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Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (cores ) CURSO DE MARIOLOGIA Centro Missionário Redentorista Organização – Pe. José Grzywacz, CSsR Salvador – Bahia- Brasil www.mariologiapopular.blogspot.com E-mail: [email protected]

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Page 1: A explicação dos detalhes do ícone do Perpétuo Socorro. ANO JUBILAR Mãe do Perpétuo Socorro, ícone do Amor 1866 – 2016 Organização: Pe. Jozef Grzywacz, CSsR Mais informações

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

(cores )

CURSO DE MARIOLOGIACentro Missionário Redentorista

Organização – Pe. José Grzywacz, CSsRSalvador – Bahia- Brasil

www.mariologiapopular.blogspot.comE-mail: [email protected]

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O nosso ícone deve ser explicado no seu contexto original, ligado com a iconografia e mariologia oriental, ligado a Creta e mais ainda aos Balcãs. No Oriente este tipo de ícone é chamado Nossa Senhora da Paixão, e expressa a dimensão pascal. O ícone de ser “lido” assim como foi escrito, quer dizer “de fora para dentro”.

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A perspectiva é uma ilusão de fundo, a terceira

dimensão. Na perspectiva invertida, no nosso ícone o ponto de encontro passa do fundo do ícone para a frente e vai até o lugar de quem olha. O ícone não tem o fundo, ou o fundo começa antes do ícone, do lado de fora. Isso se consegue através das pessoas que vão diminuindo na direção de quem olha e que se destaca do fundo dourado. O maior desenho é de Maria. Os anjos são pintados como se saíssem do céu.

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O artista, iconógrafo A obra, íconeMaria apresentada frontalmente

O espectador

Preparação, meditação Conhecimento do cânon Atitude de fé, predisposição

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Têmpera é o nome dado a um dos modos como os artistas bizantinos preparavam a tinta usada em seus ícones. Consiste em misturar os pigmentos a uma goma orgânica - em geral gema de ovo - para facilitar a fixação das cores à superfície do objeto pintado.

Têmpera

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O resultado é uma superfície brilhante e luminosa. Mais tarde, com o desenvolvimento da pintura a óleo, essa técnica foi abandonada. Alguns pintores, porém, continuaram a utilizá-la, como é o caso do brasileiro Alfredo Volpi (1896-1988).

Têmpera

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Foi o Sínodo de Nicéa, 787, codificou o cânon e a teologia do ícone. A encarnação, Jo 1,14 e o Verbo se fez homem. O ícone deve ter a inscrição, o nome (epigrafé). O ícone de ter o “verbo, palavra”, o nome ou título. A identificação da pessoa de Jesus IC XC, Mc 1,1 “O início do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. A identificação de Maria – Mãe de Deus. Lendo os nomes do ícone podemos atualizar a presença das pessoas, que estão presentes aqui e agora pela janela do ícone,

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O título do ícone contém as letras que são a

abreviatura dos nomes gregos: a Theotokos, Mãe de

Deus (МР ΘΥ - Mητηρ θεού, Meter Theou), Jesus

Cristo (IC XC - Iησού Χριστόζ, Iesous Christos), como

também o Arcanjo Miguel (OAM - Ὁ Ἀρχάγγελος

Μιχαήλ) – do lado esquerdo quem olha) e Arcanjo

Gabriel (OAΓ - Ὁ Ἀρχάγγελος Γαβριήλ).

É bom notar que o título, o nome do ícone é indispensável para a meditação, porque o nome invoca o Protótipo. O ícone não representa o mundo material, mas a realidade transformada pela Ressurreição.

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A cor nos ícones tem sentido

maior do que a ornamentação. As 07 cores do arco-íris permitem aos nossos olhões discernir mais de 700 tonalidades. A simbólica das cores. A escola venezo-cretina une as tendências das tradições orientais e ocidentais.

«As cores são usadas pelo artista [iconógrafo] com o objetivo de separar o Céu de nossa existência terrena. Aí está a chave que permite compreender a beleza inefável da simbologia do ícone».

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Os iconógrafos, escritores e não «pintores» dos ícones, posto que estes são escritos e não «pintados», não podem usar livremente as cores nem lhes dar tonalidades diversas, tão pouco podem obscurece-los com sombras, pois devem aplicar a cor que está previamente determinada. O II Concílio de Nicéia estabeleceu que...«Somente o aspecto técnico da obra depende do pintor [escritor].

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Todo o seu plano, sua disposição depende dos santos Padres. »Foram estabelecidos manuais para a elaboração dos mesmos. Em primeiro lugar, ao falar sobre as cores dos ícones, é necessário fazê-lo sobre a sua luz, pois neles a luz não provêm de um lugar específico como acontece na pintura ocidental, senão que, neles as figuras estão imersas na luz.

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Na iconografia, as cores têm um papel fundamental. Sua função não é apenas estética, mas de levar um simbolismo atrelado à imagem que se está representando. Assim sendo, o iconógrafo tem uma liberdade muito limitada para escolher as cores, devendo sempre ser fiel aos cânones estabelecidos e à Tradição.

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Por exemplo, a Theotokos deve estar vestida com as cores azul e púrpura e o Cristo, antes da crucificação, também, apenas invertendo a posição: A túnica interna (chiton) do Cristo é púrpura, assim como o manto externo (maphorion) da Virgem, enquanto que o manto externo (himation) do Cristo e a túnica interna da Virgem serão da mesma cor, azul.

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Isso porque a púrpura era o símbolo da realeza, a cor utilizada pelos imperadores bizantinos e o azul, a cor do céu, é a cor de tudo que vem do mundo espiritual. Como o Cristo se fez homem, sua vestimenta interna será púrpura, mas revestida do divino, que é o azul, por fora. E quanto à Virgem, ela era humana e abrigou dentro de si o divino, gerando-o em seu ventre. Então, o azul está no interior e a púrpura por fora.

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Quando vemos as Madonas todas de azul, aos nossos olhos ocidentais tão belos, famosas desde a Renascença, devemos entender que houve nesse caso uma perda do simbolismo. Na verdade, o azul passou a ser cada vez mais usado para demonstrar poder, pois era pintado com o pigmento mais caro da época – o lápis azul – e aquele que o usava mostrava assim seu poder econômico.

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Vale a pena ressaltar também que, infelizmente, muitos restauradores alteraram as cores originais de alguns ícones antigos, e por isso encontramos algumas Virgens antigas de azul.

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1 Halo: Em contraste ao halo do Cristo, não contem a cruz.2 Maphorion: A veste externa das mulheres casadas, em forma de véu. O maphorion da Mãe de Deus foi trazido da Palestina em 473, para a igreja da Panaghia de Blachernae em Constantinopla, atual Istambul na Turquia.3. Túnica: Parte interna das vestes de Nossa senhora. Na cabeça, a parte interna abaixo do maphorion chama-se cúfia. Geralmente é da mesma cor que a túnica interna, sendo azul ou verde.

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4 Estrelas: No maphorion as estrelas têm dois significados. Primeiro, é símbolo da castidade de Maria, pois ela é a sempre Virgem – antes, durante e depois do nascimento de Jesus. Em segundo lugar, é símbolo da Santíssima Trindade. Em muitos ícones a figura do menino Jesus cobre uma das estrelas, simbolizando a segunda pessoa da Trindade, o Filho de Deus.5. Inscrição ΜΡ ΘΥ: É a abreviação das palavras Mãe de Deus, assim como IC XC é o nome 

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A extensão dourada.

A importância da luz na iconografia. O dourado é “não-cor”, e expressa “o não–lugar”, e “o não- tempo”. O fundo dourado é o sinônimo da benção, do paraíso, da ressurreição.

Na iconografia o ouro tem a importância muito grande; está ligado a luz. O autor não quer apresentar a dimensão tridimensional, mas bidimensional. O uso da perspectiva invertida, que é frequentemente usada nos ícones, é uma chave para ler não somente a mensagem do próprio ícone, mas da situação existencial de quem a comtempla.

Ouro

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A perspectiva invertida significa aumentar o primeiro plano em comparação do segundo plano, assim, temos o efeito psicológico, que atrai a atenção para as pessoas. O ouro diminui a espaço e a relação ao tempo e ao espaço; assim existe a atualidade. O ícone apresenta o “agora, hoje”, que é Jesus Cristo (Hbr 13,8). A luz do ouro nos diz que a eternidade “entra” na humanidade. Ouro–luz é o símbolo das realidades eternas.

Ouro

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O homem, desde as suas origens, contempla com admiração a dourada luz do sol, presumindo que tivesse sua origem na divindade, pois na natureza não é possível encontrar esta cor. Nos ícones, todos os fundos estão cobertos desta cor, o que é possível conseguir aplicando folhas de ouro que são polidas até conseguir seu brilho máximo.

Na iconografia bizantina representa-se a luz de Deus, daí porque, qualquer figura representada neles está plena da luz divina.

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O manto e a túnica do Pantokrátor, da Teothokos, ou Mãe de Deus, alguns arcanjos e santos, são decoradas com elaborados desenhos feitos com esta cor, pois a proximidade com Deus assim o requer.

O amarelo, o ouro e o sol simbolizam a união da alma a Deus, a luz revelada aos profanos, sendo o amarelo, o ouro e o sol os três graus dessa revelação.

O ouro, sendo um metal, uma substância que não faz parte da pintura, é difícil de harmonizar com o sistema de cores do ícone. Não obstante, está firmemente estabelecido na prática iconográfica. Se as cores expressam-se como a luz refletida, o ouro é própria luz, pura e genuína.

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O branco não é propriamente uma cor, mas a soma de todos elas. É a luz mesma. É a cor da «Nova Vida». No ícone da Ressurreição, a túnica de Cristo é desta cor. Os primeiros cristãos, ao serem batizados, vestiam-se de com vestes brancas, como símbolo do seu novo nascimento para a nova vida transcendente.

 No mundo pagão, o branco já era visto como uma cor consagrada ao divino. Pitágoras ordenava aos discípulos que se vestissem de branco para cantar os hinos sagrados.

O branco

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Mesmo para nós, o branco, por seu efeito óptico, sua ausência de coloração, nos parece próximo da própria luz. Sua irradiação transmite pureza e calma.

É a cor do reino dos céus, da luz divina de Deus, da santidade e da simplicidade. As pessoas justas – aquelas que eram boas, honestas e viveram pela Verdade - são representadas nos ícones com vestes brancas. Mas o branco também é a cor dos lençóis da morte, do Cristo na deposição na tumba e de Lázaro. Segundo Dionísio Aeropagita, o branco é cor da glória e da potência do divino, mas também da destruição do mundo terrestre. Após a ressurreição, o Cristo é sempre representado de branco.

O branco

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Como o branco é a unidade de todas as cores, consequentemente, torna-se, simbolicamente, o emblema da Divindade, da Onipotência de Deus, que encerra em si mesma todas as virtudes. O branco, atribuído a Deus Pai, é o símbolo da Verdade absoluta de Deus, unidade de tudo que procede, verdade por essência, verdade imutável.

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O preto representa o vazio, o caos, a morte, pois sem luz a vida cessa... Nos ícones, é mostrado na gruta da Natividade, o menino se encontra fora dela, pois antes da sua vinda só existia a morte. Desta cor são os condenados e os demônios no ícone do «Juizo Final», significando que para eles a vida eterna se extinguiu.

O preto

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Tradicionalmente, o preto se opõe ao branco, assim como as trevas se opõem à luz, o mal ao bem e a noite se opõe ao dia. Mas o preto também é o símbolo da luta contra o mal. Em muitas pinturas da Idade Média Jesus é representado de preto quando luta contra o demônio, nas tentações do deserto. O preto também é usado nas vestes dos monges como símbolo da mais alta ascese, de sua morte para este mundo material.

O preto

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O inferno no ícone da ressurreição é preto, assim como a tumba de onde Lázaro é ressuscitado e a gruta embaixo da cruz de Cristo, com a caveira, símbolo da entrada da morte pelo pecado, da qual Cristo nos livra.

Também a gruta da natividade de Cristo é preta, para recordar que o Cristo aparece “para iluminar com cores aqueles que estão nas trevas e na sombra da morte, e dirigir nossos passos pelo caminho da paz.” (Lucas, 1, 79)

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Mas o preto também significa que o menino, como todos os homens, passará pela morte para nos doar a vida eterna.O preto nunca é usado puro em iconografia, mas sempre misturado com algum outro pigmento.

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O vermelho indica o Espírito Santo intenso como Amor, como Fogo que purifica. Ele se manifesta como sob a forma de uma chama na testa dos apóstolos: “Apareceram-lhes, então, línguas como de fogo, que se repartiam e que pousaram sobre cada um deles. E todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia se exprimissem.” (Atos, 2, 2-4).

O vermelho

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O vermelho é uma das cores mais usadas nos ícones. É a cor do calor, paixão, amor, e da energia doadora de vida, e por isso tornou-se o símbolo da ressurreição – da vitória sobre a morte. Mas ao mesmo tempo é a cor da tormenta, do sangue, do martírio, do sacrifício de Cristo. Os mártires costumam ser representados com vestes vermelhas.

Alguns ícones, sobretudo nos russos entre os séculos 14 e 16, tem o fundo vermelho, como símbolo da celebração eterna da vida.

O vermelho

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Essa cor tem sido amplamente utilizada pelos iconógrafos nos mantos e túnicas de Cristo e dos mártires. Simboliza o sangue do sacrifício, bem como o amor, porque o amor é a causa principal do sacrifício. Ao contrário do branco. Que simboliza o intangível, o vermelho é uma cor distintamente humana, representando, portanto, a plenitude da vida terrena. No ícone do Pretório, Jesus veste uma túnica vermelha que indica que ele é o «"Filho do Homem» e que está preparado para o sacrifício.

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O Aeropagita caracteriza a cor vermelha com as palavras “incandescência” e “atividade”. De todas as cores, o vermelho é a mais ativa: ela avança na direção do espectador, se impõe, tem movimento.

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O vermelho e o branco, cores que traduzem o Amor e a Sabedoria de Deus, são aquelas que encontramos no Cristo após a ressurreição. O vermelho simboliza também a realidade celeste, a Ressurreição e a segunda vinda de Cristo. Os serafins, que ficam ao lado do trono de Deus, também são representados em vermelho.

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Esta cor, que é extraída de um crustáceo do Mar Vermelho, era utilizada para tingir as mais finas sedas. A partir do «Código Justiniano» a sua utilização ficou reservada exclusivamente para o imperador, seus parentes mais próximos, os «augustos» e para alguns outros reis.

A Púrpura. (roxo)

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Portanto, esta cor nos ícones é representante do poder imperial. É usado apenas nos mantos e túnicas do Pantokrátor e da Virgem Mãe de Deus, a Theotokos, indicando que Cristo, e por extensão, a sua mãe, detêm o poder o poder divino. E, como Cristo é também o Sumo Sacerdote da Igreja, simboliza assim o sacerdócio.

A Púrpura. (roxo)

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A cor púrpura exprime, sobretudo, a idéia da riqueza, pois era um produto de alto custo. Mas essa idéia de riqueza se mistura com elementos de magia e religiosos: é essencialmente potência e, como tal, instrumento e testemunha de consagração. Os sacerdotes e reis vestiam vestes de cor púrpura sendo, portanto, a cor das mais altas dignidades.

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Em Bizâncio, a cor era de uso exclusivo dos imperadores.

É a cor do manto da Theotokos. Entretanto, na iconografia, raramente se usa a tonalidade púrpura pura, mas uma cor que se aproxima mais do vermelho, ficando mais luminosa.

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Todas as culturas antigas associavam o azul à divindade. Os egípcios o associaram à «verdade» e, portanto, com seus deuses. Nos muros de suas tumbas e templos pode se observar pinturas de sacerdotes, cujas vestimentas são dessa cor. A máscara funerária de Tutankhamon está decorada com franjas de lápis azul, de modo que na outra vida fosse identificado como um deus.

O azul

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É natural que em bizâncio fosse estabelecida como a cor própria de Deus e das pessoas para as quais lhes transmite a sua santidade.

Michel Quenot, em seu precioso livro «O Ícone», afirma: “O azul oferece uma transparência que se verifica no vazio da água, do ar ou do cristal. O olhar penetra aí e vai até o infinito, e chega a Deus».

O azul

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Na cosmogonia, o Deus Criador é cor azul. O Cristo durante os três anos de seu ministério da verdade e da sabedoria, também é representado com o manto externo (himation) azul. De azul ele inicia os homens nas verdades da vida eterna.

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Com sua profundidade infinita, o azul é símbolo do caminho na fé.O azul é o infinito do céu e o símbolo de outro mundo eterno. O azul escuro é a cor da túnica de Nossa Senhora. Muitos afrescos dedicados à Theotokos têm o fundo pintado de azul.

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É a cor resultante da combinação do azul e do amarelo. Verde é a cor da natureza, a cor da vida sobre a Terra, do renascimento para a chegada da primavera. A iconografia lhe dá um significado de renovação espiritual.

Nos ícones, vemos muitos exemplos onde o verde é usado: nas túnicas e nos mantos dos profetas, na túnica de São João Batista, o Precursor etc., pois foram os que anunciaram a vinda de Cristo.

O verde

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No Cristianismo o verde é o símbolo da regeneração da consciência. Assim o azul da Virgem e do Cristo muitas vezes é substituído pelo verde. São João Batista, o Precursor, é quase sempre representado de verde, simbolizando sua qualidade de apóstolo da caridade e realização espiritual, e da nova vida que anuncia através do batismo. É a cor dos profetas. Na Bíblia se diz que de Deus emanaram três esferas concêntricas (Ezequiel, 1,26; Êxodo, 24, 9-10): uma vermelha (do amor), uma azul (da sabedoria) e outra verde (da criação).

O verde

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O verde também é símbolo da juventude. Na infância, Jesus é representado muitas vezes de verde, como símbolo da esperança de regeneração da humanidade, de uma nova vida. E a Mãe de Deus, nas cenas da anunciação e do nascimento de Cristo às vezes também usa o verde ao invés do azul, como símbolo da nova vida que se inicia.

Nas escrituras o verde serve como atributo da natureza, exprimindo a vida dada vegetação, simbolizando também o crescimento e a fertilidade.

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Daí ser também o símbolo da esperança. Para o Aeropagita, o verde é a “a juventude e a vitalidade”.

A irradiação do verde é calma e neutra, pois fica entre o movimento profundo do azul e o movimento de avanço do vermelho. Em composições com outras cores, o verde as harmoniza. Perto do vermelho gera um efeito complementar.

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Esta cor também é um resultado da mistura de várias outras, tais como o vermelho, o azul, o branco e o preto. É a cor da terra e, por isso, a iconografia aplica esta cor no rosto das imagens que aparecem nos ícones, para recordar que o homem «é pó e ao pó retornará».

Significa também a «humildade», pois esta palavra vem do vocábulo latino «humus», que significa «terra». [...]

O marrom

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Ouro, branco, preto, vermelho, roxo, azul, verde e marrom são as únicas cores que podem ser utilizadas na pintura de ícones. Os usos de outras combinações de cores são alheios a toda e qualquer regra iconográfica já que não são portadoras de nenhuma simbologia.

O marrom

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Essa cor é uma composição de vermelho, azul, verde e contém preto. Quando comparado com o preto, parece uma cor viva, mas com as outras cores, mostra-se uma cor morta. É o reflexo da densidade da matéria: falta o dinamismo e irradiação de outras cores. Assim encontramos o marrom em tudo que é terreno.

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Também é a cor símbolo da humildade. Nos monges e ascetas, é símbolo da renúncia às alegrias da vida terrena e da pobreza.O marrom também é usado em combinação com o tom púrpura nas vestes da Theotokos, para lembrar de sua natureza humana, mortal.

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É a mistura de azul e vermelho, é desde tempos muito antigos o símbolo do luto. Se pensarmos que o vermelho é o símbolo do fogo espiritual, do amor divino, e o azul é a verdade terna, o violeta será o símbolo da ressurreição eterna. Durante a semana santa, a cor da igreja é ao violeta, para simbolizar não apenas o luto pela morte do Cristo, mas também a preparação para a sua ressurreição.

O violeta

Page 53: A explicação dos detalhes do ícone do Perpétuo Socorro. ANO JUBILAR Mãe do Perpétuo Socorro, ícone do Amor 1866 – 2016 Organização: Pe. Jozef Grzywacz, CSsR Mais informações

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

(cores )

CURSO DE MARIOLOGIACentro Missionário Redentorista

Organização – Pe. José Grzywacz, CSsRSalvador – Bahia- Brasil

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