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A família em Portugal Formação Nacional CPM-Portugal Vieira de Leiria, 8 de Novembro de 2008 João César das Neves

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A família em Portugal

Formação NacionalCPM-Portugal

Vieira de Leiria, 8 de Novembro de 2008

João César das Neves

www.fcee.ucp.pt/docentes/url/jcn/CPM

Introdução- A população no Mundo

População Mundial10 000 a.C. – 2000 d.C.

010002000300040005000600070008000

-10000 -5000 0

milh

õe

s

População Mundial, 1500-2000

0

1000000

2000000

3000000

4000000

5000000

6000000

7000000

1500 1600 1700 1800 1900 2000

milh

ares

População Mundial, 1500-2100

0

2000000

4000000

6000000

8000000

10000000

1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100

Desenvolvidos

Menos desenvolvidos

1- Fertilidade no Mundo e na Europa e Portugal

Tx Natalidade e Mortalidade (%0)

05

1015202530354045

1890 1940 1990

Nat.

Mort.

Taxa de fertilidade (filhos por mulher)

0.00

1.00

2.00

3.00

4.00

5.00

6.00

7.00

8.00

1960 1970 1980 1990 2000

China

India

Afr.Ssahar.

Mun.Árabe

Am.Lat.;Cara.

Mundo

Taxa de fertilidade (filhos por mulher)

0.00

1.00

2.00

3.00

4.00

5.00

6.00

1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000

Mundo

UEM

EUA

Russia

Japão

Taxa de fertilidade (filhos por mulher)

1

1.5

2

2.5

3

3.5

1950 1960 1970 1980 1990 2000

UE average

Belgium

Germany (includ.ex-GDR 1991)

France

Italy

Luxembourg(Grand-Duché)

Netherlands

Taxa de fertilidade (filhos por mulher)

1

1.5

2

2.5

3

3.5

1950 1960 1970 1980 1990 2000

UE average

Denmark

Ireland

Greece

Spain

Austria

Portugal

Finland

Sweden

United Kingdom

Taxa de fertilidade (filhos por mulher)

1

1.5

2

2.5

3

3.5

1950 1960 1970 1980 1990 2000

UE average

Bulgaria

Czech Republic

Estonia

Cyprus

Latvia

Lithuania

Hungary

Malta

Poland

Romania

Slovenia

Slovakia

2- Estrutura demográfica de Portugal

Estado civil da população (%)

0

10

20

30

40

50

60

70

1885 1905 1925 1945 1965 1985 2005

Solteiros

Casados

Casados "de facto"

Viúvos

Separados e Divorciados

Estrutura etária da população (%)

0.00

10.00

20.00

30.00

40.00

50.00

60.00

70.00

80.00

1860 1910 1960 2010

%

menos 15 anos

15 a 64 anos

65 ou mais

Estrutura de sexo da população (% H)

42

43

44

45

46

47

48

49

50

1920 1940 1960 1980 2000

%

Esperança de vida ao nascer (anos)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000

anos H

M

Dimensão das famílias (%)

0.0

10.0

20.0

30.0

40.0

50.0

60.0

1880 1930 1980

%

1 indivíduo

2 indivíduos

3 a 5 indivíduos

mais de 5indivíduos

Dimensão média da família (pessoas)

2.0

2.5

3.0

3.5

4.0

4.5

1885 1905 1925 1945 1965 1985 2005

3- Casamentos e divórcios na Europa e em Portugal

Número de casamentos

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

1940 1960 1980 2000

Total

católicos

Tx. Nupcialidade e Divorcialidade (o/oo)

0.0

2.0

4.0

6.0

8.0

10.0

12.0

1890 1940 1990

Nup.

Div.

Casamentos por mil habitantes

0

2

4

6

8

10

12

1950 1960 1970 1980 1990 2000

UE27

Área euro 12

Bélgica

Alemanha (+RDA-1981)

França

Itália

Luxemburgo

Holanda

Casamentos por mil habitantes

0

2

4

6

8

10

12

14

1950 1960 1970 1980 1990 2000

Área euro 12

Dinamarca

Irlanda

Grécia

Espanha

Austria

Portugal

Finlândia

Suécia

Grã-Bretanha

Casamentos por mil habitantes

0

2

4

6

8

10

12

14

16

1950 1960 1970 1980 1990 2000

Área euro 12

Bulgaria

Rep. Checa

Estónia

Chipre

Latvia

Lituania

Hungria

Malta

Polónia

Roménia

Eslovénia

Eslováquia

Divórcios por mil habitantes

0.00

0.50

1.00

1.50

2.00

2.50

3.00

3.50

4.00

1950 1960 1970 1980 1990 2000

UE27

Área euro 12

Bélgica

Alemanha (+RDA-1981)

França

Itália

Luxemburgo

Holanda

Divórcios por mil habitantes

0.00

0.50

1.00

1.50

2.00

2.50

3.00

3.50

1950 1960 1970 1980 1990 2000

Área euro 12

Dinamarca

Irlanda

Grécia

Espanha

Austria

Portugal

Finlândia

Suécia

Grã-Bretanha

Divórcios por mil habitantes

0.00

1.00

2.00

3.00

4.00

5.00

6.00

1950 1960 1970 1980 1990 2000

Área euro 12

Bulgaria

Rep. Checa

Estónia

Chipre

Latvia

Lituania

Hungria

Malta

Polónia

Roménia

Eslovénia

Eslováquia

4- Características do casamentos em Portugal

Casamentos não católicos (%)

0.0

10.0

20.0

30.0

40.0

50.0

60.0

1930 1950 1970 1990 2010

Casamentos com residência comum anterior (%)

0

5

10

15

20

25

30

35

1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008

Casamentos entre solteiros (%)

70

75

80

85

90

95

100

1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010

Idades no primeiro casamento

20.0

21.0

22.0

23.0

24.0

25.0

26.0

27.0

28.0

29.0

1925 1945 1965 1985 2005

Mulheres

Homens

Homens

Mulheres

Diferença de idade (H-F) no primeiro casamento (anos)

1.5

1.7

1.9

2.1

2.3

2.5

2.7

2.9

1925 1945 1965 1985 2005

5- Fecundidade do casamento na Europa e em Portugal

Taxa de Mortalidade Infantil (o/oo)

0

50

100

150

200

1905 1925 1945 1965 1985 2005

o/oo

Nascimentos fora do casamento (o/oo)

0

50

100

150

200

250

300

350

400

1888 1908 1928 1948 1968 1988 2008

Nascimentos fora do casamento (o/oo)

0

10

20

30

40

50

60

1950 1960 1970 1980 1990 2000

Área euro 12

Bélgica

Alemanha (+RDA-1981)

França

Itália

Luxemburgo

Holanda

Nascimentos fora do casamento (o/oo)

0

10

20

30

40

50

60

1950 1960 1970 1980 1990 2000

Área euro 12

Dinamarca

Irlanda

Grécia

Espanha

Austria

Portugal

Finlândia

Suécia

Grã-Bretanha

Nascimentos fora do casamento (o/oo)

0

10

20

30

40

50

60

70

1950 1960 1970 1980 1990 2000

Área euro 12

Bulgaria

Rep. Checa

Estónia

Chipre

Latvia

Lituania

Hungria

Malta

Polónia

Roménia

Eslovénia

Eslováquia

Abortos legais (% nados-vivos)

0.00

5.00

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

40.00

45.00

1960 1970 1980 1990 2000 2010

Belgium

Germany (including ex-GDRfrom 1991)

France métropolitaine

Italy

Netherlands

Abortos legais (% nados-vivos)

0.00

5.00

10.00

15.00

20.00

25.00

30.00

35.00

40.00

45.00

50.00

1960 1970 1980 1990 2000 2010

Denmark

Greece

Spain

Austria

Finland

Sweden

United Kingdom

Abortos legais (% nados-vivos)

0.00

20.00

40.00

60.00

80.00

100.00

120.00

140.00

160.00

180.00

1960 1970 1980 1990 2000 2010

Bulgaria

Czech Republic

Estonia

Latvia

Lithuania

Hungary

Poland

Romania

Slovenia

Slovakia

Nados-vivos com ambos os pais estrangeiros (%)

4.0

4.5

5.0

5.5

6.0

6.5

7.0

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Nados-vivos com ambos os pais portugueses (%)

86.0

86.5

87.0

87.5

88.0

88.5

89.0

89.5

90.0

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

A Igreja e a família

Família

«A comunidade conjugal está fundada no consentimento dos esposos. O casamento e a família estão ordenados para o bem dos esposos, a procriação e a educação dos filhos. O amor dos esposos e a geração dos filhos instituem entre os membros de uma mesma família relações pessoais e responsabilidades primordiais»(Catecismo da Igreja Católica 2201)

Família e referência

«Um homem e uma mulher unidos em casamento formam com seus filhos uma família. Esta disposição precede todo reconhecimento por parte da autoridade pública; impõe-se a ela (isto é, não depende da autoridade civil para se constituir) e deve ser considerada como a referência normal, em função da qual devem ser avaliadas as diversas formas de parentesco»(Catecismo da Igreja Católica 2202)

Família cristã

«A família cristã é uma comunhão de pessoas, vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Sua atividade procriadora e educadora é o reflexo da obra criadora do Pai. Ela é chamada a partilhar da oração e do sacrifício de Cristo. A oração quotidiana e a leitura da Palavra de Deus fortificam nela a caridade. A família cristã éevangelizadora e missionária.» (Catecismo da Igreja Católica 2205)

Virgindade

«A virgindade e o celibato pelo Reino de Deus não só não contradizem a dignidade do matrimónio, mas a pressupõem e confirmam. O matrimónio e a virgindade são os dois modos de exprimir e de viver o único Mistério da Aliança de Deus com o seu povo» (Familiaris Consortio 16)

Castidade

«Os noivos são convidados a viver a castidade na continência. Eles farão, nesse tempo de prova, a descoberta do respeito mútuo, a aprendizagem da fidelidade e da esperança de se receberem um ao outro de Deus. Reservarão para o tempo do matrimónio as manifestações de ternura específicas do amor conjugal. Ajudar-se-ão mutuamente a crescer na castidade»(Catecismo da Igreja Católica 2350)

Divórcio

«A natureza do amor conjugal exige a estabilidade da relação matrimonial e a sua indissolubilidade. A falta destes requisitos prejudica a relação de amor exclusivo e total, próprio do vínculo matrimonial, com graves sofrimentos para os filhos e com reflexos dolorosos também no tecido social (...) A introdução do divórcio nas legislações civis tem alimentado uma visão relativista do laço conjugal e manifestou-se amplamente como uma verdadeira “praga social” (CIC 2385)» (Compêndio de Doutrina Social da Igreja 225; Cap. V, III, a)

Castidade conjugal

«Quando se trata, portanto, de conciliar o amor conjugal com a transmissão responsável da vida, a moralidade do comportamento não depende apenas da sinceridade da intenção e da apreciação dos motivos; deve também determinar-se por critérios objectivos, tomados da natureza da pessoa e dos seus actos; critérios que respeitem, num contexto de autêntico amor, o sentido da mútua doação e da procriação humana. Tudo isto só é possível se se cultivar sinceramente a virtude da castidade conjugal.» (Gaudium et Spes 51)

Contracepção

«A continência periódica, os métodos de regulação dos nascimentos baseados na auto-observação e no recurso aos períodos infecundos são conformes aos critérios objetivos da moralidade. Estes métodos respeitam o corpo dos esposos, estimulam a ternura entre eles e favorecem a educação duma liberdade autêntica. Em contrapartida, é intrinsecamente má qualquer acção que, quer em previsão do acto conjugal, quer durante a sua realização, quer no desenrolar das suas conseqüências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação». (Catecismo da Igreja Católica, 2370)

Reprodução artificial«Também as várias técnicas de reprodução artificial,

que pareceriam estar ao serviço da vida e que, não raro, são praticadas com essa intenção, na realidade abrem a porta a novos atentados contra a vida. Para além do facto de serem moralmente inaceitáveis, porquanto separam a procriação do contexto integralmente humano do acto conjugal, essas técnicas registam altas percentagens de insucesso: (...). Além disso, são produzidos às vezes embriões em número superior ao necessário para a implantação no útero da mulher e esses, chamados “embriões supranumerários”, são depois suprimidos ou utilizados para pesquisas que, a pretexto de progresso científico ou médico, na realidade reduzem a vida humana a simples « material biológico», de que se pode livremente dispor. (Evangelium Vitae 14)

Homossexualidade 1/2

«Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a Tradição sempre declarou que "os actos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados". São contrários à lei natural, fecham o acto sexual ao dom da vida, não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados. (Catecismo da Igreja Católica 2357)

Homossexualidade 2/2«Um número não negligenciável de homens e de

mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. Esta inclinação objetivamente desordenada constitui, para a maioria, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus em sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição.» (Catecismo da Igreja Católica 2358)

Coisas infames 1/2«Além disso, são infames as seguintes coisas: tudo

quanto se opõe à vida, como seja toda a espécie de homicídio, genocídio, aborto, eutanásia e suicídio voluntário; tudo o que viola a integridade da pessoa humana, como as mutilações, os tormentos corporais e mentais e as tentativas para violentar as próprias consciências; tudo quanto ofende a dignidade da pessoa humana, como as condições de vida infra-humanas, as prisões arbitrárias, as deportações, a escravidão, a prostituição, o comércio de mulheres e jovens; ...

Coisas infames 2/2

...e também as condições degradantes de trabalho; em que os operários são tratados como meros instrumentos de lucro e não como pessoas livres e responsáveis. Todas estas coisas e outras semelhantes são infamantes; ao mesmo tempo que corrompem a civilização humana, desonram mais aqueles que assim procedem, do que os que padecem injustamente; e ofendem gravemente a honra devida ao Criador.» (Gaudium et Spes 27)

Preparação para o matrimónio

«A preparação para o matrimónio cristão éjá qualificada como um itinerário de fé: põe-se, de facto, como ocasião privilegiada para que os noivos descubram e aprofundem a fé recebida no baptismo e alimentada com a educação cristã. Desta forma reconhecem e acolhem livremente a vocação de seguir o caminho de Cristo e de se pôr ao serviço do Reino de Deus no estado matrimonial.»(Familiaris Consortio 51)

Sentido da cruz 1/3

« É preciso dizer que a morte de Cristo pode ser abordada de três pontos de vista.

Primeiro sobre o ponto de vista da razão mesma de morte. Está escrito no livro de Sabedoria “Deus não fez a morte” (Sb 1, 13), quer dizer, na natureza humana, mas ela foi introduzida pelo pecado. É por isso que a morte de Cristo, vista sob o ponto de vista da razão comum, não foi aceite por Deus na intenção de reconciliar, porque Deus “não se alegra na perdição dos vivos” (Sb 1, 13)

Sentido da cruz 2/3Depois, a morte de Cristo pode ser vista segundo o

acto daqueles que matam, o que desagrada soberanamente a Deus. É por isso que Pedro lhes diz: “Vós acusastes o Santo e o Justo e exigistes que fosse libertado para vós um assassino” (Act 3, 14). A morte de Cristo, assim considerada, não pode pois ser uma causa de reconciliação, mas antes uma causa de indignação.

Enfim, ela pode ser vista enquanto procede da vontade do Cristo sofredor, vontade que foi disposta a suportar a morte pela sua obediência ao Pai:

Sentido da cruz 3/3“Ele humilhou-se a si próprio , fazendo-se

obediente” ao Pai, “até à morte, e morte de cruz”(Fl 2, 8), e também pela sua caridade para com os homens. “Cristo amou-nos e se entregou por nós em oblação a Deus, como oferta e sacrifício de odor suave” (Ef 5, 2). E assim a morte de Cristo foi meritória e satisfatória pelos nossos pecados, e foi aceite por Deus a ponto que ela chega para a reconciliação de todos os homens, mesmo daqueles que mataram Cristo, alguns deles tendo sido salvos pelos sua oração, quando disse “Perdoa-lhes porque não sabem o que fazem” (Lc 23, 34)»

(S.Tomás de Aquino Lectura super Epistolam ad Romanos cap.5, lect. 2, p.403)