente naquele momento, para o atendimento e suprimento de suas necessidades,
também cabe a ele a organização da estrutura das atividades, horários e das unidades de
trabalho33
.
Em relação ao pessoal, destaca-se que administrar pessoas é um fator de extrema
responsabilidade, pois cada ser é único e com pensamentos que divergem em determinadas
questões, o enfermeiro precisa ter a capacidade de no ato da contratação recrutar,
entrevistar, e orientar os funcionários novos no serviço, bem como o desenvolvimento,
treinamento, socialização, distribuição de sua equipe33
.
A direção remete a condução de elementos que favoreçam o caminho a ser
percorrido para o desenvolvimento de uma meta, normalmente inclui várias funções que
podem estar ligadas ou associadas ao pessoal. Nesta fase do processo administrativo de
enfermagem teremos que dar a importância à responsabilidade de administração de
recursos que poderão ser capital humano, financeiro ou até mesmo burocrático, tendo a
capacidade de motivação, administração de conflitos, delegação, comunicação, facilitando
a colaboração do serviço33
.
O controle é um dos pontos finais do processo, pois ele irá indicar aspectos que
deverão permanecer serem controlados e mantidos ou até mesmo modificados para a
39
melhora do serviço. Nesta etapa se realiza a avaliação do desempenho, da contabilidade
fiscal, da qualidade, o controle legal, ético profissional e acadêmico33
.
Existe um feedback no processo administrativo, assim como no processo de
enfermagem, ambos são cíclicos, pois podem coexistir várias funções diferentes
realimentando todo o processo. Da mesma forma que a prática de enfermagem requer que
todo cuidado tenha um plano e avaliação, cada uma das funções administrativas exige o
mesmo33
.
O pessoal de enfermagem é o maior contingente do ambiente hospitalar, dito
ambiente do cuidado, por isto deve ser o principal objetivo a ser enfocado pelo enfermeiro
líder/administrador de unidade de cuidados, pois estes recursos humanos necessitam e
merecem atenção constante e incansável acompanhamento, pois uma equipe qualificada e
devidamente poderá ser uma aliada importante ao enfermeiro líder/administrador para um
desenvolvimento de cuidado sistemático, livre de imperícias, assegurando e aumentado a
qualidade do serviço de enfermagem prestado.
O enfermeiro necessita de conhecer sua equipe de trabalho, suas necessidade,
dificuldades e anseios para que o trabalho flua de maneira coesa e dinâmica, onde através
desta forma surja uma confiança mútua entre profissionais e uma orquestração de atos
sistematizados regidos pelo enfermeiro, pois dirigir pessoas, administrar recursos humanos
não é somente ordenar, instruir, comunicar ou incentivar, há também a necessidade de
participar deste processo para que o enfermeiro possa pouco a pouco identificar e
influenciar na ação e no comportamento dos que contribuem e participam de sua equipe,
reconhecendo ele como tal, líder, enfermeiro, organizador, administrador e sistematizador
de cuidados de enfermagem e de saúde.
Dentre os atributos de um líder eficaz, a credibilidade destaca-se como um quesito
fundamental relacionada a comportamentos que denotam honestidade, integridade e
dinamismo. Constatando que para conseguir o crédito dos seguidores é necessário existir
coerência entre ações e palavras do dirigente33
.
O aspecto técnico e cientifico da enfermagem é feito através do desenvolvimento
de pesquisas e grupos de estudos na área do saber do cuidado, pois isto irá refletir
diretamente na execução do cuidado e no aprimoramento contínuo dos profissionais de
enfermagem envolvidos.
40
O dimensionamento da equipe de enfermagem é outro aspecto que envolve o
capital humano, pois para se gerenciar de forma adequada o enfermeiro enfrenta diversas
barreiras como quantitativo e qualitativo de capital humano e de recursos materiais. O
enfermeiro é um elo entre as equipes de enfermagem ligando-as, promovendo assim uma
conexão assistencial, estando presente nas tomadas de decisão mais importantes, nos
treinamentos, nas rotinas de cuidados, no acompanhamento do tratamento e na
humanização da assistência. Ao gerenciar, o enfermeiro realiza com maestria uma de suas
funções mais peculiares de sua profissão, pois o gerente de enfermagem é a força motriz
para a estimulação da prática correta da assistência prestada pela equipe, não só em atos
técnicos como punções, sondagens e outros procedimentos, como também em outras
atividades rotineiras que envolvem a passagem de plantão, onde o gerente passará
informações necessárias para a manutenção de determinado cuidado ou até mesmo a
demonstração de novas tecnologias na ciência do cuidado que serão adotadas no serviço.
Incentivar a equipe é outra função do gerente, este ato pode ser executado de
formas diversas de modo a agraciar a equipe pelo serviço prestado, fazendo com que ela se
torne cada vez mais estimulada a crescer e desenvolver-se técnica e cientificamente,
melhorando a qualidade da assistência prestada. Coisas simples podem ser executadas e
fazer a diferença para incentivar os funcionários e membros de uma equipe, como
concessões e benefícios, e também até gratificações mais complexas como prêmios por
desempenhos incutem a satisfação no funcionário.
Saber ouvir deve ser uma das principais virtudes de um gerente, pois através do uso
desta virtude o gerente poderá ponderar e avaliar de forma justa as necessidades de sua
equipe e executar com a maior clareza possível sua liderança na equipe principalmente nos
possíveis intercursos de problemas rotineiros de sua função na confecção de escalas de
trabalho, férias, complementações de carga horária, entre outros.
Comunicar-se deve ser outro atributo do enfermeiro gerenciador ou líder, esta deve
ser uma das suas principais capacidades ao liderar sua equipe, o poder da comunicação
pode transformar elementos, pessoas. O sucesso da liderança ou gerenciamento se da
através de alguns fatores, tais como: do estabelecimento de um bom relacionamento e uma
boa comunicação com os funcionários, estar envolvido com as questões do trabalho e a
demonstração de segurança nos atos e na condução da equipe.
41
Existem três focos em que o gerente deve atentar para a execução do gerenciamento
e para a construção de uma estratégia assistencial adequada: os recursos humanos,
disponibilidade de recursos materiais adequados a pratica assistencial e a disposição do
espaço físico da unidade a ser gerenciada. É importante direcionar a assistência de
enfermagem de maneira a transformá-la em uma dinâmica de ações humanizadas
entendendo que a prática gerencial é voltada para o ser humano que apresenta necessidades
específicas e diferenciadas, evitando que a maciça presença de equipamentos e processos
tecnológicos tornem o cuidado de enfermagem uma fabrica de montagem e
desmontagem33
.
É importante ressaltar que gerenciar no discurso da atualidade, não se restringe aos
atos administrativos-organizacionais, devendo abarcar também a dimensão subjetiva33
.
Estudiosos do ato de gerenciar afirmam que na enfermagem gerenciar é um conjunto de
ações desenvolvidas pela enfermeira durante o cuidado direto e indireto ao cliente,
levando-se em conta as subjetividades circulantes na interação entre os sujeitos
envolvidos33
. Existindo assim uma interação entre o enfermeiro, seus clientes, equipes, e
membros da equipe de saúde, alem de seus superiores na escala hierárquica institucional.
É evidente que devemos ter um exercício profissional digno e de qualidade, sempre
buscando estratégias gerencias adequadas para o pleno desenvolvimento do serviço e dos
que dele dependem. Há a necessidade de estimular nos Cursos de Graduação em
enfermagem o desenvolvimento de competências gerencias e de liderança nos futuros
enfermeiros, devido às grandes exigências e concorrências do mercado de trabalho, pois as
competências ou aptidões gerenciais estão cada vez mais associadas à gestão de potencial
humano e equipes, e também relacionados direta ou indiretamente ao cuidado.
O enfermeiro deve ter sensibilidade para captar as necessidades e habilidades para
empreender novas ações, conhecimento e capacidade de gerenciamento, pois na maioria
das instituições hospitalares os enfermeiros atuam como gerentes ou lideres de equipes, em
virtude deste fator importantíssimo, o comprometimento com o trabalho, o
desenvolvimento, o conhecimento e a competência deverão ser incorporados aos
enfermeiros para que possam atuar verdadeiramente como gerentes e líderes.
O enfermeiro necessita ter clareza das mudanças na sociedade, seu impacto nas
organizações, precisando mudar sua forma de atuação. Não cabe mais o modelo tradicional
42
de administração em enfermagem, pois pessoas mudam e o enfermeiro precisa acompanhar
este processo33
.
43
CAPÍTULO II
ABORDAGEM METODOLÓGICA
A abordagem metodológica empreendida neste estudo foi de caráter quantitativo,
do tipo exploratório. Os estudos exploratórios “na maioria dos casos são pesquisas que
envolvem levantamento bibliográfico, entrevista com pessoas que tiveram experiências
práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a
compreensão”34
.
Neste estudo, a fase exploratória constituiu-se da coleta de dados realizada através
de um formulário (Apêndice 1) que concentrou todos os dados do atendimento realizado
pelo enfermeiro à comunidade escolar, com o objetivo de reconhecer a demanda de
atendimento e as principais necessidades de saúde dos alunos funcionários e usuários,
possibilitando posteriormente traçar o perfil da clientela que procura atendimento no ICT.
O formulário construído continha as seguintes variáveis: data do atendimento,
idade, sexo, curso, turma, problema relatado, orientação fornecida, encaminhamento e
outras providências tomadas, caso necessárias. Para a realização do presente estudo foram
utilizadas as seguintes variáveis: data do atendimento, idade, sexo, curso, turma, problema
relatado.
Os dados coletados foram armazenados em planilha do Microsoft Excell com
posterior tratamento através do programa Epi Info versão 3.32, com análise estatística
descritiva.
A associação dessas informações permitiu o afloramento das evidências,
possibilitando sua convergência tornando as conclusões da pesquisa mais acuradas,
aumentando sua credibilidade.
A partir dos resultados obtidos foi elaborado um planejamento para implantação do
espaço de cuidar em saúde no ICT.
O cenário deste estudo foi o Instituto de Cultura Técnica e a amostra foi
constituída pelos alunos, funcionários e usuários que procuraram atendimento devido a
intercorrências de saúde durante o período letivo de 2008.
Esta pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade Sul
Fluminense (FASF) e aprovada sob o nº PP006/2009, obedecendo todos os requisitos da
Resolução 196/96
44
CAPÍTULO III
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste capítulo é apresentada a contextualização do local de realização da pesquisa,
o perfil da demanda e das intercorrências do atendimento à comunidade escolar e o
planejamento do espaço de cuidar em saúde, conforme necessidade identificada.
3.1 CONTEXTUALIZANDO O CENÁRIO
O Instituto de Cultura técnica foi fundado há mais de trinta anos, em 03 de
setembro de 1971, por um educador visionário, Professor Wladir de Souza Telles, com o
objetivo de oferecer cursos que suprissem a necessidade da nossa região que possuía um
déficit de profissionais especializados para a realização de atividades voltadas a indústria, e
que crescia em proporção geométrica, tanto social quanto industrialmente.
O ICT está localizado a Rua Alberto Rodrigues, número 39 na Cidade de Volta
Redonda, que é um município do interior do Estado do Rio de Janeiro, situado às margens
do rio Paraíba do Sul, onde está instalada a Usina Presidente Vargas da Companhia
Siderúrgica Nacional, inaugurada em 1946, o local foi escolhido para sede da usina devido
a sua localização entre os dois maiores centros urbanos do país, São Paulo e Rio de
Janeiro. A economia da cidade depende praticamente dos recursos de capital financeiro
gerados pela Siderúrgica, pois a maior parte da população trabalha direta ou indiretamente
com estes recursos.
Hoje, dando continuidade às aspirações de seu fundador a instituição prima pelo
desenvolvimento de uma clientela interessada no aprofundamento educacional e da técnica
em função do aprimoramento pessoal. O ICT promove cursos e oficinas planejados e
atualizados para o desenvolvimento de talentos através de ferramentas úteis, produz
eventos, presta consultorias com a proposta de contribuir para o dia a dia das pessoas que
queiram manter-se atualizadas e se permitir inovar no mundo. O Instituto de Cultura
Técnica mantém um foco voltado para a melhoria da natureza da atividade humana sob a
orientação de professores preparados e qualificados didaticamente, tem como filosofia
45
preparar o aluno para seu melhor desempenho no fazer repassando conhecimentos globais
e valorizando a ética.
O ICT oferece de 5ª série a 8ª séries do Ensino Fundamental com 92 alunos
matriculados, 1o ano do Ensino Médio (Básico) com 299 alunos matriculados, Ensino a
Jovens e adultos (EJA) com 76 alunos, Cursos Técnicos Regulares e Pós Médio
(Administração com 188 alunos, eletrônica com 137 alunos, eletromecânica com 232
alunos, eletrotécnica com 135 alunos, Enfermagem com 131 alunos, Informática com 95
alunos, Instrumentação Industrial com 142 alunos, Mecânica com 353 alunos, Mecatrônica
com 169 alunos, Meio Ambiente com 28 alunos, Publicidade e propaganda com 60 alunos,
Segurança do trabalho com 146 alunos), Superiores de Tecnologia (Mecatrônica com 79
alunos, Recursos Humanos com 61 alunos, Meio Ambiente com 109 alunos, Analista de
Sistemas com 7 alunos, Logística com 60 alunos e Mecânica Industrial com 54 alunos),
Superiores (Administração com 350 alunos e Psicologia com vestibular para primeira
turma estimado para 2010) e Pós Graduação Lato Sensu (Docência do Ensino Superior e
Profissional e Gestão de Pessoal com 4 alunos). Estes três últimos através de sua
Faculdade, a Faculdade Sul Fluminense tendo matriculado um total de 3064 alunos. Foi
centrado neste eixo que o ICT evoluiu até os dias de hoje, colocando-se entre as mais
conceituadas escolas da região Sul Fluminense, prestando serviços educacionais à
comunidade, empresas, indústrias, associações, sindicatos e a governos municipais, na
formação e na qualificação profissional nas mais variadas áreas do conhecimento.
3.2 PERFIL DA DEMANDA DE ATENDIMENTO DA COMUNIDADE ESCOLAR
Para a descrição da amostra trabalhou-se com um intervalo de confiança (IC)b de
95%, indicadores de probabilidadec e Qui-quadrado(x2
) < 5.
b IC equivale a um intervalo de estimativas prováveis. O quanto prováveis são estas estimativas é
determinado pelo coeficiente de confiança. Quanto maior a probabilidade do intervalo conter o parâmetro,
maior será o intervalo. IC são usados para indicar a confiabilidade de uma estimativa. Por exemplo, um IC
pode ser usado para descrever o quanto são confiáveis os resultados de uma pesquisa. Assim, sendo todas as
outras coisas iguais, uma pesquisa que resulte num IC pequeno é mais confiável do que uma que resulte num
IC maior. c A probabilidade de um evento geralmente é representada como um número real entre 0 e 1. Um evento
impossível tem uma probabildade de exatamente 0, e um evento certo de acontecer tem uma probabilidade de
1, mas a recíproca não é sempre verdadeira: eventos de probabilidade 0 não são sempre impossíveis, nem os
de probabilidade 1 certos. Há uma distinção bastante sutil entre "evento certo" e "probabilidade 1" que pode
ser tratado em termos de "quase-verdade".
46
No ano de 2008, a população do ICT contava com 3064 alunos matriculados e 380
funcionários. Foram realizados, devido à intercorrências de saúde, um total de 486
(14,11%) atendimentos do total da população do ICT, sendo os sujeitos dos atendimentos
02 estagiários, 14 funcionários e 470 (15,33%) alunos.
Tabela 1. Freqüência de atendimentos por cargo.Volta Redonda RJ, 2008.
CARGO Frequência Percentual
DIS 470 96.7%
EST
PRO
SEC
SER
TEL
2
6
3
4
1
0,4%
1,2%
0,6%
0,8%
0,2%
Total 486 100.0%
Dos atendimentos realizados durante o ano de 2008, observou-se uma menor
frequência de atendimento nos meses relacionados a férias escolares, como fevereiro, julho
e dezembro, muito embora a instituição permaneça em funcionamentod.
Os meses de fevereiro e julho apresentaram o mesmo percentual de atendimento,
dezembro foi o mês de menor intercorrência, apenas 01 atendimento. Destaque para os
meses de Março, Abril e Agosto que concentraram maior número de intercorrências,
representando 47,11% de todos os atendimentos.
Tabela 2. Freqüência de atendimentos por mês. Volta Redonda RJ, 2008.
MÊS Frequência Percentual
FEVEREIRO MARÇO
ABRIL
MAIO
JUNHO
JULHO
AGOSTO
SETEMBRO
OUTUBRO
NOVEMBRO
DEZEMBRO
6
71
83
52
64
6
75
52
13
63
1
1,2%
14,6%
17,1%
10,7%
13,2%
1,2%
15,4%
10,7%
2,7%
13%
0,2%
Total 486 100.0%
d As aulas tiveram início em 05 de fevereiro, em julho o recesso foi de 26 a 01 de agosto e o período letivo
finalizou em 22 de dezembro.
47
Dos 486 atendimentos realizados constatou-se uma menor freqüência de
intercorrências de saúde relacionada ao sexo masculino, com um total de 170
atendimentos, no sexo feminino foram realizados 316, como descrito na tabela abaixo:
Tabela 3. Freqüência de atendimentos por sexo. Volta Redonda RJ, 2008.
SEXO Frequência Percentual
F 316 65.0%
M 170 35.0%
Total 486 100.0%
Na divisão por grupo etário encontramos um item sem registro, pois o sujeito não
informou a idade, porém pertence ao grupo de funcionários da instituição. Percebe-se uma
menor frequência de atendimentos entre crianças e idosos, e maior entre adolescentes,
compatível com a população do ICT, devido ao seu perfil educacional.
Adotamos como critério para definição de grupo etário a seguinte subdivisão: idade
de 00-11 anos = criança, idade de 12-19 anos = adolescente, idade de 20-59 anos = adulto,
idade de acima de 60 anos = idosoe. Demonstrado a seguir:
Tabela 4. Freqüência de atendimentos por grupo etário. Volta Redonda RJ, 2008.
GRUPO ETÁRIO Frequência Percentual
SEM INFORMAÇÃO 1 0,2%
ADOLESCENTE
ADULTO
CRIANÇA
IDOSO
464
15
3
3
95,5%
3,1%
0,6%
0,6%
Total 486 100.0%
Verificou-se que a média de idade é de 16,81 anos, com mediana de 16 e a idade
com maior número de observações (moda) é de 17 anos, índice de variância de 26,71 e
desvio-padrão de 5,1689.
Dos 486 atendimentos realizados constatou-se que 96,7% foram relacionados aos
discentes. O curso com menor frequência de intercorrências é o de eletrônica (ELE),
e Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro
48
seguido dos cursos de eletromecânica (ELEM) e publicidade (PUB), o curso com maiores
ocorrências de problemas de saúde é o 1o ano do Ensino Médio – Básico (BAS).
Tabela 5. Freqüência de atendimentos por curso. Volta Redonda RJ, 2008.
CURSO Frequência Percentual
ADM
BAS
ELE
ELEM
ENF
FUN
INF
MEC
PUB
73
140
9
29
53
47
42
48
29
15.0%
28.8%
1.9%
6.0%
10.9%
9.7%
8.6%
9.9%
6.0%
Total 470 100.0%
3.3 PERFIL DAS INTERCORRÊNCIAS DOS ATENDIMENTOS À
COMUNIDADE ESCOLAR
Os motivos que originaram os 486 atendimentos foram diversos, observa-se uma
menor ocorrência de diarréia (DIA), com apenas 01 caso, seguido por desmaio (DES),
algia renal (DRIN) e tosse (TOS), com 02 casos cada no ano de 2008, porém a cefaléia
(DCA) lidera com 131 ocorrências, e logo seguido do mal-estar (MTAR) com 110 casos,
conforme tabela a seguir:
49
Tabela 6. Freqüência de atendimentos por motivo. Volta Redonda RJ, 2008.
MOTIVO Frequência Percentual
COL 64 13.2%
DBAR
DCA
DCO
DCOR
DDEN
DES
DEST
DGA
DIA
DOUV
DRIN
ENJ
FAR
FEB
GRI
HIP
MTAR
OUT
SIN
TAQ
TON
TOS
VOM
14
131
7
6
3
2
37
26
1
5
2
12
6
7
7
9
110
8
9
3
9
2
6
2.9%
27.0%
1.4%
1.2%
0.6%
0.4%
7.6%
5.3%
0.2%
1.0%
0,4%
2,5%
1,2%
1,4%
1,4%
1,9%
22.6%
1.6%
1.9%
0.6%
1.9%
0.4%
1.2%
Total 486 100.0%
Na tabela a seguir realizou-se uma comparação entre o motivo das intercorrências
de saúde em relação aos sexos dos sujeitos envolvidos na pesquisa, observa-se que dos 486
atendimentos realizados houve uma maior predominância de intercorrências no sexo
feminino, destacando o mal estar (MTAR) e a dor de cabeça (DCA) como fatores
predominantes nos atendimentos realizados.Demonstrados na tabela a seguir:
50
Tabela 7. Freqüência de atendimentos relacionando motivos e sexos. Volta Redonda RJ, 2008.
MOTIVO Feminino Masculino Total
COL 64 0 64
DBAR
DCA
DCO
DCOR
DDEN
DES
DEST
DGA
DIA
DOUV
DRIN
ENJ
FAR
FEB
GRI
HIP
MTAR
OUT
SIN
TAQ
TON
TOS
VOM
7
71
3
3
2
2
21
20
0
4
1
3
4
3
4
8
72
2
5
3
7
1
6
7
60
4
3
1
0
16
6
1
1
1
9
2
4
3
1
38
6
4
0
2
1
0
14
131
7
6
3
2
37
26
1
5
2
12
6
7
7
9
110
8
9
3
9
2
6
Total 316 170 486
Ao realizar uma comparação do motivo das intercorrências de acordo com o grupo
etário encontramos os maiores índices de atendimentos ao público adolescente, destacando
o mal estar (MTAR) e a dor de cabeça (DCA) como fatores predominantes nos
atendimentos realizados, percebe-se uma menor ocorrência entre crianças e idosos.
Demonstrados a seguir:
51
Tabela 8. Freqüência de atendimentos relacionando motivos e grupo etário. Volta Redonda RJ, 2008.
MOTIVO Sem
Informação
Adolescente Adulto Criança Idoso Total
COL 0 63 1 0 0 64
DBAR
DCA
DCO
DCOR
DDEN
DES
DEST
DGA
DIA
DOUV
DRIN
ENJ
FAR
FEB
GRI
HIP
MTAR
OUT
SIN
TAQ
TON
TOS
VOM
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
14
131
7
5
3
0
37
26
1
5
2
12
6
7
7
1
104
8
9
1
8
2
5
0
0
0
1
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
5
3
0
0
2
1
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
3
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
3
0
0
0
0
0
0
0
14
131
7
6
3
2
37
26
1
5
2
12
6
7
7
9
110
8
9
3
9
2
6
Total 1 464 15 3 3 486
Ao realizar uma comparação do motivo das intercorrências com os meses que
compõem o ano letivo de 2008 encontramos os maiores índices de atendimentos foram
realizados nos meses de Abril e Agosto, Dezembro destaca-se como o mês de menor índice
de intercorrência de saúde na instituição. Demonstrado a seguir:
52
Tabela 9. Freqüência de atendimentos relacionando motivos e meses. Volta Redonda RJ, 2008.
MOTIVO Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
COL 0 9 9 11 6 1 7 8 2 11 0 64
DBAR
DCA
DCO
DCOR
DDEN
DES
DEST
DGA
DIA
DOUV
DRIN
ENJ
FAR
FEB
GRI
HIP
MTAR
OUT
SIN
TAQ
TON
TOS
VOM
0
2
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
1
2
0
0
0
0
0
0
3
13
2
0
0
0
1
7
0
1
1
3
0
1
2
2
22
1
2
0
1
0
0
5
28
1
1
2
0
6
4
0
2
0
3
1
3
0
3
10
0
1
0
2
2
2
1
8
1
2
0
1
7
5
0
0
1
1
0
0
0
2
5
0
4
0
1
0
0
1
21
0
0
0
0
3
5
0
2
0
0
1
2
2
0
13
3
1
0
3
0
1
0
2
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
2
0
0
0
0
0
0
4
23
1
1
0
0
10
2
1
0
0
4
2
0
0
0
14
2
0
0
1
0
2
0
13
1
2
0
1
7
2
0
0
0
1
0
0
0
1
11
1
1
3
0
0
0
0
1
1
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
8
0
0
0
0
0
0
0
20
0
0
0
0
1
1
0
0
0
0
1
1
3
0
22
1
0
0
1
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
14
131
7
6
3
2
37
26
1
5
2
12
6
7
7
9
110
8
9
3
9
2
6
Total 6 71 83 52 64 6 75 52 13 63 1 486
Na tabela a seguir realizou-se uma comparação entre o motivo das intercorrências
de saúde em relação aos cargos dos sujeitos envolvidos na pesquisa, observa-se que do
total de atendimentos realizados, o maior contingente é de discentes (DIS), e o setor de
menor índice de intercorrência é o de telefonia (TEL).
53
Tabela 10. Freqüência de atendimentos relacionando motivos e cargos. Volta Redonda RJ, 2008. MOTIVO DIS EST PRO SEC SER TEL Total
COL 64 0 0 0 0 0 64
DBAR
DCA
DCO
DCOR
DDEN
DES
DEST
DGA
DIA
DOUV
DRIN
ENJ
FAR
FEB
GRI
HIP
MTAR
OUT
SIN
TAQ
TON
TOS
VOM
14
131
7
5
3
1
37
26
1
5
2
12
6
7
7
1
107
8
9
1
8
2
6
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
2
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
4
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
2
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
3
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
14
131
7
6
3
2
37
26
1
5
2
12
6
7
7
9
110
8
9
3
9
2
6
Total 470 2 6 3 4 1 486
Observou-se que na relação entre os cursos e os motivos geradores de atendimentos
às intercorrências, sobressai o 1o ano do Ensino Médio – Básico (BAS) com 28,80% do
total de atendimentos.
O curso Básico possui elevado número de alunos com 299 matriculados, sendo
este o segundo maior curso em contingente, perdendo apenas para o curso de mecânica
(MEC) com 353 alunos matriculados. Proporcionalmente em relação à população total do
curso Básico, que corresponde ao primeiro ano do Ensino Médio, o atendimento as
intercorrências representaram 46,82%.
54
Tabela 11. Freqüência de atendimentos relacionando motivos e cursos. Volta Redonda RJ, 2008.
MOTIVO ADM BAS ELE ELEM ENF FUN INF MEC OUT PUB Total
COL 17 18 1 2 11 3 5 0 0 7 64
DBAR
DCA
DCO
DCOR
DDEN
DES
DEST
DGA
DIA
DOUV
DRIN
ENJ
FAR
FEB
GRI
HIP
MTAR
OUT
SIN
TAQ
TON
TOS
VOM
5
21
1
0
0
0
5
4
0
0
0
3
0
0
1
0
11
0
0
0
1
1
3
1
34
1
4
0
0
10
8
1
2
1
4
2
3
1
0
38
3
2
0
4
1
2
0
2
0
0
0
0
2
0
0
1
1
0
0
1
0
0
1
0
0
0
0
0
0
1
11
0
0
1
0
2
2
0
0
0
0
0
1
1
1
4
0
2
0
1
0
0
2
15
1
0
1
1
2
3
0
1
0
0
3
1
1
0
9
1
0
1
0
0
0
1
14
1
1
1
0
3
3
0
1
0
1
0
0
0
0
11
3
2
0
2
0
0
1
13
2
0
0
0
3
1
0
0
0
0
1
0
2
0
13
1
0
0
0
0
0
2
13
1
0
0
0
7
3
0
0
0
2
0
1
1
0
14
0
3
0
0
0
1
0
0
0
1
0
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
8
3
0
0
2
1
0
0
1
8
0
0
0
0
3
2
0
0
0
2
0
0
0
0
6
0
0
0
0
0
0
14
131
7
6
3
2
37
26
1
5
2
12
6
7
7
9
110
8
9
3
9
2
6
Total 73 140 9 29 53 47 42 48 16 29 486
3.3.1 Promovendo a saúde da Comunidade Escolar
Promover a saúde é um ato da busca da equidade, da melhora da qualidade de vida
e de saúde36
. Entende-se, portanto, que a promoção da saúde é:
Uma estratégia de articulação transversal na qual se confere
visibilidade aos fatores que colocam a saúde da população em
risco e às diferenças entre necessidades, territórios e culturas
presentes no nosso país, visando à criação de mecanismos que
reduzam as situações de vulnerabilidade, defendam radicalmente a
equidade e incorporem a participação e o controle sociais na
gestão das políticas públicas 36:9
.
55
É importante ressaltar a promoção da saúde como um mecanismo de fortalecimento
e implantação de uma política transversal, integrada e intersetorial, que vai articular
diversas áreas em prol da qualidade de vida da população, em que todos sejam partícipes
na proteção e no cuidado com a vida.
A Promoção da qualidade de vida visa à redução vulnerabilidade e riscos à saúde
relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver, condições de
trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso a bens e serviços
essenciais36
.
Verifica-se pelos resultados desta pesquisa que a maior incidência das
intercorrências estão relacionadas à: Dor de cabeça (DCA), mal-estar (MTAR), cólicas
(COL), dor no estômago (DEST), dor de garganta (DGA), dor abdominal (DBAR), enjôo
(ENJ). A partir dos princípios destacados acima, buscou-se aliar as intercorrências em
saúde identificadas no ICT com a produção do cuidado em enfermagem.
Dor de cabeça (cefaléia)
É um dos sintomas inespecíficos mais comuns na medicina, é uma das queixas mais
frequentes de consultas a clínicos, pediatras e neurologistas, fisioterapeutas especializados
em osteopatia, quiropatia e acupuntura e cirurgiões-dentistas especialistas em Disfunção
temporomandibular e dor orofacial observa-se que é um dos motivos mais comuns de falta
ao trabalho. A cefaleia é um sintoma universal no ser humano, pode ser branda a grave,
localizada ou generalizada, constante ou intermitente37:48
.
A orientação ao usuário dos serviços do espaço de cuidar em saúde é um dos
pontos importantes no acompanhamento deste processo, pois, precisamos manter o usuário
confortável para a promoção do alívio da dor, manter o ambiente calmo e tranqüilo para
evitar stress ao usuário, atentar para as reações do usuário mediante as ocorrências de dor e
anotar a freqüência da dor e sua intensidade, realizar aferição de sinais vitais e orientar o
usuário quanto a necessidade de procura de um serviço médico para atendimento e
avaliação.
56
Mal-estar
Sensação inespecífica e generalizada de desconforto, doença, desassossego ou falta de
bem-estar que geralmente está associada a um estado patológico37. O mal-estar geral é um
sintoma não específico que pode ocorrer com quase qualquer infecção significativa, ou com
distúrbios metabólicos, endócrinos ou neurológicos. Pode se desenvolver lentamente ou
aparecer de forma rápida, de acordo com a natureza da doença. A fadiga acompanha o mal-
estar geral em muitas doenças comuns.
A promoção de um ambiente favorável será cabível para a realização de exame físico,
a aferição dos sinais vitais, a realização de uma anamnese pode ser favorável para
identificação da causa do mal-estar, as reações do usuário mediante as ocorrências de mal-
estar devem ser observadas e anotadas, manter o paciente confortável e orientar o usuário
quanto à necessidade de procura de um serviço médico para atendimento e avaliação
podem amenizar a ocorrência desta manifestação.
Cólica
Dor que ocorre em órgãos ocos, especialmente estômago, intestino e útero, pode ser
aguda ou crônica, difusa ou localizada37:52
. Caracteriza-se por ciclos de dor intensa, com
aumento gradual da intensidade até um pico e depois melhora lentamente. Muito comum
em todas as faixas etárias, pois podem ter etiologias e características diversas.
Promover o alívio deste sintoma pode ser possível, mas a importância de orientar o
usuário para atendimento e avaliação médica se tornam necessárias, pois, na origem desta
cólica podem ser encontrados diversos patologias graves porém com perspectivas de cura
quando tratada primariamente. A manutenção de um ambiente calmo e tranqüilo e do
conforto, e compressas quentes no abdome do paciente garantem um alívio para a
manifestação, atentar para as reações do paciente mediante as ocorrências de dor e anotar a
freqüência e sua intensidade.
Dor (Algia)
É o motivo mais comum para a busca de cuidados de saúde38:231
, é uma resposta
orgânica de que algo errado está ocorrendo. A dor é, portanto, uma forma de proteção do
57
corpo para que evitemos suas causas ou fatores de piora. A dor pode ocorrer em qualquer
parte do abdome, que é a região do corpo limitada, superiormente, pelo tórax (região dos
pulmões e coração) e inferiormente pela pelve (região contida pelos ossos da bacia). O
abdome contém um grande número de órgãos e estruturas que podem sediar a dor. São
eles: estômago, intestino delgado, intestino grosso (cólon), fígado, pâncreas, vesícula
biliar, baço, rins, músculos e ligamentos. Além destes, as dores sentidas como na barriga,
podem ter origem na bexiga, órgãos genitais e sistema circulatório (principalmente
artérias).
A manutenção de um ambiente calmo e tranqüilo e do conforto, e compressas
quentes no abdome do usuário garantem um alívio para a manifestação, atentar para as
reações do usuário mediante as ocorrências de dor e anotar a freqüência e sua intensidade,
aferir sinais vitais para a prevenção do choque e orientar o usuário para a necessidade de
procura de atendimento e avaliação médica para a correta terapêutica para o alívio deste
sintoma.
Enjôo (Náuseas)
É uma sensação de repugnância à comida ou um sinal de vômito iminente37: 51
.
Geralmente é sentida na parte superior do abdômen, pode ser causada por inúmeras
manifestações orgânicas e sintomas de diversas patologias. Varia em intensidade e pode ou
não ser seguida por vômito.
Para a promoção do alívio desta manifestação devemos ter a orientação como guia
para a melhor condução desta terapêutica, pois falar ao usuário que evite a exposição a
locais com odores fortes e manter-se em locais calmos, tranqüilos e arejados favorecem o
alívio desta manifestação, a realização de anamnese e exame físico, e a atenção para as
reações do paciente mediante as ocorrências de enjôo e a anotação da freqüência e de sua
intensidade podem auxiliar na identificação da causa. Mante-lo confortável e orienta-lo
para a procura de atendimento e avaliação médica será preciso.
58
Ë preciso atentar que as situações adversas podem fazer com que se adotem
técnicas diferentes para a solução de problemas, sendo que o momento será fator
determinante para se decidir qual o melhor cuidado a ser utilizado para se alcançar os
objetivos traçados39
.
Na promoção da saúde não só os usuários são beneficidos onde aproveitam as
orientaçãoes fornecidas pelos profissionais para aplicarem as mesmas na famíla e na
comunidade onde vivem, todos os participantes são importantes no processo de promoção.
Estratégias para a promoção da saúde podem ser implementadas visando à prevenção de
patologias e a prevenção de intercorrências no ambiente escolar e na comunidade, a
qualificação de docentes, a adoção de hábitos de vida mais saudáveis, mudanças
individuais e organizacionais podem ser fatores que irão surtir grande repercussão no
quesito saúde da comunidade escolar. Promover saúde é tocar nas diferentes dimensões
humanas, a promoção da saúde é vivencial e é colada ao sentido de viver e aos saberes
acumulados pela ciência e pelas tradições culturais locais e universais40
.
3.4 PLANEJAMENTO DO ESPAÇO DE CUIDAR EM SAÚDE
O espaço de cuidar em saúde estará situado nas dependências do Instituto de
Cultura Técnica, à Rua Alberto Rodrigues, número 39, bairro Jardim Amália, na cidade de
Volta Redonda-RJ. A área construída no pavimento térreo terá aproximadamente 110 m2
com 19,05 metros de comprimento por 5,80 metros de largura, conforme planta em anexof.
O espaço de cuidar em saúde terá em sua estrutura física: uma sala de reuniões,
recepção, consultório, sala de medicamentos, sala de curativos, sala de esterilização e
preparo de materiais, expurgo, hall, copa, banheiro de funcionários e banheiro para
usuários, varanda para espera de atendimentos.
Todos os projetos de estabelecimentos assistenciais de saúde
deverão obrigatoriamente ser elaborados em conformidade com as
disposições desta norma. Devem ainda atender a todas outras
prescrições pertinentes ao objeto desta norma estabelecidas em
f Ver Anexo IV. A planta baixa foi elaborada pela Arquiteta Lenierem dos Santos Lima – CREA-RJ n
o
200595268-0 por solicitação da direção do ICT.
59
códigos, leis, decretos, portarias e normas federais, estaduais e
municipais, inclusive normas de concessionárias de serviços
públicos41
.
Para a construção deste Espaço de Cuidar em Saúde houve a realização de um
estudo e que conforme a resolução da ANVISA ser desenvolvido a partir da análise e
consolidação do programa de necessidades, caracterizando os espaços, atividades e
equipamentos básicos (médico-hospitalares e de infra-estrutura) e do atendimento às
normas e leis de uso e ocupação do solo41
.
O chão deverá ser constituído de material de fácil limpeza, as paredes de cores
claras e de materiais de fácil limpeza, o sistema de ventilação será realizado por ar
condicionado central, a iluminação será realizada por janelas e luzes fluorescentes.
O espaço de cuidar em saúde será utilizado para realização de atendimento as
intercorrências de saúde identificadas, realização de prática supervisionada para alunos do
curso técnico de enfermagem mantido pela instituição e unidade de imunização em
campanhas estabelecidas pelo Ministério da Saúde, visto que o ICT já é referência local
para a realização de vacinas em campanhas.
Os recursos humanos necessários para a implantação da unidade será uma
enfermeira responsável pela coordenação da unidade, pela implantação dos programas que
serão realizados na unidade e supervisão dos estagiários de enfermagem, dois técnicos de
enfermagem e uma auxiliar de serviços gerais.
O gerenciamento deste espaço ficará a cargo do enfermeiro, onde o mesmo
realizará a supervisão dos serviços, de recursos humanos, recursos materiais, atuará
também como líder de equipe de modo a buscar estratégias gerenciais adequadas para o
pleno desenvolvimento dos serviços, orientações e educação dos profissionais e aprendizes
envolvidos no serviço do espaço de cuidar em saúde.
Por a unidade ser basicamente de ações realizadas pela enfermagem não será
necessário à contratação de um médico, mais deverá haver um convênio com outra unidade
de saúde para o encaminhamento de usuários que necessitem ser referenciados.
Ficará a cargo do Instituto de Cultura Técnica toda a despesa com funcionários,
estagiários e com o local onde será implantado o espaço de cuidar em saúde.
60
Os recursos materiais necessários, a serem fornecidos pelo Instituto de Cultura
Técnica para o ambiente de cuidar em saúde, de acordo com a área a ser construída, consta
de:
Material Permanente de uso geral:
- Bancada ou mesa para o preparo;
- Refrigerados para conservação, com termômetro;
- Fichário ou arquivo;
- Mesa tipo escrivaninha com gavetas;
- Cadeira (03 no mínimo);
- Suporte com papel toalha;
- Armário com porta para guarda de material;
- Bandeja de aço inoxidável (pequena, média e grande);
- Tesoura reta com ponta romba;
- Gelo reciclável;
- Garrafa plástica;
- Caixa térmica para a conservação dos materiais.
- Esfigmomanômetro + estetoscópio;
- Caixa Box grande para guarda de fichas de atendimentos/acompanhamentos;
- Aparelho de Glicemia Capilar;
- Lençóis de solteiro;
- Lençóis de berço;
- Porta sabão de plástico;
- Cobertores;
- Travesseiros;
- Fronhas;
- Toalhas de Rosto;
- Colchão trocador de neném;
- Maca Móvel;
- Escada de 03 degraus;
- Almotolias transparentes pequenas e médias;
61
- Almotolias âmbar pequenas e médias;
- Tambor de Inox pequeno e médio;
- Cuba rim média;
- Bacia de Inox grande;
- Jarro de Inox médio;
- Bolsa de Água quente;
- Fita Antropométrica;
- Fita Métrica;
- Lixeira com pedal;
- Lixeira tipo balde com tampa;
- Quadro para aviso de cortiça ou similar comprimento 100x80 cm;
- Garrafa térmica para água quente;
- Bolsa de Gelo;
- Colar cervical pequeno, médio e grande;
- Tesoura Reta de Mayo;
- Tesoura comum de 15 cm;
- Pinça Anatômica de 15 cm;
- Cânula Oral (Guedell);
- Biombos;
- Ambus (infantil e adulto);
- Nebulizador com máscaras para adultos e crianças;
- Balança de adulto e pediátrica (01)
- Ramal telefônico (01)
- Grampeador grande (01)
- Furador de papel;
Material de Consumo de uso geral:
- Álcool a 70% para situações excepcionais
- Algodão hidrófilo;
- Recipiente para algodão;
- Termômetro clínico;
62
- Seringa descartável, nas seguintes especificações: de 1 ml, tipo tuberculina graduada em
centésimos de mililitros, acoplada com agulhas 13x3,8 ou 13x4,0 ou 13x4,5 dec/mm
(comprimento em milímetros – mm x diâmetro em decamilímetros – dec/mm); de 2 ou 3
ml, com graduação de 0,1 ml e numeração a cada 0,5 ml; e 5 ml, com graduação de 0,2 ml
e numeração a cada 1 ml (diluição); e de 10 ml, com graduação de 0,2 ml e numeração a
cada 2 ml (diluição);
- Agulhas descartáveis para:
uso intradérmico: 13x3,8; 13x4,0; 13x4,5;
uso subcutâneo: 13x3,8; 13x4,0; 13x4,5; 20x5,5; e 20x6,0;
uso intramuscular: 20x5,5; 20x6,0; 25x7,0 e 30x7,0;
diluição: 25x8,0 e 30x8,0
- Campo plástico (50x50 cm), de preferência oleado, para forrar o local de preparo do
material quando da vacinação extramuros;
- Copo descartável
- Recipiente com paredes rígidas para desprezar seringas e agulhas descartáveis (tipo
descarpack);
- Papel toalha;
- Saco plástico para lixo, descartável (cor branca e preto);
- Material para o registro das atividades: lápis, caneta, borracha, carimbo, borracha,
almofada e outros;
- Sabão neutro.
- Compressas de pano ou fraldas (05);
- Solução fisiológica 09% - frascos 250 ml
- Atadura de crepom (tamanho 10, 15 e 20 cm)
- Solução antisséptica (tópico/degermante)
- Algodão hidrófilo
- Esparadrapo antialérgico tipo micropore
- Percevejo 01 caixa com 100
- Abaixador de língua de madeira
- 01 caixa com 100 grampos para grampeador grande
- 02 livros Ata com 200 folhas
- 01 caixa de clips médio
63
- 01 corretivo
- 03 lápis preto
- 03 borrachas brancas
- 03 canetas azuis
- 03 canetas vermelhas
- 01 pacote folha tipo ofício ou A4 (500 folhas)
- 02 apontadores
- 02 réguas 30 cm
- 02 colas brancas (vidro médio)
- Luvas descartáveis (pequenas, médias e grandes)
- Fita adesiva
- Fita para teste de glicemia capilar
- Algodão ortopédico
Impressos e manuais técnicos e operacionais:
- Cartão da Criança;
- Modelos para registro da vacinação em outros grupos da população (por exemplo, o
Cartão do Adulto);
- Cartão de Controle ou Ficha de Registro;
- Mapa Diário de Vacinação (registro imediato);
- Boletim Mensal de Vacinação;
- Boletim de Campanha de Doses Aplicadas de Vacina;
- Mapa para Controle Diário da Temperatura do Refrigerados;
- Ficha de Investigação dos Eventos Adversos Pós-Vacinação;
- Ficha de Fluxo Imediato de Eventos Adversos Pós-Vacinação;
- Outros impressos, como o aerograma para faltosos, formulários para inutilização de
Imunobiológicos, gráfico para acompanhamento da cobertura vacinal, etc.;
- Manual de Normas de Vacinação;
- Manual de Procedimentos para Vacinação;
- Manual de Gerenciamento de Rede de Frio;
- Manual de Eventos Adversos Pós-Vacinação;
64
- Outros manuais técnicos e operacionais
- Quadro com esquema básico de vacinação.
Através destes recursos conseguiremos realizar a implementação de um ambiente
mais adequado para a realização de atividades relacionadas à saúde da comunidade escolar
no ICT, pois a Ambiência na Saúde refere-se ao tratamento dado ao espaço físico
entendido como espaço social, profissional e de relações interpessoais que deve
proporcionar atenção acolhedora, resolutiva e humana42
. Para Florence o controle do
ambiente dos indivíduos e das famílias sadias ou enfermas é necessário, para uma melhor
promoção dos atendimentos de suas necessidades.
Ao adotar o conceito de Ambiência para a arquitetura nos espaços
da Saúde, atinge-se um avanço qualitativo no debate da
humanização dos territórios de encontros do SUS. Vai-se além da
composição técnica, simples e formal dos ambientes, passando a
considerar as situações que são construídas. Essas situações são
construídas em determinados espaços e num determinado tempo, e
vivenciadas por uma grupalidade, um grupo de pessoas com seus
valores culturais e relações sociais42: 4
.
Pretende-se com este estudo contribuir para um adequado atendimento,
fornecendo aos usuários do espaço de cuidar em saúde implantado no ICT um cuidado
livre de riscos com vista à promoção da sua saúde.
65
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como objetivos planejar e implementar um espaço de cuidar em
saúde, para atendimento de intercorrências a alunos do Instituto de Cultura Técnica, para
isso reconheceu a demanda de atendimento da comunidade escolar, planejou e
implementou um espaço de cuidar em saúde, conforme necessidade da comunidade escolar
para posterior implantação no ICT, produto final desta dissertação.
Apoiou-se numa abordagem quantitativa do tipo exploratória para identificar a
demanda de atendimentos, quantificando-as quanto à significância de suas ocorrências.
No período estudado, isto é, o ano letivo de 2008, a população total do ICT contava
com 3064 alunos matriculados e 380 funcionários, e 21 cursos em funcionamento, sendo
estes de nível fundamental, médio e superior.
A amostra foi constituída por 14,11%, ou seja, foram realizados 486 atendimentos
devido à intercorrências em saúde, sendo 470 relacionados a alunos. Os motivos pelos
quais os atendimentos se originaram foram diversos, contudo a maior incidência foi dor de
cabeça com 131 casos, mal-estar com 110 casos, cólicas, dor de estômago, dor de garanta,
dor abdominal, enjôo.
Um estudo que visa conhecer os problemas de saúde apresentados pela comunidade
escolar possibilita o desenvolvimento de estratégias efetivas a serem agregadas à gerência
do cuidado pelo enfermeiro, pois o diagnóstico dos problemas é a primeira fase para se
sistematizar um cuidado.
Tendo-se esse diagnóstico, a sistematização desse cuidado far-se-á no espaço de
cuidar em saúde a ser implantado, o qual possibilitará um cuidado de enfermagem holístico
e integral, favorecendo a acepção do ICT como uma escola promotora de saúde.
Conclui-se que a participação do enfermeiro no ambiente escolar, enquanto gerente
do cuidado de enfermagem é fundamental e pode gerar efeitos positivos na promoção da
saúde dos indivíduos que utilizam o ambiente escolar, pois orientar é preciso, e assim,
estas orientações poderão diminuir a incidência de intercorrências de saúde na comunidade
escolar e também contribuir para um adequado atendimento, fornecendo aos usuários do
espaço de cuidar em saúde implantado no ICT um cuidado livre de riscos com vista à
promoção da sua saúde.
66
REFERÊNCIAS
1 - Escobar EMA, Bercini LO, Silva MLMR. Enfermagem e Saúde Escolar. Acta Paulista
de Enfermagem 1991; 4(1):17-22.
2 - Ippolito-Shepheerd, J. A promoção da saúde no âmbito escolar: A Iniciativa Regional
Escolas Promotoras da Saúde. Caderno de Escolas Promotoras de Saúde 2002; 1(1):08-12.
3 - Ministério da Saúde. Saúde integral de adolescentes e jovens: orientações para a
organização de serviços de saúde. Brasília – 2007
4 - Santos DO. Uma experiência de educação em saúde no contexto da educação integral:
Saúde Escolar nos CIEPs do Rio de Janeiro. UFRJ, Rio de Janeiro. 2005
5 - Ministério da Saúde. Projeto Promoção da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Rev
Saúde Pública 2002; 36(4):533-5.
6 - Olivi ML, Ubeda EML, Oliveira MAP. Programa de ensino e assistência de
enfermagem em saúde escolar. Acta paulista de enfermagem 1989; 3(3):73-78.
7 - Hoga LAK, Praca NS, Saito E. Programas de saúde da rede oficial de ensino: campo de
trabalho para o enfermeiro. Acta paulista de enfermagem 1991; 4(1):29-33.
8 - Lima RC, Silva E, Silva CLE. Educação em saúde no primeiro grau – Atuação e
contribuição do enfermeiro. Acta paulista de enfermagem 1989; 2(3):95-96.
9 - Gamba MA, Brêtas JRS, Carvalho AMP, Massunaga VM, Sant’anna ME. Atuação do
enfermeiro na educação em saúde a pré-escolares da periferia do município de São Paulo –
Relato de uma experiência. Acta paulista de enfermagem 1990; 3(1):11-16.
10 - Oliveira MAFC, Bueno SMV. Comunicação educativa do enfermeiro na promoção da
saúde sexual do escolar. Revista Latino-americana de enfermagem 1997; 5(3): 71-81.
67
11 - Souza AC, Lopes MJM. Implantação de uma ouvidoria em saúde escolar: relato de
uma experiência. Revista Gaúcha de enfermagem 2002; 23(2):123-41.
12 - Tupynambá LCT, Borrasca R. Treinamento do agente de saúde em escola estadual de
primeiro grau no município de Embu. Acta paulista de enfermagem 1990; 3(2):55-58.
13 - Candela FF, Malpica DMR, Mora ALV. Salud escolar, Por qué el Professional de
enfermería em lãs escuelas españolas?. Revista Hacia la promoción de la salud 2006; 11:
21-28.
14 - Figueiredo RM, Santos EC, Jesus IAA, Castilho RM, Santos EV. Proposição de
procedimentos de detecção sistemática de perturbações oftalmológicas em escolares. Rev
de Saúde Pública1993; 27(3):08-19.
15 - Cano MAT, Ferriani, MGC, Silva MAI, Noccioli MM. Programa de assistência
primaria de saúde escolar, Relato histórico. Rev Cubana Enfermer 1995;11(2):11-12.
16 – Conferencia Nacional de saúde on-line. Educação e saúde: Histórico, conceitos e
propostas. Disponível em:
http://www.datasus.gov.br/cns/temas/educacaosaude/educacaosaude.htm Acesso em: 30
de setembro de 2009
17 - Buss PM. Promoção e educação em saúde no âmbito da Escola de Governo em Saúde
da Escola Nacional de Saúde Pública. Cad. Saúde Pública [serial on the Internet].
[Cited 2009 Oct 23].Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
311X1999000600018&lng=en. doi: 10.1590/S0102-311X1999000600018.
18 - Marcondes RS. Educação em saúde na escola. Rev. Saúde Pública [serial on the
Internet]. 1972 Mar [cited 2009 Oct 23]; 6(1): 89-96. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003489101972000100010&lng=
en. doi: 10.1590/S0034-89101972000100010.
68
19 - Schall VT, Struchiner M. Educação em Saúde: novas perspectivas. Cad Saúde Pública
1999; 15(2):4-6.
20 - Rocha CRM, Ferriani MGC, Souza MSS. O acompanhamento do adolescente na
escola. Disponível em: http://www.abennacional.org.br/revista/cap2.3.html Acesso em:
30 de setembro de 2009
21 – Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.861, de 4 de setembro de 2008. Estabelece
recursos financeiros pela adesão ao PSE para Municípios com equipes de Saúde da
Família, priorizados a partir do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB,
que aderirem ao Programa Saúde na Escola – PSE. DOU - Seção 1 de nº 172 75-78 p.,
sexta feira, 5 de Setembro de 2008. Disponível em
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2008/prt1861_04_09_2008_rep.html Acesso
em 17 de Outubro de 2009.
22 – Brasil. Ministério da Educação e Ministério da Saúde. Programa de Saúde na Escola.
2007. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2007/decreto/d6286.htm Acesso em 18 de fevereiro de 2010
23 - George JB.Teorias de Enfermagem: os fundamentos à pratica. 4.ed. Porto Alegre:
Artmed. 2000.
24 - Oriá MOB, Ximenes LB, Alves MDS. Madeleine Leininger and the Theory of the
Cultural Care Diversity and Universality: an Historical Overview. Online Braz J Nurs
[online] 2005 August; 4(2) Available in: www.uff.br/nepae/objn402oriaetal.htm
25 – Machado CMD. O cuidado educativo transcultural no processo puerperal. Dissertação
(Mestrado em Enfermagem). Florianópolis UFSC/ CCS, 2002.
26 - Fórum de Desenvolvimento Comunitário Open Space to Share Values in Community
Developme. Disponível em: http://apedc.livreforum.com/comunidade-f4/conceito-de-
comunidade-t12.htm#bottom . Acesso em: 13/05/10
69
27 – Biblioteca Bunge. Fundação Bunge. Disponível em:
http://www.fundacaobunge.org.br/biblioteca-bunge/glossario/ Acesso em: 14 de Maio de
2010.
28 – Oliveira AP. Seminário de Educação para a saúde na comunidade escolar. Disponível
em: http://www.df.gov.br/003/00301009.asp?ttCD_CHAVE=45582. Acesso em: 16 de
novembro de 2009
29 – Portugal. Ministério da Saúde. Programa Nacional de saúde Escolar. 2006. Ministério
da Saúde. Direção Geral de saúde. Divisão de Saúde escolar. Disponível em:
http://www.min-saude.pt/NR/rdonlyres/4612A602-74B9-435E-B720-
0DF22F70D36C/0/ProgramaNacionaldeSaúdeEscolar.pdf. Acesso em 18 de fevereiro de
2010
30 – Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Gerência do Programa de Saúde
Escolar. Escola Promotora de Saúde - de Projeto à Iniciativa. Disponível em:
http://www.saude.rio.rj.gov.br/cgi/public/cgilua.exe/web/templates/htm/v2/printerview.ht
m?infoid=1275&editionsectionid=17 Acesso em: 19 de fevereiro de 2010
31 – Lessmann JC, Erdmann AL, Sousa FGM, Marcelino G, Nascimento KC, Ribeiro JA.
A complexidade ambiental e a caracterização do ambiente de cuidado. Disponível em:
http://www.sbpcnet.org.br/livro/58ra/SENIOR/RESUMOS/resumo_830.html Acesso em:
15 de janeiro de 2010
32 – Christovam BP. Gerência do cuidado de enfermagem: a construção de um conceito –
Tese (Doutorado em Enfermagem). Rio de janeiro UFRJ/EEAN , 2009.
33 – Stipp M. Aguiar D. Nursing care managerial strategies in coronary care unit:
evaluation of three public university hospitals in Rio de Janeiro - preview note. Online
Brazilian Journal of Nursing [serial on the Internet]. 2008 August 28; [Cited 2010 February
3]; 7(3):[about ## p.]. Available from:
70
http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/1730 Acesso em: 02 de
fevereiro de 2010
34 – Gil A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3
a ed. São Paulo: Atlas, 1991
35 – Brasil. Ministério Da Saúde. Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde/MS
Sobre Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa envolvendo seres humanos.
Diário Oficial da União, 10 de outubro de 1996.
36 – Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de Promoção da Saúde. Anexo I.
Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/PNPS2.pdf Acesso em 15 de
maio de 2010
37 – Williams & Williams L. Enfermagem médica e hospitalar. 1ed. São Paulo: Rideel.
2005.
38 – Smeltzer ZC, Bare BG. Brunner & Suddarth: Tratado de enfermagem médico-
cirúrgica. 10ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan. 2005
39 – Silvino ZR. Desafios do Enfermeiro no Desempenho da Função Gerencial no Hospital
Universitário: Uma Análise Contingencial. Tese (Titular). Niterói, RJ: UFF/EEAC, 2005.
40 - A promoção da saúde no contexto escolar. Projeto Promoção da Saúde, Secretaria de
Políticas de Saúde. Rev Saúde Pública 2002; 36(2): 533-535.
41 – Anvisa. Resolução – RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre o
Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos
físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2002/50_02rdc.pdf Acesso em: 18 de Junho de 2010
42 – Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da
Política Nacional de Humanização. Ambiência. Ministério da Saúde, Secretaria de
Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. 2. ed, 4ª reimp.
71
Brasília:Editora do Ministério da Saúde, 2009. 32 p. (Série B. Textos Básicos de Saúde).
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ambiencia_2ed.pdf Acesso em :
18 de Junho de 2010.
72
ANEXOS
I. AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA
II. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
III. APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA
IV. PLANTA BAIXA DO ESPAÇO DE CUIDAR EM SAÚDE
73
ANEXO I
AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA
74
De: Carlos Marcelo Balbino
Zenith Rosa Silvino
Para: Diretor do Instituto de Cultura Técnica
Assunto: Autorização para Pesquisa
24/04/2008
Vimos por meio deste solicitar autorização de V.Sª. para o desenvolvimento do projeto de dissertação sobre“A
gerência do cuidado na implantação de um espaço de cuidar em saúde à comunidade escolar” integrante do
Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial (MPEA) da Universidade Federal Fluminense.
Objetivo: Reconhecer as causas de intercorrências relacionadas à saúde, da comunidade escolar, atendidas no
Setor de Orientação Pedagógica e Elaborar programação de Educação em Saúde a funcionar dentro de um
local apropriado no ICT: Espaço de cuidar em saúde . Os sujeitos da pesquisa serão os integrantes da
comunidade escolar que procura atendimento de saúde no ICT. A coleta de dados com os sujeitos será
realizada através de um formulário que concentrará todos os dados do atendimento realizado pelo enfermeiro
à comunidade escolar. Todos os procedimentos éticos serão observados e preservado o anonimato dos
sujeitos participantes.
Contando com a vossa autorização, desde já agradecemos.
Atenciosamente
Carlos Marcelo Balbino
Enfermeiro. Docente do Instituto de Cultura Técnica e FAETEC. Aluno do MPEA
Zenith Rosa Silvino
Profª. Titular da UFF. Drª. em Enfermagem. Orientadora.
Ciente e de acordo em 02/04/2008.
_________________________________________________________
Diretor do Instituto de Cultura Técnica
CNPJ no 29065018/0001-53
75
ANEXO II
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
76
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Dados de identificação
Título do Projeto: “A gerência do cuidado na implantação de um espaço de cuidar em saúde à comunidade escolar”
Pesquisador Responsável: Profª. Drª. Zenith Rosa Silvino
Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: Universidade Federal Fluminense - UFF
Telefones para contato: (21) 2629-9478 - (21) 9848-9815 - (24) 9841-9014
Nome do voluntário: ________________________________________________________________
Idade: _____________ anos R.G. ___________________
Responsável legal (quando for o caso):______________________________________________
R.G. Responsável legal: _________________________
Convidamos você a participar da pesquisa intitulada “A gerência do cuidado na implantação de um espaço de cuidar em
saúde à comunidade escolar ”
A sua participação é muito importante, porém voluntária.
Pretendemos com esse estudo:
Identificar as causas de intercorrências relacionadas à saúde da comunidade escolar, que procura o Setor de Orientação
Pedagógica, para que possamos elaborar programação de Educação em Saúde a funcionar dentro de um local apropriado no
ICT: Espaço de cuidar em saúde.
Serão preenchidos formulários contendo: data do atendimento, idade, sexo, curso, turma, problema relatado, orientação fornecida,
encaminhamento e outras providências tomadas, caso necessárias
Riscos: é considerado um estudo sem riscos.
Confiabilidade do Estudo: Sua identidade não será revelada e seu nome não constará em nenhum lugar da pesquisa. A sua decisão
em não mais participar poderá se dar a qualquer momento.
Você poderá obter informações atualizadas sobre o estudo, ainda que isto possa afetar a sua vontade de continuar dele
participando.
Atenciosamente.
Equipe de Pesquisa: Profª. Drª. Zenith Rosa Silvino (Coordenadora) e Aluno do Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial da
UFF Carlos Marcelo Balbino.
Declaração de Consentimento
Eu, __________________________________________________________RG________________,
Declaro ter sido informado e aceito voluntariamente participar da pesquisa “A gerência do cuidado na implantação de um
espaço de cuidar em saúde à comunidade escolar”
Niterói, _____ de ______________ de 2008.
__________________________________________________________________
ASSINATURA
77
ANEXO III
APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA
78
79
ANEXO IV
PLANTA BAIXA DO ESPAÇO DE CUIDAR EM SAÚDE
80
81
82
APÊNDICE I
FORMULÁRIO DE REGISTROS DE ATENDIMENTOS E
INTERCORRÊNCIAS DE SAÚDE
83