a flora nacional na medicina domestica volume 02, afons balbach

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A FLORA NACIONAL NA MEDICINA. DOMESTICA - VOL.I I; ; ;. iPRF. ALFONS BALBAH15a EDIOEDIES "A EDIFICAO DO LAR" R. Amaro B. Cavalcanti, 624 - Tel. 295-3353 - C. P. 483l1 - 01000 S. Paulo, SP 3. a Parte PLANTAS MEDICI NAI S A A P L I CAo DAS PLANTAS NA MEDICINA DOM ST I CAOs antigos egpcios, que se desenvolveram na arte de e balsamar os cadveres para guard-los da deteriorao, experimentaram itas plantas, cujo poder curativo descobriram ou confirmaram. Nascia, assim, a fitoterapia. Naqueles velhos tempos, as plantas eram muitas vezes escolhidas por seu cheiro, pois que se cria que certos aromas afugentavam os espritos das enfermidades. Essa crena continuou at Idade Mdia, quando os mdicos usavam, no nariz, um aparelho para perfumar o ar que respiravam. Os egpcios, que ento estavam relativamente adiantados tambmna arte de curar, usavam, alm das plantas aromticas, muitas outras, cujos efeitos bem conheciam, como seja a papoula (sonfera) a cila (cardaca), a babosa e o leo de rcino (catrticos), etc. O papiro descoberto por Ebers, em 1873, est repleto de receitas mdicas em que entravam plantas em mistura com outras substncias. Em medicina, os velhos babilnios eram to adiantados como os egpcios. No cdigo de Hamurabi, que viveu mais ou menos no tempo do patriarca Abrao, encontra-se uma importante regulamentao sobre o exerccio da medicina e da prescrio de remdios. A lei previa rigorosa punio para quem exercesse impropriamente a profisso mdica. Havia at pena de morte para o mdico que cometesse um erro grave ou no tratasse devidamente alguma pessoa de destaque na sociedade. Como no Egito, tambm na Babilnia a medicina combinava o poder curativo (ou supostamente curativo) de certas substncias com (405) % / / )/ !406 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA asses de magia. Dos espritos invocados, um tinha, por exemplo, a P , misso de expulsar, ou ajudar a expulsar, o 'verme que causava dor de dente". Os assrios, que tambm eram adiantados em medicina, incluam, no seu receiturio, nada menos de 250 plantas teraputicas, entre as quais o aafro, a assa-ftida, o cardamomo, a papoula, o tremoo, etc. Hi crates (460-361 a.C.), da Grcia, que considerado o pai da P medicina, empregava centenas de drogas de origem vegetal. Teofrasto (372-285 a. C.), em sua histria das plantas, catalogou nada menos de 500 espcimens vegetais. Crateus, que viveu no sculo I antes de Cristo, publicou a primeira obra de que se tem conhecimento na histria - o Rhizotomikon - sobre plantas medicinais, com ilustraes. Dioscrides, o fundador da "matria mdica", no sculo I da era crist, publicou um livro em que fez uma lista de 600 plantas medicinais. Plnio, o Velho, que tambm viveu no sculo I da nossa era, e cuja enciclopdia constava de 37 volumes, catalogou igualmente as espcies vegetais teis medicina. Foi talvez em base da teoria Plnio - segundo a qual havia para cada enfermidade uma planta especfica - que se desenvolveu a doutrina dos signos, cujos paladinos afirmavam que cada planta trazia em si mesma o sinal de sua utilidade na medicina. Tratava-se apenas de saber interpretar corretamente os indcios existentes. Da cincia fitoterpica dos gregos, romanos e outros povos, to-maram conhecimento os rabes. Abd-Allah Ibn AI-Baitar, que viveu no sculo XIII, e que foi o maior especialista rabe no campo da botnica aplicada medicina, viajou por muitos pases em busca de dados que necessitava para seu livro. Produziu uma obra muito valiosa, em que descreveu mais de 800 plantas. A Botnica sempre andou de mos dadas com a Medicina, numa unio indissolvel, e nunca poderamos pensar em divorciar uma da outra. Em todo o mundo se conhecem hoje inmeros remdios vegetais de iricalculvel valor para a farmacopia moderna. Foram recentemente publicados diversos trabalhos que insistem numa investigao mais profunda das propriedades medicinais das PLANTAS MEDICINAIS 407 plantas, e o que especialmente importante para ns que a Flora Brasileira focalizada nos estudos de mbito internacional no terreno da fitoterapia. A prpria UNESCO tem estimulado programas mundiais de pesquisa nesse campo. No que diz respeito, por exemplo, aos estudos sobre a teraputica do cncer, lemos no "Estado" de 2/4/1967 que "mais de 1500 extratos de lantas foram estudados pelo Servio Nacional Central de Quimiop , g " se coterapia do Cncer dos Estados Unidos', e que, at a or, j nhecem cerca de 750 espc e plan ies d tas que apresentjm atividades I sobre o cncer experimental". Fazemos votos para que, um dia, a rica flora nacionIeja aproveitada, muito mais do que est sendo, para abenoar a hu anidade. , , 0 que os pais de famlia e as donas de casa devem saber A teraputica vegetal tem acusado crescente sucesso, pelo que no poucos mdicos, desiludidos com a medicina oficial, alpata, usam as plantas com grande proveito na cura das molstias. As plantas, exceto as venenosas, s podem fazer bem. Nutrem o corpo, purificam o sangue e preparam o organismo para resistir contra a doena. Por isso, toda pessoa, especialmente os pais de famlia e as donas de casa, deviam entender do preparo e aplicao de remdios caseiros da rica e variada flora medicinal brasileira. Para que as plantas medicinais nada percam do seu valor curativo, devem ser colhidas quando no esto molhadas de orvalho. Secamse sombra, porque os fortes raios solares tiram das plantas, depois de arrancadas, uma parte das substncias curativas, que se eva_ poram quando expostas ao sol. As razes devem ser bem lavadas e picadas em pedacinhos, antes de serem postas a secar. Quando j secas as ervas, sombra, como dissemos, examinam-se separam-se as partes estragadas. Conserva-se somente o que bom. As folhas, flores, talos e razes picados guardam-se ento em caixas, em lugar seco. De vez em quando bom tornar a examin-las, a ver se esto apanhando umidade, caso em que necessrio sec-las de novo. As; i ique cheiram a mof.o,j no servem para fins curativos. 408 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA Deve-se rotular as caixas cuidadosamente, indicando em cada caso a espcie de erva contida, para evitar confuso. Deste modo cada qual pode ter, em casa sua prpria farmcia herbcea. As ervas curativas podem ser aplicadas de diversas maneiras, e muito importante que toda pessoa que pretenda adotar este sistema de cura conhea bem seus vrios modos de aplicao. Citamos os seguintes: 1. Chs De vrias maneiras se prepara um ch, a saber: a. Como tisana - Pe-se gua numa panela e, quando estiver fervendo, acrescentam-se as ervas. Tapa-se de novo. Deixa-se ferver mais uns cinco minutos, e tira-se do fogo. Deixa-se repousar alguns minutos, bem tapado, coa-se e pronta est a tisana. b. Em infuso - Esta forma consiste em despejar gua fervendo sobre as ervas, numa vasilha, e deix-las repousar assim, bem tapadas, durante uns 10 minutos. Para este preparo so mais apropriadas as folhas e flores. Os talos e razes tambm podem preparar-se por infuso, mas devem ser picados bem fino e ficar em repouso durante uns vinte ou trinta minutos, depois de se deitar gua fervendo em cima. c. Em decoco - Deitam-se as plantas numa vasilha e verte-se gua fria em cima. A durao do cozimento pode variar entre 5 a 30 minutos. Flores, folhas e partes tenras basta cozer 5 a 10 minutos. Partes duras, como sejam: razes, cascas, talos, picam-se em pedacinhos e cozinham-se 15 a 30 minutos. Tira-se a vasilha do fogo e conserva-se tapada durante alguns minutos mais; depois coa-se. Esta forma mais recomendvel para as cascas, razes e talos. d. Em macerao - Pem-se de molho as ervas em gua fria, durante 10 a 24 horas, segundo o que se queira empregar. Folhas, flores, sementes e partes tenras ficam 10 a 12 horas. Talos, cascas e razes brandos, picados, 16 a 18 horas. Talos, cascas e razes duros, picados, 22 a 24 horas. Coa-se. O mtodo da macerao oferece a vantagem de que os sais minerais e as vitaminas das ervas so aproveitados. No s para fins medicinais se usam os chs, seno tambm como bebida, quente ou fria, em substituio ao ch preto e ao ch mate, que so prejudiciais. PLANTAS MEDICINAIS 409 Como as razes, talos e cascas requerem, para cozinhar, mais mpo que as flores, folhas e partes tenras, recomendamos que estas r guardadasem separado daqueles. Pelo mesmo motivo, o pre, ch tambm deve ser feito em separado, isto , flores e toca co s e cozinham juntamente com talos; razes e cascas, assim cozinha o arroz junto com o feijo. `e, salvo casos especiais, a dose diria para os c"s : J c 6 qa'o um litro de gua, ou seja, uma colher (de sopa) F e o f e ch. Tomam-se quatro ou cinco xcaras por dia. Es. 4 ao a' adultos. Para jovens de 10 a 15 anos, trs aA a quat 1,. co 310 anos duas a trs xcaras crianas de 2 a 5 anos, l'o , crianas de 1 a 2 anos, meia xcara a uma xcara; para ci, dis novas, diminui-se aiida mais a quantidade. As indica, ,ue acabamos de fazer, valem para as folhas frescas. As secas sbem mais leves, pelo que a dose deve ser reduzida para a metade. Assim, por exemplo, em vez de se empregarem 20 gramas de folhas verdes, empregam-se 10 gramas de folhas secas. E como ir o leitor, no tendo balana prpria, arranjar-se com estes pesoc - 5, 10, 15, 20 gramas, tc.? muito fcil. Usar aperas uma colher das de sopa. Uma colherada de folhas verdes pesa 5 gramas aproximadamente; Uma colherada de folhas secas pesa 2 gramas aproximadamente. Boa praxe comear com uma quantidade menor e aument-la, aos poucos, dia a dia. Fazemos esta indicao para que as pessoas inexperientes no tratamento com ervas, e acostumadas a observar doseamentos exatos para remdios farmacuticos, tenham alguma orientao. Em geral, todavia, em se tratando de plantas, a dose no necessita ser muito exata. As ervas medicinais no oferecem os perigos que espreitam nos produtos qumicos. Salvo casos excepcionais, a quantidade pode variar sem dano algum. Ningum morrer envenenado se tomar algumas xcaras a mais ou a menos. Para gargarejos, inalaes, compressas e outros fins externos, usam-se naturalmente doses mais tortes. Os chs de ervas devem ser tomados, preferivelmente, de manh, em jejum, noite, antes de deitar-se. Bom efeito tm tambm quando tomados aos poucos, a saber, um gole (ou uma colherada) de hora em hora. 410 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA Para preparar os chs nunca devem empregar-se utenslios de metal, seno de barro, loua ou esmaltados. O mesmo vale tambm para o preparo de sucos de frutas ou verduras. Por ser perigosa, nunca deve deixar-se uma colher de alpaca dentro do ch ou suco. No se devem adoar os chs com acar, pois o melhor tom-Gos ao natural. Quem, todavia, quiser ado-los, deve empregar mel, que tambm um meio curativo. O mel tem efeito medicinal. Recomendamos, portanto, adoar o ch com mel no tratamento da garganta e do peito, para combater os catarros. O mel bom dissolvente nas obstrues vrias. tambm emoliente, laxativo, sudorfico, depurativo. O acar, principalmente o quimicamente branqueado, no o recomendamos. Sempre que possvel, deve-se preferir o mel. Para resfriados, catarros, afeces da garganta e do peito, obstrues e cibras, e para dissolver mucosidades, bem como para esquentar o corpo e provocar a transpirao, tomam-se chs quentes. Os chs de um dia para outro fermentam. Deve-se, por isso, preparar diariamente a poro necessria para um dia. No se devem tomar chs ou outras bebidas quaisquer, nem gua, juntamente com as refeies, seno uma hora antes ou duas horas depois, porque os lquidos tomados na refeio estorvam a digesto. No se deve tomar o mesmo ch por tempo muito prolongado. De dez em dez dias, mais ou menos, bom variar o tipo de ch, porque a mesma qualidade, depois de algum uso, tem seu efeito curativo diminudo.2. Sucos Se os chs so benficos, muito mais o so os sucos crus das ervas. Infelizmente, nem sempre podemos obt-las frescas. A estao do ano ou o lugar em que moramos muitas vezes s nos permitem obter inmeras delas em estado seco, da proviso que temos em casa ou da ervanaria. Mas, sempre que possvel, devemos us-las frescas. O suco se obtm facilmente triturando as ervas com um pilo ou moendo-as na mquina de moer carne. Passam-se, em seguida, por um coador. A dosagem normal para os sucos a seguinte: PLANTAS MEDICINAIS 411 Adultos: cinco gotas de suco em uma colher com gua, de duas em duas horas; 10 a 15 anos: trs gotas; infantes de 5 a 10 anos: duas gotas; crianas de 2 a 5 anos: uma gota; crianas de 1 a 2 anos: pinga-se uma gota de suco numa colher com gua e d-se s meia coIher; crianas de seis meses a um ano: um quarto de colher. Com a diminuio da idade, diminui-se a quantidade de suco, mas o intervalo no tomar o remdio convm que seja sempre o mesmo: de duas em duas horas. Para facilitar ao leitor que muitas vezes no ter conta-gotas mo, acrecentamos que, numa colherinha das de caf, cabem mais ou menos 25 gotas. Os sucos se preparam no prprio momento em que se tomam; nunca se espremem com antecedncia. 3. Saladas timo resultado d tambm o uso de ervas curativas em forma de saladas cruas. Para este fim, s servem os brotos e as folhas tenras. Diversos tipos de ervas misturados do ainda melhor resultado. Certas ervas tm um gosto muito forte. Umas so amargas; outras so picantes. Neste caso pe-se mais de uma qualidade ou mais de outra qualidade, na mistura. Faa cada qual suas prprias experincias neste sentido, para ver o que Ihe vai melhor. A experincia adquirida quase sempre o melhor mestre. "In medicina plus valet experimentia quam ratio", disse Boglive. Mas, advertimos outra vez, deve-se tomar muito cuidado para no apanhar, por engano, ervas venenosas. Tambm aqui a experincia essencial. timas saladas cruas podem preparar-se com as seguintes ervas: dente-de-leo, lngua-de-boi, lngua-de-vaca, tanchagem, borragem, beldroega, salva, mil-em-rama, hortel, cominho e muitas outras, apresentadas neste livro. 4. Sopas, guisados, etc. r Muitas ervas silvestres podem ser tambm preparadas em forma1 de sopas, ensopados, guisados, omeletes, virados, etc. (((((1\\\)()(((\()`,'\\,\\\\\\\\\\\\\\\\\\1\\\\\\\;n"""" r.412 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA As refeies de ervas silvestres, alm de salutares e nutritivas, tm a g s P vanta em de ser baratas. usar-se as mesmas ervas indicada ara Nestes preparos, podem p "saladas", e muitas outras, segundo recomendar a ex erincia. 5. Xaropes elos seus efeitos peitorais, e usadas Muitas plantas conhecidas P eces das vias respira contra a tosse, a bronquite, e outras af qrias, P ue so medicamentos l uidos, podem entrar no preparo de xaro es, Q cos, decoctos ou misturando certos su viscosos, os quais se obtm uente ou frio e tomacerados,.meio a meio, com mel. Prepara-se q ma-se s colheradas. 6. Banhos e prestam, com bons resultaddilvios et exAs ervas tambm s , de assento, pe O terno, em forma de banhos de tronco randemente ajudado quando acomusu " elouso externo. Freqiientemente, uu -panhado p p interno e exterples no consegue, consegue-o um ataque du loDesta maneira se pode obter uma exno - contra a causa do mal. venenosas, e conseqi.entepulso mais rpida e eficaz das substncias mente se apressa a cura. as para um bal0 gramas de erv A dosagem normal de 500 a de d'gua (30 a 60 gramas para um litro de gua). Cozem-se as ervas durante 20 a 40 minutos, coam-se e deita-se o decocto na gua que vai ser usada para o banho. muito bo m acrescentar plantas medicinais - folhas de eucalipto, cavalinha - gua do banho de vapor, para tratar inmeras , etc. enfermidades. /chs --sa I adas,." xaropes /cataplasmas / / , Ij ! sucos: soposr nhosrga rga rejos7. Cataplasmas As cataplasmas se empregam de vrios modos, a sabe nte para. Ervas frescas, ao natural, podem aplicar-se diretam te dolorida, inchada ou ferida. i/Ir , lavagens inolaes, , ,, ;, , l,/ ZEIT azeites ungentos 413 414 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA b. Ervas secas em saquinhos, frias ou quentes, conforme o caso, usam-se para cibras, nevralgias, dor de ouvido, etc. c. Em forma de pasta. Socam-se as plantas, formando uma papa que se coloca sobre o lugar dolorido, diretamente ou entre dois panos. Quando no se tem ervas frescas para este fim, podem-se usar tambm ervas secas. Neste caso se deita gua fervendo em cima das ervas, numa vasilha, tanta quanta necessria for para formar uma pasta. As cataplasmas tm efeito calmante sobre os inchaos, nevralgias, contuses, reumatismo, gota, furnculos, supuraes, etc.No preparo das mesmas, no se devem usar colheres de metal, especialmente as de alpaca, mas sim de madeira, pois as primeiras poderiam provocar envenenamento se permanecessem durante muito tempo na massa. d. Compressas. Usam-se, para este fim, panos bem limpos, brancos, finos. Cozinham-se as ervas em dose forte isto , usa-se, para um litro de gua, duas, trs ou quatro vezes mais ervas que para um ch. Coa-se. No cozimento mergulha-se o pano, torce-se bem e aplica-se sobre a parte dolorida. 8. Gargarejos Prepara-se um ch por decoco de ervas medicinais. E, vrias vezes por dia, preferivelmente de manh, ao levantar-se, e de noite, antes de se deitar, enxgua-se bem a garganta, gargarejando. 9. Inalaes Pem-se ervas medicinais em gua, numa vasilha, a ferver. Ao l vantar fervura, aproveita-se o vapor, aspirando-o por meio de um funil de cartolina, previamente improvisado. Quem quiser, poder tambm fazer um funil prprio, duradouro, de folhas de zinco. O cuidado que aqui se deve ter o de no escaldar, porque o bafo da fervura muito quente. 10. Lavagens Prepara-se um ch de ervas medicinais. Coa-se muito bem. Introduz-se ento por via anal, vaginal ou uretral, conforme o caso, usando-se para este fim um irrigador com bico prprio ou uma serinPLANTAS MEDICINAIS 415 De preferncia, deve-se injetar o lauido logo depois de o paciente ter evacuado ou urinado. Para facilitar a reteno, por algum tempo, do lquido introduzido, enfaixa-se, apertando bem, as ndegas do paciente. O que ainda ajuda a reteno o paciente deitar-se de bruos se o lquido for injetado por via anal; e de costas se por outra via. Para os enfrmos que no podem locomover-se para o banheiro, deve-se ter, mo, um recipiente - como seja uma aparadeira (comadre) - para receber o lquido em devoluo, ao ser expelido. Para adultos, a quantidade de lquido para uma lavagem intestinal de dois litros. 11. Ungentos Podem tambm preparar-se ungiientos com certas plantas curativas. Tomam-se diversas ervas frescas, como sejam: tanchagem, arnica, calndula, hiperico, bardana, etc., e trituram-se, misturadas, com um pilo, u passam-se pela mquina de moer carne. O suco que se obtm, mistura-se gordura vegetal, de coco ou amendoim, ou manteiga fresca. Aquece-se sobre o fogo at derreter. A isto pode-se acrescentar um pouco de cera de abelha, para formar ungiiento mais espesso. 12. AzeitesAo azeite tambm se podem misturar folhas, sementes e flores de ervas medicinais - por exemplo: de camomila, hiperico, alfazema - para se obter um bom leo curativo. Tapa-se bem a garrafa que contenha a mistura e expe-se diariamente ao sol, durante uns 15 dias. Coa-se depois. O leo assim preparado serve para diversos fins de cura, internos e externos.ga \ PLANTAS MEDICINAIS 417 CLASS I F I CAAO DOS V EG ETA I SAo conjunto das plantas de uma determinada regio d-se o nome de flora, e a cincia que estuda os vegetais a Botnica. H no mundo muitos milhares de plantas distintas, e precisamos classific-las; do contrrio, no poderemos reconhecer cada uma delas, dentro do to grande nmero que existe. Da a necessidade de classificao. Para entendermos melhor em que consiste o ato de classificar, suponhamos que algum que esteja no exterior, queira enviar uma carta a um parente radicado em qualquer parte deste vasto pas. Faz, pois, indicaes do mais geral para o mais particular: a nao (Brasil), o estado (S. Paulo), a cidade (Santos), o bairro (Ponta da Praia), a rua (???), o nmero do prdio, o nmero do apartamento, o cdigo postal, o nome do indivduo. No reino vegetal, tambm recorremos a um processo de particularizao crescente, classificando as plantas em grupos cada vez mais restritos. Assim, o reino vegetal se subdivide em ramos, estes em classes, estas em ordens, estas em famlias, estas emgneros, estes em espcies. Quando caminhamos da espcie para o reino, vamos generalizando cada vez mais; e quando, ao contrrio, caminhamos do reino para a espcie, vamos particularizando cada vez mais. As diferentes espcies de plantas atualmente conhecidas, so estimadas em cerca de 350000. Distribuem-se os vegetais, inicialmente, em dois grandes ramos: 1. Fanergamos ou espermatfitos (416) 2. Criptgamos Cada um desses ramos se subdivide em classes: 1. FANERGAMOS - Tm raiz, caule, folha e flor. Distinguem-se as classes: angiospermos e gimnospermos. a. Angiospermos = Possuem os vulos fechados num ovrio encimado por pistilo, apresentando, pois, sementes no interior do fruto.Distinguem-se as ordens: monocotiledneos e dicotiledneos. - Monocotiledneos - Tm um s cotildone. Distinguem-se as famlias: liliceas, gramneas, palmceas. - Dicotiledneos - Tm dois cotildones. Distinguem-se as sub-ordens: dicotiledneos dialiptalos, dicotiledneos gamoptalos. d icoti ledneos aptalos. Dicotiledneos dialiptalos: Tm corola de ptalas livres umas das outras. Distinguem-se as famlias: ranunculceas, rosceas, leguminosas, cariofilceas, crucferas. Dicotiledneos gamoptalos: Tm corola cujas ptalas so soldadas umas s outras. Distinguem-se as famlias: solanceas, labiadas, compostas. Dicotiledneos aptalos: No tm corola distinta. Distinguem-se as famlias: amentceas, quenopodiceas, urticceas. b. Gimnospermos - Flores unissexuadas. Carpelos em que no se diferenciam estigma, estilete, ovrio. As folhas carpelares so abertas, de modo que no se formam frutos verdadeiros. vulo orttropo e recoberto de um s tegumento. Distinguem-se as famlias: gnetceas (carpelo envolvendo o vulo), cicadceas (flores isoladas, no acompanhadas de brcteas, eixo vegetativo no ramificado), conferas. Esta ltima a mais importante. 2. CRIPTGAMOS - Podem ter raiz, caule e folha, mas no se reproduzem por meio de flores, das quais so desprovidos. O apareIho reprodutor acha-se, por assim dizer, disfarado, da o serem essas plantas chamadas criptgamos, por aluso sua "reproduo oculta". Os criptgamos vasculares, denominados pteridfitos, compreendem as classes: filicneas, eqiiissetneas, licopodneas; os criptgamos celulares constitudos de caule e folhas rudimentares chamam-se brifitos ou muscneas (umas 25000 espcies) e se distribuem em duas classes: musgos e hepticas; os criptgamos celulares simplesmente formados por um talo. e por isso conhecidos como talfitos, compreendem as 418 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA classes: fungos ou cogumelos (95000 espcies), algas (20000 espcies), lqu ns, bactrias. Os pteridfitos, dos quais h umas 10000 espcies, tm geraes sexuada e assexuada alternantes. So, todavia, dotados de caules, razes e folhas verdadeiros. Modernamente so reunidos aos angiospermos e gimnospermos, formando a diviso dos traquefitos. a. Filicneas, filicales ou fetos - Caracterizam-se pela presena de folhas bem desenvolvidas, nas quais esto os esporngios, rgos onde se formam os esprios, que so as clulas reprodutoras. O caule apresenta ramificao lateral. Compreendem as samambaias e avencas. b. Eqissetneas - Recebem o nome popular de cavalinhas. So plantas isosporadas, de pequeno porte, da grossura de um polegar e de alguns decmetros de altura, podendo s vezes atingir mais de um metro. So formadas por rizomas subterrneos que emitem brotos areos, articulados em ns slidos e interndis ocos. Os ns slidos esto encaixados na extremidade superior do tubo formado pelo interndio oco. Em redor de cada n existe um verticilo de folhas alternas (pequenas escamas triangulares), de cujas axilas nascem ramificaes de construo semelhante ao do broto principal. c. Licopodneas - So plantas pequenas, de folhas midas (microfilas). So isosporadas, dotadas de um esporngio na axila de cada folha. Representadas por duas famlias: Iicopodiceas e selaginel-ceas. Os briofitos so dotados de caule e folha, mas no tm raiz ou flor. Na extremidade do caule se encontram os rgos sexuais masculinos e femininos, rodeados de pequeninas folhas. Da fecundao da oosfera resulta o ovo que se desenvolve dando origem ao esporognio, em cuja cpsula se formam os esporos. Graas ruptura da cpsula, os esporos se libertam, e, no solo, germinam, dando origem a um protonema (filamento verde, ramificado), no qual se formam vrios brotos que se desenvolvem em novos brifitos. Distinguem-se as classes: musgos e hepticas. d. Musgos - So plantinhas verdes, modestas, compostas duma espcie de caule primitivo rodeado de folhas primitivas e preso ao solo por meio de rizides. Constituem o limo dos lugares midos e sombrios. PLANTAS MEDICINAIS 419 e. Hepticas - Tm forma dum talo achatado, verde, com ramificao dicotmica, e so presos ao substrato por meio de filamentos aclorofilados, denominados rizides. Algumas espcies possuem caulesw,aulides) e folhas (filides) muito primitivas. Vivem na superfcie da gua ou nos lugares midos, na terra, em pedras, nas rvores e nos pastos, escondidos entre as gramneas. ' Os talfitos so vegetais de organizao mais simples possvel, f rmados de um tecido homogneo, que o talo. So desprovidos de vasos, razes, caules, flores e folhas. Calcula-se em mais de 300000 as espcies de talfitos existentes, distribudos nas classes: fungos, algas e lquenes. Alguns autores incluem tambm as bactrias entre os talfitos. f. Fungos - No tm clorofila. g. Algas - Possuem clorofila distribuda por toda a planta. h. Lquenes - So constitudos pela unio simbitica de uma alga com um fungo. A clorofila que possuem reparte-se entre filamentos articulados. i. Bactrias - So desprovidas de clorofila. Em geral, compem-se apenas de citoplasma e membrana, no tendo ncleo distinto. Seu tamanho varia entre 0,2 a 5 micra. Reproduzem-se por cissiparidade, isto , mediante um estrangulamento cada vez mais acentuado, que aparece no centro da clula, terminando por dividi-la em duas partes iguais. Distinguem-se os seguintes tipos de bactrias: parasitas ou patognicas, saprfitas e zimogn cas. - Bactrias patognicas - So causadoras de doenas. Distinguem-se os cocos (monococos, diplococos, estreptococos, estafilococos, srcinas), bacilos, vbrios, espirilos. - Bactrias saprfitas - Atuam sobre substncias em decomposio, transformando-as em sais minerais. - Bactrias zimognicas - Produzem fermentao. ,, RA /Z secundria ----.- primria/J (` axial ou aprumada. adventcias, , 4 ,,420 zonas da raiz zono p i I fe ra " zona I isa coi fa. RAZES SUBTERRNEASs:::::rfosciculada 'grampiformes - :"r tuberoso pivotadae Vf-1 V L ! gomo terminal gomo oxilar ramo. entren Colocloddio nr hastelw :.i".,1, i ., . M:wN,t 1 ' f;w;r.,;,y'. tronco * `':. dextorso sinistorso ' rostejonte prostrado uolvel, trepador ou sarmentoso42175 - A Fiora sugadoras respirotrios FOLHAbanha FOLHAS I NCOMPLETASfolha invaginante ou amplexicaulefildios folhas adunadas. coadunadas ou concrescentes422 fmbofolhas ssses I: CLA SSlFICAGO DASFOLHAS OUANTO FORMA DO LI M BO"/;,:. 1apilor su5u;ada aciculada lineor lonceolar oblanceolado ovoda obovoda` , ( I::.::.:.oval oblonga oblonga-aguda cuneiforme espotulado orbicuIar arredondoda / , . '; \ ' . .\( ;/ ` ` irenifbrme rombiforme ensiforme corditorme hostada;i /.i, .\ /sagitoda cieltiforrne pcrfurada 423 , z :;;./:;:.: ., perfoliada FOLHA COMPLETA CLASSIFICAO DAS FOLHAS QUANTO AO SEU CONTORNO .:. ./, a. . / u u u inteira denteado serreoda crenada sinuada.. .ua.iviubrcteaspalmatfidn \penuiiivwuvrvnfro respinhos/. ;; /:, ;, ... 7 . ' fildio estpula FOLHA SIMPLES FOLHAS COMPOSTASpolmodo fololo pnulas : ,. rquis poripenado imparipenoda CLASSIFICAO DAS FOLHAS QUANTO DISPOSICOalternadas verticiladas(/. . ' opostas geminodas opostos cruzados CLASSIFICAO DAS FOLHAS SEGUNDO SUA NERVACOiuninervada .l. ! ;'' trit: :....i ' i t J l.l Ipeninervada retinervada pdminervodo. curvinervodo peltinrveo424 425 PARTES FLO R OMPONENTES DA FLOR V --- ptal apta la p i sti I o -. I corolo estame-ovri o - -. } clice pednculo, sPa Ia .. . . , PISTILO OU CARPELO ( gineceu ) ; ta! i. :a estigma ``ii l 4' I ' l,` l, ' 1 `` estilete' ovriolt: ESTAME (androceul ' - antera ( sacos polnicos) ; lC( / `` `,, conectivo ; , filete Jovrio pluricarpelar unilocular GAMOPTALAovrio pluricarpelar plurilocular DIALIPTALA CLICES I I I I I I I / \( gamo5spalo I I I I regular , I i I I : I I I I I Ia,r tubular campanuladaafunilada urceolodo umbela FLORES ISOLADAS! Irregular dialisspaloflor terminalFLORES AGRUPADASN -,Yespiga poncula racimo flor axilarcimeira426 427 corimbo coptulo cacho PLANTAS MEDICINAIS 429 FRU TOpericorpo epicarpo mesocorpo endocarpo semente infrutescnciaFRUTOS DEISCENTES.r r o f Lt; o * I vagem folculo pixdio capsula sliquo FRUTOS INDEISCENTES I smora \ , is.. ,. : 4 . , ?. . 1 ,s f u. ri 1aqunio drupa bago cariope noz 428 1 - ABIU (Lucuma caimito) Famlia: Sapotceas. Sinonmia: rlbieiro.Outro idioma: Caimito (Peru). Caractersticas: rvore. Fruto ovide, da grossura de um ovo de galinha, ou esfrico como uma laranja, de pele lisa, amarela. Por inciso, o tronco fornece um ltex que contm guta-percha. Valor teraputico: Usam-se os frutos, que so doces e gomosos, nas afeces pulmonares. 2 - ABOBOREIRA-DO-MATO [Melothria fluminensis, Druparia racemosa) Famlia: Cucurbitceas. Sinonmia: Guardio. Caractersticas: Planta trepadeira. Flores amarelas. Baga alongada. H vrias outras cucurbitceas conhecidas pelo mesmo nome de aboboreira do mato. Valor teraputico: As folhas e flores so usadas nos casos de afeces uterinas, desarranjos menstruais, leucorria. 3 - ABRIC-DO-PAR (Mammea americana) Famlia: Gutiferceas. Sinonmia: Abric-de-so-domingos, abric-selvagem, abric-das-antilhas. Outro idioma: Mammee apple (Antilhas). Caractersticas: rvore. Folhas obovais, obtusas. Fruto do tamanho de uma laranja, contendo uma massa doce, cor de abbora. Valor teraputico: As sementes encerram propriedades vermfugas. 4 - ABUTUA (Cissampelos pareira, Cissampelos vitis) Famlia: Menispermceas. Sinonmia: Parreira-brava, parreira-do-mato, uva-do-rio-apa, butua, abuta, caapeba [no confundir com a verdadeira caapeba). Caractersticas: Bela trepadeira. D muitos cachos semelhantes ao da videira, com bagas pretas, de gosto adocicado, e que se parecem com a uva. No se comem, porm, essas frutas. Habitat: Amaznia. Valor teraputico: A abutua diurtica e febrfuga. 430 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA Tendo grande ao sobre os rgos do aparelho urinrio, usa-se com bom resultado contra os clculos renais. tambm indicada contra as clicas que podem aparecer durante o sobreparto, e, bem assim, contra a menstruao difcil e a supresso dos lquios. eficaz contra as ms digestes, acompanhadas de priso de ventre, dor de cabea, tontura, etc. Provoca a desopilao (desobstruo) nas afeces hepticas. Tambm se usa no tratamento da hidropisia. Da casca da raiz preparam-se cataplasmas resolutivas contra contuses e inflamaes. Na medicina domstica muito conhecida a raiz da abutua, que se tornou famosa ultimamente por seus efeitos curativos nos casos de reumatismo. , efetivamente, um excelente remdio para os que sofrem desta enfermidade. Partes usadas: Raiz e casca do caule, em decoco. Dose: 10 a 15 gramas para um litro de gua; 4 a 5 xcaras por dia. 5 - ABUTUA-MIDA (cocculus filipendula)Famlia: Menispermceas. Sinonmia: Butua-mida. Caractersticas: Arbusto. Folhas coriceas, em forma de palmas, alternas. Flores grandes, em cachos, amarelas. No se deve confundir a butua com a butua-mida. A butua, conhecida tambm por parreira-brava, tem raiz delgada, lisa e branda. A butua-mida tem raiz grossa na base e dura. desta que aqui estamos falando. Valor teraputico: uma planta febrfuga. Usa-se para combater a amenorria, a clorose, as clicas menstruais, a metrite. Partes usadas: Casca e raiz, em decoco. Dose: 10 gramas para um litro de gua; 3 a 4 xcaras por dia. 6 - ABUTUA-PEQUENA (Cissampelos ovalifolia) Famlia: Men ispermceas. Sinonmia: Orelha-de-ona. Caractersticas: Arbusto. Folhas ovais. Flores em cachos. Habitat: Nos campos secos de Minas, Gois, Amaz&nia, etc. 3 = abric - do - par I5- agrio-da-ilha-de-franaIO -acoita - cavalo 431 7- acofro 432 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA Valor teraputico: O decocto das razes empregado contra as febres palustres. De modo geral a abutua-pequena tem as mesmas propriedades da abutua, sendo porm menos enrgica. Parte usada: Raiz. 7 - AAFRO (Crocus sativus, Crocus officinalis, Crocus automnalis, Crocus hispanicus, Crocus verus) Famlia: I ridceas. Sinonmia: Aafro-verdadeiro. Outros idiomas: Azafran (Argentina), Safran (Frana), Zafron (Inglaterra), Saffran (Alemanha). Caractersticas: Planta herbcea, bulbosa. Folhas compridas, arroxeadas. Flor amarela ou vermelha. Os estigmas dessecados fornecem o "aafro" conhecido no comrcio, e que uma matria amarela usada como corante e condimento. Valor teraputico: Os estigmas encerram propriedades emenagogas, antiespasmdicas, euppticas, sedativas. So empregados nos casos de asma, coqueluche, histeria, bem como contra os clculos dosrins, do fgado e da bexiga. Oito a dez estigmas, em infuso, so suficientes para um ch. Para combater as hemorridas, aplicam-se cataplasmas quentes, preparados com o infuso desta planta (trs gramas para uma xcara de gua). 8 - ACAPURANA (Campsiandra laurifolia) Famlia: Leguminosas. Sinonmia: Manaiara, Cumand, Comond-au (Rio Negro), capoerana (Rio Tocantins), acapurana-vermelha (Rio Tapajs). Caractersticas: rvore pequena ou mdia. Flores rseas, vistosas. O fruto uma vagem. Habitat: Nas margens inundveis dos rios e lagos, na Amaznia. Valor teraputico: O infuso concentrado do fruto, com sal e vinagre, aplicado topicamente, cura as impigens. O infuso da casca bom para curar feridas. Parte usada: Fruto. PLANTAS MEDICINAIS 433 9 - ACARIOBA (Hydrocotyle umbellata, Hydrocotyle bonariensis) A segunda sub-espcie da primeira. Famlia: Umbelferas. Sinonmia: Erva-do-capito, barbarosa, acaciroba, acaricaba. Caractersticas: Planta rasteira, com grandes folhas longipecioladas, crespas, peltadas. Inflorescncia ramosa. Flores esbranquiadas. Habitat: Nas proximidades das guas (Rio de )aneiro, Buenos Aires). Valor teraputico: aperiente, desobstruente, diurtica, emtica (em dose elevada), tnica. O decocto da raiz usa-se para: afeces do hao, fgado e intestino, diarria, hidropisia, reumatismo, sfilis. Das folhas no se faz uso interno. Afirma-se que so venenosas. Exteriormente se usa o decocto da planta toda para combater as sardas e outras manchas da pele. Parte usada: Toda a planta. Dose: 20 gramas para 1 litro de gua; 4 a 5 xcaras por dia. 10 - AOITA-CAVALO (Luhea grandiflora) Famlia: Tiliceas. Sinonmia: Mutamba-preta, ivitinga, ivantiji, caa-abeti, pape-guau. Caractersticas: rvore muito alta. Folhas grandes, obovais, claras. Flres grandes, brancas ou rajadas, dispostas em panculas terminais. Fruto redondo, oblongo, capsular, pentalocular. Sementes aladas. Os camponeses usam os galhos, que so muito flexveis, para fa-zer chicotes e armaes de cangalha. Habitat: Na terra firme e alta, no Par. Valor teraputico: Emprega-se em casos de disenteria e hemorragia (banhos ou clisteres); tambm em casos de artrite, diarria, leucorria, reumatismo, tumores (chs). 434 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA Atirma conhecido autor: "Acredita-se que o decocto da entrecasca" ". . serve para combater a leucorria. Para resolver tumores, limpar lceras e feridas gangrenosas excelente. Os vrios empregos que as tlias tm na medicina, conhecem todos. Elas so empregadas contra cibras, lceras, queimaduras, disenterias e uma infinidade de mazelas humanas." F. C. Hoehne, Plantas e Substncias Vegetais Txicas e Medicinais, pg. 191. Parte usada: Casca, em decoco. Dose: 20 gramas para 1 litro de gua; 4 a 5 xcaras por dia. 11 - AOITA-CAVALO (Luhea ochrophylla) Famlia: Tiliceas. Caractersticas: rvore. Folhas amareladas. Flores pequenas, amarelas. Habitat: Rio de )aneiro e outros Estados. Valor teraputico: O decocto da casca empregado, em clisteres, contra as hemorragias e disenterias. 12 - AGLAIA (Aglaia odorata) Famlia: Meliceas. Caractersticas: Arvoreta de folhas compostas e flores pequeninas, amarelas, muito aromticas. Valor teraputico: antiespasmdica. 13 - AGONIADA (Plumeria lancifolia) Famlia: Apocinceas. Sinonmia: Agonium, Arapu. Caractersticas: rvore grande. Casca muito amarga. Folhas oval-alongadas, lanceoladas, peninervadas. Flores de corola de cinco ptalas, de forma semelhante das folhas. Habitat: Nos estados do Sul do Brasil, principalmente na Serra do Mar.PLANTAS MEDICINAIS Valor teraputico: Emprega-se nas afeces histricas, na nas atonias gastro-intestinais, nos catarros crnicos, na clorose, n, bres intermitentes, nas menstruaes difceis, na adenite. Parte usada: Folhas, em infuso. ; Dose: 20 gramas para um litro de gua; 4 a 5 xcaras por 14 - AGRIO (Sisymbrium nasturtium, Nasturtium officinale) Famlia: Crucferas. Sinonmia: Agrio-d'gua. Caractersticas: Planta herbcea. Hast ramosa, espessa, suc ta, verde-avermelhada, rasteira. Folhas alternas, pecioladas, alg parsas, compostas, imparipenadas. Fololos quase ssseis, pirifoi opostos. Habitat: Muito comum nos crregos. Cultivado. ; ` Valor teraputico: uma planta conhecida, boa para sal Deve-se us-la crua, porque, quando cozida, suas propriedades r cinais se perdem. 0 agrio contm um leo essencial, iodo, ferro, fosfato e sais. Seu uso prolongado tem eficaz efeito depuador do sangue e escorbtico. Emprega-se, outrossim, como timo remdio contra a atoni rgos digestivos; como estimulante no escorbuto, escrofulose e r tismo; como diurtico nas hidropisias, nas enfermidades das via nrias, nos clculos; como expectorante nos catarros pulmonares nicos; como desopilante do fgado. Tomam-se, diariamente,3 a Iheres das de sopa de suco de agrio puro ou diludo em gua. 0 agrio convm aos diabticos, porque encerra poucos p pios amilceos. Aplicado, em cataplasmas, sobre lceras escorbticas, escrc sas, etc., apressa sua cicatrizao. Em resultado das experincias do Dr. Zalakas, atribuem-se ao a propriedades antdotas dos efeitos txicos da nicotina. 0 suco desta planta, misturado com mel, d um bom xarope combater a bronquite, tosse, tuberculose pulmonar. Os que sofrem de cido rico, em virtude de terem comido r carne, especialmente carne de porco, toicinho, salsichas, etc., d comer diariamente uma salada de agrio. PLANTAS MEDICINAIS 437enfermides da vias urinriaslceros ;1 rtonio dos rgos digestivosbronquite tubeculose) ? C Y a ircatarros pulmonaresopiloo do ffgado escorbutoI4 - AGRIAO (Nasturtium officinaIe) 43 6 Eis uma boa receita: Escolhem-se uns punhados de agrio, em quantidade suficiente para encher um prato. Lavam-se bem. Temperam-se com limo, azeitonas, um pouco de azeite, e um pouco de sal. A cura desejada - bem entendido - s se alcana sob a condio de se remover completamente a causa do cido rico, a saber, as condenadas substncias venenosas, que acima mencionamos, e que erroneamente soem ser chamadas "alimento". O agrio nada pode fazer quando se prossegue no abuso causador do cido rico; mas acelera grandemente a cura quando os alimentos crneos, principalmente os de origem suna, so abandonados. As mulheres grvidas, no devem comer agrio em grandes quantida-des, pois, em virtude de sua ao sobre a matriz, pode provocar o aborto. No se deve usar o agrio que cresce junto s guas paradas ou pouco movimentadas, pois que ao mesmo podem prender-se insetos aquticos, portadores do bacilo de Eberth, causador do tifo. Lavando-se bem o agrio e espremendo-se bastante suco de limo, em cima, pode-se com-lo com bem menos perigo; mas, de qualquer maneira, prefervel obter sempre o agrio das guas correntes. 15 - AGRIO-DA-ILHA-DE-FRANA (Spilanthes acmella, Acmalia mauritiana) Famlia: Compostas. Sinonmia: Acmela, abecedria, agrio-do-par, jambu-au, mastruo, erva-de-malaca, agrio-do-brasil, boto-de-ouro, jambu-rana. Caractersticas: Planta herbcea. Hastes tenras, ramosas. Folhas pequenas, opostas. Valor teraputico: O infuso das flores reputado como tnico e estomquico. 16 - AGRIO-DO-PAR (Spilanthes oleracea) Famlia: Compostas. Sinonmia: Agrio-do-brasil, jambu, jambu-au. Caractersticas: Planta de hastes ramosas, rasteiras. Folhas opostas, pecioladas, cordiformes, ovaladas, sinuadas, denteadas. Inflorescncia em pequenos captulos. Flores a princpio amareladas, depois pardacentas. Habitat: Comum nos lugares midos. s vezes cultivado. 438 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA Valor teraputico: O agrio-do-par de sabor acre, picante. Provoca a salivao quando se mastiga. As folhas comem-se cruas, em saladas. Como so muito picantes, podem misturar-se com outras ervas. Podem tambm comer-se ensopadas. Tem muitas aplicaes na medicina domstica. O agrio-do-par considerado como bom sucedneo do agrio comum (Sisymbrium nasturtium), podendo ser usado para os mesmos casos que este, porm, especialmente, no escorbuto, na anemia e na dispepsia. O extrato das flores se emprega contra dor de dente. Com um palito, mergulha-se um pedacinho de algodo no lquido e pe-se na crie do dente. 17 - AGRIPALMA (Leonurus cardiaca) Famlia: Labiadas. Sinonmia: Cauda-de-leo, cordo-de-frade, cardaca, totanga. Caracteristicas: Planta herbcea, vivaz. Folhas pecioladas, as inferiores penatipartites e as superiores cuneiformes. Flores rseas ou vermelhas, em verticilos. Valor teraputico: uma planta tnica, adstringente, estomquica e estimulante. Usa-se tambm contra a asma, as anginas do peito e as palpitaes do corao. Tomam-se trs xcaras de ch por dia. Usam-se as folhas, em infuso. As sumidades floridas so teis para preparar um infuso com que se lavam chagas e feridas.18 - AGUARAQUI-AU (Solanum pterocaulum) Famlia: Solanceas. Sinonmia: Aguar-quinh. Caractersticas: Planta herbcea. Folhas comestveis. Valor teraputico: Aplicam-se as folhas, machucadas, sobre as feridas, as rachaduras dos seios, etc. Tem aplicao tambm nas lceras sifilticas. 19 - AILANTO (Ailantus glandulosa) Famlia: Simarubceas. Sinonmia: Verniz-do-japo, sumagre-chins. PLANTAS MEDICINAIS 439 Outro idioma: Ailante, Faux vernis du Japon (Frana). Caractersticas: rvore grande. Folhas pinadas. Fololos oblongos, agudos. Flores verdes, em panculas. Floresce em fevereiro Habitat: Oriunda do Japo, aclimatada no Brasil. Valor teraputico: "A casca amarga, nauseante, vomitiva e txica em alta dose, tem sido preconizada como antidisentrica e tenfuga." - Dr. L. Beille. "O p da casca da raiz tem sido empregado como antelmntico." - Prof. L. Trabut. 20 - ALAMANDA-DE-FLOR-GRANDE (Allamanda cathartica, orelia grandiflora) Famlia: Apocinceas. Sinonmia: Santa-maria, cip-de-leite, camendara, dedal-de-dama, buiuu (no confundir com uma rvore tambm chamada buiuu). Caractersticas: Arbusto sarmentoso. Folhas verticiladas. Flores em cimeiras, amarelas ou violceas. Sementes aladas. Habitat: Nas capoeiras midas, beira d'gua. Valor teraputico: Emprega-se, em banhos, para combater a sarna, os piolhos, etc. Parte usada: A casca ou a seiva da casca. Dose: 100 gramas para um litro de gua. 21 - ALBINA (Turnera ulmifolia) Famlia: Turnerceas. Caracterstica: Planta herbcea. Habitat: Encontra-se nos campos altos, midos, do Norte. Valor teraputico: uma planta adstringente, tnica, expectorante, e til contra a albuminria e a diabete. Usa-se em infuso. 22 - ALCAUZ (Periandra dulcis) Famlia: Leguminosas. Sinonmia: Periandra, uruu-hu, alcauz-do-cerrado, alcauz-daterra, raiz-doce, cip-em-pau-doce. Caractersticas: rvore pequena ou arbusto. Folhas compostas. Fololos oblongos ou lanceolados, glabros, com nervura saliente. Flores em racimos terminais. Raiz adocicada. Habitat: Nos campos altos e pedregosos. Freqiiente. no Brasil central. PLANTAS MEDICINAIS 44120 - olomanda-de - flor- gronde Valor teraputico: uma planta resolutiva, laxativa, diurtica, expectorante, calmante. Usa-se nas inflamaes do ventre e das vias urinrias, nos defiuxos, catarros crnicos, congesto heptica, dispnia. A raiz seca, reduzida a p, e misturada com um pouco de farinha de trigo, aplica-se, em forma de cataplasma, sobre as partes afetadas pela erisipela, para acalmar a dor. Parte usada: Raiz, em decoco. Dose: 20 gramas para 1 litro de gua; 4 a 5 xcaras por dia. 23 - ALCAUZ-DA-EUROPA (Glycyrrhiza glabra, Liquiritia officinalis) Famlia: Leguminosas. Sinonmia: Raiz-doce. Caractersticas: um arbusto de 1 a 2 metros. Folhas compostas, imparipenadas; 4 a 7 pars de fololos oblongos ou elpticos, obtusos. Flores rseo-arroxeadas, em cachos axilares. O fruto uma vagem alongada, .contendo vrias sementes. Valor teraputico: Emprega-se na bronquite, rouquido, tosse, laringite. Parte usada: Raiz, em decoco. Dose: 20 gramas para 1 litro de gua; 4 a 5 xcaras por dia. 24 - ALCAUZ-DA-TERRA (Glycyrrhiza americana) Famlia: Leguminosas. Caractersticas: Arbusto. Folhas em palmas pequenas. Fruto: va gem. Valor teraputico: usado em virtude das suas propriedades diurticas e emolientes. Tem emprego nas doenas inflamatrias.I6 - agrio - do - par440 25 - ALECRIM-DA-PRAIA (Bulbostyles capillaris) Famlia: Ciperceas. Caractersticas: Planta herbcea, pequena. Folhas estreitas, luzentes, dotadas de acleo nas pontas. Flores brancas, em espigas. Fruto: pequena cariopse. Habitat: Medra nas areias da praia. Valor teraputico: O infuso ou decocto, em banhos quentes, til contra o reumatismo. 442 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA26 - ALECRIM=DA-SERRA (Dichiptera aromatica) Famlia: Acantceas. Caractersticas: Arbusto pequeno. Caule cilndrico. Folhas crespas, pequenas, ovais, pubescentes, assemelhando-se s do alecrim-de-jardim. Flores axilares. Fruto: cpsula. Habitat: Medra nas caatingas e nos taboleiros do Nordeste. Valor teraputico: Utiliza-se, em banhos, contra o reumatismo. 27 - ALECRIM-DE-)ARDIM (Rosmarinus officinalis, Rosmarinus hortensis, Rosmarinus latifolius) Famlia: Labiadas. Sinonmia: Alecrim-romarinho, alecrim, libanotis. Caractersticas: Subarbusto. Folhas opostas cruzadas, ssseis, ensiformes, coriceas, de bordas voltadas para baixo; verde-escuras, lustrosas na face superior; esbranquiadas, empubescidas na face inferior. Flores labiadas em pequenos cachos axilares e terminais. Habitat: Cultivado nos jardins. Valor teraputico: As sumidades floridas tm aplicao nos seguintes casos: clorose, dismenorria, dispepsia, debilidade cardaca, escrofulose, febres tifides, gases intestinais, histeria, inapetncia, tosse. Dose: 15 gramas para 1 litro de gua, por infuso; 4 a 5 xcaras por dia. O decocto das folhas usado, em loo, contra as chagas gangrenosas; em banhos, contra o reumatismo articular. As folhas secas, reduzidas a p, so boas para cicatrizar feridas. As gotas do suco das folhas tambm so boas para o mesmo fim. O ch tambm se usa, com bom resultado, para lavar feridas. Para combater a sarna, prepara-se uma pomada tomando-se 10 partes de gordura vegetal para uma parte de suco de alecrim. 28 - ALECRIM-DO-MATO (Baccharis macrodonta) Famlia: Compostas. Caracterstica: .Arbusto. Habitat: Terras cansadas Valor teraputico: Usa-se, em infuso, para combater os catarros; e, em banhos, no tratamento do reumatismo. W , ,v, - . I l. r II debilidode cardioco.5..;,reumatismoferidas .histeria27 - ALECRIM - DE- JARDIM ,tosse= r ,febre tifidegoses intestinais, Rosmorinus officinali>)443 444 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA 29 - ALFAFA (Medicago sativa) Famlia: Legumi nosas-papi I ionceas. Sinonmia: Luzerna, alfafa-verdadeira, alfafa-de-flor-roxa, alfafaOutros idiomas: Mielga, Altata [tspanna), uzerne rrana, niTaiia (Estados Unidos), Luzerne (Alemanha). Caractersticas: Planta herbcea, forrageira. Folhas compostas de trs fololos oblongos, denteados na extremidade. Flores violceas, pequeninas, em cachos. Habitat: Nos Estados do Sul. Valor teraputico: O infuso das flores recomendado como reconstituinte. Graas ao seu contedo em vitaminas, o suco fresco da planta excelente antiescorbtico, segundo recomendao do Dr. Pio Font Quer. O Dr. Leclerc recomenda a alfafa contra o raquitismo. Em barros e frices, o decocto da alfafa bom para estimular as pernas cartsadas e doloridas. 30 = ALFAVACA (Ocimum basilicum) Famlia: Labiadas. Sinonmia: Alfavaca-da-amrica, remdio-de-vaqueiro, manjerico-de-folha-larga, manjerico-de-molho, manjerico-dos-cozinheiros, manjerico-grande, erva-real, baslico-grande. Caractersticas: Planta herbcea, muito cheirosa. Folhas ovais ou oval-elpticas, longipecioladas. Inflorescncia em espigas. Fruto: aqunios. Valor teraputico: As folhas so aromticas, estimulantes, carminativas, antiemticas, sudorficas e diurticas. Aplicam-se nos seguints casos: Ardor na urinao; debilidade dos nervos; digesto dificultosa; enfermidades dos intestinos, estmago e rins; febres, tosse, ventosidades. Empregam-se 10 a 15 gramas, por infuso. Externamente usa-se para gargarejos em casos de dor de garganta, anginas, aftas, etc. As folhas amassadas so boas para curar feridas. Com o ch das folhas, ou com o ch das sementes em macerao, preparam-se compressas que as mes lactantes aplicam sobre os bicos dos seios afetados. Com a raiz prepara-se um xarope para combater a tuberculose pulmonar. , ofeces do estmogoofecces do intestino ardor na urino..1 vbico doseio rachodotosse1 febre i . )afeces da gargontac UJ ,n;tuberculoseJ feridas 30 -ALFAVACA C ocimum asiicum) 445 446 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA Partes usadas: Folhas e sementes. Dose: 10 a 15 gramas por litro de gua; 4 a 5 xcaras por dia 31 - ALFAVACA-DE-CHEIRO (Ocimum incanum fluminensis) Famlia: Labiadas. Caracterstica: Planta herbcea.Valor teraputico: Com o decocto desta planta prepara-se um xarope eficaz contra a coqueluche. Esta alfavaca tambm til para combater o reumatismo. 32 - ALFAVACA-DE-COBRA (Monnieria trifolia) Famlia: Rutceas. Sinonmia: )aborandi-do-par, jaborandi-de-trs-folhas, alfavaca-brava (Maranho). Caractersticas: Planta herbcea. Flores brancas. Cheiro forte. Habitat: Nas capoeiras e campinas da Amaznia. Valor teraputico: Tem propriedades diaforticas, diurticas, sialagogas e expectorantes. Emprega-se o decocto nas enfermidades dos rins, da bexiga e da uretra. Em banhos, d bom resultado contra o reumatismo. Parte usada: Toda a planta. Dose: 20 gramas para 1 litro de gua; 4 a 5 xcaras por dia. 33 - ALFAVACA-DO-CAMPO (Ocimum incanescens) Famlia: Labiadas. Sinonmia: Alfavaca-de-vaqueiro, remdio-de-vaqueiro, segurelha. Caractersticas: Planta herbcea. Folhas opostas, ovais, finamente dentadas. Flores pequenas, brancas, em espigas. Habitat: Em vrios Estados. Valor teraputico: Tem virtudes sudorficas, peitorais, carminativas, estimulantes. til na coqueluche, na clica renal e nas areias dos rins. Parte usada: Folhas. Dose: 20 gramas para 1 litro de gua; 4 a 5 xcaras por dia. 34 - ALFAZEMA (Lavandula vera, Lavandula officinalis) Famlia: Labiadas. Sinonmia: Lavande. ofeees do fgadotonturas onuriareumatismoTinapetenciaclicas intestinais amenorreio blenorragia dispepsia ventosidades 34- ALFAZEMA C LavanduIa vera) luC i V4 n , asma447 448 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA Caractersticas: Erva europia, aclimatada no Brasil. Caule estirado, esgalhado. Folhas ssseis, ensiformes. Flores amarelas, violceas, dispostas em crculos. Valor teraputico: Recomenda-se para os seguintes casos:. anria, amenorria, apoplexia, asma, afeces do fgado e do bao, blenorragia, cibras, clorose, clicas intestinais, dispepsia, dores de cabea, enxaqueca, escrfulas, gota, hipocondria, inapetncia, ictercia, leucorria, nervosismo, neurose cardaca, reumatismo, tonturas, ventosidades. Aplicam-se topicamente cataplasmas quentes, com folhas cozidas, para acalmar as nevralgias e dores reumticas. Parte usada: Toda a planta. Dose: Uso interno - 8 gramas para um litro de gua; 3 a 4 xcaras por dia. 35 - ALFAZEMA-DE-CABOCLO (Hyssopus officinalis) Famlia: Labiadas. Sinonmia: Hissopo-comum. Caracterstica: Planta herbcea. Valor teraputico: Usa-se como estimulante, sudorfica e bquica. Parte usada: Sumidades floridas, em infuso. 36 - ALGODOEIRO (Gossypium herbaceum) Famlia: Malvceas. Sinonmia: Amani. Caracterstica: Planta herbcea. Valor teraputico: A planta toda tem muitas aplicaes na medicina domstica. Folhas: Empregam-se, por infuso, para os seguintes casos: catarros, disenteria, diarria, enterite. O sumo das folhas cura feridas. As folhas machucadas, postas sobre queimaduras, proporcionam alvio imediato. Flores: Usam-se para os mesmos fins que as folhas. Sementes: Preparadas por infuso, so teis na amenorria e dismenorria. Raiz: A casca da raiz fresca, por decoco, emprega-se nas afec-es das vias urinrias. Tem propriedades diurticas. Pelo seu poder e contratilidade das fibras musculares lisas, produz contraes uterinas. PLANTAS MEDICINAIS 449 Tem igualmente boa ao hemosttica, pelo que se emprega nas metrorragias. Parte usada: Toda a planta. Dose: 10 gramas em um litro de gua; 4 a 5 xcaras por dia. 37 - ALMCEGA-AU (Icica altissima) Famlia: Terebintceas. Sinonmia: Igtaicica-dos-ndios, igtaigeica. Caracterstica: rvore corpulenta, semelhante ao almecegueiro gcica. Valor teraputico: A casca e as folhas, em'decoco, servem para lavar feridas crnicas e combater o reumatismo. 38 - ALMECEGUEIRO-MANSO-DAS-ALAGOAS (Elaphrium alagoense) Famlia: Terebi ntceas. Caractersticas: rvore ramosa. Folhas em palmas opostas e lustrosas. Flores midas, verde-esbranquiadas, estreladas. Fruto pequeno, contendo dois caroos envoltos numa massa comestvel. Habitat: Medra nos Estados do Nordeste. Valor teraputico: O suco resinoso do almecegueiro tem aplicao no curativo das lceras. 39 - ALTIA (Althaea officinalis, Althaea medicamentosa) Famlia: Malvceas. Sinonmia: Malvasco, malvarisco. Caractersticas: Erva vivaz, de 50 cm a 1 metro e meio de elevao, ligeiramente tomentosa, macia ao tato. Haste erecta, cilndrica, de ramos alternos, verde ou verde avermelhada. Folhas numerosas, alternas, pecioladas, mais ou menos cordiformes, irregularmente lobadas, serreadas, aveludadas. Flores esbranquiadas, purpreas ou ligeiramente rosadas, quase ssseis. Valor teraputico: As flores empregam-se nas enfermidades das vias respiratrias. So boas para curar a tosse, especialmente nas crianas e pessoas idosas. Usa-se tambm contra a laringite. As folhas e razes so utilizadas como emolientes nas irritaes da membrana mucosa. Em chs, usam-se nas lceras grastroduodenais. 450 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA Em forma de loo e fomentao, a altia um bom remdio para acalmar dores, erupes cutneas, etc. Em clisteres, d bom resultado nas inflamaes intestinais e na priso de ventre. A raiz se d a mastigar s crianas, para favorecer a dentio. Partes usadas: Folhas, flores e razes. Dose: 20 gramas para 1 litro de gua; 4 a 5 xcaras por dia.40 - AMAP (Parahancornia amapa) Famlia: Apocinceas. Caractersticas: rvore grande. Madeira branca. Fruto roxo e escuro quando maduro, de polpa doce, comestvel. Habitat: Na mata de terra firme, nos Estados do Par e Amazonas. Valor teraputico: O ltex amargo que escorre da casca cortada, tem emprego como resolutivo (em emplastros, nas contuses), como cicatrizante (nas feridas), como peitoral (nas afeces das vias respiratrias), e como tnico (contra a debilidade geral). 41 - AMAP-DOCE (Brosimum potabile) Famlia: Morceas. Caracterstica: rvore grande. Habitat: Na terra firme da Amaznia. Valor teraputico: O ltex branco, muito abundante, que se obtm da casca ferida, tidn como tnico. No possui gosto especial. Bebe-se em pequena quantidade. 42 - AMAP-RANA (Brosimum parinarioides) Famlia: Morceas. Sinonmia: Murar-rana (bidos), Amap (Manaus). Caractersticas: rvore muito grande. Madeira branco-amarelada. Habitat: Na terra firme, alta, da Amaznia. Valor teraputico: O ltex da casca ferida tnico. 43 - AMBRETE (Hibiscus abelmoschus) Famlia: Quingomb-de-cheiro, quiabo-de-cheiro, musqui. Caractersticas: Arbusto. Caule hspido. Folhas peltato-cordiformes, com 5 a 7 lbulos acuminados. Fruto: cpsula espinhosa, contendo sementes reniformes. PLANTAS MEDICI NAIS 451 Valor teraputico: As sementes tostadas e modas, preparadas em forma de caf, so estomquicas e cordiais. 44 - AMBUIA-EMB (Aristolochia labiosa) Famlia: Aristoloquiceas. Caracterstica: Assemelha-se angelic. Valor teraputico: til nas lceras malignas dos ps. 45 - AMONGEABA (Panicum spicatum) Famlia: Gramneas. ' Caracterstica: Um tipo de capim. Valor teraputico: Como emoliente, usa-se, no s internamente, mas tambm externamente, em fomentaes e banhos, nos casos de tenesmo e dores. 46 - AMOR-CRESCIDO (Portulaca pillosa) Famlia: Portulacceas. Caractersticas: Planta herbcea. Tipo de alecrim. Valor teraputico: Emprega-se contra as diarrias e disenterias. 47 - AMOR-DOS-HOMENS (Chaptalia tomentosa) Famlia: Compostas. Sinonmia: Lngua-de-vaca, dente-de-leo.Caractersticas: Planta herbcea. Folhas e pednculos tomentosos. Flor terminal., cujos aqunios, quando secos, formam um globo sedoso, que voa ao menor sopro. Floresce em dezembro. Valor teraputico: O decocto das folhas usado para lavar lceras e tumores linfticos. Aquecidas e aplicadas s tmporas, as folhas aliviam a cefalalgia e convidam o sono. 48 - AMOR-PERFEITO (Viola tricolor, Viola arvensis) Famlia: Violceas. Sinonmia: Flor-da-trindade, violeta-de-trs-cores, violeta tricolor, amor-perfeito-bravo. Caractersticas: Planta glabra ou aveludada, dum verde-amarelo-plido. Haste ramosa, especialmente na base, difusa, mais ou menos erecta, angulosa, triangular, tenra, fistulosa, lisa. Folhas alternas, de pecolo triangular, algo canaliculado superiormente, ovais, obtusas, 452 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA crenadas. Flores solitrias, inclinadas sobre longos pednculos axilares. Apresentam diversas cores: amarelo, violeta, rseo, etc. Habitat: Cultivado nos jardins. Valor teraputico: um vegetal de bom efeito como depurativo e peitoral. indicado nas afeces cutneas: erupes miliares, eczema, herpes, impetigem, manifestaes escrofulosas, etc. Para estes fins, toma-se ch e refora-se a ao interna, fazendo-se loes ou aplicando-se compressas. Emprega-se tambm o amor-perfeito, com sucesso, contra o reumatismo, especialmente contra o reumatismo articular, aumentando-se um pouco a dose. Partes usadas: Folhas e flores. Dose: Folhas, 20 gramas; flores, 10 gramas em 1 litro de gua; 3 a 4 xcaras por dia. 49 - AMORES-DO-CAMPO (Desmodium axillare) Famlia: Leguminosas. Sinonmia: Mandubirana, mindubirana, mundurana, barba-de-boi, carrapicho, desmdio. Caractersticas: Planta herbcea. Haste ramosa, pubescente. FoIhas pinadas, trifoliadas, alternas. Fololos alongados, obtusos, aveludados no dorso. Flores nas axilas dos fololos. Fruto oval, que se prende ao plo dos animais. Valor teraputico: O decocto da haste e das folhas, em banhos, tem aplicao contra a leucorria. 50 - ANABI (Potalia amara) Famlia: Loganiceas. Sinonmia: Pau-de-cobra. Outro idioma: Mavv (Cuiana Francesa). Caractersticas: Arbusto. Folhas coriceas, muito grandes. Habitat: Na submata de terra firme, nos Estados do Par e Amazonas. Valor teraputico: As folhas tm aplicao como antissifiltico. O decocto das folhas, em banhos, d bons resultados contra as uretrites e as oftalmias. Parte usada: Folhas.54 - and - aulb - A Flora 453 48 - omor - perfeito39 oltio 35 - olfozema - de - coboco 36 - olodoeiro 454 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA 51 - ANANI (Leopoldinia imperialis, Symphonia globulifera) Famlia: Clusiceas. Sinonmia: Ananim, oanani, anambi. Caracterstica: Bela rvore que produz um ltex chamado breu de anani. Habitat: Amaznia. Valor teraputico: A seiva, enquanto amarela, til para resolver tumores e combater o reumatismo. 52 - ANAUER (Licania macrophylla) Famlia: Rosceas. Sinonmia: Anauir. Caractersticas: rvore frondosa. Madeira vermelha. Habitat: comum nas matas alagadas do litoral e do esturio, na Amaznia. Valor teraputico: O infuso da casca bom para curar lceras. 53 - ANAVINGA (Casearia ovata) Famlia: Flacurticeas. Caracterstica: rvore. Habitat: No alto Amazonas. Valor teraputico: O infuso das folhas empregado para combater o reumatismo. Os frutos so diurticos. A casca tnica. 54 - AND-AU (Joannesia princeps) Famlia: Euforbiceas. Sinonmia: Coco-de-purga, purga-de-gentio, purga-dos-paulistas, cutieira, cutieiro, fruta-de-arara, fruta-de-cutia, fruteira-de-arara, ind-guau, inda-au, and. Caractersticas: rvore imponente, muito copada. Folhas grandes, em palmas, nas pontas dos galhos. Fruto bicapsular, contendo duas amndoas. Valor teraputico: As amndoas contm um leo fortemente pur-gativo. O decocto de trs amndoas d um bom purgante. O mesmo tambm indicado nas perturbaes menstruais, nas febres perniciosas, na sfilis, na escrofulose, na inchao. 55 - ANDIRA (Andira anthelmintica, Andira ormosioides) Famlia: Leguminosas-papilionceas. PLANTAS MEDICINAIS 455 Sinonmia: Angelim-de-folha-grande, angelim-amargo, aracu. aracium, lumbricida, morcegueira, pau-de-morcego, andira-iba. Caractersticas: rvore grande, de cerne amarelo. Flores roxas em cachos compactos. Valor teraputico: As sementes, torradas e reduzidas a p, so empregadas, em pequenas doses, para expulsar vermes intestinais. Pela manh, em jejum, tomam-se 2 a 3 gramas (dose para adultos) em meia xcara de leite ou de gua adoada. Em dose elevada so txicas, produzindo vmitos violentos, diarria, febre, delrio. 56 - ANDIRA-RSEA (Andira fraxinifolia) Famlia: Leguminosas-papilionceas. Sinonmia: Angelim-doce, ibiariba-de-pison. Caractersticas: rvore. Folhas opostas, compostas. Fololos elpticos. Flores paniculadas, de clice roxo. Gruto: drupa oval. Habitat: Na mata virgem de Pernambuco e de outros Estados do Brasil. Valor teraputico: As sementes, torradas e reduzidas a p, so teis para expulsar vermes intestinais e curar lceras. "As sementes", diz, ainda, o Dr. L. Beille, "so purgativas". 57 - ANDIR-UCHI (Andira inermis) Famlia: Leguminosas. Sinonmia: Angelim-da-vrzea, umari, avineira (Macap), cumarurana (bidos). Outros idiomas: Saint Martin (Guiana Francesa), Cabbage tree (Inglaterra). Caractersticas: rvore grande. Folhas compostas. Habitat: Na mata de vrzea ou terra firme, baixa, do Par. Valor teraputico: A casca um poderoso vermfugo, mas deve ser aplicado com muito cuidado, pois provoca vmitos e abundantes dejees. txica em alta dose. Reduzida a p, a casca cicatrizante. A semente (o caroo) tambm tem propriedades antelmnticas. O leo da amndoa tem indicao contra as inchaes provenientes da erisipela. 58 - ANDIROBA (Carapa guianensis) Famlia: Meliceas. PLANTAS MEDICI NAIS 457J vc .? li UG J , ' C.lr n.bronquite e outros ofeces do peitocl i cas ventosidodei debilidade e dilatoo do estmagoreumatismoenfermidodes das vias urinrfos \ `, i ' ` / dfspepsia )i ; r cefalalgiodigestes difceis ,' ,r ;:ir ofeces do fTgodo59 - ANGLICA ( .Archangellca oficinais ) 456 Sinonmia: Andiroba-aruba, andiroba-saruba, carapa. Outros idiomas: Carap (Guiana Francesa), Crabwood (Inglaterra). Caractersticas: rvore grande. Folhas imparipenadas, grandes, com numerosos fololos. Habitat: Amaznia. do, internamente, como vermfugo e febrfugo, e, externamente, contra as afeces crnicas da pele, e, bem assim, para lavar lceras. As amndoas so purgativas. O azeite aplicado nas picaduras de insetos venenosos e nas feridas. 59 - ANGLICA (Archangelica officinalis, Angelica archangelica) Famlia: Umbelferas. Sinonmia: Arcanglica, raiz-do-esprito-santo, anglica-do-jardim, anglica-da-bomia. Caractersticas: Planta herbcea. Haste cerrada, fistulosa, suculenta. Folhas compostas. Fololos opostos. Flores brancas; volumosas, de bordos lancinados. Valor teraputico: estimulante, carminativa, depurativa, diurtica, estomacal, emenagoga. Usa-se para: bronquites, cibras, cefalalgia, clorose, convulses, clicas, debilidade e dilatao do estmago, digestes difceis, enfermidades do peito e da garganta, dos pulmes, fgado, rins e bexiga, escorbuto, gota, hipo, histerismo, paludismo, reumatismo, rouquido, ttano, tifo, ventosidades, vmitos. O ch das razes de anglica, em mistura com ch de losna, muito bom para cibras do baixo ventre, disenterias e mucosidades pulmonares. Nas afeces da pele, dores dorsais, reumatismo, emprega-se tambm o ch de anglica, topicamente, em forma de loes, frices e compressas. Parte usada: Toda a planta. Dose: 20 gramas para 1 litro de gua; 4 a 5 xcaras por dia. 60 - ANGLICA-DO-MATO [Guettarda angelica, Canthium febrifugum) Famlia: Rubiceas. Sinonmia: Anglica-mansa. 458 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA Caractersticas: Arbusto ramoso. Casca escura. Folhas ovais, opostas. Flores em cachos, amarelas. Fruto: drupa globosa, pequena, com duas sementes no interior. Habitat: No litoral. Valor teraputico: A raiz recomendada, em decoco, nos casos de anemia, febre amarela, febre puerperal, febre tfica. 61 - ANGELIC (Aristolochia cymbifera) Famlia: Aristoloquiceas.Sinonmia: Jarrinha, mil-homens, papo-de-peru, mata-porco, capa-homem, calunga, patinho, caa, cip-mata-cobras, urubu-ca. Caractersticas: H perto de 50 espcies de aristolquias. Afirma-se que todas tm as mesmas propriedades medicinais. "As aristolquias so geralmente plantas escalantes (trepadeiras ou cips), com troncos em muitos casos lignificados, raras vezes herbceas e, ento, dotadas de um tronco subterrneo mais ou menos desenvolvid."Joo S. Decker, Aspectos Biolgicos da Flora Brasileira, pg. 24. Valor teraputico: Emprega-se como antissptico, diafortico, estomacal, esurino, sedativo (nos casos de histeria, convulses, epilepsia e cistite). empregado com xito contra a falta de apetite. Usa-se no tratamento da falta de menstruao, para provocar o aparecimento das regras. aplicado com xito surpreendente em casos de clorose. Aplica-se com magnficos resultados contra os males do estmago em geral, priso de ventre, gastralgia (dor de estmago), indigesto, diarria, etc. Usa-se tambm para combater as febres intermitentes da malria. Externamente, em banhos de assento, emprega-se com bons resultados, para desinflamar os testculos, em caso de orquite. "Acreditou-se sempre e continua-se acreditando em todo o interior, que o extrato etreo, como as alcoolaturas e os prprios decoctos das razes e do caule destas plantas so anti-ofdicos. . . admitimos a possibilidade de que o extrato fresco e ainda vivo, de razes e caules destas plantas, poder realizar curas, como anti-ofdico. . . "Muitssimas so as aristolquias que j figuram nas farmacopias oficiais e que so receitadas de quando em quando pelos mdicos mais inclinados para a fitoterapia. Elas atuam mui beneficamente soPLANTAS MEDICINAIS 459 bre a mucosa estomacal e sobre os gnglios internos que facilitam a digesto e assimilao dos alimentos que ingerimos. E esses seus efeitos mostram-se de modo aprecivel quando se usa o extrato conforme referido. Em lcool, muitas vezes, os resultados so prejudiciais graas ao efeito desse. Os rins, o fgado, o bao e mesmo o corao, so estimulados por estas plantas. Muitas pessoas as prescrevem comodepurativas, como diurticas, vulnerrias, anti-reumticas, anti-febris, emenagogas, etc. "Esta ltima recomendao nos deve interessar aqui mais especialmente, porque nos aponta o motivo por que foram chamadas 'aristolquias', isto , 'bom-parto' ou 'facilitadoras-dos-lquios', conforme as conheciam os antigos gregos e os egpcios." - F. C. Hoehne, Plantas e Substncias Vegetais Txicas e Medicinais, pg. 106. Uma advertncia torna-se, entretanto, necessria: Em doses excessivas as aristolquias so txicas. As mulheres grvidas no devem usar esta planta, pois pode provocar aborto. Efetivamente, acredita-se que muitos dos preparados que se usam para acarretar este criminoso resultado, tenham por base o extrato de razes ou sementes de aristolquias. Parte usada: Raiz, em decoco. Dose: 10 a 15 gramas para um litro de gua fervendo. Tomam-se no mais de duas a trs xcaras de ch por dia. Em doses mais elevadas produz nuseas, dejees, perturbaes cerebrais. Externamente, emprega-se a casca, em p, nas lceras crnicas e no lupo. O cozimento da raiz (25-50:1000) usa-se contra as lceras, a sarna e as orquites.62 - ANGELIM (Machaerium heteropterum) Famlia: Leguminosas-papilionceas. Caracterstica: rvore. Valor teraputico: O p da serragem, em decoco, considerado como drstico e vermfugo. 63 - ANGELIM-COCO (Andira stipulacea) Famlia: Leguminosas-papilionceas. Sinonmia: Urarema, pau-pintado, angelim-doce, lumbricida, muirarema. 66 - angustura- verdadeiro6I - ongelic67-onil460 58-andiroba FUMARIA GSj i I CRAVO (390) f. : ` . t, . t :,lb. . re f^\ i t \.t . ,F!CIPRESTE (353)n tt:. CAVALINHA, I31 PLANTAS MEDICINAIS 461; Caracterstica: rvore semelhante ao angelim-verdadeiro. Habitat: Em vrios Estados do Brasil. Valor teraputico: A casca e as sementes encerram propriedades antelmnticas. 64 - ANGELNIA (Angelonia integerrima) Famlia: Escrofulariceas. Sinonmia: Violeta-de-petrpolis. Caracterstica: Planta herbcea. Habitat: Nos Estados do Sul e no Rio de )aneiro. Valor teraputico: A angelnia calmante e antiespasmdica. Utiliza-se no preparo de xaropes peitorais e bquicos.65 - ANGUSTURA (Cusparia trifoliata) Famlia: Rutceas. Sinonmia: Amarelo, amarelinho-da-serra, cuspare. Caracterstica: rvore. Valor teraputico: Fornece a "casca de angustura", que tnica, febrfuga e antidisentrica. 66 - ANGUSTURA-VERDADEIRA (Galipea cusparia, Galipea febrifuga, Galipea alba) Famlia: Rutceas. Caractersticas: rvore bem alta. Folhas alternas, compostas, longipecioladas. Trs fololos ssseis, oval-lanceolados, inteiros. Flores em cachos axilares e terminais. Habitat: Estados do Norte e Nordeste. Valor teraputico: A casca tnica, antidisentrica e febrfuga. 67 - ANIL (Indigofera anil) Famlia: Leguminosas. Sinonmia: Ca-chica (Amazonas), timb-mirim (Mato Grosso). Caractersticas: Planta herbcea, sub-lenhosa, ramosa, de cor verde-esbranquiada. Folhas em palmas, elpticas e compridas. Flores rseas, midas, em pequenos cachos. O fruto uma vagem. Com esta planta fabrica-se uma matria corante conhecida por anil. 462 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA Habitat: Comum nos terrenos abandonados aps a cultura. Valor teraputico: Diz-se que esta planta serve como antdoto do mercrio e do arsnico. O ch que se obtm por infuso das folhas e razes, antiespasmdico, diurtico, estomquico, febrfugo, purgativo, sedativo. O mesmo ch emprega-se com bons efeitos contra a epilepsia e a ictercia. As folhas machucadas empregam-se topicamente contra a sarna. As razes e as sementes, secas, pulverizadas, usam-se para afugentar i nsetos. Partes usadas: Folhas, razes, sementes. Dose: 5 gramas para um litro de gua; uma ou duas xcaras por dia. 68 - ANIL-TREPADOR (Vitis sicyoides, Cissus tinctoria) Famlia: Vitceas. Sinonmia: Tinta-dos-gentios, uva-brava, cavurana-de-cunh. Caracterstica: Planta trepadeira de flores amarelas. Habitat: Do Cear ao Rio de )aneiro. Valor teraputico: empregado no tratamento da hidropisia e dc reumatismo. Usa-se a raiz, em decoco. 69 - ANINGA (Montrichardia arborescens) Famlia: Arceas. Sinonmia: Aninga-uba, aninga-uva, aninga-de-espinho, aninga-do-par, aninga-per, banana-de-macaco, imb-da-praia, imberana. Outro idioma: Mucu-mucu (Guiana Francesa). Caractersticas: Planta herbcea. As fibras grossas e compridas,da haste, so empregadas na fabricao de cordas. Habitat: Nas margens pantanosas dos rios e lagos, e nas depresses das vrzeas. Valor teraputico: As folhas machucadas, em cataplasmas, so empregadas como resolutivas. A raiz, reduzida a p, tem aplicao como drstico e diurtico. 70 - ANINGA [Arum leniferum) Famlia: Arceas. Sinonmia: Aninga-au, aninga-uba. PLANTAS MEDICINAIS 463 Caractersticas: Arbusto de 2 a 3 m de altura. Folhas de uns 35 cm de comprimento. Habitat: Comum nos brejos e lugares midos, Valor teraputico: O suco til para curar lceras. O decocto das folhas indicado no tratamento do reumatismo. 71 - ANINGA-D'GUA (Caladium spinescens) Famlia: Arceas. Caractersticas: Planta parecida com o tinhoro. Sementes comestveis quando assadas. Habitat: Norte do Brasil. Valor teraputico: Aplicam-se as folhas nas lceras gangrenosas. 72 - ANINGA-PRA (Dieffembachia seguine) Famlia: Arceas. Sinonmia: Cana-marona, cana-de-imb. Caracterstica: Planta herbcea. Habitat: Nos terrenos pantanosos e abertos, na Amaznia. Valor teraputico: Por ser extremamente txica, no se faz uso interno desta planta. O suco das folhas, aplicado topicamente, acalma a dor em caso de picada da formiga tekandera. O decocto das folhas, em gargarejos, til na angina, mas preciso ter o cuidado de no ingeri-lo. O mesmo decocto, em loes, bom para combater as inflamaes edematosas. A tintura da raiz, em loes, usada contra o prurido das partes genitais. 73 - ANINGA-PARI (Melastoma parviflora) Famlia: Melastomceas. Caractersticas: Arbusto. Folhas opostas, elpticas. Flores rseas. Fruto: cpsula contendo inmeras sementes midas. Valor teraputico: As folhas frescas e amassadas ou secas e pulverizadas tm aplicao no curativo das lceras. 74 - ANIS (Pimpinella anisum, Anisum officinalis, Carum anisum) Famlia: Umbelferas. PLANTAS MEDICINAIS 465 Sinonmia: Erva-doce.Caractersticas: Planta de 30 a 50 cm de elevao. Haste erecta, cilndrica, estriada, canaliculada, pubescente, ramificada superiormente. Folhas alternas, amplexicaules, verde-escuras. Inflorescncia em umbelas de 8 a 12 pednculos. Flores brancas, pequenas. Habitat: Cultivado nas hortas.87- oraticum - alvadio 74 - anis Valor teraputico: Combate os gases do estmago e intestinos e as clicas do ventre, e favorece a ao digestiva. bom contra a azia. Aumenta o leite das lactantes. O azeite das sementes, com que se fricciona a cabea, bom para matar piolhos. Com o azeite fricciona-se o ventre para acalmar as clicas. O anis tambm d bom resultado nas diarrias, especialmente das crianas. Parte usada: Sementes, por infuso. Dose: 10 a 15 gramas para 1 litro de gua; 4 a 5 xcaras por dia. 75 - AP (Urospatha caudata) Famlia: Arceas. Caracterstica: Planta herbcea. Habitat: Par e Amazonas. Valor teraputico: O suco do ap, especialmente do rizoma, til no tratamento das impigens.80 - ara- vermelho 464 76 - APEBA (Apeiba tibourbou) Famlia: Tiliceas. Sinonmia: Jangada, jangadeira, pau-de-jangada, pau-fofo, embira-branca. Outro idioma: Tibourbou (Guiana Francesa). Caractersticas: rvore alta. Madeira esponjosa, leve. Folhas cordiformes, lanceoladas, serrilhadas. Fruto espinhoso. Habitat: Comum em muitas partes do Brasil. Valor teraputico: O decocto da entrecasca vermfugo eficaz. 466 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA PLANTAS MEDICINAIS 467 I.77 - APERTA-RUO [Piper aduncum, Piper scabrum, Piper celtidifolium, Piper lanceolatum, Piper arborescens, Stephensia adunca, Arthante adunca) Famlia: Piperceas. Sinonmia: Tapa-buraco, jaborandi-do-mato, jaborandi-falso, pimenta-de-fruto-ganchoso, erva-de-jabuti, matico-falso. Caractersticas: Arbusto de at 1 metro de altura. Folhas ovais. Fruto em forma de espiga. Valor teraputico: O aperta-ruo adstringente. Os frutos so diurticos e resolutivos. Em banhos usam-se as sementes no tratamento das feridas. As folhas, em banhos demorados, tm sido usadas nos casos de queda do tero. Com as folhas prepara-se um ch (20:1000) bom para combater as hemorragias. O mesmo ch igualmente indicado contra, as diarrias. Nos casos mais rebeldes, fazem-se lavagens intestinais com o ch, acrescentando-se uma colherinha de p das mesmas folhas. Tambm nas molstias do fgado e na blenorragia este ch presta bom servio. Ern casos de mau hlito, mascam-se folhas, cascas ou razes de aperta-ruo. para perfumar a boca. 78 - APU (Clusia insignis, Clusia grandiflora) Famlia: Gutferas ou gutiferceas. Sinonmia: Mata-pau, cebola-grande-da-mata, guapo, figueira-amaldioada. Caractersticas: Trepadefra epfita, que se enrosca nas rvores, matando-as. Flores grandes, lindas, brancas por fora e castanho-purpreas por dentro (Clusia insignis) ou rseo-plidas [Clusia grandiflora). Habitat: Amazn ia. Valor teraputico: A resina que exsuda das Clusias, e de que se servem os ndios para besuntar suas canoas, purgativa. Das flores se extrai uma resina amarelo-avermelhada que, misturada com manteiga de cacau, se aplica sobre os bicos dos seios rachados, nas lactantes. 79 - ARA-DA-PRAIA (Psidium littorale) Famlia: Mirtceas. Caractersticas: rvore alta. Fruto piriforme, agridoce. Habitat: Vegeta nas proximidades do mar. Valor teraputico: Usa-se contra a hemorragia. 80 - ARA-VERMELHO (Psidium cattleyanum, Psidium variabile) Famlia: Mirtceas. Sinonmia: Ara-da-praia, ara-de-comer, ara-do-campo, ara-do-mato, ara-pra, ara-piranga, ara-rosa, ara-de-coroa. Caractersticas: Arvore ou arbusto. Fruto: cerea vermena ou amarela. Habitat: Freqente nas zonas litorneas. Valor teraputico: uma planta apregoada por suas virtudes antihemorrgicas. 81 - ARAMINA (Urena lobata) Famlia: Malvceas. Sinonmia: Guaxuma, uaicima, uaixima, uacima, guaxima-macho, guaxima-roxa, ibaxama, malva-roxa-recortada, malvasco, rabo-de-fo-guete, caquibosa. Caractersticas: Planta herbcea, arbustiva. Folhas alternas, arredondadas, lobuladas (com uns 8 lbulos), algo aveludadas. Flores rseas, roxas ou violceas. Fruto: carrapicho. As fibras servem para cordas e estopa. Habitat: Em quase todo o Pas. Valor teraputico: As folhas so emolientes: utilizam-se em todas as inflamaes. A raiz, em decoco, empregada contra as clicas abdominais. As flores so expectorantes: usam-se- especialmente nas tosses secas e inveteradas. 0 decocto das sementes trituradas um antelmntico eficaz. 82- ARAPABACA (Spigelia anthelmia) Famlia: Loganiceas. Sinonmia: Arapacaba, lombrigueira, erva-lombrigueira. ; Outro idioma: Brinvilli re (Guiana Francesa). 468 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA Caractersticas: Arbusto. As folhas, ovais, se cruzam no topo do caule. Flores rseas, em espigas terminais. Valor teraputico: As folhas frescas, espalhadas pelo cho, servem para afugentar baratas. A planta toda, mormente a raiz, empregada como vermfugo, mas convm saber que txica em dose superior a 3 gramas. 83 - ARAPARI-DA-VRZEA (Macrolobium acaciaefolium) Famlia: Leguminosas. Sinonmia: aveira, fava-de-tambaqui. Caractersticas: rvore mdia ou grande, muito elegante. Madeira ruiva. Flores esbranquiadas, com estames purpreos. Habitat: Nas margens dos rios e lagos, na Amaznia. Valor teraputico: A casca, adstringente, til contra a diarria. 84 - ARAPOCA-VERMELHA (Galipea rubra) Famlia: Rutceas. Caractersticas: rvore. Folhas lanceoladas, alternas. Valor teraputico: A casca e o fruto tm larga aplicao na medicina caseira, no tratamento das febres palustres. 85 - ARARACANGA (Aspidosperma desmanthum) Famlia: Apocinceas. Sinonmia: Araraba-da-terra-firme. Caractersticas: rvore grande. Madeira castanho-amarela, clara. Habitat: Na terra firme, mida, da Amaznia. Valor teraputico: A araracanga encerra propriedades febrfugas. Parte usada: Folhas. 86 - ARARA-TUCUP (Parkia oppositifolia) Famlia: Leguminosas-mimosceas. Sinonmia: Arara-tucupi, japacanim, paric (Par), visgueiro (Par). Caractersticas: rvore grande. Madeira branca, leve. Copa lar- , ga, chata, em forma de chapu-de-sol. Flores brancas e amareladas, em captulos. Habitat: Na mata de terra firme, arenosa, na Amaznia. PLANTAS MEDICINAIS 469 Valor teraputico: A casca fresca, adstringente e anti-hemorrgi-ca, empregada para lavar feridas e lceras. - ARATICUM-ALVADIO (Anona exalbida, Rol linia exalbida) Famlia: Anonceas. Sinonmia: Araticum-de-santa-catarina, fruta-de-conde-pequena, 87imbira. Caracterstica: rvore pequena. Habitat: Nos estados do Sul. Valor teraputico: O fruto emoliente ticas. As folhas so anti-reum88 - ARATICUM-AP (Anona silvatica) Famlia: Anonceas. Sinonmia: Araticum-da-mata. Caractersticas: rvore. Fruto parecido com o fruto-do-conde. Habitat: Nas florestas, em diversos Estados do Brasil. Valorteraputico: As folhas, aplicadas quentes, apressam a supurao. O banho de vapor, com o decocto das folhas, bom para combater as febres intermitentes. As folhas encerram, outrossim, propriedades antissifilticas. Os grelos, em infuso, aliviam as clicas. 89 - ARATICUM-DA-MATA (Rollinia silvatica) Famlia: Anonceas. Sinonmia: Araticum-do-mato, araticum-do-morro, araticum-grande, pasmada-do-mato. Caracterstica: rvore pequena. Habitat: Em vrios Estados do Brasil. Valor teraputico: Os frutos servem para a fabricao de uma bebida refrigerante e estomquica. Os frutos e as folhas so teis contra a disenteria, as anginas e as aftas. 90 - ARATICUM-DE-ESPINHO (Anona spinescens) Famlia: Anonceas. Sinonmia: Araticum-da-beira-do-rio, araticum-do-alagadio, araticum-do-brejo, araticum-do-rio. Caracterstica: Arbusto. Habitat: Nos Estados do Sul do Brasil. 470 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA Valor teraputico: A polpa do fruto emoliente e depurativa. O decocto quente das folhas e das cascas, em banhos, til contra o reumatismo. 91 - ARATICUM-DO-BREJO (Anona glabra, Anona palustris) Famlia: Anonceas. Sinonmia: Araticum-pan, araticum-caca, araticum-cortia, araticum-de-boi, araticum-de-jangada, araticum-do-mangue, araticum-da-praia, araticum-da-gua, araticum-da-lagoa, cortia, ma-de-cobra, mulolo. .Outros idiomas: Corossol sauvage (Guiana Francesa), Alligator apple ()amaica). Caractersticas: rvore pequena ou arbusto. Madeira pardo-escura. Fruto parecido com a graviola ou jaca-do-par, porm muito menor e arredondado. Habitat: Nos manguezais da costa, na Amaznia. Valor teraputico: O fruto vermfugo e emoliente. As folhas, em infuso, so antelmnticas. Tambm nos casos de reumatismo as folhas do bons resultados. 92 - ARATICUM-DO-CAMPO (Anona coriacea) Famlia: Anonceas. Sinonmia: Araticum-dos-lisos. Caracterstica: rvore pequena. Valor teraputico: As sementes raladas so adstringentes. Tm aplicao contra a diarria crnica. 93 - ARATICUM-DOS-GRANDES (Anona dioica) Famlia: Anonceas. Sinonmia: Araticum-grande, araticum-do-campo, ata, marolinho, pinha. Caracterstica: rvore pequena. Habitat: Em muitos Estados do Brasil. Valor teraputico: O fruto emoliente. As folhas so empregadas como anti-reumticas. 94 - ARATICUM-DO-MATO (Anona longifolia) Famlia: Anonceas. PLANTAS MEDICINAIS 471 Sinonmia: Envireira. Outro idioma: Corossol pinaioua (Guiana Francesa). Caractersticas rvore mdia. Madeira branca. Fruto da grossura de uma ma, de polpa vermelha, deliciosa. Habitat: Amaznia. Valor teraputico: O araticum-do-mato tem aplicao como anti-reumtico. Partes usadas: Folhas e frutos verdes. 95 - ARATICUM-DO-PAR (Anona sericea) Famlia: Anonceas. Outro idioma: Guiman savane (Guiana Francesa). Caracterstica: rvore pequena. Habitat: Amaznia. Valor teraputico: O araticum-do-par empregado como anti-reumtico.Partes usadas: Casca e folhas. 96 - ARATICUM-MANSO (Anona asiatica) Famlia: Anonceas. Outro idioma: Anon (Haiti). Caractersticas: rvore pequena. Fruto comestvel, mucilaginoso e aromtico. Valor teraputico: Os frutos so aconselhados aos convalescentes das enfermidades febris. Verdes, so adstringentes e recomendados contra as aftas. As folhas cozidas so empregadas contra o reumatis-mo. 97 - ARATICUM-PONH (Anona Marcgravii) Famlia: Anonceas. Sinonmia: Araticum-de-paca, araticum-pan. Caracterstica: rvore. Valor teraputico: O decocto dos frutos verdes til contra as aftas. 98 - ARI (Thalia lutea, Maranta lutea, Calathea alluia) Famlia: Marantceas. Sinonmia: Uari. 472 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA Outro idioma: Topinambour blanc [Martinica). Caractersticas: Planta herbcea. Tubrculos piriformes, brancos, comestveis depois de cozidos. Habitat: Amaznia. Valor teraputico: Emprega-se contra a reteno da urina, em caso de cistite. Parte usada: Folhas, por decoco. 99 - ARICURI (Cocos coronata) Famlia: Palmceas. Sinonmia: Aracuri, alicuri, ariri, aracui, nicori, coqueiro-dicori, ouricuri, uricuri. Caractersticas: Palmeira mediana. Tronco eriado de fragmentos de folhas velhas. Habitat: Comum na Bahia, em Alagoas e em outros Estados. Valor teraputico: O suco deste coco, verde, espremido, tem aplicao na cura da oftalmia. 100 - ARINGA-IBA (Caladium arborescens) Famlia: Arceas. Caracterstica: Arbusto parecido com o tinhoro, porm mais alto. Valor teraputico: Tem propriedades resolutivas e combate as dores articulares. Parte usada: Folhas. 101 - AROEIRA (Schinus terebinthiflius, Schinus antarthritica, Sthinus aroeira) Famlia: Anacardiceas. Sinonmia: Aroeira-mansa, aroeira-vermelha, araguaraba, corneba, cambu, fruto-de-sabi. Caractersticas: rvore pequena. Ramos foliosos, mais ou menos empubescidos. Folhas compostas, imparipenadas. Fololos (2 a 7 pares) ssseis, oblongos, serreados. Inflorescncia em panculas terminais. Frutos globulosos, avermelhados, pequenos. Valor teraputico: A aroeira boa para combater as febres, o reumatismo e a sfilis.PLANTAS MEDICINAIS 473 Os homeopatas aconselham esta planta nos casos de atonia muscular, distenso dos tendes, artrite, reumatismo, fraqueza dos rgos digestivos, tumores. Emprega-se empiricamente, em fomentaes, para combater afeces reumticas e tumores linfticos. As folhas so dotadas de propriedades balsmicas, pelo que se usam para curar lceras. Devido aos seus efeitos adstringentes, as cascas so contra a diarria e as hemoptises. Usam-se 100 gramas para 1 litro de gua. Pode adoar-se com acar. Tomam-se 3 a 4 colheres, das de sopa, ao dia. Aplica-se tambm contra a citica, a gota e o reumatismo. Prepara-se um cozimento na proporo de 25 gramas de cascas para 1 litro de gua. Toma-se diariamente um banho de 15 minutos, to quente como se possa suportar. A aroeira de que aqui estamos falando, no deve ser confundida com as areiras bravas ou trroeiras brancas, entre as quais se destaca a Lithraea molleoides. Estas so extremamente custicas. O simples cheiro das mesmas, ou as partculas que delas se desprendem ao serem cortadas, a seiva ou a madeira seca, ou mesmo a terra em que crescem suas razes podem causar uma afeco cutnea semelhante urticria, edema ou eritema. Para estes casos, as lavagens com o decocto das folhas da aroeira mansa so um remdio eficaz. Estas lavagens so boas tambm contra a erisipela e outras molstias provocadas por bactrias e que se manifestam em forma de edema ou eritema. H tambm outras espcies de aroeiras mansas: a Schinus weinmanniafolius, conhecida pelos nomes populares de aroeira-rasteira, aroeira do campo, almecegueira e lentisco; a Schinus molle, popularmente conhecida por aroeira, aroeira mole; e outras. Prestam-se para os mesmos fins curativos. 102 - AROEIRA-DO-SERTO (Astronium orindeuva) famlia: Anacardiceas. Sinonmia: Aroeira-orundeuva, aroeira-preta, orundei-iba, orundei-pita. Caractersticas: rvore excelsa. Lenho muito durvel. 474 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA Valor teraputico: O decocto da casca bom contra a diarria. Em banhos, usa-se para combater lceras de mau carter. 103 - ARRAIA-DO-MATO (Bignonia echinata) Famlia: Bignoniceas. Sinonmia: Arcun. Caractersticas: Arbusto cor de rosa. Flores rseas. Fruto: Cpsula. Valor teraputico: uma planta vulnerria, anti-sifiltica, sudorfica Parte usada: Raiz. 104 - ARREBENTA-CAVALOS (Solanum arrebenta, Solanum aculea-tissimum, Solanum agrarium) Famlia: Solanceas. Sinonmia: Melancia-da-praia (Pernambuco), baba (Bahia), mingola (Alagoas), arrebenta-boi, bob, juati. Em S. Paulo, Minas e Rio que se chama arrebenta-cavalos. Caractersticas: Erva espinhosa, cujos ramos se elevam at uns 50 cm. Haste e folhas cheias de espinhos. Folhas pecioladas, lobadas, relativamente grandes. Flores reunidas em pequenos grupos, formando estrelas verde-amareladas. O fruto contm uma massa branca, prateada, semi-esponjosa, muito doce, e muitas sementes reniformes. F. C. Hoehne, em sua obra "Plantas e Substncias Vegetais Txicas e Medicinais", pg. 256, alega que as crianas comem a casca "sem dano para si". E acrescenta que, "se existem princpios txicos, os mesmos devem existir nas sementes". M. Penna, em seu livro "Notas Sobre Plantas Brasileiras", pg. 417, diz: "Os cavalos, quando comem os frutos, morrem; e as vacas, se no morrem, transmitem pelo leite todas as propriedades txicas." Valor teraputico: Emprega-se exteriormente para fazer desaparecer os panos (manchas) da pele; na urticria tambm se aplica. Parte usada: Fruto. 105 - ARROZ (Oryza sativa) 9I - araticum -do - brejo475 92- araticum-do-campoFamlia: Gramneas. Caracterstica: Planta herbcea. 476 A FLORA NACIONAL NA MEDICINA DOMSTICA Valor teraputico: O arroz bem cozido, em papa, aplica-se como absorvente, nos casos de eczema, erisipela, eritema. 106 - ARRUDA (Ruta graveolens, Ruta montana, Ruta sativa, Ruta Sinonmia: Arruda-fedorenta, arruda-domstic, arruda-dos-jardins, ruta-de-che ro-forte. Caractersticas: Subarbusto de at um metro, mais ou menos, de altura. Folhas alternas, pecioladas, carnudas, glaucas, compostas. Inflorescncia em umbelas. Flores pequenas, verde-amareladas. Habitat: Muito cultivada nos jardins por causa das suas folhas fortemente aromticas.Valor teraputico: O principal uso desta planta nas regras suprimidas bruscamente. Seu efeito fortemente emenagogo. Prepara-se um ch com 2 a 3 gramas para um litro de gua, por infuso; duas xcaras por dia. Tenha-se o cuidado de no usar quantidades maiores. Ao mesmo tempo, banham-se os ps em gua quente. "Durante a gravidez, a arruda tem um efeito especial sobre o tero: ela congestiona este rgo, estimula as fibras musculares, provoca-Ihes a contrao, ocasiona uma hemorragia grave, s vezes o aborto e a morte. Acrescentamos que o aborto raro e que a administrao desta substncia com um fim criminoso (aborto) pode acarretar a morte sem que haja parto." - Dr. A. Hraud, Dictionnaire des Plantes Mdicinales, pg. 541. O ch de arruda tambm bom calmante dos nervos. Externamente aplicado, um ch em dose mais forte (20:1000) mata piolhos. O p das folhas secas serve para o mesmo fim. Para afugentar lombrigas, fervem-se 20 gramas de arruda em 1 litro de azeite comestvel, e tomam-se 2 a 3 colherinhas, das de ch, por dia. O ch supra indicado tambm se presta para este fim. Clisteres do cozimentos das folhas de arruda (8 -10: 1000) tambm ajudam a combater os vermes intestinais. Para combater a sarna, prepara-se um ch (20:1000), no qual se embebe um pano ou algodo, que se passa sobre as partes afetadas. , rAECRIM-DE-JARDIM (27) ,AMOR-PERFEITO (48) ; PLANTAS MEDICINAIS 477 O mesmo ch bom para lavar feridas. Tambm as folhas frescas, machucadas, aplicadas sobre feridas velhas, so de bom efeito curativo. Finalizando, repetimos a advertncia de que, tratando-se de uma planta muito ativa, s deve ser administrada com muita prudncia, quando usada internamente. Parte usada: Toda a planta. 107 - ARRUDA-DO-CAMPO (Hypericum teretiusculum) Famlia: Gutiferceas. Sinonmia: Arruda-de-so-paulo. Caractersticas: Arbusto. Folhas pequenas, compridas. Flores em cachos. Fruto: cpsula alongada. Valor teraputico: Tem virtudes emenagogas.108 - ARRUDA-DO-MATO (Indigofera s