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A Expansão Portuguesa

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A Expansão Portuguesa

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11 - - A EXPANSÃO TERRITORIALA EXPANSÃO TERRITORIALAs Conquistas AfricanasAs Conquistas Africanas

Feita a Paz com Castela, anos após a vitória, na Batalha de Aljubarrota, D. João I tem agora em mãos o governo de um país empobrecido e endividado pela guerra.Para consolidar as relações de amizade entre os dois países cristãos, D. João I propõe ao rei de Castela uma expedição militar conjunta ao Norte de África - Ceuta - para vingar humilhações passadas e, através da ocupação territorial e do saque das praças conquistadas, minorar os problemas económicos dos dois reinos.Perante a hesitação do rei castelhano, mas com o apoio de todos os grupos sociais do reino, D. João decide avançar sozinho com o projecto que a todos parecia beneficiar.

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A Nobreza que pretendia cobrir-se de glórias e arrecadar o saque das conquistas.O Clero que ao estabelecer-se numa região pagã aumentaria o seu poder e influência.A Burguesia que pensava obter grandes lucros com o controle do comércio com o Oriente que cruzava a cidade.O Povo que passava fome e via no domínio das áreas cerealíferas que rodeavam a cidade, a solução para as suas dificuldades.O Rei que via na expedição a Ceuta, uma forma de resolver os problemas económicos e sociais do reino, apoderando-se das minas de ouro da região , unindo em torno de um objectivo nacional todas as classes sociais.

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Mas se a vitória militar foi Mas se a vitória militar foi facilmente conseguida, o mesmo facilmente conseguida, o mesmo não se passou com os resultados não se passou com os resultados que se pretendiam atingir.que se pretendiam atingir.

De facto, abandonada pela De facto, abandonada pela população vencida, população vencida, desertificadas as terras agrícolas desertificadas as terras agrícolas em redor, e desviadas as rotas em redor, e desviadas as rotas comerciais, Ceuta rapidamente comerciais, Ceuta rapidamente se tornou mais um problema do se tornou mais um problema do que a solução milagrosa para os que a solução milagrosa para os males do país.males do país.

Nos anos seguintes, a situação Nos anos seguintes, a situação piorará devido aos constantes piorará devido aos constantes ataques dos Muçulmanos à ataques dos Muçulmanos à cidade, na tentativa de a cidade, na tentativa de a reconquistar .reconquistar .

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Entretanto, D. João I morre, Entretanto, D. João I morre, não sem expressamente não sem expressamente pedir a D. Duarte, seu pedir a D. Duarte, seu herdeiro, que prossiga com herdeiro, que prossiga com os seus irmãos as os seus irmãos as conquistas Africanas.conquistas Africanas.

Conhecido no seu tempo Conhecido no seu tempo como homem da cultura, como homem da cultura, amante da arte, escritor e amante da arte, escritor e filósofo, D. Duarte ficará filósofo, D. Duarte ficará também ligado aos também ligado aos sangrentos e infelizes sangrentos e infelizes acontecimentos acontecimentos relacionados com a relacionados com a tentativa da conquista de tentativa da conquista de Tânger, de que veio a Tânger, de que veio a resultar o cativeiro e a resultar o cativeiro e a morte de seu irmão, o morte de seu irmão, o infante D. Fernando. infante D. Fernando.

D. DUARTE

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Pretendendo honrar as promessas feitas a seu pai, D. Duarte armou de imediato Pretendendo honrar as promessas feitas a seu pai, D. Duarte armou de imediato uma expedição comandada pelo seu irmão, o infante D. Henrique , para conquistar uma expedição comandada pelo seu irmão, o infante D. Henrique , para conquistar Tânger, uma importante cidade litoral do Norte de África.Tânger, uma importante cidade litoral do Norte de África.

Com a conquista de Tânger, Portugal procurava romper o isolamento de Ceuta como Com a conquista de Tânger, Portugal procurava romper o isolamento de Ceuta como única praça Africana sob domínio Cristão e consolidar a sua presença no Continente.única praça Africana sob domínio Cristão e consolidar a sua presença no Continente.

No entanto, ao contrário do que tinha acontecido em Ceuta, esta nova ofensiva em No entanto, ao contrário do que tinha acontecido em Ceuta, esta nova ofensiva em África foi um completo desastre.África foi um completo desastre.

TÂNGER

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Sitiados durante mais de um Sitiados durante mais de um mês pelos Mouros, que desta mês pelos Mouros, que desta vez não foram apanhados vez não foram apanhados desprevenidos, aos desprevenidos, aos portugueses vencidos não portugueses vencidos não restou senão aceitar as restou senão aceitar as condições que lhes foram condições que lhes foram impostas.impostas.

O abandono de Ceuta foi a O abandono de Ceuta foi a condição para que pudessem condição para que pudessem partir sem honra nem glória, partir sem honra nem glória, mas vivos.mas vivos.

Como garantia, o infante D. Como garantia, o infante D. Fernando ficaria na situação Fernando ficaria na situação de refém até que o acordo de refém até que o acordo fosse cumprido.fosse cumprido.

De regresso informado o rei De regresso informado o rei D. Duarte do sucedido, este D. Duarte do sucedido, este remete para as Cortes a remete para as Cortes a decisão a tomar.decisão a tomar.

INFANTE D.FERNANDO

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Reunidas em Coimbra, as Cortes, maioritariamente Reunidas em Coimbra, as Cortes, maioritariamente compostas por membros do Alto-Clero e da Alta-compostas por membros do Alto-Clero e da Alta-Nobreza, recusam-se a entregar Ceuta aos Mouros Nobreza, recusam-se a entregar Ceuta aos Mouros e, com isto, condenam à morte, depois de um longo e, com isto, condenam à morte, depois de um longo cativeiro, o Infante D. Fernando.cativeiro, o Infante D. Fernando.

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Estes reveses , que se Estes reveses , que se somaram ao agravamento somaram ao agravamento das dificuldades e despesas das dificuldades e despesas do reino com a defesa de do reino com a defesa de Ceuta, e ao desânimo Ceuta, e ao desânimo nacional a que só a Nobreza nacional a que só a Nobreza escapava, vão determinar escapava, vão determinar uma mudança profunda no uma mudança profunda no caminho a seguir pelos caminho a seguir pelos Portugueses.Portugueses.

Ainda durante o reinado de Ainda durante o reinado de D. João I, por ordem do D. João I, por ordem do infante D. Henrique, são infante D. Henrique, são redescobertos e ocupados os redescobertos e ocupados os arquipélagos da Madeira arquipélagos da Madeira (1419) e dos Açores (1427).(1419) e dos Açores (1427).

PARTIDA PARA ARZILA

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D. Duarte assistirá, pelo D. Duarte assistirá, pelo seu lado, à dobragem do seu lado, à dobragem do cabo Bojador, (1434) por cabo Bojador, (1434) por Gil Eanes.Gil Eanes.

No entanto, a política das No entanto, a política das conquistas Africanas não conquistas Africanas não será abandonada. será abandonada.

Caberá a D. Afonso V,” O Caberá a D. Afonso V,” O AFRICANO” ocupar AFRICANO” ocupar Tânger, que os Mouros Tânger, que os Mouros abandonam. depois de abandonam. depois de terem perdido Alcacer-terem perdido Alcacer-Seguer e Arzila para Seguer e Arzila para Portugueses.Portugueses.

GIL EANES

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2 – 2 – A EXPANSÃO MARÍTIMAA EXPANSÃO MARÍTIMAA Costa Ocidental AfricanaA Costa Ocidental Africana

O novo rumo defendido pelo Povo, pela Burguesia e pelos sectores menos conservadores da Nobreza, teve no infante D. Henrique o seu mais entusiástico defensor junto do Rei e foi ganhando novos apoiantes à medida que a politica de conquista em África, feita de meias vitórias e meias derrotas, tardava em dar frutos.

Assim, apesar de não ter sido abandonada a política de conquistas territoriais defendida pela Nobreza e pelo Clero, era agora por mar que se pretendiam atingir as terras e as riquezas que o reino ambicionava.

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Inicialmente, as Inicialmente, as navegações navegações portuguesas para sul ao portuguesas para sul ao largo da costa africana largo da costa africana tinham objectivos tinham objectivos relativamente pouco relativamente pouco ambiciosos.ambiciosos.

Depois de perdidas para Depois de perdidas para os castelhanos as ilhas os castelhanos as ilhas Canárias, cuja posse nós Canárias, cuja posse nós reivindicávamos desde reivindicávamos desde D. Afonso IV,( o primeiro D. Afonso IV,( o primeiro rei a proceder à sua rei a proceder à sua ocupação), restava a ocupação), restava a Portugal explorar os Portugal explorar os territórios para sul.territórios para sul.

As Canárias e seus antigos povoadores

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E a sul ficava África – o continente infiel e desconhecido, na sua maior parte, pelos Europeus.

A Índia nunca foi, de facto, até D. João I, o objectivo final das descobertas Portuguesas.

Até então tratava-se apenas de ir cada vez mais longe, mais para sul e aproveitar as riquezas e oportunidades que surgiam.

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A chegada à Índia como objectivo previamente interiorizado e pacientemente planeado na austera e lendária” Escola de Sagres” foi, como esta , durante muito tempo um mito da nossa História oficial.

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A “Escola de Sagres”, reunindo os maiores magos e sábios da A “Escola de Sagres”, reunindo os maiores magos e sábios da época em torno da figura austera do infante, foi apenas mais época em torno da figura austera do infante, foi apenas mais uma metáfora romântica e glorificante dos descobrimentos uma metáfora romântica e glorificante dos descobrimentos portugueses .portugueses .

A verdadeira escola residia na perícia da arte de marear e do A verdadeira escola residia na perícia da arte de marear e do génio e ousadia dos navegadores portugueses, feitos da génio e ousadia dos navegadores portugueses, feitos da necessidade , de séculos de experiência e troca de necessidade , de séculos de experiência e troca de conhecimentos com outras civilizações.conhecimentos com outras civilizações.

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As dificuldades eram , As dificuldades eram , efectivamente, muitas. A efectivamente, muitas. A Costa Africana rodeada Costa Africana rodeada de recifes, batida por de recifes, batida por ventos e marés fortes de ventos e marés fortes de direcção imprevisível, direcção imprevisível, fustigada por frequentes fustigada por frequentes tempestades, nunca tempestades, nunca antes tinha sido antes tinha sido navegada em toda a sua navegada em toda a sua extensão. extensão.

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Na época, a navegação fazia-se de porto em porto sem perder de vista a costa, pois os marinheiros tinham dificuldade em orientar-se no alto-mar .E de vez em quando paravam, aportando em regiões em que estabeleciam marcos indicadores da de distância baseados na velocidade de uma navegação com ventos e condições normais.

A navegação era também determinada pela orientação dos ventos. Navegar com ventos contrários era impossível.

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Quando tal acontecia, era necessário baixar velas, recorrer aos remos ou esperar por ventos favoráveis. As viagens Africanas só se tornaram possíveis ultrapassadas estas duas principais dificuldades.

A Caravela e o Astrolábio , devedores da herança romana e árabe, são exemplos da capacidade dos portugueses da época, em assimilar, transformar e dar novos usos a diferentes saberes.

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A CARAVELAA CARAVELA

Embarcação leve e Embarcação leve e resistente para as suas resistente para as suas dimensões, distinguia-se dimensões, distinguia-se pelas suas velas latinas pelas suas velas latinas (triangulares) que, podendo (triangulares) que, podendo mover-se, permitiam a mover-se, permitiam a chamada “navegação à chamada “navegação à bolina”, isto é, contra o bolina”, isto é, contra o vento. Ou quase…vento. Ou quase…

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Por triangulações ou Por triangulações ou “bordejamentos”, as velas “bordejamentos”, as velas da caravela eram da caravela eram orientadas de acordo com orientadas de acordo com a direcção e força do a direcção e força do vento, permitindo ao vento, permitindo ao barco atingir com o menor barco atingir com o menor número de desvios, o número de desvios, o trajecto pretendido.trajecto pretendido.

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O INTERIOR DA CARAVELAO INTERIOR DA CARAVELA

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A NAUA NAU Mais do que uma simples embarcação, a nau era uma verdadeira Mais do que uma simples embarcação, a nau era uma verdadeira

fortaleza flutuante.fortaleza flutuante. Era bastante maior e mais resistente do que a caravela e, ao Era bastante maior e mais resistente do que a caravela e, ao

contrário desta, tinha velas quadrangulares, situando-se a única vela contrário desta, tinha velas quadrangulares, situando-se a única vela triangular junto ao castelo da popa.triangular junto ao castelo da popa.

Este navio estava adaptado a viagens mais longas, (Índia, Oriente e Este navio estava adaptado a viagens mais longas, (Índia, Oriente e Brasil) e preparado para transportar uma grande quantidade de Brasil) e preparado para transportar uma grande quantidade de pessoas e mercadorias.pessoas e mercadorias.

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O alto valor da carga que transportavam tornavam-nas num alvo cobiçado por corsários e piratas.

Por isso, as naus eram defendidas por várias peças de artilharia distribuídas lateralmente pelo casco, e junto da proa e do castelo da popa do navio.

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A NAVEGAÇÃO A NAVEGAÇÃO ASTRONÓMICAASTRONÓMICA

Não podendo depender da Não podendo depender da observação da costa para observação da costa para navegar, os astros eram os navegar, os astros eram os únicos pontos de referência, a únicos pontos de referência, a partir dos quais os marinheiros partir dos quais os marinheiros se podiam orientar.se podiam orientar.

O Astrolábio, a Balestilha, a O Astrolábio, a Balestilha, a Bússola, o Quadrante foram Bússola, o Quadrante foram desenvolvidos para desenvolvidos para determinarem a localização do determinarem a localização do barco, medindo o ângulo entre barco, medindo o ângulo entre o sol ou a estrela polar e a linha o sol ou a estrela polar e a linha do horizonte.do horizonte.

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Os Mapas e Roteiros de Os Mapas e Roteiros de ViagemViagem::

Indicavam o rumo a seguir, as Indicavam o rumo a seguir, as dificuldades a ter em conta dificuldades a ter em conta (ventos contrários, marés (ventos contrários, marés adversas, recifes) e, à medida adversas, recifes) e, à medida que as viagens atlânticas se que as viagens atlânticas se tornavam mais frequentes, maior tornavam mais frequentes, maior era a sua exactidão e o conjunto era a sua exactidão e o conjunto de informações que deles de informações que deles constavam.constavam.

Mapas e roteiros com todas as Mapas e roteiros com todas as suas anotações tornaram-se suas anotações tornaram-se verdadeiros tratados de verdadeiros tratados de conhecimento e ciência, escritos conhecimento e ciência, escritos pela coragem, ambição e pela coragem, ambição e curiosidade do homem.curiosidade do homem.

Page 26: A expansão portuguesa i

As populações e As populações e seus costumes, a seus costumes, a paisagem, a fauna e paisagem, a fauna e a flora das regiões a a flora das regiões a abordar, eram agora abordar, eram agora mais familiares, o mais familiares, o que tornava as que tornava as viagens mais fáceis e viagens mais fáceis e menos assustadoras.menos assustadoras.

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Às dificuldades, já indicadas na navegação da costa ocidental africana, juntavam-se os relatos fantasiosos e assustadores sobre o fim do mundo que se abria no interior de África, região povoada por criaturas fantásticas e demoníacas.

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Estes relatos, alimentados pela imaginação e pelo medo colectivo do desconhecido, eram habilmente difundidos e aproveitados pelos Árabes, para manterem os Europeus afastados das áreas e riquezas que controlavam comercialmente.

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Antes de se aventurarem em viagens mais ambiciosas, sob orientação do Infante D. Henrique, são redescobertos os arquipélagos da Madeira (1419) e dos Açores (1427), conhecidos desde a Antiguidade mas nunca colonizados.

Estas ilhas constituíram um porto de escala em viagens mais longas à África, Índia e Brasil. Aí se repararam velas, mastros e se abasteceram as caravelas de água e mantimentos.

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E principalmente ,aí se produziram os cereais que ajudariam a alimentar o Reino ( Açores), e o açúcar e o vinho que ajudariam a financiar os empreendimentos Atlânticos ( Madeira ).

Mas os Açores e a Madeira constituíram, sobretudo, um laboratório onde as novas técnicas e instrumentos de navegação foram testados pelos Portugueses com êxito.

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Até D. Afonso V, as viagens portuguesas foram, Até D. Afonso V, as viagens portuguesas foram, principalmente, responsabilidade do Infante D. principalmente, responsabilidade do Infante D. Henrique que, reunindo à sua volta grandes cientistas Henrique que, reunindo à sua volta grandes cientistas da época, as idealizou, planeou, e financiou em da época, as idealizou, planeou, e financiou em grande parte graças aos recursos da sua ordem:grande parte graças aos recursos da sua ordem:

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…a Ordem Militar de Cristo, herdeira dos bens e segredos da Ordem dos Templários, que perseguida por toda a Europa, a mando de Filipe “ O Belo” rei de França, e extinta por decreto papal, fez de Portugal e da região de Tomar , o seu ultimo reduto. A história dos Templários ,é uma história ainda hoje povoada de enigmas e mistérios.

OS TEMPLÁRIOS

Page 33: A expansão portuguesa i

È uma história feita de vazios que È uma história feita de vazios que cada um preenche como quer. As cada um preenche como quer. As interrogações não faltam.interrogações não faltam.

Como enriqueceram tão Como enriqueceram tão rapidamente? Porque razão rapidamente? Porque razão permaneceram durante tanto permaneceram durante tanto tempo ,intocáveis perante a tempo ,intocáveis perante a hierarquia da Igreja? Porque caíram hierarquia da Igreja? Porque caíram em desgraça tão rapidamente? E em desgraça tão rapidamente? E finalmente onde está o seu lendário finalmente onde está o seu lendário tesouro e não menos lendários tesouro e não menos lendários segredos ?segredos ?

Nas ilhas Britânicas , ou em Nas ilhas Britânicas , ou em Portugal? Para onde, perseguidos Portugal? Para onde, perseguidos por todo o lado, foram empurrados por todo o lado, foram empurrados e encontraram os derradeiros e encontraram os derradeiros refúgios.refúgios.

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Sabe-se contudo ,que Sabe-se contudo ,que a sua fulgurante a sua fulgurante ascensão acabou em ascensão acabou em tragédia. No inicio tragédia. No inicio eram apenas uma eram apenas uma ordem religiosa ordem religiosa constituída por constituída por cavaleiros -monges cavaleiros -monges cristãos, que tinham cristãos, que tinham como objectivo como objectivo proteger os romeiros proteger os romeiros que demandavam a que demandavam a terra santa.terra santa.

A Execução dos TempláriosA Execução dos Templários

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Aí , e para esse fim , foi criada em Aí , e para esse fim , foi criada em Jerusalém no ano de 1118 a Jerusalém no ano de 1118 a “Ordem dos Cavaleiros do “Ordem dos Cavaleiros do Templo”. Templo”.

Com a conquista de Jerusalém Com a conquista de Jerusalém durante as cruzadas ter - se- durante as cruzadas ter - se- iam ,segundo alguns historiadores, iam ,segundo alguns historiadores, apoderado nas catacumbas do apoderado nas catacumbas do antigo templo do rei Salomão de antigo templo do rei Salomão de documentos que punham em documentos que punham em causa os dogmas em que causa os dogmas em que assentava a doutrina papal.assentava a doutrina papal.

A chantagem de imediato exercida A chantagem de imediato exercida terá sido tão bem sucedida que de terá sido tão bem sucedida que de pobre ordem militar ,os Templários pobre ordem militar ,os Templários passaram rapidamente a assumir-passaram rapidamente a assumir-se como uma das mais ricas e se como uma das mais ricas e poderosas instituições religiosas poderosas instituições religiosas do seu tempo. do seu tempo.

SELO DA ORDEM DO TEMPLO

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Outros , atribuem no entanto o seu súbito poder às Outros , atribuem no entanto o seu súbito poder às terras tomadas ao inimigo, ás dádivas dos peregrinos a terras tomadas ao inimigo, ás dádivas dos peregrinos a quem tinham oferecido protecção e aos bens que deles quem tinham oferecido protecção e aos bens que deles herdavam por gratidão e pela “ remissão dos herdavam por gratidão e pela “ remissão dos pecados”.pecados”.

Seja como for esse poder não parou de crescer.Seja como for esse poder não parou de crescer.

A Influencia dos Templários no mundoA Influencia dos Templários no mundo

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Os Templários eram agora uma Os Templários eram agora uma verdadeira ameaça não só para verdadeira ameaça não só para a Igreja mas também para o a Igreja mas também para o poder temporal. Pelo menos foi poder temporal. Pelo menos foi o que pensou Filipe “O Belo”,o o que pensou Filipe “O Belo”,o ambicioso rei dos Francos que ambicioso rei dos Francos que de armadilha em armadilha de de armadilha em armadilha de calunia em calunia , de tortura calunia em calunia , de tortura em tortura os condenou à em tortura os condenou à morte. Curiosamente com a morte. Curiosamente com a bênção da igreja que os bênção da igreja que os excomungou e perseguiu por excomungou e perseguiu por todo o mundo cristão.todo o mundo cristão.

O massacre dos templários deu-O massacre dos templários deu-se em França , no dia 13 ,a uma se em França , no dia 13 ,a uma sexta feira do ano de 1307. Esse sexta feira do ano de 1307. Esse foi de facto para os Templários foi de facto para os Templários um mau dia. Nascia assim o dia um mau dia. Nascia assim o dia de todos os azares. de todos os azares.

FILIPE IV “ O BELO”FILIPE IV “ O BELO”

Mestre TemplárioMestre Templário

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E ainda hoje ,sempre que é E ainda hoje ,sempre que é sexta-feira 13 ,acreditamos que sexta-feira 13 ,acreditamos que assim será…assim será…

Extinta por ordem do Papa Extinta por ordem do Papa Clemente V ,no reinado de D. Clemente V ,no reinado de D. Dinis a Ordem dos cavaleiros Dinis a Ordem dos cavaleiros templários ,continuou no entanto templários ,continuou no entanto viva no espírito e nos métodos viva no espírito e nos métodos da Ordem de Cristo que lhe da Ordem de Cristo que lhe sucedeu. Quem sabe se não foi sucedeu. Quem sabe se não foi apenas o nome que mudou. apenas o nome que mudou.

Foi ostentando a cruz templária Foi ostentando a cruz templária que os portugueses se fizeram ao que os portugueses se fizeram ao mar.. Foi em parte recorrendo mar.. Foi em parte recorrendo aos bens da ordem religiosa que aos bens da ordem religiosa que em Portugal lhe sucedeu, “ A em Portugal lhe sucedeu, “ A Ordem de Cristo”, que os Ordem de Cristo”, que os descobrimentos portugueses descobrimentos portugueses puderam prosseguir .puderam prosseguir .

Page 39: A expansão portuguesa i

Quem sabe, se tudo se tornou Quem sabe, se tudo se tornou possível, também graças aos possível, também graças aos conhecimentos científicos que conhecimentos científicos que durante séculos os templários durante séculos os templários adquiriram entre o ocidente e adquiriram entre o ocidente e o oriente, e no fim, para aqui o oriente, e no fim, para aqui escondidos e quase escondidos e quase confinados nos acabaram por confinados nos acabaram por legar. legar.

Por isso só agora ,quando Por isso só agora ,quando falamos dos descobrimentos falamos dos descobrimentos portugueses do séc. XV, nos portugueses do séc. XV, nos referimos a uma “ordem” referimos a uma “ordem” formalmente extinta um formalmente extinta um século antes. Aos Templários. século antes. Aos Templários. Que em Portugal ,tanto Que em Portugal ,tanto contribuíram para o contribuíram para o povoamento defesa e povoamento defesa e desenvolvimento do reino. desenvolvimento do reino.

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Aqui, mesmo no fim do Aqui, mesmo no fim do

mundo, na “finisterra”, mundo, na “finisterra”, construíram fortalezas construíram fortalezas cidades e concelhos, e cidades e concelhos, e espalharam novas espalharam novas ideias e conhecimentos. ideias e conhecimentos. Ajudaram a organizar Ajudaram a organizar um país. E se calhar a um país. E se calhar a descobrir outros…descobrir outros…

Page 41: A expansão portuguesa i

De volta às descobertas, no tempo do Infante, Pedro de Cintra (1460) chega bem longe, navegando até terras a que os navegadores chamaram “ Serra Leoa”.Para sul ficava ainda o desconhecido.

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Mas com a morte do Infante, volta o predomínio da via das conquistas Africanas, e as viagens marítimas para sul são confiadas a um burguês lisboeta, Fernão Gomes, a troco de benefícios e direitos comerciais sobre as áreas descobertas.

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Com D. João II, é restabelecido o controle pela Coroa das viagens Africanas e o Monopólio do comércio e das riquezas encontradas.

São criadas várias Feitorias, como as da Mina e Arguim, onde se centralizava o comércio do ouro, escravos e marfim.

Corsários portugueses patrulham a costa africana e afundam os navios dos reinos rivais.

Os Padrões graníticos, ou na falta deles , as inscrições nas rochas, atestavam os direitos de Portugal nas áreas “descobertas”.

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Diogo Cão é enviado pelo rei para explorar o litoral africano a sul do Equador.

Atingir o extremo sul de África era o principal objectivo.

Page 45: A expansão portuguesa i

Entretanto Pêro da Entretanto Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva Covilhã e Afonso de Paiva seguem como emissários seguem como emissários - espiões, por terra e mar - espiões, por terra e mar com destino à Índia, com destino à Índia, encarregados pelo rei de encarregados pelo rei de uma dupla missão:uma dupla missão:

descobrir e contactar em descobrir e contactar em África o lendário rei África o lendário rei cristão, “Prestes João”…cristão, “Prestes João”…

… … saber da viabilidade saber da viabilidade em chegar à Índia pela em chegar à Índia pela rota do Cabo.rota do Cabo.

CHEGADA A CALECUTE DE PÊRO DA COVILHÃ

O” Prestes João”

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Afonso Paiva logo descobre que o lendário e poderoso Prestes João não passava, afinal, de um pobre chefe tribal Cristão que tentava apenas sobreviver, entalado num mundo de crenças diferentes e muitas vezes hostis.Nada preocupado com a ambição e ganâncias desta nova gente, o “Prestes João” foi de pouco préstimo para as intenções dos portugueses.

O Reino do Prestes João

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Vencidos os limites do medo e do mar, tal como as fantásticas Vencidos os limites do medo e do mar, tal como as fantásticas criaturas, por todos temidas, o tão ansiado aliado, o poderoso e criaturas, por todos temidas, o tão ansiado aliado, o poderoso e sábio Cristão que, no interior de África reinava, não resistiu ao sábio Cristão que, no interior de África reinava, não resistiu ao confronto com a realidade.confronto com a realidade.

Entretanto, por mar e terra, Pêro da Covilhã chega à Índia e obtém Entretanto, por mar e terra, Pêro da Covilhã chega à Índia e obtém a confirmação de que a Rota do Cabo abriria aos portugueses os a confirmação de que a Rota do Cabo abriria aos portugueses os seus mares e territórios.seus mares e territórios.

O Trajecto de Pêro da Covilhã

Page 48: A expansão portuguesa i

Em 1488, Bartolomeu Dias ultrapassa finalmente o Cabo das Tormentas, logo rebaptizado por D. João II como Cabo da Boa – Esperança. Tinham sido vencidos os ventos, as marés e o próprio Adamastor.

O Atlântico e o Índico ligavam-se pela primeira vez.

E todo o mundo conhecido estava agora mais facilmente em contacto.

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Pouco tempo depois, D. João II recebe um navegador de origem veneziana, chamado Cristóvão Colombo que defendia, com base em cálculos de cartógrafos italianos, ser possível atingir a Índia por Ocidente, e que esse seria mesmo o trajecto mais curto e seguro.

Page 50: A expansão portuguesa i

Perante a recusa do monarca português, na posse de Perante a recusa do monarca português, na posse de informações contrárias, em aceitar as suas teorias e informações contrárias, em aceitar as suas teorias e préstimos, Cristóvão Colombo convence a rainha Isabel préstimos, Cristóvão Colombo convence a rainha Isabel de Castela a financiar uma armada com tal objectivo .de Castela a financiar uma armada com tal objectivo .

Page 51: A expansão portuguesa i

Depois de uma atribulada viagem, Depois de uma atribulada viagem, Colombo descobre, em 1492, uma Colombo descobre, em 1492, uma série de ilhas que confunde com a série de ilhas que confunde com a Índia, e que mais tarde se saberá Índia, e que mais tarde se saberá situarem-se nas proximidades de um situarem-se nas proximidades de um continente desconhecido pelos continente desconhecido pelos Europeus:Europeus:

A América (de Americo), como passará A América (de Americo), como passará a chamar-se, em homenagem ao a chamar-se, em homenagem ao primeiro navegador a atingir, o novo primeiro navegador a atingir, o novo continente.continente.

Assim o rezam pelo menos, Assim o rezam pelo menos, manuscritos datados do séc.XVI. onde manuscritos datados do séc.XVI. onde o nome de Vespuccio Americo, um o nome de Vespuccio Americo, um próspero armador ge origem italiana, é próspero armador ge origem italiana, é referido como o primeiro navegador a referido como o primeiro navegador a chegar ao “ Novo Continente”A chegar ao “ Novo Continente”A autenticidade das informações autenticidade das informações contidas nos referidos documentos é contidas nos referidos documentos é no entanto bastante duvidosa entre os no entanto bastante duvidosa entre os historiadores. Por isso o assunto historiadores. Por isso o assunto continua a ser objecto de discussão.continua a ser objecto de discussão.

Colombo na América

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Descoberto o erro, os Castelhanos Descoberto o erro, os Castelhanos não abandonaram a ideia de não abandonaram a ideia de chegar à Índia por ocidente. A chegar à Índia por ocidente. A história de Colombo vai repetir-se. história de Colombo vai repetir-se. Desta vez o rei é D. Manuel e o Desta vez o rei é D. Manuel e o visionário Fernão de Magalhães. visionário Fernão de Magalhães. Mas a resposta é a mesma.Mas a resposta é a mesma.

A viagem de circum-navegação de A viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães, será feita Fernão de Magalhães, será feita por um navegador Português que por um navegador Português que se sentiu desrespeitado por D. se sentiu desrespeitado por D. Manuel.Manuel.

Tal como Colombo, às ordens de Tal como Colombo, às ordens de Castela ,Fernão de Magalhães Castela ,Fernão de Magalhães provará essa possibilidade teórica, provará essa possibilidade teórica, atravessando o Estreito que veio a atravessando o Estreito que veio a receber o seu nome, mas de receber o seu nome, mas de demonstrará também a sua demonstrará também a sua inviabilidade económica, tais as inviabilidade económica, tais as distâncias e dificuldades a vencer.distâncias e dificuldades a vencer.

Provou-se, pelo menos, que o Provou-se, pelo menos, que o mundo era de facto redondo.mundo era de facto redondo.

Page 53: A expansão portuguesa i

Tendo sido um dos maiores Tendo sido um dos maiores obreiros da aventura das obreiros da aventura das descobertas, e talvez o seu descobertas, e talvez o seu mais calculista, lúcido e mais calculista, lúcido e genial personagem, D. João II genial personagem, D. João II não assiste, no entanto, à tão não assiste, no entanto, à tão ansiada chegada à Índia.ansiada chegada à Índia.

Depois da sua morte, em Depois da sua morte, em 1495, na ausência de um 1495, na ausência de um sucessor directo, já que o seu sucessor directo, já que o seu único filho tinha morrido de único filho tinha morrido de uma queda a cavalo, sucede-uma queda a cavalo, sucede-lhe o seu primo e cunhado, lhe o seu primo e cunhado, D. Manuel que ficará na D. Manuel que ficará na história, por razões história, por razões evidentes, conhecido pelo evidentes, conhecido pelo “Venturoso”.“Venturoso”.