a escola de hoje
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Cadeira: Ciências Sociais
Docentes: Prof. Teresa Líbano Monteiro
Prof. Paulo Teodoro de Matos
Alunos: Ana Sofia Queiroz
Pedro Carreira
Susana Pires
A escola de hoje:
novos desafios, outros
dilemas
Difícil e tardia implementação
Modernização da escolaridade em Portugal: processo que
encerra múltiplas temporalidades e ilustra transformações em
campos vizinhos.
Baixos níveis de escolarização da população
portuguesa adulta.
Generalização da escolaridade obrigatória;
Aumento da procura pela educação.
Ultimas duas décadas
Socialização
infantil
Projecto
escolarTransformações
nas famílias
Nas crianças e nos seus
percursos escolares
Centradas
EscolaFamílias
Quando escasseia a população escolar…
Maior concentração de
população no litoral
Maior desertificação no
interior do país
Declínio da fecundidade e da
natalidade
Modelo de família
moderna
Evolução dos
cuidados de saúde
Envelhecimento da
população
Aumento da esperança média
de vida
Variação da idade/ Ano 1991 2001
15 – 24 anos 16,3% 14,3%
25 – 64 anos 50,1% 53,4%
“Educação ao longo da vida”
Concorrência escolar pelos públicos?
Massificação escolar
Modificações no
processo de
selecção no aluno
Expansão numérica e a
diversidade social de
públicos
A selecção é feita no
interior do sistema de
ensino
Processos mais escolares
do que sociais
Através de
Mudanças na forma de
regulação do sistema
Concorrência escolar pelos públicos?
Diagnostico de
problemas concretos
Identificação da sua
própria especificidade
Busca colectiva de
resolução
Autonomização das escolas
Estabelecimentos
de ensino
Pressão concorrencialSingularização
Famílias Participam activamente na vida escolar
Concorrência escolar pelos públicos?
Modelo de
regulação nos
resultados a atingir
Modelo centralizado e
burocrático de
regulação estatal
Estado:
• Define os objectivos a atingir;
• Assegura um controlo externo sobre o
seu cumprimento.
Avaliação por escola
Potencia factores de
mercado no sistema
educativo
Diferencia os recursos das
escolas e professores
No ensino público básico :
Modelo de organização
marcado pela
homogeneidade na
constituição de turmas
Turmas apresentam uma
homogeneidade interna e
uma forte heterogeneidade
entre si
Concorrência escolar pelos públicos?
Ensino publico secundário:
“Libertação” da
escolaridade obrigatória
e pela diversidade de
vias que oferece
Marcado pela
Essencial na
determinação do
futuro escolar dos
jovens
A distribuição dos alunos, num mesmo território, educativo não é
aleatório.
Escolhas parentais por critérios
académicos (qualidade de ensino)
e sociais (qualidade do ambiente
social)
Polarização social e
académica entre
estabelecimentos
de ensino
Concorrência escolar pelos públicos?
Atributo que
dispõe para se
Escolas Matéria de oferta
de formação
Distinguirem das outras
escolas, personalizarem
os seus produtos e
adquirirem um certo
“poder de mercado”
Permite às escolas enviarem os
alunos indesejáveis para escolas
dentro da mesma área local
Excesso
A perda de
alunosNão existe selecção de alunos
Modalidades activas de
captação de públicos
Oferecem mais-valias
educativas face às outras
escolas
Concorrência escolar pelos públicos?
Ofertas por concelho
Dir. - Regionais Educação
Concelhos com oferta única de escola secundária
Concelhos com + de 1 oferta de escola secundária
Total concelhos
Percentagemconcelhos c/ uma escola sec. / total concelhos
Norte …………………………………….
Centro …………………………………..
Lisboa e Vale do Tejo ………………….
Alentejo …..……..................................
Algarve ……….…………………………
Total Continente ……………………..
R. A. Açores …………………………….
R. A. Madeira …………………………..
Total …………………….
45
47
26
26
4
148
15
10
173
33
25
24
5
7
94
1
1
96
78
72
50
31
11
242
16
11
269
57,7%
65,3%
52,0%
83,9%
36,4%
61,2%
93,8%
90,9%
64,3%
―Oferta de ensino secundário por concelho (Continente e Regiões Autónomas)‖
2002-2003
In: DAPP-ME, Roteiro das Escolas com Ensino Secundário, 2002-2003
O imperativo de uma educação ao longo da vida?
O imperativo de uma educação ao longo da vida
imposição; ordem; dever “toda a actividade de aprendizagem em
qualquer momento da vida, com o objectivo
de melhorar os conhecimentos, as aptidões
e competências, no quadro de uma
perspectiva pessoal, cívica, social e/ou
relacionada com o emprego.”
in: Aprendizagem ao Longo da Vida: Um
conceito utópico?
Comp. Org. e Gestão, 2006, VOL. 12, N.º 2, 283-290
O imperativo de uma educação ao longo da vida?
Para quem?
População por grupo etário:
• 0-14 anos: 16,6% (homens 916.234/mulheres 839.935)
• 15-64 anos: 66,3% (homens 3.468.844/mulheres 3.538.779)
• 65 anos e mais: 17,1% (homens 744.787/mulheres 1.057.633) (2005 est.)
in: http://pt.wikipedia.org/wiki/Demografia_de_Portugal
O imperativo de uma educação ao longo da vida?
Porquê?
Preocupações com a escolarização de adultos em termos da:
• Analfabetização literal:
– Falta dos conhecimentos mais básicos da escolaridade obrigatória.
O imperativo de uma educação ao longo da vida?
• Descoberta do fenómeno de analfabetismo funcional:
- Incapacidades no domínio da leitura, da escrita e do cálculo, pouco compatíveis com o currículo
formal supostamente adquirido.
• Formação e o emprego:
- Emergência da “sociedade do conhecimento” com
a valorização do capital humano.
Chave do sucesso das economias modernas:
• Educação
• Formação
• Economia
• Emprego
• Perigo da Globalização:
- Riscos de precarização crescente da
mão-de-obra devido a uma maior
concorrência.
O imperativo de uma educação ao longo da vida?
Soluções
• Alfabetização literal:
Extensão aos mais velhos
da formação inicial
oferecida às crianças:
- Alfabetização mínima.
- Cumprimento de requisitos
da obrigatoriedade escolar.
- Possibilidade de
progressão para níveis
escolares subsequentes.
Através de:
- Programas de “educação
de adultos” e de “ensino
recorrente”.
• Fenómeno de analfabetismo funcional:
Apuramento da qualidade e durabilidade
das aprendizagens.
Compensar as lacunas e défices
Mais educação:
- Reforço do domínio da formação escolar
e dos seus critérios de julgamento
sobre as várias formas de saber.
• Formação, emprego e o perigo da
Globalização:
- Uma formação constante harmoniza
a manutenção e a renovação do
proteccionismo social com as exigências
da “sociedade do conhecimento”.
- Importância crescente da formação
em matéria de direitos e garantias de
emprego, suplantando o papel do
Estado-Providência cada vez mais
remoto nas mesmas matérias e direitos.
Formação
+
Direitos e
Garantias de
EmpregoEstado-
-Providência
O imperativo de uma educação ao longo da vida?
Nem sempre o capital humano altamente qualificado se integra nesta
“sociedade do conhecimento”
• Elevado desemprego dos jovens altamente qualificados;
• Subutilização crónica do capital humano em muitos contextos laboriais;
• Constante necessidade de mão-de-obra não qualificada.
O imperativo de uma educação ao longo da vida?
Formação pós-escolar
Actor individual:
Principal responsável
pelo sucesso da formação
Estado:
Disposições favoráveis Grande parte da responsabilidade
Custos à aprendizagem está fora da alçada do Estado.
permanente
Empresas:
- Formação menos autónoma;
- vínculada ao exercício de uma dada função laboral:
- referencial de competências e não de qualificação;
- conteúdos mais voláteis, sujeitos a revalidação permanente
Problema
• Formação contínua:
Princípio da “flexibilidade” e
da “adaptação” de forma a
dar resposta às exigências conjunturais do emprego.
O imperativo de uma educação ao longo da vida?
Conclusão
• Pesado ónus sobre o actor individual para manter o emprego:
- Manter permanentemente actualizadas as condições da sua
“empregabilidade”;
- Assunção individual do seu insucesso (riscos do desemprego e da exclusão).
O imperativo de uma educação ao longo da vida?
Problema da desigualdade no acesso aos recursos
• Mobilidade individual – diferenças sociais no acesso aos recursos sobretudo económicos
e culturais.
• Mobilidade profissional – diferenças nas acções de formação financiadas pelas empresas
com vínculo laboral estável e empresas mais precárias.
Ciclo vicioso
E.V.l.E. E.T.P.
+ habilitações + recursos - habilitações - recursos
+ formação - formação
Indivíduo Indivíduo
Uma escola pública nacional para um público multicultural?
―Emigração total, permanente e temporária, 1992-2003‖
ANOS TOTAL PERMANENTE TEMPORÁRIA PERMANENTE TEMPORÁRIA
1992 39 322 22 324 16 998 56,8 43,2
1993 33 171 15 562 17 609 46,9 53,1
1994 29 066 7 845 21 259 27,0 73,3
1995 22 579 8 109 13 390 35,9 59,3
1996 29 066 9 598 19 468 33,0 67,0
1997 36 395 7 254 29 681 19,9 81,6
1998 22 196 7 935 14 261 35,7 64,3
1999 28 080 4 077 24 003 14,5 85,5
2000 21 333 4 692 16 641 22,0 78,0
2001 20 589 5 762 14 827 28,0 72,0
2002 27 358 8 813 18 545 32,2 67,8
2003 27 008 6 687 20 321 24,8 75,2
EMIGRAÇÃO PERCENTAGEM
In: INE
O imperativo de uma educação ao longo da vida?
―População estrangeira — residentes legais e autorizações de permanência, 1975-2003‖
ANOS RESIDENTES LEGAIS NOVAS ACUMULADAS
1991 113 978
1992 123 612 - -
1993 136 932 - -
1994 157 073 - -
1995 168 316 - -
1996 172 912 - -
1997 175 263 - -
1998 178 137 - -
1999 190 896 - -
2000 207 607 - -
2001 223 976 126 901 126 901
2002 238 944 47 657 174 558
2003 250 697 9 097 183 655
AUTORIZAÇÕES DE PERMANÊNCIA
In: INE/SEF
O imperativo de uma educação ao longo da vida?
Anos
Análise Social, vol. XLII
(183), 2007, 445-469
O imperativo de uma educação ao longo da vida?
Saldos migratórios
• Responsáveis pelo rejuvenescimento da população:
- Lisboa e vale do Tejo, e Algarve.
Lisboa e Vale do Tejo
Algarve Norte Alentejo Açores
4,15% 4,06% 0,85% 0,99% 0,80%
PERCENTAGEM DE CRIANÇAS (DOS 0 – 4 ANOS) ESTRANGEIRAS NO TOTAL DA POPULAÇÃO RESIDENTE
Maiorpercentagem de crianças vindas dos PALOP
Maior percentagem de crianças de nacionalidade europeia
Uma escola pública nacional para um público multicultural?
0
1
2
3
4
5
6
7
8
2000-2001 2001-2002 2002-2003 2003-2004
1.º CEB
2.º CEB
3.º CEB
―Percentagem de alunos oriundos de «grupo cultural/nacionalidades» não portuguesa, no total
dos matriculados no Continente, por ciclo de estudos e anos lectivos‖
ME, GIASE, Alunos matriculados por grupo cultural/nacionalidade (00/01 – 03/04).
Dados Preliminares, 2006.
Uma escola pública nacional para um público multicultural?
Norte
1º Crianças oriundas da UE (26%)
2º Etnia Cigana (23%)
Centro
1º Crianças oriundas da UE (24%)
2º Etnia Cigana (19%)
Alentejo
1º Etnia Cigana (39%)
2º Crianças oriundas da UE (21%)
Algarve
1º Crianças oriundas da UE (33%)
2º Nacionais do Brasil
(13%)
Lisboa e Vale do
Tejo
1º Crianças provenientes dos PALOP
Naturais de
Angola (23%)
Naturais de Cabo
Verde (22%)
―Grupos culturais/nacionalidades por regiões‖
Uma escola pública nacional para um público multicultural?
Ciclo NUT 2000-2001 2001-2002 2002-2003 2003-2004
1ºCEB
Norte …………………..Centro …………………Lisboa e Vale do TejoAlentejo ………..……...Algarve ……....………..
1,83,7
12,64,8
10,4
2,34,0
13,85,8
11,7
2,64,5
14,86,7
11,3
2,54,6
13,97,3
11,7
2ºCEB
Norte ……..........……..Centro …………………Lisboa e Vale do TejoAlentejo …………..…...Algarve ……..………....
1,32,3
7,71,7
6,5
1,42,4
8,22,0
6,9
1,72,6
9,22,2
8,2
1,52,5
9,12,4
9,0
3ºCEB
Norte ………...………..Centro …………………Lisboa e Vale do TejoAlentejo ………..……...Algarve ………………..
1,22,1
6,01,0
5,8
1,42,5
7,01,2
6,6
1,52,2
7,51,7
7,5
1,32,1
7,41,6
8,7
―Percentagem de alunos oriundos de «grupo cultural/nacionalidades» não portuguesa, no total
dos matriculados, por ciclo de estudos, anos lectivos e NUT‖
ME, GIASE, Alunos matriculados por grupo cultural/nacionalidade (2000/2001 – 2003/2004).
Dados Preliminares, 2006.
Uma escola pública nacional para um público multicultural?
Fenómeno Imigratório
Emergência da questão multicultural nas escolas
portuguesas
Uma escola pública nacional para um público multicultural?
• 1993, criação de um Secretariado
Coordenador de Programas de Educação
Multicultural
«integração multiétnica, multirracial e multicultural»
Classificar
=
hierarquizar
Enclausuramento cultural de uma
«educação multicultural»
Oposto daquilo que se propõe à «maioria» uma visão distorcida
do «outro»
Amplificação da segregação da
população escolar entre
estabelecimentos de ensino
Produção de representações
estereotipadas das minorias
Classificação irreversível das mesmas
E a concluir…
Bibliografia
Sites:• http://pt.wikipedia.org/wiki/Demografia_de_Portugal
Pesquisa:• INE
• INE/SEF
Livros:• DAPP-ME, Roteiro das Escolas com Ensino Secundário, 2002-
2003
• Aprendizagem ao Longo da Vida: Um conceito utópico?
Comp. Org. e Gestão, 2006, VOL. 12, N.º 2, 283-290
• Análise Social, vol. XLII (183), 2007, 445-469
• ME, GIASE, Alunos matriculados por grupo cultural/nacionalidade
(00/01 – 03/04). Dados Preliminares, 2006.