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1 Guerreiros da Luz “A escuridão”

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Guerreiros da Luz

“A escuridão”

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Dedicatória

Este livro é dedicado a minha filha que muito amo, minha irmã, minha

mãe quais sempre me apoiaram em meus sonhos e que acreditam em

meu talento, a minha namorada que me vê como alguém especial, de um

dom raro.

E especialmente ao meu pai, que foi meu maior incentivador, e agora esta

junto dos anjos de Deus no céu olhando por nós, desejando que eu

realize meus sonhos.

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Agradecimentos

Agradeço de coração ao meu amigo Douglas Paulo, qual não tenho mais

contato, para que fique aqui registrado nestas paginas para sempre, que

ele muito contribuiu para o acerto deste livro, durante nosso trabalho na

central da Contax no Rio de Janeiro, sempre lendo meus manuscritos e

corrigindo-os com uma paciência digna de Jó. Há você meu muito

obrigado.

Agradeço também a minha primeira leitora Rose Mary Ludwigs

Medeiros, que reside em Balneário Camboriu, pela paciência em ler

atenciosamente meu manuscrito, e com todo zelo, efetuar criticas que

me ajudaram a terminar este primeiro livro.

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Autor Cláudio J.

Meu nome Claudio J. . Nasci no Rio de Janeiro, numa época de

explosões de temas, da inovação do cinema, de grandes ficções, de

contos inacreditáveis, de filmes que marcaram minha vida para sempre.

Despertando em mim esta fome crescente de escrever. Até então nunca

havia pensado em escrever um livro, meus textos sempre foram voltados

para o cinema e televisão, mas um saudoso amigo me direcionou há mais

ou menos um ano atrás, a escrever um livro. E foi com prazer e

descoberta que nasceu o guerreiro da luz, que saiu de um roteiro para o

cinema, e se tornou este livro, espero sinceramente que desfrutem desta

obra.

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Muitos acreditam que Elfos, Anões, Magos, Entes e muitas outras

criaturas mágicas são originários de nosso mundo, e fazem parte de

nossas lendas, nos rondam nos cercam povoando nossa imaginação

desde criança. Mas alguns poucos discordam e asseguram que eles são

de outro lugar... De um ambiente muito, mas muito distante... De um

mundo muito além da nossa concepção.

De uma época afastada no tempo. Onde a força do aço e a magia

peregrinavam lado a lado. Onde a honra, dignidade e lealdade eram

símbolos reais.

Dizem que tudo isso ocorreu á muito, muito tempo atrás.

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Índice

Capitulo I

O nascimento

Capitulo II

Descobrindo o caminho da luz

Capitulo III

O inicio da guerra

Capitulo IV

Escolhas

Capitulo V

Jornadas

Capitulo VI

Novas Alianças

Capitulo VII

Encontros de Guerra

Capitulo VIII

A Salvação

Capitulo IX

A grande Guerra

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PROLOGO

A noite tomava os céus desfilando seu véu negro sobre o reino

gelado de Anshuri, que se erguia no topo do mundo, com suas

gigantescas montanhas de neve, e seus abismos sem fim para o centro

da terra. Anshuri era temida por todos os viajantes, devido suas

constantes e devastadoras nevascas, que arrasavam qualquer tipo de

estalagem. Por muito tempo se acreditou não existir vida numa terra tão

inóspita. Mas se descobriu após as guerras Santas de Ozanir, que lá

existiam os guerreiros chamados lordes do gelo. Eram criaturas esguias,

de pele branca, orelhas pontudas, seus olhos eram brancos e sem

pupilas. Mas como surgiram eles também desapareceram, sem deixar

quaisquer vestígios de sua existência, e hoje depois de muitas eras estão

esquecidos completamente, se tornando apenas lendas. Mas esta não é

questão, o importante é saber que realmente eles existiram, podendo

sempre estar à espreita.

Tal pensamento sempre permeava a mente de Taurion, desde que

chegou a essas terras. Sentia a todo o momento estava sendo vigiado, e

isso o incomodava por demais. Por isso seu período de caça era sempre

curto. E agora havia um motivo maior.

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Taurion Falard foi general das hordas das trevas, mas foi iluminado

pela mais poderosa das forças, o amor. Tinha ele longos cabelos pretos,

olhos verdes extremamente penetrantes, um invejável porte físico, e sua

pele continha um tom azulado bem leve, características dos lendários

guerreiros Umandes, quais dominaram a habilidade do sabre em

combate. Taurion Decidiu em nome desse sentimento, desertar do

exercito negro, e somente este sentimento seria capaz de aplacar um

coração impregnado pelo mal. Só esta força fora capaz de romper os

grilhões de obediência cega ao seu mestre. Na verdade, nunca até então

houve um caso em que após provar do mal do sangue, um guerreiro

conseguisse quebrar o elo de submissão ao seu senhor e mestre. Mas

para toda regra sempre existe uma exceção.

Há muito tempo eles viviam fugindo das hordas negras, pois ao

perceber que o maléfico Imperador Lumadar, senhor das trevas, destruiria

tudo que reaprendeu amar, Taurion para ter certeza que o mal não se

propagaria roubou a chave de Orakan, peça importante de um complexo

quebra-cabeça que conserva preso o mal de Lumadar, mantendo-o no

seu cárcere eterno. Lumadar foi aprisionado há muitas eras na mitológica

Guerra de Sangue, onde os reis de cada reino da terra de Meridian

aliaram seus exércitos e derrotaram os numerosos guerreiros negros de

Lumadar, com a corajosa ajuda dos guerreiros da luz; seres iluminados

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detentores de poderes excepcionais, e que tem com missão cultivar a paz

entre todos os reinos de Meridian. O imperador negro, conhecido também

como o mal antigo, foi enviado para a dimensão da perdição, e a porta foi

trancada e selada. O selo que por sua vez foi desmontado em treze

partes, quais foram distribuídas aos mais fortes reis, e um dentre deles

recebeu a segunda chave, a chave de Halani, que juntada e girada ao

mesmo tempo com a chave de Orakan unifica o selo e rompe o lacre da

prisão de Lumadar.

Taurion agora vivia um longo período de paz. Havia encontrado o

esconderijo perfeito. E através de um encantamento poderoso, criara uma

barreira, para coibir os fortes ventos gelados de Anshuri. Tal

encantamento havia aprendido em sua época de general das hordas

negras com o influente mago negro Onamur, e assim ergueu uma

modesta casa, e nela já viviam quatro anos, e nesse ultimo ano Isabor

completou a sua felicidade, engravidou. Faltavam poucas semanas para

ela poder dar a luz. Sabendo disso Taurion saiu para caçar e prover

mantimentos por um longo período de tempo, para não ter que se afastar

de sua mulher depois do nascimento de seu filho. Tudo isso estava vivo

na sua mente. Sabia que os guerreiros da horda negra jamais os

deixariam em paz. Eles sempre estariam em seu encalço. A chave era

muito importante. Um forte pressentimento sempre o preocupou mesmo

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estando de posse da chave Orakan, que o exército de Lumadar estava se

reorganizando. Não sabia como, mas ele podia sentir, talvez por ter

pertencido ao lado escuridão, talvez ainda houvesse um elo. No entanto

enquanto estivesse com a chave Orakan e longe de tudo e de todos. Sua

família estaria a salvo.

A caverna onde Taurion se encontrava era um ponto que sempre

usava para se abrigar. Os vestígios de fogueiras anteriores constatavam

isso. A todo o momento ele cutucava a fogueira, ajeitando os galhos para

aumentar a força das chamas, com sua espada. Ao seu lado uma grande

pele em forma de bolsa guardava a carne caçada no dia anterior. Ele

estava sentado sob uma grossa pele dos ursos Maldanes e vestia peles

cinzentas, retirada dos lobos Vandarianos para se proteger do forte frio

das Montanhas de Anshuri.

Já havia passado dois dias longe dos braços quentes de Isabor. Seu

sorriso aparecia em seu rosto, apesar de ter que esperar por mais três

dias para retornar a sua morada e ao seu amor. Aguardava ansioso, a

tempestade findar, aprendera a examinar os períodos de nevascas. ,

quando começavam e quando terminavam, até mesmo sua intensidade

dependendo de onde vinha à força do vento. No entanto o velho

sentimento sempre o atormentava. Suas cicatrizes de guerra

continuamente o faziam lembrar-se de seu tempo negro, quando era

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consumido pelo ódio, quando era um temível general das hordas das

trevas. Recordava-se de todas as almas que trucidou em nome desta

mesma fúria doentia. Quando sua vontade não sobrepujava as ordens de

seu mestre negro. Foram anos terríveis, dolorosos de repassar, pois sua

consciência o corroia a todo instante. Tudo vinha à tona, como rajadas

poderosas em sua mente, parecia sentir seu coração se dilacerar. As

imagens de vilarejos em chamas, mulheres tomadas à força, povoados

destruídos, vidas ceifadas no fio de sua espada, e sem motivo nenhum,

fluíam na sua cabeça. Tudo ainda era muito recente. Por isso por muitas

vezes não se julgava merecedor de tamanha benção de Lorum.

Ponderava consigo mesmo que não era justo ter tanta felicidade, depois

de tudo que fizera. Afinal os últimos quatro anos tinham sido os mais

felizes de toda sua vida. Essa idéia o fortalecia, e pensando assim tentava

limpar sua mente. O rosto de Isabor configurava a sua frente, o sorriso lhe

voltava à face e seu coração se abrandava. Ele se ergue e vai até a

entrada da caverna, e fica a olhar a nevasca que domina as perigosas

montanhas de Anshuri. Mas um som no interior da caverna lhe faz entrar

em guarda, recolhendo sua espada que estava perto da fogueira. Seus

olhos circundam toda a extensão do abrigo, na busca da origem do som.

Ele percebe que uma das rochas começa a se mover, revelando um túnel.

De dentro dele surgi um Lorde do gelo. Taurion perplexo abaixa sua

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espada por alguns segundos, mas logo a levanta novamente,

impulsionando-a para frente e preparando-se para atacar. Rememorava-

se das lendas envolvendo os lordes do gelo, e do perfil que tais contos

havia traçado; hostis e impiedosos. No entanto o lorde do gelo ergue

suas mãos mostrando que está desarmado e traduzindo paz no seu olhar.

─A muito observamos você Taurion. Vossa felicidade encontrada aqui

nas montanhas geladas de Anshuri tal como a chegada de vosso filho,

nos deixaram muito contente. Por esse motivo o conselho de Laurin,

decidiu sair do seu anonimato e avisá-lo. ─ Disse o Lorde do gelo

pausadamente enquanto se aproxima um pouco mais de Taurion.

─ Avisar-me? Mas do quê?!─ indagou preocupado Taurion abaixando sua

espada, e esquecendo as centenas de perguntas que desejava fazer.

─ Entes negros se aproximam perigosamente de sua morada. Estão, há

um dia em caminhada acelerada, vindo do oeste. Sua mulher Isabor e seu

filho ainda não nascido correm um enorme perigo. Precisa retornar o

quanto antes, ou será tarde demais. ─ disse o lorde do gelo pegando um

frasco e uma esfera luminosa da sacola que trazia consigo atravessada

ao corpo, e entregando nas mãos de Taurion. ─ Infelizmente não

devemos interferir. Isso já foi decidido há muito tempo por meu povo que

busca ascensão do espírito. Mas foi decidido pelo alto conselho lhe dar

estes aparatos, no intuito de lhe ajudar em sua jornada de volta para

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casa. O frasco contém a magia de Suncur, seu liquido lhe manterá

aquecido. Beba-o de duas em duas horas. A luz de Lirion, luz que nunca

se apaga, o guiara. Diga aonde deseja ir e ela lhe mostrará como chegar

ao seu destino. Que seu retorno seja seguro Taurion filho de Solur.

O lorde do gelo da meia volta e entra no túnel sob o olhar atônito de

Taurion que vê a rocha se mover e lacrar a passagem. Seu estado

estupefato é interrompido pela voz do lorde gelo que entoa em toda

caverna: “Corra Taurion! Você não tem muito tempo!” Ele então se

recompõe e rapidamente pega seus pertences, deixando a caça e todos

os apetrechos desnecessários para traz. Pegava o frasco com sua mão

direita e tomava um gole do liquido mágico, e podia sentir seu corpo se

aquecer de imediato. Olhava para esfera e solicitava que a mesma o

guiasse para sua casa. A esfera então brilhava densamente em sua mão,

e no seu interior aparecia o rosto de Isabor, uma mulher linda, de longos

cabelos ruivos, e olhos verdes, como o rio Tavar, que cortava as

montanhas Aritra e as terras dos Okunes. Isabor era filha de uma bruxa

elfa das terras de Maudens, com um guerreiro das terras dos Maracurtes,

seres de peles avermelhadas e de longos cabelos negros. O Tom de sua

pele tinha um tom avermelhado qual herdara de seu pai, já o cabelo ruivo

havia herdado de sua mãe. Taurion esboça um sorriso e com a esfera

brilhando cada vez mais forte adentrava a tempestade, saindo da

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proteção da caverna. A rocha se movia novamente abrindo a passagem, e

o lorde que o visitara reaparecia com mais dois de sua raça.

─ Talvez ele consiga. ─ disse um dos lordes do gelo olhando para

abertura da caverna.

─ Seu destino ira se cumprir. Um novo guerreiro nascera e o destino de

Meridian estará em suas mãos. ─ responde o lorde que havia visitado o

guerreiro Taurion. ─ A criança possuirá os dons dos pais e terá um forte

coração. Tornara-se um guerreiro completo, o maior dos guerreiros da luz

que já existiu.

─ Se ele sobreviver. ─ completa o outro lorde do gelo demonstrando certo

pessimismo.

Algumas horas haviam passado. No meio da nevasca Taurion toma

outro gole do frasco. A esfera iluminada indicava o caminho puxando sua

mão para a direção correta. Tentava caminhar o mais rápido que podia.

Sentia um temor que invadia seu corpo, não configurava em sua cabeça

perder o amor de sua vida, a mulher responsável por toda a elevação de

seu espírito. Isso para ele era inadmissível. E jurava a todo instante para

si mesmo que não deixaria isso acontecer. Este pensamento o

impulsionava a seguir em frente suportando a dor de se movimentar no

meio de tanta neve.

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O sol começava aparecer, e por milagre, a nevasca havia cessado o

que não era normal para estas épocas. Mas para Taurion isso não lhe

interessava, era uma chance de chegar mais rápido em sua casa. Esse

era o seu único pensamento, que se concretizava ao vencer uma

pequena elevação, e do seu ponto mais alto ele avista sua morada. Uma

leve fumaça saia da chaminé, revelando que Isabor estava cozinhando.

Ao contemplar aquela situação, Taurion não podia mais conter sua

felicidade, e o alivio que isso o trazia. Entretanto lembra-se do que o lorde

havia dito, e olha para oeste, e não muito distante, um destacamento se

aproximava perigosamente em marcha acelerada, acompanhados pelos

temíveis guerreiros das trevas, montados em seus vigorosos cavalos

negros. Taurion fica apreensivo, pois havia reconhecido, mesmo daquela

distancia, que se tratavam dos soldados e os guerreiros da ordem negra.

Somente uma pequena elevação os separava da visão de sua casa.

Apavorado ele se desfazia de tudo que não era essencial, e retirava suas

duas espadas da bainha, correndo e descendo a pequena elevação,

gritando o nome de Isabor. Esperava que ele atendesse seu chamado

antes que se confrontasse com o destacamento, que chegava ao topo do

obstáculo que os separava do seu alvo. Mas de repente Taurion para de

correr, e ergue suas espadas cruzando-as a frente do seu rosto, e através

do reflexo percebe duas criaturas; que mais pareciam lobisomens, com

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enormes garras, olhos avermelhados, e dentes que faziam lembrar o

poderoso tigre dente de sabre, eram conhecidos como entes negros, e

serviam sem questionamentos os guerreiros das trevas; saltavam sobre

ele, apenas para sentir o gosto do aço ceifando suas vidas. Taurion ergue

sua cabeça e pode vê os guerreiros da horda negra, envolto em seus

longos mantos negro, atingir também o topo da elevação, enquanto o

destacamento perfilava lateralmente. Ele podia contar em sua mente que

havia aproximadamente cinqüenta homens e dois entes negros que

pairavam próximo ao cavalo do seu temível rival dentro da ordem negra o

general das trevas Urukan, que por sua vez acariciava a cabeça do ente

sorrindo sadicamente. Isabor aparecia na porta e gritava o nome de

Taurion, que se virava para olhá-la. Os sentimentos de medo e

sobrevivência se misturavam no olhar que os dois cruzavam. O amor

também estava presente quando as lagrimas rolam lentamente no lindo

rosto de Isabor. Não havia o que dizer somente o que fazer. Tudo já tinha

sido resolvido anteriormente. O filho deveria nascer e ter a oportunidade

de viver, nem que isso custasse suas vidas. As lamentações eram

deixadas para traz, somente o momento de felicidade que passaram

juntos ficava no olhar em forma de despedida. Este sentimento jamais

poderia ser arrancado de seus corações. Essa era a certeza que Taurion

precisava para virar-se e encarar o destacamento que começava a se

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movimentar em sua direção sobre os gritos frenéticos de seu comandante

Urukan, que estava no topo da elevação. Certo misto de terror e prazer

invade os olhos do general Urukan, que olha para sua espada sedenta do

sangue daquele que por muito tempo foi seu rival e este solta uma

gargalhada que se propaga por todo vale.

Taurion por sua vez cerra um olhar fulminante na direção de Urukan

e fica em posição de combate entre sua morada e a horda negra, ele

então segura firmemente o cabo de suas espadas; que eram de cor

negra, com a cabeça de um dragão talhada em tom prata; e solta um

berro que ecoa por toda Anshuria. Era o grito de um guerreiro disposto a

lutar até o ultimo fio de sua vida. Ele corre na direção da horda negra e

com a habilidade peculiar de seu povo vai derrubando e ceifando a vida

dos guerreiros da horda negra, que atônitos com a ferocidade de Taurion

hesitam diante das espadas mortais do guerreiro, que rodopia ao som do

tilintar das espadas tendo em mente como destino final a cabeça de

Urukan. Enquanto isso Isabor fecha a porta e segura fortemente o cordão

que trazia no pescoço. Suas recordações emanavam tomando conta de

seus pensamentos, retratando alguns meses atrás, quando

comemoravam a chegada de uma nova vida, que era uma benção que

precisavam para solidificar a união dos dois. Seu pensamento viajava ao

dia em que o sol nascia pálido, tinha sido uma noite fria e a neve que

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tocava na janela anunciava que o frio intenso continuaria. Ela sabia que

uma nevasca se aproximava, por isso havia acordado cedo, e preparava

um chá quente com ervas elficas, para amenizar o forte frio que viria.

Esperava o fogo esquentar a água, enquanto alisava sua barriga, que não

apresentava nenhuma protuberância, indicando que estivesse grávida,

estava bem no inicio da gestação. Sua forma física era esguia, com

curvas bem definidas, nas costas trazia uma tatuagem com escritas

élficas outras das muitas heranças de sua mãe bruxa. De alguma forma

sentia o espírito de seu filho se formar em sua barriga, qual buscava se

harmonizar com elas e as coisas a sua volta. Neste momento Taurion por

trás dela depositava um cordão em seu pescoço, seu pingente era uma

chave dourada que reluzia ao ser tocado pela luz do sol que penetrava

pela janela, tinha ainda pequenas pedras verdes, que mais pareciam

esmeraldas, cravadas por toda sua extensão. Isabor levava as mãos até o

pingente e virava-se com um largo sorriso, e abraçava carinhosamente

seu amado, que a tomava nos braços e a beijava intensamente.

─ Não haverá dia mais feliz do que este. Um novo sol nasce no horizonte,

marcado pela nova vida que você meu amor trás no seu ventre. Se existe

alguém mais feliz do que eu, você precisara me apresentar. ─ terminava

Taurion sorrindo e a beijando a todo o momento.

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─ Por certo que há. Esta pessoa sou eu. Na verdade meu amor nós já o

amamos com toda a força de nossos corações. E ele pode sentir isso.

No entanto suas lembranças são interrompidas, por uma lança que

atravessa a janela, e só parava ao atingir a parede, ficando esta cravada

nela ainda tremula após o impacto. Isabor então abre o alçapão, após

retirar uma grossa pele de urso do chão, e adentra sumindo em meio à

escuridão.

Capitulo I

O nascimento

Muitos anos depois.

A luz do sol brilhava intensamente sobre as torres prateadas do

castelo do reino de Manxurian que emergiam do chão querendo tocar o

céu. O reino de Manxurian era cercado por montanhas altivas que

corriam por todo reino, pareciam ter sido feitas a mão pelo próprio Lorum,

pois se tratava de uma extensa muralha feita pela natureza protegendo-o.

Era uma região fértil com florestas de vários tipos erguidas e altivas por

toda sua planície. O próprio reino era cercado por uma muralha de

pedras brancas vindo de Laugem para levantar a cidade e protegê-la do

mal, numa época repleta de medo e incertezas. Mas há muito não havia

guerras, alguns conflitos entre os povos de uma região ou outra. Envolta

do castelo que era a edificação central da grande cidade, árvores com

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grandes copas, davam a sensação de integração da construção e a

natureza, além de um rio que cortava toda sua extensão e desembocava

numa pequena, porem linda cachoeira de águas bem azuis. Essas copas

tinham suas folhas amareladas quais anunciavam o inicio do outono. Uma

delas caia da segurança do seu galho, e viajava até uma ponte de acesso

ao castelo, arrastada pela força do vento frio, que vinha das montanhas

Vandruna ao leste de Manxurian. Mas a pequena folha não chega a tocar

o chão, pois era apanhada por Malur; um elfo velho, qual possuía longos

cabelos brancos, olhos profundos num tom de mel, vestindo um manto

branco que era realçado pela luz do sol, e pelo contraste da folha que

apalpava nas mãos. Repentinamente ele é alvejado por uma visão que o

faz sentir uma enorme dor no peito. Ele se escorava em seu pequeno

cajado, que atuava como uma bengala. De seus olhos rolavam uma

lagrima cristalina, e no seu semblante uma profunda tristeza se apontava.

Ele então olha para a pequena folha e pensa em voz alta: “O manto das

trevas agora não existe mais. Mais talvez o tempo não esteja mais ao

nosso lado”.

Algum tempo depois no salão real do castelo Manxuriano, que era

iluminado por grandes e arqueadas janelas distribuídas harmonicamente

para que a luz banhasse todo o recinto, estavam reunidos os elfos dos

maiores escalões sentados envoltos de uma grande mesa oval, com

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símbolos elficos desenhados sobre o centro desta. Que significava

“Ordem, harmonia e justiça para todas as coisas vivas”. Estatuas dos reis

antigos estavam em pequenos pedestais por toda parte, pilastras com

desenhos e cânticos incrustados erguiam-se até o teto formando a

sustentação do local. Nesta mesa estam rei Elmar, os representantes de

todas as aldeias do imenso reino de Manxurian, e o ancião Malur que

talvez fosse o mais velho dos elfos ainda vivo. Tal condição lhe conferia

um enorme respeito. Sua sabedoria transcendia o tempo, e não havia

ninguém que soubesse do mundo de Meridian mais do que ele. Malur

também era o fundador da ordem dos guerreiros da luz, e desta o seu

maior mestre. Suas premonições e visões eram sempre respeitadas e

investigadas até a exaustão. Por isso o conselho se reunia, para ouvir as

mensagens de Malur, sobre sua ultima visão. Que todos os elfos sentiam

em seu semblante que se tratava de algo muito grave. Malur se levanta

pegando sua bengala e caminha com certa dificuldade. Era uma ferida de

guerra, muito antiga, feita pelo maléfico Lumadar na grande guerra das

Eras. Todos sabiam de suas incríveis habilidades e de seus poderes

especiais da luz.

─ Algo esta para acontecer... Sinto um forte cheiro vindo do norte, que

anuncia um céu vermelho, banhado em sangue de milhares de inocentes,

e por muito tempo o céu nascera e morrera nesse tom vermelho. O

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firmamento será envolvido nas trevas. Pois o ser do mal está vencendo

seus grilhões... ─ exclama Malur aproximando-se do rei Elmar e parando

ao seu lado.

Os elfos se entreolham. Alguns deles constatavam suas duvidas,

outros não podiam crer. Mas de mil anos de paz havia se estabelecido

nos reinos do mundo, que ainda respirava jovem. Uma certeza tomava

seus pensamentos abruptamente, pois o mestre Malur nunca falhara em

suas visões, e o temor do fim dessa paz ecoava no salão e todos atônitos

falavam ao mesmo tempo, ponderavam sobre a formação de um novo

exercito, o recrutamento de todos os guerreiros da luz, não conseguia se

entender nada, tal noticia havia gerado o caos. O rei Elmar levanta-se, o

silencio se fazia quase que automaticamente. Ele olha para Malur que o

havia treinado, e praticamente o educado após a morte de seus pais.

─ E quando começou isso mestre e amigo Malur? ─ se pronuncia o rei

Elmar, com a voz pesada e preocupada.

─ Já começou meu valoroso rei. ─ estendia seu respeito ao rei o mestre

da luz Malur, inclinando sua cabeça. ─ Tolos somos nós, que

sistematicamente fomos enganados... Que não percebemos os

movimentos sórdidos do maléfico Lumadar. Creio que os mestres da luz,

como nos elfos e magos não dominamos com a mesma destreza os dons

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da luz e da magia. Ficamos por muito tempo mergulhado na paz, e com

isso baixamos nossa guarda meu rei.

Lumian um valoroso guerreiro no mundo dos elfos e protagonista de

grandes feitos em batalha, que mesmo com o passar dos anos sempre

eram comentados e reverenciados, e levados como ensinamento aos

pequeninos elfos. Levanta pronunciando com todo respeito ao mestre

Malur.

─ Sempre confiei em vossas habilidades mestre Malur. No entanto o

senhor mesmo afirma não estar usando tão bem o vosso dom. Poderia

estar enganado. Pois Lumadar está preso para sempre mestre. Seus

exércitos estam destruídos a eras. Não há como fugir sem o selo sagrado,

qual foi dividido e espalhado pelos reinos de Meridian. E digo mestre com

todo respeito, que não há como maléfico Lumadar ressurgir das trevas. ─

Afirma Lumian de forma dura e incisiva.

─ Não subestime o poder das trevas Lumian. Pois Lumadar desenvolveu

ainda mais os seus poderes enquanto esteve confinado na prisão da

perdição. Quieto ele permaneceu por eras, planejando, arquitetando seu

retorno. Seus exércitos cresceram na escuridão, bem além de nossas

vista, bem além das muralhas de fogo de Kemedi. Nesse meio tempo

formou e fermentou novas alianças, minando a cabeça dos mais fracos.

Espalhou espiões em todos os reinos a procura dos detentores das peças

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do selo sagrado. Agora que não existe mais o manto da escuridão, não há

mais vendas em meus olhos e de todas as entidades detentoras da visão.

Posso ver claramente que falsos reis governam, outros configuram no

lugar dos verdadeiros, transformados pelo encantamento da metamorfose

proferido pelo mago negro Olukur, que até então tínhamos certeza que

estava morto. Nosso comodismo na paz, a certeza que o mal de Lumadar

jamais retornaria, nos tornou relapso. Nós deixamos de estar alerta. E

agora meu caro Lumian, Lumadar declarara guerra a todos os povos

desta terra. ─ disse caminhando apoiado em sua bengala. ─ Lumadar já

consegue pisar em nosso solo, mesmo que seja num pequeno espaço.

─ Mas como isso pode acontecer? Só poderia se libertar quando o selo

fosse unificado e aberto? ─ perguntou com o semblante preocupado o rei

Elmar.

─ Ele monta o selo com as peças que recolheu assassinando alguns de

seus detentores. Seus fieis generais caminham na terra com este único

propósito. Seu poder e a magia a muito esquecida dos antigos abriram

uma pequena fenda, e agora ele comanda pessoalmente seu exército

negro, que o glorifica pelo seu feito e poder. ─ explica o mestre Malur

sentando-se em sua cadeira, sua expressão agora era mais pesada,

havia usado todas as suas forças na descoberta dos planos maléficos de

Lumadar.

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As palavras de Malur haviam tocado profundamente os elfos. O

silêncio mortal tomou conta do salão real. Podia-se até ouvir o uivo do

vento, que sopra de maneira insistente as cortinas que decoravam as

janelas meio abertas do salão. Uma preocupação aplacava os rostos dos

guerreiros e de seu rei de forma avassaladora. Todos em seu intimo

sabiam que tal noticia liberaria o caos em todos os reinos. Era preciso

tomar uma decisão, fazer uma escolha. No entanto ninguém se atrevia.

Por um momento o conselho perdia seu principal fundamento, a arte de

ponderar e decidir um assunto, ou seja, aconselhar seu rei. Malur percebe

o estado atônito de todos e rompe o silencio de alguns segundos, mas

que parecerá uma eternidade.

─ A primeira coisa a fazer é resgatar os últimos detentores das peças do

selo sagrado, e leva-los para o reino de Augus onde existe um grande

numero de guerreiros da luz. Tendo em vista que lá é o nosso maior

templo de aprendizado, estando ele localizado nas montanhas de Cuscan,

a mais ou menos um dia de viagem de Augus. É fundamental também

reunir todos os guerreiros da luz. Os exércitos de todos os reinos deverão

se unir, deixando as divergências fomentadas por anos de lado. E por

ultimo e mais importante, localizar o esconderijo de Lumadar e destruí-lo

de uma vez por todas. Um grupo devera ser criado. Eles deverão

vasculhar cada canto dos reinos da terra de Meridian e acha-lo, mesmo

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que a guerra chegue a explodir em todas as terras. Eles não poderão

desvencilhar de sua missão. ─ assegura o mestre Malur.

─ Mas não será uma tarefa fácil mestre Malur. Pois como o senhor

mesmo disse. Se ele conseguiu nos enganar, nos ludibriar, afetando

vossa percepção. Não será fácil localiza-lo. ─ enfatiza o guerreiro Lumian

ainda atônito com tudo que ouvira.

─ Com o cair do manto das trevas. Nossa percepção começa aumentar.

Lumadar esta ciente disso. E não demorara muito para a guerra começar.

Por isso a este grupo cabe esta grande missão de encontrá-lo. Ao nosso

rei, caberá à missão de reunir todos os reis da terra de Meridian em uma

só bandeira, e formar um grande exercito. ─ disse o mestre Malur olhando

nos olhos do rei Elmar profundamente. ─ E lhe digo meu rei não será uma

tarefa nada fácil. A mim... Bem, devo partir ao entardecer e localizar os

antigos mestres da luz, pois vamos precisar muito do apoio deles. Junto

deles escolherei e formarei um grupo para a missão de destruir Lumadar.

Escolha seus melhores guerreiros, pois eles deverão resgatar os

detentores das partes do selo sagrado. E encaminha-los a Augus, onde

aconselho o senhor realizar sua reunião rei Elmar. Outro grupo deve viajar

por todas as terras em busca dos guerreiros da Luz e reuni-los para que o

encontrem em Augus, pois nestas terras é que depositaremos a força de

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nossos exércitos e lutaremos contra a escuridão que é eminente. ─

termina com uma enorme tristeza em sua voz. Pois a paz enfim terminara.

─ Coloco minha espada e meu arco ao seu dispor meu rei. O povo de

Sunir honrara tal empreitada. ─ disse Lumian levantando e

desembainhando sua espada.

Outros elfos fazem o mesmo. Malur sorri para o rei Elmar. Sentia no

fundo de seu coração, que ainda havia esperança para os reinos de

Meridian.

Em outro reino ao leste, o vale de Mandion; a beira do deserto de

Mordof que fazem parte das terras do reino conhecido como Halacranta,

além das terras Marutes; era uma das maravilhas de Meridian, moldado

pela força do vento, da erosão e das fortes chuvas criou uma arquitetura

simplesmente impressionante. Que espanta os viajantes por sua

grandiosidade e profundidade.

No fim do deserto de Mordof e o início do vale Mandion quase que

na sua divisa, um jovem de olhos verdes intensos, cabelos negros como a

noite, e de um porte físico invejável, tinha um tom de pele levemente

azulada estava parado de frente para um tumulo de pedras; seu nome era

Halacran, homenagem a terra onde nascera escolhido por Kaleb que

estava ao seu lado, com sua mão direita depositada no ombro do jovem.

Kaleb era mais alto, de pele parda, cabelo preto e curto. Vestia uma

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armadura leve de cor acinzentada e segurava seu elmo na outra mão. Ele

havia sido um pai amoroso, tal como Grandar seu irmão, que vestia o

mesmo tipo de armadura, e era quase da mesma altura. Também tinha

pele parda, mas seus cabelos eram diferentes de seu irmão Kaleb, estes

eram compridos e castanhos escuro. Este estava um pouco mais distante,

e segurava as rédeas de três cavalos. Os dois faziam parte da guarda

pessoal do rei Salumar, senhor do reino de Halacranta, que os tinha na

maior alto estima. Já o jovem Halacran era um aspirante, o melhor dentre

todos, e muita desejava entrar no corpo da guarda de honra do palácio

real. No entanto o seu olhar transmitia uma profunda tristeza. Logo uma

lagrima desliza suavemente pelo seu rosto. Neste momento Kaleb

percebe que deveria deixar o jovem sozinho, e dava espaço para aquele

que aprendeu a chamar de filho, e ia para junto de seu irmão Grandar.

Halacran agacha-se se apoiando num de seus joelhos e toca

carinhosamente as pedras como se pudesse de alguma forma sentir sua

mãe. Era difícil para ele saber que sua mãe estava embaixo de todas

aquelas pedras, e que havia demorado tanto tempo para estar ali e poder

tocá-la. Pois ao mesmo tempo em que nasceu, sua mãe falecera. Nada

sabia de seu passado, da origem de sua mãe, ou quem era seu pai. O

que sabia era apenas o que Kaleb e Grandar haviam lhe contado. Que

encontraram sua mãe sozinha, andando pela Arida terra de Mordof.

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Haviam falado também da coragem e do amor que ela demonstrou a fazê-

lo nascer. Mas mesmo que houvesse seus sonhos, onde sempre via o

rosto de sua mãe, talvez pelas histórias de Kaleb e Grandar, ou por uma

conexão espiritual com ela, sentia falta do afago, da ternura que sentira

por alguns segundos e que sua pele jamais esquecera ao lado de sua

mãe. Mas repentinamente algo acontece, como se recebesse um choque

elétrico, que o lança para traz. Seus pais ou como gostava de chamar,

amigos de vida, assustam-se e correm largando as rédeas das montarias

para acudi-lo. Kaleb tenta desperta-lo, mais sua tentativa desesperada era

em vão, o jovem estava mergulhado num estado catatônico, e não se

mexia. Grandar volta para as montarias, e pega um cantil de água, e volta

para jogar a água no rosto do jovem que mesmo assim não responde. A

preocupação aumenta na medida em que o tempo passa, e a todo o

momento os dois se entreolham sem saber ao certo o que fazer. Nunca

havia acontecido algo parecido. Apesar de todos os fatos estranhos, que

aconteceram durante a infância de Halacran, mas nada como aquilo. De

repente ele abre seus olhos, e de verdes eles se tornam um azul

brilhante.

Halacran imergia no passado antes de sua existência. Ele via

nitidamente sua mãe Isabor correr por um túnel apertado, qual comporta

apenas uma pessoa. Com uma tocha nas mãos ela ilumina sua frente a

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avança em passos acelerados e depois de muito caminhar chega ao final

do túnel e se depara com uma ampla caverna. Do seu lado esquerdo uma

enorme abertura lançava luz na caverna e podia perceber o céu através

dela. Do seu lado direito havia uma gigantesca águia cinza, que ao vê-la

emitia um forte piar ecoando por toda caverna. Ao ver isso ele tenta deter

a mãe se pondo a sua frente, mas só então percebe que ela não a vê, e a

mesma passa por dentro dele. Atônito ele olha para seu próprio corpo e

de alguma forma entende prontamente o que esta acontecendo. Isabor

então se aproxima e acaricia o pescoço da grande ave. Halacran então se

aproxima com olhar atencioso e carinhoso destinado a sua mãe e percebe

que havia um grande afeto entre ela e a grande águia.

─ Minra, eu preciso de sua ajuda. Preciso que voe o mais rápido que suas

asas puderem. Meu filho corre um enorme perigo como seu filhote já

correu um dia. Sei de sua gratidão para comigo. Mas preciso lhe dizer que

corremos grande perigo. Se puder atender este meu pedido, mesmo

sabendo o tamanho do risco que esta para correr, nós seremos

eternamente grato por toda a nossa existência. ─ pedia Isabor olhando

nos grandes olhos cinza da gigantesca águia, ao mesmo tempo em que

alisa sua barriga.

A águia como se concordasse e entendesse o pedido de Isabor,

abaixa seu pescoço, ficando rente ao chão, e aguarda que Isabor subisse