a esquizoanálise trata
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7/25/2019 A Esquizoanálise Trata
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A esquizoanálise trata-se de uma clínica nômade, mutante, e rizomática, para a criação de novos
meios de subjetivação do indivíduo, onde “não há programas de vida, cada um se constri e surge na prática,
as coisas vão se !azer !azendo" #$eleuze%&
A leitura cartográ!ica, ' uma leitura dos processos, !eita com intuito de perceber as cone()es da
pessoa com os objetos, espaços, outras pessoas e consigo mesma& *ara pensar as quest)es de+ quanto o
sujeito a!eta ou se dei(a ser a!etado pelas relaç)es que estabelece como as relaç)es da pessoa criam sentido
para ela e a constituem como um uno-mltiplo por onde o desejo da pessoa passa
./squizo. signi!ica muitos, os tantos seres que nos habitam, que podem ser buscados por meio de
uma cartogra!ia das partes e e(ame de cada uma parte e sua relação com o todo& 0omos seres inacabados e
em permanente trans!ormação, !requentemente passamos por situaç)es que bloqueam nossos movimentos e
geram sensaç)es de incômodos, por'm para isso há muitas saídas&
"Cada um de nós somos vários; nós juntos já é muita gente;
há o que nos aproxima de mais próximo e de mais distante;
não somos mais somente nós mesmos, fomos alterados, aspirados,
multiplicados;
a lei do Uno que se dorna dois, depois dois que se tornam quatro
pode!se passar diretamente de Uno a trs, quatro ou cinco#"$%il &lat's, (eleu)e e *uatarri+
1 desejo está ligado a produção, a doença não está somente as !iguras edipianas da psicanálise, mas
no mundo inteiro, no capitalismo, na histria, nos povos, etc& 1 que !az com que um processo seja
bloqueado está indissociado de seu conte(to, ' !ruto de um processo de relação&
1 mapeamento pode partir de um procedimento de escuta do sujeito+ das coisas que !az e que gosta
de !azer, de suas quei(as, de suas potencias, de seus espaços, das pessoas signi!icativas e de seus sintomas&/sse mapeamento não ' estático, pois o sujeito #consciente e inconsciente% está sempre produzindo novas
coisas por meio de novas e(perimentaç)es ele cria cone()es e oportunidades, cria novos agenciamentos&
2om a análise de todas as partes de um sujeito #!amília, escola, amigos, vizinhos, sintomas,
potencias%, com a intenção não de interpretar, mas e(perimentar, se pretende au(iliar o sujeito a criar e
potencializar novas possibilidades, acompanhando e não induzindo& 3 possível !acilitar o processo com
dispositivos, como livros, poesias, msicas, colagens, etc&, que au(iliem na busca de potencialidades&
1 capitalismo gera uma impossibilidade de cada um buscar o que se constitui a si mesmo, somos
a!etados por muitas coisas sem entender o que elas são& *or meio de uma clínica do movimento e da
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e(perimentação que se !az no encontro do sujeito para criar, inventar e potencializar, se pensa e se cria novas
possibilidades para cada um, percebendo o que !az seu corpo e(pandir e não contrair& 4ão e(iste uma
divisão entre o pensamento e o corpo, estamos vivendo uma guerra constante contra ns mesmos, mas
acredita-se que podemos criar possibilidades de en(ergar novos mundos atrav's das e(peri5ncias e por meio
da arte&
A clínica rizomática procura buscar o sinal de vida que se encontra na dor, procurando perceber
como cada pessoa se dei(a a!etar com seu corpo, sua mente e sua psique a partir das relaç)es e abertura
pelas quais se conecta com o mundo, como ela se a!eta pelo outro&
/ncontrar a pot5ncia em meio a con!usão, olhando para a vida e(istente na pessoa e não na doença,
valorizando o processo, as coisas vão se !azer, !azendo& As linhas de !uga são possibilidades de
trans!ormação&
A ideia de en!ermidade está ligada ao aprisionamento, parada de processos, interrupção do devir&
*ara isso devemos intervir para a criação de uma sinte(a e de novos meios de subjetivação&
*ontuaç)es+
6A organização dos elementos não segue linhas de subordinação hierárquicas7
6A raiz dá origem a mltiplos ramos7
68ualquer elemento pode a!etar ou incidir em qualquer outro7
69odelo arbreo de organização do conhecimento
61 rizoma carece de centro
:rechos de .A ;iteratura e a <ida. #=illes $eleuze%+
6.1 devir não ' se direcionar para uma !orma, ' algo inacabado, sempre em curso, o devir sempre
está >entre?.
6“4ão há linhas retas, nem nas coisas e nem na linguagem& A sinta(e ' o conjunto de caminhos indiretos
criados em cada ocasião para pôr em mani!esto a vida das coisas"
6.0e cria uma terceira pessoa para perceber a ns mesmos sem que esteja em primeira pessoa, quando se
alcança esta visão, se potencializa o devir7 consiste em se criar o que se !alta7 cada um cria sua prpria
língua, sua prpria bandeira, seu hino, sua lei e sua sentença&.
6“4ão necessariamente o delírio ' doença, pode ser característico de um povo ou at' um rito"
2onceitos+ por-vir #possível%, linhas de articulação ou segmentariedade, estratos, territorialidades,
linhas de !uga, movimento de desterritorialização e desestrati!icação, multiplicidade, intensidades,
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agenciamentos maquínicos, corpos sem rgãos e sua construção, sua seleção, plano de consci5ncia, unidades
de medida&
Agenciamento+ tudo isto, as linhas e as velocidades mensuráveis #uma multiplicidade%7 está sempre
em cone(ão com outros agenciamentos, com outros corpos sem rgãos& #a literatura ' um agenciamento%
;inhas e *ossibilidades+ há vários, segundo a natureza das linhas consideradas, segundo seu teor ou
sua densidade prpria, segundo sua possibilidade de converg5ncia sobre “um plano de consci5ncia" que lhe
assegura a seleção @ com o que uma máquina pode ou deve estar ligada # outra% para !uncionar
anotaç)es de ideias e re!le()es relacionadas a /squizoanálise e Bizoma CDDE-CDFG
.2laire *arnet+ <oc5 se sente c'lebre e clandestino <oc5 gosta dessa noção de clandestinidade&
=illes $eleuze+ =osto, mas não me sinto c'lebre& 4ão me sinto clandestino& =ostaria de ser
imperceptível& 9uita gente gostaria& Hsso não signi!ica que eu não o seja& 0er imperceptível ' bom porque
podemos&&& 9as essas são quest)es quase pessoais& 1 que eu quero ' !azer meu trabalho, que não me
perturbem e não me !açam perder tempo& Ao mesmo tempo, ver pessoas& 0ou como todo mundo& =osto das
pessoas, de um pequeno nmero de pessoas& =osto de v5-las, mas, quando as vejo, não quero que seja um
problema& Belaç)es imperceptíveis com pessoas imperceptíveis ' o que há de mais bonito no mundo& :odos
ns somos mol'culas& Ima mol'cula numa rede, uma rede molecular.&
G
Artaud #Jace%
*alavras de Karemblitt, ao !alar do pensamento de $eleuze e de =uattari+ “4ão ' um pensamento
discursivo, mas segundo a prpria de!inição deles, ' uma máquina !undamentalmente energ'tica, destinada avibrar e a !azer vibrar aqueles que dela se apro(imam e a engajá-los em um movimento produtivo, que não
passa e(atamente pelas id'ias nem pelas palavras, mas pelos a!etos& *or a!etar e ser a!etado& *assa pela
capacidade de vibrar em consonLncia, passa pela capacidade de despertar o entusiasmo, a vontade de viver, a
vontade de criar& #&&&% A proposta de uma micropolítica ' a ação política que acompanha a proposta analítica
desses autores, que se chama >/squizoanálise?& #&&&% ' uma leitura do mundo, praticamente de >tudo? o que
acontece no mundo, #&&&% sendo uma esp'cie de /coso!ia, uma >episteme? que compreende um saber sobre a
natureza, um saber sobre a indstria, um saber sobre a sociedade e um saber acerca da mente& 9as um saber que tem por objetivo a vida, no seu sentido mais amplo+ o incremento, o crescimento, a diversi!icação, a
potenciação da vida"&