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IMAGENS E REPRESENTAÇÕES DA OCUPAÇÃO TURÍSTICA DO LITORAL SUL DO ESTADO DA PARAIBA 1 Vancarder Brito Sousa 2 RESUMO O presente artigo tem como foco a compressão dos processos de apropriação, significação e resignificação das idéias de meio ambiente e conservação pelos atores sociais que compõem a cena turística e de lazer no município de Conde, distrito de Jacumã, litoral Sul da Paraíba. Precisamente a pesquisa se detém às praias de Tabatinga, Coqueirinho e Tambaba e áreas circunvizinhas. As imagens associadas aos discursos oficiais que caracterizam a região sugerem a evidência da centralidade da idéia de “natureza” e de suas formas de manutenção pari passo com o crescimento econômico via “desenvolvimento sustentável”. Cabe questionar, via um percurso compreensivo e analítico, como estas representações são apreendidas e reelaboradas pelos usuários e demais agentes que constroem o “lugar” da praia como “espaço” turístico e de lazer, a partir de uma etnografia imagética da percepção ambiental. PALAVRAS CHAVE: Desenvolvimento sustentável, percepção ambiental, Tambaba. O presente artigo tem como foco a análise dos processos de apropriação, significação e resignificação históricas das idéias de meio ambiente e conservação pelos atores sociais que compõem a cena turística e de lazer no município de Conde, distrito de Jacumã, litoral Sul da Paraíba. Precisamente deriva de uma proposta de pesquisa, em fase exploratória, e se detém às praias de Carapibus, Tabatinga, Coqueirinho e Tambaba e áreas circunvizinhas. Este processo de compreensão se dará por meio da identificação e análise de acervos fotográficos e de imagens midiáticas e ou institucionais que remetam a reconstrução do processo de ocupação turística e imobiliária das áreas em tela. Atualmente, as praias citadas e seu entorno são alvo de um acelerado movimento de ocupação imobiliária, com a abertura de loteamentos residenciais e construções de residências de veraneio, condomínios residenciais e resorts. As campanhas e peças publicitárias veiculadas por agências de turismo, pelo governo 1 Trabalho apresentado no GT 01 – Turismo, Ambiente e Sociedade no V Encontro da ANPPAS - outubro de 2010 - Florianópolis - SC 2 Sociólogo. Professor Dr. da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) – CAMPUS V – Curso de Ciências Biológicas.

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IMAGENS E REPRESENTAÇÕES DA OCUPAÇÃO TURÍSTICA DO LITORAL SUL DO ESTADO DA PARAIBA1

Vancarder Brito Sousa2

RESUMO

O presente artigo tem como foco a compressão dos processos de apropriação, significação e resignificação das idéias de meio ambiente e conservação pelos atores sociais que compõem a cena turística e de lazer no município de Conde, distrito de Jacumã, litoral Sul da Paraíba. Precisamente a pesquisa se detém às praias de Tabatinga, Coqueirinho e Tambaba e áreas circunvizinhas. As imagens associadas aos discursos oficiais que caracterizam a região sugerem a evidência da centralidade da idéia de “natureza” e de suas formas de manutenção pari passo com o crescimento econômico via “desenvolvimento sustentável”. Cabe questionar, via um percurso compreensivo e analítico, como estas representações são apreendidas e reelaboradas pelos usuários e demais agentes que constroem o “lugar” da praia como “espaço” turístico e de lazer, a partir de uma etnografia imagética da percepção ambiental. PALAVRAS CHAVE: Desenvolvimento sustentável, percepção ambiental, Tambaba.

O presente artigo tem como foco a análise dos processos de apropriação,

significação e resignificação históricas das idéias de meio ambiente e conservação pelos

atores sociais que compõem a cena turística e de lazer no município de Conde, distrito de

Jacumã, litoral Sul da Paraíba.

Precisamente deriva de uma proposta de pesquisa, em fase exploratória, e se

detém às praias de Carapibus, Tabatinga, Coqueirinho e Tambaba e áreas circunvizinhas.

Este processo de compreensão se dará por meio da identificação e análise de acervos

fotográficos e de imagens midiáticas e ou institucionais que remetam a reconstrução do

processo de ocupação turística e imobiliária das áreas em tela.

Atualmente, as praias citadas e seu entorno são alvo de um acelerado

movimento de ocupação imobiliária, com a abertura de loteamentos residenciais e

construções de residências de veraneio, condomínios residenciais e resorts. As

campanhas e peças publicitárias veiculadas por agências de turismo, pelo governo

1 Trabalho apresentado no GT 01 – Turismo, Ambiente e Sociedade no V Encontro da ANPPAS - outubro de 2010 - Florianópolis - SC 2 Sociólogo. Professor Dr. da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) – CAMPUS V – Curso de Ciências Biológicas.

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estadual, empreendimentos imobiliários e de turismo são as principais responsáveis pela

criação e propagação de imagens e idéias associadas ao destaque e a valorização das

paisagens naturais destes lugares.

As imagens associadas aos discursos que caracterizam a região evidenciam a

centralidade da idéia de “natureza” e de suas formas de manutenção pari passo com o

crescimento econômico via “desenvolvimento sustentável”. Cabe questionar, via um

percurso compreensivo e analítico, como estas representações são produzidas e sob que

signos se estabelecem pelos agentes que constroem o “lugar” da praia como “espaço”

turístico e de lazer, a partir de uma etnografia imagética da percepção ambiental.

A relevância da área destacada pela pesquisa pode ser percebida pelo

resultado de levantamento realizado pela Federação do Comércio da Paraíba em

conjunto com o SEBRAE-PB com os turistas que visitaram a Paraíba no final de 2008 e

início do ano de 2009. Neste, foi revelado que no período, Coqueirinho foi a terceira praia

mais visitada do Estado (visitada por 49,88% dos entrevistados), perdendo apenas para

Tambaú (78,73%) e Cabo Branco (71,15%), ressaltando que as últimas são praias da

cidade de João Pessoa, em quarto lugar se encontra outra praia do Litoral Sul, Tambaba

(45,23%).

Pelo quarto ano consecutivo, Coqueirinho foi eleita a praia mais bela do Estado

(Jornal O Norte, 01/02/2009). Sendo, assim, fica demonstrado a importância de região

para o turismo do Estado como também a necessidade de realização de um estudo que

aborde de forma compreensiva e crítica a ocupação territorial e os usos destas praias sob

o ponto de vista da memória e das imagens produzidas neste percurso.

A necessidade do lazer e usufruto do tempo livre é marcante na definição do

modo de vida, produção e relações sociais contemporâneas no mundo. Diante da

intensificação da produtividade, dos ritmos e tempos que cada indivíduo precisa dedicar a

vidas cada vez mais aceleradas, o lazer, como também o turismo, despontam como

produtos da necessidade de recuperação das energias físicas e psicológicas, bem como,

como um definidor de modos de ser e estar frente ao mundo.

A busca incessante ao lazer transformou o turismo em uma das atividades

econômicas mais importantes do mundo contemporâneo, principalmente nos países

emergentes que buscam nesta atividade uma alternativa econômica lucrativa e de custo

relativo mais baixo, (RODRIGUES, 1997; SEABRA, 2000).

Na região Nordeste do Brasil a atividade turística recebeu maior atenção dos

governantes no final dos anos 1980. Por meio do PRODETUR-NE (Programa de Ação

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para o Desenvolvimento Turístico do Nordeste) foram iniciadas políticas públicas de

valorização de áreas com grande potencial turístico, principalmente a região litorânea,

com o objetivo de gerar renda para a região.

Também a partir dos anos 1980 o litoral passou a ser considerado pelo setor

empresarial uma área de investimento fácil e de retorno financeiro garantido, com menor

risco em menor prazo (CORIOLANO, 1998 e BERNAL, 2008). Somou-se então um

esforço empresarial tanto turístico, quanto imobiliário, no qual a busca por cenários

praticamente intocados e de rara beleza eram os principais atrativos para as primeiras

pousadas e loteamentos que prometiam mais qualidade de vida longe do cotidiano das

grandes cidades.

A crença nos benefícios do turismo provocou no litoral nordestino um boom

turístico, que atraiu um grande fluxo de visitantes (BERNAL, 2008). A facilidade dos

preços dos pacotes e serviços turísticos através de formas acessíveis de pagamento, o

aumento no número de aposentados com maior poder aquisitivo e a busca incessante ao

lazer e ao status social que o ato de “viajar de férias” trouxe consigo têm motivado um

grande número de pessoas a se deslocarem a procura de um ambiente diferente do seu

cotidiano, muitas vezes tido como exótico principalmente, pela presença de áreas pouco

afetadas pela urbanização e com traços do que comumente se associa a presença da

“natureza”: praias limpas, pouco freqüentadas, farta vegetação “natural”, falésias, rios.

Nestes ambientes os turistas e veranistas procuram recuperar as energias

gastas no trabalho durante, de uma forma geral conhecer novas realidades, além obter

satisfação pessoal. (RODRIGUES, 1997).

Avançando um pouco mais sobre a dimensão das experiências, essas

necessidades podem ser desdobradas a partir do atendimento das expectativas

emocionais e relacionais que de muitas formas se associam aos sentidos que a idéia de

natureza presente nestes destinos traz consigo.

O equipamento turístico paraibano tem sido ampliado para atrair um maior

número de turistas. O Plano de Desenvolvimento Turístico Integrado do Nordeste

(PRODETUR NE – I/PB) investiu, primeiramente, no litoral, devido a ocorrência de

recursos naturais que em conjunto criam um ambiente exótico de forte poder atrativo,

como as praias, falésias, manguezais e mata atlântica.

O projeto turístico concentrou na região litorânea ações de saneamento nos

municípios de Cabedelo e João Pessoa, ações de restauração do Patrimônio Histórico no

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centro da Cidade Baixa da capital e a construção da Rodovia PB-008 Sul, interligando as

praias do Litoral Sul ao Cabo Branco (PARAÍBA, 2002).

A construção da Rodovia PB-008 no início dos anos 1990 acelerou um

movimento de ocupação turística e imobiliária que havia se iniciado ainda no início dos

anos 1980, porém, de forma ainda mais branda.

Segundo Lima e colaboradores (2008), o Estado da Paraíba tem uma

desvantagem competitiva em relação a outros estados nordestinos, onde o mercado

turístico e imobiliário se encontra mais consolidado como Pernambuco, Ceará e Rio

grande do Norte. Por outro lado também são bem conhecidos os sérios problemas

ambientais e sociais que a atividade turística desenfreada praticada nestes últimos têm

acarretado, tanto em termos de impactos ambientais quanto sociais, haja vista, de forma

paradigmática, o caso das praias cearenses de Morro Branco e Praia das Fontes, ambas

no município de Beberibe e Canoa Quebrada, em Aracati.

Para intensificar as vantagens competitivas, o PRODETUR NE – II/PB traçou a

estratégia de ampliar os recursos turísticos locais para tornar o destino singular, atraente

e competitivo, “destino tropical, de sol e mar, tranquilo, seguro e gostoso”. Através do

estímulo a ampliação dos espaços de hospedagens, incluindo a construção de resorts,

em diferentes pontos do litoral e das áreas de lazer noturno, concentradas no entorno do

Hotel Tambaú e do Centro Histórico de João Pessoa (LIMA et al., 2008).

De forma geral, os grandes projetos hoteleiros planejados e desenvolvidos no

litoral nordestino aproximam-se de um caráter predatório e de insustentabilidade

ambiental e social. Os grandes investimentos, como os resorts, modificam a estrutura

local para receber turistas, produzindo espaços turísticos artificiais, totalmente

desvinculados da realidade da localidade. Eliminando, na concepção de alguns, o

incômodo visual da pobreza local e o contato e troca cultural entre turista e a população

nativa (RODRIGUES, 1997).

Parte do conteúdo imagético mobilizado pelos anúncios de resorts e

condomínios que se instalam no litoral Sul paraibano atualmente pode ser apreendido

pelas imagens a seguir:

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Figura 1: Folder de divulgação do Mussulo Beach Resort.

É interessante perceber as idéias de liberdade e contato com uma natureza exuberante e

acolhedora na imagem acima. A dimensão de integração de alto padrão de lazer e

conforto com as riquezas paisagísticas ficam evidentes em outra peça de divulgação do

mesmo empreendimento:

E com a experiência de quem sabe o que é luxo, o Mussulo by Mantra promete levar a região paraibana a oportunidade de desfrutar as belezas naturais do lugar com serviços de alto padrão.Vamos então fazer a soma. De um lado, o que a natureza da Paraíba oferece de graça: matas virgens, restingas, falésias, arrecifes, praias de naturismo, piscinas naturais e o ponto mais oriental das Américas. De outro, as novidades do Mussulo Beach Resort: cerca de 96 mil metros quadrados divididos entre 102 bangalôs e uma completa estrutura de descanso e lazer para toda a família, que inclui complexo aquático, quadras para a prática de variados esportes, salas para terapia de beleza e relaxamento, restaurantes, um beach club, um completo fitness center, um centro de convenções, entre diversos outros atrativos3. (http://www.tendenciasemercado.com.br/nossos-canais/viajando/um-resort-boutique-no-litoral-da-paraiba-verdade/#)

Outro empreendimento que pode ser destacado para exemplificar o tipo de ocupação do litoral é o do Tambaba Country Clube Resort.

3 Grifos nossos.

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Figura 2: “Tambaba Country Clube Resort. O maior condomínio residencial da Paraíba. Um dos maiores do Brasil, um dos melhores do mundo. 1.090 lotes na forma de um resort de luxo Em meio a um espaço ecológico privilegiado. Um empreendimento para toda família, localizado no município de Pitimbu. Planejado para mostrar a você um novo patamar de qualidade em investimento, Praticidade, segurança, conforto, saúde, bem estar e lazer”. http://www.youtube.com/view_play_list?p=2BA354ADB18C59AC&search_query=tambaba

Esta é uma realidade que atualmente é alvo de um movimento a favor do

turismo comunitário na Prainha do Canto Verde, município de Beberibe-CE, no qual os

moradores nativos, o meio ambiente, a cultura local e o próprio modo de vida possam se

coadunar de forma mais equilibrada com a atividade turística, evitando os problemas

oriundos da especulação imobiliária e ocupação territorial desordenada entre outros.

(MENDONÇA, 2004).

O convívio dos nativos a uma gama de turistas nacionais e estrangeiros causa

um forte impacto social, influenciando o modo de vida de comunidades litorâneas, a

maioria pesqueira (COUTO, 2003). Os resorts também comprometem as paisagens

naturais, já que a maioria deles é construída em cima de praias, dunas, falésias, estuários

e manguezais que modificam e degradam o meio ambiente. Na Paraíba, nas regiões do

litoral Norte e Sul, esses megaprojetos estão ou já foram implantados por empresas

estrangeiras, nas praias de Lucena, Barra de Camaratuba, Carapibus e Tambaba. O

Governo do Estado vê as implantações como grandes investimentos que proporcionarão

geração de emprego e renda para a região (NEVES, 2009).

Este cenário de mudanças no panorama econômico da região entra em

choque com a preservação, pelo menos em parte, do seu maior atrativo, os belos

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cenários naturais ainda parcialmente preservados. Referência esta que se sobressai nas

imagens midiáticas e no discurso oficial que procura destacar o estado frente a outros

concorrentes turísticos no cenário nordestino, como Pernambuco, Rio Grande do Norte e

Ceará. (MOURA, 2008).

Percebe-se nos discursos oficiais e empresariais (via propaganda turística e

imobiliária) que caracterizam a região a evidência da centralidade da idéia de valorização

da “natureza” e de suas formas de manutenção em sintonia com o otimismo do

crescimento econômico via “desenvolvimento sustentável”. (MOURA, 2008).

Cabe perguntar como estas representações foram socialmente elaboradas.

Questionar os processos de elaboração dos significados da chegada do

“desenvolvimento” via valorização imobiliária e turística e ocupação do litoral sul nas

áreas em tela, até se tornarem o que conhecemos hoje. Assim refazer um percurso de

construção histórico-imagética desse “desenvolvimento” com vistas a amparar o

entendimento crítico de nosso tempo presente.

Esta ocupação relativamente recente advinda, com maior ímpeto, sobretudo do

início dos anos 1990 com a implantação do PRODETUR (CORIOLLANO 1998; MOURA,

2008) e da ampliação da rodovia PB-008 e com o aparente descaso do Poder Público tem

provocado problemas crescentes de impactos ambientais sobre um ecosistema formado

por praias, falésias, conjuntos de mata atlântica, mangues e rios. (FARIAS et all 2008;

MOURA 2008).

Constata-se nesse quadro ambiental a elevação do risco ambiental que condiz

com a incessante busca de crescimento imposto pela modernidade contemporânea

(GIDDENS, 1990; LENZI, 2006) na área em quadro a partir das novas demandas

(turística, econômica e de lazer) típicas de uma mudança relativamente recente no padrão

de acumulação capitalista. Nesta sai de cena um tipo de produção mais rígido, como

também formas de percepção espaço-temporal e de relações sociais típicas do que David

Harvey chamou de “fordismo” (HARVEY, 1994), para entrar em cena um padrão de

produção mais solto e menos dependente da produção industrial pesada. Com forte

ênfase no setor imobiliário e de serviços, ao que o mesmo autor chamou de modo de

produção “pós-fordista” ou “flexível” e altamente interligada globalmente por novas redes

de transporte e comunicação instantâneas (CASTELLS, 2002).

Na esteira deste novo momento sócio-econômico a atividade turística se

destaca como um eixo produtivo de valor fundamental (HARVEY, 1992; CORIOLANO,

1998), ao mesmo tempo em que o lazer e sua fruição se incorporam ao imaginário social

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via mercado midiático como valores, relacionados ao que se convencionou chamar de

“qualidade de vida”. Como afirma, Giacomini Filho, “’qualidade de vida’, tornou-se uma

expressão vaporosa e de difícil definição” (2008, p. 111). Não obstante, a idéia parece

apresenta-se fortemente associada a definição de um modo de vida e horizonte de

experiências, sensações que aspiram a universalidade, com afirma ainda o autor,

nivelando as expectativas de todas as classes sociais por um modelo frequentemente

pouco sustentável em ralação ao meio-ambiente.

Concomitante com o novo momento econômico global começa a surgir a

também a partir dos 1970 a preocupação com a problemática ambiental e os efeitos

danosos da poluição, sobre o meio ambiente e na saúde humana. Uma nova maneira de

articulação política além das formas de inspiração marxista que pretendiam entender e

separar a sociedade a partir, e somente, do recorte de classe e do igualitarismo socialista,

começar a se esmaecer. Processo esse que se acentuou com a queda do Muro de Berlim

e a decomposição da União Soviética e dos regimes socialistas do Leste Europeu.

Uma nova ética e forma de participação política pela mudança social se faz

presente a partir de então por demandas setoriais da sociedade e não mais das

reivindicações estruturais associadas às ideologias políticas. Vê-se em destaque o

movimento feminista, de negros, étnicos, de imigrantes, consumidores e, o mais

importante para esta discussão, o movimento ambiental (GONH, 2002; HARVEY, 1992;

GIDDENS, 1990).

A noção da perspectiva de finitude da vida humana frente ao esgotamento de

recursos naturais ou sua inutilização por contaminação por resíduos da civilização

industrial implica numa cada vez maior visualização e divulgação da questão ambiental.

Giddens identifica este momento no como de crise das promessas da modernidade, na

qual a noção de risco inerente a este projeto se acentua elaborando novas perspectivas

de engajamento, reação e temores frente ao mundo (GIDDENS, 1990).

A partir de meados dos anos 1970 a discussão sobre as conseqüências do

crescimento industrial desordenado resultante também de um consumismo descontrolado

e suas consequências sobre os indivíduos, faz com que o debate sobre a questão

ambiental abandone os círculos restritos científicos e seja apropriado cada vez mais pelas

pessoas no cotidiano (LENZI, 2006).

A partir deste movimento de mudança de perspectiva e universalização do

discurso ambiental, noções como a identificação de vida saudável com a presença de um

contexto natural preservado se faz sentir com mais freqüência a ponto das pessoas cada

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vez mais preferirem se ausentar da cidade nos finais de semana e férias em busca de

“paz e sossego”, como também, da “reposição das energias” junto a natureza

(CORIOLANO, 1998; RODRIGUES, 1997). Essa atitude é complementada, com a

concomitante valorização imobiliária das novas áreas junto a reservas verdes e praianas

relativamente intocadas.

Outro aspecto relevante da apropriação, reformulação e uso das

representações sobre meio ambiente na Paraíba se dá no fenômeno da criação área de

prática naturista na Praia de Tambaba, responsável pelo incremento da divulgação

nacional e internacional do litoral Sul e conseqüente atração de mais visitantes.

A noção de preservação da natureza pode ser notada com destaque na mídia

que destaca, concomitantemente, Coqueirinho e Tambaba como principais cartões

postais do litoral Sul do Estado. É importante destacar que as noções de valorização e

conservação da natureza têm em Tambaba um forte vetor de divulgação pelo fato desta

ter se tornado a primeira praia naturista4 oficial no Nordeste, inclusive regulamentada por

lei municipal. Fato este que parece evidenciar ainda mais não só a própria Tambaba, mas

também as praias vizinhas de coqueirinho, Tabatinga e Carapibus.

A abertura da Praia de Tambaba como praia naturista traz consigo um forte

apelo midiático e discursivo, destacando-se na produção e divulgação destes valores a

presença da Associação Naturista de Tambaba (SONATA) e seus associados,

frequentemente oriundos da classe média, com nível superior e com forte vinculação com

a formação de uma opinião preservacionista5. É importante destacar também que a

SONATA tem representação junto ao Conselho Gestor da APA de Tambaba.

Outro forte vetor associado ao contexto de preservação do meio ambiente no

litoral Sul é a criação da Área de Proteção Ambiental de Tambaba (APA de Tambaba)

através do Decreto Estadual nº 22.832 em 26 de março de 2002 abrangendo uma área de

3.270 ha e ampliada em agosto de 2005, através do Decreto 26.296, quando teve sua

área ampliada para 11.320 ha.

Não obstante o engajamento de organizações não-governamentais

ambientalistas e poder público, Superintendência do Meio Ambiente (SUDEMA) e do

4 Segundo a SONATA, o naturismo além da idéia básica do mero convívio social sem roupas prega a forte integração com a natureza, sua preservação e a aceitação de si e do outros sem reservas ou preconceitos. (www.tambaba.com.br). 5 Em Outubro de 2008 a Praia de Tambaba sediou o 31º Encontro Internacional de Naturismo, que pela primeira vez foi realizado no Brasil. Por este evento a SONATA recebeu o prêmio de melhor evento turístico de 2008 promovido pela Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (ABRAJET-PB).

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Ministério Público (MP). Com freqüência chegam através da imprensa notícias referentes

à desobediência por particulares dos limites permitidos para a construção de imóveis,

estabelecimento de loteamentos residenciais e hoteleiros. Em alguns casos com a

conivência da prefeitura de Conde.

Outra fonte geradora de impactos ambientais é própria utilização do espaço

praiano por veranistas e turistas e os serviços relacionados a este uso. A disseminação

de barracas de praia, bares, restaurantes e pousadas nas três praias e o aumento

constante do número de visitantes acentua os problemas de desmatamento,

assoreamento de fonte e rios, comprometimento de mangues e falésias, da geração de

lixo e dejetos sanitários, haja vista a inexistência de rede de esgotos e tratamento

adequado, bem como, coleta seletiva e eficiente do lixo gerado resultando em progressiva

degradação ambiental no entorno.

Figura 3: Lixo oriundo de um restaurante de luxo na praia de Coqueirinho. (Foto do autor).

Figura 4: Aspecto da sobreposição entre os limites da área de preservação da APA de Tambaba e

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um condomínio residencial em construção junto a praia de Coqueirinho. (foto do autor).

A análise parte do pressuposto que apesar do quadro evidenciado pelas

matérias jornalísticas de agressão ao meio ambiente na área da APA de Tambaba, ainda

permanece mais evidente para o visitante comum uma idéia de forte presença da

“natureza” em seu aspecto intocado nestas praias e arredores, além, claro, de uma

também evidente admiração e busca pelo quadro da natureza como paisagem e um

diferencial subjetivo associado a um rompimento com o urbano, com os lugares de

reprodução da vida cotidiana.

A “natureza” neste levantamento preliminar parece definida nas matérias

jornalísticas e imagens, um valor ou patrimônio facilmente discernível pela presença da

exuberante vegetação e dos cenários geográficos como falésias, cânions e praias semi-

desertas6.

A partir da apreensão dos visitantes e do discurso midiático este meio-

ambiente parece de definir como algo superior e que transcende as ações humanas e sua

presença, ignorando por exemplo, que a relativa fartura de matas, resquício de mata

atlântica, já não se trata mais de mata nativa, e sim, em processo de recuperação.

A busca pela compreensão dos processos imagéticos movimentados pelas

imagens publicitárias, dos acervos fotográficos particulares e institucionais e de seu

cruzamento com as narrativas de seus sentidos e historicidade da construção da

ocupação do litoral Sul podem trazer a tona possibilidades de leitura da questão sócio

ambiental naquela região frente aos pressupostos da noção de “desenvolvimento

sustentável”. Além, claro, do aspecto de recuperação e divulgação de acervos

iconográficos antes distantes do público e que possam se tornar índices para decifrar os

sentidos e o trato que nossa sociedade confere à idéia de natureza atualmente.

Esta proposta de investigação da ocupação turística/imobiliária do litoral Sul da

Paraíba a partir dos acervos de imagem se define por uma perspectiva qualitativa de

trabalho. Propõe, em sua continuidade, a elaboração de um quadro de sentidos das

ações e do universo das representações sociais pertinentes a experiência dos atores

6 Sobre este aspecto de representação da “natureza” ver em especial o artigo em anexo, “Tabatinga, Tambaba

e Coqueirinho: o paraíso é aqui”.

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sociais que fizeram/fazem os espaço social das praias de Carapibus, Tabatinga,

Coqueirinho e Tambaba a partir da análise imagética.

Desta forma, concorda que a interrogação sobre como se constituem,

compreensivamente, as noções representação ambiental, articuladas em um diálogo

entre a percepção ambiental, as práticas sociais e o discurso oficial de desenvolvimento

sustentável, apresentam-se possibilidade para o desenvolvimento de um quadro de

referência no qual a imagem, memória e cultura sejam as chaves para a elucidação do

processo histórico de mudança relativamente recente do litoral sul a partir do turismo,

lazer e investimentos imobiliários.

Aqui se entende a cultura como o terreno onde se fincam os marcos visíveis e

invisíveis de definição do grupo social, e que a aproximação interpretativa do pesquisador

junto ao grupo, e as fontes produzidas por este pode permitir o esclarecimento de indícios

a partir dos quais seja possível reconstruir analiticamente a sua rede simbólica, o habitus,

sobre o qual se define o ser do grupo, no caso especifico da pesquisa, da idéia de meio

ambiente e desenvolvimento a partir da compreensão das imagens.

De acordo com Geertz,

“como sistemas entrelaçados de signos interpretáveis (...), a cultura não é um poder, algo ao qual podem ser atribuídos casualmente os acontecimentos sociais, os comportamentos, sociais, os comportamentos, as instituições ou os processos; ela é um contexto, algo dentro do qual eles podem ser descritos de forma inteligível – isto é, descritos com densidade” (Geertz, 1989, p. 24).

Pretende-se que a “descrição densa” (GEETZ, 1989) aplicada aos conteúdos

imagéticos e de memória, seja uma ferramenta conceitual de suma importância no

percurso investigativo. Esta se faz presente dentro do movimento mais amplo de uma

leitura etnográfica do objeto, do “estranhamento” em relação ao mesmo e da constituição

de uma “gramática de significados”. Apesar de uma idéia basilar no fazer antropológico,

faz-se premente essa observação metodológica pela necessidade de transformar os

cenários turísticos praianos tão familiares, pois que cotidianamente presentes nos finais

de semana, períodos de férias e peças publicitárias, nesse algo estranhado que precisa

ser lido a partir dos códigos específicos que carrega consigo. Desta forma orientando-se

pela proposição de Geertz quando define a ação da etnografia como a tentativa de “ler

(no sentido de ‘construir uma leitura de’) um manuscrito estranho, desbotado, cheio de

elipses, incoerências, emendas suspeitas e comentários tendenciosos,”. (1989, p. 20).

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Portanto, além da análise das imagens e seu cruzamento com acervos

documentais, os relatos orais e as representações que evocam, serão também

instrumentos fundamentais desta pesquisa para a tentativa de esclarecimento dos

sentidos e práticas ambientais históricos nas praias em questão.

Esta proposta pretende aumentar a compreensão sobre a elaboração e

cognição das representações sobre meio ambiente e conservação tanto para aumentar a

massa crítica nos debates sobre desenvolvimento sustentável a partir de dados empíricos

quanto para ajudar no estabelecimento e acompanhamento de novas e eficientes políticas

públicas de preservação.

A questão da percepção ambiental voltada para a ocupação imobiliária e sua

discussão acadêmica ainda é relativamente recente para sociologia/antropologia

ambientais e no Estado da Paraíba, em especial em relação ao estudo do litoral Sul, ela é

ainda dá os primeiros passos em termos de escala frente a temas mais consagrados,

como o estudo dos impactos ambientais.

Os acervos iconográficos da ocupação e mudança do litoral Sul são pouco ou

nada conhecidos do público mais amplo, pretende-se que sua divulgação contribua para o

fortalecimento da dimensão de natureza tomada como “patrimônio” coletivo nas áreas em

questão. Por último, outra contribuição da proposta será a elucidação de dinâmicas

sócio-espaciais e de práticas territoriais para a elaboração de projetos de educação

ambiental mais condizentes com a realidade das praias em foco e com uma proposta de

turismo efetivamente sustentável.

ANEXO 1

TABATINGA, TAMBABA E COQUEIRINHO: O PARAÍSO É AQUI

Jornal O Norte. Domingo, 22 de Junho de 2003 13h11

Vinho tinto à borda da piscina, casais embalados pela brisa do mar e um luar impagável. Parece cena de novela, mas nada mais real para quem se hospeda em uma das pousadas à beira-mar da praia de Tabatinga, no litoral Sul do Estado. Contando com o melhor em infra-estrutura para acomodar os turistas mais exigentes, Tabatinga conta com pousadas em estilo rústico belíssimas que oferecem serviços variados e de qualidade. Uma delas é a Pousada das Conchas, toda decorada em madeira, vidro e cordas, com redes à beira-mar, piscinas e fontes. Se durante a noite o cenário é, no mínimo, romântico, já nos primeiros raios de sol

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Tabatinga se mostra uma praia tão bela quanto pouco explorada. O cenário de areias claras e o mar tranqüilo pode ser quebrado por um pescador que caminha depois de um dia de trabalho. Se Tabatinga tivesse um pseudônimo seria Praia da Tranqüilidade. Um belo canyon em frente ao Atlântico Mais ao sul, a Praia de Coqueirinho se mostra uma das prediletas dos turistas. Além de uma boa infra-estrutura de barraquinhas e restaurantes, o local faz jus ao nome - é um dos poucos trechos de praia do litoral Sul do Estado em que pode-se desfrutar a sombra fresca e natural dos coqueiros. Também com acesso complicado, ao descer a rampa que leva à praia o visitante pode escolher seguir para esquerda ou direita. Tudo é Coqueirinho, mas com cenários diferentes: à esquerda, os bares, mais agitação; à direita, areias mais tranqüilas, acesso quase fechado pelos moradores, um restaurante com uma vista belíssima e um canyon pra lá de curioso, aonde o vento do Atlântico vai moldando esculturas em miniatura dignas de um cenário do filme O Senhor dos Anéis. Mas é preciso estar atento às formações nas paredes desse belo vale. Naturismo internacional no Conde Aproximadamente quatro quilômetros ao sul, e finalmente fechando as praias que compõem o litoral pertencente ao município do Conde - e que somam 144 km quadrados de belas paisagens -, está a famosa Tambaba. Primeira praia oficial de naturismo do Nordeste e segunda do Brasil, Tambaba fascina antes mesmo que se pise os pés em suas areias. Do mirante construído pela Prefeitura do Conde, uma pintura nada abstrata salta à vista. Falésias de até 20 metros de altura protegem e fazem uma separação natural entre a área onde ficam visitantes que apenas vêm curtir o lugar e os adeptos do naturismo. Para entrar na área de aproximadamente 400 metros destinada a esse segundo grupo é preciso saber das condições: homens sem companhia não entram, nada de nudismo parcial (tipo top less), fotografias sem autorização são terminantemente proibidas e atitudes obscenas ou que causem constrangimento também. Está tudo numa placa enorme, na entrada da área reservada aos naturistas. Depois de tantos avisos, quem não se sentir à vontade para tirar a roupa pode ficar no Bar do Xexéu, na parte dos vestidos, digamos assim. Uma espécie de palhoça com primeiro piso literalmente em frente ao mar. Cruzar o acesso a Tambaba, porém, causa uma sensação de estar descobrindo um lugar totalmente inusitado. Não é bem assim. A praia é, sem dúvida, linda como poucas, com uma área de pedras vulcânicas típicas desse litoral - e onde a maioria dos naturistas prefere estar, além do Bar. Afora isso, o que se vê é uma normalidade em todos estarem totalmente nus. A naturalidade da situação é tamanha que estar vestido num lugar como Tambaba é como ir à praia de paletó, gravata e sapato bico fino. Em dias de alta estação, chegam a passar pela pequena área de naturismo até 2.500 pessoas em feriados e finais de semana. O presidente da entidade cuida da preservação ambientam da praia - a Sonata (Associação de Naturismo da Paraíba) -, José Damasceno Filho, vê no apoio oficial um ponto forte para manter Tambaba conhecido internacionalmente. "Esta é a primeira praia de naturismo apoiada pela prefeitura local", enfatiza Damasceno, elogiando os cuidados do Prefeito do Conde, Temístocles Ribeiro.

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