paisagens e representaÇÕes do espaÇo ......os conceitos de paisagem, lugar e as representações...
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PAISAGENS E REPRESENTAÇÕES DO ESPAÇO: EXPLORANDO O LUGAR NO
ENSINO DE GEOGRAFIA.
Maria Ester de Souza1 Introdução
A Geografia traz perspectivas e múltiplas leituras sobre o espaço, amplia as visões da
realidade, refletindo e problematizando a organização socioespacial do mundo. Na educação
institucionalizada e na escola, geografia e ensino são faces de uma realidade única, relacionando-se
de modo inseparável. Enquanto conhecimento faz-se essencial à formação. Repensá-la em seu
processo didático-pedagógico e teórico-científico é um desafio a ser alcançado na docência. O
ensino e a aprendizagem mais significativos na escola exigem também a exploração das diversas
linguagens e representações da Geografia. Mas será que essas relações estão a ocorrer de fato no
exercício das práticas escolares ou continuam sendo apenas ideais a serem alcançados ainda na
escola do futuro?
O presente artigo faz uma abordagem teórica e apresenta relatos de ações pedagógicas,
mediadas a partir de uma experiência interdisciplinar realizada em 2013 na Escola Estadual Antônio
Guedes de Andrade, localizada na faixa periurbana do município de Campina Grande – PB.
“Paisagens e representações: um perfil geográfico de Catolé de Zé Ferreira” foi o tema de um
projeto pedagógico da disciplina de geografia, desenvolvido com os alunos do ensino fundamental,
durante os meses de maio a outubro do ano de 2013. Este trabalho contou com o apoio e a
1 Graduada em Licenciatura Plena em Geografia pela Universidade da Paraíba – UEPB. Professora de Geografia da Rede Estadual de Ensino da Paraíba. E-mail: [email protected].
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participação de outros professores que através de suas disciplinas (matemática, educação física e
língua inglesa) contribuíram na execução das atividades práticas e na mobilidade dos alunos da
escola aos espaços da comunidade.
Nas ações pedagógicas do projeto, o alunado participou ativamente dos seguintes
procedimentos: na observação da paisagem, na leitura e na interpretação de textos, gráficos, tabelas,
imagens e mapas, aulas de reconhecimento e explorações do bairro, além da coleta de dados por
intermédio da pesquisa de campo e a catalogação da vegetação predominante nas imediações da
escola, o que possibilitou os alunos formarem leituras sobre o espaço vivido e representá-lo
cartograficamente.
Ensino, conceitos geográficos e interdisciplinaridade.
O estudo e a constante reflexão sobre o que é ensinar, para quem ensinar e os métodos de
ensino a serem utilizados são práticas recorrentes e necessárias no trabalho diário do professor. É
um desafio contínuo e exige técnica, paciência, comprometimento, organização e entusiasmo.
Aquele que ensina precisa ter de forma clara os objetivos que deseja alcançar em sua complexa
tarefa de ensinar, o que demanda traçar um caminho, uma trajetória a seguir durante o processo. Do
contrário perder-se-á a direção, o sentido e até mesmo a motivação ao caminhar. As técnicas de
ensino, os métodos, as práticas escolares e as tendências pedagógicas são temas bem presentes nos
componentes curriculares de cursos de pedagogia e nas licenciaturas e publicações de educação da
atualidade. Esses temas têm sido amplamente debatidos por estudiosos e pesquisadores da área pela
urgente necessidade de transformação do contexto educacional do país, como também, pela sua
relevância na formação docente.
Uma formação que possa trazer ao professor (a) a verdadeira preparação e capacitação para
o trabalho, não somente um arcabouço das informações pedagógicas. Mas que os possibilitem a
desempenharem seus papeis ativamente na escola e em suas interações com os alunos de forma
significativa, criativa e satisfatória. Ao longo do tempo, a educação brasileira vem passando por
movimentos de renovações e novos modelos de escolas, paradigmas de ensino, pensamentos e
técnicas. E, nesse processo, tem se construído mentalidades e elaborado “manuais de ensino que
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ensinam professores a ensinar” (SILVA, 2014, p.1). Com isso, se observa que as técnicas de ensino
não são recentes, ao contrário, desde a década de 60 e, mesmo anteriormente, no Brasil vem se
publicando manuais e livros abordando esta questão. Deve-se mencionar um livro publicado nos 60
em várias edições, intitulado “Ensino: sua técnica – sua arte” (Ruy Santos de Figueiredo, RJ, 1969).
As ideias apresentadas por este autor são em parte criticadas pelos teóricos atuais como uma
“crença de que a formação docente pode ser viabilizada pela prescrição de procedimentos e
atividades que podem ser reproduzidas em situações de aula” (SILVA, 2014, p.7). Por outro lado,
Figueiredo (1969), apresenta orientações que ainda hoje podem ser válidas e mesmo exequíveis no
âmbito da prática de ensino no ambiente escolar. Em sua concepção, a ideia de ensinar é mais que
uma atividade pedagógica visto que o autor entende o ato de ensinar tanto como uma ciência quanto
uma arte.
Figueiredo (1969) acredita que, para ensinar bem não basta apenas o professor ter um
profundo conhecimento do assunto, mas é preciso ir além. Ele precisa também aprender a técnica,
desenvolver suas habilidades, ser metódico e organizado e, para isto, exige disciplina e
conhecimento de si mesmo, além de trabalhar o autocontrole em suas relações professor – aluno na
sala de aula, sendo o professor o guia e o aluno o agente no processo educativo escolar. Tendo
consciência dessa complexidade, transpomos esta reflexão para uma questão mais específica, a
saber, o ensino da Geografia como disciplina escolar. Inicialmente apresentamos os
questionamentos que norteiam a nossa discussão: O que é ensinar Geografia? Para que ensiná-la? E
como ensiná-la? É importante salientar que com estas questões não temos como pretensão formular
respostas ou mesmo respondê-las precisamente, mas apenas refletir sobre as práticas, discutir ideias
e encontrar novos caminhos, novas formas de pensar e de fazer.
É preciso considerar que “o objeto de estudo geográfico na escola é, pois o espaço
geográfico, entendido como um espaço social, concreto, em movimento. Requer uma análise da
sociedade e da natureza e de dinâmicas resultantes da relação entre ambas”. (CAVALCANTI, 2002,
p.13). A presença da geografia na escola – explica a mesma autora – “é justificada no sentido de
compor contribuições para a formação geral dos cidadãos”. E completa que essa contribuição se
refere “à possibilidade de leituras da realidade a que esse saber disciplinar especializado possui e
que pode compor as capacidades cognitivas dos cidadãos”. E, nesse sentido, “os conceitos
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geográficos são instrumentos básicos para leitura do mundo do ponto de vista geográfico” (na
mesma obra, 2002, p. 13-15).
Para Moreira (2007, p. 10), paisagem, território e espaço formam a tríade das categorias da
representação e construção da ideia de mundo da geografia. O conceito de representação espacial
para os geógrafos se estrutura na fusão das várias correntes contemporâneas, incorporando o
conceito da psicologia (KOZEL, 2002, p.215). Há uma relação direta e indireta entre as
representações e as ações humanas, entre as representações e o imaginário, pemitindo-nos
compreender a diversidade inerente às práticas sociais e às mentalidades. Nesse ponto de vista, “as
representações espaciais advêm de um vivido que se internaliza nos indivíduos em seu modo de
agir, em sua linguagem, tanto no aspecto racional como no imaginário, seguidas por discursos que
incorporam, ao longo da vida” (mesma autora, 2002, p. 221). O estudo da Geografia é por
excelência interdisciplinar, uma vez que ensinar a disciplina é sempre um desafio que envolve
múltiplas relações de interdisciplinaridade, de comunicação e de compreensão do espaço habitado,
que perpassam pela construção de conhecimentos, saberes e conceitos que não podem ser
apreendidos sem o desenvolvimento da capacidade de leitura de mundo e de raciocínio espacial. A
Geografia possui suas linguagens, seus conceitos e suas representações sem os quais não se
identificaria como tal.
A ação pedagógica na escola
A Escola Estadual Antônio Guedes de Andrade – (AGA) é uma escola rural da comunidade
de Catolé de Zé Ferreira, que está inserida no Bairro do Velame, ao sul da cidade de Campina
Grande – PB e apresenta um contexto especifico e distinto da educação na realidade paraibana.
Conforme o Estudo de Impacto Ambiental – EIA realizado na área no ano de 2008, como parte das
exigências da SUDEMA – Superintendência de Administração do Meio Ambiente do Estado da
Paraíba, para o licenciamento da instalação da Usina Termelétrica de Campina Grande, Catolé de
Zé Ferreira é uma comunidade pequena que está situada nas proximidades da termelétrica,
composta aproximadamente por cerca de 1.000 pessoas (BORBOREMA ENERGÉTICA S\A EIA
\RIMA, 2014). Os dados do Censo do IBGE, em 2010, registram a população residente no bairro
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um total de 6036 (seis mil e trinta e seis) pessoas. O que, distribuídas por sexo, temos uma parcela
de 3000 (três mil) homens e de 3036 (três mil e trinta e seis) mulheres habitando o local.
Em 2013, o eixo temático central da escola se deu em torno das questões ambientais, da
memória e da história local do bairro. Foi realizado um trabalho interdisciplinar que contou com a
participação de todos os docentes, assim como do corpo de funcionários e alunos. Foi promovido a
produção de textos escritos e gráficos, desenhos, mapas e croquis, análise dos fatos e das fotografias
relacionadas às dinâmicas do cotidiano, à forma e à qualidade de vida da comunidade bem como o
registro de experiências vividas pelos moradores do bairro compartilhados com os alunos da escola,
o que veio possibilitar a saída do ambiente individual da sala de aula para um trabalho mais coletivo
e de parcerias entre alunos e alunos, professores e professores. A seguir apresenta-se um resumo do
projeto:
Resumo do Projeto de Geografia 2013:
I. Tema do projeto: Paisagens e Representações: Um Perfil Geográfico de Catolé de Zé-Ferreira.
II. Ano/Ciclo: Do 6º ao 9º do Ensino Fundamental II.
III. Duração: De Maio a Outubro de 2013, duas aulas semanais.
IV. Área (s) de conhecimento (s): Geografia, Matemática, Educação Física e Língua Inglesa.
V. Apresentação/Justificativa:
O projeto foi desenvolvido na Escola Antônio Guedes de Andrade dentro do objetivo geral do projeto
pedagógico escolar que é o debate em torno do Meio ambiente, Memória e História Local do bairro.
A Geografia como ciência e disciplina escolar, por natureza interdisciplinar, possibilita leituras diversas da
realidade, enfoques amplos e particulares, diferentes níveis de espacialidades, interpretações e pontos de
vista do local ao global, portanto, proporciona uma visão mais generalizada e crítica do espaço habitado pelo
homem em suas múltiplas transformações.
VI. Objetivos
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Nas questões mais específicas da Geografia, tem-se como principal propósito, entre outros, o de evidenciar
os conceitos de paisagem, lugar e as representações espaciais visando a exploração do lugar enquanto espaço
vivido, conhecido e experienciado pelos alunos. E em específico:
• Reconhecer a organização espacial da comunidade;
• Entender as relações que estão a ocorrer no local;
• Perceber e analisar as transformações que ocorrem nesse espaço;
• Realizar leituras e representações cartográficas do espaço social da escola;
• Traçar um perfil geográfico da Comunidade de Catolé de Zé-Ferreira.
VII. Etapas:
1ª Etapa: Levantamento de informações (bibliográfico e cartográfico) sobre o bairro, pesquisas na página do
IBGE e discussões das características gerais da comunidade a partir da cartografia local.
2ª Etapa: Aula prática de reconhecimento das dinâmicas locais, atividade de campo, participação dos
alunos, coleta de dados e entrevista com os moradores.
3ª Etapa: Leitura e análise do espaço e as suas formas de representações a partir da cartografia do bairro e
suas linguagens, ou seja, descrição, desenho, mapa mental, fotografias e a maquete do local em estudo.
4ª Etapa: Produção de material com os resultados do projeto, sendo um painel gráfico a ser apresentado
pelos alunos na IV Mostra Pedagógica da Escola.
Resultados
O espaço da escola é um espaço que se encontra reduzido, tendo proporções pequenas,
apresentando vários tipos de carências de ordem física, educacional e econômica. A área de
localização da mesma apresenta vulnerabilidades e riscos ambientais e sociais. Uma área
desprivilegiada nos aspectos de iluminação pública, de calçamento das ruas, de segurança, enfim,
de saneamento. A escola e sua equipe docente têm buscado organizar periodicamente eventos a fim
de trabalhar essa questão crítica em seu entorno, por meio de conferências ambientais, palestras
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sobre meio ambiente e saúde e projetos individuais de professores, com o propósito de despertar a
consciência dos alunos que fazem parte da comunidade para a higienização, limpeza e preservação
de seu espaço.
Figura 01, 02 e 03. A área de reconhecimento de campo e entrevista dos alunos com os moradores.
Quanto às turmas do fundamental do 6º ao 9º ano, a escola possui quatro turmas únicas no
período vespertino. A média de alunos por turma é de 9,5 alunos, aproximadamente 10 alunos por
sala, estes na faixa etária de 12 a 15 anos, o que facilita a interação e o trabalho dos professores que
conseguem dar uma atenção individual a cada aluno. Nesse aspecto, a escola traz um diferencial em
relação às outras escolas da circunvizinhança que possuem salas de aulas muito numerosas. Os
professores e funcionários da Escola AGA conseguem conhecer os alunos e as alunas
individualmente, podendo traçar um perfil de cada um, conhecê-los por nome, saber onde moram e
conhecer seus pais e familiares.
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Comunidade de Catolé de Zé Ferreira, em 29 de Agosto de 2013.
Escola
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Atividades realizadas com a orientação da equipe escolar, em sala de aula em 10, 11 e 17/10/ 2013.
Os alunos embora apresentem algumas diferenças em relação as faixa-etárias e as séries em
curso, ainda assim, têm características semelhantes entre si, principalmente no se que refere à
formação de conceitos nas disciplinas e no desenvolvimento de atividades que exijam concentração,
raciocínio, leituras e produções de textos, escritos ou gráficos, sendo essas as principais dificuldades
de aprendizagem encontradas, sendo o real interesse em superá-las o que motivou a realizar um
projeto de Geografia na escola com um trabalho que estimulasse a leitura e a interpretação e,
também, a representação do espaço vivido, através da geografia e suas linguagens e da exploração
do lugar no ensino. A partir do trabalho de pesquisa dos alunos na comunidade traçou-se o seguinte
perfil:
I) Doença mais frequente declarada pela comunidade aos alunos nas entrevistas.
Em primeiro lugar, foi mencionada a gripe, as alergias e as viroses, (45%) das respostas. Em
segundo, foi mencionada a hipertensão, (25,25%) das pessoas e, em seguida, queixaram-se também
de dor de cabeça, 12,2%. Um percentual de 10,62% para casos de dengue, asma e câncer e, apenas
6,38% disseram não enfrentar nenhum tipo de doença na família.
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Figuras 04, 05 e 06. Representações do espaço local
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II) Tratamento para os casos de doença.
As unidades de saúde buscadas pelos moradores da comunidade em casos de doenças, em
sua maioria, 53%, recorrem aos serviços ofertados no posto de saúde local. Há ainda um grupo de
pessoas que afirmam buscar atendimento em outras unidades de saúdes, hospitais públicos, fora do
bairro (29%). Outros 10% recorrem aos tratamentos em hospitais particulares nas situações mais
críticas.
III) Em relação aos tipos de pragas predominantes no local.
Pelas condições ambientais do bairro, com ruas sem calçamento e ausência de redes de
esgotamento sanitário próximo às residências, faz-se um ambiente propício à proliferação de pragas,
insetos e roedores. Nesse aspecto, parte da comunidade queixou-se da presença de pernilongos e
formigas (48,12%), baratas (37%) e ratos (9,15%).
IV) Serviços de coleta de resíduos na comunidade.
A questão ambiental é uma das mais críticas do quotidiano, principalmente em relação aos
resíduos produzidos e descartados pela comunidade. Ao caminhar pelo bairro, um dos elementos
mais comum a ser observado é a presença de resíduos depositados irregularmente nas ruas, em
terrenos baldios e, mais intensamente, nas proximidades da escola. Apesar da existência do serviço
público de coleta nas ruas principais, muito do material acumulado próximo Unidade Escolar é
depositado também pelas indústrias e fábricas.
V) Condição de ocupação dos imóveis:
A maioria das pessoas na comunidade, cerca de 87%, possuem a casa própria, enquanto que
13% delas ainda pagam o aluguel. Em relação à situação que motivou os moradores a buscarem
residências em Catolé de Zé Ferreira - segundo as declarações – destaca-se a questão de emprego,
38,15%, as questões familiares, 19,29% e a aquisição de imóveis, 17,02% no local. Outro aspecto
registrado foi em relação a origem dos moradores, 6,37% das pessoas vieram do sudeste brasileiro,
12,43% veio de outros estados do nordeste, sendo que o maior percentual, 45,7% representa a
população de naturalidade de Campina Grande.
VI) Outros aspectos da população residente:
No que tange ao número de pessoas por residência, de 1 a 3 pessoas é igual a 54%, de 3 a 5
pessoas, 30%, de 5 a 7 pessoas, 12 % , maior que 7 pessoas, 4%. Em relação ao Estado civil, 61%
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da população se declarou casado, 17% coabitado, 12% viúvo, 8% solteiro e 2% divorciado.
Tratando-se da escolaridade por chefe de família, tem-se, 36,12% não concluiu o ensino
fundamental, 19,13 % concluiu o ensino médio, 15% chegou a cursar o ensino médio, mas sem o
concluir. Os outros 12,69% se dividem igualmente entre a população da comunidade não
alfabetizada que cursou o fundamental incompleto e a que passou pelo ensino superior. Referente a
situação de trabalho por família, 42,25% estão empregados, 25,5% são autônomos, 19%
desempregados, 13 % aposentados, beneficiados ou pensionistas. Em relação a esse contexto se
registrou a renda familiar dos moradores, que de acordo com a maioria, 53,19%, afirma ser maior
que o salário mínimo, 29,69%, declarou ser igual ao salário mínimo e 17,12% menor que o mínimo.
Figura 07. Painel dos resultados gerais do projeto apresentado pelos alunos do fundamental.
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Considerações finais
Por intermédio do presente projeto buscamos estimular nos alunos a motivação e o
envolvimento no trabalho com as disciplinas (Geografia, Matemática, Educação Física e Língua
Inglesa), a interação entre professores-professores, entre alunos-alunos, entre a escola e a
comunidade, na exploração do lugar, além de desenvolver a postura crítica dos alunos e promover
aulas mais consistentes, potencializando os conceitos e as habilidades a serem formadas e
desenvolvidas no processo de ensino-aprendizagem. E, pela percepção do espaço vivido, realizar
leituras e interpretações, utilizando o texto gráfico, a representação espacial e suas linguagens
através da cartografia do lugar.
O ensino de Geografia na educação básica e o trabalho diário na escola não é uma tarefa
simples, sendo necessário manter o equilíbrio emocional, cultivar o entusiasmo, discutir ideias,
construir conhecimentos, despertar interesses, estimular a paixão pelo saber. Portanto, há muito
trabalho a fazer, um longo caminho a ser percorrido e estamos apenas à margem, persistindo e
caminhando, um passo a cada dia, a fim de alcançar a nossa meta, a educação escolar satisfatória,
passível de múltiplas abordagens e necessárias ao desenvolvimento cognitivo e pessoal do alunado.
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MOREIRA, Ruy. “Conceitos, Categorias e princípio lógicos para o método e o ensino da geografia”. IN:________. Pensar e ser em geografia: Ensaios, história, epistemologia e ontologia do espaço geográfico. São Paulo: Contexto, 2007, p. 105-129. SILVA, Vivian Batista da. Manuais que ensinam professores a ensinar: a construção de saberes pedagógicos em livros didáticos usados por normalistas (1930-1970). Disponível em: < www.sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe1/anais/163_vivian.pdf> acesso em: (19\06\14).