a famÍlia dennstaedtiaceae pic. serm. sensu lato...

88
A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO (POLYPODIOPSIDA) NO ESTADO DE MINAS GERAIS, BRASIL Francine Costa Assis Dissertação apresentada ao Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Biologia Vegetal. Orientador: Dr. Alexandre Salino Belo Horizonte – Minas Gerais Fevereiro – 2008

Upload: buianh

Post on 06-Dec-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO

(POLYPODIOPSIDA) NO ESTADO DE MINAS GERAIS,

BRASIL

Francine Costa Assis

Dissertação apresentada ao Instituto de Ciências

Biológicas da Universidade Federal de Minas

Gerais como requisito parcial para obtenção do

título de Mestre em Biologia Vegetal.

Orientador: Dr. Alexandre Salino

Belo Horizonte – Minas Gerais

Fevereiro – 2008

Page 2: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

Dedico este trabalho aos meus queridos pais

Page 3: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

AGRADECIMENTOS

Ao Alexandre Salino pela orientação.

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa

concedida em parte do curso.

A Myrian Morato Duarte, pelos desenhos que ilustram este trabalho.

A todos os pteridólogos do Laboratório de Sistemática Vegetal da Universidade Federal

de Minas Gerais (UFMG).

A todos os professores e funcionários, por todo auxílio.

A todos do Laboratório de Sistemática Vegetal da Universidade Federal de Minas

Gerais.

A todos os colegas da Pós-graduação em Biologia Vegetal da UFMG.

A todos os meus amigos que estiveram ao meu lado e àqueles que mesmo distantes

torceram por mim. Adoro todos vocês.

A família Abrigo da Luz, que me recebeu de braços abertos, dando-me a oportunidade

de melhorar como pessoa.

Aos meus pais, pela oportunidade de aprimoramento, em todos os campos da vida.

A minha amada família, que sempre esteve ao meu lado e, principalmente, acreditando

em mim.

Page 4: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

SUMÁRIO

RESUMO........................................................................................................................................I

ABSTRACT .................................................................................................................................. II

INTRODUÇÃO..............................................................................................................................1

MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................................3

DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO....................................................................................3

AMOSTRAGEM E ANÁLISE DE DADOS...............................................................................4

RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................................5

TRATAMENTO TAXONÔMICO...............................................................................................5

Dennstaedtiaceae Pic. Serm. .............................................................................................5

Chave para os gêneros de Dennstaedtiaceae em Minas Gerais........................................7

1. Blotiella R.M. Tryon..........................................................................................................8

1.1. Blotiella lindeniana (Hook.) R.M. Tryon........................................................................8

2. Dennstaedtia Bernh. .......................................................................................................9

Chave para as espécies de Dennstaedtia em Minas Gerais...............................................9

2.1. Dennstaedtia cicutaria (Sw.) T. Moore.......................................................................10

2.2. Dennstaedtia cornuta (Kaulf.) Mett. ...........................................................................11

2.3. Dennstaedtia dissecta (Sw.) T. Moore........................................................................12

2.4. Dennstaedtia globulifera (Poir.) Hieron. .....................................................................14

3. Histiopteris (J. Agardh) J. Sm. ......................................................................................16

3.1. Histiopteris incisa (Thunb.) J. Sm. .............................................................................17

4. Hypolepis Bernh. ..........................................................................................................18

Chave para as espécies de Hypolepis em Minas Gerais..................................................19

4.1. Hypolepis aquilinaris (Fée) Christ...............................................................................19

4.2. Hypolepis mitis............................................................................................................22

4.3 Hypolepis repens (L.) C. Presl.....................................................................................23

4.4.. Hypolepis stolonifera Fée..........................................................................................24

5. Lindsaea Dryand. ex Sm. .............................................................................................27

Chave para as espécies de Lindsaea em Minas Gerais...................................................27

5.1. Lindsaea arcuata Kunze.............................................................................................28

5.2. Lindsaea bifida (Kaulf.) Mett. ex Kuhn........................................................................30

5.3. Lindsaea botrychioides A.St.-Hil. ...............................................................................31

Page 5: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

5.4. Lindsaea divaricata Klotzsch......................................................................................32

5.5. Lindsaea guianensis (Aubl.) Dryand. ssp. lanceastrum K.U. Kramer.........................36

5.6. Lindsaea lancea (L.) Bedd. var. lancea......................................................................37

5.7. Lindsaea ovoidea Fée................................................................................................39

5.8. Lindsaea quadrangularis Raddi ssp. quadrangularis.................................................41

5.9. Lindsaea stricta (Sw.) Dryand. var. stricta..................................................................42

5.10. Lindsaea virescens Sw. var. virescens.....................................................................45

6. Paesia A.St.-Hil. ............................................................................................................46

6.1. Paesia glandulosa (Sw.) Kuhn....................................................................................48

7. Pteridium Gled. ex Scop. ..............................................................................................49

7.1. Pteridium arachnoideum (Kaulf.) Maxon....................................................................49

8. Saccoloma Kaulf. ..........................................................................................................52

Chave para as espécies de Saccoloma em Minas Gerais................................................52

8.1. Saccoloma elegans Kaulf. .........................................................................................52

8.2. Saccoloma inaequale (Kunze) Mett. ..........................................................................54

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E AMBIENTES DE OCORRÊNCIA................................56

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................................79

Page 6: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

I

RESUMO

Dennstaedtiaceae sensu lato é formada por cerca de 20 gêneros e 175 espécies. A família é

caracterizada pelo caule ereto, raramente arborescente, curto a longo-reptante, com tricomas

e/ou escamas, folhas geralmente pinadas, raro simples, soros indusiados e marginais,

submarginais ou raramente abaxiais, esporângios curto a longo-pedicelados, ânulo

interrompido pelo pedicelo, esporos sem clorofila. Foram encontrados no estado de Minas

Gerais oito gêneros e 24 espécies de Dennstaedtiaceae: Blotiella lindeniana (Hook.) R.M.

Tryon, Dennstaedtia cicutaria (Sw.) T. Moore, D. cornuta (Kaulf.) Mett., D. dissecta (Sw.) T.

Moore, D. globulifera (Poir.) Hieron., Histiopteris incisa (Thunb.) J. Sm., Hypolepis aquilinaris

(Fée) Christ, H. repens (L.) C. Presl, H. stolonifera Fée, H. mitis Kunze, Lindsaea arcuata

Kunze, L. bifida (Kaulf.) Mett. ex Kuhn, L. botrychioides St.-Hil., L. divaricata Klotzsch, L.

guianensis ssp. lanceastrum K.U. Kramer, L. lancea (L.) Bedd. var. lancea, L. ovoidea Fée, L.

quadrangularis Raddi ssp. quadrangularis, L. stricta (Aubl.) Dryand. var. stricta, L. virescens

Sw. var. virescens, Paesia glandulosa (Sw.) Kuhn, Pteridium arachnoideum (Kaulf.) Maxon,

Saccoloma elegans Kaulf. e S. inaequale (Kunze) Mett. São apresentadas descrições, chaves

de identificação, ilustrações, comentários e distribuição geográfica dos táxons.

Palavras-chave: Brasil, Dennstaedtiaceae, florística, Pteridófitas, taxonomia

Page 7: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

II

ABSTRACT

Dennstaedtiaceae sensu lato is a family contains about 20 genera and 175 species. The family

is characterized by stem erect, short or very long-creeping, bearing trichomes or scales, or both,

leaves pinnate or rarely simple, indusiate and marginal, submarginal or rarely abaxial sori,

sporangia short to usually long-stalked, annulus interrupted by the stalk, spores lacking

chlorophyll. Eight genera and twenty four species were found: Blotiella lindeniana (Hook.) R.M.

Tryon, Dennstaedtia cicutaria (Sw.) T. Moore, D. cornuta (Kaulf.) Mett., D. dissecta (Sw.) T.

Moore, D. globulifera (Poir.) Hieron., Histiopteris incisa (Thunb.) J. Sm., Hypolepis aquilinaris

(Fée) Christ, H. repens (L.) C. Presl., H. stolonifera Fée, H. mitis Kunze, Lindsaea arcuata

Kunze, L. bifida (Kaulf.) Mett. ex Kuhn, L. botrychioides St.-Hil., L. divaricata Klotzsch, L.

guianensis ssp. lanceastrum K.U. Kramer, L. lancea (L.) Bedd. var. lancea, L. ovoidea Fée, L.

quadrangularis Raddi ssp. quadrangularis, L. stricta (Aubl.) Dryand. var. stricta, L. virescens

Sw. var. virescens, Paesia glandulosa (Sw.) Kuhn, Pteridium arachnoideum (Kaulf.) Maxon,

Saccoloma elegans Kaulf., and S. inaequale (Kunze) Mett. Descriptions, identification keys,

illustrations, geographical distribution, and comments of taxa are provided.

Key words: Brazil, Dennstaedtiaceae, Ferns, floristics, taxonomy.

Page 8: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

1

INTRODUÇÃO

Dennstaedtiaceae Pic. Serm. é formada por cerca de 20 gêneros e 175 espécies (Tryon

& Stolze, 1989). O nome da família foi usado primeiramente por Herter (1940), porém não

publicado validamente até 1970 (Pichi Sermolli, 1970). Está largamente distribuída no mundo e,

embora seja predominantemente pantropical, possui algumas espécies boreais ou de regiões

temperadas austrais (Tryon & Stolze, 1989).

Dennstaedtiaceae pode ser caracterizada pelo caule longo-reptante, coberto por

tricomas, folhas decompostas, soros indusiados e marginais ou submarginais, e a presença

freqüente de gema epipeciolar (Tryon & Stolze, 1989).

Os estudos filogenéticos com representantes de Dennstaedtiaceae com base em dados

moleculares (Hasebe et al., 1994, Wolf et al., 1994, Hasebe et al., 1995) apontaram que: a)

Dennstaedtiaceae emerge no clado basal de samambaias leptosporangiadas; b) todos os três

estudos sugerem que os gêneros lindseóides ocupam um clado separado de Dennstaedtiaceae

sensu stricto. De acordo com Wolf et al. (1994), Dennstaedtiaceae sensu lato é parafilética,

sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu lato é polifilética.

Smith et al. (2006) apresentam uma nova classificação para as famílias e gêneros de

pteridófitas, baseada numa hipótese filogenética que utiliza tanto dados morfológicos quanto

moleculares na análise. Segundo Smith et al. (2006), Dennstaedtiaceae sensu lato deve ser

segregada em Dennstaedtiaceae (ca. 11 gêneros), Saccolomataceae (apenas um gênero) e

Lindsaeaceae (ca. oito gêneros). O presente estudo utilizou para a família a circunscrição de

Dennstaedtiaceae sensu lato adotada por Tryon & Tryon (1982).

Do total de gêneros, cerca de seis ocorrem em somente um ou dois continentes

(Kramer, 1990). Segundo Tryon & Tryon (1982), cerca de 12 gêneros de Dennstaedtiaceae

ocorrem na região Neotropical, dos quais 10 possuem representantes no Brasil. Desses 10

gêneros, apenas três possuem revisões taxonômicas, porém desatualizadas: Dennstaedtia

(Tryon, 1960), Lindsaea (Kramer, 1957) e Pteridium (Tryon, 1941). Apesar disso, muitas

espécies da família foram tratadas em trabalhos florísticos/taxonômicos para diversas regiões

da América: América Central como um todo (Moran, 1995), México (Smith, 1981; Mickel &

Beitel, 1988; Mickel & Smith, 2004), Pequenas Antilhas (Proctor, 1977), Cuba (Duek, 1968),

Jamaica (Proctor, 1985) Porto Rico (Proctor, 1989), Guatemala (Stolze, 1981), Venezuela

(Smith, 1995), Peru (Tryon & Stolze, 1989), Guianas (Cremers & Kramer, 1991) e Suriname

(Kramer, 1978).

Os trabalhos disponíveis sobre as espécies brasileiras de Dennstaedtiaceae são

geralmente antigos como a Flora Brasiliensis (Baker 1870), Flora Ilustrada Catarinense

(Sehnem 1972), ou regionais como Ilha de Maracá (Edwards 1998), Rio Grande do Sul

(Kieling-Rubio & Windisch 2002, apenas Dennstaedtia), Flora do Maciço da Juréia (Prado

Page 9: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

2

2004a), Parque Estadual das Fontes do Ipiranga – SP (Prado 2004b), Reserva do Rio das

Pedras – Mangaratiba (Mynssen & Windisch 2004), Reserva Ducke - Manaus (Prado 2005) e

Parque Estadual de Vila Velha – Ponta Grossa (Schwartsburd & Labiak 2007), nos quais

somente algumas espécies são tratadas, o mesmo ocorrendo para Minas Gerais nos trabalhos

da Serra do Cipó (Prado & Windisch 1996), Grão Mogol (Prado & Labiak 2003) e Estação

Ecológica do Panga – Uberlândia (Arantes et al. 2008).

O objetivo desse trabalho foi realizar um estudo taxonômico da família

Dennstaedtiaceae no Estado de Minas Gerais, elaborando descrições, chaves de identificação

e ilustrações dos táxons, bem como fornecer dados sobre distribuição geográfica, ambientes

de ocorrência e comentários taxonômicos, contribuindo assim para a ampliação do

conhecimento da flora pteridofítica de Minas Gerais.

Page 10: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

3

MATERIAIS E MÉTODOS DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O estado de Minas Gerais está situado na região sudeste do Brasil, entre as latitudes

14°10` e 22° 55` S e as longitudes 39° 52` e 51° W, limitando-se ao norte e nordeste com o

estado da Bahia, a noroeste com o estado de Goiás, ao sul com os estados de São Paulo e Rio

de Janeiro, a sudeste com o estado do Rio de Janeiro, a sudoeste com o estado de São Paulo,

a leste com o estado do Espírito Santo, a oeste com o estado de Goiás e uma pequena porção

do estado de Mato Grosso do Sul. O estado de Minas Gerais ocupa uma área de 588.384 km2,

que corresponde a cerca de 7% do território brasileiro. Cerca de 90% de sua área está drenada

por cinco grandes bacias (São Francisco, Grande, Paranaíba, Doce e Jequitinhonha), e os 10%

restantes por 10 bacias que abrangem pequenas áreas (Drummond et al., 2005).

O relevo de Minas Gerais é bastante variado e fortemente acidentado em algumas

porções, destacando-se as elevações expressivas, como a serra da Mantiqueira, na divisa com

os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, a cadeia do Espinhaço, na porção central do

território, na direção norte–sul, e a serra do Caparaó, na divisa com o Espírito Santo (Costa et

al., 1998). O estado apresenta altitudes que variam de 79 metros, no município de Aimorés, a

2890 metros, no pico da Bandeira, na divisa com o Espírito Santo (Costa et al., 1998), sendo

que 57% do território está acima dos 600 metros de altitude, sendo considerado o estado mais

elevado do país.

O estado de Minas Gerais apresenta uma grande diversidade climática. Adotando a

classificação de Köppen, quatro regiões climáticas são reconhecidas: Cwb (clima subtropical de

altitude), Cwa (clima temperado chuvoso), Aw (clima tropical úmido) e BSw (clima seco com

chuvas no verão) (Antunes, 1986). O estado também apresenta grande variação geológica e

conseqüentemente de tipos de solo. Os latossolos, solos profundos típicos dos chapadões,

ocorrem em grande parte do estado. Os cambissolos, mais rasos, ocorrem principalmente em

áreas acidentadas, associados geograficamente aos latossolos. Os solos podzólicos, situados

entre os latossolos e os cambissolos, caracterizam-se pelo aumento no teor de argila com a

profundidade. Também rasos, os solos litólicos em geral apresentam uma fina camada de

material terroso sobre a rocha. Os solos hidromórficos e aluviais ocupam geralmente as partes

que contêm depressões, estando esses últimos associados às calhas dos rios (Resende,

1985).

Dos cinco biomas brasileiros, três estão representados em Minas Gerais: Mata Atlântica,

Cerrado e Caatinga. Na porção leste-sudeste há predomínio de formações vegetacionais da

Mata Atlântica. Na parte centro-ocidental, há predomínio das formações do bioma Cerrado e na

porção norte uma influência de formações da Caatinga. Nas áreas do bioma Mata Atlântica no

Page 11: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

4

estado encontramos predomínio das formações florestais, representadas por Floresta

Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista e Floresta Estacional Semidecidual, além das

formações campestres (campos de altitude). Nas áreas do bioma Cerrado em Minas Gerais há

formações florestais (mata ciliar, mata de galeria, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta

Estacional Decidual, Cerradão), formações savânicas (Cerrado sentido restrito, Parque de

Cerrado, Palmeiral e Vereda) e formações campestres (campo rupestre, campo limpo, campo

sujo). Nas áreas do bioma Caatinga predominam as “Matas Secas” (Floresta Estacional

Decidual). Além disso, há as formações vegetacionais nas áreas de transição entre os biomas

(A. Salino, com. pessoal.).

AMOSTRAGEM E ANÁLISE DE DADOS

Este estudo foi realizado com base em material proveniente de herbários nacionais,

bem como em espécimes obtidos em excursões de coleta.

Foram examinados materiais dos seguintes herbários: BHCB: Herbário do

Departamento de Botânica da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG; F:

Field Museum of Natural History, E.U.A.; HB: Herbário Bradeanum, Rio de janeiro, RJ; HUFU:

Herbário da Universidade Federal de Uberlândia, MG; MBM: Museu Botânico Municipal de

Curitiba, PR; MBML: Museu de Biologia Melo Leitão, ES; OUPR: Herbário da Universidade

Federal de Ouro Preto, MG; R: Museu Nacional, Rio de janeiro, RJ; RB: Herbário do Jardim

Botânico do Rio de Janeiro, RJ; SJRP: Herbário UNESP - São José do Rio Preto, SP; SPF:

Herbário do Instituto de Botânica da Universidade de São Paulo, SP. As siglas dos herbários

estão segundo Holmgren et al. (1990).

Foram realizadas excursões para coleta e registro de dados, nas regiões Noroeste e

Norte de Minas, Baixo Vale do Jequitinhonha, Central Mineira, Triângulo Mineiro, Vale do Rio

Doce, Zona da Mata, Sudeste e Sul de Minas Gerais. As excursões foram realizadas pela

equipe do grupo de pesquisa em Sistemática e Biogeografia de Pteridófitas da Universidade

Federal de Minas Gerais. As amostras foram coletadas e preparadas segundo técnicas usuais

de herborização. As unicatas foram depositadas no acervo do herbário BHCB.

A descrição da família foi elaborada com base nos trabalhos de Tryon & Tryon (1982),

Tryon & Stolze (1989) e Kramer (1990). As descrições dos gêneros foram elaboradas com base

nos trabalhos de Kramer (1957), Sehnem (1972), Tryon & Tryon (1982), Mickel & Beitel (1988),

Tryon & Stolze (1989), Moran (1995), Smith & Kramer (1995), Navarrete & Øllgaard (2000),

Kieling-Rubio & Windisch (2002) e Mickel & Smith (2004), além das exsicatas analisadas. As

descrições da família e gêneros apresentam amplitude nacional.

As descrições das espécies foram elaboradas exclusivamente com base no material

examinado. As informações sobre o habitat foram retiradas das etiquetas de herbário e de

Page 12: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

5

observações de campo. Nas descrições e na citação do material examinado foram utilizadas as

seguintes abreviações: compr.= de comprimento, diâm.= de diâmetro, s.d.= sem data, s.n.=

sem número de coleta, ou sem número de registro em herbário e s.c.= sem coletor

determinado na etiqueta.

A distribuição geográfica dos táxons foi elaborada com base nos materiais examinados,

fotos de material depositado em herbários nacionais, além de informações obtidas na mesma

literatura utilizada para as descrições dos gêneros. As medidas das estruturas foram realizadas

em materiais férteis; o comprimento das pinas corresponde ao das medianas; o comprimento

das pínulas refere-se ao das medianas das pinas medianas; a largura das pinas e pínulas foi

medida na parte média. A medida do diâmetro do caule foi realizada próxima ao pecíolo, e para

o diâmetro do pecíolo a medida foi feita na base. Para a descrição da morfologia em geral,

foram utilizados os termos propostos no glossário de Lellinger (2002), com modificações.

Para o estudo do padrão de venação e do tipo de indumento (tricomas, escamas,

glândulas) foram preparadas lâminas semipermanentes utilizando a técnica descrita por Foster

(1949), com modificações.

As ilustrações dos táxons foram feitas pela desenhista Myrian Morato Duarte.

Os mapas foram elaborados baseando-se exclusivamente no material examinado e

mostram apenas a distribuição dos táxons na área de estudo. Os pontos nos mapas

correspondem às coordenadas geográficas retiradas das etiquetas presentes nas exsicatas,

quando a informação não estava disponível foi utilizada a coordenada correspondente à sede

do município onde a coleta foi feita.

No tratamento taxonômico, os táxons estão arranjados em ordem alfabética. A

abreviação dos nomes dos autores dos táxons está de acordo com Pichi Sermolli (1996).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

TRATAMENTO TAXONÔMICO

Dennstaedtiaceae Pic. Serm., Webbia 24: 704. 1970.

Plantas terrestres ou rupícolas, raro epífitas. Caule ereto, raramente arborescente,

curto a longo-reptante, com tricomas e/ou escamas. Folhas ca. 20 cm a 7 m compr., raro 12 m

compr., de vernação circinada, geralmente pinadas, raro simples e cordadas a sagitadas,

geralmente monomorfas; nervuras livres a completamente anastomosadas, sem vênulas livres

nas aréolas. Soros marginais, submarginais, ou raramente abaxiais, nas extremidades das

nervuras ou sobre uma comissura vascular; indúsio em forma de taça ou bolsa, ou formado por

segmento modificado da margem da lâmina revoluta sobre os esporângios, ou indúsio abaxial

estendido lateralmente, ou ainda um indúsio marginal bem desenvolvido e outro interno abaxial

Page 13: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

6

menos desenvolvido; esporângios curtos a geralmente longo-pedicelados, com ângulo

longitudinal a levemente oblíquo, ânulo interrompido pelo pedicelo, isosporados, esporos

monoletes ou triletes, sem clorofila.

Foram reconhecidas no estado de Minas Gerais 19 espécies, três variedades e três

subespécies, distribuídas em oito gêneros (tabela 1).

Tabela 1. Lista dos táxons de Dennstaedtiaceae ocor rentes no estado de Minas Gerais.

1. Blotiella lindeniana (Hook.) R.M. Tryon

2. Dennstaedtia cicutaria (Sw.) T. Moore

3. D. cornuta (Kaulf.) Mett.

4. D. dissecta (Sw.) T. Moore

5. D. globulifera (Poir.) Hieron.

6. Histiopteris incisa (Thunb.) J. Sm.

7. Hypolepis aquilinaris (Fée) Christ

8. Hypolepis mitis Kunze, Linnaea 36: 105. 1869.

9. H. repens (L.) C. Presl

10. H. stolonifera Fée

11. Lindsaea arcuata Kunze

12. L. bifida (Kaulf.) Mett. ex Kuhn

13. L. botrychioides A.St.-Hil.

14. L. divaricata Klotzsch

15. L. guianensis (Aubl.) Dryand. ssp. lanceastrum K.U. Kramer

16. L. lancea (L.) Bedd. var. lancea

17. L. ovoidea Fée

18. L. quadrangularis Raddi ssp. quadrangularis

19. L. stricta (Sw.) Dryand. var. stricta

20. L. virescens Sw. var. virescens

21. Paesia glandulosa (Sw.) Kuhn

22. Pteridium arachnoideum (Kaulf.) Maxon

23. Saccoloma elegans Kaulf.

24. S. inaequale (Kunze) Mett.

Page 14: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

7

Chave para os gêneros de Dennstaedtiaceae em Minas Gerais

1. Uma única nervura em cada soro.

2. Caule ereto, com escamas ............................................................................. 8. Saccoloma

2’. Caule reptante, sem escamas.

3. Esporos monoletes; indúsio formado pela margem da lâmina revoluta e modificada

...................................................................................................................... 4. Hypolepis

3’. Esporos triletes; indúsio em forma de taça ou bolsa ............................. 2. Dennstaedtia

1’. Duas ou mais nervuras em cada soro.

4. Pinas ou pínulas dimidiadas, flabeladas ou ovadas .......................................... 5. Lindsaea

4’. Pinas ou pínulas lineares, elípticas, lanceoladas, raro deltóides.

5. Nervuras livres.

6. Lâmina com tricomas glandulares ..................................................................6. Paesia

6’. Lâmina sem tricomas glandulares

7. Segmentos estéreis e porção estéril de segmentos férteis com margem

modificada similar ao indúsio; indúsio abaxial presente ..........................7. Pteridium

7’. Segmentos estéreis e porção estéril de segmentos férteis com margem não

modificada similar ao indúsio, somente porção fértil do segmento com margem

modificada em indúsio; indúsio abaxial ausente ........................................ 1. Blotiella

5’. Nervuras anastomosadas.

8. Caule com escamas; lâmina geralmente glabra, usualmente glauca na face abaxial

............................................................................................................... 3. Histiopteris

8’. Caule sem escamas; lâmina sempre pilosa, não glauca na face abaxial

........................................................................................................................................1. Blotiella

Page 15: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

8

1. Blotiella R.M. Tryon, Contr. Gray Herb. 191: 96. 1962.

Plantas terrestres; caule reptante, com tricomas e sem escamas. Folhas com até 6 m

compr., eretas, às vezes escandentes, sem espinhos; pecíolo com tricomas; lâmina 2-pinado-

pinatífida, pubescente, sem escamas e gemas, abaxialmente não glaucas, raque não flexuosa;

nervuras geralmente completamente anastomosadas, sem vênulas livres, raramente livres.

Soros marginais, em comissura vascular que conecta o ápice de mais de uma nervura; indúsio

marginal bem modificado; indúsio abaxial ausente; esporos monoletes.

Blotiella é um dos poucos gêneros de pteridófitas fortemente centrados na África (ca. 15

espécies), apresentando uma única espécie na região Neotropical: Blotiella lindeniana (Hook.)

R.M. Tryon (Tryon & Tryon 1982; Kramer 1990). Difere dos outros gêneros de

Dennstaedtiaceae por apresentar pinas pubescentes com nervuras livres a anastomosadas e

esporos monoletes.

1.1. Blotiella lindeniana (Hook.) R.M. Tryon, Contr. Gray Herb. 191: 99. 1962. Lonchitis

lindeniana Hook. Sp. Fil. 2: 56. 1851.

Figura 1A – C.

Plantas com caule 8,24 – 10,95 mm diâm., piloso ou pubescente com tricomas

catenados. Folhas 135,8 – 180,5 cm compr.; pecíolo 32 – 54,6 x 0,70 – 0,89 cm, sulcado

adaxialmente, com tricomas aciculares, catenados ou clavados; lâmina 103,8 – 125,9 cm

compr., 2-pinado-pinatífida, membranácea, lanceolada ou elíptica, ápice agudo ou cuneado;

raque sulcada adaxialmente, com tricomas aciculares, catenados e clavados; pinas 17,2 – 33,3

cm compr., sésseis, lanceoladas a elípticas, ápice cuneado, às vezes caudado; costa sulcada

adaxialmente, pilosa ou pubescente; pínulas 2,1 – 5,2 x 0,99 – 1,7 cm, sésseis, lineares, ápice

cuneado, às vezes caudado, margem crenada, as basais reduzidas ou ausentes no lado

acroscópico, reduzidas ou não no lado basioscópico; cóstula sulcada ou não adaxialmente,

pilosa ou pubescente; indumento de tricomas aciculares e clavados na costa, cóstula, tecido

laminar e margens dos segmentos, tricomas catenados na costa e cóstula, nervuras glabras.

Soros reniformes, nos enseios ou nos lados acroscópico e basioscópico; indúsio

membranáceo, crenada, pubescente com tricomas aciculares ou catenados.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Santa Maria do Salto, Distrito de Talismã, Fazenda Duas Barras,

16°24’16,5” S e 40°03’27,4” W, X.2003, A. Salino et al. 9236 (BHCB). Simonésia, RPPN Mata do Sossego,

20°04’2,0” S e 42°04’40,4” W, V.2006, A. Salino et al. 11027 (BHCB).

Page 16: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

9

Material adicional examinado: BRASIL. SÃO PAULO: Eldorado, Parque Estadual Intervales, 24°16’39” S e

48°24’25” W, 16.IV.2003, A. Salino et al. 8481 (BHCB).

Distribuição geográfica: Blotiella lindeniana ocorre na Costa Rica, Jamaica, Haiti, Republica

Dominicana, Venezuela, Colômbia, Bolívia e Brasil (Tryon & Tryon 1982). No Brasil ocorre nos

estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Figura

8.

Habitats preferenciais: ocorre geralmente em locais muito úmidos, em Floresta Ombrófila

Densa Montana, entre 750 e 1600 m de altitude.

Comentários: Segundo Tryon & Stolze (1989), Blotiella lindeniana apresenta nervuras

completamente anastomosadas, entretanto, no material analisado ocorrem nervuras

anastomosadas e livres. Em Minas Gerais, a espécie é considerada ameaçada de extinção.

2. Dennstaedtia Bernh., J. Bot. 1800(2): 124. 1800 [1801].

Plantas terrestres, raro rupícolas; caule reptante a ascendente, com ou sem tricomas,

sem escamas. Folhas com ca. 20 cm a 4 m, raro até 7 m compr., eretas, às vezes

escandentes, sem espinhos; pecíolo com tricomas; lâmina 1-4-pinado-pinatífida, pubescente ou

glabra, sem escamas, às vezes com gemas, abaxialmente não glauca, raque não flexuosa;

nervuras livres. Soros marginais formados na extremidade de uma única nervura, nos enseios;

indúsio em forma de bolsa ou taça, com margem crenada; esporos triletes.

Dennstaedtia é um gênero tropical e extratropical, com ca. 45 espécies, sendo 12 delas

encontradas na América (Tryon & Tryon 1982). No estado de Minas Gerais ocorrem quatro

espécies. Difere dos outros gêneros de Dennstaedtiaceae por apresentar uma nervura em

cada soro e indúsio em forma de taça ou bolsa.

Chave para as espécies de Dennstaedtia em Minas Gerais

1. Eixo dos penúltimos segmentos com aletas herbáceas no lado basioscópico da face adaxial

perpendiculares ao plano do segmento; caule piloso ...................................2.4. D. globulifera

1’. Eixo dos penúltimos segmentos sem aletas herbáceas; caule glabro ou pubescente

2. Com gemas nas pinas e pínulas; lâmina membranácea a papirácea; pínulas sésseis

Page 17: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

10

3. Base do pecíolo com raízes; pinululas 0,34 – 0,52 cm de largura ..........2.3. D. dissecta

3’. Base do pecíolo sem raízes; pinululas 0,15 – 0,28 cm de largura ...........2.2. D. cornuta

2’. Sem gemas nas pinas e pínulas; lâmina cartácea; pínulas pecioluladas ....2.1. D. cicutaria

2.1. Dennstaedtia cicutaria (Sw.) T. Moore, Index Fil. 97. 1857. Dicksonia cicutaria Sw., J. Bot.

1800(2): 91. 1801.

Figura 1D – F.

Plantas terrestres; caule reptante 8,18– 12,23 mm diâm., pubescente com tricomas

aciculares e catenados, ou glabro. Folhas 159,5 – 250,5 cm compr.; pecíolo 69 – 150 x 0,68 –

1,24 cm, sulcado adaxialmente, sem raízes na base, pubescente com tricomas aciculares;

lâmina 90,5 – 100,5 cm compr., 2-pinado-pinatífida a 3-pinado-pinatissecta, cartácea,

lanceolada a elíptica, ápice agudo; raque sulcada adaxialmente, pubescente com tricomas

aciculares e catenados; pinas 18,4 – 54 cm compr., pecioluladas, lanceoladas a lineares, ápice

cuneado a agudo, sem gemas; costa sulcada adaxialmente, pubescente ou pilosa; pínulas 2,6

– 9 x 0,73 – 2 cm, pecioluladas, lanceoladas a lineares, ápice cuneado a agudo, às vezes

caudado, as basais não reduzidas, sem gemas; cóstula sulcada adaxialmente, pubescente ou

pilosa; pinululas 0,89 – 1,11 x 0,32 – 0,45 cm, sésseis, sem aletas na base, lineares,

dimidiadas ou quadrilaterais, ápice redondo, margem crenada a inteira, plana ou recurvada,

glabra, as basais não reduzidas; nervuras bifurcadas, as estéreis clavadas no ápice; indumento

de tricomas catenados na costa, cóstula, tecido laminar e nervuras. Soros oblongos ou

arredondados; indúsio em forma de bolsa, membranáceo, glabro.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Nova Lima, RPPN Mata do Jambreiro, 19°58’15,9” S e 43°53’15,7”

W, 23.III.2004, J.B. Figueiredo 369 (BHCB). Patos de Minas, Cascata, 01.IX.1935, A.P. Duarte 3077 (RB). Sabará,

RPPN de Cuiabá, Base da Serra da Piedade, 19°51’8,7” S e 43°44’38,1” W, 18.VII.2006, T.E. Almeida & D.T. Souza

237 (BHCB). São Roque de Minas, Parque Nacional da Serra da Canastra, Casca d’Anta, 20°18’20” S e 46°31’12,8”

W, 14.VII.1997, A. Salino 3196 (BHCB).

Material adicional examinado: BRASIL. RIO DE JANEIRO: Parati, Parque Nacional da Serra da Bocaina, Serra do

Mar 23°18’14,4” S e 44°47’16,3” W, 07.VIII.2001, A. Salino et al. 7344 (BHCB). SÃO PAULO: Bananal, Estação

Ecológica de Bananal, 22°47’32,2” S e 44°21’32,6” W, 11.IX.2001, A. Salino et al. 7521 (BHCB). Barra do Turvo,

Cachoeira Véu da Noiva, borda imediata do Parque Estadual de Jacupiranga, Núcleo Cedro, 24°43’12” S e

48°27’01” W, 30.III.2005, A. Salino et al. 10306 (BHCB).

Distribuição geográfica: Dennstaedtia cicutaria ocorre no México, América Central, Grandes

Antilhas e Venezuela até a Argentina (Mickel & Smith 2004). No Brasil ocorre no Pará, Ceará,

Page 18: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

11

Mato Grosso, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa

Catarina. Figura 9.

Habitats preferenciais: ocorre geralmente no interior de formações florestais como matas de

galeria, em Florestas Estacional Semidecidual Montana e Floresta Ombrófila Densa Montana,

entre 700 e 1200 m de altitude.

Comentários: Dennstaedtia cicutaria distingue-se das demais espécies de Dennstaedtia que

ocorrem em Minas Gerais por apresentar lâmina cartácea densamente pubescente, ausência

de aletas na base das pínulas e de gemas nas pinas e pínulas.

2.2. Dennstaedtia cornuta (Kaulf.) Mett., Ann. Sci. Nat. 5. 2: 260. 1864. Dicksonia cornuta

Kaulf., Enum. Fil. 227. 1824.

Figura 1G – H.

Plantas rupícolas ou terrestres; caule geralmente ascendente ou reptante com ápice

elevado, 3,46 – 11,77 mm diâm., glabro. Folhas 39,5 – 142,5 cm compr.; pecíolo 15,5 – 47 x

0,17 – 0,74 cm, sulcado adaxialmente, sem raízes na base, pubescente com tricomas

catenados; lâmina 24 – 98,5 cm compr., 2-pinada a 3-pinado-pinatífida, membranácea a

papirácea, lanceolada a elíptica, ápice agudo a cuneado; raque sulcada adaxialmente,

pubescente com tricomas catenados; pinas (3,8)10,4 – 27,6 cm compr., sésseis, elípticas a

lineares, ápice cuneado-caudado, ou redondo, com gemas pubescentes com tricomas

catenados, sem gemas; costa sulcada adaxialmente, pubescente ou glabra; pínulas (0,64) 1,2

– 3,2 x 0,42 – 1 cm, sésseis, lanceoladas, lineares ou elípticas, ápice redondo ou cuneado,

caudado ou não, as basais reduzidas ou não, com gemas pubescentes com tricomas

catenados; cóstula sulcada ou não adaxialmente, pubescente ou glabra; pinululas 0,39 – 0,61 x

0,15 – 0,28 cm, sésseis, sem aletas na base, ovadas, ápice redondo ou agudo, margem inteira

ou levemente crenada, geralmente plana, glabra, as basais reduzidas ou não; nervuras

geralmente bifurcadas, as estéreis clavadas no ápice; indumento de tricomas catenados na

costa, cóstula, tecido laminar e nervuras, ou tecido laminar e nervuras glabros. Soros oblongos

ou arredondados; indúsio em forma de bolsa, membranáceo, glabro.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Bandeira, Mata do Boi Rajado, 15°47’55,7” S e 40°31’35,2” W,

05.X.2003, A. Salino et al. 9058 (BHCB). Conceição do Mato Dentro, Parque Natural Municipal do Ribeirão do

Campo, 19°06’19,4” S e 43°34’4,9” W, 30.V.2003, A. Salino et al. 8749 (BHCB). Lambari, Parque Estadual de Nova

Baden, trilha das Sete Quedas, 21°56’15,2” S e 45°19’2 3,9” W, 13.VII.2007, A. Salino et al. 12539 (BHCB). Santa

Maria do Salto, Distrito de Talismã, Fazenda Duas Barras, 16°24’1 6,5” S e 40°03’27,4” W, 10.X.2003, A. Salino et al.

Page 19: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

12

9261 (BHCB). Simonésia, RPPN Mata do Sossego, 20°03’55,3” S e 42°04’25,9” W, 21.V.2006, A. Salino et al. 11110

(BHCB). Idem, 20°04’18,7” S e 42°04’13,1” W, 23.V.2006, A. Salino et al. 11181 (BHCB).

Distribuição geográfica: Dennstaedtia cornuta ocorre no México, América Central e

Venezuela até a Bolívia (Mickel & Smith 2004). A distribuição no Brasil é incerta. Em Minas

Gerais ocorre geralmente em locais muito úmidos, à margem de cursos d’água, muitas vezes

sobre rochas úmidas junto a cachoeiras, em Floresta Ombrófila Densa Submontana e Montana

(em fundo de vale e interflúvios) e matas de galeria, entre 620 e 1600 m de altitude. Figura 9.

Habitats preferenciais: ocorre geralmente em locais muito úmidos, à margem de cursos

d’água, muitas vezes sobre rochas úmidas junto a cachoeiras, em Floresta Ombrófila Densa

Submontana e Montana (em fundo de vale e interflúvios) e matas de galeria, entre 620 e 1600

m de altitude.

Comentários: Dennstaedtia cornuta é facilmente confundida com D. dissecta, que também

ocorre em Minas Gerais. No entanto, Dennstaedtia cornuta distingue-se principalmente por ser

geralmente rupícola e apresentar a base do pecíolo sem raízes, enquanto D. dissecta é

raramente rupícola e apresenta raízes na base do pecíolo. Dennstaedtia cornuta apresenta

todos os eixos castanho-escuros, o que a distingue de todas as outras espécies de

Dennstaedtia ocorrentes em Minas Gerais.

2.3. Dennstaedtia dissecta (Sw.) T. Moore, Index Fil. 305. 1861. Polypodium dissectum Sw.,

Prodr. 134. 1788.

Figura 1I – L.

Plantas terrestres, raro rupícolas; caule reptante, 2,02 – 18,67 mm diâm., pubescente

com tricomas catenados ou glabro. Folhas 35 – 316 cm compr.; pecíolo 11 – 118 x 0,21 – 1,12

cm, sulcado adaxialmente, com raízes na base, pubescente com tricomas catenados, clavados

ou aciculares; lâmina 53,5 – 198 cm compr., 2-pinada a 3-pinado-pinatífida, membranácea a

papirácea, lanceolada a elíptica, ápice agudo a cuneado, às vezes caudado; raque sulcada

adaxialmente, pubescente com tricomas catenados; pinas 5,9 – 56,3 cm compr., sésseis, ou

curto-pecioluladas, elípticas, lanceoladas ou lineares, ápice cuneado-caudado, agudo, ou

redondo, com gemas pubescentes com tricomas catenados; costa sulcada adaxialmente,

pubescente ou glabra; pínulas 0,53 – 10,1 x 0,79 – 9,18 cm, sésseis, lanceoladas ou lineares,

ápice redondo ou cuneado, às vezes caudado, as basais reduzidas ou não, com gemas

pubescentes com tricomas catenados; cóstula sulcada ou não adaxialmente, pubescente ou

glabra; pinululas 0,55 – 1,06 x 0,34 – 0,52 cm, sésseis, sem aletas na base, oblongas, ápice

Page 20: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

13

redondo ou quadrangular, margem crenada a inteira, plana às vezes recurvada, glabra, as

basais reduzidas ou não; nervuras geralmente bifurcadas, às vezes 2-3-bifurcadas, as estéreis

clavadas no ápice; indumento de tricomas catenados na costa, cóstula, tecido laminar e

nervuras, ou tecido laminar e nervuras glabros. Soros arredondados; indúsio em forma de

bolsa, membranáceo, glabro.

Material examinado selecionado: BRASIL. MINAS GERAIS: Alto Caparaó, Parque Nacional do Caparaó, Vale

Verde, 20°25’08,7” S e 41°50’33,0” W, 22.XI.2006, A. Salino et al. 11352 (BHCB). Araponga, Parque Estadual da

Serra do Brigadeiro, trilha do Pico do Boné, 26.V.2000, A. Salino et al. 5481 (BHCB). Antônio Carlos, VIII.1980, L.

Krieger s.n. (BHCB 4307). Idem, 31.I.1980, L. Krieger s.n. (BHCB 4340). Aiuruoca, Vale do Matutu, RPPN do Matutu,

Cachoeira do Fundo, 22°10’02” S e 44°54’49,9” W, 12. X.2004, A. Salino et al. 9816 (BHCB). Belo Vale, 20°26’37” S

e 43°56’10” W, 23.X.2001, A. Salino & F.A. Carvalho 7652 (BHCB). Camanducaia, mata da nascente do rio

Camanducaia, 22°42’50” S e 45°56’12” W, 20.VI.2000, A. Salino 5612 (BHCB). Idem, Mata ciliar do Canelá (Família

Barbosa), 06.II.2002, L.C.N. Melo 183 (BHCB). Caratinga, Estação Biológica de Caratinga, Jaó, 24.III.2000, A.

Salino 5120 (BHCB). Catas Altas, Parque Natural do Caraça, Mata do Engenho, 20°07’ S e 43°27’ W, 20.XI.2004,

N.F.O. Mota et al. 78 (BHCB). Conceição do Mato Dentro, Capão do Felipe, no entorno do Parque, 19°03’13,8” S e

43°37’4,1” W, 08.VIII.2003, A. Salino & R.C. Mota 8882 (BHCB). Descoberto, Reserva do Grama, Grota do Murilo,

15.VI.2005, C.M. Mynssen et al. 732 (RB). Idem, 15.VI.2005, C.M. Mynssen et al. 733 (RB). Itabirito, área da Serra

da Moeda, 20°19’09,9” S e 43°56’17” W, 14.VI.2001, A. Salino et al. 7091 (BHCB). Idem, Serra da Moeda,

09.IX.2006, G. Heringer 110 (BHCB). Jequeri-Canaã, área da Usina de Cachoeira Grande, 28.IX.1997, A. Salino

3494 (BHCB). Marliéria, Parque Estadual do Rio Doce, Margens do Rio Pardo, 25.III.2002, A. Salino 7971 (BHCB).

Nova Lima, Bacia do Córrego Capitão do Mato, 24.IX.1995, A. Salino 2227 (BHCB). Idem, RPPN Mata do Jambreiro,

19°58’41,9” S e 43°53’10,6” W, 17.IX.2003, J.B. Figueiredo et al. 58 (BHCB). Novo Cruzeiro, Fazenda Araras,

17°36’47,6” S e 41°57’49,3” W, 10.II.2004, J.R. Stehmann et al. 3598 (BHCB). Ouro Preto, 1904, Schwacke s.n.

(BHCB 1402). Idem, Estação Ecológica do Tripuí, 19.X.2002, A. Salino 8093 (BHCB). Idem, Serra do Frasão, 1936,

J. Badini 319 (RB). Palmira, Mata da represa, 30.IX.1937, Brade 15904 (RB). Passa Quatro, 03.IV.1948, Brade & S.

Araújo 18955 (RB). Poté, Fazenda Nossa Senhora de Fátima, 17°44’35” – 43’5 2” S e 41°43’13” – 56” W,

20.VIII.2004, J.A. Lombardi et al. 6070 (BHCB). Sabará, RPPN de Cuiabá, Base da Serra da Piedade, 19°51’8,7” S e

43°43’45,7” W, 18.VIII.2006, T.E. Almeida & D.T. Souza 385 (BHCB). Idem, 19°51’8,7” S e 43°43’45,7” W,

18.VII.2006, T.E. Almeida & D.T. Souza 235 (BHCB). Santa Maria do Salto, Distrito de Talismã, Fazenda Duas

Barras, 16°24’16,5” S e 40°03’27,4” W, 09.X.2003, A. Salino et al. 9173 (BHCB). Sapucaí-Mirim, Bairro Juncal, Sítio

Queda D’água, 22°43’50,3” S e 45°54’33,9” W, 19.VIII .2001, L.C.N. Melo et al. 112 (BHCB). Turmalina, Estação

Ecológica de Acauã, Grota do Jambreiro, 17°10’58,2” S e 42°45’58,2” W, 03.VII.2006, A. Salino et al. 11251 (BHCB).

Distribuição geográfica: Dennstaedtia dissecta ocorre no México, América Central, Antilhas,

Trinidad a Colômbia, Brasil, Bolívia e Paraguai (Tryon & Tryon 1989). No Brasil ocorre nos

estados da Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio

Grande do Sul. Figura 10.

Habitats preferenciais: ocorre geralmente em locais muito úmidos, muitas vezes até

alagados, em matas de galeria e ciliares, Floresta Estacional Semidecidual Submontana,

Montana e Altomontana e Floresta Ombrófila Densa Montana, entre 370 e 1900 m de altitude.

Page 21: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

14

Comentários: Dennstaedtia dissecta é facilmente confundida com D. cornuta, que também

ocorre em Minas Gerais. No entanto, Dennstaedtia dissecta distingue-se principalmente por ser

raramente rupícola e apresentar raízes na base do pecíolo, enquanto D. cornuta é geralmente

rupícola e apresenta a base do pecíolo sem raízes.

2.4. Dennstaedtia globulifera (Poir.) Hieron., Bot. Jahrb. Syst. 34. 455. 1904. Polypodium

globuliferum Poir., In Lam., Encycl. 5: 554. 1804.

Figura 2A – C.

Plantas terrestres, caule reptante, 1,89 – 12,69 mm diâm., piloso com tricomas

catenados ou aciculares. Folhas 109 – 323,8 cm compr.; pecíolo 48 – 130 x 0,36 – 0,95 cm,

sulcado adaxialmente, sem raízes na base, piloso com tricomas catenados e aciculares,

pubescente com tricomas catenados; lâmina 61 – 193,8 cm compr., 3-pinada, raro 2-pinado-

pinatífida, membranácea, lanceolada ou elíptica, ápice agudo ou lanceado; raque sulcada

adaxialmente, pubescente, pilosa ou não com tricomas catenados; pinas 19 – 42,1 cm compr.,

pecioluladas ou curto-pecioluladas, elípticas, lanceoladas ou lineares, ápice cuneado ou agudo,

caudado ou não, sem gemas; costa sulcada adaxialmente, pubescente ou glabra; pínulas 2,4 –

8,4 x 0,48 – 2 cm, pecioluladas a sésseis, lanceoladas a lineares, ápice cuneado, agudo, ou

redondo, às vezes caudado, as basais reduzidas ou não, sem gemas; cóstula sulcada

adaxialmente, pubescente ou glabra; pinululas 0,50 – 0,99 x 0,24 – 0,51 cm, sésseis, com

aletas herbáceas no lado adaxial e na base da penúltima pinulula, ovadas ou dimidiadas, ápice

redondo, margem crenada, recurvada ou não, glabra, as basais reduzidas ou não; nervuras

bifurcadas, raro simples, estéreis clavadas no ápice; indumento de tricomas aciculares na costa

e cóstula, tricomas catenados na costa, cóstula, tecido laminar e nervuras, ou tecido laminar e

nervuras glabros. Soros arredondados ou oblongos; indúsio em forma de taça, membranáceo,

pubescente com tricomas catenados, principalmente na base.

Page 22: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

15

Figura 1 : A-C. Blotiella lindeniana (A. Salino 9236). A. Pina mediana. B. Detalhe da face abaxial dos segmentos e cóstula. C. Detalhe da face adaxial dos segmentos e da cóstula. D-F. Dennstaedtia cicutaria (T.E. Almeida 237). D. Pina mediana. E. Detalhe da face abaxial dos segmentos e da cóstula. F. Detalhe da face adaxial dos segmentos e da cóstula. G-H. Dennstaedtia cornuta (A. Salino 12539). G. Detalhe da face abaxial dos segmentos e da cóstula. H. Detalhe da base do pecíolo e caule. I-L. Dennstaedtia dissecta (A. Salino 2227). I. Pinas medianas com gemas na base. J. Detalhe da face abaxial dos segmentos e da cóstula. K. Detalhe da face adaxial dos segmentos e da cóstula. L. Detalhe da base do pecíolo.

Page 23: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

16

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Alto Caparaó, Parque Nacional do Caparaó, XI.2006, A. Salino et

al. 11421 (BHCB). Araponga, Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, nas proximidades da Sede, 10.VII.1999, A.

Salino 4891 (BHCB). Arcos, Fazenda Faroeste, próximo ao Rio São Miguel, 20°16 ’08,8” S e 45°39’38,3” W,

11.IV.2004, A. Salino et al. 9569 (BHCB). Idem, Fazenda Faroeste, ao lado da Calciolândia, 20°16’ 14” S e 45°39’34”

W, 15.XII.2007, A. Salino et al. 13107 (BHCB). Bandeira, área a ca. 14 km da sede de Bandeira, 15°49’30,2” S e

40°31’15,8” W, 06.X.2003, A. Salino et al. 9123 (BHCB). Camanducaia, Mata do Chico Rei, 07.II.2002, L.C.N. Melo

202 (BHCB). Caratinga, Estação Biológica de Caratinga, trilha da Gameleira, 12.XII.1995, A. Salino 2388 (BHCB).

Idem, Matão, 25.III.2000, A. Salino et al. 5146 (BHCB). Coronel Pacheco, Fazenda da Argentina, 20.V.1944, E.P.

Heringer 1269 (RB). Dores de Guanhães, Margem do Rio Guanhães, 19°00’13,3” S e 42°56’44” W, 14.VIII.2005,

T.E. Almeida et al. 74 (BHCB). Itabirito, Serra da Moeda, próximo à BR 040, 09.IX.2006, G. Heringer 107 (BHCB).

Januária, vale do Rio Peruaçu, a caminho do Janelão, 15°07’2 3” S e 44°14’34” W, 20.VII.1997, A. Salino 3251

(BHCB). Marliéria, Parque Estadual do Rio Doce, trilha do Vinhático, 29.III.1996, A. Salino 2666 (BHCB). Idem,

13.IX.1997, A. Salino & L.C.N. Melo 3418 (BHCB). Idem, 02.III.1999, A. Salino 4463 (BHCB). Nova Lima, Estação

Ecológica de Catarina, 20°04’09,8” S e 44°00’07,3” W, 08.XI.2001, L.C.R.S Teixeira et al. 41 (BHCB). Ouro Preto,

1935, J. Badini 131 (BHCB). Idem, 1936, J. Badini 199 (RB). Idem, 1968, L. Rennó s.n. (BHCB 471). Idem, Parque

Estadual do Itacolomi, Fazenda do Manso, 29.X.2003, L.B. Rolim & J.L. Silva 76 (BHCB). Santa Maria do Salto,

Distrito de Talismã, Fazenda Duas Barras, 16°24’16,5 ” S e 40°03’27,4” W, 09.X.2003, A. Salino et al. 9179 (BHCB).

Distribuição geográfica: Dennstaedtia globulifera ocorre nos Estados Unidos, América

Central, Caribe até a Argentina (Tryon & Tryon 1989). No Brasil ocorre nos estados do Ceará,

Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina,

Rio Grande do Sul e Espírito Santo (Salino 13486 – BHCB). Figura 11.

Habitats preferenciais: ocorre geralmente no interior de formações florestais como matas

ciliares, Florestas Estacionais Deciduais e Semideciduais, e Floresta Ombrófila Densa

Submontana e Montana, entre 450 e 1400 m de altitude.

Comentários: Dennstaedtia globulifera distingue-se das demais espécies do gênero, que

ocorrem em Minas Gerais principalmente pelo caule piloso, aletas herbáceas presentes no lado

basioscópico da face adaxial do eixo dos penúltimos segmentos e indúsio em forma de taça.

3. Histiopteris (J. Agardh) J. Sm., Hist. Fil.: 294. 1875.

Plantas terrestres, raro rupícolas; caule longo-reptante, com escamas e tricomas.

Folhas com até 12 m compr., geralmente escandentes, às vezes eretas, sem espinhos; pecíolo

com escamas e tricomas na base e glabro distalmente; lâmina 2-4-pinada, pinas opostas a

subopostas, sésseis ou subsésseis, sem escamas, essencialmente glabras, sem gemas,

abaxialmente glauca, raque não flexuosa; nervuras anastomosadas, sem vênulas livres. Soros

marginais, formados sobre comissura vascular que conecta o ápice de várias nervuras; indúsio

Page 24: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

17

formado pela margem da lâmina revoluta e modificada; indúsio abaxial ausente; esporos

monoletes.

Histiopteris é um gênero com distribuição pantropical e temperada, representado por

cinco espécies. Em Minas Gerais ocorre Histiopteris incisa (Thunb.) J. Sm. Difere dos outros

gêneros de Dennstaedtiaceae por apresentar lâmina usualmente glauca na face abaxial,

nervuras anastomosadas e tecido laminar essencialmente glabro.

3.1. Histiopteris incisa (Thunb.) J. Sm., Hist. Fil.: 295. 1875. Pteris incisa Thunb., Prodr. Pl.

Cap.: 171. 1800.

Figura 2D – F.

Plantas com caule 2,04 – 7,08 mm diâm., com escamas lanceoladas, às vezes

filiformes, de ápice acuminado, não ciliadas, subclatradas, piloso ou pubescente com tricomas

aciculares e catenados. Folhas (32,5) 48,7 – 238,5 cm compr.; pecíolo (6) 11 – 70 x (0,18) 0,25

– 0,70 cm, sulcado ou não adaxialmente, com escamas lanceoladas, de ápice acuminado a

filiforme, não ciliadas, subclatradas, somente na base, ou sem escamas, pubescente com

tricomas aciculares ou catenados, ou sem tricomas; lâmina 26,5 – 166,2 cm compr., 2-pinado-

pinatífida a pinatissecta, raro 3-pinada, membranácea a papirácea, elíptica ou lanceolada,

ápice agudo ou cuneado; raque geralmente sulcada adaxialmente, pubescente com tricomas

catenados ou glabra; pinas (4,3) 9,2 – 55,8 cm compr., sésseis, lanceoladas, elípticas ou

lineares, ápice agudo ou cuneado-caudado, glabras; costa sulcada ou não adaxialmente,

glabra; pínulas (0,67) 1,1 – 14,7 x 0,39 – 4 cm, sésseis, lanceoladas, lineares, elípticas ou

oblongas, ápice cuneado-caudado, oblongo, ou agudo, as basais reduzidas geralmente no lado

basioscópico; cóstula geralmente sulcada adaxialmente; pinululas quando presentes 0,5 – 2,1 x

0,31 – 0,72 cm, sésseis, margem inteira ou crenada, recurvada, as basais reduzidas no lado

basioscópico; nervuras anastomosadas. Soros oblongos ou lineares nos lados acroscópico e

basioscópico; indúsio linear, membranáceo, margem crenada, glabro.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Belo Vale, 20°26’37” S e 43°56’10” W, 23.X.2001, A. Salino & F.A.

Carvalho 7667 (BHCB). Camanducaia, mata da nascente do rio Camanducaia, 22°42’50” S e 45°56’12” W,

20.VI.2000, A. Salino 5619 (BHCB). Idem, Patrimônio São Domingos, estrada para Cantagalo, 22°42’40,8” S e

45°55’50,2” W, 29.III.2001, A. Salino & L.C.N. Melo 6396 (BHCB). Catas Altas, Parque Natural do Caraça, Bocaína,

07.X.2000, A. Salino 5746 (BHCB). Idem, Gruta Nossa Senhora de Lourdes, 11.XI.2000, A. Salino 5814 (BHCB).

Idem, na trilha para Pico do Sol, 20°06’31,1” S e 43°27’3 1,2” W, 19.V.2001, A. Salino et al. 6840 (BHCB). Conceição

do Mato Dentro, Parque Natural Municipal do Ribeirão do Campo, 19°06’20,9” S e 43°34’0,6” W, 13.IX.2002, R.C.

Mota et al. 1798 (BHCB). Diamantina, Parque Estadual do Biribiri, Várzea do Cocho, Córrego afluente do Rio

Cristais, 18°10’40” S e 43°35’23,6” W, 02.X.2006, F.C. Assis et al. 01 (BHCB). Felício dos Santos, APA Felício,

Page 25: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

18

região da Mata do Isidoro, entorno do Parque Estadual do Rio Preto, nas proximidades do Pico Dois Irmãos,

18°11’48,1” S e 43°17’13,7” W, 30.X.2004, A. Salino et al. 9945 (BHCB). Itamarandiba, Parque Estadual da Serra

Negra, 18°0’55,4” S e 42°45’14,8” W, 04.VII.2006, A. Salino et al. 11277 (BHCB). Lima Duarte, 26.VIII.1978, L.

Krieger 15917 (BHCB). Idem, 26.VIII.1978, L. Krieger 15917 (MBM). Idem, Serra do Ibitipoca, Pico do Pião,

15.V.1970, D. Sucre & L. Krieger 6861 (RB). Idem, Parque Estadual do Ibitipoca, Janela do Céu, 21°40’ S e 43°52’

W, 11.VIII.2005, C.M. Mynssen et al. 862 (RB). Mariana, Distrito de Alegria, Mina de Conta História (CVRD),

20°12’30,4” S & 43°26’13,4” W, 10.IX.2003, A. Salino & P. Rocha 8925 (BHCB). Idem, Parque Estadual do Itacolomi,

Sertão, 20°25’39,4” S e 43°27’26,3” W, 05.IV.2006, L.B. Rolim et al. 289 (BHCB). Ouro Preto, 1952, M. Lisboa & L.

Rennó s.n. (BHCB 1438). Idem, Morro de São Sebastião, s.d., L. Damazio s.n. (RB 36555). Idem, Serra de Ouro

Preto, 1904, Schwacke 10430 (BHCB). Idem, 1968, J.M.P. Sobrinho s.n. (BHCB 2940). Idem, 1964, J.M.P. Sobrinho

s.n. (BHCB 3508). Idem, Parque Estadual do Itacolomi, 13.V.1998, A. Salino et al. 4225 (BHCB). Idem, Gambá,

1937, J. Badini 147 (BHCB, RB). Rio Vermelho, Serra do Ambrósio, 18°07’ S e 43°01’ W, 10.I.2006, P.L Viana et al.

2414 (BHCB). Santa Bárbara, Estrada Rio Acima - Fazenda de Gandarela, 30.X.1966, L. Duarte 928 (HB). Santa

Maria do Salto, Distrito de Talismã, Fazenda Duas Barras, 16°24’16 ,5” S e 40°03’27,4” W, X.2003, A. Salino et al.

9185 (BHCB). Santana do Riacho, Serra do Cipó, km 131, 27.IV.1950, A.P. Duarte 2709 (RB). Santo Antônio do

Itambé, Parque Estadual do Pico do Itambé, Trilha da cachoeira do Neném para Capivari, 04.X.2006, F.C. Assis et

al. 11 (BHCB). Idem, trilha Capivari para o Pico do Itambé, 06.X.2006, F.C. Assis et al. 15 (BHCB). São Gonçalo do

Rio Preto, Parque Estadual do Rio Preto, Região da Lapa, próximo ao Pico Dois Irmãos, 18°12’02,4” S e 43°20’18,4”

W, 06.VIII.2003, A. Salino et al. 9321 (BHCB).

Distribuição geográfica: Histiopteris incisa ocorre no arquipélago de Juan Fernandez,

Sudeste da Ásia, África, Nova Zelândia, Tasmânia, México, América Central, Caribe,

Venezuela até a Bolívia (Mickel & Smith 2004). No Brasil ocorre nos estados da Bahia, Minas

Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Figura 12.

Habitats preferenciais: ocorre em formações florestais e campestres, como campos

rupestres, matas de galeria e capões de mata da Cadeia do Espinhaço, Florestas Estacionais

Semideciduais Montana e Altomontana entre 1100 e 1900 m de altitude.

Comentários: de acordo com Moran (1995), Histiopteris incisa é uma das espécies de

pteridófitas mais amplamente distribuídas em todo o mundo. Distingue-se pelas pinas sésseis

ou subsésseis, glaucas na face abaxial e com nervuras parcialmente anastomosadas (Prado &

Windisch 1996).

4. Hypolepis Bernh., Neues J. Bot. (Schrad.) 1(2): 34. 1806.

Plantas terrestres, raro rupícolas; caule longo-reptante, com tricomas, com ou sem

estolões, sem escamas. Folhas com até 7 m compr., eretas a escandentes, com ou sem

espinhos; pecíolo com tricomas na base e glabro distalmente; lâmina 2-4-pinado-pinatífida,

membranácea a subcoriácea, pinas alternas, pecioluladas ou sésseis, glabras a usualmente

Page 26: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

19

pubescentes, sem escamas, sem gemas, abaxialmente não glauca, raque levemente flexuosa

ou não; nervuras livres. Soros marginais ou submarginais, formados sobre a extremidade de

uma única nervura; indúsio formado pela margem da lâmina revoluta e modificada; indúsio

abaxial ausente; esporos monoletes.

Segundo Moran (1995), Hypolepis é um dos gêneros menos estudados em pteridófitas

e várias espécies deverão ser descritas ainda, sendo necessário um estudo mais abrangente.

É composto por aproximadamente 50 espécies e distribui-se nos neotrópicos e regiões

temperadas meridionais. Em Minas Gerais está representado por quatro espécies. Difere dos

demais gêneros de Dennstaedtiaceae por apresentar uma única nervura em cada soro, indúsio

formado por margem da lâmina revoluta e modificada e esporos monoletes.

Chave para as espécies de Hypolepis em Minas Gerais

1. Pecíolo, raque e costa com espinhos...................................................................4.2. H. repens

1’. Pecíolo, raque e costa sem espinhos.

2. Pecíolo e lâmina com tricomas glandulares...............................................4.3. H. stolonifera

2’. Pecíolo e lâmina sem tricomas glandulares.

3. Lâmina lanceada a elíptica; base do pecíolo piloso com tricomas setiformes..................

..............................................................................................................4.1. H. aquilinaris

3’. Lâmina deltóide; pecíolo sem tricomas setiformes..............................4.4. Hypolepis sp.

4.1. Hypolepis aquilinaris (Fée) Christ, Bull. Boiss. II. 2. 636. 1902. Cheilanthes aquilinaris Fée,

Crypt. Vasc. Brés. II: 37. 1872-73.

Figura 2G – H.

Plantas com caule 1,33 – 3,17 mm diâm., pubescente com tricomas catenados, piloso

ou não com tricomas setiformes, sem estolões. Folhas 15,5 – 234 cm compr., eretas; pecíolo

4,5 – 51 x 0,04 – 0,48 cm, sulcado adaxialmente, piloso com tricomas setiformes na base do

pecíolo, pubescente com tricomas aciculares e catenados, sem espinhos; lâmina 11 – 183 cm

compr., 2-3-pinado-pinatisecta, raro 4-pinada, membranácea a papirácea, lanceolada a elíptica,

ápice agudo a cuneado; raque levemente flexuosa ou não, sulcada adaxialmente, pubescente

com tricomas aciculares ou catenados sem espinhos; pinas 3,5 – 61,1 cm compr., pecioluladas

ou sésseis, elípticas ou lanceoladas, ápice cuneado ou agudo; costa sulcada adaxialmente,

Page 27: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

20

pubescente, sem espinhos; pínulas 0,89 – 13 x 0,41 – 4,66 cm, sésseis a curto-pecioluladas,

lanceoladas, elípticas ou lineares, ápice redondo, cuneado ou agudo, as basais reduzidas ou

não; cóstula sulcada adaxialmente, pubescente, sem espinhos; pinululas 0,32 – 1,52 x 0,182 –

0,57 cm, sésseis, lanceoladas, lineares, ovadas, ou elípticas, ápice redondo, cuneado ou

agudo, margem crenada, recurvada a plana, as basais reduzidas ou não; nervuras 1(2)-

bifurcadas; indumento de tricomas aciculares na costa, cóstula, tecido laminar, nervuras e

margens dos segmentos, tricomas catenados na costa e cóstula, tricomas clavados no tecido

laminar e nervuras. Soros e indúsio não vistos.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Aiuruoca, Parque Estadual da Serra do Papagaio, região do

Garrafão, 22°02’32,5” S e 44°38’32,1” W, 19.V.2005, A. Salino & T.E. Almeida 10476 (BHCB). Bandeira, Mata do Boi

Rajado, 15°47’55,7” S e 40°31’35,2” W, 05.X.2003, A. Salino et al. 9040 (BHCB). Idem, 15°48’18,7” S e 40°30’59,8”

W, 01.III.2004, A. Salino et al. 9406 (BHCB). Caldas, 1873, Mosén s.n. (R 21041). Catas Altas, Parque Natural do

Caraça, Serra do Caraça, 20°07’52,8” S e 43°51’48,7” W, 21.VIII.2005, A. Salino et al. 10546 (BHCB). Conceição do

Mato Dentro, Parque Natural Municipal do Ribeirão do Campo, 19°06’03,1” S e 43°34’26,9” W, 13.IX.2003, A. Salino

et al. 8939 (BHCB). Diamantina, Trinta Réis, 13.III.1989, R.F. Novelino 631 (BHCB). Itabirito, Serra da Moeda,

07.IX.2006, G. Heringer 92 (BHCB). Itamarandiba, Parque Estadual da Serra Negra, 18°00’55,4” S e 42°45 ’14,8” W,

04.VII.2006, A. Salino et al. 11290 (BHCB). Moeda, Serra da Moeda, 20°19’22,1” S e 43°56’30,2” W, 07.I X.2006, G.

Heringer 91 (BHCB). Nova Lima, RPPN Mata Samuel de Paula, 20°0’52,8” S e 43°51’48,7” W, 24.VIII.2005, A.

Salino et al. 10571 (BHCB). Ouro Preto, Parque Estadual do Itacolomi, 13.V.1998, A. Salino et al. 4240 (BHCB). Rio

Acima, RPPN Capitão do Mato, 20°07’55,7” S e 43°54’55,6” W, 16.VI.2004, J.B. Figueiredo & S.G. de Lima 192

(BHCB). Idem, RPPN de Andaime, 20°09’27,7” S e 43°47’39,1” W, 14.V. 2004, J.B. Figueiredo & E.A. Rodrigues 478

(BHCB). Idem, 14.V.2004, J.B. Figueiredo & E.A. Rodrigues 481 (BHCB). Idem, RPPN de Andaime, 18.II.2004, J.B.

Figueiredo & J.C. Queiroz 254 (BHCB). Santa Maria do Salto, Distrito de Talismã, Fazenda Duas Barras, 16°24’16 ,5”

S e 40°03’27,4” W, 10.X.2003, A. Salino et al. 9238 (BHCB). São Roque de Minas, Parque Nacional da Serra da

Canastra, Capão Forro, 20°15’11,9” S e 46°24’26,1” W , 31.I.2007, A. Salino et al. 11603 (BHCB).

Distribuição geográfica Espécie aparentemente endêmica do Sudeste do Brasil com registros

para o estado do Rio de Janeiro (Fée 1873) e Minas Gerais. Figura 13.

Habitats preferenciais: espécie comum em áreas de formações florestais que foram

queimadas, formações savânicas e campestres do bioma Cerrado, entre 620 e 1700 m de

altitude.

Page 28: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

21

Figura 2 : A-C. Dennstaedtia globulifera (A. Salino 9569). A. Detalhe da face abaxial dos segmentos e da cóstula. B. Detalhe da face adaxial dos segmentos e da cóstula. C. Detalhe da base do pecíolo e caule. D-F. Histiopteris incisa (F.C. Assis 01). D. Pina mediana. E. Detalhe da face abaxial dos segmentos e da cóstula. F. Detalhe da base do pecíolo e caule. G-H. Hypolepis aquilinaris (J.B. Figueiredo 481). G. Detalhe da face abaxial da raque, costa e pínulas. H. Detalhe da base do pecíolo e caule. I-K. Hypolepis repens (J.B. Figueiredo 398). I. Detalhe da base do pecíolo e caule. J. Detalhe da face abaxial da raque, costa e pínulas. K. Detalhe da face abaxial dos segmentos e da cóstula.

Page 29: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

22

Comentários: Hypolepis aquilinaris distingue-se das demais espécies do gênero que ocorrem

em Minas Gerais por apresentar tricomas setiformes no caule, na base do pecíolo e nas raízes,

coloração dos eixos bege, sendo somente a base do pecíolo castanha, e raque levemente

flexuosa. Todos os materiais estudados estavam estéreis.

4.2. Hypolepis mitis Kunze, Linnaea 36: 105. 1869.

Fig. 3 E-F.

Plantas terrestres; caule 2,6 – 4,25 mm diâm., piloso ou pubescente com tricomas

aciculares ou catenados, sem estolões. Folhas 75 – 302 cm compr.; pecíolo 38 – 145 x 0,40 –

0,57 cm, sulcado adaxial e abaxialmente, piloso com tricomas aciculares e catenados,

pubescente com tricomas catenados, sem espinhos; lâmina 37 – 157 cm compr., 3-pinada a 3-

pinado-pinatífida na base, às vezes 4-pinada, papirácea, deltóide, ápice agudo; raque

levemente flexuosa na base, sulcada adaxialmente, pubescente com tricomas catenados, sem

espinhos; pinas 11,6 – 48,2 cm compr., pecioluladas, deltóides ou lanceoladas, ápice agudo;

costa sulcada adaxialmente, pubescente ou pilosa, sem espinhos; pínulas (1,94) 6 – 15 x (0,57)

1,3 – 6,6 cm, pecioluladas a sésseis, elípticas a lineares, ápice agudo a cuneado, as basais

não reduzidas; cóstula sulcada ou não adaxialmente, pubescente ou pilosa, sem espinhos;

pinululas 0,75 – 3,1 x 0,18 – 0,92 cm, pecioluladas a sésseis, lineares, ápice redondo ou agudo

a cuneado, as basais não reduzidas; segmentos 0,40 – 0,55 x 0,17 – 0,25 cm, sésseis,

lineares, ápice redondo, margem crenada, geralmente plana, glabra, os basais não reduzidos;

nervuras geralmente bifurcadas; indumento de tricomas aciculares e catenados na costa,

cóstula, nervuras e tecido laminar, ou clavados nas nervuras e tecido laminar. Soros marginais,

oblongos ou arredondados, nos enseios ou próximo dele; indúsio membranáceo, margem

crenada e pubescente com tricomas aciculares e catenados.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Aiuruoca, Parque Estadual da Serra do Papagaio, 22°02’32,5” S e

44°38’32,1” W, 19.V.2005, A. Salino & T.E. Almeida 10502 (BHCB). Alagoa, Parque Estadual da Serra do Papagaio,

22°12’57,1” S e 44°44’41,8” W, 12.XII.2007, A. Salino et al. 12984 (BHCB). Alto Caparaó, Parque Nacional do

Caparaó, região próxima a Torre Repetidora, 20°26’2 0,4” S e 41°51’04,8” W, 24.XI.2006, A. Salino et al. 11461

(BHCB). Camanducaia, mata da nascente do rio Camanducaia, 22°42’50” S e 45°56’12” W, 20.VI.2000, A. Salino

5596 (BHCB).

Distribuição geográfica: Hypolepis mitis é endêmica do Brasil ocorrendo em Bahia, Minas

Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro.

Page 30: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

23

Habitats preferenciais: ocorre geralmente no interior de formações florestais como Floresta

Estacional Semidecidual Montana e Altomontana, e Floresta Ombrófila Densa Montana e

Altomontana, entre 1000 e 1900 m de altitude. Figura 15.

Comentários: Hypolepis mitis é a única espécie do gênero ocorrente em Minas Gerais a

apresentar a lâmina deltóide e tricomas aciculares e catenados densos na margem do indúsio.

Hypolepis mitis difere de H. aquilinaris pela ausência de tricomas setiformes na base do

pecíolo, de H. repens pela ausência de espinhos nos eixos, e de H. stolonifera pela ausência

de tricomas glandulares.

4.3. Hypolepis repens (L.) C. Presl, Tent. Pterid. 162. 1836. Lonchitis repens L., Sp. Pl. 2: 1078.

1753.

Figura 2I – K.

Plantas terrestres; caule 1,8 – 6,2 mm diâm., piloso ou pubescente com tricomas

aciculares e catenados, sem estolões. Folhas 66,5 – 286 cm compr.; pecíolo 24,5 – 145 x 0,23

– 0,71 cm, sulcado adaxialmente, com espinhos, piloso com tricomas aciculares, pubescente

com tricomas catenados ou aciculares; lâmina 42 – 157 cm compr., 3-pinado-pinatífida, raro 4-

pinada, papirácea a cartácea, raro membranácea, lanceolada a elíptica, ápice cuneado ou

agudo; raque não flexuosa, sulcada adaxialmente, com espinhos, pubescente com tricomas

catenados; pinas 7,9 – 49 cm compr., pecioluladas, elípticas a lanceoladas, ápice cuneado ou

agudo; costa sulcada adaxialmente, pubescente ou pilosa, com espinhos; pínulas 0,85 – 9,7 x

0,51 – 6,6 cm, pecioluladas a sésseis, lanceoladas, elípticas, ou lineares, ápice cuneado ou

redondo, às vezes caudado, as basais reduzidas ou não; cóstula sulcada adaxialmente,

pubescente ou pilosa, com ou sem espinhos; pinululas 0,27 – 3,5 x 0,04 – 1,19 cm, sésseis ou

pecioluladas, lanceoladas, lineares ou ovadas, ápice redondo ou cuneado (nas folhas 4-

pinadas), margem geralmente crenada, recurvada, glabra, as basais reduzidas ou não;

segmentos 0,5 – 0,54 x 0,22 – 0,23 cm, sésseis, lineares, ovados, ou lanceados, ápice redondo

ou truncado, os basais não reduzidos; nervuras 1-2-bifurcadas; indumento de tricomas

aciculares ou catenados na costa, cóstula, tecido laminar e nervuras, tricomas clavados no

tecido laminar e nervuras. Soros marginais, arredondados, oblongos, ou flabelados, nas

laterais dos segmentos; indúsio membranáceo, margem crenada, pubescente com tricomas

clavados ou aciculares, somente na margem, ou glabro.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Almenara, Fazenda Limoeiro, 16°04’47,1” S e 40°50’22,6” W,

29.II.2004, A. Salino et al. 9400 (BHCB). Araponga, Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, trilha do Pico do Boné,

26.V.2000, A. Salino et al. 5482 (BHCB). Bandeira, Mata do Boi Rajado, 15°48’18,7” S e 40°30’59,8” W, 04.X.2003,

Page 31: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

24

A. Salino et al. 8944 (BHCB). Barão de Cocais, Mina de Gongo Soco (CVRD), 19°56’40,8” S e 43°36’59” W,

07.V.2003, A. Salino et al. 8685 (BHCB). Diamantina, Parque Estadual do Biribiri, Fazenda Duas Pontes, Porteirão

de São Miguel, 18°09’37,8” S e 43°35’03,3” W, 02.X.20 06, F.C. Assis et al. 03 (BHCB). Mariana, Parque Estadual do

Itacolomi, Caberão, 20°25’27,2” S e 43°28’56,1” W, 1 3.II.2006, L.B. Rolim & J.L. Silva 268 (BHCB). Nova Lima,

RPPN Capitão do Mato, 20°07’55,7” S e 43°54’55,6” W, 0 3.V.2004, J.B. Figueiredo & S.G. de Lima 398 (BHCB).

Ouro Preto, s.d., J. Badini 311 (RB). Idem, Parque Estadual do Itacolomi, Estrada do Cibrão, 09.VI.2005, C.E.

Jascone et al. 409 (HB). Idem, 28.XI.1965, M. Rolla & A.F. Tryon 6869 (HB). Passa Vinte, Distrito Carlos Euler,

Usina Hidrelétrica de Paes Leme, 15.XI.2000, A. Salino & L.C.N. Melo 5935 (BHCB). Santa Maria do Salto, Distrito

de Talismã, Fazenda Duas Barras, 16°24’50,0” S e 40° 02’57,4” W, 07.III.2004, A. Salino et al. 9462 (BHCB). São

Gonçalo do Rio Abaixo, Estação de Pesquisa e Desenvolvimento Ambiental de Peti, próximo à casa de força,

19°53’00,2” S e 43°22’10,4” W, 26.IX.2002, A. Salino 8051 (BHCB).

Distribuição geográfica: Hypolepis repens ocorre nos Estados Unidos, sul do México,

América Central, Caribe até a Argentina (Mickel & Smith 2004). No Brasil, ocorre nos estados

do Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo

(Salino 13339 – BHCB).Figura 14.

Habitats preferenciais: ocorre em formações florestais e campestres, como campos rupestres

quartzíticos e ferruginosos, Florestas Estacionais Semideciduais Submontana, Montana,

Altomontana, entre 620 e 1400 m de altitude.

Comentários: Hypolepis repens distingue-se das outras espécies do gênero que ocorrem em

Minas Gerais pelos eixos espinescentes e pecíolo com coloração castanho avermelhada no

seu terço inferior.

4.4. Hypolepis stolonifera Fée, Crypt. Vasc. Brés. II: 35. 1872-73.

Figura 3A – D.

Plantas terrestres; caule 1,78 – 4,45 mm diâm., piloso com tricomas aciculares,

pubescente com tricomas aciculares, catenados e glandulares, com estolões pilosos com

tricomas aciculares ou catenados. Folhas 76 – 146,7 cm compr.; pecíolo 32 – 55,8 x 0,22 –

0,49 cm, sulcado adaxialmente, piloso com tricomas aciculares, pubescente com tricomas

glandulares e catenados, sem espinhos; lâmina 44 – 102,2 cm compr., 3-pinado-pinatífida,

membranácea a levemente papirácea, lanceolada a elíptica, ápice cuneado; raque não

flexuosa, sulcada adaxialmente, pubescente com tricomas catenados e glandulares, sem

espinhos; pinas 10,5 – 19 cm compr., pecioluladas, elípticas, ápice cuneado; costa sulcada

adaxialmente, pubescente, sem espinhos; pínulas 1,9 – 3,5 x 0,55 – 1,26 cm, sésseis, lineares

a elípticas, ápice agudo a redondo, as basais não reduzidas; cóstula sulcada ou não

adaxialmente, pubescente, sem espinhos; pinululas 0,35 – 0,67 x 0,16 – 0,33 cm, sésseis,

Page 32: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

25

lineares, ápice arredondado, margem crenada, plana, as basais não reduzidas; nervuras

geralmente bifurcada, às vezes 2(3)-bifurcadas; indumento de tricomas glandulares e

catenados na costa, cóstula, tecido laminar, nervuras e margens dos segmentos. Soros

marginais ou submarginais, redondos, em enseios ou próximo a eles; indúsio membranáceo a

papiráceo, com margem crenada, levemente recurvada e pubescente com tricomas glandulares

e catenados.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Alagoa, Parque Estadual da Serra do Papagaio, 22°12’38” S e

44°45’35,1” W, 11.XII.2007, A. Salino et al. 12932 (BHCB). Camanducaia, Bairro do Mato, Sítio do mato, 22°43’18,8”

S e 45°35’45,4” W, 31.III.2001, A. Salino & L.C.N. Melo 6432 (BHCB). Catas Altas, Parque Natural do Caraça, no

alto do Pico do Inficcionado, 20°08’01,9” S e 43°27’1 1,2” W, 25.V.2004, A. Salino & R.C. Mota 9579 (BHCB).

Itamonte, Parque Nacional do Itatiaia, na estrada para o abrigo Rebouças, 22°22’19,3” S e 44°45’04,2” W,

10.VII.2007, A. Salino et al. 12389 (BHCB). Lima Duarte, Parque Estadual do Ibitipoca, trilha para a Janela do Céu,

passando pelo Pico da Lombada e pela Gruta dos Três Arcos, 21°40’38” S e 43°52’58,3” W, 22.VI.2007, T.E.

Almeida et al. 1223 (BHCB).

Distribuição geográfica: Hypolepis stolonifera é aparentemente endêmica do Brasil, com

registro para Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do

Sul e Espírito Santo (Salino 13739 – BHCB). Figura 8.

Habitats preferenciais: ocorre geralmente nas bordas de formações florestais úmidas

(Floresta Ombrófila Densa Montana e Altomontana), entre 1600 e 2100 m de altitude.

Comentários: Hypolepis stolonifera distingue-se das outras espécies que ocorrem em Minas

Gerais pela coloração castanho-acobreada dos eixos, tricomas glandulares no caule e folhas, e

tricomas geralmente ausentes nas raízes.

Page 33: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

26

Figura 3 : A-D. Hypolepis stolonifera (A. Salino 12389). A. Pina mediana. B. Detalhe da face abaxial dos segmentos e da cóstula. C. Detalhe da face abaxial do segmento, mostrando tricomas glandulares. D. Detalhe da base do pecíolo e caule com estolões. E-F. Hypolepis mitis (A. Salino 12984). E. Hábito. F. Detalhe da face abaxial dos segmentos e da cóstula.

Page 34: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

27

5. Lindsaea Dryand. ex Sm., Mem. Acad. Roy. Sci 5: 413.1793.

Plantas terrestres ou rupícolas, raro epífitas; caule reptante, com escamas ovadas a

lanceoladas, pubescente ou sem tricomas. Folhas geralmente eretas, sem espinhos; pecíolo

paleáceo a preto, escuro na base, com escamas lanceoladas, na base do pecíolo, pubescente

ou sem tricomas; lâmina 1-3-pinada, com ápice conforme ou não, pubescente, sem escamas e

gemas, abaxialmente glauca ou não, raque não flexuosa, pinas basais geralmente ascendentes

e não reduzidas, último segmento geralmente dimidiado, às vezes flabelado ou ovado;

nervuras livres. Soros submarginais, ovados ou lineares em comissura vascular, sobre o final

de várias nervuras; indúsio geralmente linear, que se abre em direção à margem dos

segmentos; esporos triletes ou monoletes.

O gênero Lindsaea foi revisado por Kramer (1957) e possui ca. 150 espécies com

distribuição pantropical e extratropical. Em Minas Gerais ocorrem 10 espécies. Muitas espécies

do gênero podem ser eventualmente confundidas com espécies de Adiantum (Pteridaceae)

que apresentam segmentos dimidiados e soros lineares. No entanto, as espécies deste gênero

apresentam o indúsio formado pelas margens modificadas. Difere dos demais gêneros de

Dennstaedtiaceae por apresentar pinas e pínulas dimidiadas, flabeladas ou ovadas com soro

em indúsio que se abre em direção à margem dos segmentos.

Chave para as espécies de Lindsaea em Minas Gerais

1. Lâmina 1-2 pinada, raro 3-pinada.

2. Pinas (lâmina 1-pinada) ou pínulas (lâmina 2-pinada) medianas flabeladas a ovadas.

3. Lâmina 1-pinada, raro 2-pinada; margem do indúsio crenada ou ondulada

..........................................................................................................5.3. L. botrychioides

3’. Lâmina 2-pinada, raro 1-pinada; margem do indúsio fortemente serreada

..................................................................................................................5.7. L. ovoidea

2’. Pinas (lâmina 1-pinada) ou pínulas (lâmina 2-pinada) medianas dimidiadas.

4. Costa abaxialmente angulada.

5. Pecíolo e raque abaxialmente angulados.

Page 35: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

28

6. Esporos monoletes ..............................5.8. L. quadrangularis ssp. quadrangularis

6’. Esporos triletes ..............................................................5.6. L. lancea var. lancea

5’. Pecíolo e raque abaxialmente cilíndricos ........................................5.4. L. divaricata

4’. Costa abaxialmente cilíndrica.

8. Pínulas até 2,5 vezes mais compridas que largas.

9. Raque com tricomas catenados, pinas 2,5 – 3,5 cm larg.

......................................................................5.5. L. guianensis ssp. lanceastrum

9’. Raque sem tricomas catenados, pinas 0,25 – 2 cm larg.

........................................................................................5.9. L. stricta var. stricta

8’. Pínulas mais que 2,5 vezes mais compridas que largas .....................5.1. L. arcuata

1’. Lâmina 2-pinado-pinatífida ou (2)3-pinado-pinatissecta, raro 1-pinado-pinatífida

10. Último segmento pinatissecto, com ápice bifurcado; pínula basal dividida igualmente às

pínulas medianas ............................................................................................5.2. L. bifida

10’. Último segmento pinatífido, com ápice não bifurcado; pínula basal mais vezes dividida que

as pínulas medianas ...................................................................5.10. L. virescens var. virescens

5.1. Lindsaea arcuata Kunze, Linnaea 9: 86.1835.

Figura 4A – C.

Plantas terrestres ou rupícolas; caule 0,95 – 3,6 mm diâm., com escamas lanceoladas,

de ápice acuminado a filiforme, sem tricomas. Folhas 17,5 – 80,9 cm compr.; pecíolo 6,5 –

50,7 x 0,08 – 0,35 cm, sulcado ou não adaxialmente, cilíndrico ou angulado abaxialmente, com

escamas lanceoladas, de ápice acuminado a filiforme, pubescente com tricomas catenados,

clavados, ou sem tricomas; lâmina 10 – 33 cm compr., 2-pinada, raro 1-pinada, membranácea,

rombiforme, raro linear, abaxialmente não glauca; raque sulcada, alada ou não adaxialmente,

angulada a cilíndrica abaxialmente, pubescente com tricomas catenados ou clavados, ou

glabra; pinas 5,7 – 19 x 1,1 – 3,4 cm, pecioluladas, elípticas a lineares, ápice cuneado ou

agudo, às vezes caudado, as basais não reduzidas; costa sulcada adaxialmente, cilíndrica

abaxialmente, pubescente; pínulas 0,84 – 2,8 x 0,33 – 0,76 cm, pecioluladas, dimidiadas, ápice

Page 36: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

29

redondo, agudo ou truncado, margem inteira a crenada, glabra, as basais reduzidas; nervuras

(1)2-bifurcadas; indumento de tricomas catenados e clavados na costa e tecido laminar;

nervuras glabras. Soros oblongos ou lineares na margem acroscópica, às vezes no ápice das

pínulas; indúsio membranáceo a papiráceo com margem ondulada, glabro; esporos triletes.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Catas Altas, Parque Natural do Caraça, 20°05’46” S e 43°28’45” W,

30.VIII.1997, A. Salino 3373 (BHCB). Idem, acima da Cascatinha, 02.X.1998, A. Salino 4374 (BHCB). Idem, Gruta do

Padre Caio, 15.IV.2000, A. Salino 5254 (BHCB). Idem, Mata do Engenho, 20°07’ S e 43°27’ W, 20.XI.2004, N.F.O.

Mota et al. 80 (BHCB). Idem, Serra do Caraça, 1907, L. Damazio 1853 (RB). Conceição do Mato Dentro, Parque

Natural Municipal do Ribeirão do Campo, 01.VIII.2002, R.C. Mota et al. 1562 (BHCB). Idem, 19°06’19,4” S e

43°34’04,9” W, 30.V.2003, A. Salino et al. 8760 (BHCB). Idem, 19°05’14,1” S e 43°35’33,9” W, 07.VIII.2003, A.

Salino & R.C. Mota 8867 (BHCB). Descoberto, Reserva Biológica do Grama, Ribeirão do Grama, 15.VI.2005, C.E.

Jascone et al. 423 (RB). Felício dos Santos, APA Felício, Mata do Isidoro, entorno do Parque Estadual do Rio Preto,

18°11’48,1” S e 43°17’13,7” W, 30.X.2004, A. Salino et al. 9937 (BHCB). Idem, 18°12’37,4” S e 43°17’05,2” W,

31.X.2004, A. Salino et al. 9982 (BHCB). Formoso, Parque Nacional do Grande Sertão Veredas, Cabeceira do Rio

Preto, 15°23’26,8” S e 45°53’04,4” W, 07.II.2006, A. Salino et al. 10801 (BHCB). Itamarandiba, Parque Estadual da

Serra Negra, 18°01’42,5” S e 42°54’27,6” W, 05.VII.20 06, A. Salino et al. 11337 (BHCB). Lima Duarte, Parque

Estadual do Ibitipoca, 21°42’11” S e 43°53’06” W, 10. VIII.2005, C.M. Mynssen et al. 843 (RB). Mariana, Área da

Mina Fábrica Nova (CVRD), 20°12’30,4” S e 43°26’13,4” W, 22.X.2002, A. Salino 8103 (BHCB). Nova Lima, RPPN

Mata do Jambreiro, 19°58’41,9” S e 43°53’10,6” W, 21 .V.2003, J.B. Figueiredo & F.A. Carvalho 31 (BHCB). Idem,

RPPN Capitão do Mato, 20°55’ S e 43°55’ W, 16.VI.2004, J.B. Figueiredo & S.G. de Lima 560 (BHCB). Ouro Preto,

Serra do Ouro Preto, 1904, Schwacke 13603 (BHCB). Idem, Serra do Itacolomi, 1937, J. Badini 236 (BHCB). Idem,

Distrito de Lavras Novas, 21-22.I.1996, A. Salino 2428 (BHCB). Idem, Serra de Antônio Pereira, s.d., L. Damazio s.n.

(RB 36256). Rio Acima, RPPN Andaime, 25.XI.2003, J.B. Figueiredo 195 (BHCB). Rio Pardo de Minas, Distrito de

Serra Nova, Parque Estadual da Serra Nova. Cadeia do Espinhaço, 15°36’55,7” S e 42°44’09,0” W, 12.III.2007, A.

Salino et al. 11715 (BHCB). Sabará, Mina de Cuiabá da Anglogold Ashanti, Base da Serra da Piedade, 19°51’10,7”

S e 43°44’00,9” W, 06.V.2006, D.T. Souza 49 (BHCB). Santa Maria do Salto, Distrito de Talismã, Fazenda Duas

Barras, 16°24’16,5” S e 40°03’27,4” W, 10.X.2003, A. Salino et al. 9291 (BHCB). Idem, 16°24’14,9” S e 40°03’26,2”

W, 22.II.2005, A. Salino et al. 10042 (BHCB). Santa Rita do Itueto, Parque Estadual de Sete Salões, 19°16’42,0” S e

41°22’22,6” W, 09.V.2006, A. Salino et al. 10986 (BHCB). Idem, 19°16’42,0” S e 41°22’22,6” W, 09.V.2006, A. Salino

et al. 10988 (BHCB). São José da Barra, Região da Represa de Furnas, morro próximo à Pousada do Rio Turvo,

beira da Represa, 30.IX.2005, A.A. Arantes et al. 1500 (BHCB). Simonésia, RPPN Mata do Sossego, 20°04’18,7” S

e 42°04’13,1” W, 23.V.2006, A. Salino et al. 11175 (BHCB).

Distribuição geográfica: Lindsaea arcuata ocorre no México, América Central, Cuba,

Hispaniola, Venezuela até a Bolívia (Mickel & Smith 2004). No Brasil ocorre nos estados de

Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Figura 16.

Habitats preferenciais: ocorre geralmente, em locais muito úmidos, muitas vezes até

alagados em matas ciliares e de galeria, Floresta Estacional Semidecidual Montana e Floresta

Ombrófila Densa Montana e Altomontana, veredas e formações campestres como campos

rupestres, entre 750 e 1600 m de altitude.

Page 37: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

30

Comentários: Lindsaea arcuata pode ser facilmente confundida com L. quadrangularis ssp.

quadrangularis, que também ocorre em Minas Gerais. No entanto, Lindsaea quadrangularis

ssp. quadrangularis difere deste táxon por apresentar costa abaxialmente angulada e esporos

monoletes.

5.2. Lindsaea bifida (Kaulf.) Mett. ex Kuhn, Festschr. 50 Jahr. Jub. Real. Berlin 26. 1882.

Davallia bifida Kaulf., Enum. 222. 1824.

Figura 4D – E.

Plantas terrestres, raro rupícolas; caule 1,15 – 3,13 mm diâm., com escamas

lanceoladas, de ápice filiforme, sem tricomas. Folhas 13 – 41,5 cm compr.; pecíolo 5,5 – 24,4

x 0,05 – 0,16 cm, sulcado ou alado adaxialmente, cilíndrico a angulado abaxialmente, com

escamas lanceoladas, de ápice filiforme, pubescente com tricomas clavados ou sem tricomas;

lâmina 7 – 22 cm compr., 3-pinado-pinatissecta, raro 2-pinado-pinatissecta, membranácea,

lanceolada a rombiforme, abaxialmente não glauca; raque sulcada adaxialmente, angulada

abaxialmente, pubescente com tricomas clavados ou glabra; pinas 1,15 – 8,5 x 1,41 – 1,80 cm,

pecioluladas, lanceoladas ou rombiformes, ápice agudo a cuneado, as basais não reduzidas;

costa geralmente sulcada adaxialmente, geralmente cilíndrica na base da face abaxial,

pubescente ou glabra; pínulas 0,64 – 1,67 x 0,39 – 2,7 cm, pecioluladas, lanceoladas, ápice

bifurcado, as basais não reduzidas; pinululas 0,36 – 0,61 x 0,12 – 0,34 cm, pecioluladas, ápice

bifurcado, margem crenada ou não, glabras, as basais não reduzidas; nervuras 1(2)-bifurcadas;

indumento de tricomas clavados na costa e tecido laminar, geralmente tecido laminar e

nervuras glabros. Soros oblongos a flabelados no ápice das pínulas e pinululas; indúsio

membranáceo com margem crenada, glabro; esporos triletes.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Caeté, Serra da Piedade, s.d., L. Damazio 1185 (RB). Carangola,

Fazenda Neblina, Serra da Grama, 11.IX.1987, L.S. Leoni 76 (BHCB). Idem, 10.IX.1988, L.S. Leoni 405 (R).

Carrancas, Serra de Carrancas, trecho da Serra das Broas na Chapada dos Perdizes, 21°36’17,2” S e 44°36’19,2”

W, 19.VI.2007, A. Salino et al. 12305 (BHCB). Catas Altas, Parque Natural da Serra do Caraça, Trilha para Gruta do

Padre Caio, 15.IV.2000, A. Salino 5245 (BHCB). Idem, Gruta do Padre Caio, 02.XII.2000, A. Salino 5956 (BHCB).

Conceição do Mato Dentro, Serra do Cipó km 152, 07.II.1938, M. Barreto 8853 (BHCB, RB). Idem, 05.II.1938, F.M.

Moreira s.n. (BHCB 74482). Idem, 05.II.1938, F.M. Moreira s.n. (BHCB 74492). Idem, Parque Natural Municipal do

Ribeirão do Campo, 01.VIII.2002, R.C. Mota et al. 1499 (BHCB). Lima Duarte, Distrito de Conceição de Ibitipoca,

Parque Estadual do Ibitipoca, 29.VI.2004, E. Medeiros et al. 300 (RB). Idem, 21°42’11” S e 43°53’06” W, 10.III.2004,

R.C. Forzza et al. 3153 (RB). Idem, 22.XI.2004, R.C. Forzza et al. 3606 (RB). Idem, 21°42’11” S e 43°53’06” W,

10.VIII.2005, C.M. Mynssen et al. 830 (RB). Idem, 16.III.2005, R. Dias-Mello et al. 220 (RB). Nova Lima, RPPN Mata

do Jambreiro, 19°58’41,9” S e 43°53’10,6” W, 17.IX.2 003, J.B. Figueiredo et al. 66 (BHCB). Ouro Preto, Morro de

São Sebastião, 26.VI.1902, L. Damazio 1938A (RB). Idem, Morro de São Sebastião, 1912, H. Souza Araújo s.n. (R

121989). Idem, 1904, Schwacke s.n. (BHCB1442). Idem, Serra de Antônio Pereira, s.d., L. Damazio 1938 (RB).

Page 38: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

31

Idem, Distrito de Lavras Novas, 21-22.I.1996, A. Salino 2430 (BHCB). Idem, Tripuhy, 1932, J. Badini 07 (BHCB, R).

Rio Acima, RPPN Andaime, 29.III.2004, J.B. Figueiredo 306 (BHCB). Simonésia, RPPN Mata do Sossego,

20°04’18,7” S e 42°04’13,1” W, 23.V.2006, A. Salino et al. 11174 (BHCB).

Distribuição geográfica: Lindsaea bifida ocorre apenas no Brasil, com registros para os

estados da Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa

Catarina (Kramer 1957). Figura 17.

Habitats preferenciais: ocorre geralmente, em locais muito úmidos, muitas vezes até

alagados, em matas ciliares, Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Densa

Altomontana, e formações campestres como campos rupestres, entre 770 e 1700 m de altitude.

Comentários: Lindsaea bifida distingue-se das espécies de Lindsaea que ocorrem em Minas

Gerais por apresentar lâmina 3-pinado-pinatissecta, raro 2-pinado-pinatissecta e pelo ápice das

pinas e pínulas bifurcado. Lindsaea stricta pode às vezes ocorrer com lâmina 3-pinada, porém

não apresenta ápice das pinas e pínulas bifurcado. Lindsaea virescens pode aparentar ápice

das pinas e pínulas bifurcado, porém apresenta lâmina 2-pinado-pinatífida, raro 1-pinado-

pinatífida.

5.3. Lindsaea botrychioides A.St.-Hil., Voy. Distr. Diam. 1: 379.1833.

Figura 4F.

Plantas terrestres; caule 0,94 – 2,09 mm diâm., com escamas lanceoladas, de ápice

filiforme, pubescente com tricomas catenados ou clavados, ou sem tricomas. Folhas 30,8 –

59,1 cm compr.; pecíolo 08,9 – 22,4 x 0,07 – 0,22 cm, geralmente sulcado adaxialmente e

angulado abaxialmente, com escamas lanceoladas, de ápice filiforme, pubescente com

tricomas catenados ou clavados; lâmina 17,3 – 38,2 cm compr., 1-pinada, raro 2-pinada,

membranácea ou papirácea, linear (1-pinada) ou rombiforme, abaxialmente não glauca; raque

sulcada adaxialmente com sulco interrompido pelo peciólulo das pinas, levemente angulada

abaxialmente, pubescente com tricomas catenados ou clavados; pinas 0,97-2,1(22,7 nas folhas

2-pinadas) x 0,63 – 1,8 cm, pecioluladas, redondas, flabeladas (1-pinada) ou lineares (2-

pinada), ápice redondo ou cuneado, as basais não reduzidas; costa sulcada ou não

adaxialmente, pubescente; pínulas quando presentes 0,78 – 0,93 x 0,55 – 0,58 cm,

pecioluladas, flabeladas, ápice redondo, margem fértil inteira a levemente crenada, estéril

crenada, as basais reduzidas ou não, glabras; nervuras 2-3-bifurcadas; indumento de tricomas

catenados, clavados ou aciculares, na costa. Soros lineares na margem acroscópica; indúsio

membranáceo ou papiráceo, com margem crenada ou ondulada, glabro; esporos triletes.

Page 39: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

32

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Aiuruoca, Serra do Papagaio, 21.VI.1943, G.M. Magalhães 5773

(BHCB). Idem, RPPN do Matutu e Parque Estadual da Serra do Papagaio, 22°08’1,06” S - 22°07’66” S e 44°66’30,6”

W - 44°68’38,5” W, 10.X.2004, A. Salino et al. 9724 (BHCB). Antônio Carlos, 09.I.1980, L. Krieger s.n. (BHCB 4198).

Barbacena, do lado da Cabana da Mantiqueira na BR 040, XII.2002, A. Salino & V.A.O. Dittrich 8223 (BHCB). Catas

Altas, Parque Natural do Caraça, região da Cascatinha, 20°06’32” S e 43°28’43” W, 19.IV.1997, A. Salino 3018

(BHCB). Idem, Gruta do Padre Caio, 15.IV.2000, A. Salino 5246 (BHCB). Idem, caminho do Tanque Grande,

20°05’45,5” S e 43°28’54,1” W, 10.VII.2004, A. Salino et al. 9620 (BHCB). Idem, próximo ao Tanque Grande,

07.VII.2005, R.C. Mota 2927 (BHCB). Lima Duarte, Parque Estadual do Ibitipoca, 21°42’24” S e 43°53’ 25” W,

09.VIII.2005, C.M. Mynssen et al. 780 (RB). Montes Claros, Serra do Clattoni, 10.XI.1938, Markgrat et al. 3233 (RB).

Ouro Preto, 1904, Schwacke s.n. (BHCB 1443). Idem, 1938, L. Rennó s.n. (BHCB 3755). Idem, Parque Estadual do

Itacolomi, 13.V.1998, A. Salino et al. 4242 (BHCB). Idem, Serra do Itacolomi, 1933, J. Badini 20 (BHCB). Idem,

Morro de São Sebastião, 1902, L. Damazio s.n. (RB 36245 e HB 36245). Idem, Morro de São Sebastião, III.1912, H.

Souza Araújo s.n. (R 121969). Idem, Morro de São Sebastião, s.d., L. Damazio 161 (R). Santa Bárbara, Serra do

Caraça, 11.IX.1990, J.R. Stehmann et al. s.n. (BHCB 28389). Idem, Serra do Caraça, caminho para Gruta do Padre

Caio, 24.V.1987, D. Zappi & V.L. Scatena s.n. (BHCB 104983). Idem, s.d., J. Badini 20 (R).

Distribuição geográfica: Lindsaea botrychioides é uma espécie endêmica do Brasil ocorrendo

em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Figura 18.

Habitats preferenciais: ocorre geralmente no interior de formações florestais como Floresta

Ombrófila Densa Altomontana e Floresta Estacional Semidecidual Montana, entre 1200 e 1850

m de altitude.

Comentários: Segundo Kramer (1957), Lindsaea botrychioides pode ser confundida com L.

ovoidea, que também ocorre em Minas Gerais. No entanto, Lindsaea ovoidea difere pelo

pecíolo bege a castanho, pela lâmina (1)2-pinada e uma incisão na porção mediana do lado

acroscópico das pínulas.

5.4. Lindsaea divaricata Klotzsch, Linnaea 18: 547. 1844.

Figura 4G – I.

Plantas terrestres ou rupícolas; caule 1,27 – 3,89 (7,17) mm diâm., com escamas

lanceoladas, de ápice acuminado a filiforme, pubescente com tricomas aciculares ou

catenados, ou sem tricomas. Folhas 12,8 – 96,1 cm compr.; pecíolo 8,5 – 55,7 x 0,10 – 0,34

cm, alado ou não, sulcado ou não adaxialmente, cilíndrico abaxialmente, com escamas

lanceoladas, de ápice filiforme, pubescente com tricomas clavados, aciculares ou catenados,

ou sem tricomas; lâmina 14,3 – 40,4 (50,4) cm compr., 2-pinada, membranácea a papirácea,

rombiforme ou linear, abaxialmente glauca ou não; raque alada adaxialmente, não sulcada,

Page 40: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

33

cilíndrica abaxialmente, pubescente com tricomas aciculares, catenados, ou clavados, ou

glabra; pinas 9 – 19,3 x 1,5 – 3,2 cm, pecioluladas ou curto-pecioluladas, elípticas a lineares,

ápice cuneado-lanceado, agudo-lanceado, ou truncado, raro caudado, as basais não

reduzidas; costa alada, não sulcada, angulada abaxialmente, pubescente ou glabra; pínulas

0,68 – 1,49 x 0,3 – 0,63 cm, curto-pecioluladas a pecioluladas, dimidiadas, ápice redondo a

truncado, margem inteira ou crenada principalmente no ápice, glabras, as basais levemente

reduzidas a flabeladas; nervuras 1-2-bifurcadas; indumento de tricomas clavados na costa e

tecido laminar, ou tecido laminar glabro, nervuras glabras. Soros lineares na margem

acroscópica, às vezes no ápice das pínulas; indúsio membranáceo a papiráceo com margem

ondulada a crenada, glabro; esporos triletes.

Page 41: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

34

Figura 4 : A-C. Lindsaea arcuata. A. Pina mediana (A. Salino 5254). B. Detalhe da face abaxial das pínulas (A. Salino 10988). C. Detalhe da face abaxial das pínulas (A. Salino 5254). D-E. Lindsaea bifida (J.B. Figueiredo 66). D. Hábito. E. Detalhe da face abaxial dos segmentos. F. Lindsaea botrychioides (A. Salino 3018), hábito e detalhe da face abaxial da pina. G-I. Lindsaea divaricata. G. Pina mediana; detalhe da forma da raque e costa em corte transversal (A. Salino 10802). H. Detalhe da face abaxial das pínulas (A. Salino 10860). I. Detalhe da face abaxial das pínulas (A. Salino 8852).

Page 42: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

35

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Botumirim, Estrada Canta Galo – Caçaratiba, Cadeia do Espinhaço,

Vargem da Estiva, 17°08’34,0” S e 43°05’01,2” W, 16.II I.2007, A. Salino et al. 11816 (BHCB). Buenópolis, Serra do

Cabral, 17°53’ S e 44°15’ W, 12.X.1988, R.M. Harley et al. 24895 (BHCB). Idem, Parque Nacional das Sempre

Vivas, 17°54’27,7” S e 43°45’24,2” W, 01.V.2007, T.E. Almeida et al. 977 (BHCB). Carmópolis de Minas, Estação

Ecológica Mata do Cedro, 20°27’30,5” S e 44°37’21,2” W, 11.XII.2004, T.E. Almeida 33 (BHCB). Chapada Gaúcha,

Parque Nacional do Grande Sertão Veredas, 15°23’39,4” S e 45°54’01,9” W, 08.II.2006, A. Salino et al. 10802

(BHCB). Conceição do Mato Dentro, Parque Natural Municipal do Ribeirão do Campo, 19°04’20,2” S e 43°32’23,3”

W, 06.VIII.2003, A. Salino & R.C. Mota 8852 (BHCB). Idem, Mata do Córrego da Mina, 19°06’19,4” S e 43°34’04, 9”

W, 30.V.2003, A. Salino et al. 8762 (BHCB). Diamantina, estrada para Gouveia, 15.I.1969, H.S. Irwin et al. 22040

(HB). Idem, Parque Estadual do Biribiri, Fazenda São José, trilha do Córrego do carrapato, 18°08’33,7” S e

43°30’51,4” W, 03.X.2006, F.C. Assis et al. 08 (BHCB). Felício dos Santos, APA Felício, Mata do Isidoro, entorno do

Parque Estadual do Rio Preto, 18°12’37,4” S e 43°17’05 ,2” W, 31.X.2004, A. Salino et al. 9968 (BHCB). Formoso,

Parque Nacional do Grande Sertão Veredas, Cabeceira do Rio Preto, 15°23’26,8” S e 45°53’04,4” W, 07.II.20 06, A.

Salino et al. 10800 (BHCB). Idem, próximo a Casa da Furnatura, 15°23’26,8” S e 45°53’0 4,4” W, 07.II.2006, A.

Salino et al. 10801 (BHCB). Idem, Vereda Terra Vermelha, 15°11’30,8” S e 45°53’06,5” W, 06.II.2006, A. Salino et al.

10760 (BHCB). Fronteira, Fazenda Retiro Velho, 29.X.1994, Sena & Truisan 02 (SJRP). Grão Mogol, Córrego da

Bonita, subida para o morro do Jambreiro, 16°35’ S e 42°56’ W, 07.IX.1990, J.R. Pirani et al. s.n. (BHCB 104985).

Itambé do Mato Dentro, Distrito de Santana do Rio Preto, 19°24’54,0” S e 43 °25’40,6” W, 06.VIII.2006, T.E. Almeida

& D.T. Souza 334 (BHCB). Joaquim Felício, Serra do Cabral, 17°41’53,5” S e 44°16’08,6” W, 11.II.2006, A. Salino et

al. 10861 (BHCB). Idem, 17°41’34,7” S e 44°11’39,4” W, 11.II.2006, A. Salino et al. 10838 (BHCB). Idem, 17°41’53,5”

S e 44°16’08,6” W, 11.II.2006, A. Salino et al. 10860 (BHCB). Idem, cachoeira na área urbana, 17°45’28,5” S e

44°10’44,0” W, 11.II.2006, A. Salino et al. 10870 (BHCB). Leme do Prado, Estação Ecológica de Acauã, 17°09’42,8”

S e 42°46’38,3” W, 02.VII.2006, A. Salino et al. 11209 (BHCB). Santa Rita do Itueto, Parque Estadual de Sete

Salões, Trilha para Gruta de Sete Salões e Pico do Garrafão, 19°16’42” S e 41°22’22,6” W, 09.V.2006, A. Salino et

al. 10987 (BHCB). Santana do Riacho, Parque Nacional da Serra do Cipó, trilha para a Cachoeira da Farofa,

13.VII.1987, J. Prado et al. s.n. (BHCB 104987). Idem, 19°22’45,5” S e 43°34’34,2” W, 17.I.2006, T.E. Almeida &

D.T. Souza 162 (BHCB). Santo Antônio do Itambé, Parque Estadual do Pico do Itambé, trilha da Cachoeira do

Neném, 04.X.2006, F.C. Assis et al. 13 (BHCB). Idem, 04.X.2006, F.C. Assis et al. 12 (BHCB). São Gonçalo do Rio

Preto, Areal do Córrego da Lapa, 18°05’27,5” S e 43°20’29, 8” W, 07.IV.2000, A. Salino et al. 5186 (BHCB). Idem,

Parque Estadual do Rio Preto, 17.XI.1999, L.C.N. Melo 01 (BHCB). Serro, Milho Verde, 24.VII.2002, R.C. Mota 1487

(BHCB).

Distribuição geográfica: Lindsaea divaricata ocorre na Guatemala, Panamá, Guiana Francesa

até o Paraguai (Kramer 1957). No Brasil ocorre nos estados do Amazonas, Mato Grosso,

Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo (Assis & Salino 2007). Figura 19.

Habitats preferenciais: ocorre preferencialmente em matas ciliares e de galeria, em terrenos

brejosos ou periodicamente alagados, às vezes, em Floresta Estacional Semidecidual de

encosta, ou Submontana, entre 600 e 1300 m de altitude.

Comentários: Lindsaea divaricata apresenta duas variações morfológicas em Minas Gerais: a)

plantas com pinas congestas que apresentam pínulas com ápice truncado; b) plantas com

pinas laxas que apresentam pínulas com ápice redondo. Lindsaea divaricata pode ser

Page 43: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

36

facilmente confundida com três táxons que ocorrem em Minas Gerais: L. guianensis ssp.

lanceastrum, L. lancea var. lancea. No entanto, Lindsaea divaricata difere dos táxons por

apresentar pecíolo e raque abaxialmente cilíndricos e costa angulada na face abaxial, muitas

vezes aladas, além de face abaxial das pínulas, às vezes, glauca. Lindsaea divaricata com a

variação do tipo b) pode ser confundida com L. quadrangularis ssp. terminalis K.U. Kramer.

Segundo Kramer (1957) é muito difícil diferenciar os dois táxons, principalmente os que

ocorrem na parte sul da sua distribuição. No presente trabalho todos os espécimes foram

determinados como Lindsaea divaricata por apresentarem maior correspondência com este

táxon.

5.5. Lindsaea guianensis (Aubl.) Dryand. ssp. lanceastrum K.U. Kramer, Acta Bot Neerl. 6: 216.

1957.

Figura 5A – B.

Plantas terrestres; caule 0,95 – 3,51 mm diâm., com escamas lanceoladas, de ápice

filiforme, sem tricomas. Folhas 23,4 – 77,7 cm compr.; pecíolo 5,6 – 44,7 x 0,14 – 0,27 cm, não

sulcado, angulado a cilíndrico abaxialmente, com escamas lanceoladas, de ápice filiforme,

pubescente com tricomas clavados ou catenados; lâmina 17,8 – 37,3 cm compr., 2-pinada, raro

1-pinada, membranácea ou papirácea, rombiforme ou elíptica, abaxialmente não glauca; raque

alada ou não adaxialmente, não sulcada, cilíndrica abaxialmente, pubescente com tricomas

clavados ou catenados; pinas (13)10 – 23,5 x 2,5 – 3,5 cm (pinas 1,13 – 1,62 x 0,61 – 0,75 cm

nas plantas 1-pinadas), pecioluladas, elípticas a lineares, ápice cuneado a lanceado, as basais

não reduzidas; costa alada ou não, não sulcada, cilíndrica abaxialmente, pubescente ou glabra;

pínulas 0,53 – 1,82 x 0,34 – 0,73 cm, pecioluladas, dimidiadas, ápice redondo ou truncado,

margem inteira a levemente ondulada, ou crenada no lado acroscópico, as basais reduzidas;

nervuras 1-2-bifurcadas; indumento de tricomas aciculares ou catenados na costa, tricomas

clavados na costa e tecido laminar, ou tecido laminar glabro, nervuras glabras. Soros lineares

na margem acroscópica e ápice das pínulas; indúsio membranáceo, com margem ondulada a

crenada, glabro; esporos triletes.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Francisco Dumont, Serra do Cabral, 18.V.2001, G. Hatschbach et

al. 72184 (BHCB). Grão Mogol, Córrego da Bonita, subida para o Morro do Jambreiro, 16°35’ S e 42°56’ W,

07.IX.1990, J.R. Pirani et al. s.n. (BHCB 104985). Jaboticatuba, Serra do Cipó, 06.VIII.1972, G. Hatschbach 29983

(HB). Leme do Prado, Estação Ecológica de Acauã, 17°09’42,8” S e 42°46’38 ,3” W, 02.VII.2006, A. Salino et al.

11208 (BHCB). Ouro Preto, 1904, Schwacke s.n. (BHCB 21442). Idem, 1938, J.M.P. Sobrinho s.n. (BHCB 1441).

Idem, 1937, J. Badini 49 (BHCB). São Gonçalo do Rio Preto, Parque Estadual do Rio Preto, Areal do Córrego da

Lapa, 18°05’27,5” S e 43°20’29,8” W, 07.IV.2000, A. Salino et al. 5184 (BHCB). Idem, 17.XI.1999, L.C.N. Melo 04

(BHCB). São José da Barra, Represa de Furnas, Morro próximo à pousada do Rio Turvo, beira da represa,

Page 44: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

37

30.IX.2005, A.A. Arantes et al. 1544 (HUFU). São Roque de Minas, Estrada para a Cachoeira dos Rolinhos,

21.XI.1995, J.N. Nakajima et al. 1573 (BHCB). São Sebastião do Paraíso, Fazenda Cachoeira, 14.IV.1945, Brade &

A. Barbosa 17988 (RB).

Distribuição geográfica: Lindsaea guianensis ssp. lanceastrum ocorre no Brasil e Paraguai

(Kramer 1957). No Brasil ocorre nos estados do Amazonas, Maranhão, Ceará, Pernambuco,

Alagoas, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Paraná (Assis

& Salino 2007). Figura 20.

Habitats preferenciais: ocorre geralmente em locais encharcados no interior de matas ciliares,

de galeria e veredas, entre 700 e 1150 m de altitude.

Comentários: Kramer (1957) reconheceu para Lindsaea guianensis duas subespécies, sendo

que somente L. guianensis ssp. lanceastrum ocorre em Minas Gerais. Ver comentário de

Lindsaea divaricata.

5.6. Lindsaea lancea (L.) Bedd. var. lancea, Suppl. Ferns S. Ind. 6.1876. Adiantum lancea L.,

Sp. Pl. ed.2. 2: 1557. 1763.

Figura 5C – D.

Plantas terrestres; caule 1,19 – 4,8 mm diâm., com escamas lanceoladas, de ápice

acuminado a filiforme, sem tricomas. Folhas 22,2 – 89,8 cm compr.; pecíolo 6,5 – 60,8 x 0,12 –

0,32 cm, sulcado ou não adaxialmente, angulado abaxialmente, com escamas lanceoladas, de

ápice acuminado a filiforme, pubescente com tricomas clavados, catenados, ou sem tricomas;

lâmina 7 – 34,7 cm compr., 2-pinada, raro 1-pinada, membranácea, rombiforme ou linear,

abaxialmente não glauca; raque sulcada ou alada adaxialmente, angulada abaxialmente,

pubescente com tricomas clavados, ou glabra; pinas 7 – 23,5 x 2 – 3,9 cm (pinas 1,28 – 1,91 x

0,55 – 0,84 cm nas plantas 1-pinadas), pecioluladas, elípticas a lineares, ápice lanceado, as

basais não reduzidas; costa sulcada ou alada adaxialmente, angulada abaxialmente,

pubescente ou glabra; pínulas 1,08 – 1,95 x 0,4 – 0,88 cm, pecioluladas, dimidiadas, ápice

redondo a truncado, margem inteira a crenada, principalmente no ápice das pínulas estéreis,

as basais reduzidas (flabeladas); nervuras 1-2-bifurcadas; indumento de tricomas clavados na

costa e tecido laminar, ou tecido laminar glabro, nervuras glabras. Soros lineares na margem

acroscópica, às vezes no ápice das pínulas; indúsio membranáceo a papiráceo com margem

ondulada, glabro; esporos triletes.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Almenara, Fazenda Limoeiro, Mata da Mamoneira, 16°02’ S e

40°51’ W, 22.II.2003, A. Salino et al. 8290 (BHCB). Idem, 22.II.2003, A. Salino et al. 8295 (BHCB). Araguari, UHE

Page 45: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

38

Capim Branco, 04.III.1996, E. Tameirão Neto 1917 (BHCB). Bandeira, Mata do Boi Rajado, 15°47’55,7” S e

40°31’35,2” W, 05.X.2003, A. Salino et al. 9059 (BHCB). Carangola, Fazenda Santa Rita, 22.IX.1987, L.S. Leoni 110

(BHCB). Caratinga, Estação Biológica de Caratinga, Matão, 25.III.2000, A. Salino 5165 et al. (BHCB). Conceição do

Mato Dentro, Parque Natural do Ribeirão do Campo, 19°06’19,4” S e 43°34’04,9” W, 30.V.2003, A. Salino et al. 8761

(BHCB). Idem, Estrada para Morro do Pilar, 19°06’11,46” S e 43°24 ’33,6” W, 25.IX.2005, T.E. Almeida et al. 130

(BHCB). Conselheiro Pena, Parque Estadual Sete Salões, 19°15’09,4” S e 41°23’ 37,1” W, 07.V.2006, A. Salino et al.

10896 (BHCB). Idem, 19°15’30,6” S e 41°22’24,7” W, 07.V.2006, A. Salino et al. 10926 (BHCB). Descoberto,

Reserva do Grama, 15.VI.2005, C.M. Mynssen et. al 726 (RB). Idem, 31.III.2001, R.M. Castro et al. 230 (RB).

Francisco Dumont, Serra do Cabral, 18.V.2001, G. Hatschbach & E. Barbosa 72184 (MBM). Formoso, Parque

Nacional do Grande Sertão Veredas, mata do Córrego do Veado, 15°23’26,8” S e 45°53’04,4” W, 07.II.2006, A.

Salino et al. 10789 (BHCB). Furnas, 06.VII.1995, A. Salino 2194 (BHCB). Ibiraci, Usina Hidrelétrica de Peixoto, Vale

das Borboletas, 20°27’ S e 47°08’ W, 30.X.1999, I.M. Assis 03 (BHCB). Igarapé, Nossa Senhora da Paz, Fazenda da

Mata, 11.I.2000, A. Salino & P.O. Moraes 5030 (BHCB). Itamarandiba, Parque Estadual da Serra Negra, região

Tromba D’ánta, 18°01’42,5” S e 42°54’27,6” W, 05.VII. 2006, A. Salino et al. 11339 (BHCB). Lagoa Santa,

Condomínio Estância da Mata, 08.VIII.1998, P.O. Moraes & A. Salino 04 (BHCB). Idem, Condomínio Estância da

Mata, VIII.2007, A. Salino & A.M. Salino 12838 (BHCB). Marliéria, Parque Florestal do Rio Doce, 15.VI.1995, A.

Salino 2120 (BHCB). Idem, 17.VII.1996, A. Salino 2792 (BHCB). Idem, Trilha do Vinhático, 05.XII.1996, A. Salino

2843 (BHCB). Nova Lima, RPPN Mata do Jambreiro, 19°58’41,9” S e 43°53’10,6” W, 21.V.2003, J.B. Figueiredo &

F.A. Carvalho 32 (BHCB). Idem, RPPN Tumbá, 19.I.2004, J.B. Figueiredo et al. 210 (BHCB). Ouro Preto, Serra do

Frasão, 1934, J. Badini 52 (BHCB, R). Rio Acima, RPPN de Andaime, 18.II.2004, J.B. Figueiredo & J.C. Queiroz 251

(BHCB). Rio Casca, Lagoa Grande, 1936, J. Badini 233 (RB). Sabará, Mina de Cuiabá, Anglogold Ashanti, Base da

Serra da Piedade, 19°51’10,7” S e 43°44’00,9” W, 20.IV .2006, D.T. Souza 09 (BHCB). Sabará – Serra da Piedade,

1920, L. Damazio s. n. (BHCB 1444). Santa Maria do Salto, Fazenda Duas Barras, próximo à Sede, 16°24’18,7” S e

40°03’22,1” W, 22.VIII.2003, J.A. Lombardi et al. 5381 (BHCB). Idem, Distrito de Talismã, Fazenda Duas Barras,

16°24’16,5” S e 40°03’27,4” W, 09.X.2003, A. Salino et al. 9197 (BHCB). Idem, Distrito de Talismã, Fazenda Duas

Barras, 16°24’50,0” S e 40°02’57,4” W, 07.III.2004, A. Salino et al. 9464 (BHCB). Santa Rita do Itueto, Fazenda Três

Pedras, margem do Córrego Querozena, 19°21’59,8” S e 41°20’24,6” W, 08.V.2006, A. Salino et al. 10965 (BHCB).

São Gonçalo do Rio Abaixo, Estação de Pesquisa Ambiental de Peti, 19°53’33” S e 43°21’55” W, 23.IV.2002, A.

Salino 7984 (BHCB). Idem, próximo à casa de força, 19°53’00,2” S e 43°22’10, 4” W , 26.IX.2002, A. Salino 8056

(BHCB). São Gonçalo do Rio Preto, Parque Estadual do Rio Preto,17.XI.1999, A. Salino 4744 (BHCB). Idem, Areal

do Córrego da Lapa, 18°05’27,5” S e 43°20’29,8” W, 07.IV.2000, A. Salino et al. 5185 (BHCB). São Roque de Minas,

Parque Nacional da Serra da Canastra, Casca D’anta, 20°18’20” S e 46°31’12,8” W, 14.VII.1997, A. Salino 3207

(BHCB). Idem, 24.IV.1998, M.F. de Vasconcelos s.n. (BHCB 41443). Idem, 20°12’40,8” S e 46°34’15,1” W,

01.II.2007, A. Salino et al. 11667 (BHCB). Serra da Piedade, s.d., L. Damazio 739 (RB).

Distribuição geográfica: Lindsaea lancea var. lancea ocorre no México, America Central,

Antilhas, Trinidad, Guiana Francesa até o Paraguai (Kramer 1957). No Brasil ocorre nos

estados do Acre, Rondônia, Amazonas, Amapá, Pará, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Bahia,

Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo,

Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Assis & Salino 2007). Figura 21.

Page 46: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

39

Habitats preferenciais: ocorre geralmente em formações florestais do bioma Cerrado, e

florestais Estacionais Semideciduais Montana e Submontana, e Ombrófilas Densa Submontana

e Montana do bioma Mata Atlântica, entre 250 e 1360 m de altitude.

Comentários: Kramer (1957) reconheceu para Lindsaea lancea cinco variedades, sendo que

somente L. lancea var. lancea ocorre em Minas Gerais. Ver comentário de Lindsaea divaricata.

5.7. Lindsaea ovoidea Fée, Crypt. Vasc. Brés. II: 21. 1872-73.

Figura 5E – F.

Plantas terrestres ou rupícolas; caule 1,25 – 1,61 mm diâm., com escamas lanceoladas,

de ápice filiforme, sem tricomas. Folhas 12,1 – 51,8 cm compr.; pecíolo 4,3 – 21,5 x 0,06 –

0,19 cmm, sulcado ou não adaxialmente, cilíndrico ou angulado abaxialmente, com escamas

lanceoladas, de ápice filiforme, pubescente com tricomas clavados; lâmina 7,8 – 30,3 cm

compr., (1)2-pinada, membranácea a papirácea, rombiforme, abaxialmente não glauca; raque

sulcada ou não adaxialmente, angulada abaxialmente, pubescente com tricomas clavados ou

catenados, ou glabra; pinas 9 – 12,7 x 1,09 – 2,16 cm, subsésseis, lineares, ápice cuneado a

redondo, as basais não reduzidas; costa sulcada adaxialmente, angulada a cilíndrica

abaxialmente, pubescente ou glabra; pínulas 0,68 – 0,7 x 0,42 – 0,45 cm, subsésseis a

pecioluladas, flabeladas a ovadas, ápice redondo, margem crenada a serreada, glabra, as

basais reduzidas ou não; nervuras 2-bifurcadas, às vezes, 1-furcadas; indumento de tricomas

clavados na costa e tecido laminar, raro nas nervuras. Soros oblongos ou lineares na margem

acroscópica e ápice das pínulas; indúsio membranáceo, com margem fortemente serreada,

glabro; esporos triletes.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Ouro Preto, Parque Estadual do Itacolomi, Pico do Itacolomi,

13.V.1998, A. Salino et al. 4236 (BHCB).

Material adicional examinado: BRASIL. SÃO PAULO: Caraguatatuba, estrada da Intermediária, 23°38’44,0” S e

45°40’21,0” W, 25.IV.2000, A. Salino 54140 (BHCB). Ubatuba, Parque Estadual da Serra do Mar, núcleo de

Picinguaba, trilha do Pico do Cuscuzeiro, 23°17’40,3” S e 44°47’40,0” W, 07.VIII.2001, A. Salino et al. 7304 (BHCB).

Idem, trilha do Pico do Corcovado, 23°26’56,6” S e 45°11’ 35,8” W, 01.XI.2001, A. Salino et al. 7781 (BHCB).

Page 47: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

40

Figura 5 : A-B. Lindsaea guianensis ssp. lanceastrum (A. Salino 11208). A. Face abaxial das pínulas basais; detalhe da forma da raque e costa em corte transversal. B. Detalhe da face abaxial das pínulas. C-D. Lindsaea lancea var. lancea (A. Salino 10896). C. Hábito, mostrando detalhe da forma da raque e costa em corte transversal. D. Detalhe da face abaxial das pínulas. E-F. Lindsaea ovoidea (A. Salino 4236). E. Hábito. F. Detalhe da face abaxial da pina. G-I. Lindsaea quadrangularis ssp. quadrangularis. G. Pina mediana (T.E. Almeida 57). H. Detalhe da face abaxial das pínulas (F.A. Carvalho 118). I. Detalhe da face abaxial das pínulas (J.B. Figueiredo 285). K-L. Lindsaea stricta var. stricta (A. Salino 3229). K. Pina mediana. L. Detalhe da face abaxial das pínulas.

Page 48: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

41

Distribuição geográfica: Lindsaea ovoidea é uma espécie endêmica do Brasil com registros

para Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Figura 21.

Habitats preferenciais: ocorre no interior de matas de galeria e de Floresta Ombrófila Densa

Montana e Altomontana, entre 1000 e 1200 m de altitude.

Comentários: Lindsaea ovoidea difere das demais espécies de Lindsaea que ocorrem em

Minas Gerais por apresentar uma incisão na porção mediana do lado acroscópico das pínulas.

Ver comentário de Lindsaea botrychioides.

5.8. Lindsaea quadrangularis Raddi ssp. quadrangularis, Opusc. Sci. Bol. 3: 294. 1819.

Figura 5G – I.

Plantas terrestres, raro rupícolas; caule 1,6 – 3,99 mm diâm., com escamas

lanceoladas, de ápice filiforme, sem tricomas. Folhas 41,2 – 79 cm compr.; pecíolo 16 – 50,7 x

0,09 – 0,31 cm, alado ou sulcado adaxialmente, angulado abaxialmente, com escamas

lanceoladas, de ápice filiforme, pubescente com tricomas clavados, ou sem tricomas; lâmina

20,7 – 40,4 cm compr., 2-pinada, membranácea, rombiforme ou linear, abaxialmente não

glauca; raque alada, sulcada ou não adaxialmente, angulada abaxialmente, pubescente com

tricomas clavados, ou glabra; pinas 7,3 – 19,6 x 1,3-2,6 cm, curto-pecioluladas a pecioluladas,

lineares, ápice cuneado, caudado ou não, as basais não reduzidas; costa alada ou sulcada

adaxialmente, angulada abaxialmente, pubescente ou glabra; pínulas 0,64 – 1,35 x 0,34 – 0,65

cm, curto-pecioluladas, dimidiadas, ápice truncado, margem crenada a fortemente serreada,

glabra, as basais reduzidas a flabeladas; nervuras 1-3-bifurcadas; indumento de tricomas

clavados na costa e tecido laminar, ou tecido laminar glabro, nervuras glabras. Soros lineares

ou oblongos, na margem acroscópica e ápice das pínulas; indúsio membranáceo com margem

crenada a fortemente serreada, pubescente com tricomas clavados, somente na base, ou

glabro; esporos monoletes.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Carangola, Fazenda Sta. Rita, 26.V.1989, A. Salino 737 (BHCB,

HB, MBM). Conceição do Mato Dentro, 19°06’11,46” S e 43°24’33,6” W, 25.IX.2005, T.E. Almeida et al. 131 (BHCB).

Idem, Parque Natural Municipal do Ribeirão do Campo, 19°04’20,2” S e 43°32’23,3” W, 06.VIII.2003, A. Salino &

R.C. Mota 8863 (BHCB). Coronel Pacheco, 16.V.1944, E.P. Heringer 1257 (RB). Dores de Guanhães, Margem do

Rio Guanhães, 19°02’14,9” S e 42°55’28,4” W, 13.VIII. 2005, T.E. Almeida et al. 57 (BHCB). Marliéria, Parque

Florestal do Rio Doce, Salão Dourado, IX.1997, A. Salino & L.C.N. Melo 3443 (BHCB). Idem, estrada para Porto

Capim, 01.III.1999, A. Salino 4433 (BHCB). Nova Lima, RPPN Tumbá, 19.I.2004, J.B. Figueiredo et al. 214 (BHCB).

Idem, RPPN de Capitão do Mato, 20°07’55,7” S e 43°54’55,6” W, 11.VI.2004, J.B. Figueiredo & S.G. de Lima 270

(BHCB). Idem, RPPN Mata do Jambreiro, 19°58’41,9” S e 43°53’10,6” W, 21.V.2003, J.B. Figueiredo & F.A.

Page 49: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

42

Carvalho 08 (BHCB). Idem, RPPN Tumbá, 18.III.2004, J.B. Figueiredo & A.J. da Silva 285 (BHCB). Poté, Fazenda

Nossa Senhora de Fátima, 17°44’35” S - 43’52” S e 41°43’13”-56” W, 20.VIII.200 4, J.A. Lombardi et al. 6042

(BHCB). Rio Acima, RPPN de Andaime, 25.XI.2003, J.B. Figueiredo & T.E. Almeida 196 (BHCB). Rio Casca, 1936,

J. Badini 234 (RB). Sabará, RPPN Cuiabá, Anglogold Ashanti, Base da Serra da Piedade, 19°51’08,7” S e

43°43’45,7” W, 18.VII.2006, T.E. Almeida & D.T. Souza 228 (BHCB). São Gonçalo do Rio Abaixo, Estação de

Pesquisa Ambiental de Peti, 19°53’33” S e 43°21’55” W , 23.VI.2002, A. Salino 7982 (BHCB). Idem, 19°53’0,2” S e

43°22’10,4” W, VIII.2002, F.A. Carvalho 118 (BHCB). São João Nepomuceno, s.d., T. Lopes s.n. (RB 36248). São

Roque de Minas, Parque Nacional da Serra da Canastra, Casca D’anta, 20°18’20” S e 46°31’12,8” W, 15.VII.1997,

A. Salino 3233 (BHCB). São Sebastião do Paraíso, Fazenda Calada, 16.IV.1945, Brade & A. Barbosa 17987 (RB).

Distribuição geográfica: Lindsaea quadrangularis ssp. quadrangularis é endêmica do Brasil,

com registros para Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Figura 22.

Habitats preferenciais: ocorre geralmente em formações florestais como matas ciliares, de

galeria e secundária, e Floresta Estacional Semidecidual Montana, entre 600 e 780 m de

altitude.

Comentários: Kramer (1957) reconheceu para Lindsaea quadrangularis quatro subespécies,

das quais somente Lindsaea quadrangularis ssp. quadrangularis ocorre em Minas Gerais.

Lindsaea quadrangularis ssp. quadrangularis apresenta duas variações morfológicas em Minas

Gerais: a) plantas que apresentam ápice das pinas raramente caudado, pínulas pequenas com

margem crenada a serreada e margem do indúsio crenada a serreada; b) plantas que

apresentam pinas com ápice fortemente caudado, pínulas maiores com margem fortemente

serreada e margem do indúsio fortemente serreada. Lindsaea quadrangularis ssp.

quadrangularis, com a primeira variação pode ser facilmente confundida com L. arcuata, que

também ocorre em Minas Gerais. No entanto, Lindsaea arcuata difere deste táxon por

apresentar esporos triletes. Lindsaea quadrangularis ssp. quadrangularis, com a segunda

variação, pode ser facilmente confundida com L. ovoidea, que ocorre em Minas Gerais. No

entanto, Lindsaea ovoidea difere deste táxon por apresentar esporos triletes.

5.9. Lindsaea stricta (Sw.) Dryand. var. stricta, Trans. Linn. Soc. London 3: 42. 1797. Adiantum

strictum Sw., Prodr.: 135. 1788.

Figura 5K – L.

Plantas terrestres ou rupícolas, raro epífitas; caule 1,04 – 4,25 mm diâm., com escamas

lanceoladas, de ápice filiforme, sem tricomas. Folhas 8,9 – 103,8 cm compr.; pecíolo 1,3 – 61,1

x 0,07 – 0,33 cm, sulcado ou não adaxialmente, cilíndrico abaxialmente, com escamas

lanceoladas, de ápice filiforme, pubescente com tricomas clavados, catenados, ou sem

Page 50: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

43

tricomas; lâmina 7,3 – 55 cm compr., geralmente 2-pinada, raramente 1-pinada ou 3-pinada,

papirácea a cartácea, rombiforme ou linear, abaxialmente não glauca; raque sulcada ou não

adaxialmente, cilíndrica abaxialmente, pubescente com tricomas clavados, ou glabra; pinas

0,39 – 25,7 x 0,25 – 2 cm, curto-pecioluladas ou pecioluladas, lineares, elípticas, ou dimidiadas,

ápice cuneado, redondo, ou caudado, as basais não reduzidas; costa sulcada ou não

adaxialmente, cilíndrica abaxialmente, pubescente ou glabra; pínulas 0,3 – 1,19 x 0,23 – 0,6

cm, curto-pecioluladas, dimidiadas ou lineares, ápice redondo ou cuneado, as basais reduzidas

ou não; pinululas 0,29 – 0,64 x 0,22 – 0,44 cm, curto-pecioluladas, dimidiadas ou flabeladas,

ápice redondo, margem crenada ou ondulada, as basais reduzidas; nervuras 1-2-bifurcadas;

indumento de tricomas clavados na costa e tecido laminar, ou tecido laminar glabro, nervuras

glabras. Soros lineares ou oblongos, na margem acroscópica e ápice das pínulas; indúsio

membranáceo, margem serreada, raro fortemente crenada, pubescente com tricomas

clavados, somente na base, ou glabro; esporos triletes.

.

Material examinado selecionado: BRASIL. MINAS GERAIS: Belo Horizonte, Jardim Botânico, 24.II.1934, A.J. de

Sampaio 7212 (R). Idem, Serra do Taquaril, 08.VIII.1942, J.E. de Oliveira 995 (BHCB). Belo Vale, Fazenda

Cachoeira, 19.VII.1999, G.C. de Castro s.n. (BHCB 68170). Boa Esperança, Parque Estadual da Serra da Boa

Esperança, Serra da Boa Esperança, 21°0’0,5” S e 45°4 0’40,3” W, 14.XII.2007, A. Salino et al. 13017 (BHCB).

Brumadinho, Nascente Riacho Limpo do Retiro das Pedras, 01.VI.2001, R. Morais et al. s.n. (BHCB 77836).

Brumadinho/Santa Bárbara, VIII.1997, L.V. Costa s.n. (BHCB 10750). Caeté, XI.1915, F.C. Hoehne 6571 (R).

Camanducaia, Mata do Trevo de acesso a Camanducaia, 22°44’53,2 ” S e 46°09’16,9” W, 01.VI.2001, A. Salino 6887

(BHCB). Carandaí, Pedra do Sino Hotel Fazenda, BR040, km 6, 20°52’40,5 ” S e 43°48’51,7” W, 25.III.2006, N.F.O.

Mota & P.L. Viana 612 (BHCB). Caratinga, Estação Biológica de Caratinga, Fazenda Montes Claros, 05.IX.1998, A.

Salino et al. 4294 (BHCB). Carrancas, Serra de Carrancas, trecho da Serra das Broas na Chapada dos Perdizes,

21°36’17,2” S e 44°36’19,2” W, 19.VI.2007, A. Salino et al. 12289 (BHCB). Catas Altas, Parque Natural do Caraça,

Trilha para a Cascatona, 01.IV.1999, A. Salino et al. 4564 (BHCB). Idem, Caraça, em campo pequeno, 23.III.1957,

Ed. Pereira 2617 & Pabst 3453 (HB). Idem, Gruta do Padre Trombert, 29.II.1976, R.W. Windisch & A. Ghillány 487

(HB). Conceição do Mato Dentro, 18.V.1989, G. & M. Hatschbach & V. Nicolack 52866 (MBM). Idem, Margem do Rio

Santo Antônio, Estrada para Morro do Pilar, 19°06’25,3 4” S e 43°24’17,25” W, 24.IX.2005, T.E. Almeida et al. 114

(BHCB). Congonhas, Serra do Cipó, 29.V.1996, A. Salino 2746 (BHCB). Congonhas do Norte, 18°45’04” S e

43°40’43” W, 01.III.1998, J.R. Pirani et al. 4087 (SPF). Conselheiro Mata, VI.1904, Brade s.n. (HB 30628).

Delfinópolis, Paraíso Selvagem, Trilha para Salto Solitário, 20°26’ 04” S e 46°39’13” W, 04.XII.2002, J.N. Nakajima et

al. 3332 (BHCB). Idem, trilha Casinha Branca, Fazenda Zé Antunes, 20°26’04 ” S e 46°39’12” W, 11.IV.2002, R.A.

Pacheco et al. 129 (BHCB). Diamantina, Parque Estadual do Biribiri, Estrada para Fazenda Duas Pontes, Porteirão

de São Miguel, 18°09’37,8” S e 43°35’03,3” W, 02.X.20 06, F.C. Assis et al. 04 (BHCB). Idem, 18°08’33,7” S e

43°30’51,4” W, 03.X.2006, F.C. Assis et al. 07 (BHCB). Dores de Guanhães, Serra do Caraça, 19°04’14,3” S e

42°52’23,2” W, 15.VIII.2005, T.E. Almeida et al. 78 (BHCB). Felício dos Santos, APA Felício, Mata do Isidoro,

entorno do Parque Estadual do Rio Preto, 18°10’45,0” S e 43°17’12,5” W, 09.VIII.2004, N.F.O. Mota & P.L. Viana 54

(BHCB). Gouveia, Cadeia do Espinhaço, Fazenda do Tigre, Córrego do Onça, 18°33’52,3” S e 43°48’22,7” W,

17.III.2007, A. Salino et al. 11844 (BHCB). Grão Mogol, Serra do Barão, 30.VI.1975, R.W. Windisch & A. Ghillány

357 (HB). Idem, 03.IX.1985, T.B. Cavalcanti et al. s.n. (SPF39632). Igarapé, próx. ao Sítio Pedra Menina, 12.I.2000,

A. Salino & P.O. Morais 5035 (BHCB). Itamarandiba, Parque Estadual da Serra Negra, região Buracão, 18°0 1’05,21”

Page 51: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

44

S e 42°56’55,5” W, 05.VII.2006, A. Salino et al. 11325 (BHCB). Itambé do Mato Dentro, Distrito de Santana do Rio

Preto, Cabeça de Boi, 19°24’52,7” S e 43°25’46,0” W, 06.VIII.2006, T.E. Almeida & D.T. Souza 350 (BHCB).

Jaboticatubas, Serra do Cipó, 19°19’ S e 43°36’ W, 10.III.1969, G. Eiten & L.T. Eiten 10974 (HB). Idem, Serra do

Cipó, 05.VIII.1972, G. Hatschbach 29862 (MBM). Idem, 06.VIII.1972, G. Hatschbach 29983 (MBM). Jequeri, Área da

Usina de Providência, 29.IX.1997, A. Salino 3517 (BHCB). Idem, Área de inundação da Usina de Providência,

20.XI.1997, A. Salino 3780 (BHCB). João Monlevade, 27.V.1983, J.R. Pirani & O. Yano 679 (SPF). Joaquim Felício,

Serra do Cabral, na estrada que sobe a serra em direção a Francisco Dumont e Várzea da Palma, 17°43’37,5” S e

44°11’04,6” W, 11.II.2006, A. Salino et al. 10828 (BHCB). Lagoa Santa, XI.1915, F.C. Hoehne 6548 (R). Idem,

Condomínio Estância da Mata, 01.VIII.1998, P.O. Morais & A. Salino 15 (BHCB). Leme do Prado, Estação Ecológica

de Acauã, 17°09’42,8” S e 42°46’38,3” W, 02.VII.2006, A. Salino et al. 11201 (BHCB). Lima Duarte, Distrito de

Conceição do Ibitipoca, Estrada para Santana do Garambeu, 21°42’32” S e 43°56’12” W, 09.V.2002, R. Marquete et

al. 3240 (RB). Mariana, 13.V.1915, L. Damazio s.n. (RB 36251). Idem, Passagem de Mariana, 27.VII.1959, L.

Labouriau 1028 (RB). Idem, Serra do Frasão, Estrada Mariana-Santa Bárbara, 25.VIII.2000, A. Salino 5666 (BHCB).

Marliéria, Parque Florestal do Rio Doce, Margem da Lagoa Carioca, 16.VII.1996, A. Salino et al. 23 (BHCB). Montes

Claros, Serra do Clattoni, 10.XI.1938, Markgrat et al. 3233 (RB). Idem, Planalto da Serra do Clattoni, 10.XI.1938,

Markgrat et al. 13286 (RB). Nova Lima, Estação Ecológica de Fechos, 20°03’57,6” S e 43°57’3 2,7” W, 11.VII.2001,

A. Salino et al. 7135 (BHCB). Idem, RPPN Mata do Jambreiro, 19°58’41,9” S e 43°53’10,6” W, 17.IX.2003, J.B.

Figueiredo et al. 38 (BHCB). Idem, RPPN Mata Samuel de Paula, trilha principal que atravessa a reserva,

18°08’07,9” S e 43°16’47,2” W, 16.VIII.2004, A. Salino 9638 (BHCB). Ouro Branco, Serra do Ouro Branco,

24.IV.1957, E. Pereira 3203 & Pabst 4037 (RB). Idem, Serra do Ouro Branco, 21.III.1974, R.W. Windisch 89 (HB).

Idem, 22.VI.1984, L. Krieger & A. Pavam 20684 (R). Ouro Preto, Parque Estadual do Itacolomi, 20°24’26” S e

43°25’22” W, 24.III.2004, C.M. Mynssen et al. 572 (RB). Idem, 31.VII.1976, P.H. Davis & G.J. Shepher 59680 (MBM).

Idem, 28.XI.1965, R.M. & A.F. Tryon 6850 (HB). Idem, Parque Estadual do Itacolomi, 13.V.1998, A. Salino et al.

4243 (BHCB). Paracatu, 2km N, Serra da Anta, 03.II.1970, H.S. Irwin et al. 25927 (RB). Idem, Reserva do Acangaú,

Mata ciliar do Córrego Conceição, 17°09’58,2” S e 47 °03’23,1” W, 01.II.2006, A. Salino et al. 10653 (BHCB). Idem,

17°14’26” S e 46°48’07,7” W, 30.VII.2000, C.B. Costa & P. Fiaschi 363 (SPF). Parque Estadual do Rio Doce, Lagoa

Carioca, 30.V.1974, L. Duarte 31 (R). Resplendor, Parque Estadual de Sete Salões, na estrada perto da Torre de

rádio de Resplendor, 19°20’05,4” S e 41°19’10,9” W, 08.V.2006, A. Salino et al. 10940 (BHCB). Rio Acima, Sítio

Porta do Céu, Córrego Água Limpa, 20°07’13,8” S e 43°4 2’55,2” W, 22.II.2007, A. Salino & A.M. Salino 11679

(BHCB). Rio Pardo de Minas, Distrito Serra Nova, Parque Estadual Serra Nova, Cadeia do Espinhaço, 15°39’37,5” S

e 42°45’53,7” W, 13.III.2007, A. Salino et al. 11747 (BHCB). Sabará, I.1916, F.C. Hoehne 6720 (R). Idem,

Sobradinho, Mata José Vaz, 15.VIII.1983, C. Ferreira 77 (BHCB). Santa Luzia, Fazenda da Chicaca, 20.XI.1945, V.

Assis 138 (RB). Idem, Serra do Cipó, km 122, 14.IV.1935, M. Barreto 8131 & Brade 14399 (BHCB). Santana do

Garambeu, 21°36’28,5” S e 44°07’36,1” W, 08.VI.2001, A. Salino & R.C. Mota 7033 (BHCB). Santana do Riacho,

Planalto da Serra do Cipó, estrada de Lagoa Santa para Conceição do Mato Dentro, 23.XI.1965, R.M. & A.F. Tryon

6831 (HB). Idem, Serra do Cipó, 11.V.1974, G. Martinelli 288 (RB). Idem, Parque Nacional da Serra do Cipó, Trilha

para Cachoeira da Farofa, 19°22’45,5” S e 43°34’34,2 ” W, 17.I.2006, T.E. Almeida & D.T. Souza 155 (BHCB). Idem,

Serra do Cipó, km 117, Vertente Ocidental, 01.VI.1969, A.P. Duarte 11661 (BHCB). Idem, Palácio km 131,

05.XII.1949, A.P. Duarte 2088 (RB). São Gonçalo do Rio Abaixo, Estação de Pesquisa Ambiental de Peti, 19°53’33”

S e 43°21’55” W, 23.VI.2002, A. Salino 7985 (BHCB). São Gonçalo do Rio Preto, Parque Estadual do Rio Preto,

12.VI.1999, A. Salino 4842 (BHCB). Idem, Área de Camping, 18°06’54” S e 43°20’28” W, 07.IV. 2000, A. Salino et al.

5187 (BHCB). São João Del Rei, Serra do Lenheiro, 19.II.1985, L. Krieger et al. 20351 (R). São José da Barra,

Represa de Furnas, Paraíso Perdido, 16.II.2006, E.K.O. Hattori et al. 472 (BHCB). Idem, morro próx. à Pousada do

Rio Turvo, 30.IX.2005, A.A. Arantes et al. 1501 (BHCB). São Roque de Minas, Parque Nacional da Serra da

Canastra, Casca D’anta, 20°18’20” S e 46°31’12,8” W, 05.VII.1997, A. Salino 3229 (BHCB). Idem, Capão Forro,

Page 52: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

45

Cachoeira da Mata, 20°15’11,9” S e 46°24’26,1” W, 31 .I.2007, A. Salino et al. 11619 (BHCB). São Sebastião do

Paraíso, Baú, 10.IV.1945, Brade & A. Barbosa 17986 (RB). Idem, estrada de Lagoa Santa para Conceição do Mato

Dentro, Serra do Cipó, 19°20’ S e 43°40’ W, 01.II.198 7, J. Prado et al. 65 (HB). Serranópolis de Minas, estrada Rio

Pardo de Minas à Serranópolis de Minas, 15°56’29,3” S e 42°48’12,9” W, 14.III.2007, A. Salino et al. 11771 (BHCB).

Serro, Milho Verde, 24.VII.2002, R.C. Mota 1485 (BHCB). Tiradentes, Serra de São José, 18.X.1998, R.J.V. Alves

6350 (R). Três Marias, área da futura barragem de rejeitos da Votorantim, 18°10’27,6” S e 45°12’54,9” W,

06.IX.2006, T.E. Almeida & D.T. Souza 389 (BHCB).

Distribuição geográfica: Lindsaea stricta var. stricta ocorre no sul do México, América Central,

Cuba, Jamaica, Trinidad, Guiana Francesa até a Bolívia (Kramer 1957). No Brasil ocorre nos

estados do Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Rondônia, Maranhão, Pernambuco,

Alagoas, Bahia, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de

Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina (Assis & Salino 2007). Figura 23.

Habitats preferenciais: é a espécie de Lindsaea mais comum em Minas Gerais, ocorrendo em

formações campestres, savânicas e florestais do bioma Cerrado e nas florestais estacionais

deciduais, e semideciduais do bioma Mata Atlântica, entre 550 e 1600 m de altitude.

Comentários: Kramer (1957) reconheceu para Lindsaea stricta três variedades, sendo que

somente L. stricta var. stricta ocorre em Minas Gerais. Lindsaea stricta var. stricta pode

eventualmente ser confundida com L. guianensis, que apresenta pinas com 2,5-3,5 cm de

largura, enquanto L. stricta var. stricta apresenta pinas com 0,25 – 2 cm de largura .

5.10. Lindsaea virescens Sw. var. virescens, Kongl. Vetensk. Akad. Handl. 1817: 73. 1817.

Figura 6A – B.

Plantas terrestres; caule 1,91 – 2,39 mm diâm., com escamas lanceoladas, de ápice

filiforme, pubescente com tricomas catenados, ou sem tricomas. Folhas 17,5 – 35,1 cm compr.;

pecíolo 9 – 20,7 x 0,07 – 0,13 cm, sulcado adaxialmente, cilíndrico abaxialmente, com ou sem

escamas lanceoladas, de ápice filiforme, pubescente com tricomas catenados, ou sem

tricomas; lâmina 8,5 – 14,4 (20) cm compr., 2-pinado-pinatífida, raro 1-pinado-pinatífida,

membranácea, rombiforme ou lanceolada, abaxialmente não glauca; raque sulcada em ambas

as faces, angulada abaxialmente, pubescente com tricomas catenados, ou glabra; pinas 1,5 –

6,9 x 1,09 – 1,51 cm, pecioluladas, lanceoladas, elípticas, ou flabeladas, ápice cuneado, as

basais não reduzidas; costa sulcada adaxialmente, angulada abaxialmente, pubescente ou

glabra; pínulas 0,74 – 0,97 x 0,29 – 0,47 cm, pecioluladas, flabeladas ou dimidiadas, ápice

redondo, margem inteira a crenada no ápice, glabra, as basais reduzidas ou não; nervuras 1-2-

bifurcadas; indumento de tricomas catenados na costa, às vezes tricomas clavados no tecido

Page 53: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

46

laminar, geralmente tecido laminar e nervuras glabros. Soros oblongos ou lineares na margem

acroscópica das pínulas; indúsio membranáceo, margem ondulada a crenada, glabro; esporos

triletes.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Catas Altas, Serra do Caraça, acima da Cascatinha, 02.X.1998, A.

Salino 4366 (BHCB). Lima Duarte, Saint Gobain – Fazenda da Serra, 14.VII.2005, E. Tameirão Neto 3932 (BHCB).

Ouro Preto, Grangeiras, 1937, J. Badini s.n. (BHCB 74476). Idem, s.d., J. Badini 38 (R). Ressaquinha, Serra da

Trapizonga, VIII.1894, A. Silveira 67 (R).

Distribuição geográfica: Lindsaea virescens Sw var. virescens é endêmica do Brasil, com

registros para Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Espírito

Santo (Kollman 5901 – MBML). Figura 24.

Habitats preferenciais: segundo Kramer (1957), ocorre em florestas a ca. 1000 m de altitude.

Em Minas Gerais ocorre no interior de formações florestais como sub-bosque de Floresta

Estacional Semidecidual, entre 1000 - 1300 m de altitude.

Comentários: Lindsaea virescens apresenta duas variedades, sendo que somente L.

virescens Sw var. virescens ocorre em Minas Gerais. Distingue-se das demais espécies de

Lindsaea que ocorrem em Minas Gerais pela lâmina 2-pinado-pinatífida com pínulas basais

duas vezes divididas (mais vezes divididas que as pínulas medianas).

6. Paesia A.St.-Hil., Voy. Distr. Diam. 1: 381. 1833.

Plantas terrestres ou rupícolas; caule longo-reptante, com tricomas, sem escamas.

Folhas com até 2,5 m compr., geralmente escandentes, sem espinhos; pecíolo com tricomas;

lâmina até 4-pinado-pinatífida, glabra, pubescente ou pilosa com tricomas glandulares ou não,

sem escamas e gemas, abaxialmente não glaucas, raque flexuosa; nervuras livres. Soros

marginais, em comissura vascular, conectando o final de mais de uma nervura; indúsio formado

pela margem da lâmina modificada; indúsio abaxial presente; esporos monoletes.

Page 54: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

47

Figura 6 : A-B. Lindsaea virescens var. virescens (E. Tameirão Neto 3932). A. Hábito. B. Detalhe da face abaxial das pínulas. C-E. Paesia glandulosa (F.C. Assis 17). C. Detalhe da face adaxial da raque e pina. D. Detalhe da face abaxial dos segmentos. E. Tricomas glandulares.

.

Page 55: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

48

Segundo Tryon & Stolze (1989), Paesia é um gênero principalmente tropical com ca. 12

espécies, com duas delas na América. Em Minas Gerais está representado por Paesia

glandulosa (Sw.) Kuhn. Difere dos outros gêneros de Dennstaedtiaceae por apresentar indúsio

abaxial tão bem desenvolvido quanto o indúsio adaxial, invariavelmente presente de textura

membranácea, contrastando com a estrutura de Pteridium que é freqüentemente pouco

desenvolvido ou ausente (Tryon & Tryon, 1982).

6.1. Paesia glandulosa (Sw.) Kuhn, Festschr 50 jähr. jub. Real. Berlin 347 (27). 1882.

Cheilanthes glandulosa Sw., Kongl. Vetensk. Akad. Handl. 1817: 77. 1817.

Figura 6C – E.

Plantas com caule 1,3 – 2,95 mm diâm., piloso ou pubescente com tricomas aciculares

ou catenados, ou glabro. Folhas 40,6 – 143 cm compr.; pecíolo 10,9 – 46,9 x 0,13 – 0,25 cm,

sulcado ou não adaxialmente, com tricomas aciculares, catenados e glandulares; lâmina 24,3 –

105,5 cm compr., 3-pinado-pinatífida, às vezes 4-pinado-pinatífida na base, cartácea, elíptica,

ápice agudo; raque sulcada adaxialmente, pubescente com tricomas aciculares, catenados e

glandulares; pinas 12,5 – 41,7 cm compr., pecioluladas, lanceoladas ou lineares, ápice

cuneado; costa sulcada adaxialmente, pilosa ou pubescente; pínulas 2 – 6,9 x 0,7 – 2 cm,

pecioluladas ou sésseis, lanceoladas, lineares, ou elípticas, ápice cuneado, caudado ou não,

as basais reduzidas ou não; cóstula sulcada adaxialmente, pilosa, pubescente, ou glabra;

pinululas 0,39 – 0,92 x 0,17 – 0,51 cm, sésseis, lanceoladas, lineares, ovadas, ou dimidiadas,

ápice redondo a cuneado, margem inteira e plana, as basais reduzidas ou não; nervuras 1-

bifurcadas, às vezes, 2-bifurcadas; indumento de tricomas catenados na costa, cóstula, tecido

laminar, margem e nervuras, tricomas glandulares na costa, cóstula e tecido laminar, tricomas

aciculares na costa. Soros oblongos; indúsio com margem membranácea e crenada,

pubescente com tricomas catenados, aciculares e glandulares, ou glabro.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Catas Altas, Parque Natural do Caraça, trilha para o Pico do Sol,

20°06’31,1” S e 43°27’31,2” W, 19.V.2001, A. Salino et al. 6831 (BHCB). Idem, Gruta Nossa Senhora de Lourdes,

11.XI.2000, A. Salino 5813 (BHCB). Idem, RPPN Serra do Caraça, subida para Pico da Carapuça, 20°05’32,2” S e

43°28’22,1” W, 20.IV.2004, T.E. Almeida et al. 07 (BHCB). Ouro Preto, 1937, J. Badini 59 (BHCB). Idem, 1950,

Carneiro s.n. (BHCB 1467). Idem, Serra do Ouro Preto, 1904, Schwacke 14594 (BHCB). Idem, Parque Estadual do

Itacolomi, 20°24’43,2” S e 43°25’50,1” W, 06.I.2006, L.B. Rolim & J.L. Silva 163 (BHCB). Rio Preto, Serra do Funil,

21°57’50,9” S e 43°52’45,7” W, 10.IV.2007, T.E. Almeida et al. 762 (BHCB). Santo Antônio do Itambé, Parque

Estadual do Pico do Itambé, grotas perto do Itambé, 06.X.2006, F.C. Assis et al. 14 (BHCB). Idem, Parque Estadual

do Pico do Itambé, descida do Pico Itambé em direção a Fazenda do Seu Joaquim, 07.X.2006, F.C. Assis et al. 17

(BHCB). São Gonçalo do Rio Preto, Parque Estadual do Rio Preto, Região da Lapa, na área do Pico Dois Irmãos,

18°12’25,2” S e 43°18’35,9” W, 07.VIII.2003, A. Salino et al. 9337 (BHCB).

Page 56: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

49

Distribuição geográfica: Paesia glandulosa ocorre na Costa Rica, Panamá, Cuba, Jamaica,

Hispaniola, Venezuela até a Bolívia (Tryon & Tryon 1982). No Brasil ocorre apenas em Minas

Gerais (Tryon & Tryon 1982). Figura 25.

Habitats preferenciais: em Minas Gerais é encontrada no Quadrilátero Ferrífero e Cadeia do

Espinhaço, onde ocorre nos campos rupestres e formações florestais montanas e

altomontanas, entre 1500 e 1850 m de altitude.

Comentários: Paesia glandulosa distingue-se principalmente pela raque flexuosa e tricomas

glandulares nos eixos e tecido laminar.

7. Pteridium Gled. ex Scop., Fl. Carniol. 169. 1760, nom. cons.

Plantas terrestres; caule longo-reptante, com tricomas, sem escamas. Folhas com ca.

40 cm a 3 m, raramente 7 m compr., eretas, sem espinhos; pecíolo com tricomas na base;

lâmina 2-5-pinado-pinatífida, cartácea, glabra ou pubescente, sem escamas e gemas,

abaxialmente não glauca, raque não flexuosa, pinas ou pínulas subopostas a alternas;

nervuras livres. Soros marginais, formados na extremidade de mais de uma nervura, em

comissura vascular; indúsio contínuo, formado pela margem modificada, revoluta, com

extremidade membranácea a papirácea e indúsio abaxial pouco desenvolvido, com margem

fimbriada e abrindo-se em direção à margem da pina ou pínula; esporos triletes.

Pteridium é um gênero cosmopolita, com ca. 12 espécies. Embora Tryon & Tryon

(1982) tenham considerado apenas uma espécie dividida em 12 variedades, algumas dessas

são claramente distintas e merecem reconhecimento em nível específico (Moran 1995, Mickel

& Smith 2004).

Em Minas Gerais está representado por Pteridium arachnoideum (Kaulf.) Maxon.

Difere dos outros gêneros de Dennstaedtiaceae por apresentar vasos condutores verdadeiros

no caule e segmentos estéreis com margem modificada similar ao indúsio adaxial dos

segmentos férteis.

7.1. Pteridium arachnoideum (Kaulf.) Maxon, J. Wash. Acad. Sci. 14: 89. 1924. Pteris

arachnoidea Kaulf., Enum. Fil.: 190. 1824.

Figura 7A – B.

Plantas terrestres; caule longo-reptante, 2,82 – 12,19 mm diâm., piloso ou pubescente

com tricomas aciculares e/ou catenados. Folhas 51 – 343,3 cm compr.; pecíolo (2,5) 13 –

Page 57: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

50

166,5 x (0,16) 0,32 – 1,26 cm, sulcado ou não adaxialmente, piloso ou pubescente com

tricomas catenados ou aciculares, ou glabro; lâmina 29 – 176,8 cm compr., 3-4-pinada, raro 5-

pinada na base a 2-pinada no ápice, cartácea, lanceolada a elíptica, ápice agudo, cuneado ou

não; raque sulcada adaxialmente, às vezes abaxialmente, pilosa ou pubescente com tricomas

catenados, ou glabra; pinas (2,8) 5,8 – 124,9 cm compr., pecioluladas ou sésseis, lanceoladas,

elípticas, ou lineares, ápice agudo, cuneado ou não; costa sulcada adaxialmente ou em ambas

as faces, pubescente ou glabra; pínulas (0,34) 0,66 – 37 x (0,10) 0,22 – 16,5 cm, pecioluladas

ou sésseis, lanceoladas, lineares, ou elípticas, ápice cuneado a agudo, caudado ou não, as

basais reduzidas a ausentes no lado acroscópico; cóstula sulcada adaxialmente, pubescente

ou glabra; pinululas 0,12 – 10 x 0,03 – 0,52 cm, sésseis, lineares ou lanceoladas, ápice

redondo, agudo, ou cuneado-caudado, as basais reduzidas ou não; segmentos 0,54 – 1,03 x

0,17 – 0,36 cm, sésseis, lineares ou lanceados, ápice cuneado ou redondo, margem inteira,

recurvada, glabros, os basais reduzidos ou não, lobos presentes ao menos entre os últimos

segmentos; nervuras bifurcadas; indumento de tricomas catenados na costa, cóstula e do

tecido laminar, setiformes nas nervuras, ou tecido laminar glabro. Soros lineares; indúsio com

margem crenada, pubescente com tricomas catenados.

Material examinado selecionado: BRASIL. MINAS GERAIS: Alto Caparaó, Parque Nacional do Caparaó, XI.2006,

A. Salino et al. 11403 (BHCB). Araponga, Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Serra da Grama, próximo ao

alojamento do IEF, 27.V.2000, A. Salino et al. 5560 (BHCB). Araxá, Barreiro, Estrada dos Fazendeiros, 26.IX.1998,

J. Radispiel 08 (HB). Aiuruoca, Vale do Matutu, a caminho da Cabeça do Leão, 13.X.2004, A. Salino et al. 9845

(BHCB). Belo Horizonte, Campus UFMG/ICEX, 1977, J.A. Oliveira s.n. (BHCB 3768). Idem, 14.IV.1945, M.B. da

Silva s.n. (RB 73516). Boa Esperança, Parque Estadual da Serra da Boa Esperança, Serra da Boa Esperança,

21°00’0,5” S e 45°40’40,3” W, 14.XII.2007, A. Salino et al. 13080 (BHCB). Bocaiúvas, Parque Nacional das Sempre

Vivas, 17°54’7,5” S e 43°46’22,6” W, 29.IV.2007, T.E. Almeida et al. 926 (BHCB). Camanducaia, Mata do trevo de

acesso a Camanducaia, 22°44’53,2” S e 46°09’16,9” W, 01.VI.2001, A. Salino 6900 (BHCB). Carandaí, Pedra do

Sino Hotel Fazenda, BR040 km 6, trilha do Sauá, 05.VI.2005, N.F.O. Mota & J.R. Stehmann 261 (BHCB). Caratinga,

Estação Biológica de Caratinga, 28.V.1984, P.M. Andrade et al. 226 (BHCB). Carrancas, Serra de Carrancas, trecho

da Serra das Broas na Chapada dos Perdizes, 21°36’17,2 ” S e 44°36’19,2” W, 19.VI.2007, A. Salino et al. 12300

(BHCB). Catas Altas, Parque Natural do Caraça, na trilha para Pico do Sol, 20°06’31,1” S e 43°27’31,2” W,

19.V.2001, A. Salino et al. 6827 (BHCB). Conceição do Mato Dentro, Parque Natural Municipal do Ribeirão do

Campo, 19°04’28,7” S e 43°36’53,3” W, 22.III.2003, A. Salino et al. 8349 (BHCB). Coronel Pacheco, Estação

Experimental, 14.VI.1944, E.P. Heringer 1419 (RB). Diamantina, Parque Estadual do Biribiri, Várzea do Cocho,

Córrego afluente do Rio Cristais, 18°10’40” S e 43°3 5’23,6” W, 02.X.2006, F.C. Assis et al. 02 (BHCB). Felício dos

Santos, APA Felício, região da Mata do Isidoro, entorno do Parque Estadual do Rio Preto, nas proximidades do Pico

Dois Irmãos, 18°12’37,4” S e 43°17’05,2” W, 31.X.200 4, A. Salino et al. 9960 (BHCB). Formoso, Parque Nacional do

Grande Sertão Veredas, 15°10’52,6” S e 45°46’06,5” W, 07.II.2006, A. Salino et al. 10796 (BHCB). Grão Mogol,

Serra do Barão, 30.VI.1975, R.W. Windisch & A. Ghillány 358 (HB). Ibitipoca, Parque Estadual de Ibitipoca,

18.VI.1994, M.C.M. Garcia 02 (MBM). Itabirito, Pico do Itabirito, 26.V.1994, V.A. Teixeira s.n. (BHCB 10966).

Itamarandiba, Parque Estadual da Serra Negra, 18°00’55,4” S e 42°4 5’14,8” W, 04.VII.2006, A. Salino et al. 11288

(BHCB). Itamonte, Serra do Picu, 1879, Schwacke 1699 (RB). Joaquim Felício, Serra do Cabral, estrada que sobe a

Page 58: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

51

serra em direção a Francisco Dumont e Várzea da Palma, 17°41’34,7” S e 44°11’39,4” W, 11.II.2006, A. Salino et al.

10842 (BHCB). Lambari, Parque Estadual Nova Baden, Trilha das Sete Quedas, 21°56’15,2” S e 45°19’23,9” W,

13.VII.2007, A. Salino et al. 12557 (BHCB). Marliéria, Parque Estadual do Rio Doce, Porto Capim, 12.IX.1997, A.

Salino & L.C.N. Melo 3404 (BHCB). Nova Lima, Estação Ecológica de Fechos, 20°03’57,6” S e 43°57’ 32,7” W,

11.VII.2001, A.Salino et al. 7154 (BHCB). Idem, RPPN Capitão do Mato, 20°07’55,7” S e 43°54’55,6” W, 03.V.2004,

J.B. Figueiredo & S.G. de Lima 396 (BHCB). Ouro Preto, Camarinhas, 1937, J. Badini 92 (BHCB). Idem, Parque

Estadual do Itacolomi, estrada do Cibrão, 09.VI.2005, C.E. Jascone et al. 373 (RB). Poços de Caldas, Complexo da

Serra da Mantiqueira, Serra dos poços, Cachoeira das Antas, 46°34’ S e 21°47’ W, 15.VI.1995, M.R. Pietrobom da

Silva 1832 (MBM, HB). Resplendor, Parque Estadual de Sete Salões, perto da Torre de Rádio de Resplendor,

19°20’05,4” S e 41°19’10,9” W, 08.V.2006, A. Salino et al. 10938 (BHCB). Rio Acima, RPPN de Andaime,

20°09’27,7” S e 43°47’39,1” W, 17.V.2004, J.B. Figueiredo & E.A. Rodrigues 568 (BHCB). Santa Maria do Salto,

Distrito de Talismã, Fazenda Duas Barras, 16°24’50,5 ” S e 40°02’57,4” W, 07.III.2004, A. Salino et al. 9437 (BHCB).

Santana do Riacho, Serra do Cipó, próximo a Estátua do Juquinha, 01.X.1999, A. Salino 4965 (BHCB). Idem,

02.II.1934, A.J. de Sampaio 6864 (R). Santo Antônio do Itambé, Parque Estadual do Pico do Itambé, Trilha da

cachoeira do Neném para Capivari, 04.X.2006, F.C. Assis et al. 10 (BHCB). Idem, Pico do Itambé, 18°23’55,3” S e

43°20’52,6” W, 06.X.2006, F.C. Assis et al. 16 (BHCB). São Gonçalo do Rio Abaixo, Estação de Pesquisa e

Desenvolvimento Ambiental de Peti, próximo à casa de força, 19°53’00,2” S e 43°22’10,4” W, 26.IX.2002, A. Salino

8045 (BHCB). São Gonçalo do Rio Preto, Parque Estadual do Rio Preto, Areal do córrego da Lapa, 18°05’27,5” S e

43°20’29,8” W, 07.IV.2000, A. Salino 5183 (BHCB). Idem, região da Lapa, próximo ao Pico Dois Irmãos, 18°12 ’2,4” S

e 43°20’18,4” W, 06.XII.2003, A. Salino et al. 9319 (BHCB). Rancho das Três Barras, Serra do Caparaó, 26.VI.1950,

N. Santos & L. Campos s.n. (R 52088). São Roque de Minas, Parque Nacional Serra da Canastra, 20°10’17” S e

46°39’52” W, 14.VII.1997, A. Salino 3183 (BHCB). Idem, 19.XI.2002, J.N. Nakajima & R. Romero 3258 (BHCB).

Idem, Capão de Mata, 20°12’40,8” S e 46°34’15,1” W, 01.I I.2007, A. Salino et al. 11670 (BHCB). Simonésia, RPPN

Mata do Sossego, 20°04’2,0” S e 42°04’40,4” W, 20.V.20 06, A. Salino et al. 11076 (BHCB). Três Marias, área da

futura barragem de rejeitos da Votorantim, próximo ao Rio São Francisco, 18°10’25,3” S e 45°12’06,2” W ,

08.IX.2006, T.E. Almeida & D.T. Souza 396 (BHCB). Turmalina, Estação Ecológica de Acauã, margens do córrego

do Retiro, 17°05’6,5” S e 42°43’52,6” W, 02.VII.2006 , A. Salino et al. 11228 (BHCB). Viçosa, Distrito de São Miguel,

Fazenda do Juca Antônio, 07.IX.1957, L. Emygdio 1277 (R). Idem, 07.IX.1957, O.P. Travassos 280 (R).

Distribuição geográfica: Pteridium arachnoideum ocorre no México, América Central,

Grandes Antilhas, Trinidad até o Uruguai (Mickel & Smith 2004). No Brasil ocorre em

Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul,

Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande

do Sul. Figura 26.

Habitats preferenciais: Pteridium arachnoideum é uma espécie comum em beira de estradas,

encostas secas e locais úmidos, crescendo em locais abertos, onde a mata original foi cortada,

ocorrendo raramente em formações florestais mais abertas. Forma grandes populações.

Ocorre também associada a diversas formações vegetacionais como Florestas Estacionais

Semideciduais, Florestas Ombrófilas, e diversas formações campestres e savânicas, entre 450

e 1800 m de altitude.

Page 59: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

52

Comentários: No Brasil (região amazônica) ocorre também Pteridium caudatum (L.) Maxon,

que difere de P. arachnoideum principalmente pela ausência de lobos entre os penúltimos e

últimos segmentos. Foram analisados indivíduos de Pteridium arachnoideum com lâmina 5-

pinada, o que ainda não tinha sido descrito para o gênero e para a família. Esta espécie foi

tratada por Tryon & Tryon (1982) como P. aquilinum subsp. aquilinum var. arachnoideum

(Kaulf.) Brade.

8. Saccoloma Kaulf., Berl. Jahrb. Pharm. Verbundenen Wiss. 21: 51. 1820.

Plantas terrestres ou rupícolas; caule ereto, recoberto pelas bases dos pecíolos, com

escamas, com ou sem tricomas. Folhas com até ca. 2,5 m compr., eretas, sem espinhos;

pecíolo com tricomas; lâmina 1-4-pinado-pinatífida, ápice cuneado ou conforme, com ou sem

escamas na costa e sem escamas na raque e cóstula, pubescente ou glabra, sem gemas,

abaxialmente não glauca, raque não flexuosa; nervuras livres. Soros marginais ou

submarginais, formados na extremidade de uma única nervura; indúsio formado pela margem

da lâmina levemente modificada e indúsio abaxial membranáceo abrindo-se em direção à

margem da pina ou pínula, glabro; esporos triletes.

Saccoloma é um gênero pantropical (Mickel & Smith, 2004). Segundo Moran (1995) o

gênero possui três espécies no neotrópico. Em Minas Gerais está representado por duas

espécies. Difere dos outros gêneros de Dennstaedtiaceae por apresentar caule ereto,

recoberto pelas bases dos pecíolos.

Chave para as espécies de Saccoloma em Minas Gerais

1. Lâmina 1-pinada; pinas inteiras...........................................................................8.1. S. elegans

1. Lâmina 2-pinada, raro 3-pinada-pinatífida........................................................8.2. S. inaequale

8.1. Saccoloma elegans Kaulf., Berlin. Jahrb. Pharm. Verbundenen Wiss. 21: 51. 1827.

Figura 7C – D.

Plantas terrestres; caule 5,73 – 17,5(21) mm diâm., com escamas lanceoladas, de

ápice acuminado, não ciliadas, não clatradas, piloso com tricomas catenados, ou sem tricomas.

Folhas 78,5 – 208,1 cm compr.; pecíolo 31,5 – 114 x 0,39 – 1,34 cm, sulcado adaxialmente, ou

em ambas as faces, com ou sem escamas lanceoladas, de ápice acuminado, ciliadas, não

clatradas, pubescente com tricomas catenados, ou sem tricomas; lâmina 45 – 133,1 cm compr.,

Page 60: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

53

1-pinada, membranácea, elíptica, ápice conforme; raque sulcada adaxialmente, pubescente

com tricomas catenados ou aciculares, ou glabra; pinas 12,5 – 35,2 x 1,7 – 3,2 cm,

pecioluladas, lineares a lanceoladas, ápice cuneado, raro caudado, margem crenada; costa

sulcada adaxialmente, pubescente ou glabra; nervuras bifurcadas; indumento de tricomas

catenados na costa, tecido laminar e nervuras glabros. Soros marginais ou submarginais,

arredondados ou lineares; indúsio às vezes com margem membranácea, crenada.

Material examinado selecionado: BRASIL. MINAS GERAIS: Almenara, Fazenda Limoeiro, 16°04’47,1” S e

40°50’22,6” W, 29.II.2004, A. Salino et al. 9392 (BHCB). Bandeira, Mata do Boi Rajado, 15°48’18,7” S e 40°30’59,8”

W, 04.X.2003, A. Salino et al. 8966 (BHCB). Barão de Cocais, Mina de Gongo Soco (CVRD), 19°56’40,8” S e

43°36’59” W, 07.V.2003, A. Salino et al. 8697 (BHCB). Carangola, Fazenda Santa Rita, 26.V.1989, A. Salino 726

(BHCB). Idem, 20°46’ S e 42°02’ W, 21.X.1989, L.S. Leoni 944 (HB). Caratinga, Fazenda Montes Claros, Matão,

18.III.1984, M.A. Lopes & P.M. Andrade 57 (BHCB). Idem, trilha da Gameleira, 12.XII.1995, A. Salino 2386 (BHCB).

Idem, Matão, 24.III.2000, A. Salino et al. 5116 (BHCB). Catas Altas, Mata do Engenho, 20°07’ S e 43°27’ W,

20.XI.2004, N.F.O. Mota et al. 87 (BHCB). Conceição do Mato Dentro, Parque Natural Municipal do Ribeirão do

Campo, Capão do Felipe, 19°03’19,6” S e 43°37’16,5” W, 23.III.2003, A. Salino et al. 8375 (BHCB). Coronel

Pacheco, Fazenda da Companhia, 31.V.1944, E.P. Heringer 1281 (RB). Faria Leme, 1929, A. Baeta s.n. (RB

36239). Juiz de Fora, Rio do Peixe, 20.IV.1982, L. Krieger s.n. (BHCB 4401). Idem, X.1934, Brade 14107 (RB).

Marliéria, Parque Estadual do Rio Doce, trilha do Vinhático, 16.VI.1995, A. Salino 2157 (BHCB). Idem, Salão

Dourado, 14.IX.1997, A. Salino & L.C.N. Melo 3441 (BHCB). Nova Lima, RPPN Mata do Jambreiro, 19°58’41,9” S e

43°53’10,6” W, 01.IV.2004, J.B. Figueiredo & A. Alves 311 (BHCB). Ouro Preto, Serra do Frasão, 1904, Schwacke

14365 (BHCB). Idem, 1937, J. Badini 55 (BHCB). Sabará, Mina de Cuiabá da Anglogold Ashanti, Base da Serra da

Piedade, 19°51’10,7” S e 43°44’00,9” W, 30.V.2006, D.T. Souza 56 (BHCB). Santos Dumont, Grota do Malaquias,

24.VII.1985, R. Mello-Silva 207 (BHCB). Tombos, Fazenda da Vargem Alegre, 14.VII.1935, M. Barreto 1601 (BHCB,

RB).

Distribuição geográfica: Saccoloma elegans ocorre no México, América Central, Grandes

Antilhas, Trinidad até a Bolívia (Mickel & Smith 2004). No Brasil ocorre nos estados de

Roraima, Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo,

Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Figura 27.

Habitats preferenciais: ocorre geralmente no interior de formações florestais como Floresta

Ombrófila Densa e Floresta Estacional Semidecidual, e formações campestres como campo

rupestre, entre 450 e 1280 m de altitude.

Comentários: Difere de Saccoloma inaequale principalmente pela lâmina 1-pinada.

Page 61: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

54

8.2. Saccoloma inaequale (Kunze) Mett., Ann. Sci. Nat. Bot. sér. 4, 15: 80. 1861. Davallia

inaequalis Kunze, Linnaea 9: 87. 1834.

Figura 7E – F.

Plantas terrestres, raro rupícolas; caule 8,56 – 19,44 mm diâm., com escamas

lanceoladas, de ápice filiforme, ciliadas, ou glabro. Folhas 91,6 – 168 cm compr.; pecíolo 38,5

– 83 x 0,38 – 0,80 cm, sulcado adaxialmente, com ou sem escamas lanceoladas, de ápice

filiforme, ciliadas, não clatradas, pubescente com tricomas catenados, ou sem tricomas; lâmina

39,6 – 85 cm compr., 2-3-pinado-pinatífida, membranácea ou papirácea, elíptica, ápice

cuneado; raque sulcada adaxialmente, pubescente com tricomas catenados, ou glabra; pinas

14 – 26,7 x 5 – 8,8 cm, pecioluladas, elípticas, lanceoladas, ou lineares, ápice cuneado; costa

sulcada adaxialmente, com escamas filiformes, de ápice filiforme, pubescente ou sem tricomas;

pínulas 2,2 – 5 x 0,7 – 1,4 cm, pecioluladas ou sésseis, geralmente quadrilaterais, ápice

cuneado, margem crenada, glabra, as basais reduzidas ou não; nervuras 1-2-bifurcadas, raro

3-bifurcadas; indumento de tricomas catenados ou aciculares na costa, tecido laminar e

nervuras glabros. Soros marginais, oblongos ou arredondados; indúsio membranáceo, margem

crenada.

Material examinado: BRASIL. MINAS GERAIS: Além Paraíba, Benjamin Constant, XI.1933, Campos Porto & P.P.

Horta s.n. (RB 92344). Almenara, Fazenda Limoeiro, Mata da Mamoneira, 16°02’ S e 40 °51’ W, 22.II.2003, A. Salino

et al. 8296 (BHCB). Idem, 16°03’26,4” S e 40°51’19,3” W, 28.II.2004, A. Salino et al. 9374 (BHCB). Bandeira, Mata

do Boi Rajado, 15°48’18,7” S e 40°30’59,8” W, 04.X.20 03, A. Salino et al. 8969 (BHCB). Caratinga, Fazenda Montes

Claros, Matão, 22.III.1984, P.M. Andrade & M.A. Lopes 281 (BHCB). Idem, Estação Biológica de Caratinga,

05.IX.1998, A. Salino et al. 4297 (BHCB). Catas Altas, Serra do Caraça, Fazenda do Engenho, 20°02’47,6” S e

43°30’13,6” W, 26.IV.2004, R.C. Mota & P.O. Morais 2297 (BHCB). Conceição do Mato Dentro, Parque Natural

Municipal do Ribeirão do Campo, Capão do Felipe, 19°03’19,6” S e 43°37’16,5” W, 23.III.2003, A. Salino et al. 8413

(BHCB). Idem, 19°05’30,6” S e 43°34’10,8” W, 01.VII.2003, R.C. Mota 2044 (BHCB). Nova Lima, RPPN Mata do

Jambreiro, 19°58’41,9” S e 43°53’10,6” W, 21.V.2003, J.B. Figueiredo & F.A. Carvalho 25 (BHCB). Turmalina,

Estação Ecológica de Acauã, na Grota do Jambreiro, 17°10’58,2” S e 42°45’58,2” W, 03.VII.2006, A. Salino et al.

11253 (BHCB).

Distribuição geográfica: Saccoloma inaequale ocorre no sul do México, América Central,

Cuba, Porto Rico, Trinidad até a Bolívia (Mickel & Smith 2004). No Brasil ocorre nos estados do

Amazonas, Pernambuco, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo,

Paraná e Santa Catarina. Figura 28.

Habitats preferenciais: ocorre geralmente no interior de formações florestais como matas de

galeria, matas ciliares, em Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Densa

Submontanas, entre 250 e 1280 m de altitude.

Page 62: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

55

Figura 7 : A-B. Pteridium arachnoideum (F.C. Assis 10). A. Pina mediana. B. Detalhe da face abaxial dos segmentos. C-D. Saccoloma elegans (A. Salino 8966). C. Pina mediana. D. Detalhe da face abaxial da pina. E-F. Saccoloma inaequale (A. Salino 8413). E. Hábito. F. Detalhe da face abaxial da pínula.

Page 63: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

56

Comentários: Segundo Moran (1995), a divisão da lâmina foliar de Saccoloma inaequale é

bastante variável (2-4-pinado-pinatífida) e os espécimes com a lâmina 2-3-pinado-pinatífida

tendem a ocorrer em elevações mais baixas. Segundo Prado (2004b), talvez a diferença de

divisão da lâmina e ocorrência em diferentes altitudes possam indicar a existência de mais de

uma espécie. Em Minas Gerais, a espécie possui lâmina 2-3-pinado-pinatífida e ocorre entre

250 e 1280 m de altitude.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E AMBIENTES DE OCORRÊNCIA

Dos oito gêneros que ocorrem em Minas Gerais, um é cosmopolita (Pteridium), dois são

pantropicais (Paesia e Saccoloma), um é atlântico (Blotiella) e quatro são circum-Antártico

(Dennstaedtia, Hypolepis, Histiopteris e Lindsaea). Os padrões denominados de atlântico e

circum-antártico seguem Parris (2001) e Moran & Smith (2001).

Apesar de alguns gêneros serem amplamente distribuídos, os táxons que ocorrem em

Minas Gerais, em sua maioria, são encontrados apenas na região neotropical, alguns do

México até a América do Sul, como Dennstaedtia cicutaria, D. globulifera, Lindsaea arcuata, L.

stricta e Saccoloma elegans. Outros ocorrem exclusivamente no Brasil, como Hypolepis

aquilinaris, H. mitis, H. stolonifera, Lindsaea bifida, L. botrychioides, L. ovoidea e L.

quadrangularis ssp. quadrangularis. Apenas Histiopteris incisa é amplamente distribuído tanto

no Velho Mundo como nos Neotrópicos.

Em Minas Gerais, são predominantemente encontradas em formações florestais, onde

existem mosaicos de Floresta Ombrófila Densa e Floresta Estacional Semidecidual,

destacando regiões ricas e diversas como a Serra da Mantiqueira e a porção sul da Cadeia do

Espinhaço (Ouro Preto, Caraça e arredores de Belo Horizonte), além da Estação Biológica de

Caratinga e o Parque Estadual do Rio Doce. A Serra da Mantiqueira e o Quadrilátero Ferrífero

são as duas áreas de maior ocorrência de espécies de Dennstaedtiaceae, com algumas

espécies restritas a essas áreas, como Lindsaea bifida, L. ovoidea, L. virescens e Paesia

glandulosa. A região da Zona da Mata e sul-sudoeste de Minas também abriga uma alta

riqueza de espécies. A região do Triângulo Mineiro é pobremente estudada; poucas coletas

tendo sido realizadas nesta região.

Alguns táxons são amplamente distribuídos pelo estado, como Lindsaea lancea var.

lancea, L. stricta var. stricta e Pteridium arachnoideum. Outros táxons têm sua distribuição mais

restrita, como Lindsaea ovoidea, que em Minas Gerais ocorre em Ouro Preto, sendo

considerada rara no estado e Blotiella lindeniana que em Minas Gerais ocorre na região

Nordeste, sendo considerada incomum (ameaçada de extinção), assim como Hypolepis

stolonifera, que é restrita à Serra da Mantiqueira e ao Quadrilátero Ferrífero.

Page 64: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

57

Na área estudada, a maioria das Dennstaedtiaceae ocorre preferencialmente em locais

não perturbados, exceto Pteridium arachnoideum, que é freqüentemente encontrado em áreas

perturbadas.

Alguns gêneros de Dennstaedtiaceae, na área estudada, são estritamente terrestres,

como Blotiella e Pteridium, outros são freqüentes em afloramentos rochosos, apresentando

espécies terrestres ou rupícolas, como Hypolepis, Paesia e Saccoloma. Lindsaea stricta var.

stricta pode raramente ser epífita, além de ser terrestre ou rupícola.

As espécies de Dennstaedtiaceae de Minas Gerais ocorrem de 250 a 2100m de

altitude, sendo que a maior parte ocorre entre 450 e 1900m de altitude. Alguns gêneros, como

Saccoloma e Lindsaea são freqüentes em áreas mais baixas, outros são mais diversos em

áreas elevadas, como Histiopteris e Paesia, que ocorrem em altitudes superiores a 1100 m e

1500 m, respectivamente.

Page 65: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

58

Figura 8: Distribuição geográfica de Blotiella lindeniana e Hypolepis stolonifera em Minas Gerais.

Page 66: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

59

Figura 9: Distribuição geográfica de Dennstaedtia cicutaria e Dennstaedtia cornuta em Minas Gerais.

Page 67: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

60

Figura 10: Distribuição geográfica de Dennstaedtia dissecta em Minas Gerais.

Page 68: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

61

Figura 11: Distribuição geográfica de Dennstaedtia globulifera em Minas Gerais.

Page 69: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

62

Figura 12: Distribuição geográfica de Histiopteris incisa em Minas Gerais.

Page 70: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

63

Figura 13: Distribuição geográfica de Hypolepis aquilinaris em Minas Gerais.

Page 71: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

64

Figura 14: Distribuição geográfica de Hypolepis repens em Minas Gerais.

Page 72: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

65

Figura 15: Distribuição geográfica de Hypolepis sp. em Minas Gerais.

Page 73: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

66

Figura 16: Distribuição geográfica de Lindsaea arcuata em Minas Gerais.

Page 74: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

67

Figura 17: Distribuição geográfica de Lindsaea bifida em Minas Gerais.

Page 75: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

68

Figura 18: Distribuição geográfica de Lindsaea botrychioides em Minas Gerais.

Page 76: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

69

Figura 19: Distribuição geográfica de Lindsaea divaricata em Minas Gerais.

Page 77: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

70

Figura 20: Distribuição geográfica de Lindsaea guianensis ssp. lanceastrum em Minas Gerais.

Page 78: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

71

Figura 21: Distribuição geográfica de Lindsaea lancea var. lancea e L. ovoidea em Minas Gerais.

Page 79: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

72

Figura 22: Distribuição geográfica de Lindsaea quadrangularis ssp. quadrangularis em Minas Gerais.

Page 80: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

73

Figura 23: Distribuição geográfica de Lindsaea stricta var. stricta em Minas Gerais.

Page 81: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

74

Figura 24: Distribuição geográfica de Lindsaea virescens var. virescens em Minas Gerais.

Page 82: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

75

Figura 25: Distribuição geográfica de Paesia glandulosa em Minas Gerais.

Page 83: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

76

Figura 26: Distribuição geográfica de Pteridium arachnoideum em Minas Gerais.

Page 84: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

77

Figura 27: Distribuição geográfica de Saccoloma elegans em Minas Gerais.

Page 85: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

78

Figura 28: Distribuição geográfica de Saccoloma inaequale em Minas Gerais.

Page 86: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

79

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTUNES, F. Z. 1986. Caracterização climática do estado de Minas Gerais. Informe

Agropecuário, Belo Horizonte 138: 9-13.

ARANTES, A. A.; Prado, J. & Ranal, M. A. 2008. Monilófitas da Estação Ecológica do Panga,

Uberlândia, Estado Minas Gerais, Brasil: Dennstaedtiaceae, Dryopteridaceae,

Gleicheniaceae, Hymenophyllaceae e Lindsaeaceae. Hoehnea 35(3): 367-378.

Assis F. C. & Salino A., 2007. Dennstaedtiaceae. In: Cavalcanti, T. B. Flora do Distrito Federal.

Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Vol. VI. 109-122.

BAKER, J. G. 1870. Cyatheaceae et Polypodiaceae. In: Martius, C. F. P. & Eichler, A. G. Flora

Brasiliensis, (2): 306-624. Frid. Fleischer: Lipsiae.

COSTA, C. M. R.; HERRMANN, G.; MARTINS, C. S.; LINS, L. V. & LAMAS, I. R. 1998.

Biodiversidade em Minas Gerais: um atlas para a sua conservação. Belo Horizonte:

Fundação Biodiversitas.

CREMERS, G. & KRAMER, K. U. 1991. Dennstadtiaceae. In Görts-Van Rijin, A. R. A. Flora of

the Guianas Königstein: Koeltz Scientific Books.

DRUMMOND, G. M.; MARTINS, C. S.; MACHADO, A. B. M.; SEBAIO, F. A. & ANTONINI, Y.

2005. Biodiversidade em Minas Gerais. ed.2. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas.

DUEK, J. J. 1968. Relación preliminar de los géneros cubanos de Polypodiophyta. In: Memórias

de La Faculdad de Ciencias. Serie Ciencias Biológicas. (1)6: f. 2.

EDWARDS, P. J. 1998. The pteridophytes of the Ilha de Maracá. In: Maracá: The Biodiversity

and environment of an Amazonian Rainforest. Richmond: Royal Botanic Gardens, Kew.

UK.

FÉE, A. L. 1873. Cryptogames vasculaires du Brésil. V. I. Veuve Berger-Levrault & Fils.

Libraires. Paris.

FOSTER, A. S. 1949. Practical plant anatomy. ed.2. D. Van Nostrand Company, New York.

HASEBE, M.; OMORI, T.; NAKAZAWA, M.; SANO, T.; KARO, M. & IWATSUKI, K. 1994. RbcL

gene sequences provide evidence for the evolutionary lineages of leptosporangiate ferns.

Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America 91:

5730-5734.

HASEBE, M.; WOLF, P. G.; PRYER, K. M.; SANO, R.; GASTONY, G. J.; CRANE, E. H.; HAUK,

W. D.; HAUFLER, C. H.; MANHART, J. R.; MURAKAMI, N.; YOKOYAMA, J. & ITO, M.

1995. Fern fhylogeny based on rbcL nucleotide sequences. American Fern Journal, 85:

134-181.

HERTER, W. C. 1940. Plantae Uruguayenses novae vel criticae. – Pars III. Revista

Sudamericana de Botánica 6: 29-155.

Page 87: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

80

HOLMGREN, P. K.; HOLMGREN, N. H. & BARNETT, L. C. 1990. Index Herbariorum. Part 1.

The Herbaria of the World, 8 ed. New York: New York Botanical Garden.

KIELING-RUBIO, M. A. & WINDISCH, P. G. 2002. O gênero Dennstaedtia Moore

(Dennstaedtiaceae, Pteridophyta) no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Pesquisas.

Botânica 52: 185-194.

KRAMER, K. U. 1957. A revision of the genus Lindsaea in the New World with notes on allied

genera. Acta Botanica Neerlandica 6: 97-290.

KRAMER, K. U. 1978. The pteridophytes of Suriname. An enumeration with keys of the ferns

and fern allies. Uitigavem Natuurw. Studekring Suriname Nederlandse Antillen, Naturhist

Reeks 93: 1-198.

KRAMER, K. U. 1990. Dennstaedtiaceae. In: Kramer, K. U. & Green, P. S. The Families and

Genera of Vascular Plants, Vol. I. Pteridophytes and Gymnosperms. New York: Springer

Verlag.

LELLINGER, D. B. 2002. A Modern Multilingual Glossary for Taxonomic Pteridology.

Pteridologia. American Fern Society 3: 1-264.

MICKEL, J. T. & BEITEL, J. M. 1988. Pteridophyte Flora of Oaxaca, México. Memoirs of the

New York Botanical Garden, 46: 1-568.

MICKEL, J. T. & SMITH, A. R. 2004. Pteridophytes of Mexico. Memoirs of the New York

Botanical Garden, 88: 1-1055.

MORAN, R. C. 1995. Dennstaedtiaceae. In: Moran, R. C. & Riba, R. Flora Mesoamericana.

Psilotaceae a Salviniaceae. Ciudad del México: Universidad Nacional Autónoma de

México.

MORAN, R.C. & Smith, A.R. 2001. Phytogeographic relationships between neotropical and

African-Madagascan pteridophytes. Brittonia 53: 304-351.

NAVARRETE, H. & ØLLGAARD, B. 2000. The fern genus Dennstaedtia (Dennstaedtiaceae) in

Ecuador, - new characters, new species and a new combination. Nordic Journal of Botany.

20(3): 319-346.

PARRIS, B.S. 2001. Circum-Antarctic continental distribution patterns in pteridophyte species.

Brittonia 53: 270-283.

PICHI SERMOLLI, R. E. G. 1970. Fragmenta Pteridologiae – II. Webbia 24: 99-722.

PICHI SERMOLLI, R. E. G. 1996. Authors of scientific names in Pteridophyta. Richmond: Royal

Botanic Gardens, Kew.

PRADO, J. & WINDISCH, P. G. 1996. Flora da Serra do Cipó, MG: Dennstaedtiaceae. Boletim

de Botânica da Universidade de São Paulo. 15: 83-88.

PRADO, J. & LABIAK, P. H. 2003. Flora de Grão-Mogol, MG: Pteridófitas. Boletim de Botânica

da Universidade de São Paulo. 21(1): 25-47.

Page 88: A FAMÍLIA DENNSTAEDTIACEAE PIC. SERM. SENSU LATO …labs.icb.ufmg.br/pteridofitas/Publicacoes/Assis2008.pdf · sendo que de acordo com Hasebe et al. (1994, 1995) a família sensu

81

PRADO, J. 2004a. Pteridófitas do Maciço da Juréia. Estação Ecológica Juréia-Itatins, In:

Ambiente físico, flora e fauna. Ribeirão Preto. 139-151.

PRADO, J. 2004b. Criptógamos do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, São Paulo, SP.

Pteridophyta: 5. Dennstaedtiaceae. Hoehnea 31(1): 11-22.

PRADO, J. 2005. Flora da Reserva Ducke, Amazônia, Brasil: Pteridophyta – Dennstaedtiaceae.

Rodriguésia 56 (86): 43-48.

PROCTOR, G. 1977. Pteridophyta. In: Howard, R. A. Flora of Lesser Antilles, Leeward and

Windward Islands. Vol. 2. Massachusetts: Harvard University.

PROCTOR, G. 1985. Ferns of Jamaica. London: British Museum (Natural History).

PROCTOR, G. 1989. Ferns of Porto Rico and the Virgin Islands. Memoirs of the New York

Botanical Garden, 53: 1-389.

RESENDE, M. 1985. Aplicações de conhecimentos pedológicos à conservação de solos.

Informe Agropecuário 128: 3-18.

SCHWARTSBURD, P. B. & Labiak, P. H. 2007. Pteridófitas do Parque Estadual de Vila Velha,

Ponta Grossa, Paraná, Brasil. Hoehnea 34(2): 159-209.

SEHNEM, A. 1972. Pteridáceas. In: Reitz, R. Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí: Herbário

Barbosa Rodrigues.

SMITH, A.R. 1981. Flora of Chiapas. Part 2. Pteridophytes. San Francisco: California Academy

of Science.

SMITH, A. R. & KRAMER, K. U. 1995. Dennstaedtiaceae. In: Berry, P. E.; Holst, B. K. &

Yatskievych, k. Flora of the Venezuelan Guyana, Vol. 2. Portland: Timber Press and

Missouti Botanical Garden.

SMITH, A. R.; PRYER, K. M.; SCHUETTPELZ, E.; KORALL, P.; SCHNEIDER, H. & WOLF, P.

G. 2006. A classification for extant ferns. Taxon, 55(3): 705-731.

STOLZE, R. G. 1981. Fern and fern allies of Guatemala. Part II. Polypodiaceae. Fieldiana

Botany New Series, 6: 1-522.

TRYON, R. M. 1941. A revision of the genus Pteridium. Contrib. Gray Herb. 134: 1-31, 37 – 67.

TRYON, R. M. 1960. A review of the genus Dennstaedtia in America. Contrib. Gray Herb. 187:

23-52.

TRYON, R. M. & STOLZE, R. G. 1989. Pteridophyta of Peru. Part II. 13. Pteridaceae – 15.

Dennstaedtiaceae. Fieldiana Botany New Series, 29: 1-128.

TRYON, R. M. & TRYON, A. F. 1982. Fern and allied plants, with special reference to tropical

America. New York: Springer Verlag.

WOLF, P. G.; SOLTIS, P. S. & SOLTIS, D. S. 1994. Phylogenetic relationships of

dennstaedtioid ferns: Evidence from rbcL sequences. Molecular Phylogenetics and

Evolution 3: 83-392.