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A EVOLUÇÃO DA MULHER NO BRASIL DO PERÍODO DA COLÔNIA A REPÚBLICA
Ana Carla Menezes de Oliveira*
Instituto Federal de Sergipe- Campus São Cristóvão
Universidade Federal de Sergipe-UFS
e-mail:[email protected]
RESUMO O presente trabalho pretende através de um estudo sobre a História da Educação, apresentar uma análise de como se processou a participação da mulher na sociedade e na educação no período da colônia até a república, partindo das influências da mentalidade européia e das delimitações da ocupação do espaço público pelas mulheres.No imaginário da sociedade da época, a mulher deveria ser educada para a família com dedicação exclusiva as tarefas no âmbito familiar e na educação dos filhos, ocupando-a por inteiro e confinando-a ao espaço privado familiar. O trabalho visa ainda mostrar como essa postura e imposição da sociedade masculina, ao longo da história, dificultou a participação da mulher nos espaços públicos ocupados pelos homens colocando-a em posição subalterna e negando-lhe a possibilidade de realização pessoal. A estrutura de organização do trabalho pretende apresentar o papel da mulher na ordem escravocrata-senhorial, como era a sua posição social e o campo de sobrevivência na sociedade e a força do trabalho feminino, como também mostrar como se processou a instrução feminina na colônia, império, na fase pré-republicana e na república. Palavras-chaves: Mulher. Educação. História. RESUMEN El presente trabajo tiene como objetivo a través de un estudio de la Historia de la Educación, presenta un análisis de cómo se procesa la participación de las mujeres en la sociedad y la educación en la colonia a la república, a partir de las influencias de la mentalidad europea y los límites de la ocupación de espacio público de la sociedad mulheres.No imaginario de la época, la mujer debía ser educada para la familia con las tareas de dedicación dentro de la familia y la educación de los niños, ocupando en su totalidad y confinarlo a la familia privada. El trabajo también tiene como objetivo mostrar cómo esta posición y la imposición de la sociedad masculina, a lo largo de la historia, ha obstaculizado la participación de las mujeres en los espacios públicos ocupados por los hombres de colocarlo en una posición subordinada y negar la posibilidad de realización personal. La estructura de la organización del trabajo tiene la intención de presentar el papel de la mujer en el orden de maestro-esclavo, al igual que su posición social y la supervivencia de campo en la sociedad y la fuerza de trabajo femenina, sino también mostrar cómo se procesa la educación de la mujer en la colonia, el imperio, en el pre-republicana, y en la república. Palabras clave: Mujer. Educación. Historia.
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* Licenciada em Pedagogia; Pós-Graduada em Metodologia do Ensino Superior; Mestranda em Educação pela Universidade Federal de Sergipe pela linha História, Política e Sociedade; membro do Grupo de Pesquisa em História da Educação: intelectuais, instituições e práticas escolares/UFS. E-mail:[email protected] INTRODUÇÃO
As limitações que a estrutura social dos países capitalistas impõe à realização
plena da mulher, quer enquanto trabalhadora, quer enquanto pessoa portadora de
características especiais que a incluem na categoria subprivilegiada sexo feminino,
apresentam-se como invariâncias, em qualquer concreção histórica daquele modo de
produção. As combinações possíveis entre as determinações essenciais do modo
capitalista de produção e as determinações comuns a todos os tipos estruturais de
sociedade resultam numa dupla determinação dos seres femininos, através da qual a
sociedade afasta as possibilidades de acirramento extremo dos conflitos gerados pelo
processo competitivo típico das sociedades de classes, por esta razão o referido trabalho
sociedade afasta as possibilidades de acirramento extremo dos conflitos gerados pelo
processo competitivo típico das sociedades de classes, por esta razão o referido trabalho
tem como objetivo apresentar uma análise de como se processou a participação da
mulher na sociedade e na educação no período da colônia até a república, partindo das
influências da mentalidade europeia e das delimitações da ocupação do espaço público
pelas mulheres.
A escolha do período da colônia a república diz respeito mostrar que desde o séc.
XVI que os Colégios jesuítas visavam dois objetivos principais: 1-Ensinar a ler e a
escrever aos pequenos índios isolados de suas famílias; 2 – Formar os quadros para a
própria Companhia de Jesus no Brasil. As meninas enviadas aos convento de Portugal
escapavam ao analfabetismo. A elite não hesitavam em mandar as filhas para o
convento. Eram filhas de senhores de engenho, capitães-mores, marechais de campo e
de fidalgos. Era uma pratica da nobreza colocar no convento.Os papéis femininos eram
bem definidos: ”elas têm uma casa que governar, marido que fazer feliz, e filhos que
educar na virtude.”As meninas deveriam limitar-se a ler, escrever e contar (economia-
doméstica) , alem de bordarem e coserem (Séc. XVIII).
A mulher no mundo do trabalho na década de 1930 oportunizou algumas das
mudanças mais generalizada e permanente . Pois, no entanto pode-se entender que este
movimento propiciou o “surgimento” de colocações mais críticas acerca dos parâmetros
culturais estabelecidos pela sociedade Patriarcal desta década.Entretanto uma das
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questões que permeiam a sociedade atual diz respeito ao papel das mulheres no mundo
do trabalho e a nova forma social acarretada por mudanças que ocorreram, sobretudo, a
partir do século XX. Se antes as mulheres tinham seu papel de fragilidade e obediência
ao homem bem definido, hoje – embora o sexismo ainda permaneça – muito desses
paradigmas foram quebrados.
No entanto, lança-se mão de uma abordagem que considerasse as questões de
gênero que são caracterizadas pela desigualdade social e a opressão feminina,
considerando-se oportuno enfocar alguns aspectos ligados aos padrões culturalmente
construídos. Visa-se, com este artigo, analisar a imagem de submissão da mulher ainda
presente na sociedade, no que tange as questões do mundo do trabalho. E, com isso,
instigar a sociedade de maneira geral a uma reflexão crítica acerca da importância do
trabalho feminino no decorrer da história da humanidade desde a colona até a república.
Este trabalho foi dividido em dois capítulos. No primeiro capítulo iremos
apresentar o papel da mulher na ordem escravocrata-senhorial, retratando a posição
social ocupada pela mulher perante a sociedade e sua forma de sobrevivência,
mostrando assim a força do trabalho feminino. No segundo capítulo trataremos sobre a
instrução feminina no que se refere ao período da colônia, do império, da fase pré-
republicana e da república, apresentando os momentos vivenciados pela mulher no
campo educacional. Por fim iremos apresentar as considerações finais que se forem
necessárias.
I. A MULHER NA ORDEM ESCRAVOCRATA-SENHORIAL
A economia colonial gerou a formação de uma sociedade, na qual a mulher
ocupava uma posição peculiar, afetando grandemente sua imagem durante anos.
Mantendo-se em segundo plano em relação ao homem, tanto econômica como
socialmente, a mulher permaneceu à margem da sociedade e da historiografia brasileira.
Segundo Saint-Hilaire, a condição da mulher brasileira era tão inferior que sua
posição na escala social podia ser comparada à de um cão. As relações entre os homens
e as mulheres e a conseqüente posição da mulher na família e na sociedade constituem
parte de um sistema de dominação mais amplo. Por essa razão, a análise da posição
social da mulher na ordem escravocrata senhorial, exige que se caracterize a forma pela
qual se organizava e distribuía o poder na sociedade escravocrata brasileira, época em
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que se formaram certos complexos sociais justificados hoje em nome da tradição.”
(SAFFIOTI,1979, p.169).
O período colonial brasileiro apresenta uma configuração exótica, na qual podem
ser identificados traços das estruturas feudais européias, da estrutura patrimonialista que
se desenvolvia na época, e a exploração da mão-de-obra escrava (SAFFIOTI,1979,
p.172-2).
No regime patriarcal, o homem tendia a transformar a mulher num ser diferente
dele, criando jargões do tipo “sexo forte” e “sexo frágil”. No Brasil colonial, a
diferenciação parecia estar em todas as esferas, desde o modo de se trajarem até nos
tipos que se estabeleciam. A sociedade patriarcal agrária extremava essa diferenciação,
criando um padrão duplo de moralidade, no qual o homem era livre e a mulher, um
instrumento de satisfação sexual. Esse padrão duplo de moralidade permitia também ao
homem desfrutar do convívio social, dava-lhe oportunidades de iniciativa, enquanto a
mulher cuidava da casa, dedicava-se aos filhos e dava ordens às escravas (FREYRE,
1961, p.73).
A etiqueta, no sistema patriarcal brasileiro, a idolatria à fragilidade da mulher,
tudo parecia denotar o gosto dos homens pela diferenciação e, em última instância,
reforçar os conceitos de sexo forte, nobre e dominador(FREYRE, 1961, p.94).
As mulheres brancas submetiam-se sem contestação ao poder do patriarca. Eram
ignorantes e imaturas e casavam-se antes dos quinze anos. Ao contrair matrimônio,
passavam do domínio paterno para o domínio do marido. Raramente saíam à rua e,
quando o faziam, iam à igreja acompanhadas (SAFFIOTI, 1979, p.177-8).
Nessa sociedade, a mulher estava destinada ao casamento e a única possibilidade
disponível para fugir do domínio do pai ou do marido era a reclusão em um convento
(SAFFIOTI, 1979, p.179).
Contudo, deve-se ressaltar que havia, na sociedade escravocrata brasileira, uma
aceitação total por parte das mulheres, fossem elas ociosas ou trabalhadoras, de sua
posição submissa perante a figura masculina, tanto dentro da família como na sociedade
em geral.
No período colonial, a educação não era valorizada. Os colonizadores portugueses
e seus descendentes, que se dedicavam principalmente à agricultura, não julgavam a
instrução necessária para executar suas tarefas diárias. Aqueles poucos desejosos de
seguir uma carreira religiosa ficavam nas mãos dos jesuítas, que vieram para o Brasil
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com o intuito de catequizar os índios. Aprendiam com os jesuítas a dar continuidade ao
trabalho desses religiosos (ROMERO, 1998.p.37).
As mulheres das classes sociais altas tinham pouco acesso à já escassa cultura
existente na colônia. A inadequação do sistema escolar brasileiro era apenas o reflexo
da vida cultural da colônia (LAJOLO; ZILBERMAN,1996, p.135).
A chegada da família real e de toda a Corte portuguesa, no Rio de Janeiro no final
de 1807, trouxe influências que acabaram por mudar a situação reinante na colônia,
embora muitos costumes em relação às mulheres tivessem sido mantidos. Com o
processo de urbanização, a vida da mulher pertencente à elite dominante começa a se
modificar. Ela não mais permanece reclusa à casa-grande, freqüentando festas, teatros e
indo à igreja, o que possibilita um aumento em seus contatos sociais. Sua instrução
geral, porém, permanece desvalorizada, uma vez que a sociedade espera que ela seja
educada e não instruída. À sua educação doméstica acrescenta-se o cuidado com a
conversação, para torná-la mais agradável nos eventos sociais(SAFFIOTI, 1979, p.185-
6).
Aos poucos, a mulher sai da domesticidade e integra-se finalmente na sociedade, a
princípio como escritora ou professora. Em fins do século XIX, o Brasil já possui
mulheres que sabem ler e escrever, limitando-se, no entanto, à esfera medíocre do
romance francês. No entanto, apesar da opinião predominante de que as mulheres
brasileiras do século XIX viviam sob um regime patriarcal e limitadas a uma vida
doméstica, Bernardes (1989) põe em questão tais afirmações, buscando novos dados.
Além disso, constata que uma das mais relevantes reivindicações dessas mulheres foi o
acesso à instrução, além do fato de elas estarem cientes de seu estado de subordinação.
Mesmo assim, notava-se uma certa sacralização da mulher que, embora dançasse nos
bailes de máscara, pouco falava, pouco fazia para libertar-se da opressão masculina, e
permanecia virgem até o casamento.
No período colonial, a igualdade jurídica entre os homens dificulta a realização da
principal meta do sistema capitalista: a acumulação de capital. Por essa razão, a
utilização da força de trabalho escrava constitui-se no meio adequado para atingir esse
objetivo(SAFFIOTI, 1979, p.151).
Contudo, a Revolução Industrial inglesa do século XVIII gera a necessidade de
mão-de-obra livre assalariada para garantir a existência de um mercado consumidor e,
assim, possibilitar a sobrevivência do capitalismo industrial. Como a tendência desse
sistema de produção é conquistar cada vez mais mercados consumidores, a economia
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brasileira, baseada na mão-de-obra escrava não consumidora, mostra-se um entrave para
a expansão do sistema.
A abolição da escravatura, obra masculina, provoca uma mudança no sistema de
estratificação da sociedade em castas; porém nenhuma mudança ocorre na divisão da
sociedade baseada no sexo. Conseqüentemente, esse fato tem significados diferentes
para as mulheres brancas da camada senhorial e para as negras escravas. A mulher
negra ganha a liberdade formal que não possuía, ascendendo na esfera social juntamente
com o ex-escravo, permanecendo, porém, numa posição inferior a este. Enquanto o ex-
escravo passa a ser considerado cidadão e, conseqüentemente, adquire o direito de
votar, tanto a mulher negra como a branca ficam à margem desse processo. Portanto, a
mulher branca sofre uma descensão social com relação ao homem negro(SAFFIOTI,
1979, p.186-7).
Como conseqüência da crescente utilização da mão-de-obra assalariada, a
dinamização do mercado interno viabiliza o desenvolvimento do capitalismo industrial.
Os países envolvidos no conflito mundial de 1914-18, interrompem suas exportações,
provocando uma menor concorrência para os produtos nacionais. Também o setor das
indústrias subsidiárias desenvolve-se intensamente, favorecendo o desenvolvimento da
indústria nacional (ROMERO, 1998,p.261).
A nova conjuntura econômica e social revela a necessidade de dar à mulher algum
nível de instrução, não se abandonando, porém, a educação doméstica. Não há nessa
época, contudo, o desejo de instruir igualmente homens e mulheres, nem tampouco
promover uma equiparação dos papéis sociais dos elementos dos dois sexos(SAFFIOTI,
1979, p.190).
As sociedades patriarcais permaneceram ao longo dos tempos, mesmo na
sociedade industrial. Porém, nas sociedades industriais o mundo do trabalho se divide
do mundo doméstico. As famílias multigeracionais vão desaparecendo e forma-se a
família nuclear (pai, mãe e filhos). Permanece o poder patriarcal na família, mas a
mulher das camadas populares foi submetida ao trabalho fabril. No século XVIII e XIX
o abandono do lar pela mães que trabalhavam nas fábricas levou a sérias conseqüências
para a vida das crianças. A desestruturação dos laços familiar, das camadas
trabalhadoras e os vícios decorrentes do ambiente de trabalho promíscuo fez crescer os
conflitos sociais.
A revolução industrial incorporou o trabalho da mulher no mundo da fábrica,
separou o trabalho doméstico do trabalho remunerado fora do lar. A mulher foi
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incorporada subalternamente ao trabalho fabril. Em fases de ampliação da produção se
incorporava a mão de obra feminina junto à masculina, nas fases de crise substituía-se o
trabalho masculino pelo trabalho da mulher, porque o trabalho da mulher era mais
barato. As lutas entre homens e mulheres trabalhadoras estão presentes em todo o
processo da revolução industrial. Os homens substituídos pelas mulheres na produção
fabril acusavam-nas de roubarem seus postos de trabalho. A luta contra o sistema
capitalista de produção aparecia permeada pela questão de gênero. A questão de gênero
colocava-se como um ponto de impasse na consciência de classe do trabalhador.
Assim, nasceu a luta das mulheres por melhores condições de trabalho. Já no
século XIX havia movimento de mulheres reivindicando direitos trabalhistas, igualdade
de jornada de trabalho para homens e mulheres e o direito de voto.
Ao ser incorporada ao mundo do trabalho fabril a mulher passou a ter uma dupla
jornada de trabalho. A ela cabia cuidar da prole, dos afazeres domésticos e também do
trabalho remunerado. As mulheres pobres sempre trabalharam. A remuneração do
trabalho da mulher sempre foi inferior ao do homem. A dificuldade de cuidar da prole
levou as mulheres a reivindicarem por escolas, creches e pelo direito da maternidade.
Na sociedade capitalista persistiu o argumento da diferença biológica como base
para a desigualdade entre homens e mulheres. A mulheres eram vistas como menos
capazes que os homens. Na sociedade capitalista o direito de propriedade passou a ser o
ponto central, assim, a origem da prole passou a ser controlada de forma mais rigorosa,
levando a desenvolver uma série de restrições a sexualidade da mulher. Cada vez mais o
corpo da mulher pertencia ao homem, seu marido e senhor. O adultério era crime
gravíssimo, pois colocava em perigo a legitimidade da prole como herdeira da
propriedade do homem.
A luta feminina é uma busca de construir novos valores sociais, nova moral e nova
cultura. É uma luta pela democracia, que deve nascer da igualdade entre homens e
mulheres e evoluir para a igualdade entre todos os homens, suprimindo as desigualdades
de classe.
Após a década de 1940 cresceu a incorporação da força de trabalho feminina no
mercado de trabalho, havendo uma diversificação do tipo de ocupações assumidas pelas
mulheres. Porém, no Brasil, foi na década de 1970 que a mulher passou a ingressar de
forma mais acentuada no mercado de trabalho. A mulher ainda ocupa as atividades
relacionadas aos serviços de cuidar (nos hospitais, a maioria das mulheres são
enfermeiras e atendentes, são professoras, educadoras em creches), serviços
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domésticos(ser doméstica), comerciárias e uma pequena parcela na indústria e na
agricultura.
No final dos anos 1970 surgem movimentos sindicais e movimentos feministas no
Brasil. A desigualdade de classe juntou os dois sexos na luta por melhores condições de
vida. O movimento sindical começou a assumir a luta pelos direitos da mulher. Na
década de 1980, quando nasceu a CUT, a bandeira das mulheres ganhou mais
visibilidade dentro do movimento sindical. Surgiu na década de 1980 a Comissão
Nacional da Mulher Trabalhadora, na CUT.
A luta pela democratização das relações de gênero persistiu e com a Constituição
Federal de 1988 a mulher conquistou a igualdade jurídica. O homem deixou de ser o
chefe da família e a mulher passou a ser considerada um ser tão capaz quanto o homem.
Na década de 1990, no Brasil, a classe trabalhadora enfrentou o problema da
desestrutração do mercado de trabalho, da redução do salário e da precarização do
emprego. As mulheres são as mais atingidas pela precarização do trabalho e pela
gravidade da falta de investimentos em equipamentos sociais (creches, escolas,
hospitais). Embora sejam mais empregáveis que os homens, isso decorre da persistente
desigualdade da remuneração do trabalho da mulher. A mulher passou a ter um nível
educacional igual e as vezes até superior ao do homem, porque como enfrenta o
preconceito no mundo do trabalho, ela deve se mostrar mais preparada e com maior
escolarização para ocupar cargos que ainda são subalternos.
Os critérios de contratação das mulheres no mundo do trabalho estão impregnados
pela imagem da mulher construída pela mídia e colocada como padrão de beleza. O
empregador ainda busca a moça de "boa aparência". Assim, as mulheres sofrem dupla
pressão no mercado de trabalho, a exigência de qualificação profissional e da aparência
física. O assédio sexual ainda é uma realidade para a mulher no mundo do trabalho, isso
decorre da própria cultura patriarcal que foi colocando o homem como o senhor do
corpo da mulher.
Apesar de tantas dificuldades as mulheres conquistaram um espaço de respeito
dentro da sociedade. As relações ainda não são de igualdade e harmonia entre os gênero
feminino e o masculino. O homem ainda atribui à mulher a dupla jornada, já que o lar é
sua responsabilidade, mas muitos valores sobre as mulheres já estão mudando. O
homem também está em conflito com o papel que foi construído socialmente para ele,
hoje ser homem não é nada fácil, pois as mulheres passaram a exigir dele um novo
comportamento que ele ainda está construindo.
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Quando a igualdade de gênero se coloca, cresce o espaço da democracia dentro da
espécie humana. A democratização efetiva da sociedade humana passa pela discussão
das relações de gênero, neste sentido a luta das mulheres não está relacionada apenas
aos seus interesses imediatos, mas aos interesses gerais da humanidade.
II- A INSTRUÇÃO FEMININA
Para a sociedade rude que se estabeleceu no Brasil, cuja economia se baseava na
exploração predatória com vistas ao lucro, a instrução não chegava a representar um
valor social. “Ela começa a ganhar sentido como um instrumento de catequese dos
filhos menores dos colonos brancos e dos índios, através dos quais os jesuítas
pretendiam conquistar para a fé cristã, os adultos da sociedade em
formação”(SERAFIM, 1938). Foram, pois, os jesuítas desenvolvendo sua ação
educativa, criando escolas de primeiras letras, fundando colégios desde o primeiro do
século de colonização, chegando a contar, no século XVIII, quando de sua expulsão,
com vasta rede de ensino.
Se a presença dos jesuítas significava, a curto prazo, uma força social construtiva,
iniciando nas primeiras letras a parcela masculina da população livre infantil, para a
mulher, os padres da Companhia de Jesus simbolizavam as possibilidades de refúgio,
que a religião oferece aos seres subjugados pelo poder discricionário. Neste sentido, a
atuação dos jesuítas sobre a mulher não foi senão negativa, porquanto não lhe ofereceu
nenhum instrumento de libertação, mas ensinou-a a submeter-se à Igreja e ao marido.
Entre a autoridade do chefe da família e a autoridade moral da Igreja representada pelos
padres, a mulher estava, pois, imersa num clima inibidor da inovação onde tudo
significava a anti-solicitação e a não obtenção da instrução. Para a manutenção desse
clima contribuía poderosamente o governo metropolitano, como se pode constatar pela
Ordenação referente aos deveres dos tutores de ensinar aos machos a ler, escrever e
contar, as fêmeas a coser, lavar e fazer renda e todos os mais misteres que as mulheres
por suas mãos usam; e a todos os bons costumes. Esta medida não representava
nenhuma discriminação para com as mulheres da Colônia, na civilização portuguesa não
havia lugar para instrução feminina, considerada verdadeira “heresia social”. O ideal da
educação feminina circunscrevia-se exclusivamente às prendas domésticas.
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Consideramos relevante destacar aqui a mentalidade dos nossos índios que foram
os primeiros a reivindicar a instrução feminina ao Padre Manoel da Nóbrega, pedindo
que ensinasse suas mulheres a ler e escrever, como aponta Ribeiro:
“O indígena considerava a mulher uma companheira, não encontrando razão para as diferenças de oportunidades educacionais. Não viam, como os brancos os preveniam, o perigo que pudesse representar o fato de suas mulheres serem alfabetizadas. Condená-las ao analfabetismo e a ignorância lhes parecia uma idéia absurda. Isto por que o trabalho e o prazer do homem, como o da mulher indígena era considerados eqüitativos e também socialmente úteis.” ( RIBEIRO,2000, p. 80)
Os mesmos índios que a sociedade complexa considera “selvagens” e desvaloriza
sua cultura, deram-nos na história da educação feminina, um belo exemplo de
valorização da mulher, na simplicidade natural de sua forma de ver o mundo, entretanto
numa visão isenta de preconceitos não estabelecendo diferenças ou tratamentos
desiguais numa relação essencial entre o “eu“ e o ”outro”, fato que fica pouco
evidenciado na relação entre os homens cultos e brancos que instituíram padrões de
modelos de comportamento para a época.
É negada a autorização para tal iniciativa pela Rainha de Portugal, Dona Catarina,
por entender a iniciativa como ousada e que não seria necessário oferecer educação as
mulheres “selvagens” de uma “colônia distante que só existia para o lucro português”
(RIBEIRO, 2000, p. 81). A negação partiu de uma mulher, entretanto é preciso entender
o contexto no qual ela vivia na metrópole onde não havia escolas para meninas.
Algumas recebiam aulas em casa e na sua maioria eram analfabetas. O Brasil estava
pedindo mais do que as próprias filhas da nobreza tinham e a Rainha era fruto deste
momento histórico.
E notório que, desde os tempos coloniais, as influências das instituições sociais e o
código de valores e de comportamentos trazidos da Europa, marcaram a vida e a postura
da mulher brasileira atrelada a aceitação da sua permanência no interior do domicilio.
Entretanto, nos estudos de Ribeiro, evidenciam-se as qualidades inatas (porém
sufocadas) das mulheres como uma força oculta no interior de cada uma que é colocada
à mostra no momento que se faz necessário. Com iniciativa e coragem, algumas
mulheres ultrapassam a esfera doméstica para a pública:
... Quando o domínio dos portugueses era ameaçado, elas assumiam cargos tidos como masculinos, ocupando outros espaços. Nesses períodos, aprendiam rapidamente a como administrar uma propriedade ou mesmo um território político. (...) Das Capitanias
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doadas no século XVI, as únicas que deram certo, São Vicente e Pernambuco foram governadas por mulheres. (RIBEIRO, 2000, p. 84)
Entende-se que administrar uma Capitania numa terra estranha, inóspita e repleta
de dificuldades foi um grande desafio àquelas mulheres consideradas “frágeis” e
educadas para a passividade, para o silêncio e para submissão, atributos que caíam por
terra no momento em que as circunstâncias exigiam uma presença decisiva no campo da
atuação administrativa. Ainda que desprovidas de instrução, demonstraram serem fortes
o suficiente para resolver os problemas surgidos, fora do espaço doméstico.
A ausência da sociedade da época, pela preocupação com a educação da mulher,
denotam as relações de poder a que estavam submetidas tendo sido expostas à
enganação e à exploração por não saberem ler e escrever. Muitas foram espoliadas e
roubadas pelos homens da família, por meio de falsificação de documentos, mostrando
que os interesses econômicos estavam acima da dignidade e do respeito à mulher.
Fica muito clara a ausência de liberdade de escolha por parte das mulheres,
tratadas como seres desiguais servindo a propósitos da coroa e da sua política
demográfica, bem como a manutenção da mentalidade de mantê-las no lar, o qual era o
seu mundo próprio com a função de procriar.
Os conventos foram para as mulheres, espaços contraditórios: num momento são
impedidas de entrar, em outro, são levadas a revelia. Constituíam-se em alternativas
para que a mulher pudesse estudar, ainda que de forma limitada ou fugirem de
casamentos indesejados, entretanto, serviram de suporte para trancafiar mulheres sem
vocação, “prisões místicas” como define Ribeiro porque lá se colocavam às mulheres
indesejadas pelos pais ou maridos por questões de partilhas de bens ou para resolver
problemas de honra em casos de moças ou mulheres que “erravam”. (RIBEIRO,2000, p.
88)
Ao final do século XIX, as mulheres freiras participaram de atividades comuns a
sociedade, no campo da educação, da saúde e assistência social constituindo-se no
grupo de mulheres, pioneiras no exercício de atividades profissionais num tempo em
que as mulheres eram educadas para permanecer no recinto do lar.
Chegamos ao século XIX, 1808, sem que ocorressem muitas mudanças com a
chegada da Família Real, e as inovações culturais feitas por Dom João VI, as quais não
provocaram de imediatas alterações sobre a educação feminina, numa dimensão ampla.
São criadas algumas “... escolas leigas para as meninas da elite e são contratadas
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preceptoras de Portugal, da França e, posteriormente, da Alemanha para educá-las em
casa.” (ARANHA, 1994, p. 85). Para essas moças, pertencentes a grupos sociais
privilegiados, os conhecimentos que se procurava transmitir estavam ligados ao ensino
da leitura, escrita, doutrina cristã e noções básicas da matemática.
Entretanto, a preocupação maior era o desenvolvimento para as habilidades
artísticas nos trabalhos manuais e no envolvimento com a organização da casa e
cuidados com o marido, ou seja, a preparação para ser esposa e mãe dedicadas que
ouvissem muito, falassem pouco e se, instruíssem o mínimo necessário como ditava um
famoso provérbio português: “uma mulher já é bastante instruída quando lê
corretamente as suas orações e sabe escrever a receita da goiabada. Mais do que isto
seria um perigo para o lar” (CRAVO, 1973, p. 11)
Após a Independência, a Assembléia Constituinte de 1823 incluía um projeto de
instrução o qual instituía o ensino a juventude brasileira dos dois sexos. A primeira
regulamentação das escolas públicas primárias foi assinada pelo Imperador D. Pedro I
em 15 de outubro de 1827, que facultava no artigo 11 a criação de escolas para meninas,
nas cidades e vilas mais populosas, nas quais os presidentes em Conselho, julgassem
necessário este estabelecimento com as seguintes disposições :
Art. 12 – As mestras além do declarado no art. 6, com exclusão das noções de geometria, e limitando a instrução aritmética só às suas quatro operações, ensinarão também as prendas que servirão a economia doméstica; e serão nomeadas pelos presidentes em Conselho, aquelas mulheres, que sendo brasileiras e de reconhecida honestidade, se mostrarem com mais conhecimentos nos exames feitos na forma do art. 7. (VIDAL, 1996, p. 31)
A mesma lei ordenava igualdade de salários para mestres e mestras. Entretanto
surge aqui sérias e relevantes dificuldades: como e onde encontrar tais mestras se a
ideologia da época era manter as mulheres com pouca ou nenhuma instrução? Por outro
lado como convencer a resistência dos pais para levar suas filhas a escola, considerando
que achavam necessário que a menina soubesse apenas as prendas domésticas e a
escrever seu nome?
Vidal (1996), constata em seus estudos sobre a educação da mulher que bastava a
mulher deter qualidades morais, honestidade e formação cristã e desta forma obter vaga
para o ensino das primeiras letras às meninas, considerando que o mesmo ensino não
incluía informações aritméticas superiores as quatro operações e que as professoras
reproduziam na escola os conhecimentos adquiridos na vida prática.
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Nesta perspectiva, percebe-se que a educação feminina no século XIX no Brasil
ainda encontrava-se fortemente vinculada a mentalidade recebida da herança
portuguesa, com os mesmos preconceitos e limites impostos pela política reinol, na qual
o acesso a instrução ainda era considerado necessário apenas no sentido da preparação
para o casamento, devendo constituir-se este, a maior aspiração da mulheres.
É nesse contexto histórico que é criada a escola normal no Brasil, na década de 30
a 40, do século XIX, em conseqüência do Ato Adicional de 1834. Os pretendentes a
uma vaga na escola normal deveriam ser portadores de idoneidade moral como ponto
mais relevante do que sua formação intelectual. Isto se evidencia no Art. 4º. da Lei da
Criação da Escola Normal de Niterói, a primeira a iniciar suas atividades na década de
30, o qual determinava que “... para ser admitido à matricula na Escola Normal requer-
se: ser cidadão brasileiro, maior de 18 anos, com boa mogerização; e saber ler e
escrever.” (VILLELA, 2000, p. 106).
As escolas normais abrem novas possibilidades às mulheres solteiras, como forma
de trabalhar por questão de sobrevivência para aquelas que não conseguiram se casar e
assim não se tornar um peso para a sociedade. Além disso, o exercício do magistério
era visto como prolongamento das funções maternas e por isso aceitável como profissão
às mulheres. Agora as mulheres passam a ser necessárias, pois as classes deveriam ser
da responsabilidade de senhoras “honestas”. Neste sentido a mulher passa a ser
essencial na esfera pública e algumas ações que lhes eram pertinentes no espaço privado
irão ampliar-se ao público pela sua ação educativa junto às crianças.
No século XIX, transformações econômicas e sociais tornaram as fronteiras entre
o público e o privado menos dicotomizadas, mas persistiram as representações
diferenciadas dos papéis masculinos e femininos na esfera pública. Para as mulheres do
século XIX o público era o lugar onde se corria o risco de perder a virtude. Por isso, as
mulheres ‘virtuosas’ deveriam ser cuidadosas e discretas no gestual e na vestimenta com
o intuito de não serem confundidas com uma ‘mulher pública’. 3 Desta forma, para as
mulheres, público e desgraça estavam associados. (RONCAGLIO, 1997, p. 66) .
As escolas femininas tinham a preocupação de desenvolver determinadas habilidades
manuais com o objetivo de facilitar a entrada das meninas das classes populares no
mercado de trabalho, a partir da aquisição de determinadas habilidades manuais
coerentes com o que se concebia como “atividades relacionadas à natureza da mulher”.
Essas habilidades deveriam estar vinculadas ao serviço doméstico, na qualidade de
esposa ou mãe, de criada, ocupada em atender seus patrões, ou ainda, como operária da
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industria têxtil, reproduzindo na fábrica, os costumes recebidos no espaço privado do
lar.
Entretanto, é preciso reconhecer que a entrada feminina nas escolas normais
imprimiu fortes possibilidades de acesso a instrução pública, favorecendo a abertura de
um espaço profissional às mulheres. Espaço este, que foi conquistado, pela recusa das
mulheres à desigualdade, a passividade e a inoperância a que estavam submetidas até
então.
Assim esse pensamento de abertura de espaço para a mulher no mundo além do
recinto doméstico foi contrariado por outras correntes de pensamento, cujos teóricos
defendiam que a mulher deveria permanecer em seu espaço “naturalmente” doméstico
sem participar das transformações que se operavam na sociedade.
A utilização do trabalho feminino no campo da educação vinha ganhando força
em toda parte no final do século XIX, tendo em vista a necessidade de conciliar o
recrutamento de um grande número de profissionais para atender à difusão da educação
popular mantendo-se salários pouco atrativos para os homens. Em compensação, viria
se constituir num dos primeiros campos profissionais “ respeitáveis”, para os padrões da
época, abertos à atividade feminina ( SOUZA,1998, p.62)
CONSIDERAÇÔES FINAIS
Todavia a história mostra que na trajetória feminina da mulher brasileira, as
responsabilidades da maternidade e a vida em família não foram suficientes para
satisfazer os projetos de vida das mulheres. Somando-se a isso as transformações que
ocorreram na sociedade no final do século XIX, anteriormente, com a redefinição de
conceitos a nível político, pela ampliação dos direitos à cidadania, o nível econômico
fez implodir no lar a necessidade de expansão profissional da mulher e no ideológico as
mulheres conseguiram implantar um movimento que desafiou os componentes alterando
os padrões do seu papel na família e tornando-as efetivamente participantes de todo o
processo social e histórico da humanidade.
Pelo exame das questões referentes a inserção do segmento feminino no espaço
público procurou-se identificar a problemática das relações sociais da época do Brasil
Colônia e Império, mediatizadas por uma reflexão acerca da educação que as mulheres
recebiam e pela discriminação e intolerância a que estavam submetidas. Pouco a pouco
elas vão conseguindo alterar esse processo, revendo sua posição na esfera pública e
privada, construindo uma nova identidade com vistas à promoção da figura feminina.
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Homem ...mulher! Espaço público... e espaço privado! Dicotomias entre o
masculino e o feminino? Diferenças que não devem ser vistas ou entendidas a partir da
desigualdade e do desmerecimento de um ou de outro. E necessário que se veja, que se
reconheça os valores as particularidades do que é próprio de cada sexo, percebendo isso
como pontos positivos para uma vida em comum, amparada pelo respeito mútuo ao
espaço de cada um.
Espaços públicos e espaços privados podem e devem ser ocupados por ambos os
sexos numa relação de respeito às diferenças sem preconceitos e estereótipos como nos
diz Marodin: igualdade não significa fazer as mesmas tarefas o importante é o sentido
de reciprocidade onde se reconhecem que as respectivas contribuições tem valor e
fazem parte de um equilíbrio. Assim a verdadeira igualdade entre homens e mulheres se
faz pelo reconhecimento das diferenças e a consciência de sua complementaridade.
REFERÊNCIAS
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SOUZA, R. F. Templos de civilização: a implantação da escola primária graduada no Estado de São Paulo(1890-1910). São Paulo: UNESP,1998. VIDAL, D. G. “Educação doméstica”: e a reforma da educação pública no Distrito Federal. In: Caderno de Pesquisa, São Paulo, n. 99, 1996, p. 30-35. VILLELA, H. de O. S. O mestre-escola e a professora. In: LOPES; FARIA FILHO; VEIGA (orgs.) 500 anos de Educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2000, p. 95-134.