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CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS PROFESSOR SERGIO HENRIQUE
AULA 2
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A escravidão na História
Olá pessoal. Vamos à mais uma aula muito importante. Vamos analisar o
histórico da formação da sociedade brasileira e a influência africana nela. Foram mais
de três séculos de escravidão africana em nosso país e as suas marcas são sentidas
até hoje. A cultura africana influenciou profundamente a formação da nossa
sociedade. Podemos sentir isso no nosso vocabulário, jeito de falar, nossa cultura
afetiva e ritmos, porém também herdamos as cicatrizes de uma sociedade escravista
e ainda há racismo e uma cidadania incompleta à muitos afrodescendentes.
A escravidão é uma instituição muito antiga na humanidade e já ocorria nos
primórdios da civilização humana no Egito e Mesopotâmia. As sociedades clássicas
(Grega e Romana) eram escravistas e tinham neste modo de produção a organização
fundamental de sua economia e organização social. Os gregos e romanos
desprezavam o trabalho manual e quem os realizava. Os escravos eram tidos como
seres inferiores e na condição de animais. As formas mais comuns de se tornar
escravo na antiguidade eram através de Guerra (prisioneiros) ou dívida. O que
caracteriza a escravidão é o fato da pessoa ter sido reduzida a condição de objeto,
portanto propriedade privada, que pode ser comprada e vendida e não a rotina
rigorosa de trabalho. Na escravidão grega e romana o cativo (que vive em cativeiro)
podia ser usado no trabalho agrícola ou nas minas, em que tinham uma vida
miserável e superexplorada por um trabalho rigoroso, no entanto podiam ser
escravos caseiros e de figuras políticas importantes, e seu trabalho podia ser cuidar
da casa ou dos negócios de seu dono, enquanto ele se dedicava à filosofia e política.
Portanto o que caracteriza a condição de escravo é a de ser uma propriedade. Na
antiguidade não se baseava em critérios raciais.
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A escravidão mercantil da idade
moderna
O trabalho escravo africano foi introduzido no Brasil pelos colonizadores
portugueses. Era uma forma de escravidão com alguns elementos diferentes da
escravidão antiga. Ela se caracterizou por ser uma modalidade de escravidão
mercantilista e baseada em critérios raciais. Os europeus possuíam uma visão
eurocêntrica do mundo e consideravam-se portadores da civilização. Entre os
fatores que faziam os europeus sentirem-se superiores era a tradição da religião
católica e inclusive um dos fatores que estimulou os portugueses colonizarem o Brasil
era a expansão dessa fé. Essa visão justificou moralmente a escravidão do africano:
Converteriam os negros “salvando suas almas”, em troca trabalhariam aqui na terra.
Os portugueses poderiam ter escravizado os indígenas encontrados por aqui, mas
além da resistência tribal, os índios eram defendidos pela Igreja Católica que os
convertiam nas Missões Jesuíticas. Mas o que explica realmente a opção pela
escravidão dos africanos? A resposta encontraremos na dinâmica econômica da
época: Os escravos africanos eram valiosos e seu trafico movimentava um comércio
riquíssimo no atlântico sul (entre Brasil e África). Inclusive as maiores fortunas no
Brasil colonial eram de traficantes de escravos, mais ricos e poderosos que os
senhores de engenho.
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Comércio
triangular
A escravidão africana
As tribos africanas também conheciam a escravidão. Ela era bastante diferente
da introduzida pelos europeus. Tratando-se de uma forma de escravidão que
submetia as tribos derrotadas em guerra. Os derrotados eram humilhados e
submetidos à escravidão por temporadas. Após algum tempo os homens eram
libertados, e mantinham certo grau de dignidade das pessoas com a manutenção de
seus nomes, famílias e até casas. Não se tornariam mercadorias até a introdução
desta dinâmica pelos europeus. O português passou a mudar profundamente a
dinâmica interna das tribos africanas, ao negociar os prisioneiros de guerra que
passaram a ser vendidos através do escambo: Eram trocados por cachaça e tabaco.
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As feitorias, mercados de escravos e o
tráfico negreiro
Assim que os africanos eram capturados e vendido aos portugueses eles eram
levados ao litoral até as feitorias.
Feitorias eram grandes fortes militares que eram estabelecidos no litoral. Além de
defesa militar eram também usados para armazenas mercadorias. Era uma prática
comum dos portugueses a construção de feitorias em todo o seu Império Colonial. No
Brasil armazenavam Pau-Brasil no período colonial. Na África, em Angola e na Guiné
armazenavam africanos escravizados até a chegada dos navios negreiros. Cuidado
para não confundir o termo feitor com feitorias. Os feitores eram capatazes
responsáveis pelo trabalho escravo nas lavouras, pelos castigos e disciplina dos
negros.
Eram embarcados nos navios negreiros superlotados. Eram acorrentados com os
braços entre as pernas e recebiam uma alimentação pobre em meio à péssimas
condições sanitárias. No trajeto a mortalidade era muito alta e eram jogados os
mortos e doentes ao mar. Isso rendeu a eles o apelido de “navios tumbeiros”.
Chegados aqui eram desembarcados e expostos nos mercados de escravos.
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Toda a vida no Brasil foi permeada pelo trabalho escravo. As principais regiões
produtoras de cana e ouro formaram as principais concentrações populacionais
concentrações. Mas uma diferença ocorria. Era bem diferente a escravidão nas minas
que nas regiões produtoras de açúcar. No nordeste foi implantado o plantation da
cana de açúcar com a mão de obra escrava africana. A sociedade toda era rural e a
vida de todos circulavam em torno da grande propriedade e a vida lenta em torno da
“Casa Grande e Senzala”. Haviam os escravos da lavoura e os caseiros. Os primeiros
submetidos sempre aos rigores do trabalho que iniciava às madrugadas e rasgava dia
adentro, e aos rigores do chicote do Feitor ou do Capitão do Mato. Os segundos
submetidos aos caprichos do senhor, da “sinhá”e dos “sinhozinhos”. Durante o ciclo
da cana de açúcar o Brasil não conheceu a vida urbana, mesmo considerando a
urbanização que foi feita em Pernambuco pelos holandeses que lá estiveram
invadindo pelo século XVII. O ciclo do Ouro transformou profundamente o país. Para
lá migraram milhares de pessoas, que se aglomeraram de forma bastante
desordenada surgindo aqui nossa primeira experiência com a urbanização: A
urbanização espontânea que se seguiu ao aglomerarem milhares de pessoas nas
minas, fazendo acontecer uma dinâmica de urbanização, com desenvolvimento do
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comércio e de um mercado consumidor interno. A escravidão nas minas fora tanto
uma escravidão extremamente desgastante nas lavras, como também escravos
urbanos. Os escravos de lavras (minas) além do árduo trabalho de romper a rocha e
escavar as minas, estavam submetidos à um clima frio e úmido a maior parte do ano
e a umidade das minas. As doenças eram freqüentes e a expectativa destes homens
escravizados era de bem menos que uma década. Já a experiência da escravidão
urbana trouxe algumas modalidades de escravidão muito particulares, como por
exemplo os chamados escravos de ganho.Eram escravos pertencentes à pessoas de
pequena fortuna, comerciantes e vendedores, que adquiriam seus escravos e os
colocavam para trabalhar em troca de uma suave compra de sua alforria. Muitos
africanos não só conseguiram comprar a própria alforria, mas também de outros
membros de suas tribos originárias e em outros casos, apesar da segregação racial,
enriqueceram e tornaram-se proprietários de escravos.
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Formas de resistência do africano
A escravidão é uma forma de submissão muito violenta. Violenta em muitos
sentidos: Não somente é cruel devido a enorme violência física praticada, mas a
violência moral à que é submetido o escravizado. Entre as razões da alta mortalidade
entre a captura no interior da áfrica e a fazenda em que viverá era a violência
praticada para inibir reações de resistência e tentativas de revolta. Nas feitorias
africanas ainda eram separadas as famílias, tribos e línguas. Misturavam diversos
dialetos e tribos inimigas nos mesmos navios. Tudo isso para evitar a comunicação e
inibir revoltas. O mesmo procedimento era feito no Brasil nos mercados escravos e
senzalas. Muitos africanos não aceitaram a condição e reagiram de diversas formas,
que caracterizam a resistência a escravidão. Ela acontecia de diversas formas, desde
o suicídio até a formação de quilombos.
As principais formas de resistência eram:
Suicídio
Abortos
Revolta contra os feitores e senhores, tomando a fazenda
Trabalho lento
Fugas
Formação de quilombos
E devemos destacar também as formas de resistência culturais tais como:
A capoeira
A manutenção das práticas culturais religiosas como o candomblé ou sua
mistura (sincretismo) com o catolicismo quer dará origem à umbanda.
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O processo de abolição da escravidão
O fim da escravidão no Brasil ocorreu em 13 de maio de 1888. O ultimo pais da
América a abolir a escravidão. Foi o resultado de um processo que teve seu início no
ano de 1950, com a promulgação da lei Eusébio de Queiroz, que proibia o trafico
de escravos. Podemos caracterizar o processo de abolição da escravidão como
gradual, pois foi um lento processo legislativo e intelectual associado às praticas da
resistência dos negros à escravidão e as transformações que estavam ocorrendo na
economia e políticas nacionais .Vamos analisar melhor este processo:
Durante o século XIX a economia brasileira era totalmente dependente da
Inglaterra. Esta dependência remonta ao ano de 1808 quando a Família real
portuguesa transferiu-se junto com a corte para o Brasil, e assim o príncipe
regente D.João VI declarou a “abertura dos portos às nações amigas. Em 1810
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assinou com os ingleses os “tratados de comércio e navegação com à s nações
amigas”.(lembre-se que neste contexto a corte foi transferida devido às ameaças de
Napoleão Bonaparte e foram escoltados pela marinha inglesa ). Desde esta época
éramos totalmente dependente da importação dos industrializados ingleses e nossa
diplomacia era normalmente alinhada com os interesses ingleses. Já na época dos
tratados de comercio e navegação, constava uma clausula em que o Brasil se
comprometia a dar inicio ao processo do fim da escravidão abolindo o trafico de
escravos. Em 1831 é promulgada uma lei no império que não foi cumprida. Ela foi
aprovada mais para atender às pressões inglesas. Essa e outras medidas tomadas
com o intuito de aparentar uma iniciativa pelo fim da escravidão ficaram conhecidas
como leis para inglês ver.
Mudança de contexto e pressões
internacionais
A balança comercial brasileira passava por freqüentes déficits por volta da
quarta década do século XIX. Era ainda o inicio do cultivo do café no RJ e as receitas
do Estado Monárquico dependiam bastante dos impostos de importação (já que
éramos pouco industrializados e nossos produtores rurais possuíam muitos privilégios
fiscais e econômicos). No ano de 1944 o então ministro da fazenda Manuel Alves
Branco que criou uma nova tarifa protecionista. Os ingleses tinham privilégios nos
impostos que eram impressionantes. Pagavam uma taxa de 15% ad valorem (sobre o
valor do produto). Para termos uma idéia, quando esta taxa foi instituída nos tratados
de 1810, Portugal pagava 16% para exportar para o Brasil que era seu próprio
território. Era uma forma de além de aumentar a arrecadação do Estado servia de
estimulo a iniciativa da industria nacional, que ainda não havia se desenvolvido por
ser muito pouco competitiva. Foi criada a tarifa Alves Branco, uma tarifa protecionista
que aumentava os impostos sobre os produtos ingleses. A Inglaterra reagiu
violentamente e determinou o Bill Aberdeen: A Inglaterra declarou que derrubaria
todos os navios negreiros brasileiros em qualquer ponto entre a África e nossa costa.
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A reação inglesa estimulou a criação em 1850 da lei Eusébio de Queiroz (Abolição
do trafico negreiro), que desta vez foi posta em prática.
No mesmo ano foi criada a lei de terras. Com o fim do trafico de escravos, sabíamos
que em algum momento a escravidão acabaria pela diminuição constante do número
de escravos. Estávamos portanto diante de um problema importante: a certa falta de
mão de obra. Neste contexto começa a imigração européia para o Brasil. A lei de
terra era uma forma de impedir que pudessem estes estrangeiros ou negros
alforriados consiguirem se tornarem posseiros ou comprarem terra no Brasil. A lei
proibia posseiros e determinava que toda propriedade deveria ser vendida em leilão
público e paga à vista. Falaremos novamente deste assunto na aula de formação da
estrutura agrária do Brasil.
Entre as conseqüências mais imediatas da lei Eusébio de Queiroz foram:
O aumento do trafico interno de escravos (as regiões de econômica decadente
como o nordeste ou o sul vendiam seus escravos para as propriedades do
sudeste que estava em pleno desenvolvimento do ciclo do café e tinham uma
grande demanda de mão de obra
O Brasil deu início ao estímulo da imigração estrangeira, principalmente os
alemães e italianos (estes dói países estavam em guerra para a formação de
seus Estados nacionais)
Por que trouxeram europeus?
Havia muitas pessoas para trabalhar no Brasil. Então por que trazer europeus:
A resposta poderá ser encontrada nas correntes do pensamento científico da época.
Havia uma corrente de pensamento que ficou conhecida como Darwinismo Social.
Eram teorias pseudocientíficas (falsas cientificamente) e racistas que eram bastante
aceitas na época. A miscigenação era vista como ruim e os negros, ameríndios e
asiáticos eram raças inferiores e eram dominadas pelos brancos europeus porque eles
eram raças mais evoluídas. Era esse pensamento que justificava a dominação
européia pelo mundo. Surgiu no Brasil a chamada Teoria do Branqueamento, que
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sugeria que para o Brasil desenvolver uma nação evoluída deveria miscigenar a
população com europeus para que ela fosse se embranquecendo. Essas teorias foram
muito aceitas até o inicio do século XX.
Surgiu na época o Movimento Abolicionista. Entre seus principais nomes
estavam o deputado nordestino Joaquim Nabuco, o Jornalista e advogado negro
Luis Gama e o poeta Castro Alves. Eram realizadas palestras, debates
manifestações e auxilio a fuga dos negros da senzala. Além da atuação urbana e
intelectual havia a poderosa defesa no parlamento federal pela abolição.
Havia uma preocupação entre os conservadores do processo abolicionista que
ela acabasse rapidamente. Entre 1850 e 1888 foram também aprovadas a lei de
1871 do ventre livre, de 1885 dos Sexagenários. Leis que foram feitas mais para
aplacar as exigências populares que efetivamente para dar fim a escravidão. Em
1888 à contragosto dos grandes cafeicultores cariocas foi assinada pela princesa
Isabel a Lei Áurea.
1850: Lei Eusébio de Queiroz
1871: Lei do Ventre Livre
1885: Lei dos Sexagenários
1888: Lei Áurea
Quando finalmente foi criada a lei que abolia definitivamente a escravidão, ela
já havia se tornado inviável. Com a diminuição do número de escravos eles se
tornaram muito caros, e o trabalho das fazendas paulistas que concentravam os
imigrantes italianos tinham se mostrado muito mais produtivas e viáveis. A
escravidão por fim já era um mal negócio
Heranças da escravidão na cultura e
sociedade
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De acordo com Gilberto Freyre o Brasil é a síntese cultural do Europeu, Africano
e indígena. Do europeu herdamos a forma de organização do Estado, Religião, modo
de produção. Aos indígenas devemos grandes contribuições lingüísticas, alimentares
(a mandioca) e o hábito de banho diário. Ao africano devemos nossas raízes culturais
mais profundas. A influência não somente no vocabulário, mas também do jeito de
falar, a doçura das palavras e o amolecimento dos termos. Nossos ritmos são muito
influenciados (samba e percussões regionais), nossa alimentação (feijoada, acarajé),
e o jeito de ser do brasileiro, bastante alegre, receptivo e emotivo. Podemos
considerar estas heranças como positivas, mas há as marcas negativas e deletérias
deixadas pela escravidão. Talvez a mais evidente seja o racismo. Devemos destacar
também a dificuldade de desenvolver a cidadania para muitos afrodescendentes, que
após a abolição da escravidão foram abandonados e amontoados em cortiços urbanos
ou nas periferias, e numa ordem capitalista competitiva em que estavam inseridos.
vão passar por muitos rigores e desvantagens em um país, principalmente naquela
época muito racista, e vão ter muita dificuldade de superar estes obstáculos impostos
e desenvolver sua cidadania plena, tendo acesso ao ensino superior, trabalho digno
e moradia. Podemos citar também a sexualização do negro, e suas descrições na
literatura como exótico. Outra marca bastante profunda é ligada a forma como o
trabalho é visto pelas pessoas. A cultura brasileira se formou sob uma situação em
que todo o trabalho braçal era realizado por escravos e foi inevitável que
desenvolvessem as elites e uma cultura social nacional de aversão a trabalhos
manuais. Isso ocorre devido a muito tempo estas atividades serem feitas por
escravos, daí a associação.
O Racismo no mundo
e no Brasil
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Racismo é um tipo de preconceito ligado a raça. Preconceito é algo mais amplo
e pode se manifestar contras grupos variados como estrangeiros (xenofobia) e
homossexuais (homofobia). Mas ao falarmos de racismo chegamos a um problema:
raça não existe. Ao compararmos os genomas de dois africanos com o de dois
alemães não são encontradas diferenças substantivas para fazermos subclassificações
entre os humanos. O conceito que usamos hoje para designar semelhanças físicas e
culturais é etnia. Durante muito tempo a idéia de raça era aceita e muitas decisões
políticas e medidas públicas foram tomadas tendo o pensamento racista como
referência, principalmente entre os intelectuais brasileiros na década de 20 e 30 como
Oliveira Viana. Entre os intelectuais, a partir da publicação em 1933 do livro “Casa
Grande e Senzala” do pernambucano Gilberto Freyre. Este livro inaugurou uma idéia
nova no ambiente intelectual brasileiro: quebrava com as idéias do pensamento
racista que viam pouca influencia do negro no Brasil e viam a miscigenação como
algo negativo. Inaugurava-se a ideologia, ou mito da Democracia racial proposta por
Freyre. Seu mérito é quebrar com uma corrente de pensamento racista, atribuir
virtudes a miscigenação, e uma influencia profunda do negro em nossa sociedade.
Muitos alegam que Gilberto Freyre tenha visto no Brasil uma democracia racial, pois
em outras partes do mundo, como os EUA, país em que Freyre realizou seus estudos,
o racismo tornou-se lei, impondo a segregação racial entre Brancos e Negros. Os dois
casos mais exemplares de racismo são justamente o praticado nos EUA até o final da
década de 60 e na África do Sul que aboliu o Apartheid (leis de segregação racial) em
1991. Tanto num caso quanto no outro ocorreu uma longa luta dos movimentos
sociais e partidos políticos em busca da aprovação das leis que garantiam direitos
civis aos negros. O líder do movimento pelos direitos civis nos EUA foi Martin Luther
King Jr. e o líder do movimento anti apartheid foi Nelson Mandela, falecido
recentemente, em dezembro de 2013. Ambos os lideres foram influenciados em
algum momento de suas carreiras de luta política pelas idéias de Mohandas Gandhi.
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O Brasil e as ações afirmativas: A
política de Cotas e o Estatuto da
igualdade racial
Ao chegarmos ao século XXI observamos um quadro estatístico que vem se
revertendo aos poucos: os índices socioeconômicos da população autodeclarada negra
no Brasil são substancialmente piores que os índices dos autodeclarados brancos. O
índice de analfabetismo é mais alto, a mortalidade infantil e a expectativa de vida
mais baixa. Salários mais baixos e em profissões menos prestigiadas. Esta
desigualdade nos índices é proveniente de condições históricas desiguais que foram
perpetuadas pelo pensamento racista e das desiguais condições de competição a que
as pessoas estavam submetidas no inicio da república. Na expectativa de reverter
este quadro, surgiram propostas de intervenção nesta realidade através de políticas
estatais (praticadas pelo Estado), as ações afirmativas: políticas públicas
destinadas a corrigir distorções históricas como esta que foi descrita. A idéia foi
implantada primeiro nos EUA, onde o racismo tomou proporções assustadoras. Entre
as políticas de ação afirmativa estão as cotas raciais para universidades e concursos.
Também há uma cota em propagandas públicas e a obrigatoriedade do ensino da
cultura negra e História africana.
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Fonte: Revista Veja
- Racismo e futebol: A banana espanhola de Daniel Alves e manifestação neonazista
na copa do mundo ao final do jogo Alemanha e Gana.
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Fonte: Folha de São Paulo
Caiu no ENEM e no Vestibular
1) (ENEM 2013) A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra
servil, muito menos por insurreições ou atentados locais. Não deve sê-lo, tampouco,
por uma guerra civil,como o foi nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez,
depois de uma revolução, como aconteceu na França, sendo essa revolução obra
exclusiva da população livre. É no Parlamento e não em fazendas ou quilombosdo
interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa
da liberdade.
NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira;
São Paulo: Publifolha, 2000 (adaptado).
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No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o
fim da escravidão no Brasil,no qual
A) copiava o modelo haitiano de emancipação negra.
B) incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais.
C) optava pela via legalista de libertação.
D) priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores.
E) antecipava a libertação paternalista dos cativos.
2) (ENEM 2013) Ninguém desconhece a necessidade que todos os fazendeiros têm de
aumentar o número de seus
trabalhadores. E como até há pouco supriam-se os fazendeiros dos braços
necessários? As fazendas eram alimentadas pela aquisição de escravos, sem o menor
auxílio pecuniário do governo. Ora, se os fazendeiros se
supriam de braços à sua custa, e se é possível obtê-los ainda, posto que de outra
qualidade, por que motivo não
hão de procurar alcançá-los pela mesma maneira, isto é, à sua custa?
Resposta de Manuel Felizardo de Sousa e Mello, diretor geral das Terras Públicas,
ao Senador Vergueiro. In: ALENCASTRO, L. F. (Org.). História da vida privada no
Brasil.
São Paulo: Cia. das Letras, 1998 (adaptado).
O fragmento do discurso dirigido ao parlamentar do Império refere-se às mudanças
então em curso no campo
brasileiro, que confrontaram o Estado e a elite agrária em torno do objetivo de
A) fomentar ações públicas para ocupação das terras do interior.
B) adotar o regime assalariado para proteção da mão de
obra estrangeira.
C) definir uma política de subsídio governamental para o
fomento da imigração.
D) regulamentar o tráfico interprovincial de cativos para
sobrevivência das fazendas.
E) financiar a fixação de famílias camponesas para
estímulo da agricultura de subsistência.
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3) (ENEM 2013) Seguiam-se vinte criados custosamente vestidos e montados em
soberbos cavalos; depois destes, marchava o Embaixador do Rei do Congo
magnificamente ornado de seda azul para anunciar ao Senado que a vinda do Rei
estava destinada para o dia dezesseis. Em resposta obteve repetidas vivas do povo
que concorreu alegre e admirado de tanta grandeza.
Coroação do Rei do Congo em Santo Amaro, Bahia apud DEL PRIORE, M. Festas e
utopias
no Brasil colonial. In: CATELLI JR., R. Um olhar sobre as festas populares
brasileiras.
São Paulo: Brasiliense, 1994 (adaptado).
Originária dos tempos coloniais, a festa da Coroação do Rei do Congo evidencia um
processo de
A) exclusão social.
B) imposição religiosa.
C) acomodação política.
D) supressão simbólica.
E) ressignificação cultural.
4) (ENEM 2013) A África também já serviu como ponto de partida para comédias bem
vulgares, mas de muito sucesso,
como Um príncipe em Nova York e Ace Ventura: um maluco na África; em ambas, a
África parece um
lugar cheio de tribos doidas e rituais de desenho animado. A animação O rei Leão, da
Disney, o mais bem-sucedido filme americano ambientado na África, não chegava a
contar com elenco de seres humanos.
LEIBOWITZ, E. Filmes de Hollywood sobre África ficam no clichê.
Disponível em: http://notícias.uol.com.br. Acesso em: 17 abr. 2010.
A produção cinematográfica referida no texto contribui para a constituição de uma
memória sobre a África e seus habitantes. Essa memória enfatiza e negligencia,
respectivamente, os seguintes aspectos
do continente africano:
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A) A história e a natureza.
B) O exotismo e as culturas.
C) A sociedade e a economia.
D) O comércio e o ambiente.
E) A diversidade e a política.
5) (ENEM 2013) A recuperação da herança cultural africana deve levar em conta o
que é próprio do processo cultural: seu movimento, pluralidade e complexidade. Não
se trata, portanto, do resgate ingênuo do passado nem do seu
cultivo nostálgico, mas de procurar perceber o próprio rosto cultural brasileiro. O que
se quer é captar seu movimento para melhor compreendê-lo historicamente.
MINAS GERAIS. Cadernos do Arquivo 1: Escravidão em Minas Gerais.
Belo Horizonte: Arquivo Público Mineiro, 1988.
Com base no texto, a análise de manifestações culturais de origem africana, como a
capoeira ou o candomblé,
deve considerar que elas
A) permanecem como reprodução dos valores e costumes africanos.
B) perderam a relação com o seu passado histórico.
C) derivam da interação entre valores africanos e a experiência histórica
brasileira.
D) contribuem para o distanciamento cultural entre negros e brancos no Brasil atual.
E) demonstram a maior complexidade cultural dos africanos em relação aos
europeus.
6) (ENEM 2012) Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado porque
padeceis em um modo muito semelhante o que o mesmo Senhor padeceu na sua cruz
e em toda a sua paixão. A sua cruz foi composta de dois madeiros, e a vossa em um
engenho é de três. Também ali não faltaram as canas, porque duas vezes entraram
na Paixão: uma vez servindo para o cetro de escárnio,e outra vez para a esponja em
que lhe deram o fel. A
Paixão de Cristo parte foi de noite sem dormir, parte foi de dia sem descansar, e tais
são as vossas noites e os
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vossos dias. Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo
em tudo maltratado, e vós
maltratados em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites, as chagas, os nomes
afrontosos, de tudo isto se compõe a vossa imitação, que, se for acompanhada de
paciência, também terá merecimento de martírio.
VIEIRA, A. Sermões. Tomo XI. Porto: Lello & Irmão, 1951 (adaptado).
O trecho do sermão do Padre Antônio Vieira estabelece uma relação entre a Paixão de
Cristo e
A) a atividade dos comerciantes de açúcar nos portos brasileiros.
B) a função dos mestres de açúcar durante a safra de cana.
C) o sofrimento dos jesuítas na conversão dos ameríndios.
D) o papel dos senhores na administração dos engenhos.
E) o trabalho dos escravos na produção de açúcar.
7) (ENEM 2012) Torna-se claro que quem descobriu a África no Brasil, muito antes
dos europeus, foram os próprios africanos trazidos como escravos. E esta descoberta
não se restringia apenas ao reino linguístico, estendia-se também a outras áreas
culturais, inclusive à da religião. Há razões para pensar que os africanos, quando
misturados e transportados ao Brasil, não demoraram em perceber a existência entre
si de elos culturais
mais profundos.
SLENES, R. Malungu, ngoma vem! África coberta e descoberta do Brasil.
Revista USP, n. 12, dez./jan./fev. 1991-92 (adaptado).
Com base no texto, ao favorecer o contato de indivíduos de diferentes partes da
África, a experiência da escravidão no Brasil tornou possível a
A) formação de uma identidade cultural afro-brasileira.
B) superação de aspectos culturais africanos por antigas
tradições europeias.
C) reprodução de conflitos entre grupos étnicos africanos.
D) manutenção das características culturais específicas
de cada etnia.
E) resistência à incorporação de elementos culturais
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indígenas.
8) (ENEM 2012) Nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós
nos recusamos a acreditar que há
capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este
cheque, um cheque que nos
dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.
KING Jr., M. L. Eu tenho um sonho, 28 ago. 1963.
Disponível em: www.palmares.gov.br. Acesso em: 30 nov. 2011 (adaptado).
O cenário vivenciado pela população negra, no sul dos Estados Unidos nos anos 1950,
conduziu à mobilização
social. Nessa época, surgiram reivindicações que tinham
como expoente Martin Luther King e objetivavam
A) a conquista de direitos civis para a população negra.
B) o apoio aos atos violentos patrocinados pelos negros em espaço urbano.
C) a supremacia das instituições religiosas em meio à comunidade negra sulista.
D) a incorporação dos negros no mercado de trabalho.
E) a aceitação da cultura negra como representante do modo de vida americano.
9) (ENEM 2012)
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O cartum, publicado em 1932, ironiza as conseqüências sociais das constantes
prisões de Mahatma Gandhi pelas
autoridades britânicas, na Índia, demonstrando
A) a ineficiência do sistema judiciário inglês no
território indiano.
B) o apoio da população hindu à prisão de Gandhi.
C) o caráter violento das manifestações hindus frente à
ação inglesa.
D) a impossibilidade de deter o movimento liderado
por Gandhi.
E) a indiferença das autoridades britânicas frente ao
apelo popular hindu.
10) (ENEM 2012) A singularidade da questão da terra na África Colonial é a
expropriação por parte do colonizador e as desigualdades raciais no acesso à terra.
Após a independência, as populações de colonos brancos
tenderam a diminuir, apesar de a proporção de terra em posse da minoria branca não
ter diminuído proporcionalmente.
MOYO, S. A terra africana e as questões agrárias: o caso das lutas pela terra no
Zimbábue.
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In: FERNANDES, B. M.; MARQUES, M. I. M.; SUZUKI, J. C. (Org.). Geografia
agrária:
teoria e poder. São Paulo: Expressão Popular, 2007.
Com base no texto, uma característica socioespacial e um consequente
desdobramento que marcou o processo de
ocupação do espaço rural na África subsaariana foram:
A) Exploração do campesinato pela elite proprietária –Domínio das instituições
fundiárias pelo poder público.
B) Adoção de práticas discriminatórias de acesso à terra – Controle do uso
especulativo da propriedade
fundiária.
C) Desorganização da economia rural de subsistência– Crescimento do consumo
interno de alimentos
pelas famílias camponesas.
D) Crescimento dos assentamentos rurais com mão de obra familiar – Avanço
crescente das áreas rurais
sobre as regiões urbanas.
E) Concentração das áreas cultiváveis no setor agroexportador – Aumento
da ocupação da população
pobre em territórios agrícolas marginais.
11) Identifique as heranças negativas da escravidão na nossa sociedade.
12) Como denominamos a fusão de culturas? Dê exemplos da formação social do
brasil.
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13) (ENEM 2011)
Uma explicação de caráter histórico para o percentual da Religião com maior numero
de adeptos declarados no Brasil foi a existência, no passado colonial e monárquico, da
a) incapacidade do cristianismo de incorporar aspectos de outras religiões.
b) incorporação da idéia de liberdade religiosa na esfera publica.
c) permissão para o funcionamento de igrejas não cristas.
d) relação de integração entre Estado e Igreja.
e) influencia das religiões de origem africana.
14) (ENEM 2011) A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, inclui no currículo dos
estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, a
obrigatoriedade do ensino sobre Historia e Cultura Afro-Brasileira e determina que o
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conteúdo programático incluirá o estudo da Historia da África e dos africanos, a luta
dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade
nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e
política pertinentes A Historia do Brasil, alem de instituir, no calendário escolar, o Dia
20 de novembro como data comemorativa do “Dia da Consciência Negra”.
Disponivel em: http://www.planalto.gov.br
Acesso em: 27 jul 2010 (adaptado).
A referida lei representa um avanço não só para a educação nacional, mas também
para a sociedade brasileira, porque
a) legitima o ensino das ciências humanas nas escolas.
b) divulga conhecimentos para a população afrobrasileira.
c) reforça a concepção etnocêntrica sobre a África e sua cultura.
d) garante aos afrodescendentes a igualdade no acesso a educação.
e) impulsiona o reconhecimento da pluralidade etnicoracial Do pais.
15) (ENEM 2011) O açúcar e suas técnicas de produção foram levados a Europa pelos
árabes no século VIII, durante a Idade Media, mas foi principalmente a partir das
Cruzadas (séculos XI e XIII) que a sua procura foi aumentando. Nessa época passou
a ser importado do Oriente Médio e produzido em pequena escala
no sul da Itália, mas continuou a ser um produto de luxo, extremamente caro,
chegando a figurar nos dotes de princesas casadoiras.
CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de Antonil
(1681-1716). Sao Paulo: Atual, 1996.
Considerando o conceito do Antigo Sistema Colonial, o açúcar foi o produto escolhido
por Portugal para dar
inicio a colonização brasileira, em virtude de
a) o lucro obtido com o seu comercio ser muito vantajoso.
b) os árabes serem aliados históricos dos portugueses.
c) a Mao de obra necessária para o cultivo ser
insuficiente.
d) as feitorias africanas facilitarem a comercialização
desse produto.
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e) os nativos da America dominarem uma técnica de
cultivo semelhante.
16) (ENEM 2011) Em geral, os nossos tupinambá ficam bem admirados ao ver os
franceses e os outros dos países longínquos terem tanto trabalho para buscar o seu
ara bota, isto e, pau-brasil. Houve uma vez um ancião da tribo que me fez esta
pergunta: “Por que
vindes vos outros, mais e pêros (franceses e portugueses), buscar lenha de tão longe
para vos aquecer? Nao tendes madeira em vossa terra?”
LERY, J. Viagem a Terra do Brasil. In: FERNANDES, F. Mudanças Sociais no Brasil.
Sao Paulo: Difel, 1974.
O viajante Frances Jean de Ler (1534-1611) reproduz um dialogo travado, em 1557,
com um ancião tupinambá, o qual demonstra uma diferença entre a sociedade
européia e a indígena no sentido
a) do destino dado ao produto do trabalho nos seus sistemas culturais.
b) da preocupação com a preservação dos recursos
ambientais.
c) do interesse de ambas em uma exploração comercial mais lucrativa do pau-brasil.
d) da curiosidade, reverencia e abertura cultural recíprocas.
e) da preocupação com o armazenamento de madeira
para os períodos de inverno.
17) (ENEM 2011)
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Foto de Militar, Sao Paulo, 1879.
ALENCASTRO, L. F. (org.). Historia da vida privada no Brasil.
Império a corte e a modernidade nacional.
Sao Paulo: Cia. das Letras, 1997.
Que aspecto histórico da escravidão no Brasil do sec. XIX pode ser identificado a
partir da analise do vestuário do casal retratado acima?
a) O uso de trajes simples indica a rápida incorporação dos ex-escravos ao mundo do
trabalho urbano.
b) A presença de acessórios como chapéu e sombrinha aponta para a manutenção de
elementos culturais de origem africana.
c) O uso de sapatos e um importante elemento de diferenciação social entre
negros libertos ou em melhores Condições na ordem escravocrata.
d) A utilização do paletó e do vestido demonstra a
tentativa de assimilação de um estilo europeu como
forma de distinção em relação aos brasileiros.
e) A adoção de roupas próprias para o trabalho domestico
tinha como finalidade demarcar as fronteiras da
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Exclusão social naquele contexto.
18) Das contribuições dos negros para a cultura brasileira, não podemos considerar:
a) as religiões umbanda e candomblé;
b) O samba e o frevo, entre outros ritmos;
c) o bumba-meu-boi e a congada;
d) palavras como Ubatuba, Jequitibá, Itaú, guaraná, tapioca, etc.;
e) a feijoada, o vatapá, o acarajé.
19) (ENEM) Você está estudando o abolicionismo no Brasil e ficou perplexo ao ler o
seguinte documento:
Texto 1
Discurso do deputado baiano Jerônimo Sodré Pereira - Brasil 1879
No dia 5 de março de 1879, o deputado baiano Jerônimo Sodré Pereira, discursando
na Câmara, afirmou que era preciso que o poder público olhasse para a condição de
um milhão de brasileiros, que jazem ainda no cativeiro. Nessa altura do discurso foi
aparteado por um deputado que disse: "BRASILEIROS, NÃO".
Em seguida, você tomou conhecimento da existência do Projeto Axé (Bahia), nos
seguintes termos:
Texto 2
Projeto Axé, Lição de cidadania - 1998 - Brasil
Na língua africana lorubá, axé significa força mágica. Em Salvador, Bahia, o Projeto
Axé conseguiu fazer em apenas três anos, o que sucessivos governos não foram
capazes: a um custo dez vezes inferior ao de projetos governamentais, ajuda
meninos e meninas de rua a construírem projetos de vida, transformando-os de
pivetes em cidadãos.
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A receita do Axé é simples: competência pedagógica, administração eficiente,
respeito pelo menino, incentivo, formação e bons salários para os educadores. Criado
em 1991 pelo advogado e pedagogo italiano Cesare de Florio La Rocca, o Axé atende
hoje a mais de duas mil crianças e adolescentes.
A cultura afro, forte presença na Bahia, dá o tom do Projeto Erê (entidade criança do
candomblé), a parte cultural do Axé. Os meninos participam da banda mirim do
Olodum, do Ilé Ayê e de outros blocos, jogam capoeira e têm um grupo de
teatro.Todas as atividades são remuneradas. Além da bolsa semanal, as crianças têm
alimentação, uniforme e vale-transporte. Com a leitura dos dois textos, você
descobriu que a cidadania:
a) jamais foi negada aos cativos e seus descendentes.
b) foi obtida pelos ex-escravos tão logo a abolição fora decretada.
c) não era incompatível com a escravidão.
d) ainda hoje continua incompleta para milhões de brasileiros.
e) consiste no direito de eleger deputados.
20) (ENEM) Comer com as mãos era um hábito comum na Europa, no século XVI. A
técnica empregada pelo índio no Brasil e por um português de Portugal era, aliás, a
mesma: apanhavam o alimento com três dedos da mão direita (polegar, indicador e
médio) e atiravam-no para dentro da boca. Um viajante europeu de nome Freireyss,
de passagem pelo Rio de Janeiro, já no século XIX, conta como "nas casas das roças
despejam-se simplesmente alguns pratos de farinha sobre a mesa ou num balainho,
donde cada um se serve com os dedos, arremessando, com um movimento rápido, a
farinha na boca, sem que a mínima parcela caia para fora". Outros viajantes
oitocentistas, como John Luccock, Carl Seidler, Tollenare e Maria Graham descrevem
esse hábito em todo o Brasil e entre todas as classes sociais. Mas para Saint-Hilaire,
os brasileiros "lançam a [farinha de mandioca] à boca com uma destreza adquirida,
na origem, dos indígenas, e que ao europeu muito custa imitar". Aluísio de Azevedo,
em seu romance "Girândola de amores" (1882), descreve com realismo os hábitos de
uma senhora abastada que só saboreava a moqueca de peixe "sem talher, à mão".
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Dentre as palavras listadas a seguir, assinale a que traduz o elemento comum às
descrições das práticas alimentares dos brasileiros feitas pelos diferentes autores do
século XIX citados no texto.
a) Regionalismo (caráter da literatura que se baseia em costumes e tradições
regionais).
b) Intolerância (não-admissão de opiniões diversas das suas em questões sociais,
políticas ou religiosas).
c) Exotismo (caráter ou qualidade daquilo que não é indígena; estrangeiro;
excêntrico, extravagante).
d) Racismo (doutrina que sustenta a superioridade de certas raças sobre outras).
e) Sincretismo (fusão de elementos culturais diversos, ou de culturas
distintas ou de diferentes sistemas sociais).
21) (ENEM)
Considerando a linha do tempo acima e o processo de abolição da escravatura no
Brasil, assinale a opção correta.
a) O processo abolicionista foi rápido porque recebeu a adesão de todas as correntes
políticas do país.
b) O primbbbeiro passo para a abolição da escravatura foi a proibição do uso dos
serviços das crianças nascidas em cativeiro.
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c) Antes que a compra de escravos no exterior fosse proibida, decidiu-se pela
libertação dos cativos mais velhos.
d) Assinada pela princesa Isabel, a Lei Áurea concluiu o processo
abolicionista, tornando ilegal a escravidão no Brasil.
e) Ao abolir o tráfico negreiro, a Lei Eusébio de Queirós bloqueou a formulação de
novas leis antiescravidão no Brasil.
22) (UNESP) Todo trabalho é realizado pelos pretos, toda a riqueza é adquirida por
mãos negras, porque o brasileiro não trabalha, e quando é pobre prefere viver como
parasita em casa dos parentes e de amigos ricos, em vez de procurar ocupação
honesta.
(Ina von Binzer. Alegrias e tristezas de uma educadora alemã no Brasil, 1881.)
Segundo a visão da educadora alemã, a sociedade brasileira, no final do século XIX,
caracterizava-se pela
a) grande generosidade dos brasileiros brancos ricos, que protegiam a população
mais pobre.
b) desclassificação das atividades manuais, consideradas contrárias à
própria noção de liberdade.
c) desigualdade social, ainda que houvesse mecanismos institucionais de distribuição
de renda.
d) predominância de famílias diminutas, ainda que conservando seu caráter
patriarcal.
e) presença do trabalho assalariado, que permitia significativa acumulação de capital
Gabarito: 1-c,2-c,3-e,4-b,5-c,6-e,7-a,8-a,9-d,10-e, 13-d,14-e,15-a,16-a,17-c,18-d,19-d,20-e,21-d,22-b