a exploraÇÃo e uso do espaÇo

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    Bernardino Coelho da Silva

    A EXPLORAO E USO DO ESPAOE DAS RIQUEZAS NATURAIS DA LUAE DE OUTROS CORPOS CELESTES

    2012

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    Bernardino Coelho da Silva

    A EXPLORAO E USO DO ESPAOE DAS RIQUEZAS NATURAIS DA LUA

    E DE OUTROS CORPOS CELESTES

    2012

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    Bernardino Coelho da Silva, 56 anos,Bacharel em Direito pela Faculdade deDireito de Conselheiro Lafaiete (MG),

    Especialista em Gesto de Negcios pelaFEAD (MG), Especialista em Gerenciamentode Projetos pela Fundao Getlio Vargas(BH) e Mestrando em Administrao deEmpresas pela FEAD (BH).

    Scio e Diretor Comercial da Empresa BMEletromecnica Ltda, situada emCongonhas (MG), que atua no ramo deMontagens de Obras Industriais, com vastaexperincia nas reas de Siderurgia,

    Minerao e Automobilstica.

    Em suas horas de folga dedica-se aestudar sobre a rea espacial e escreversobre o assunto, tendo desenvolvido suaMonografia do Curso de Direito com ottulo: A Explorao das Riquezas daLua e o Direito Espacial de Hoje, comorientao do Prof Jos Monserrat Filho, omaior especialista da rea no Brasil eAssessor de Relaes Internacionais daAgncia Espacial Brasileira e Vice-Presidente da Associao Brasileira deDireito Aeronutico e Espacial, dentreoutros cargos.

    No Curso de Gerenciamento de Projetos,na FGV, fez o TCC com o ttulo: LiesAprendidas pelas instituies ligadasao planejamento, coordenao eexecuo do Programa EspacialBrasileiro depois do acidente com ofoguete VLS-1 V03, em Alcntara

    (MA), fruto de quase dois anos depesquisa de campo junto s instituiesINPE, DCTA e AEB e estudo de literaturasdisponibilizadas por diversas organizaesinternacionais e pessoas ligadas aoPrograma Espacial Brasileiro.

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    A todos que alimentam o sonhode um dia o Homem, finalmente,

    conquistar o Espao Sideral.

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    SUMRIO

    Apresentao 6

    Um passeio pela histria 7

    Panorama Geral 18

    Voltando Lua 35

    Turismo Espacial 49

    Poluio do Espao 63

    A Conquista do Planeta Marte 75

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    APRESENTAO

    Diante da vastido do tempo e da imensidodo universo, um imenso prazer para mim dividir

    um planeta e uma poca com vocs(Carl Sagan)

    Meu propsito, ao reunir neste trabalho as maisatualizadas informaes disponveis sobre a pesquisa e a exploraoespacial foi o de demonstrar, de forma simples e compreensvel para amaioria das pessoas que se interessarem por este assunto, os avanostecnolgicos que esto sendo conseguidos neste campo e sugerir para

    onde caminhar a humanidade nos prximos anos e dcadas.

    Para permitir um entendimento cronolgico daexplorao espacial, o primeiro captulo faz um passeio pela histria emostra como os nossos antepassados perseguiam a idia de alar altosvos e irem at a Lua, nosso satlite natural que tanto os fascinava, atos dias atuais, quando ir e permanecer no espao exterior j no tocrtico e as longas viagens espaciais, em fase de planejamento edesenvolvimento de tecnologias.

    Veja, at coisa de cinco a seis anos atrs o TurismoEspacial era coisa pensada por poucos, pois os custos altos e a falta deuma tecnologia confivel para suportar a vida no espao eram barreirasintransponveis, o que hoje j no oferece tanta dificuldade e estamos aum passo de poder ir ao espao, ficar em um hotel espacial e dar algumasdezenas de volta na rbita da Terra e retornar com segurana. Claro queainda falta muito esforo em termos de tecnologia e dinheiro, mas emmenos de uma dcada isto estar disponvel. Apresentamos aquiempresas e projetos em andamento, e que faro do espao um lugar parapassear.

    Vamos mostrar tambm o que cada potncia espacialtem de projetos em andamento e para o futuro, os problemas do lixoespacial depois de tantos foguetes e satlites lanados ao espao etambm apresentar as razes do porque voltar Lua e ir para outrosPlanetas, alm das pesquisas cientficas em andamento e o que podero

    trazer de benefcio para a Humanidade.

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    UM PASSEIO PELA HISTRIA

    "Uau! Cara,talvez tenha sido um pequeno passo para o Neil,

    mas um enorme para mim."

    (Charles "Pete" Conrad Jr.,Comandante da misso Apollo 12)

    O Ser Humano, em sua grande maioria, tem a capacidadede viver sem maiores questionamentos cerca daquilo que passa almdas fronteiras que conhece no seu cotidiano; pois o cu ainda continuasendo o limite, com a maioria se contentando com explicaes bblicas ou

    rudimentos de ensinamentos acadmicos ou familiares.

    Mas, ter asas e ganhar a liberdade de voar tem povoado aimaginao de muitas pessoas, por sculos e sculos, levando-as a sonharcom outros mundos habitveis e/ou habitados, que embora apenas sendofruto da literatura de fico possa conter algo do que, at ento, somenteexiste no imaginrio. Afinal, no queremos estar ss neste Universo queno vemos onde acaba e que cada dia mais nos apavora pela imensido.

    Antes de irmos mais longe, vale registrar que, conforme oacervo digital do Jornal Folha da Noite, com data de 27/04/1953, emmeados de fevereiro de 1953 era fundada em So Paulo a SociedadeInterplanetria Brasileira (SIB) com a finalidade de reunir estudiosos einteressados em futuras viagens interplanetrias. Os fundadores destaAssociao acreditavam que o Brasil estaria na vanguarda da cinciaespacial com a promoo de viagens para a Lua, para Marte e Saturno. Ej vislumbravam, inclusive, que teria no Pas uma Agncia de passagenspara os astros e que, de Carapicuba (SP) sairiam os transportes

    brasileiros para a Lua.

    E a histria demonstra que o homem sempre esteve de olhonas estrelas e na possibilidade de alar voos cada vez mais altos. Porexemplo, a mitologia grega nos reserva um primeiro exemplo disso com aaventura de Ddalo e seu filho caro que, para escaparem do labirintoconstrudo para aprisionar o Minotauro, onde foram encerrados por ordemdo rei Minos, em punio por ter Ddalo ajudado Ariadne, a filha do Rei, afugir com o heri ateniense Teseu utiliza asas, por eles fabricadas.

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    Ddalo, por ter sido o construtor do labirinto sabia que suapriso seria intransponvel, tanto por mar quanto por terra, dominados porMinos. Ddalo ento, sabendo que as regies do ar no eram dominadas

    por Ddalo, projetou asas, juntando penas de aves de vrios tamanhos,amarrando-as com fios e fixando-as com cera, para que no sedescolassem.

    Ddalo foi moldando as asas com as mos e com ajuda decaro, de forma que estas se tornassem perfeitas como as das aves.Depois do trabalho acabado, o artista, agitando suas asas, se viususpenso no ar. Equipou seu filho e o ensinou a voar.

    Ento Ddalo, antes do voo final, advertiu caro de quedeveriam voar a uma altura mdia para que o calor do Sol no derretessea cera que colava as penas. Ddalo beijou seu filho com lgrimas nosolhos e as mos tremendo, levantou voo e foi seguido por ele.

    Eles, primeiramente, se sentiram como deuses que haviamdominado o ar; passaram por Samos e Delos sua esquerda, e Lebinto sua direita. caro deslumbrou-se com a bela imagem do sol e, sentindo-seatrado, voou em sua direo, esquecendo-se das orientaes de seu pai,

    talvez inebriado pela sensao de liberdade e poder. A cera de suas asascomeou rapidamente a derreter e logo caiu no mar. A lenda era um avisosobre as tentativas de alcanar o cu, semelhante histria da Torre deBabel na Bblia, e exemplifica o desejo milenar do homem de voar.

    Este desejo de voar est presente na humanidade,provavelmente, desde o dia em que o homem das cavernas passou aobservar o vo dos pssaros e de outros animais voadores, embora, comcerteza, acreditassem que voar fosse uma coisa impossvel, e que era um

    poder alm da capacidade humana, mas vrias civilizaes contavamhistrias de pessoas dotadas de poderes divinos, que podiam voar; oupessoas que foram carregadas ao ar por animais voadores, sendo oexemplo mais bem conhecido o de Ddalo e caro.

    Impulsionados por esse fascnio e curiosidade, os astrossempre foram motivo de observao e estudo dentre vrias civilizaes,como os Astecas, chineses, indianos e ainda outras como a Mesopotmia,e povos como os gregos e os rabes, que registraram diversos eventos

    celestes, como eclipses solares e lunares e efetuaram medidas dos astrose de suas rbitas principalmente com o objetivo de manter calendrios

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    precisos, embora estas primeiras observaes astronmicas tenham sidofeitas totalmente a olho nu, com toda a limitao existente. E, nesta nsiapor desvendar os mistrios do cu, o homem se debruava em estudos e

    tambm na tentativa de se construir o futuro.

    E a Lua foi assim, por muitos sculos, o centro de atenopara gnero humano, mais que qualquer outro corpo celeste no cu.Nossos antepassados registraram a passagem de tempo observando asposies e as fases da Lua.

    Por exemplo, a ideia de que a Lua no era perfeitamentelisa remonta antes do ano 450 a.C., ao mesmo tempo em que o

    astrnomo grego, Hipparchus, usando, observaes e frmulasmatemticas, mediu a distncia at a Lua, como tambm at o Sol, comprecises surpreendentes.

    Alm da pr-histria da aviao, sonho dos antigos egpciose gregos, que representavam alguns de seus deuses por figuras aladas, epassando por sobre o vulto de estudiosos do problema, como Leonardo daVinci, que no sculo XV construiu um modelo de avio em forma depssaro, ou do visionrio Jlio Verne, que anteciparia ao mundo uma

    tecnologia s concretizada quase um sculo frente, pode-se localizar oincio da aviao nas experincias de alguns pioneiros, desde os ltimosanos do sculo XIX, em tentativas de voo com aparelhos mais pesados doque o ar.

    Exemplo marcante para muitas geraes de leitores foi JlioVerne, um homem do sculo 19 com uma imaginao alm do sculo 20.Ele foi um dos autores mais populares da gerao dele porque levou osleitores para lugares com os quais eles s tinham sonhado, neste caso, na

    fantstica histria Da Terra Lua, onde Jlio Verne apresentou uma visorevolucionria da cincia espacial prevendo avanos que s viriam a seconcretizar quase um sculo mais tarde.

    Da Terra Lua um romance de fico cientfica, escrito em1865, tendo um estilo leve e bem humorado, apesar de estar aliceradoem cincia slida, contando a aventura de um grupo de homens que viajaat a Lua usando um gigantesco canho. Os clculos de Jlio Verne sobrea possibilidade de enviar um projtil lua previram de forma muito

    acentuada vrias constantes da conquista espacial. A cpsula lunar

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    idealizada por Verne tem uma forma muito semelhante s cpsulasutilizadas pelas misses Apollo.

    O local de lanamento escolhido por Verne foi a Flrida,devido sua proximidade com o equador. Neste caso, nota-se a correocientfica de seus escritos, pois sabido que quanto mais prximo doequador for o lanamento, mais rapidamente o objeto entrar em rbita ecom um dispndio menor de combustvel.

    Jlio Verne, em seu livro aplicou os mesmos clculos,embora no seu caso no se tratasse do combustvel para o lanamento deum foguete, como hoje o conhecemos, mas sim da quantidade de plvora

    necessria para disparar o projtil em direo Lua.

    Ilustrao de uma antiga edio do livro1 de Jlio Verne mostrando o interior do canho

    Embora constem experimentos em praticamente todo omundo, buscando a realizao prtica do voo aerdino motorizado, os

    mais importantes foram creditados aos irmos americanos Orville e WilburWright e ao brasileiro radicado na Frana, Alberto Santos-Dumont.

    Embora a maior parte dos historiadores srios permaneaneutra e se apegue somente aos fatos histricos, muitos autores, cadaqual pelo seu motivo desenvolve as suas "preferncias pessoais" e acabapor enaltecer exageradamente a contribuio de uns e por menosprezar arealizao de outros. Controvrsias parte, o brasileiro Santos Dumontfoi o primeiro aeronauta que demonstrou a viabilidade do vo do mais

    1 Endereo: http://purl.pt/301/1/o-autores-estrangeiros/verne/capas/fialho-2075_0001_221_t0.jpg

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    pesado do que o ar. O seu voo no 14-Bis, em Paris, no dia 23 de Outubrode 1906 constituiu um marco na histria da aviao.

    Este primeiro voo, que no duraria mais do que 7 segundos,um percurso de 60 metros e uma altura de 2 metros do solo, faanharealizada por Santos Dumont para mais de mil expectadores, fez com quelhe conferssemos a patente de Pai da Aviao e abrisse espao para odesenvolvimento do avio, cada vez mais sofisticado e potente, tornando-se uma mortfera arma de guerra.

    Mas a histria da conquista espacial passa por outrasvertentes. Na Europa renascentista, Galileo Galilei, Johanes Kepler,

    Nicolau Coprnico e Isaac Newton contriburam para destruir mitosreligiosos que colocavam o planeta Terra no centro do Universo. E, pordiscordar abertamente disso, Galileo quase morreu queimado nas mos daInquisio, pois aqueles que no acreditassem que a Terra era o centro doUniverso eram tratados como hereges, eram torturados com ferros embrasa e queimados vivos em fogueiras.

    J o filsofo Giordano Bruno, por suas idias revolucionriase contrrias aos dogmas da Igreja, foi aprisionado pela Inquisio nos fins

    do sculo XVI e, por manter-se intransigente em defesa de seus escritos esuas ideias, quando a Inquisio exigia que este as renegasse e foiqueimado no ano de 1600.

    Em 1609 Galileo Galilei apontou para os cus o telescpio,recentemente inventado por Hans Lipperhey, um alemo naturalizadoholands, cuja patente data de 2 de outubro de 1608, sendo o primeirohomem a ver, com ferramentas primitivas, que existiam outros mundos,alm do Planeta Terra. Na Lua, Galileo Galilei viu montanhas, plancies e

    crateras, o que provava que a Lua no era um disco de superfcie plana,como a Igreja Catlica afirmava. Tambm viu as fases de Vnus, os anisde Saturno, alm de Jpiter e quatro de seus satlites.

    No sculo XVII, Johanes Kepler estipulou as chamadas 3Leis de Kepler, provando ento que as rbitas dos planetas que giravamao redor do Sol no eram circulares, como se supunha ento, maselpticas, com o Sol ocupando um dos focos da elipse.

    A seguir, vem Isaac Newton e demonstra que o SistemaSolar , na verdade, uma mquina repleta de regras determinadas, onde

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    todo o movimento poderia ser explicado por uma lei geral e nica: a Leida Gravitao Universal, segundo a qual possvel explicar desde o maissimples fenmeno, como a queda de um corpo prximo superfcie da

    Terra, at, o mais complexo, como as foras trocadas entre corposcelestes, traduzindo com fidelidade suas rbitas e os diferentesmovimentos. Segundo a lenda, ao observar a queda de uma ma, IsaacNewton concebeu a ideia de que isto seria causado pela atrao exercidapela terra.

    A natureza desta fora atrativa, ento, deveria ser a mesmaque existiria entre a Terra e a Lua ou entre o Sol e os planetas. Portanto,a atrao entre as massas seria, com certeza, um fenmeno universal,

    passvel de explicao cientfica, o que Newton, apoiado pelas teorias deKepler, observou que os planetas deviam estar sujeitos a uma foracentrpeta, pois no sendo assim, suas trajetrias no seriam curvas.

    Logo Newton concluiu que essa fora era devida atraodo Sol sobre os planetas, deduzindo as Leis de Kepler, que antes dissoeram baseadas apenas em observaes. Assim, a Lei da GravitaoUniversal uma expresso matemtica baseada na fora de atrao doSol nos planetas. O homem agora tinha bases mais slidas para pensar

    sobre o Universo e nossa posio diante de sua magnitude e dapossibilidade de, um dia, poder conhecer o que existia alm da linha dohorizonte.

    Embora todo o conhecimento acumulado at ento, pode-sedizer que a fico cientfica de Jlio Verne foi particularmente, a grandeinfluenciadora das pesquisas sobre a explorao espacial.

    No final do sculo XIX, o russo Konstantin Tsiolkowski

    desenvolvia os primeiros trabalhos tericos com propulsores a jato paraviagens interplanetrias. Foi Konstantin Tsiolkowski quem desenvolveu abase terica para a criao dos foguetes de combustvel lquido, propondoainda a soluo para o problema do limite da velocidade de descarga dosgases, ou como um foguete poderia voar mais rpido que seus gases deescapamento. Interessante citar que Tsiolkowski nunca construiufoguetes, mas seu trabalho terico revelou-se to fundamental para seuprogresso que ele considerado pelos russos como o pai da Astronutica.

    E, soma-se a Tsiolkowski, o fsico norte americano RobertGoddard, idealizador do primeiro foguete com combustvel lquido a subir

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    ao espao em 1926, o francs Robert Peltirie e o alemo Werner VonBraun, este ltimo, considerado o gnio dos foguetes.

    Entretanto, foi no sculo XX, que o Espao deixou de seruma fronteira inacessvel para passar ser um domnio de novos desafios e,sobretudo, de vontade de ir mais longe e explorar novos limites.

    Em outubro de 1957 a Unio Sovitica inauguraria a eraespacial com o lanamento do primeiro satlite artificial, o Sputnik 1 (quesignifica Companheiro). Era uma pequena esfera espacial, que tinha 83 kgde peso e 58 cm de dimetro, mas como disse Sergei Korolev, a conquistado espao tinha comeado. Um ms depois a Unio Sovitica lanaria o

    Sputnik 2, com a famosa cadela Laika a bordo.

    Quatro anos mais tarde a Unio Sovitica voltou a fazersensao quando lanou o primeiro homem no espao a bordo da cpsulaVostok 1. Yuri Gagarin deu uma volta Terra em 108 minutos e foi oprimeiro humano a contemplar o planeta do espao.

    Foi tambm o primeiro a comer l em cima e a falar para aTerra a partir do espao. O sonho de viajar no espao tornava-se

    realidade. O regime sovitico cobria-se de glria. De origem humilde, YuriGagarin tornava-se o protagonista de uma das melhores aes depropaganda sovitica.

    Os Estados Unidos, que at ento perdiam para os russos acorrida espacial, reagiram anunciando que iriam mandar um homem Lua. A meta foi fixada pelo prprio Presidente Kennedy em 1961. Emborapouco percebesse do assunto, pois no existiam grandes empresas defoguetes no seu estado natal de Massachusetts, Kennedy j tinha tirado

    partido da questo na campanha eleitoral de 1960, quando dizia que: osprimeiros passageiros caninos do espao que regressaram a salvo Terrachamavam-se Strelka e Belka e no Rover ou Fido (nomes vulgares deces americanos). Quando assumiu a presidncia em Janeiro de 1961, oproblema estava nas mos dele e teve que aguentar o sucesso do vo doGagarin.

    Pensou-se ento em algo de grandioso em que a Amricapudesse ter xito. Ir Lua era uma boa ideia. Mas enquanto no

    chegavam l continuavam a ser batidos pelos seus rivais. Os soviticosconseguiram pr a primeira mulher no espao em 1963 e fazer o primeiro

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    passeio espacial em 1965. Por isso, a corrida espacial tinha que ter umanova meta para que os americanos pudessem mostrar o que valiam. ALua era o grande alvo.

    Decidida em cumprir o sonho de Kennedy, a NASA comeoua preparar a grande viagem. Wernher Von Braun, um tcnico alemorecrutado pelos americanos aps a Segunda Guerra Mundial, concentrou-se na construo do gigantesco Saturno que enviaria os primeiros homensem direo a Lua.

    Ao mesmo tempo, testavam-se em rbita terrestre astcnicas e as manobras necessrias para a difcil misso de descida na

    superfcie da Lua, programa que custou aos cofres americanos aastronmica cifra de 28 bilhes de dlares, mas eles conseguiram o quequeriam: em julho de 1969 Neil Armstrong e Edwin Aldrin estavam aovivo para todo o mundo explorando a superfcie lunar.

    Os americanos podiam finalmente esquecer as sucessivashumilhaes impostas pelos soviticos e fazer jus ao nome deastronautas, pois eram os primeiros humanos a visitar um astro alm daTerra. No entanto, as viagens Lua foram difceis e estiveram perto da

    tragdia com a Apollo 13 em 1970, que teve que voltar depois de umproblema grave ocorrido durante a viagem. Mas, mesmo assim, foi umaproeza considervel, pois demonstrou que o homem era capaz deaguentar uma viagem a um mundo diferente do nosso.

    Depois da chegada Lua pelos americanos, estes passarama ambicionar planos de viagens espaciais como uma viagem a Marte e, poca, especulava-se que seria possvel visitar o Planeta Vermelho j em1985. Mas tais especulaes suscitavam grande resistncia e o oramento

    da NASA comeava a encolher. Ento estes planos ficaram pelo caminho ea explorao espacial teve de evoluir para as estaes espaciais e os voshabitados de longa durao com os soviticos a bater sucessivos recordesde permanncia no espao.

    Os voos de longa durao comearam em 1971 cominaugurao da estao espacial russa Salyut-1. Uma inaugurao queficaria tristemente famosa, pois no regresso Terra os cosmonautas daprimeira misso a bordo da estao morreriam devido a uma

    despressurizao acidental na nave de retorno. Essas no seriam asprimeiras nem as ltimas vtimas da explorao espacial, pois acidentes

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    de maior gravidade aconteceriam com o Challanger em 1986 e com onibus espacial Columbia, em 2003.

    Mas os Estados Unidos no quiserem ficar para trs, e doisanos depois da primeira Salyut, em 1973, lanaram o Skylab, umlaboratrio espacial com 83 toneladas de peso. Com o Skylab osamericanos queriam mostrar que tambm podiam estar no espaodurante meses seguidos, mas depois de apenas 3 misses realizadas, oSkylab reentrou na atmosfera em 1979, tendo sido destruda.

    Vista do Skylab em rbita crdito: NASA

    Mas seria j na Estao Espacial MIR que os russos bateriamtodos recordes de permanncia no espao com o recorde absoluto deValeri Poliakov que esteve 437 dias seguidos a bordo desta estao. A MIRfoi a primeira estao espacial habitada permanentemente, primeiro porsoviticos e russos e, posteriormente, por astronautas dos EUA e deoutros pases, como Frana e Japo, num total de 103 visitantes, emcerca de 55 misses, tendo sido 25 russas e 30 internacionais. A MIR,construda em 1986 e 1996, esteve operacional at maro de 2001.

    A Estao Espacial MIR vista do nibus espacial crdito: NASA

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    Esta filosofia de compartilhar tecnologia e recursos aindapermanece hoje em dia em projetos como a Estao EspacialInternacional (ISS), da qual participam 15 Pases2.

    Este regresso rbita terrestre foi tambm um adeus Luaque nunca mais voltaria a ser explorada por astronautas. Depois de teremido Lua os americanos no sabiam o que fazer com ela, pois, narealidade, no havia um projeto cientfico de explorao de nosso satlitenatural, mas uma disputa pela supremacia poltica com a Unio Sovitica.

    nibus Espacial em lanamento crdito: NASA

    Os nibus Espaciais americanos nasceram com aAdministrao Nixon na Casa Branca e, quando foi concebido no incio dosanos 70, era essencialmente uma nave de carga com a grande vantagemde ser reutilizvel e de poder levar vrios astronautas.

    Como cada foguete Saturno V custava cerca de 400 milhesde dlares e a NASA no podia se dar ao luxo de continuar com umveculo lanador to caro era preciso um veculo mais barato que pudesseser reutilizado e cujo nico elemento perdido fosse o propulsante.

    Devido versatilidade do sistema, a NASA contava naqueletempo reduzir os custos das viagens espaciais e tornar as misses emrbita baixa uma rotina, pelo que optou pelo nibus espacial como veculopara levar astronautas a misses na rbita terrestre.

    2 O Brasil tambm aderiu ao Projeto da ISS, mas comocumpriu com suas obrigaes, foi excludo, tendo deixado de contribuir com US$ 100milhes, mas equipamento que deveria fabricar e entregar para montagem na ISS.

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    A primeira destas misses entregue a um nibus espacialamericano (Columbia) ocorreu em 12 de abril de 1981 e, at aaposentadoria destas naves em julho de 2011 (30 anos), os EUA

    realizaram 135 misses ao espao, com os nibus Columbia, Challenger,Discovery, Atlantis e Endeavour, tendo levado ao espao mais de 740astronautas.

    nibus Espacial Atlantis em fase de desmontagem crdito: NASA

    Por muito tempo, as viagens espaciais eram cativas deEstados Unidos e a Rssia, mas hoje, mais de 30 pases possuem satlitesem volta do planeta, num verdadeiro engarrafamento espacial. Em 2000havia 2500 satlites em rbita terrestre e desses apenas 500 estavamativos, sendo o resto lixo espacial o que um dos grandes problemas aser enfrentado.

    No se sabe ainda muito bem o que vai ser o Espao nosculo XXI, mas de se prever que novos limites sero alcanados ebarreiras quebradas. Espera-se que seja possvel mandar homens a Marte

    e instalar bases na Lua depois de 2020.

    claro que tudo isto ainda so especulaes e temos queter cuidado com estas previses, pois a conquista do espao tem, naverdade, progredido devagar, mas no nada daquilo que se pensava hvinte ou h trinta anos e evidente que a explorao espacial continuar,com certeza, com grandes empreendimentos como o regresso Lua e aida a Marte.

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    PANORAMA GERAL

    A persistncia o caminho do xito(Charles Chaplin)

    O uso do espao estar em muito breve, finalmente,deixando o campo das hipteses para se tornar realidade, sendo apenasuma questo de mais alguns anos e algumas centenas de bilhes dedlares para que o homem domine com maior abrangncia o espaoexterior como fonte de recursos e de entretenimento. Estamos falando emum espao de tempo de 10 a 15 anos para que o homem, efetivamente,conquiste a Lua e tenha condies de ir a outros corpos celestes,especialmente o planeta Marte, to sonhado por tantas geraes.

    O homem decidiu voltar Lua, no fisicamente, depois depassados mais de 30 anos desde o ltimo vo da misso Apolo. Em 14 dejaneiro de 2004 o Presidente George W. Bush dirigindo-se ao pessoal daNASA anunciava3 uma Nova Viso Espacial para os Estados Unidos:

    (...) A Amrica est orgulhosa de nosso Programa Espacial. Aspessoas ousadas e visionrias desta Agncia tm expandido oconhecimento humano, revolucionado nosso entendimento sobre oUniverso e produzido avanos tecnolgicos que tm beneficiadotoda a humanidade. Inspirado em tudo isso e guiado por objetivosclaros, hoje estamos colocando em curso o novo ProgramaEspacial Americano. Ns daremoos NASA um novo foco e visopara futura explorao. Ns construiremos novas naves apra levaro homem adiante no Universo, para estabelecer uma nova esegura posio na Lua e preparar para novas jornadas para almde nosso Planeta. (...)

    No era mais uma luta pela supremacia poltica, como nostempos da Guerra Fria, quando Estados e Unio Sovitica se digladiavam,num eterno maniquemo, que produzia muita retrica ideolgica eapreenso do Mundo em torno de uma possvel guerra, de fato, emboratenha sido em torno deste ambiente hostil que se construiu avanossignificativos em diversas reas do conhecimento e, em especial, para aindstria espacial de ambas as potncias.

    3 Release distribudo pela Casa Branca em 14 de janeiro de 2004 (traduolivre do autor), depois que o Presidente George W. Bush ter anunciado a Nova Viso dos Estados Unidos para oPrograma de Explorao Espacial, no endereo www.whitehouse.gov/news/releases/2004/01/20040114-3.html.

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    Mas, quela poca, e, a despeito dos gastos volumosos como Projeto Apolo cerca de 20 bilhes de dlares, o Presidente Americano

    John F. Kennedy jogava para o pblico interno

    4

    e no propriamente tinhaem mente estabelecer uma base definitiva na Lua, o que agora diferente; a luta passou a ser pela expanso de nossas fronteiras e pelaprpria sobrevivncia da espcie humana, visto que nossos recursosenergticos no renovveis se esgotam rapidamente e no se encontramalternativas potencialmente viveis para suprir toda a demanda futura dapopulao mundial, cada vez maior.

    Como divulgado pelo API Instituto Americano de Petrleo5

    em artigo de 2006 Porque necessria uma Estratgia Nacional deEnergia:Ns estamos nos tornando mais e mais dependentes do leoimportado. Essa dependncia agora soma 60% da demanda deleo dos Estados Unidos; estera-se que estes nmeros cresampara 75% por volta do ano de 2025. (...) Uma vitoriosa EstratgiaNacional de Energia deve procurar assegurar suficiente energiapara suportar o crescimento econmico promovendo responsveldesenvolvimento de ambos, recursos internos e externos, sem ocomprometimento do meio ambiente.

    O API nos dava poca uma pista de que os Estados Unidosprecisam, a todo custo de novas fontes de energia para movimentar suasindstrias e aquecer os lares americanos, alm de prover uma fontesegura de combustvel para as nossas foras armadas.

    Ento, o cenrio estaria posto e os atores, pelo que sepercebia poca, se esforariam para lanar ao espao suas mquinas,homens e bandeiras, com a misso de estabelecer na Lua suas bases de

    explorao e de l, se lanarem rumo a outros corpos celestes, a comearpor Marte.

    4 Numa linguagem jovem, dinmica e desafiadora, Kennedy foi aplaudido 18 vezes no

    discurso de 25 de maio de 1961, chamado pela mdia de "Kennedy's Goal", no qual prometeu que osamericanos pisariam na Lua, antes do final da dcada. Para acelerar a explorao do espao,incluindo um vo tripulado Lua, o desenvolvimento de msseis nucleares intercontinentais, satlitesmeteorolgicos e de comunicao, a NASA gastou cerca de 20 bilhes de dlares.5 O API American Petrolium Institute, representa as indstrias de Petrleo e Gs Natural,

    tanto de extrao como de refino, dos Estados Unidos, com cerca de 400 filiados, sendo responsvelpor liderar tal segmento econmico no tocante produo em novas leis para o setor, no campo daspesquisas e da normalizao tcnica. As citaes foram traduzidas pelo autor.

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    Os Estados Unidos, pelo seu poderio econmico etecnolgico, liderava, at ento, esta corrida, seguidos da Rssia, China,ndia, Unio Europia e Japo - no necessariamente nesta ordem, num

    esforo para se chegar Lua antes de 2020, que seria o marco nosplanejamentos estratgicos estabelecidos pelas diversas agnciasespaciais.

    O Diretor da NASA, Michel Griffin divulgou em 19 desetembro de 20056 que quatro astronautas seriam enviados Lua em2020, l permanecendo por uma semana. Este novo Programa Espacialnorte-americano estava orado, segundo a NASA em 104 bilhes dedlares7 e objetivava o estabelecimento na Lua de uma base de operaes

    e que tambm deveria servir de ponto de parada para as viagens a Marte.

    Philip Metzger8, um fsico do Centro Espacial Kennedyafirmou em 18 de maro de 2005 que:

    A Lua o primeiro passo natural. Ela est mais prxima. Nspodemos praticar como viver, trabalhar e fazer cincia antes defazer uma viagem mais longa e mais arriscada para Marte.

    O homem, ento estabelecido na Lua iria usar suasriquezas e utilizar o satlite natural para experimentar o que poderia vir aacontecer mais tarde em solo marciano. E a, talvez, fosse a faseapropriada para a aplicao dos diplomas legais estabelecidos para o usoe explorao do espao exterior, com nfase para os benefcios que istopoder trazer para toda a humanidade, pela explorao da Lua e demaiscorpos celestes, da proteo do seu meio ambiente, da cooperao entrenaes no trabalho exploratrio e na no proliferao de armas, conceitospreconizados no Tratado do Espao9 e no Acordo da Lua10.

    6 (Trudy E. Bell; PHILLIPS Tony. Por que a NASA quer colonizar a Lua antes de ir a Marte? [S.I]. 2005;).7 NASA tem novos planos para a Lua. Jornal Estado de Minas. 20/09/2005, Internacional, p.21.8 METZGER Philip. Why colonize the Moon before going to Mars? NASA scientists give their reasons.http://science.nasa.gov/headlines/y2005/18mar_moonfirst.htm. Traduo livre do autor.9 Em 13/12/63 a Assemblia Geral da ONU adotou, atravs da resoluo 1962 (XVIII), a Declaraodos Princpios Legais que Regulam as Atividades dos Estados na Explorao e Uso do Espao Exterior. Combase nesta Resoluo e nas de nmeros 1884 (XVIII) e 110 (II), alm de consideraes sobre os princpios deinteresse e do bem comum da humanidade e da cooperao internacional, a Assemblia Geral da ONU aprovouoTratado do Espao que foi aberto assinatura em 27/01/67, em Londres, Moscou e Washington, tornando-se um instrumento de enorme relevncia.10 O Acordo que Regula as Atividades dos Estados na Lua e em Outros Corpos Celestes ou, simplesmenteconhecido como Acordo da Lua, comeou a ser discutido em 1971, por iniciativa da Unio Sovitica. Estadiscusso duraria at o ano de 1979, quando foi tomada por consenso e, com a adoo da Resoluo n 34/68,

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    Contudo, at que o homem volte a pisar em solo lunar,muito h que ser feito, seja na rea tecnolgica com o desenvolvimento

    de novos materiais e construo de veculos espaciais mais seguros ereutilizveis seja na rea de pesquisas robticas com um mais apuradoestudo da Lua, seus recursos naturais e de melhores locais paraexplorao, alm, claro, na rea do Direito Espacial Internacional, quedeve ser merecedor de ampla discusso sobre seus fundamentos atuais e,principalmente, quanto aos princpios que distanciam as grandes potnciasdos pases em desenvolvimento, notadamente, no que diz respeito aoregime de explorao das riquezas da Lua, colocando em lados opostospotenciais naes exploradoras e as que no tm capacidade de

    explorao, mas que dependero desta empreitada.

    A questo da explorao espacial est longe de ser pacfica;h de se estabelecer, por exemplo, regras para o aproveitamentoordenado e seguro dos recursos naturais da Lua e a gesto racional destesrecursos e do meio ambiente lunar, j que o Acordo que regula asAtividades dos estados na Lua e em Outros Corpos Celestes no temcomo partes os principais Estados detentores de tecnologia espacial e comcondio de colocar em prtica a arriscada misso de usar as riquezas da

    Lua.

    Mas, com ou sem acordo entre os Estados sobre a melhorforma de se usar e explorar o espao exterior, o fato que isto umarealidade cada vez mais visvel e no h, aparentemente, como impedirque Estados e empresas privadas usem e explorem as oportunidades queo espao oferece em termos econmicos (turismo, energia, cincia).

    Mas o caminho seria longo e tortuoso e as incertezas

    enormes e os Estados Unidos que se lanaram dianteira, demonstrariamlogo frente fraqueza frente ao desenvolvimento das novas navesespaciais, conforme noticiado pela Agncia REUTERS11 em 04/04/2008:

    WASHINGTON (Reuters) - O ambicioso plano de levar sereshumanos Lua e a Marte pode desabar antes mesmo de sair docho devido a incertezas de planejamento e insuficincia de

    a deciso de abrir o Acordo Assinatura. Entretanto, at agora, o Acordo s recebeu a ratificao de 12Estados.11 Disponvel no endereo http://br.reuters.com/article/internetNews/idBRN0434742920080404,acessado em 05/04/2008.

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    verbas, afirmam diversos especialistas. Um relatrio do Congressonorte-americano afirma que o substituto planejado pela Nasa parao nibus espacial, o Programa Constellation, est em risco, econgressistas bem como pelo menos um ex-astronauta

    concordaram com a avaliao, em audincia sobre o assunto. OGovernment Accountability Office dos Estados Unidos afirmou queo programa Constellation, que deveria ser iniciado em 2015, estem risco devido a problemas de engenharia, de verbas e demecnica. Por exemplo, o programa deveria usar o sistema deproteo contra o calor empregado pelo Programa Apollo, nos anosde 1960, mas os especialistas aparentemente no conseguiramreplicar o material 12. Tanto o veculo de lanamento de tripulaoAres I quanto o veculo de explorao de tripulao Orion esto emperigo, de acordo com o relatrio da diviso de investigao doCongresso. "Se algo de errado acontecer com o desenvolvimento

    do Ares I ou do Orion, todo o Programa Constellation pode sertirado do rumo, e o retorno ao vo espacial tripulado passar poratrasos", afirma o relatrio. O estudo tambm aponta que asinstalaes de teste so insuficientes para testar o novo propulsordo Ares I, incluindo suas problemticas vibraes. Ambos osveculos tambm enfrentam "problemas de peso", segundo orelatrio. "Todas essas incgnitas, e outras mais, deixam a NASAem posio de ser incapaz de oferecer estimativas firmes de custopara os projetos, a esta altura", afirma o estudo. No comeo dasemana, funcionrios da agncia espacial norte-americana

    informaram que entre 5,8 mil e 7,3 mil funcionrios seriamdemitidos ao longo dos prximos trs anos, com a aposentadoriados nibus espaciais, a maioria dos quais no Centro EspacialKennedy, em Cabo Canaveral, Flrida. Os nibus espaciais devemsair de operao em 2010.

    Efetivamente, em maro de 2009, o Governo Obamadeterminou a reviso do Programa de Vos Espaciais tripulados dos EUA,que at ento estava focado na volta do homem Lua at o ano 2020.Esta reviso foi convocada para examinar o programa de foguetes Ares e

    a cpsula Orion, que estavam sendo projetados para o transporte deastronautas at a Estao Espacial Internacional e superfcie lunar, almde avaliar a prorrogao do apoio da NASA ISS para alm do ano de2016 e uma possvel iniciativa lunar.

    Em 1 de fevereiro de 2010, com a divulgao dooramento enviado ao Congresso Americano, foi informado que o painelindependente (Comisso de Reviso acima citada) teria descoberto que o

    12 O que na realidade ocorre que o fantstico foguete Saturno V, que levou o homem Lua teve,juntamente com todo o Projeto Apolo, seu projeto destrudo pela NASA, sem explicao plausvel para ato todrstico, o que impede os cientistas de recriarem aquela maravilha da engenharia espacial.

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    Programa da Lua estava atrasado em anos e, por isso, seria colocadoponto final ao Programa Constellation, que pretendia levar de volta ohomem lua. Ressalte-se que a NASA j havia investido cerca de 9

    bilhes de dlares neste programa.

    No comunicado do governo Obama afirmou que

    Em vez disso, estamos lanando um esforo totalmente novo queinveste a inventividade americana para o desenvolvimento detecnologias mais capazes e inovadoras para a explorao espacialdo futuro.

    O oramento proposto ao Congresso Americano, ampliava

    as operaes da Estao Espacial Internacional para alm da dataplanejada para a sua desativao, em 2016, sugerindo possveisacrscimos como habitats espaciais inflveis e vida til at o ano de 2020.Alm disso, concedia mais operaes espaciais ao setor privado comercial,com a alegao de que isso criaria milhares de empregos novos emanteria os custos dos programas baixos.

    Em 15 de abril de 2010, em discurso na NASA, o PresidenteAmericano Barack Obama disse que at 2025 a explorao espacial dos

    Estados Unidos iria alm da Lua, avanando para dentro do Sistema Solar,afirmando ainda "queremos dar um salto no futuro, no continuartrilhando os mesmos caminhos do passado".

    Na ocasio, o Presidente Americano comentou sobre ascrticas que recebeu, especialmente de ex-astronautas, por ter feito cortesdrsticos no oramento da NASA, garantindo aos funcionrios da NASAque

    Ningum est mais comprometido do que eu com as viagenstripuladas ao espao. Mas temos que fazer isso de forma sbia,no como era feito no passado. Queremos mandar astronautaspara Marte e traz-los de volta com segurana.

    Em 21 de julho de 2011 acabava, depois de 30 anos, autilizao dos nibus espaciais para transporte de astronautas,equipamentos e suprimentos para a Estao Espacial Internacional. Desdeesta data, os Estados Unidos esto dependentes de carona dos russos em

    sua capsula Soyuz para ir ISS e esta situao deve perdurar at o anode 2017.

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    Em novembro de 2011, o Congresso dos Estados Unidosaprovou no oramento da NASA para aquele ano, uma previsooramentria para o desenvolvimento de voos comerciais e ajuda ao setor

    privado para o desenvolvimento de foguetes comerciais para colocarastronautas e cargas em rbita.

    O oramento previa ainda o desenvolvimento de um novofoguete, crucial para o envio de astronautas a um asteride ou paraMarte, mas tambm para a Estao Espacial Internacional (ISS).

    J o oramento proposto pela NASA para o ano de 2012destinaria mais de 8 bilhes de dlares para viagens espaciais tripuladas,

    em comparao aos cerca de 5 bilhes de dlares para a cincia espacial -e isso, sem nenhum veculo especial dos EUA prprio para humanos numfuturo imediato.

    O valor final aprovado pelo congresso americano foi de US$17,8 bilhes de dlares, quase US$ 1 bilho de dlares menor do que aproposta enviada pelo Governo Obama e 37% menor do que o de 2007.

    Com o corte do oramento da NASA para 2012 pelo

    Congresso americano - justificado pelo elevado dficit pblico dos EstadosUnidos, o Administrador da agncia Charles Bolden afirmou13 que umfinanciamento insuficiente do programa de naves espaciais comerciaispoderia atrasar o incio dos voos, previstos para 2017.

    Sem dvida, o corte do oramento neste nvel erapotencialmente capaz de prejudicar o programa em curso da "novagerao" do sistema de voo espacial tripulado com o desenvolvimento dacpsula rion e do Sistema de Lanamento Espacial.

    Ressalte-se que a NASA previra realizar uma prova de voono tripulado com a rion e o SLS em 2017, e a primeira misso tripuladaem 2021.

    Mesmo em meio a controvrsias sobre o oramento para2012, a NASA anunciou em novembro de 2011 que manteria oplanejamento de realizar o teste de vo da cpsula Orion antes de 2014 e

    13 Disponvel no endereo http://www.aviacaonoticias.com/2011/11/corte-no-orcamento-pode-atrasar-

    viagens.html.

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    tambm que manteria seu contrato com Lockheed Martin Space System,que a indstria parceira deste projeto.

    Para transportar a rion est sendo desenvolvido peloCentro Espacial George C. Marschall da NASA, o SLS (Space LaunchSystem), que o novo sistema de foguetes americanos baseado emmotores de hidrognio e oxignio lquido e impelidos inicialmente atravsde foguetes (boosters) alimentados a combustvel slido, que tambmforam desenvolvidos como parte do Projeto Constellation. A NASA defineeste novo sistema de foguetes como Seguro, Confivel e Sustentvel,capaz de misses para ressuprimento da ISS, misses lunares e alm, eat, eventualmente, a Marte.

    Numa primeira verso, o SLS ter capacidade de carga de70 toneladas, que mais do triplo da capacidade de carga que tinham osnibus espaciais, para transporte at a uma rbita de 480 km da Terra e,as novas geraes do SLS tero capacidade de carga de 130 toneladas,estes para misses espaciais j previstas para um asteride em 2025 e aoPlaneta Marte, em 2030, como previsto pela NASA e Governo Obama.

    Concepo artstica do SLS Primeira verso - crdito: NASA

    Mas esta deciso da NASA teve impactos importantes, poisa agncia tece de abrir mo de projetos que estavam sendo desenvolvidospela iniciativa privada americana para substituir os nibus espaciais,chamados pela NASA de taxis espaciais, fazendo com que a NASAcontinue dependente da Rssia e suas naves Soyuz para levar e trazerastronautas da ISS pelo menos at o ano de 2017, que tem menor

    capacidade de carga.

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    Mas, de certa forma, hoje os Estados Unidos esto areboque dos russos se quiserem manter a ISS em operao. Este umquadro que remonta aos anos 50, quando a Unio Sovitica detinha a

    dianteira da corrida especial, depois do lanamento bem sucedido doSatlite Sputnik.

    S para estes projetos privados a NASA previa para o anode 2012 cerca de US$ 850 milhes e s recebeu do Congresso americanoa aprovao para gastar UR$ 406 milhes, razo pela qual a NASA teve dedecidir por dois projetos em andamento e que ela queria que vingasse,por acreditar em suas viabilidades iminentes.

    Um destes projetos o Projeto CST (Crew SpaceTransportation), desenvolvido pela rea de negcios da Boeing LaunchProducts and Services, pertencente rea de Defesa, Espao & Seguranada Boeing, sediada em Houston (USA), formada por uma joint venturecom a Lockheed Martin, onde tm cerca de 1.800 funcionrios.

    Concepo artstica da operao da CST para acoplagem ISS - Crdito: Boeing

    Embora parte do projeto do CST seja financiada pela NASA,esta cpsula poder ser utilizada, no futuro, por empresas e pessoasfsicas para explorao do espao e viagens de turismo, desde que tenhaum lanador disponvel, como os que esto tambm sendo desenvolvidospela iniciativa privada americana ou pela prpria NASA.

    Um desses projetos poder ser o da Empresa Space-X

    (Sistema Falcon 9-X), que pretende levar astronautas e suprimentos paraa Estao Espacial Internacional e trazer astronautas de volta Terra epodendo tambm, pelo menos conceitualmente, servir em outras misses

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    espaciais, j tendo um contrato com a NASA de US$ 1,6 bilhes dedlares para desenvolvimento do sistema, devendo chegar a US$ 3,1 bi.

    Concepo artstica do Falcon 9 crdito: Space X

    O Falcon 9X um foguete de dois estgios alimentado porOxignio Lquido (LOX) e Querosene, sendo o primeiro estgio com 9motores e o segundo estgio com um nico motor.

    Outro forte player que se apresenta disposto a competirnesta rea Paul Allen, co-fundador da Microsoft e que criou a Empresa

    Stratolaunch Systems e que at o momento no compete pelos recursosoramentrios da NASA, mas que promete um sistema revolucionrio delanamento de foguetes espaciais.

    Paul Allen baseia seu projeto na unio de esforos de trsempresas: a Space-X, que forneceria os foguetes e as cpsulas, a ScaledComposite's, que forneceria o meio de transporte at o limite daatmosfera, com seu sistema que j est preparado para fazer os vossuborbitais e a empresa Dynetics, que faria a integrao dos sistemas.

    Concepo artstica do Sistema crdito: Stratolaunch Systems

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    Aparentemente um negcio muito interessante para aStratolaunch Systems, de Paul Allen, mas resta saber se isto prosperarvista a grande dificuldade a ser enfrentada nos campos tcnicos e prtico

    para integrao destes trs negcios e da tecnologia e prazos envolvidos.

    Falamos at agora de projetos capitaneados pela NASA, masisto no d fim s inmeras possibilidades. Temos em andamento grandesprojetos de explorao espacial liderados pela Rssia, China, Japo, UnioEuropia e pela ndia, que em sua Viso 2025 prev a continuidade dodesenvolvimento de novos foguetes para permitir a explorao planetria,a fabricao de naves reutilizveis e a realizao de voos tripulados.

    H de ressaltar que a ndia realizou de 2008 a 2009 suaprimeira misso lunar no tripulada, com a espaonave Chandrayaan-1,lanada com sucesso em 22 de outubro de 2008 e que manteve contatocom a Terra at 1 de setembro de 2009, tendo cumprido uma misso de312 dias em torno da Lua, com a utilizao de 11 instrumentos para arealizao de um mapeamento completo daquele satlite, para identificarseus recursos minerais e composio fsica e qumica do solo lunar.

    Devido a aposentadoria dos nibus espaciais americanos, a

    NASA e a Agncia Espacial da Federao Russa, em 14 de maro de 2011,firmaram acordo de US$ 753 milhes para utilizao da espaonave Soyuzat o ano de 2016, para transporte de pessoal e recursos ISS.

    A nave Soyuz j fazia este trabalho para a NASA, desde2003, quando houve a exploso do nibus espacial americano Columbia,quando retornava com sete tripulantes a bordo, todos mortos assumeagora a hegemonia no transporte para a ISS, pelo menos at o final de2016, quando a NASA pretende estar com seu novo sistema de transporte

    espacial de astronautas (CST) j operacional.

    Concepo artstica da ISS e Soyuz aproximando e foto da Soyuz acoplada crdito: NASA

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    A Rssia foi quem inaugurou o Turismo Espacial levandosete turistas espaciais ISS14, como forma de financiar parte de suasdespesas com estas viagens; foram cinco americanos, um sul africano e

    um cidado canadense. No se tem previso para ida de outros turistas naSoyuz.

    O Plano da Rssia (2006-2015) prev, em linhas gerais15:

    a) Desenvolvimento dos veculos de lanamento avanados;b) Manuteno e melhorias da base de lanamento localizada em

    Baikonur;c) Desenvolvimento, acompanhamento, ampliao e manuteno da

    constelao de satlites orbitais para o benefcio dos campos scio-econmico, cincia e segurana do Pas (comunicao, televiso-radiodifuso, sensoriamento remoto da Terra, monitoramentoecolgico, administrao de emergncia, pesquisas fundamentais doespao, pesquisa em microgravidade);

    d) Desenvolvimento, expanso e manuteno da Estao EspacialInternacional (ISS) com segmentos para pesquisa fundamental eaplicada, implantao de projetos de longo prazo de pesquisaaplicada e experincias;

    e) Desenvolvimento de foguete e tecnologias espaciais sustentveis,com caractersticas universais.

    O Programa Espacial da Federao Russa, para o perodo de2006 a 2015, aprovado em 22 de outubro de 2005, pela Resoluo n635, com oramento de 305 bilhes de rublos (cerca de US$ 9,5 bilhes)apresenta com suas maiores prioridades at o ano de 2015:

    a) Ter um total de 50 satlites operacionais para monitoramento da

    Terra (tempo e ambiente), comunicao, televiso e rdio-difuso;b) A explorao da Lua, com uma nave no tripulada;c) Instalao de mais 8 mdulos na ISS para ampliar as pesquisas;d) 2 satlites para o Sistema Internacional de Busca e Resgate;e) 3 espaonaves para estudo do Sol e da interao Terra-Sol.

    14 Lista de turistas levados ISS pela nave Soyuz: Dennis Tito (2001), Mark

    Shuttleworth (2002), Gregory Olsen (2005), Anousheh Ansari (2006), Charles Simonvi

    (2007), Richard Garriott (2008), Charles Simonvi (2009 2 vez), Guy Lalibert (2009).15 O Programa Espacial da Federao Russa completo est disponvel no endereohttp://www.federalspace.ru/main.php?id=85

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    A china hoje um fortssimo player na rea espacial emantm um Programa Espacial16, com metas arrojadas de curta e longadurao, incluindo, dentre outras:

    a) Construir sua prpria Estao Espacial orbitando a Terra;b) Construir uma base lunar habitada;c) Realizar uma explorao profunda, no tripulada, do Sistema Solar;d) Enviar misses no tripuladas a Marte entre 2014 e 2033 e misso

    tripulada quele Planeta entre 2040 e 2060;e) Participar com a Rssia do Projeto de enviar uma sonda no tripulada

    a Marte e sua lua Phobos para recolher e trazer de volta amostrasde solo do satlite e de Marte.

    A nave Shenzhou, desenvolvida nos anos 90 para levar umhomem ao espao a maior realizao do programa espacial chins e jpermitiu levar o homem ao espao e at a fazer uma caminhada espacial.

    A Nave Shenzhou, sendo a perte em cinza o nico que volta, tendo direita este mdulorecuperado depois de seu retorno superfcie da Terra crdito: Wikipdia

    A nave Shenzhou lanada pelo foguete Longa Marcha, defabricao chinesa e desenvolvido na dcada de 60 com tecnologiasovitica, com quem a China manteve um contrato de transferncia detecnologia at o ano de 1960. Apesar do rompimentos das relaes nesteano, os cientistas chineses continuam o desenvolvimento de seu ProgramaEspacial, que prospera, apesar doo embargo dos Estados Unidos.

    16 Dados disponveis em http://pt.wikipedia.org/wiki/Programa_espacial_chin%C3%AAs

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    Foguete Longa Marcha pronto para lanamento na Base de Xichang - Crdito: Wikipdia

    A Estao Espacial Chinesa, a ser montada no espao at oano 2020 dever ter cerca de 60 toneladas e dever estar operandoquando a ISS j tiver sido desativada, previsto para 2016.

    Concepo artstica da futura Estao Espacial Chinesa Crdito: Dragon Space

    Para comprovar sua capacidade na construo destaEstao Espacial, a China lanou com sucesso, no dia 29 de setembro de2011, o mdulo Tiangong-1, demonstrando ao Mundo que domina oconhecimento sofisticado necessrio para tal empreendimento. OTiangong-1 um laboratrio de 8,5 toneladas e foi projetado para umavida til de dois anos.

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    Concepo artstica do mdulo Thiangong-1 e anave Shenzhou-8 - Crdito: Dragon Space

    Modelo em escala do mdulo Thiangong-1 acoplado naveShenzhou (tambm es escala) - Crdito: Wikipdia

    A ndia, apesar de ser um Pas ainda com grande ndicede pobreza o 12 Pas em termos de economia, encontrando-se emritmo acelerado de crescimento, alm de se destacar por ter o 3 maiorcontingente militar do mundo, embora em termos de potncia militaresteja l pelo 7 lugar, j que este ranking no to preciso e est emmudana.

    No campo espacial, a ndia conta com a ISRO (IndianSpace Research Organization), que coordena o trabalho de um batalho

    de pesquisadores e tcnicos em 19 centros de pesquisa, lanamento,operao, rastreamento, ensino, que desenvolvem, constroem e operamsistema espacial, dentro do atual programa.

    O Programa Espacial Indiano arrojado e prev ainstalao de uma constelao de satlites para desenvolver e operar oseu prprio sistema de geoposicionamento (IRNSS), para no ficardependente do GPS americano ou de outros sistemas como o europeu(GALILEO), chins (BEIDOU - em construo) ou do sistema russo

    (GLONASS).

    Outra rea que recebe grande esforo de capital e detecnologia a de grandes Lanadores, que pretende chegar ao GSLV-MKIII, para transporte de cargas de at 4 toneladas e peso total de 630toneladas.

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    Famlia de foguetes do Programa Espacial Indiano crdito: ISRO

    A ndia ainda trabalha com o projeto de retornar Luacom uma misso no tripulada e o desenvolvimento de uma nave espacialreutilizvel e misses tripuladas na rbita terrestre.

    Um Pas com grandes ambies na explorao espacial o Japo, que atua atravs da JAXA (Japan Aerospace ExplorationAgency).

    Mdulo KIBO acoplado ISS crdito: JAXA

    Entre os projetos em desenvolvimento pela Jaxa est autilizao da ISS, onde tem o seu prprio laboratrio (mdulo Kibo), odesenvolvimento de um sistema de transporte de carga paraabastecimento da ISS (o HTV2) com capacidade de carga de 5,3

    toneladas, j tendo realizado uma misso com sucesso Estao EspacialInternacional.

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    Sistema de transporte para a ISS (HTV2) crdito: JAXA

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    VOLTANDO LUA

    O vo at a Lua no to longe.As distncias maiores que devemos percorrer

    esto dentro de ns mesmos.(Charles de Gaulle)

    Apesar de o Governo Obama ter dito que redirecionariao Programa Espacial Americano e retirada a prioridade da volta Lua emmisso tripulada, nosso Satlite natural continua sendo o primeiro grandeobjetivo nesta nova fase de explorao espacial, que teve como um dosmarcos o primeiro voo orbital de uma nave construda pela iniciativa

    privada americana17

    , em 21 de junho de 2004 e que abriu, assim, umamaior perspectiva para a participao da indstria privada na exploraodo potencial de recursos espaciais e de outros empreendimentos.

    Assim, os Estados Unidos devem dar continuidade aoprojeto de voltar Lua com uma expedio tripulada e isto, segundo ocronograma do Sistema SLS da NASA seria feito a partir de 2019, depoisde uma primeira misso no tripulada em 2017.

    Temos ainda muito que aprender sobre a Lua, mesmodepois de mais de cem naves terem ido ao nosso Satlite artificial embusca de respostas, tendo esta srie de voos no tripulados iniciada em1959 com o envio da sonda sovitica LUNA-1, que obteve as primeirasimagens de nosso satlite natural, a partir de sua rbita, inclusive seislevando astronautas dos EUA, entre 1969 e 1972.

    Mas falta saber ao certo o que a Lua e, para sabersobre o que a Lua tem em seu interior, a NASA, a partir do primeiro dia de

    2012 colocou em sua rbita duas naves gmeas (GRAIL Laboratrio deRecuperao da Gravidade e Interior, que tambm significa graal) parafazerem um mapeamento completo do interior da Lua, numa missoprevista para durar 82 dias, que poder ter sobrevida. Inicialmentechamadas pela NASA de Grail-1 e Grail-2, agora foram rebatizadas deEbb e Flow, nomes dados por alunos de uma escola americana,atravs de concurso da NASA.

    17 SpaceShipOne construda pela Empresa Scaled Composites, situada em Mojave, Califrnia

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    Concepo artstica das naves gmeas (Grail) orbitando a Lua - crdito: NASA

    Alm desta, outras misses no tripuladas serorealizadas com o objetivo de se estudar a composio mineralgica da Luae preparar-se para uma futura misso tripulada.

    Neste sentido, a Rssia informou em 24/01/2012 queplaneja enviar o homem Lua depois de realizar vrias misses notripuladas ao satlite natural da Terra, declarou agncia Interfix oDiretor Geral do Consrcio Aeroespacial Lavochkin, Victor Khartov:

    Existe no mundo um renascimento do interesse pela Lua. ARssia tambm tem projetos neste sentido. Foram eleitos os

    locais para a aterrissagem das duas primeiras misses, osplos norte e sul do satlite.

    As duas primeiras misses no tripuladas - Luna Resurse Luna Glob - so a repetio dos passos que j foram dados no passado,nos tempos da ento Unio das Repblicas Socialistas Soviticas, mas asexperincias adquiridas teriam se perdido e devero ser recuperadas,explicou Victor Khartov.

    Feito exclusivamente pelos russos, o "Luna-Glob",prev o lanamento e aterrissagem de um aparelho que uma vez noterreno ir recolher amostras de p lunar, da mesma forma que a terceiramisso, "Luna-Grunt" que dever trazer amostras de terra lunar.

    Concepo das sondas (orbitadora e de superfcie) Luna-Glob-1 crdito: ROSCOMOS

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    O projeto "Lunas-Resurs" ser executado em conjuntocom a ndia, que ir fornecer misso o foguete portador e o veculolunar que ser depositado na superfcie da Lua por um mdulo de descida

    fabricado pela Rssia. Esta Misso est prevista para 2013 e chamarMisso Chandrayaan-II. A sonda Luna-Resus, fabricada pela Rssia, comcapacidade de pousar na superfcie da Lua e que levar tambm umveculo robotizado para explorar a superfcie lunar.

    Concepo das sondas da Misso Luna=Resus crdito: ROSCOMOS

    Segundo afirmao do Diretor do ConsrcioAeroespacial Lavochkin, assim que todas as misses no tripuladas foremconcludas, a indstria aeroespacial russa dar incio aos preparativos paraenviar uma nave tripulada ao satlite, sendo esta misso antecedida poroutras robotizadas com o fim de preparar a infraestrutura.

    Em outubro de 2011, o Diretor do Centro de Preparaode Cosmonautas Gagarin, Serguey Krikalhov, durante a realizao doFrum Espacial 2011, realizado em Moscou, que novos dados obtidospelos cientistas sobre a Lua permitiriam a instalao de bases seguras nosatlite. Segundo Krikalhov18, alguns veculos de explorao lunar dasagncias espaciais haviam detectado na superfcie lunar cavidades comdimetro de 65 metros e profundidade de 100 metros, ocorrncias que

    teriam surgido em consequncia de erupes vulcnicas.

    Segundo o Cientista, a existncia dessas cavidadesdeveria alterar a tecnologia de explorao da Lua, pois no interior dessesburacos seria possvel instalar compartimentos para habitao e trabalhoda base, equipados para proteger os seus habitantes contra a radiao.Alm disso, os cientistas tambm teriam verificado que a temperaturainterna desses ambientes oscila entre 30 e 40 graus positivos.

    18 Disponvel no endereo http://www.diariodarussia.com.br/tecnologia/noticias/2011/10/20/russia-

    anuncia-criacao-de-bases-na-lua/

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    Um dos interesses pela explorao da Lua pelos seusrecursos minerais e a possibilidade da obteno de uma fonte de energialimpa a partir do hlio-3, a ser processado em sua superfcie e, por isso

    mesmo, se justifica o porqu os Estados Unidos no devero ficar fora desua explorao, embora a negativa do Presidente Barack Obama, pois lestaro os russos, chineses, japoneses e indianos, dentre outros.

    De forma mais clara, a Rssia, a China, a ndia e oJapo j divulgaram sua inteno em construir bases lunares e fazer oprocessamento da poeira lunar para extrair o hlio-3 e traz-lo para aconverso em energia em reatores de fuso nuclear, em fase dedesenvolvimento, j que ainda no temos tecnologia para tal.

    Ora, no novidade, para a maioria das pessoas, que oPlaneta Terra est a caminho do esgotamento de seus recursos naturais,entre os quais as reservas de petrleo, com previso para perto de 2050estas reservas esgotarem, embora se continue consumindo cada vez maise no se investindo o suficiente para o desenvolvimento de novastecnologias para produo eficiente de energias alternativas e o hlio-3seria uma alternativa, embora cara sua produo e transporte.

    O que se percebe que os Estados Unidos, emboratenha direcionado a proposta de explorao humana da NASA para Marte,dar suporte tecnolgico e financeiro para que empresas provadasdesenvolvam seus taxis espaciais para servios junto Estao EspacialInternacional e para a Lua, pois seriam mais adequados em termos decusto, j que a proposta da NASA comprar servio de transporte com asempresas privadas correndo parte do risco de desenvolvimento.

    E por que no conceder a empresas americanas a

    outorga de poderes para minerar na Lua em nome dos Estados Unidos?Alis, esta questo j foi muito discutida no Congresso Americano,inclusive com propostas de legislao unilateral para tentar burlar oTratado Internacional sobre o Espao e o Acordo da Lua, que poucospases assinaram e nenhuma potncia espacial.

    Alm da questo energtica, h de se considerar que ohlio-3 no o nico recurso que se sabe existir na Lua. Ela tambmpoder ser uma valiosa fonte de recursos minerais raros, como o eurpio

    e o tntalo, muito usados para equipar dispositivos eletrnicos e deenergia limpa (painis solares, carros hbridos), alm do consumo pelas

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    indstrias espaciais e de defesa. Alm desses, outros minerais estodisponveis para serem minerados na Lua, como potssio, fsforo e trio,atualmente disponveis em maior quantidade apenas na china.

    Sistema PILOT de produo de oxignio a partir do solo lunar para suas futuras bases (NASA)

    E justamente estes recursos minerais da Lua o focoprincipal dos programas espaciais de diversos Pases como a China,Rssia, ndia e Japo, embora seja sabido de que para isto, seronecessrios recursos financeiros altssimos para o desenvolvimento detecnologias de lanamento, pouso, sobrevivncia e para os trabalhos deescavao e processamento dos minerais in-situ (no local), razo pela

    qual as potncias espaciais comeam a trabalhar em conjunto em algunsprojetos de explorao.

    Equipamento de extrao sendo projetado pela Escola de Minas de Colorado (USA) - NASA

    Por tudo de estratgico que existe na explorao daLua, depois de quase 40 anos, este ser um novo momento da exploraoespacial, com as grandes potncias colocando em definitivo seus homense equipamentos na Lua e construindo em nosso Satlite natural suas

    bases de explorao e tirando da superfcie e subsolo da Lua os valiosos

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    minerais para a vida na Terra e tambm para construir nos engenhos quepartiro da Lua para buscar outros mundos.

    Concepo artstica da base lunar americana divulgada em 2006 crdito: NASA

    Em 2007 a NASA apresentaria prottipos de sua futurabase lunar, prevista para estar concluda em 2024.

    Mdulo de sobrevivncia para a base lunar americana crdito: NASA

    Com o tanto que a NASA j investiu em projeto para aLua fica difcil acreditar que os norte-americamos realmente desistiram desua explorao, razo pela qual, fica sempre patente que esta tarefa serdelegada a empresas privadas, aproveitando o que j foi desenvolvido e o

    que ainda est em desenvolvimento pela NASA.

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    Projeto de veculos lunares para servio na base lunar americana crdito: NASA

    Os cientistas russos informaram em janeiro de 2012

    que a Rssia ir instalar na Lua uma base cientfica, a Estao Lunar, quepoder ficar em solo ou orbitando a Lua. Para tanto, a Rssia estmantendo entendimentos com a NASA e a ESA (Agncia EspacialEuropeia) para discutir um possvel acordo para a construo e utilizaoconjunta das instalaes lunares.

    A ideia, segundo o que disse o Chefe da Roscomos aAgncia Espacial Russa, em entrevista Vladimir Popovkin, que, dentro de20 anos, turistas espaciais vejam como algo absolutamente normal passar

    temporadas de alguns dias na Lua. Juntamente com o passeio lunar, osturistas poderiam conhecer o trabalho a ser desenvolvido pelos cientistasrussos no satlite da Terra.

    A Agncia Espacial Russa trabalha com a perspectiva deque a base lunar russa comece a funcionar a partir dos anos 2030,primeiro com a instalao no satlite dos cientistas encarregados deestudar as suas propriedades fsicas, biolgicas e geolgicas e, aospoucos, iria se desenvolvendo a infraestrutura necessria para a vidaregular, incluindo a infraestrutura turstica.

    Para os cientistas russos, a vida humana na Lua perfeitamente vivel porque l no existe a radiao csmica querepresenta perigo mortal para o ser humano. Alm disso, a fora dagravidade corresponde mais ou menos ao nvel a que os terrestres estohabituados. J a base lunar seria uma necessidade estratgica, para oestudo de outros planetas, alm de permitir o desenvolvimento e teste denovos sistemas espaciais para voos rumo a Marte e outros planetas.

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    Concepo artstica de Base Lunar Russa divulgada por Popovkin crdito: ROSCOMOS

    Juntamente com o passeio lunar, os turistas, segundoVladimir poderiam conhecer o trabalho desenvolvido pelos cientistasrussos no satlite da Terra. Assim, a ROSKOSMOS trabalha com aperspectiva de a base lunar russa comear a funcionar a partir de 2030.

    Inicialmente, conta Vladimir Popovkin

    19

    , vo-se instalarno satlite cientistas encarregados de estudar as suas propriedadesfsicas, biolgicas e geolgicas. Aos poucos, ir se desenvolvendo ainfraestrutura necessria para a vida regular, incluindo a infraestruturaturstica.

    Em tom de provocao Vladimir Popovkin ainda disse:

    "Ns no queremos que o homem d apenas um passo nalua Hoje, sabemos o suficiente sobre isso, sabemos que hgua em suas reas polares estamos agora discutindo

    como comear a explorao com a NASA e o ParlamentoEuropeu", disse ele.

    Para os cientistas russos, a vida humana na Lua perfeitamente vivel porque l no existe a radiao csmica querepresenta perigo mortal para o ser humano, quando, por exemplo, emviagem para outros Planetas. Alm disso, a fora da gravidadecorresponde mais ou menos ao nvel a que os terrestres esto habituados.

    19 Disponvel no endereo http://www.diariodarussia.com.br/tecnologia/noticias/2012/01/22/russia-

    instala-base-lunar-ate-2020/

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    J a base lunar necessria para objetivosestratgicos, afirma o conselheiro cientfico da Corporao Csmico-Balstica Energhia, Aleksandr Aleksandrov. Ele explica que a criao de

    uma base na Lua tarefa necessria para o estudo de outros planetas apartir do satlite da Terra. Alm disso, a base lunar permitir desenvolvere testar novos sistemas espaciais para voos rumo a Marte e outrosplanetas, e os astrnomos podero estudar melhor o Sol e as estrelas.

    Aleksandr Aleksandrov diz ainda que, em seguida aesses objetivos mais prximos, a humanidade chegar fase daexplorao industrial da Lua. O cientista afirma que poder ser organizadano satlite a extrao de minrios, e diversas construes podero ser

    realizadas, inclusive a de um cosmdromo para lanamentos espaciais apartir da Lua rumo s reas remotas do universo.

    O Chefe da Roscomos disse acreditar que, em seguidaa esses objetivos mais prximos, a humanidade chegar fase daexplorao industrial da Lua e que poder ser organizada no satlite aextrao de minrios, e diversas construes podero ser realizadas,inclusive a de um cosmdromo para lanamentos espaciais a partir da Luarumo s reas remotas do universo.

    Sabe-se tambm que a previso de construo da baselunar russa est contida em um plano de desenvolvimento do programaespacial russo at 2040, elaborado pela agncia, possuindo trs fases:

    A primeira delas at 2015, estaria focada naconquista do espao prximo Terra e incluiria a finalizao da construodo segmento russo da Estao Espacial Internacional (ISS), onde a Rssiaest anunciando que far a segunda fase do experimento Mars 500, para

    conhecimento dos efeitos do prolongado isolamento dos astronautas e, naISS, sob os efeitos da radiao solar.

    Entre os planos de longo prazo da Roscosmos estariatambm a criao de um sistema de proteo da Terra contra asteroides,tarefa que pode comear a ser feita a partir de 2026.

    Em 2015 ser a vez dos japoneses (JAXA) lanarem aMisso Selene-2, que ter uma sonda na rbita da Lua e uma sonda na

    superfcie, tambm com um veculo robotizado para explorao de nossosatlite natural. Depois desta, outras sondas da famlia Selene esto

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    previstas, como preparativo para uma futura misso lunar tripulada. Nestesentido, a JAXA (Agncia Espacial do Japo) realiza estudos conceituais,inclusive para uma futura estao permanente em solo lunar.

    Embora a JAXA no divulgue datas firmes para suasfuturas misses tripuladas para a Lua e no tripuladas para o PlanetaMarte, demonstra que est se preparando e, em seu site, possvelconhecer as pesquisas que esto desenvolvendo para a construo deveculos robotizados para explorar a Lua e outros corpos celestes,equipamentos de perfurao de solo para extrao de minerais, robs quesejam capazes de montarem as estruturas da futura estao lunar, clulasde combustveis e outros equipamentos para suportar tais misses.

    Os Japoneses, contudo, prevm iniciar a construir desua base lunar por volta de 2020, com a utilizao de misses robticas e,para 2020 o incio das misses tripuladas para habitar a base lunar.

    Concepo artstica da base lunar japonesa com robs e humanos crdito: JAXA

    Em 2013, os chineses tentaro pousar na superfcie daLua com a sonda Change 3, que dever levar um veculo robotizado

    para explorar a superfcie da Lua. Esta Misso chinesa suceder s duasprimeiras misses bem sucedidas na explorao da Lua atravs de suarbita, a Change-1 (2007-2009) e a Change-2 (2009-2011).

    Segundo divulgado pelo site China Daily, a Chinainiciar a construo de uma base lunar entre 2025 e 2030, que seriaprecedida do envio de um rob em 2017.

    Outras fontes j falam que a base lunar chinesa sestaria pronta operacionalmente para o ano de 2049, mas nada do que sefale hoje pode ser levado ao p da letra, pois o que est envolvido muito

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    grande para que as potncias espaciais falem abertamente e muito deveestar sendo desenvolvido e construdo de forma secreta.

    Concepo artstica de uma futura base lunar chinesa crdito: Peoples Daily Online

    Mas no so somente as Agncias Espaciais queplanejam ocupar a Lua com suas bases cientficas. A iniciativa privadatambm caminha neste sentido, como o caso da Bigelow Aerospace, queplaneja utilizar habitats inflveis para construo de uma futura base.

    E a ideia de se fazer instalaes espaciais inflveis no

    nova e vem dos anos 60, quando a NASA desenvolveu e colocou emrbita dois satlites que funcionavam como retransmissores passivosinternacionais e intercontinentais de voz (rdio e telefone) e de sinais deteleviso. Eram bales enormes o primeiro (Echo 1) de 30,48 m dedimetro e 180 kg de massa e o segundo (Echo 2) com 41,1 m dedimetro e 256 kg de massa, incluindo as baterias e os painis solares.

    Os satlites Echo 1 e 2 durante testes de resistncia presso crdito: NASA

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    Em 2000, a NASA desistiu de utilizar este material e odono da rede de hotis Budget Suites comprou os direitos de execuo doprojeto e contratou diversos funcionrios da NASA para aprimorar a

    tecnologia descartada. O resultado desse investimento foi a criao de umtecido de 16 polegadas de espessura, mais resistente que trs polegadasde alumnio. A composio do material que vai revestir a primeira estaoprivada da histria mantida em segredo.

    A Bigelow Aerospace produziu duas verses de seuhabitat inflvel o Gnesis I e o Gnesis II, e os colocou na rbita daTerra, lanados por msseis russos, respectivamente em 2006 e 2007.

    Configurao da Gnesis I e Gnesis II crdito: Bigelow Aerospace

    As espaonaves Gnesis I e II continuam operacionais etransmitindo para o Centro de Controle da Misso, instalado em LasVegas, imagens e dados de voo, com monitoramento 24 horas por dia.

    Depois de comprovada a viabilidade tcnica do projeto,a Bigelow Aerospace desenvolve agora a terceira gerao de seu habitatinflvel, que a BA 330, que 30 vezes maior em termos de volumeinterno (330 m3) e quase o dobro do volume de um mdulo da ISS.

    Concepo artstica do mdulo BA 330 crdito: Bigelow Aerospace

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    A BA 330 foi concebida para ser utilizada como umaEstao Espacial independente ou com mdulos acoplados, sendo quecada mdulo poderia abrigar at seis pessoas por longo perodo. A

    Empresa planeja lanar o primeiro mdulo ao espao em 2015.

    A Bigelow Aerospace mantm acordos com diversospases e instituies para futura utilizao de seus habitats inflveis, comoReino Unido, Austrlia, Estados Unidos, Arbia, dentre outros.

    Concepo da BA 330, mdulo independente e acoplados crdito: Bigelow Aerospace

    A NASA, que tem interesse na aquisio destes habitatsinflveis j conheceu um prottipo em escala original exposto pela BigelowAerospace em suas instalaes de Las Vegas (USA).

    Visita de representante da NASA s instalaes da Bigelow crdito: Bigelow Aerospace

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    Outra utilizao prevista para os habitats inflveis daBigelow Aerospace a instalao de bases na Lua e tambm para aexpanso da ISS, cujos entendimentos esto sendo feitos com a NASA.

    O Empresrio Robert Bigelow (esquerda) discute o layout de uma futura base lunar com EricHaakonstad, um dos Engenheiros Lderes da Bigelow Aerospace - crdito: Bigelow Aerospace

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    DA LUA A MARTE

    O homem ainda em preparativos para retornar Lua,j faz planos ousados de ir a Marte. Entre os principais candidados aaportarem no Planeta Vermelho com suas mquinas e homens, estoEstados Unidos, Rssia e China, que j trabalham intensamente para isto.

    A Rssia, atravs do Diretor de Programas de VoosTripulados da Roscomos, Aleksei Krasnnov, anunciou que para prepararseus astronautas para a longa viagem at Marte dever fazer a segundaexperincia cientfica Marte 500 na Estao Espacial Internacional. Ele

    declarou que a escolha da ISS como sede da experincia no gratuita.Como a Estao Espacial Internacional ser desativada em 2020, nadamais justo do que aproveitarmos ao mximo as suas potencialidades.

    Faltando oito anos para a desativao da EstaoEspacial Internacional, esta dever ser usada pela Rssia para asimulao de um voo interplanetrio entre Terra e Marte, a exemplo doque ocorreu em Terra, na primeira experincia marte 500, concluda em 4de novembro de 2011. Com o nome original em ingls de Marte 520 dias, a

    experincia foi conduzida em contineres instalados no Instituto de ProblemasMdico-Biolgicos da Academia de Cincias da Rssia. Nestes contineres, foramreproduzidas as condies de ida e volta de um voo tripulado a Marte, assim comoas condies ambientais em que os tripulantes encontrariam naquele Planeta.

    Durante a experincia Marte 500, que na realidade foram 520dias, os seis voluntrios permaneceram isolados de qualquer contato externo, aocontrrio de experincia similar feita pela NASA, mas que os voluntrios eramorientados. Na Rssia os voluntrios foram monitorados, sem interferncia, porcientistas, bilogos, astrnomos, astrofsicos, engenheiros e mdicos de vriasespecialidades, inclusive psiquiatras, que analisaram o comportamento de seishomens submetidos a confinamento durante um ano e meio, num mesmo ambiente.

    Com a experincia sendo feita na ISS, os voluntrios estariam submetidos radiao csmica, no existente na maquete da cosmonave, construda no Institutode Problemas Mdico-Biolgicos da Academia de Cincias da Rssia, sendoconsiderado um ambiente mais adequado para repetir a experincia.

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    TURISMO ESPACIAL

    "O mundo passar a visitar o cosmo compacotes tursticos que sero fechados como

    se fssemos conhecer outros pases."

    (Richard Branson)

    Embora ainda distante de se tornar uma rotina, o queos russos preveem para dentro de 20 anos, a verdade que o turismo

    espacial j uma realidade, embora s acessvel queles que se do aoluxo de gastar algumas dezenas de milhes de dlares pela aventura.

    Foi o caso do multimilionrio americano Dennis Tito 20primeiro turista espacial, com passagem paga, 21 e que permaneceu setedias na Estao Espacial Internacional, levado pela nave russa Soyus TM32, em 28/04/2001. Depois dele foram ao espao o Sul Africano MarkShuttleworth, 22 em 25 de abril de 2002, o tambm empresrio americanoGregory Hammond Olsen, em 11 de outubro de 2005, a empresria

    Anousheh Ansari 23, em 18 de setembro de 2006, o Programador da

    20 O empresrio da rea de mercado e turista espacial Dennis Anthony Tito nasceu em NewYork (USA) em 06/06/1940, Bacharel em Cincia da Astronomia e Astronutica pela Universidade deNew York, Mestre em Cincia da Engenharia pelo Instituto Politcnico de Rensselaeer (New York),cientista formado pelo Laboratrio de Propulso a Jato da NASA e Doutor Honoris Causa peloInstituto Politcnico Rensselaer. Dados obtidos nos endereos: http//www.spacefacts.de/bios/astronauts/Tito_dennis.htm e http//www. Wikipdia.org/wilshire_ associates, em 22/07/2006.21

    De fato, a primeira turista espacial foi Helen Sharman, uma qumica britnica que venceu umconcurso promovido por uma rdio inglesa, para escolher um cidado comum do pas para participar

    do Projeto Juno, uma joint venture entre empresrios britnicos e a Agncia Espacial Russadestinada a colocar um britnico no espao. Seu vo ocorreu em 18 de maio de 1991 e ela subiu aoespao na misso Soyuz TM-12 e passou uma semana a bordo da estao Mir.22

    Mark Shuttleworth um programador de computadores sul-africano que se tornou milionriodepois de vender sua empresa de segurana de Internet, a Thawte, para a Verisign.23

    Fluente em ingls, francs e persa (sua lngua materna), tornou-se executiva no ramo dastelecomunicaes, e hoje scia, co-fundadora e CEO da empresa Telecom Technologies, quefundou com seu marido e seu cunhado nos anos noventa. A empresa de sua famlia, ProdeaSystems, anunciou a formao de uma sociedade com a Space Adventures- a empresa que faz osacordos comerciais com a agncia espacial russa para levar turistas ao espao - com a inteno decriar uma frota de veculos espaciais sub-orbitais para uso comercial ao redor do mundo. Como

    principal contribuinte financeira da Fundao X-Prize, Anousheh Ansari d nome ao prmio Ansari XPrize, oferecido pela fundao a quem fizesse o primeiro vo espacial sub-orbital independente dahistria; o prmio, de dez milhes de dlares, foi conquistado pela equipe do engenheiro e astronauta

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    Microsoft Charles Simonyi 24, em maro de 2007 e o empresrio RichardGarriott 25, em outubro de 2008. Estes voos terminaram em 2009.

    A NASA e a Agncia Espacial Europia (ESA),entretanto, incentivam a indstria privada a empreender neste promissornegcio que, segundo mostra o artigo Space Tourism26 envolver oprojeto e construo de instalaes na Lua para hospedagem e recreaode milhares pessoas, tendo empresas americanas e japonesas27 j semanifestado dispostas a investir nesta rea, dependendo de acordos aserem firmados com a NASA para transporte de equipamentos emateriais, alm do suporte de vida na superfcie lunar.

    Empresas esto sendo criadas para atuar nesta novarea de negcios, seja em hotelaria, em esportes espaciais, em transporteregular de passageiros e em toda a cadeia de infraestrutura (construo,gerao de energia, produo de oxignio, produo de propelentes paraas naves espaciais, comunicao e muitos outros ramos), para aimplantao destes projetos na Lua e na rbita terrestre. E a lista deoportunidades no para por ai. Podem-se enumerar alguns mais:consultoria, software e integrao de sistemas, segurana, direitos depropriedade intelectual, educao, entretenimento e outros.

    Mike Melvill e o prottipo espacial SpaceShipOne, do Projeto Tier, entre os vinte e seis concorrentesao prmio.24

    Charles Simonyi (Budapeste, 10 de setembro de 1948) um dos mais antigosprogramadores da Microsoft, famoso por ter criado a Notao hngara. Na Universidade de Oxford foicriada a Cadeira Charles Simonyi para a Compreenso Pblica da Cincia. Simonyi foi o criador doBravo, a primeira aplicao WYSIWYG. Deixou a Xerox para trabalhar para a Microsoft em 1981.Trabalhou na primeira verso do Word e no predecessor do Excel, o Multiplan. Em 2007, tornou-se oquinto turista espacial a visitar a Estao Espacial Internacional aps pagar algo entre US$ 20milhes para uma estadia de 10 dias na ISS. Recebeu o treinamento na Cidade das Estrelas e viajou

    atravs da empresa de turismo espacial Space Adventures no dia 7 de Abril, a bordo da nave SoyuzTMA-10, retornando com um dia de atraso no dia 21 de abril, aps uma estadia de 14 dias na ISS.25 Richard Allen Garriott (Cambridge, 4 de julho de 1961) um empresrio da rea de jogoseletrnicos, que se tornou o sexto turista espacial ao ir ao espao na misso Soyuz TMA-13, emoutubro de 2008, atravs da Space Adventures, empresa criada para proporcionar a ida ao espao depessoas comuns, do qual ele diretor. Nascido na Gr-Bretanha, Garriott cresceu no Texas, ondeassumiu a cidadania norte-americana. Seu pai, Owen Garriott, foi um astronauta da NASA,participante das misses Skylab e dos primeiros vos do nibus espacial, nas dcadas de 70 e 80.Desde criana, demonstrou grande interesse por computao, desenvolvendo programas de jogospara computadores e os oferecendo de graa aos amigos. No comeo de dcada de 80.26 Endereo:www.aerospacesholars.jsc.nasa.gov/HS/cirr/em/6/7.cfm, acesso em 20/07/2006.

    27 o caso da empresa Nishimatu Japanese Company, que projeta construir na Lua o Escargot city,um resort que dever ter suporte para uma comunidade de 10 mil pessoas, inclusive com umaimensa fazenda para produo local de alimentos.

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    Um hotel em pleno espao sideral, a possibilidade devoar em torno da Terra e se aproximar da Lua e a chance de ir EstaoEspacial Internacional como um visitante qualquer, sem ser astronauta ou

    cosmonauta tudo isso est prestes a se tornar realidade em muito poucotempo. o que prometem os representantes das empresas Energhia, afabricante de naves espaciais russas, e Orbital Technologies, que estestruturando o turismo espacial. As ideias foram apresentadas emZhukovski, a cidade nos arredores de Moscou que sediou o SaloAeroespacial Internacional MAKS-2011, entre os dias 16 e 21 de agosto.

    A Energhia e a Orbital Technologies deram-se as mospara fabricar, at 2016, um hotel orbital com quartos para sete hspedes.

    E outros planos incluem voos tursticos para o lado escuro da Lua e, at2030, para Marte. Percebendo o filo que tm nas mos, as empresasdecidiram trabalhar na estruturao do turismo espacial, e j contam comas primeiras reservas, embora ainda carssimos.

    Os compromissos assumidos com a NASA, a agnciaespacial dos Estados Unidos, com a Agncia Espacial da Unio Europeia(ESA) e com a do Japo (JAXA) e de outros pases obrigam a Rssia a notransportar turistas espaciais at 2013. At l, os lugares garantidos nas

    naves Soyuz, as que chegam at a Estao Espacial Internacional (ISS),so dos cosmonautas russos e dos astronautas de outros pases.

    Conforme j mostrado no captulo anterior, oamericano Robert Bigelow, proprietrio da rede de hotis Budget Sutes,que nasceu, enriqueceu e continua vivendo na Cidade, investiu cerca deUS$ 100 milhes - e gastar outros US$ 400 milhes - para ter umaestao espacial privada e um complexo de hospedagem espacial.

    Bigelow pretende seduzir as dezenas de pases quedesenvolvem programas de explorao fora da Terra ou aqueles que jpossuem agncias espaciais, mas que esto longe na fila para viajar at aEstao Espacial Internacional. A iniciativa permite que cada pas tenhaum local alugado em rbita adaptado s suas necessidades.

    Na indstria farmacutica, de comunicao ebiotecnologia, o americano planeja garimpar corporaes interessadas emrealizar experimentos em micro gravidade (cabos de fibra tica produzidos

    nessa condio, por exemplo, ganham mais eficincia). Interessados terode desembolsar cerca de U$ 12 milhes por quatro semanas de estadia.

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    Outro projeto de Hotel Espacial foi anunciado Rssia em2011, cujos planos representam construir um hotel espacial para receberturistas interessados em experimentar a gravidade zero e ver a Terra do

    espao, com previso de inaugurao para 2016.

    Esta estao espacial comercial deve custar cerca deUS$ 60 milhes e, alm de receber hspedes, tambm servir como basede apoio para a ISS, caso os tripulantes da estao internacionalprecisem. As dirias provavelmente custaro algo em torno de US$ 148mil, mas o transporte at o hotel bem mais salgado. Atualmente, umvoo nas naves russas Soyuz at a ISS sai por US$ 50 milhes.

    Concepo artstica do futuro hotel especial da Rssia Crdito: Orbital Technologies

    sabida as dificuldades existentes para o turismoespacial frente aos vultosos custos envolvidos e as barreiras tecnolgicase logsticas. Mas s de imaginar sair da Terra para um final-de-semanano espao, mesmo que seja a apenas 100 km de distncia, o que sedenomina vo suborbital, algo maravilhoso.

    Mas, em pouco tempo - talvez coisa de menos de 10anos, isto poder se tornar realidade, pois parece haver uma conjugao

    de fatores que impulsionam tal ambio, como o desenvolvimento deespaonaves reutilizveis e de menores custos por parte da iniciatiovaprivada, o apoio da NASA para que a iniciativa privada desenvolva projeto

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    de acesso ao espao, de forma comercial, o aumento da concentrao dariqueza nas mos de uma maior parcela da populao e o sonho deliberdade que sempre embalou o homem e o fez pensar em ter asas e se

    libertar da gravidade terrestre.

    Diversos projetos em andamento para naves reutilizveis para uso em voos suborbitais

    Embora ainda muito cara, a idia de se usar o espaocomo uma extenso turstica da Terra pode se tornar vivel e atrativa,

    relativamente em curto prazo, para muitos empreendedores e turistas,que veem nesta possibilidade, a grande chance de estabelecer um novonicho de mercado de alta tecnologia e alto faturamento, embora de igualmonta de riscos e a vivncia de uma emoo inigualvel.

    Esta possibilidade est levando ao surgimento dealgumas empresas que desenvolvem arrojados projetos tursticos.

    Pioneira nesta rea, a Virgin Galactic28 foi ganhadora,

    em 2005, com o SpaceShipOne, do Ansari X-Prize, prmio no valor de10 milhes de dlares, pelo feito de atingir a marca de 100 km dealtitude, duas vezes no espao de uma semana.

    28 A Virgin Galactic o brao espacial do grupo Virgin, do bilionrio empresrio britnicoRichard Branson, um conglomerado que rene 350 empresas de setores variados como aviao,megalojas de varejo, telefonia celular e trens. Contato no Brasil: [email protected].