A ESTEIRA OU ENI

Nosso primeiro tema abordado, e que não poderia ser diferente, será o da esteira ou eni.Um objeto de suma importância dentro do Candomblé.

Menino, não pise calçado na esteira, ela é sagrada! Iyawo, não ande em cima da esteira, é contra-axé! Fulano, não deite no colo de seu irmão para fazer carícias, Òrìsà tem ciumes, você está em cima dele, a Eni também representa Òrìsà! Quantos de nós já não escutamos isso no início da trajetória no candomblé?

Pois bem, vamos explicar aqui o que significa a esteira de forma breve e de fácil entendimento. A esteira é cama do Ìyáwò, a mesa do Ìyáwò e a escola do Ìyáwò. É nela que começa e termina tudo. Todos os atos iniciáticos são acerca da esteira, desde um simples bori, mojuba, kaaro, “Arole komurajo”, até mesmo o fim da jornada do Ìyáwò, conhecido como Erupin (Eru = bagagem, IPIN = final). Até mesmo após o ciclo de Ìyáwò, retornamos a esteira para tomarmos nossos boris e obrigações, afinal diante de Olorun, somos sempre Ìyáwòs, diante de nossos Bàbálòrìsàs e Ìyálòrìsàs (representantes de ligação com os Òrìsàs) somos sempre Ìyáwòs.

A esteira, além de ser um elemento sagrado, simboliza além de um ato de humildade e submissão para se curvar aos Òrìsàs, em obediência, um elemento de ligação com a terra, o solo sagrado e consagrado de um terreiro de candomblé. Nela absorvemos e captamos muita energia, provendo-nos de Asè para o dia-a-dia e muito crescimento.

Portanto, devemos sempre respeitar este elemento tão importante no candomblé.