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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A FU�ÇÃO DO SUPERVISOR �A GESTÃO ESCOLAR
Por: Valeria Lopes Viccari
Orientador
Profa. Maria Esther de Araújo Oliveira
Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A FU�ÇÃO DO SUPERVISOR �A GESTÃO ESCOLAR
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em. Administração
e Supervisão Escolar
Por: . Valeria Lopes Viccari.
Rio de Janeiro
2010
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AGRADECIMENTOS
Ofereço este estudo a minha família, meu marido, minha filha e minha mãe pela paciência e tolerância durante todo o ano. Agradeço a minha sobrinha querida Danielle que durante todo o curso, com palavras carinhosas, me incentivou para que eu chegasse ao final e alcançasse meu objetivo.
Agradeço a contribuição da amiga “à distância” Carol, fundamental para minha compreensão do objeto estudado.
Rio de Janeiro
2010
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DEDICATÓRIA
Ao meu pai (in memorian)
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RESUMO
O presente trabalho tem o objetivo registrar o papel da Supervisão
Escolar, ressaltando sua importância suas denominações e ações ao longo
dos anos, desde o caráter controlador e fiscalizador com a finalidade de servir
a realidade política e social da época até os dias de hoje como mediador
importante para um desenvolvimento de um processo educativo eficaz,
coerente e moderno, dentro da gestão escolar.
Para tanto o primeiro capítulo traz uma revisão histórica das idéias
pedagógicas sobre a Supervisão, revendo três conceitos: sua origem: a idéia, a
função e a profissão de supervisor a partir da leitura que Saviani faz em “A
supervisão Educacional em perspectiva Histórica: da função à profissão pela
mediação da idéia”, que serão melhores explicados no decorrer do capítulo.
No segundo capítulo – A liderança na supervisão – busca mostrar o
perfil esperado para que o supervisor exerça as suas funções com sucesso
nos dias atuais. Com teoria sobre estilos de lideranças
Por último traz um conceito do papel do supervisor na administração
escolar no processo de ensino- aprendizagem.
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METODOLOGIA
O trabalho se justifica por entender Supervisão como um grande
responsável para uma boa gestão Escolar, logo, para tanto se faz necessário
uma nova forma de contemplar a supervisão e as funções do mesmo nas
instituições educacionais.
A fim de enriquecimento desse tema, buscamos através de uma
Revisão literária, fontes de publicações onde abordavam, conceitos, princípios
e teorias à respeito de Supervisão, artigos e revistas na internet.
Os dados bibliográficos foram buscados em diversos autores, a
exemplo de Dermeval Saviani, Mary Rangel , Zieger, Imídeo G. Nerici, Isabel
Alarcão, Idalberto Chiavenato, Naura Syria Carapeto Ferreira, Roberto
Giancaterino, Lílian Zieger entre outros.
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SUMÁRIO
I�TRODUÇÃO.................................................................................................... 08
1. LEITURA HISTÓRICA DA SUPERVISÃO ESCOLAR........................ 10
1.1. A FUNÇÃO........................................................................................ 10
1.2. A IDÉIA DE SUPERVISÃO............................................................... 12
1.3. A PROFISSÃO DE SUPERVISOR............................................................. 15
2. LIDERA�ÇA................................................................................................... 19
2.1. TEORIA SOBRE ESTILO DE LIDERA�ÇA.......................................... 19
2.1.1. Liderança autocrática............................................................................... 20
2.1.2. Liderança democrática............................................................................... 20
2.1.3. Liderança liberal ou laissez faire ................................................ 21
2.2. LIDERA�ÇA �A SUPERVISÃO.............................................................. 23
3. O PAPEL DO SUPERVISOR ESCOLAR.................................................... 27
CO�CLUSÃO..................................................................................................... 32
BIBLIOGRAFIA....................................................................................... 33
ÍNDICE..................................................................................................... 36
FOLHA DE AVALIAÇÃO
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INTRODUÇÃO
Dentro de qualquer ambiente de cunho pedagógico, ou seja, aquele
cujo objetivo é proporcionar instrução e educação, há um profissional de
importância primordial na otimização do processo de ensino-aprendizagem.
O Supervisor Escolar é aquele que promoverá as articulações a fim
de construir diálogo e alternativas, proporcionar a auto-avaliação e formação
continuada dos profissionais envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.
Possuir competência não basta ao Supervisor Escolar “Educacional”
é preciso técnica e habilidade, é preciso ter conhecimento teórico e prático
sobre todo o processo educativo para que sua instituição possa alcançar os
objetivos da educação e os objetivos específicos próprio da instituição.
Seu sucesso não será individual, ele deverá estar em sintonia com a
Direção e em harmonia com toda a equipe, seja ela quem for e de que
condição for, especificamente com o professor, esse educador que espera
desse profissional não um supervisor “Fiscalizador”, revisor de suas ações,
mas um supervisor “necessário”, parceiro, provocador, coordenador,
incentivador, um líder, onde deverão se tornar parceiros de um mesmo ideal no
processo de ensino e aprendizagem de sua escola.
O propósito do Supervisor é despertar no professor o desejo pela
construção de uma prática pedagógica competente, não apenas um repetidor
de conteúdos muitas vezes transcritos do caderno de plano de aula, ou de
livros didáticos, como verdades absolutas. Deverá o professor almejar construir
junto com o Supervisor uma prática pedagógica crítica e criativa, à luz da
reflexão, assim, ciente de seus objetivos e finalidade.
Muitas vezes, o grande problema do Supervisor, o “reconhecimento”
por parte dos educadores da importância do Profissional de Supervisão, frente
aos novos desafios sociais, da necessidade de melhor aplicar o projeto da
instituição, pois nem todos os educadores querem ou estão preparados para
grandes mudanças que se fazem necessárias nas instituições, na atualidade.
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Caberá ao profissional de supervisão mais uma de suas habilidades:
a da “conquista” e respeito com os sentimentos desse educador, e
dependendo, mais uma vez do seu perfil de atuação, o mesmo deverá exercer
sua liderança a fim de ser reconhecido como um aliado responsável nessa
empreitada tão importante que é o ato de educar.
O presente estudo apresenta, por meio de uma pesquisa
bibliográfica, algumas reflexões sobre a importância do trabalho do Supervisor
na gestão escolar, a partir do desenvolvimento de suas funções junto à equipe
docente a fim de garantir a qualidade da formação humana que se processa
nas Instituições escolares.
Para se entender o que acontece no presente é preciso estudar o
passado. Para tanto o primeiro capítulo traz uma revisão histórica sobre a
importância do trabalho do Supervisor na gestão escolar, revendo três
conceitos de Saviani traz em “A supervisão Educacional em perspectiva
Histórica: da função à profissão pela mediação da idéia”, que serão melhores
explicados no decorrer do capítulo.
No segundo capítulo – A liderança na supervisão – busca mostrar o
perfil esperado para que o supervisor exerça as suas funções com sucesso
nos dias atuais.
O último capítulo traz um resumo do papel do supervisor, sua
prática, suas funções, seu papel na administração escolar no processo de
ensino- aprendizagem.
O trabalho de pesquisa que se segue tem como objetivo perceber a
importância deste profissional para que as instituições possam manter seus
profissionais atuando de acordo com seus objetivos e propósitos de forma que
se sintam a vontade de questionar e sugerir mudanças a partir de suas práticas
cotidianas, tendo como intermédio este profissional altamente qualificado para
ajustar as demandas da instituição e de seus profissionais.
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1. LEITURA HISTÓRICA DA SUPERVISÃO ESCOLAR
Sabendo-se da importância que tem a supervisão Escolar para a
realização do trabalho pedagógico, é necessário um passeio pela trajetória
histórica dessa função, a fim de conhecer seus primórdios, assim como as
transformações ocorridas ao longo dos anos.
1.1. A função
Da sua origem quando manifestada de forma de subsistência, sendo
então uma ação espontânea, passando a fixação do homem a terra
diferenciando-se a classe dominante e classe dominada
“Se se entende a supervisão como a ação de velar sobre
alguma coisa ou alguém a fim de assegurar a
regularidade de seu funcionamento ou de seu
comportamento” (Folquié 1971:452)
Segundo Saviani (2002, p.13) “A função supervisora acompanha a
ação educativa desde a pré história, quando começa a organização do homem
em comunidade. Nesse contexto mesmo nas comunidades primitivas onde a
educação se dava de forma difusa e diferenciada, estava presente a função
supervisora.” Os homens se apropriavam coletivamente dos meios de vida
fornecidos diretamente pela natureza para satisfazer suas necessidades
existenciais. Por isso essa forma social é denominada “comunismo primitivo”.
.O trabalho acontecia como princípio educativo, mas não havia a divisão social
do trabalho. Ela se dava na relação direta do homem com a natureza
coletando frutos, caçando, pescando, cultivando a terra e se relacionando uns
com os outros, eles se educavam e educavam as novas gerações No contexto
dessas sociedades primitivas, a educação coincidia com a própria vida .
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Saviani (2002, p.15) Com a fixação do homem a terra, durante o
período da Antiguidade e da Idade Média, surge a propriedade privada e a
separação entre proprietário e não proprietário, dá-se a primeira divisão social
do trabalho. Com esta divisão social do trabalho acontece também uma divisão
entre a educação destinada à classe dominante e a educação da classe
dominada que se dava através do trabalho. Surge a escola. “A palavra
“escola”, como se sabe, deriva do grego e significa etimologicamente, o lugar
do ócio”. A educação dos membros da classe que dispões de ócio, de lazer, de
tempo livre, passa a se organizar na forma escolar, contrapondo-se à
educação da maioria que continua a coincidir com o processo de trabalho.
Embora nessa época tenha surgido uma educação diferenciada,
caracterizada pela escola, ainda não se coloca o problema da ação
supervisora, em sentido estrito. Isto por que, via de regra, a escola constituía
uma estrutura simples, limitada à relação de um mestre com seus discípulos.
“A semelhança do artesanato em que o artesão,
individualmente, realizava o trabalho por completo, desde
a concepção até o produto final, também na escola
determinado mestre realizava por inteiro o trabalho de
formação de sues discípulos” (Saviani, 1994:98)
Provavelmente, a forma mais visível e manifestação da função
supervisora pode ser encontrada na figura do pedagogo tal como se configurou
na Grécia. “Etimologicamente significando aquele que conduz a criança ao
local de aprendizagem, o pedagogo era inicialmente, na Grécia antiga, o
escravo que tomava conta da criança e a conduzia até o mestre do qual
recebia lição”. Depois, passou a significar o próprio educador, não apenas
porque, em muitos casos, ele passou a se encarregar do próprio ensino das
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crianças, mas também porque de fato, sua, sua função, desde a origem, era a
de estar constantemente presente junto às crianças, tomando conta delas, isto
é vigiando, controlando, supervisionando, portanto, todos os seus atos.
A função supervisora também se fazia presente na educação dos
trabalhadores (escravos) no trabalho e para o trabalho por intermédio do
intendente (capataz), que era quem administrava e alentava os seus
trabalhadores, assim os escravos eram educados no trabalho, ao mesmo
tempo para o trabalho e para a submissão.
Pode-se concluir que, ao pedagogo, que supervisionava a educação
das crianças da classe dominante correspondia o capataz que supervisionava
a educação dos trabalhadores, isto é, dos escravos.
1.2. A Idéia de Supervisão
Com o passar do tempo a idéia de Supervisão educacional foi se
modificando e tornando-se mais clara. No Brasil essa manifestação começou a
se detectar com a vinda dos jesuítas, passando pelo período da proclamação
da Independência, chegando ao período republicano..
Os jesuítas
A partir de Saviani (2002, p.20) Aqui no Brasil a idéia de supervisão
teve início com a vinda dos primeiros jesuítas para o Brasil, em 1549, iniciou-
se, a organização das atividades educativas no país. Após a morte do Padre
Manuel da Nóbrega, o ensino foi orientado pelo Plano Geral dos Jesuítas,
conhecido como “Ratio Estudiorum” no qual já se notava a idéia de supervisão.
O “Ratio Estudiorum”, aplicado em todos os colégios da Companhia
de Jesus, previa o prefeito geral dos estudos como assistente do reitor para
auxiliá-lo na “boa ordenação dos estudos”. No referido documento as funções
do prefeito dos estudos eram reguladas por trinta regras, e dentre elas, a regra
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número 17 apontava claramente, como função do prefeito dos estudos “ouvir e
observar os professores”
Explicita-se na Ratio Studiorum a idéia de supervisão educacional na
figura do prefeito dos estudos.
Com a expulsão dos Jesuítas e as reformas pombalinas o seu
“sistema de ensino” foi extinto em 1759. O alvará que instituiu as reformas
previu, no entanto o cargo de diretor geral dos estudos e a designação de
comissários para fazer, em cada local, o levantamento do estado das escolas.
Nesse sentido, a idéia de supervisão englobava os aspectos político-
administrativo (inspeção e direção).
Proclamação Independência
Ainda a partir de Saviani, (2002, p.22) com a Proclamação da
Independência, no Brasil é formulada a 1ª lei para a instrução pública no Brasil
em 15 de outubro de 1827, que instituiu as escolas de primeiras letras em
todas as cidades, vilas e lugares populosos do Império baseadas no “Ensino
Mútuo” onde o professor exerce à função de docência e também a de
supervisão, ou seja, ele instrui os monitores e supervisiona as suas atividades
de ensino como aprendizagem dos alunos.
“Durante as horas de aula para as crianças, o papel do professor limitou-se à supervisão ativa de círculo em círculo, de mesa em mesa, cada círculo e cada mesa tendo à sua frente um monitor, aluno mais avançado, que ficava dirigindo. Fora destas horas, os monitores recebiam, diretamente dos professores, uma instrução mais completa, e não era raro ver os mais inteligentes adquirirem a instrução primária superior” (Almeida, 1989:60)
Ainda em Saviani, (2002, p.22) Em 1834 foi reconhecido pelo
Ministro do Império através de relatório o fracasso das escolas com o “ensino
14
mútuo”, novamente voltou à idéia de supervisão exercida agora por agentes
específicos, o mesmo relatório reclama imperiosamente a criação de um Cargo
de Inspetor de Estudos, ao menos na Capital do Império, já que estava
sobrecarregado com tantas tarefas devendo ainda se preocupar com tantos
detalhes.
No relatório de 1836 o Ministro do império constata a situação
deplorável das escolas o que poderia ser evitado se tivesse tido uma
“supervisão permanente”.
No regulamento das reformas, Couto Ferraz de 17 de fevereiro de
1854 fica estabelecido que ao Inspetor Geral caberia “supervisionar” todas as
escolas, colégios, casas de educação, estabelecimentos de Instrução primária
e secundária, públicos e particulares, como também presidir aos exames dos
professores e lhes conferir o Diploma, autorizar abertura de escolas privadas e
revisar livros corrigi-los ou substituí-los por outros.
Saviani (2002, p.24) Ao final do período monárquico assistiu a uma
grande quantidade de reformas no sistema de ensino, convergindo para o
mesmo ponto comum: a necessidade de organização de um sistema nacional
de educação, tornando-se recorrente a “idéia de supervisão”, com contornos
mais nítidos. Ao mesmo tempo em que as condições objetivas começavam a
abrir perspectivas para se conferir a essa idéia o estatuto da verdade prática.
Continuando em Saviani (2002, p.24) Na direção da idéia de
supervisão, a forma de um sistema nacional supunha dois requisitos
impulsionadores: a) organização administrativa e pedagógica do sistema como
um todo, isto é supervisão das atividades educativas; b) organização das
escolas na forma de grupos escolares, emergindo, assim, a questão da
coordenação dessas atividades, isto é, de um serviço de supervisão
pedagógica no âmbito das unidades escolares.
15
Período Republicano
Ainda em Saviani (2002, p. 24) No inicio do período republicano, a
reforma da instrução pública paulista (1896), instituiu, entre os outros órgãos
de educação, o Inspetor de ensino, cuja função, que deveria ser orientadora,
caracterizou-se na época, pela ação burocrática em detrimento das funções
pedagógicas.
Em 26 de agosto de 1897, a Lei 520 extingue o Conselho Superior
de Instrução Pública e as inspetorias distritais, ficando a direção e a inspeção
do ensino, sob a responsabilidade de um inspetor geral, em todo o estado,
auxiliado por dez inspetores escolares, voltando-se a prática anterior à
reforma.
Seria preciso esperar o período final da República velha com a crise
dos anos 20, para retomar as reformas estaduais da Instrução pública e
recolocar o problema da educação como uma questão nacional.
1.3. A profissão de supervisor
O Profissional de Educação tem na década de 20 o marco do
surgimento de sua profissão, mais tarde reservando ao Supervisor Escolar o
status de profissão.
De acordo com Saviani (2002, p. 25) do ponto de vista dessa
abordagem, o que se destaca na década de 20 é o surgimento dos
“profissionais da educação”, ou seja, os “técnicos” em escolarização como uma
nova categoria profissional. (Cf.Nagle,1974:102) surgindo assim juntamente
como elemento propulsor do mesmo a criação da Associação Brasileira de
Educação em 1924, por iniciativa de Heitor Lira.
Em 1925, a Reforma João Luiz Alves cria por Decreto, o
Departamento Nacional de Ensino, e esse foi um passo importante para a
criação cinco anos mais tarde, do Ministério de Educação e Saúde Pública.
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Essa remodelação do aparelho organizacional empreende a separação dos
setores técnico-pedagógicos daqueles especificamente administrativos.
Com a separação entre “parte administrativa” e a “parte técnica”
surgi aí a figura do Supervisor distinta do Diretor e do Inspetor. (Cf. Saviani,
1981:56-7)
Como assinala Nereide Saviani, cabe ao Diretor a “parte
administrativa”, ficando o supervisor com a parte “técnica” (Cf. Saviani,
1981:56-7)
De acordo com Saviani, “E é quando se que emprestar à figura do
inspetor um papel predominantemente de orientação pedagógica e de estímulo
à competência técnica, em lugar da fiscalização para detectar falhas e aplicar
punições, que esse profissional passa a ser chamado de supervisor”.
O “Manifesto dos pioneiros da educação nova” divulgado em 1932,
irá pregar um plano de conjunto para a reconstrução educacional do país
segundo a visão dos novos profissionais de educação. E é exatamente num
contexto de maior valorização dos meios na organização dos serviços
educacionais, tendo em vista a racionalização do trabalho educativo, que
ganham relevância os técnicos, também chamados de especialistas em
educação, entre eles, o supervisor.
Após a Revolução de 1930 toda essa mobilização ganha expressão
nacional passando a ser coordenadas pelo poder central. Assim é que as
reformas Francisco Campos, em 1931, e as reformas Capanema, de 1942 a
1946, dão sequência, agora em âmbito nacional, ao processo de
estruturação/reestruturação do ensino brasileiro que irá desembocar na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional promulgada em 20 de dezembro de
1961.
Pelo Decreto no 19.851 de 11 de abril de 1931, o Estatuto das
Universidade Brasileiras implementa a Faculdade de Filosofia, Ciências e
17
Letras. A essa faculdade coube a tarefa de formar os professores das
diferentes disciplinas das escolas secundárias, criando-se, no seu interior, o
Curso de Pedagogia.
O parecer no 252 de 1969 aprovado pelo Conselho Federal de
Educação reformulou os cursos de Pedagogia. O curso de pedagogia foi
então, organizado na forma de habilitações: administração, inspeção,
supervisão e orientação, além dessas habilidades previram-se também
concomitantemente como uma dentre aquelas da área técnica, o magistério de
disciplinas profissionalizantes dos cursos normais.
A habilitação correspondente ao Planejamento educacional foi
reservada para o nível de pós-graduação.
Saviani (2002, p.29) afirma que este parecer representa “a tentativa
mais radical de se profissionalizar a função do supervisor educacional”.
Segundo ainda Saviani (2002, p.30) A introdução das habilitações
nos cursos de Pedagogia se dá no âmbito da concepção que convencionou
chamar de “pedagogia tecnicista”.
No limite, o anseio da pedagogia tecnicista era garantir a eficiência e
a produtividade do processo educativo.
O curso de pedagogia, organizado na forma de habilitações, teria o
papel de formar os técnicos requeridos pelo processo de objetivação do
trabalho pedagógico em vias de implantação. Com isso abria-se o caminho
para o reconhecimento profissional da atividade do Supervisor no sistema de
ensino.
Saviani (2002, p.31) afirma que a nova estrutura do curso de
pedagogia decorrente do Parecer no 252/69 abre, pois claramente a
perspectiva de profissionalização da supervisão educacional. Com efeito,
estavam preenchidos dois requisitos básicos para se constituir uma atividade
18
com status de profissão: necessidade social apontado para o mercado de
trabalho e a especificação das características de profissão ordenadas em torno
de um mecanismo, de preparo dos novos profissionais entre eles o Supervisor
educacional.
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2. LIDERANÇA
A liderança passou a ser tema de pesquisa científica direcionada ao
campo a psicologia social e do comportamento desde a década de 30, quando
mais tarde a pesquisa e a literatura evoluíram para teorias que apresentavam
reflexões e conceitos a respeito de liderança que descreviam traços
característicos pessoais para lideres eficazes.
Muitos autores consideram a liderança um demonstrativo do
processo de influência, exercido, geralmente por uma pessoa sobre as demais
a fim de se obter resultados e atingir metas.
Ou seja, para que uma empresa consiga atingir seus objetivos,
naturalmente deverá ter no seu corpo administrativo, pessoas com habilidades,
conhecimentos e atitudes a fim de garantir o bom rendimento da organização.
Segundo Chiavenato (2004b), a liderança é necessária
em todas as organizações, ou seja, nas empresas e em
seus departamentos, em razão de sua habilidade em
influenciar através do processo de comunicação a fim de
obter objetivos específicos.
No novo padrão de organização que hoje se opera, na esfera
profissional, a preocupação com esse cenário de competividade, com a busca
constante pela melhoria de qualidade dos produtos e dos serviços no atual
mercado, a fim de assegurar aos interesse de seus clientes, a liderança é uma
estratégia utilizada como arma poderosa para garantir e atingir o sucesso
desse objetivo.
2.1 Teorias sobre estilos de liderança
Teorias sobre estilos de liderança são maneiras e estilos de se
comportar adotadas pelo líder em relação aos seus subordinados.
20
Podemos destacar na área de liderança educacional, três tipos de
liderança: autocrática, liberal e democrática citados por Chiavenato
2.1.2. Liderança autocrática
Chiavenato (2003, p.125) “O líder fixa as diretrizes, sem qualquer
participação do grupo” O líder é focado apenas nas tarefas. Este estilo de
liderança também é chamado de liderança autoritária ou diretiva, seu
comportamento com relação aos subordinados é crítico e preconceituoso. O
líder toma decisões individuais, sem justificá-las, impondo sua vontade,
desconsiderando a opinião dos liderados.
O subordinado não tem liberdade de atuação, pois o líder
autocrático controla rigidamente a sua atividade e não lhes explica
suficientemente o objetivo do seu trabalho.
Esse tipo de comportamento mostra uma forte tensão, frustração e
agressividade, e do outro lado, nenhuma espontaneidade, iniciativa ou
formação de grupos de amizade. A tarefa só se realizava com a presença
física do líder.
A Liderança autocrática cria sentimentos de insatisfação nas
pessoas, alienação quanto ao trabalho e falta de motivação. Isto faz com que
este modo de liderança, hoje em dia, seja apenas utilizado em trabalhos
simples, rotineiros.
2.1.2 Liderança democrática
Chiavenato (2003, p. 125) “As diretrizes são debatidas e decididas
pelo grupo, estimulado e assistido pelo líder”. Chamada ainda de liderança
participativa ou consultiva, Suas decisões serão sempre através do consenso
do grupo.
O líder orienta o grupo a executar suas atividades, fazendo-o
participar da tomada de decisão. Aceita as decisões do grupo, mesmo que
contrariem a sua própria opinião.
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Este estilo de liderança é voltado para as pessoas e há participação
dos liderados no processo decisório.
Liderança participativa envolve uma forte capacidade de preparar e
desenvolver pessoas muito mais pela ação conjunta do que pela utilização de
processos formais já existentes.
A liderança democrática conduz a sentimentos de participação,
satisfação, envolvimento pessoal, espírito de equipe e de colaboração, além de
elevada motivação para resultados.
O trabalho se torna mais suave e seguro, mesmo quando o líder se
ausenta, pois há um comprometimento, e integração do grupo dentro de um
clima de satisfação.
Daí sua utilização intensiva em quase todos os tipos de atividades,
principalmente naquelas que envolvam algum grau de especialização e
sofisticação.
2.1.3 Liderança liberal ou laissez faire:
“Chiavenato (2003, p.125) “A liderança liberal, que é totalmente da
inversa a autocrática,” há liberdade total para as decisões grupais ou
individuais, e mínima participação do líder”. Esse tipo de liderança se exerce
pela liberdade total da equipe. Também chamado de Laissez-Faire, (em língua
francesa "laissez faire, laissez aller, laissez passer", que significa literalmente
"deixai fazer, deixai ir, deixai passar") este líder toma poucas decisões,
deixando que a maior parte delas seja tomada pelos subordinados. Que se
tornam os donos da situação.
O grupo sabe bem o que deve ser feito não necessita de supervisão
total de seu líder. Eles tomam decisões e direcionam suas atividades com total
liberdade. Os liderados ficam livres para por seus projetos em prática sendo
delegado pelo líder liberal.
Sua utilização tem sido restrita a trabalhos altamente criativos e de
inovação pessoal.
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Nesse tipo de trabalho, com total liberdade de atuação, outros
modos de liderança não são bem sucedidos.
Quadro 01 Os três estilos de Liderança
LIDERANÇA
AUTOCRÁTICA
LIDERANÇA
DEMOCRÁTICA
LIDERANÇA
LIBERAL
Tomada de
Decisões
Apenas o líder decide
e fixa as diretrizes,
sem qualquer
participação do grupo
As diretrizes são
debatidas e decididas
pelo grupo que é
estimulado e assistido
pelo líder
Total liberdade para
tomada de decisões
grupais ou individuais,
com participação
mínima do líder
Programaçã
o dos
Trabalhos
O líder determina
providências para a
execução das tarefas,
uma por vez, na
medida em que são
necessárias e de
modo imprevisível
para o grupo
O próprio grupo
esboça providências e
técnicas para garantir
o alvo com o
aconselhamento
técnico do líder. As
tarefas ganham novos
contornos com os
debates
A participação do líder
no debate é limitada,
apresentando apenas
alternativas ao grupo,
esclarecendo que
poderia fornecer
informações desde
que solicitadas
Divisão do
Trabalho
O líder determina qual
a tarefa que cada um
deverá executar e qual
seu companheiro de
trabalho
A divisão das tarefas
fica a critério do grupo
e cada membro tem
liberdade de escolher
seus próprios colegas
Tanto a divisão das
tarefas como a
escolha dos colegas
ficam por conta do
grupo. Absoluta falta
do líder
Participação
O líder é pessoal e
dominador nos elogios
e nas críticas ao
trabalho de cada um
O líder procura ser um
membro normal do
grupo. É objetivo e
estimula com fatos,
elogios ou críticas
O líder não faz
nenhuma tentativa de
avaliar ou regular o
curso das coisas. Faz
apenas comentários
quando perguntado
Fonte: Chiavenato (2005: 187)
23
Chiavenato (2005, p.188) “A liderança autocrática põe forte ênfase
no líder, enquanto a liderança liberal põe ênfase nos subordinados. Na prática,
o líder utiliza os três estilos de acordo com a situação, com as pessoas e com
a tarefa a ser executada. O líder tanto manda cumprir ordens, como sugere
aos subordinados a realização de tarefas, como ainda consulta os
subordinados antes de tomar alguma decisão. Ele utiliza coerentemente os
três estilos de liderança. A principal problemática da liderança é saber quando
aplicar qual estilo com quem e dentro de que circunstância e tarefas a serem
desenvolvidas.
Quadro 2 Tipos de lideranças
TIPOS DE LIDERANÇA APLICAÇÕES
AUTOCRÁTICA
Ideal para equipes com trabalhos simples,
rotineiros e repetitivos
DEMOCRÁTICA
Ideal para equipes com trabalhos especializados e
sofisticados
LIBERAL
Ideal para equipes com trabalho altamente
criativos e inovadores
3.A Liderança na Supervisão
Muito tem se falado a respeito de liderança, talvez essa seja uma
das características mais importantes do perfil do Supervisor Escolar, pois para
desenvolver dentro de sua escola o Plano Político Pedagógico o mesmo
deverá motivar sua equipe para juntos executarem essa proposta.
Sabendo-se que o Supervisor hierarquicamente encontra-se numa
posição superior aos professores, a forma como deverá conduzir essa questão
irá interferir no resultado do seu trabalho.
Na prática quando se trata de um projeto o Supervisor poderá
utilizar os três estilos de liderança citados anteriormente, dependendo da tarefa
a ser executada, as pessoas e a situação.
24
O supervisor tanto poderá utilizar o perfil autocrático uma liderança
autoritária, onde apenas o líder decide e fixa as diretrizes sem qualquer
participação do grupo, onde o mesmo determina providências para a execução
das tarefas, uma por vez, na medida em que são necessárias. Não se pode
afirmar que por vezes esse princípio em algum grupo mais resistente a
mudanças não se possa alcançar resultados.
Poderá o Supervisor também exercer o estilo Liberal, Laissez-faire,
com total liberdade para tomada de decisões grupais ou individuais, com sua
participação mínima, apresentando apenas alternativas ao grupo sem
nenhuma tentativa de avaliar ou regular o curso dos acontecimentos, fazendo
apenas comentários quando perguntado, o que poderia esfriar o entusiasmo e
colocar o Plano pedagógico a baixo.
Deverá a liderança democrática ser a mais adequada para a
condução das atividades de uma escola. Onde tudo agora gera em torno da
globalização, onde todos estão sendo cobrados, revisados e atualizados,
mesmo porque é necessária a mudança.
“Se, na verdade, o sonho que nos anima é democrático e
solidário, não é falando aos outros, de cima pra baixo,
sobretudo, como se fôssemos os portadores da verdade
a ser transmitida aos demais,que aprendemos a escutar,
mas é escutando que aprendemos a falar com eles.”
(Freire,1998:127)
O supervisor também deverá ser objetivo e estimular com fatos,
elogios ou críticas. Fica mais fácil conseguir a adesão e o entusiasmo de
professores, funcionários e alunos para um programa de inovação adotado
pela escola, quando todos sentem que se trata de um projeto em que cada um
25
pode dar algo de si, onde todos fazem parte da realização do que é comum a
todos.
(...) confirmam-se, então, a idéia e o princípio de que o
Supervisor não é um técnico “encarregado da eficiência
do trabalho e, muito menos, um “controlador” de
“produção”; sua função e seu papel assumem uma
posição social e politicamente maior, de líder, de
coordenador, que estimula o grupo à compreensão –
contextualizada e crítica – de suas ações e, também de
seus direitos”. Rangel (1997, p.151)
Não podemos esquecer que professores são naturalmente líderes,
dentro de sua sala de aula, e são referencia dentro daquilo que ensinam.
Caberá ao supervisor conquistá-lo, para tê-lo como um aliado para juntos
traçarem estratégias de mudanças no processo de ensino e aprendizagem.
Segundo Rangel, (1988, p 19) “A supervisão torna-se meramente
teórica, vazia ou até mesmo inútil, se não consegue o engajamento real dos
professores em tudo aquilo a que se propõe”
O Supervisor deverá na liderança democrática, ou melhor dizendo,
participativa, obter mais resultados, pois elevará a auto estima desses
profissionais. As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo o trabalho é
compartilhado com toda a equipe, todos trocam suas experiências, todos se
empenham na sua realização o que é estimulado e assistido pelo líder que
ouve, dá idéias, aceita idéias e também elogia. As tarefas ganham novos
contornos com os debates, O líder procura ser um membro normal do grupo,
criando um ambiente de reciprocidade e mais comprometimento dentro e
equipe.
26
“Todos sabemos os valores de uma ação democrática
(....) uma ação que dá ao grupo a oportunidade de
crescimento, de criatividade, de liberdade de expressão –
e, portanto, de diálogo -, da liberdade de discordar,
participar das decisões, de trabalhar em ambiente aberto,
sem bloqueios, sem obstáculos (....) sem medo”. Rangel
(1988, p.17)
Que venha o “Democrata”, parceiro, inovador e dinâmico. Até
porque ele estará trabalhando em sua maioria com profissionais que
necessitam de motivação. Um incentivador, um líder, onde deverão se tornar
parceiros de um mesmo ideal no processo de ensino e aprendizagem de sua
escola. Ele deverá exibir a sua mais importante arma que é a habilidade.
27
3. O PAPEL DO SUPERVISOR ESCOLAR
Todos nós temos nossos momentos de nostalgia, ficamos às vezes
parados relembrando nossa infância, nossa adolescência, e, logicamente ela
está sempre atrelada à nossa escola, nossa professora, na época formada
pela escola normal, nossos colegas, nossa diretora, que muitas das vezes era
a dona da escola, o porteiro, que carimbava nossa caderneta de entrada e de
saída da escola, o inspetor escolar que nos vigiava na hora do recreio, a
coordenadora que nos dava bronca, a “Maria” da cantina, o “João” da xerox, as
provas, as festas juninas, os passeios escolares, o dia do mestre, às reuniões
de pais e mestres, os livros que passavam de mão em mão a cada ano, o hino
nacional cantado na entrada.
Quando criança tudo parecia funcional e muito simples para que hoje
eu estivesse aqui, saudosa do meu passado.
Os tempos agora são outros, os professores da escola atual são
outros e o perfil desses alunos também se modificaram ao longo desses anos.
Hoje vendo nossos filhos na escola, ficamos preocupados e
ansiosos com seu aprendizado, com toda essa competição.
Li recentemente num texto de um artigo da Professora Lílian Zieger,
uma frase que me chamou a atenção “estamos na “UTI da história! “É tempo
de desencanto e medo do futuro”.
Hoje um profissional não deve saber apenas bem a sua função, ele
deve ser um especialista, deverá buscar mais conhecimentos, deverá levar
para sua prática uma visão atualizada e moderna. Bem sei disso, estou aqui
com cinqüenta e dois anos fazendo uma pós-graduação para me especializar,
para buscar mais informações, para me adequar a tantas mudanças.
Muitas profissões já se extinguiram por conta do descartável, do
mecanizado, visto o próprio ensino que já se faz pela internet.
28
As crianças de hoje fazem parte de uma sociedade globalizada,
centrada na informação e nas tecnologias, muito novas já sofrem desafios, já
estão fazendo o “vestibularzinho” muito cedo.Nossos filhos estão sendo
projetados para o futuro muito cedo e a escola precisa fazer parte dessa nova
realidade sendo também estimulante, inovadora, sedutora, até mesmo para
poder acompanhar toda essa evolução.
Voltando a terra, especificamente para minha monografia, volto a
pensar no meu tema sobre o papel do Supervisor Escolar que também está
sendo questionado e repensado.
Esse profissional que historicamente sobreviveu a tantas
mudanças na área educacional.
Um educador que nesse mundo moderno, precisará deter
conhecimentos específicos que lhe aponte melhoria na qualidade de ensino e
da aprendizagem, porque a educação de hoje o exige. Morreu aquele
supervisor fiscalizador, revisor das ações dos outros, já não lhe cabe mais
esse modo de atuar.
Reportando ao capítulo da liderança, precisamos sim de um
Supervisor articulador, desafiador, reflexivo, um líder que é o solicitado pelos
professores e por toda a equipe escolar, estando sempre aberto as
transformações do mundo atual.
Caberá ao profissional de supervisão assumir o papel a que veio, de
traduzir as necessidades, tanto da administração escolar, a fim de fazer com
que sejam cumpridas as normas quanto de facilitador das atividades
docentes, garantindo o sucesso do aprendizado quanto na formação
continuada dos professores.
O principal trabalho do Supervisor, colaborando para a
transformação de sua prática, deverá ser efetivada na escola, durante as
reuniões, discussões e atendimentos individuais dos professores.
Ele deverá dentro do conteúdo da disciplina colaborar com o
professor para que o mesmo desenvolva nos alunos competência para o
mundo lá fora.
29
Nesse mundo globalizado, com tanta coisa acontecendo, em um
piscar de olhos, uma nova informação surge, uma nova tecnologia é testada.
Neste momento, é que o professor, atualizado, deverá no conteúdo de sua
matéria repassar para seus alunos experiências do mundo atual, para
entendimento e vivência dos alunos, para que seu programa se torne mais
atrativo, onde o mesmo perceberá um aluno mais participativo. E é nessa
interação que se faz presente a relação supervisor e professor.
“É cada vez mais aguda, no mundo atual, a consciência
de que estamos vivendo mudanças profundas, que ainda
não somos capazes de compreender adequadamente.
Essa realidade provoca em muitas pessoas insegurança,
incerteza e suscita as mais variadas reações, de
perplexidade, inquietude, como também de busca de
criatividade”. (RANGEL. org. 2001,p. 81).
Outro momento da prática do supervisor está em superar mais um
desafio, que é o problema de repetência e evasão do aluno. Caberá ao
supervisor junto à escola uma tentativa de desenvolver uma pesquisa para
saber que fatores estariam reproduzindo o fracasso escolar. Como a escola
deverá contribuir para evitar esse fato, entendendo-se que lugar de criança é
na escola? A escola tem sua função social, e para tanto não pode a mesma
expulsar o aluno que mais precisa dela. Deverão juntos, gestores,
coordenadores, supervisores e professores, em uma avaliação coletiva de
suas práticas buscarem uma resposta a fim de superar esse problema.
“O valor da avaliação encontra-se no fato do aluno poder
tomar conhecimento de seus avanços e dificuldades.
Cabe ao professor desafiá-lo a superar as dificuldades e
continuar progredindo na construção dos conhecimentos”
(Luckesi, 1999)
30
O supervisor estando ligado diretamente ao professor, alcança
também o objetivo que é o desenvolvimento e crescimento dos alunos. Tanto o
professor quanto os alunos, ficam mais próximos do sucesso quando o
trabalho é realizado a três.
Dentro de uma Instituição escolar a função pedagógica e a
administrativa estão intimamente ligadas. O diretor deverá estar em
consonância como supervisor, pois a função primordial da escola é o ensino e
a aprendizagem. Deverá o Supervisor ter conhecimento da administração
escolar, a fim de garantir um bom funcionamento pedagógico. Apesar da
direção ser de caráter administrativo, o mesmo, também, deverá conhecer os
princípios da supervisão, pois nenhuma ação é somente administrativa ou
pedagógica. Eles deverão atuar junto no mesmo processo de produção do
conhecimento
“.Não se podem negar as especificidades do saber e do
trabalho. Contudo, especificidade. não significa,
necessariamente, desarticulação, até porque os fatos (e
atos) específicos inserem-se em circunstâncias e
situações mais amplas; é o que se entende pelo princípio
da relação entre especificidade e totalidade”. (RANGEL,
1997, p. 151).
Segundo Nérici (1973) as fases distintas que orientaram o trabalho
do supervisor passou por três concepções: fiscalizadora, construtiva e criativa.
A primeira interessada no cumprimento da lei, uma ação que se
confunde com inspeção.
“A fase fiscalizadora foi a primeira a se confundir com
inspeção escolar, interessada mais no cumprimento das
leis de ensino, condições do prédio, situação legal dos
professores, cumprimento de datas e prazos de atos
escolares, como provas, transferências, matriculas, férias,
31
documentação dos educando, etc.” (NÉRICI, 1973, P.30-
31).
A segunda passou a melhoria da atuação dos professores,
promovendo cursos de aperfeiçoamento, atualização para os mesmos.
“A fase construtiva ou de supervisão orientada, a
segunda na evolução do conceito de supervisão Escolar,
é a que reconhece a necessidade de melhorar a atuação
dos professores. Os inspetores Escolares, então,
passaram a promover cursos de aperfeiçoamento e
atualização dos professores” (NÉRICI, 1973, p. 31)
E finalmente a terceira fase que aponta para o aperfeiçoamento do
processo de ensino e aprendizagem.
“A fase criativa, a atual é aquela em que a supervisão se
separa da inspeção para montar um serviço que tenha
em mira o aperfeiçoamento de todo o processo ensino-
aprendizagem, envolvendo todas as pessoas nele
implicadas, em sentido de trabalho cooperativo e
democrático” (NÉRICI, 1973, p.32)
Como vimos desde o início deste trabalho, o papel da atuação do
supervisor vem se modificando através dos séculos, tomando novos rumos,
quebrando preconceitos e conquistando muitos aliados nessa nova função que
é o processo de ensino e aprendizagem da escola.
32
CONCLUSÃO
Este trabalho teve a finalidade de resgatar a história da supervisão
desde os primórdios tempos de sua origem da idéia, sua representação
mental, a função entendida no sentido de fiscalização, quando mais tarde
como profissão na ação educativa com um novo perfil de atuação como um
agente de mudanças um facilitador das atividades docentes, através de um
trabalho coletivo, garantindo o sucesso do aprendizado.
Teve também, como finalidade, não esmiuçar suas funções, na
gestão escolar, mais abordar sua competência e habilidade necessária, para
lidar com também outros profissionais de educação.
Ela caminhou, como se deve, para a modernidade, para
compreensão dos tempos atuais, cumpridor das normas sim, mas também um
facilitador, colaborador, companheiro nessa jornada, um líder carismático,
motivador, com o propósito de despertar no seu colega profissional de
educação o desejo pela construção de uma prática pedagógica competente
através de uma ação democrática, principalmente, até porque estamos
falando de um novo supervisor, desmistificando a imagem inicial que se tinha,
para agora um parceiro, comprometido com o processo de ensino e
aprendizagem de sua escola.
Gostaria de tomar a liberdade e terminar a minha conclusão à com
uma citação retirada do livro de Mary Rangel Supervisão Pedagógica-
princípio e práticas, por Naura Syria Carapeto Ferreira.
Confúcio Disse:
Se uma pessoa pode colocar em prática cinco coisas em qualquer parte do mundo, ela é um ser humano. “Posso saber que coisas são essas?” – perguntou Zizhang. E Confúcio respondeu: “respeito, generosidade, sinceridade, perseverança e bondade. Se uma pessoa age com respeito, ela não é insultada. Se é generosa, conquistará o povo. Se é sincera, ela merecerá confiança das pessoas. Se é perseverante, realizará grandes dias. Se ela é bondosa, será capaz de influenciar os outros”. (1993, p.19
33
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36
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
LEITURA HISTÓRICA DA SUPERVISÃO ESCOLAR 10
1.1 - A FUNÇÃO 10
1.2 – A IDÉIA DE SUPERVISÃO 12
1.3. – A PROFISSÃO DE SUPERVISOR 15
CAPÍTULO II
2. LIDERANÇA 19
2.1. TEORIA SOBRE ESTILOS DE LIDERANÇA 19
2.1.1. Liderança autocrática 20
2.1.2.Liderança democrática 20
2.1.3. Liderança Liberal ou Laissez faire 21
2.2. LIDERANÇA NA SUPERVISÃO 23
CAPITULO III
3. O PAPEL DO SUPERVISOR 27
CONCLUSÃO 32
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 33
ÍNDICE 36
37
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: