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A MENSAGEM FOTOGRÁFICA A fotografia e seu paradoxo

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Page 1: A fotografia e seu paradoxo. A mensagem fotográfica Existe uma mensagem fotográfica? Toda leitura parte do Referente / Análogo (Analogon) (Barthes: Quem

A MENSAGEM FOTOGRÁFICAA fotografia e seu paradoxo

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A mensagem fotográfica

Existe uma mensagem fotográfica?

Toda leitura parte do Referente / Análogo (Analogon)(Barthes: Quem faz – Operator / Fotógrafo; Quem vê – Spectator / Consumidores; Quem é Referente – Spectrum / Objeto fotografado.)

Toda MENSAGEM REFERENTE, análoga, produz também uma MENSAGEM SUPLEMENTAR.- Remete a certa ‘cultura’ da sociedade.

Toda mensagem fotográfica oferece então duas leituras: uma DENOTADA (análoga) e uma CONOTADA (maneira como a sociedade oferece à leitura) +

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(continuação)

“... de todas as estruturas de informação, a fotografia seria a única a ser exclusivamente constituída por uma mensagem denotada que esgotaria totalmente seu ser; diante de uma fotografia, o sentimento de ‘denotação’, ou de plenitude analógica, é tão forte, que a descrição de uma fotografia é, ao pé da letra, impossível; pois que descrever consiste precisamente em acrescentar à mensagem denotada um relais ou uma segunda mensagem, extraída de um código que é a língua, e que constitui, fatalmente, qualquer que seja o cuidado que se tenha para ser exato, uma conotação em relação ao análogo fotográfico: descrever, portanto, não é somente ser inexato ou incompleto, é mudar de estrutura, é significar uma coisa diferente daquilo que é mostrado” (p. 14)

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(continuação)

O sentido ‘denotante’ da fotografia é mítico; Toda fotografia então opera um código ANÁLOGO (denotado, uma mensagem sem código*) e outro RETÓRICO (conotado, seu tratamento, escritura). +

A imagem comporta então um plano de EXPRESSÃO (denotado) e um de CONTEÚDO (conotado).

É POSSÍVEL PREVER QUE DIFERENTES PLANOS DE EXPRESSÃO TRAGAM DIFERENTES PLANO DE CONTEÚDO?

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A conotação da mensagem fotográficaSe conotação é IMPOSIÇÃO DE SENTIDO à mensagem fotográfica, uma tentativa de codificação do ANÁLOGO (analogon) pode ser elaborada nos diferentes níveis de produção da imagem.

A rigor há seis procedimentos que podem interferia na leitura retórica (conotada) de uma imagem.

Modificação do real, da mensagem denotada- Trucagem- Pose- Objetos

Procedimentos específicos (relacionados à imagem)- Fotogenia- Sintaxe

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Millard Tyddings (democrata) aparece (acima, à direita) no que parecia ser uma conversa com Earl Browder, que fora até ao final da Segunda Guerra Mundial (entre 1934 e 1945) o Secretário-Geral do Partido Comunista dos Estados Unidos da América. (Só em nota de rodapé é que se esclarecia que se tratava de uma fotomontagem…)

TRUCAGEM

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“Se caracteriza por intervir , sem prevenir, no próprio plano de denotação; utiliza a credibilidade inerente à fotografia que consiste em seu extraordinário poder de denotação (...) para apresentar como simplesmente denotada uma mensagem que, na realidade, é fortemente conotada”

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Estação de Hendaya. Fotografia difundida com as figuras de Franco e Hitler juntos.

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POSE

Por ocasião das eleições norte-americanas J.F. Kennedy aparece em foto posada. É a própria pose do modelo que sugere a leitura dos significados de conotação: juventude, pureza, determinação, segurança. Uma gramática histórica de significados, de metáforas usuais permite que façamos, dentro da cultura, essa leitura.

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A pose não é um procedimento especificamente fotográfico mas seu efeito resulta do princípio análogo que é a base da fotografia: a mensagem não é a ‘pose’, mas os elementos que dela se evidenciam como poder, virilidade, condução.

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OBJETOS

Induzem idéias ou, de maneira menos evidente, são verdadeiros símbolos que remetem a conceitos anteriores e que se apóiam na cultura existente daquela sociedade.

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A mensagem fotográfica

“... os objetos constituem excelentes elementos de significação: por um lado, são descontíguos e completos em si mesmos (...), por outro lado, remetem a significantes claros, conhecidos; são pois elementos de um verdadeiro léxico, estáveis a ponto de se poder facilmente estabelecer sua sintaxe” (p. 17)

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FOTOGENIA

Em estritamente fotográfico é considerada a qualidade fotogênico de alguns assuntos que lhes permite ter uma boa aparência (não necessariamente BELO) imortalizados em uma imagem.

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Dois grandes teóricos

Louis Dellouc (14 outubro de 1890 – 22 março 1924)

A Fotogenia não só deve ser capaz de capturar a beleza fotogênica do que for fotografado, mas também a necessidade de identificar os objetos... O fotogênico é assim uma espécie de " beleza "deste sujeito ou dos objetos fotografados.

Jean Epstein(25 março de 1897 – 3 abril de 1953)

Chama de aspectos fotogênicos o que melhora a qualidade moral através da sua reprodução. Segundo o autor a fotogenia está para o cinema assim como a cor para a pintura.

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Para Delluc, uma paisagem pode ser fotogênica em si se conseguir expressar seu referente, enquanto para Epstein a fotogenia é algo que expressa um estado de espírito, uma qualidade moral.

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SINTAXE

A sintaxe é o ramo da lingüística que estuda os processos generativos ou combinatórios das frases das línguas naturais. Em FOTOGRAFIA, a sintaxe está ligada ao processo de ‘escritura’ dos fragmentos ‘encadeados’ da mensagem e não nos fragmentos capturados de cada imagem particular, ou no seu sentido denotado.