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Dossier de Projeto A Farsa de Inês Pereira

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Dossier de Projeto

A Farsa de Inês Pereira

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A Farsa de Inês Pereira

APRESENTAÇÃO Gil Vicente viveu num país que colhia os frutos do desenvolvimento comercial, resultado da expansão marítima do início do Séc. XV. As transformações sociais decorrentes do sucesso lusitano nos mares foram registadas pelo autor, que não poupou críticas ao comportamento moral dos seus conterrâneos, crítica essa visível um pouco por toda a sua obra.

A Farsa de Inês Pereira, peça encenada pela primeira vez em 1523, apresenta um enredo capaz de envolver o espectador até hoje, passados quase quinhentos anos. O ponto de partida para a escrita da peça foi um desafio lançado a Gil Vicente, já que questionavam a autoria das suas obras, sugerindo tratar-se de plágio. Propuseram ao escritor que criasse um enredo a partir do mote “Mais vale asno que me leve que cavalo que me derrube”, ditado popular da época.

A Farsa de Inês Pereira é considerada a peça mais bem-acabada de Gil Vicente, testemunhando o conflito de valores que caracterizou o humanismo em Portugal, incorporando na sua estrutura a simetria existente entre os dois termos dessa comparação: Pero Marques encarna o asno que carregará Inês, enquanto o Escudeiro é o cavalo que a derruba. Para pôr em cena esses elementos, o autor utilizou na caracterização de Pero Marques aspetos que o aproximam de um asno: é parvo, teimoso, deselegante e servil. O Escudeiro, ao contrário, assemelha-se ao cavalo, apresentando-se como um nobre e elegante cavaleiro. Essa semelhança termina na aparência, pois quaisquer outras características que se poderiam atribuir aos cavalos (como lealdade, generosidade ou valentia), ele não tem: é mentiroso, cínico, preguiçoso e covarde. Para seguir à risca a comparação de superioridade que subjaz ao enredo ("mais quero asno que me carregue do que cavalo que me derrube"), é necessário mostrar que Pero Marques tem valores autênticos, os valores medievais, enquanto o Escudeiro Brás da Mata se move por interesses materialistas, como os que predominam na época de Gil Vicente.

Esta obra é recomendada pelo Plano Nacional de Leitura para o 10.º ano de escolaridade.

Sobre o Autor Considera-se que a data mais provável para o nascimento do poeta e dramaturgo tenha sido 1466. Presume-se que tenha estudado na Universidade de Salamanca, em Espanha. O seu primeiro trabalho conhecido, a peça em castelhano Auto da Visitação, foi representada em 1502 nos aposentos da rainha D. Maria, consorte de D. Manuel, para celebrar o nascimento do príncipe (o futuro D. João III) - sendo esta representação considerada como o marco de partida da história do teatro português.

Ficou, assim, responsável pela organização dos eventos palacianos. D. Leonor pediu ao dramaturgo a repetição da peça pelas matinas de Natal, mas o autor, considerando que a ocasião pedia outro tratamento, escreveu o Auto Pastoril Castelhano. Perante o interesse de D. Leonor, Gil Vicente percebeu que o seu talento lhe permitia mais do que simplesmente adaptar uma peça a ocasiões diversas. Dirigiu os festejos em honra de D. Leonor em 1520, conseguindo o prestígio que lhe permitiria satirizar o clero e a nobreza nas suas obras, ou mesmo para se dirigir ao monarca criticando as suas opções.

Morreu em lugar desconhecido, talvez em 1536: é a partir desta data que se deixam de encontrar quaisquer textos ou referência ao seu nome nos documentos da época.

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A Farsa de Inês Pereira

FICHA TÉCNICA E ARTÍSTICA Desejosa de escapar dos trabalhos domésticos que é obrigada a fazer na casa de sua mãe, a jovem Inês Pereira resolve conseguir um marido. Uma primeira tentativa é feita por intermédio da alcoviteira Lianor Vaz, que lhe indica para marido Pero Marques, aldeão simples, mas rico. Inês recusa o pretendente, considerando-o excessivamente simplório. Contrata então Vidal e Latão, dois irmãos judeus que lhe conseguem o marido dos seus sonhos: Brás da Mata, escudeiro galanteador.

Texto original de: Gil Vicente Encenação: AtrapalhArte Interpretação: Cristóvão Carvalheiro, Eurico Santos, Cristina Lopes e Tiago Santos

Cartaz: Cristóvão Carvalheiro Duração: 50 minutos Classificação: M12 REQUISITOS TÉCNICOS Espaço: 6,50 x 6,50 (3 metros de altura) Som: disponibilizado pela companhia

EQUIPA DE TRABALHO AtrapalhArte: 4 atores NOTAS: NO FINAL DO ESPETÁCULO, HAVERÁ UMA SESSÃO DE ESCLARECIMENTO QUE PERMITIRÁ AOS MAIS NOVOS COLOCAR QUESTÕES E TIRAR DÚVIDAS ACERCA

DA OBRA E DA PEÇA. | O REGISTO FOTOGRÁFICO DAS TURMAS COM O CENÁRIO E ELENCO É POSSÍVEL NO FINAL DO ESPETÁCULO; CASO O PRETENDA, POR FAVOR

INFORME-NOS. | PARA ALÉM DO TEMPO DE DURAÇÃO DA PEÇA, POR FAVOR CONSIDERE O TEMPO DE MONTAGEM E DESMONTAGEM DOS CENÁRIOS (CERCA DE

45 MINUTOS), DURANTE O QUAL A SALA OU ESPAÇO ONDE DECORRERÁ O ESPETÁCULO DEVE ESTAR LIVRE.

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SOBRE A COMPANHIA

A AtrapalhArte é uma companhia especializada em teatro pedagógico, baseando as peças em obras recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura e integrantes das metas curriculares dos diferentes graus de ensino básico e secundário. Levamos o teatro à escola com o intuito de auxiliar professores e alunos na análise das obras, fomentando hábitos de leitura nos mais novos, e permitindo o acesso ao Teatro a públicos que de outra forma não o teriam. Em simultâneo, colaboramos com câmaras de norte a sul do país no desenvolvimento cultural e educativo dos municípios, numa tentativa também de descentralizar a cultura e o teatro em Portugal. Abordamos os textos assentando a dramaturgia na comédia, aliando o lúdico ao pedagógico, em espetáculos interativos que apresentamos em escolas de primeiro, segundo e terceiro ciclos, bem como secundário. De norte a sul do país, chegamos a milhares de alunos, professores e auxiliares educativos por ano letivo, distribuídos por centenas de escolas! A cada novo ano cimentamo-nos mais no meio escolar, esforçando-nos para aumentar progressivamente a qualidade das nossas propostas para estar à altura da exigência do nosso público. A par de escolas, municípios e outras instituições em Portugal, também colaboramos com instituições dedicadas ao Ensino de Português no Estrangeiro, apresentado as nossas peças de teatro a alunos e familiares em Espanha e Andorra, e na Suíça e Liechtenstein, onde fazemos anualmente uma digressão em Setembro junto das comunidades portuguesas. Para além dos espetáculos que criamos, apostamos também na formação de turmas júnior e sénior. Com as crianças, desenvolvemos as capacidades de expressão e de relacionamento, a imaginação e a memorização, próprias do ser humano, para além de as incentivarmos a algo tão importante como brincar. E junto da comunidade sénior, procuramos que se continue, ao longo da vida, a manter uma atitude positiva, uma vida ativa e consequentemente, um envelhecimento mais saudável e feliz. Podemos estar sempre a brincar, mas levamos o trabalho muito a sério!

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PERCURSO

2012/13: As aventuras de Serafim e Malacueco a partir da obra de António Torrado (Digressão Nacional)

2012/13: Águas Passadas de Leonor Barata (Termas de São Pedro do Sul)

2013/14: O Príncipe Nabo a partir da obra de Ilse Losa (Digressão Nacional)

2014: Abril 2014 – 40 Anos de uma Revolução de Leonor Barata

(Coprodução com Projeto D com participação dos alunos do Colégio de São Teotónio)

2014/15: Robertices a partir da obra de Luísa Dacosta (Digressão nacional)

2015/16: ESTENDAL DE CONTOS - A Princesa e a Ervilha (Digressão Nacional e Internacional)

2015/16: ESTENDAL DE CONTOS - Os Músicos de Bremen (Digressão Nacional e Internacional)

2015/16: Os Bichos a partir da obra de Miguel Torga (Digressão Nacional)

2016/17: As Aventuras do Pinóquio a partir da obra de Carlo Colodi (Digressão Nacional)

2016/17: Do Céu Caiu um Anjinho de Fernando Gomes (Digressão Nacional e Internacional)

2017/18: 3 Abóboras e 400 Camelos a partir das obras de António Torrado e José Eduardo Agualusa (Digressão Nacional)

2017/18: Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente (Digressão Nacional)

2018: Pedras Rolantes - Teatro de Rua (Digressão Nacional) 2018: Estás aí, Pipoca? – Teatro para Bebés (Digressão Nacional)

2018/19: Senhor do seu Nariz a partir da obra de Álvaro Magalhães (Digressão Nacional)

2018/19: t’Ulisses a partir da obra de Homero e Maria Alberta Menéres (Digressão Nacional) 2018/19: d’Os Bichos (Ladino e Vicente) a partir da obra de Miguel Torga (Digressão Nacional)

ContactosProdução - Susana Rodrigues [Tlm] +351 912 097 195 [Email] [email protected]

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