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A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA PREVENÇÃO E CONTROLE DA DENGUE NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA: REFLEXÕES SOBRE SAÚDE E SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL LA EDUCACIÓN AMBIENTAL EN LA PREVENCIÓN Y CONTROL DEL DENGUE EN EL MUNICIPIO DE FORTALEZA; REFLEXIONES SOBRE SALUD Y SOSTENIBILIDAD AMBIENTAL Maria Goretti Moreira Ramos Mary Lúcia Andrade Correia RESUMO A presente pesquisa tem como objetivo analisar o processo educativo ambiental na prevenção e controle da Dengue no município de Fortaleza, buscando refletir sobre a sadia qualidade de vida do cidadão que depende profundamente do equilíbrio do meio ambiente em que habita e das políticas públicas que visem a garantir esse equilíbrio. A metodologia utilizada traduziu- se em uma pesquisa exploratória e descritiva, buscando levantar informações sobre o objeto em estudo, através de levantamento bibliográfico e documental, com consulta a livros, impressos, documentos eletrônicos acessíveis na rede mundial de computadores, tratados e convenções internacionais, descrevendo o seu contexto histórico. Pretende-se, com este estudo, realizar um questionamento acerca da eficácia da educação ambiental na prevenção e controle da dengue no município de Fortaleza, do embasamento legal, adotado nas políticas preventivas, bem como verificar os resultados relativos à sua eficácia (educação ambiental). Os resultados demonstram que a Educação Ambiental, no âmbito da saúde, considerada como Ação de Educação em Saúde, é uma importante ferramenta na prevenção de doenças e epidemias, dentre estas a Dengue, um grave problema de saúde pública crescente ao longo dos anos. O problema em questão auxilia na mudança de comportamento e consciência da população, motivado pelas diversas ações já realizadas, seja na esfera nacional, ou local, na certeza de que a vida, a saúde e o meio ambiente ecologicamente equilibrado são direitos essenciais ao ser humano, propulsores de um perfeito desenvolvimento, aliado à sustentabilidade ambiental. PALAVRAS-CHAVE: Educação Ambiental, Direitos Fundamentais, Saúde, Dengue, Aedes Aegypti. RESUMEN Esta investigación tiene como objetivo analizar el proceso educativo ambiental en relación al control del “Dengue” en el municipio de Fortaleza y además pretende reflexionar sobre la saludable calidad de vida de los ciudadanos, la cual depende profundamente del equilibrio del * Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2617

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A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA PREVENÇÃO E CONTROLE DA

DENGUE NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA: REFLEXÕES SOBRE

SAÚDE E SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

LA EDUCACIÓN AMBIENTAL EN LA PREVENCIÓN Y CONTROL

DEL DENGUE EN EL MUNICIPIO DE FORTALEZA; REFLEXIONES

SOBRE SALUD Y SOSTENIBILIDAD AMBIENTAL

Maria Goretti Moreira Ramos

Mary Lúcia Andrade Correia

RESUMO

A presente pesquisa tem como objetivo analisar o processo educativo ambiental na prevenção

e controle da Dengue no município de Fortaleza, buscando refletir sobre a sadia qualidade de

vida do cidadão que depende profundamente do equilíbrio do meio ambiente em que habita e

das políticas públicas que visem a garantir esse equilíbrio. A metodologia utilizada traduziu-

se em uma pesquisa exploratória e descritiva, buscando levantar informações sobre o objeto

em estudo, através de levantamento bibliográfico e documental, com consulta a livros,

impressos, documentos eletrônicos acessíveis na rede mundial de computadores, tratados e

convenções internacionais, descrevendo o seu contexto histórico. Pretende-se, com este

estudo, realizar um questionamento acerca da eficácia da educação ambiental na prevenção e

controle da dengue no município de Fortaleza, do embasamento legal, adotado nas políticas

preventivas, bem como verificar os resultados relativos à sua eficácia (educação ambiental).

Os resultados demonstram que a Educação Ambiental, no âmbito da saúde, considerada como

Ação de Educação em Saúde, é uma importante ferramenta na prevenção de doenças e

epidemias, dentre estas a Dengue, um grave problema de saúde pública crescente ao longo

dos anos. O problema em questão auxilia na mudança de comportamento e consciência da

população, motivado pelas diversas ações já realizadas, seja na esfera nacional, ou local, na

certeza de que a vida, a saúde e o meio ambiente ecologicamente equilibrado são direitos

essenciais ao ser humano, propulsores de um perfeito desenvolvimento, aliado à

sustentabilidade ambiental.

PALAVRAS-CHAVE: Educação Ambiental, Direitos Fundamentais, Saúde, Dengue, Aedes

Aegypti.

RESUMEN

Esta investigación tiene como objetivo analizar el proceso educativo ambiental en relación al

control del “Dengue” en el municipio de Fortaleza y además pretende reflexionar sobre la

saludable calidad de vida de los ciudadanos, la cual depende profundamente del equilibrio del

* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2617

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medio ambiente en que vive y de las políticas públicas orientadas a garantizar ese equilibrio.

La metodología utilizada se traduce en una investigación exploratoria y descriptiva que busca

levantar informaciones sobre el objeto en estudio a través de levantamiento bibliográfico y

documental, por medio de consulta a libros, impresos, documentos electrónicos accesibles en

la red mundial de computadoras, tratados y convenciones internacionales que describen su

contexto histórico. Los resultados demuestran que la Educación Ambiental en el ámbito de la

salud, considerada como Acción de Educación en Salud, es una herramienta importante en la

prevención de enfermedades y epidemias, entre ellas el “Dengue”, un grave problema de

salud pública que ha crecido a lo largo de los años. El problema en cuestión auxilia en lo que

se refiere al cambio de comportamiento y conciencia de la población motivado por las

diversas acciones ya realizadas, ya sea en la esfera nacional o local, y da la certidumbre que la

vida, la salud y el medio ambiente ecológicamente equilibrado son derechos esenciales del ser

humano, propulsores de un perfecto desarrollo aliado a la sostenibilidad ambiental.

PALABRAS CLAVE: Educación Ambiental, Derechos Fundamentales, Salud, Dengue,

Aedes Aegypti.

INTRODUÇÃO

A presente pesquisa tem como objetivo analisar o processo educativo ambiental na

prevenção e controle da Dengue no município de Fortaleza, buscando refletir sobre a sadia

qualidade de vida do cidadão que depende profundamente do equilíbrio do meio ambiente em

que habita e das políticas públicas que visem a garantir esse equilíbrio. Tais políticas públicas

devem ser desenvolvidas através de ações educativas que proporcionem aos indivíduos

conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias à sensibilização e conscientização da

sociedade acerca das questões ligadas ao meio ambiente, como é o caso da educação

ambiental, bem como esclarecimentos acerca das doenças, através de campanhas específicas,

posto que o direito à vida e à saúde são direitos fundamentais constitucionalmente garantidos

aos cidadãos, indispensáveis ao desenvolvimento sustentável.

Pretende-se, com a presente pesquisa, responder aos seguintes questionamentos:

1. A educação ambiental é realmente eficaz na prevenção e no controle da dengue no

município de Fortaleza?

2. Qual embasamento legal adotado nas políticas de educação ambiental voltada à

prevenção à saúde e bem-estar da população, notadamente, na prevenção e controle da

Dengue no município de Fortaleza?

3. Como é procedido o treinamento dos agentes responsáveis pela prevenção e

controle da Dengue no município de Fortaleza?

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4. Que tipo de material de divulgação é distribuído à população na prevenção e

controle da Dengue no município de Fortaleza?

5. De que forma são verificados os resultados relativos à eficácia da educação

ambiental na prevenção e no controle da Dengue no município de Fortaleza?

A metodologia utilizada traduziu-se em uma pesquisa exploratória e descritiva,

buscando levantar informações sobre o objeto em estudo, através de levantamento

bibliográfico e documental, com consulta a livros, impressos, documentos eletrônicos

acessíveis na rede mundial de computadores, tratados e convenções internacionais,

descrevendo o seu contexto histórico.

A Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988, trouxe em

seu Título II, Capítulos I e II, respectivamente, “Dos Direitos e Deveres Individuais e

Coletivos” e “Dos Direitos Sociais”, a tutela por parte do Estado da inviolabilidade do direito

à vida (Art.5º, caput) e à saúde (Art. 6º, caput), erigidos à categoria dos direitos fundamentais

de primeira e segunda geração, sendo o direito à vida “considerado o mais fundamental de

todos os direitos, já que se constitui em pré-requisito à exigência e exercício de todos os

demais direitos (Moraes, 2005).”

Nesta seara, a Lei nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990 (Lei Orgânica da Saúde),

estabelece no art. 3º que:

A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a

alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda,

a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. Parágrafo Único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do

disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade

condições de bem-estar físico, mental e social.

O art. 225, caput, da já referida Carta Magna instituiu que: “Todos têm direito ao

meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia

qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e

preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Importa salientar que, ao defini-lo como

bem de uso comum do povo, transgeracional na medida em que não pertence apenas à atual

geração, mas também às futuras gerações, a sua proteção jurídica abrigou dois objetos de

tutela ambiental: a qualidade do meio ambiente e a saúde, o bem-estar e a segurança da

população.

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Assim, fica caracterizada a íntima relação do meio ambiente ecologicamente

equilibrado e a sadia qualidade de vida dos cidadãos, uma vez que ambos estão perfeitamente

interligados, um influenciando ao outro.

Mas, como buscar essa interação? Como prover o equilíbrio do meio ambiente que

resulte numa sadia qualidade de vida dos cidadãos? A resposta a esses questionamentos veio

através de um profundo processo educativo e conscientizador do ser humano em relação ao

meio ambiente no qual habita, por isso, o inciso VI, do parágrafo 1º do supra mencionado

Art.225 da Constituição vigente, albergou a necessidade educacional ao instituir que “...§1º

Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: (...)VI- promover a

educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a

preservação do meio ambiente”.

Em cumprimento ao preceito institucional supra, foi sancionada a Lei 9.795, de 27 de

abril de 1999, que instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental, trazendo em seu art.

1º o conceito de educação ambiental, a saber:

Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e

a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e

competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do

povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Ainda em seu art. 3º, assevera que “...Como parte do processo educativo mais amplo,

todos têm direito à educação ambiental, incumbindo:

I- ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, definir

políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a educação

ambiental em todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na

conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente;

Em face do exposto, podemos perceber a importância do trinômio meio ambiente,

educação e saúde como ferramentas indispensáveis à sadia qualidade de vida da população

como um todo, bem como sua correta utilização, com vistas a proporcionar um

desenvolvimento sustentável mais dinâmico, que atinja todas as camadas sociais,

principalmente as menos favorecidas, padecendo estas de doenças e epidemias, como no caso

da Dengue.

* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2620

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1 CONTEXTO HISTÓRICO INTERNACIONAL DA EDUCAÇÃO

AMBIENTAL

A Primeira Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente Humano, sediada em

Estocolmo, em 1972 abriu caminho para a tomada de uma conscientização global acerca das

questões ambientais, muito embora já existissem vários precedentes que apontavam à

necessidade de uma inclusão da pauta ambiental nas agendas governamentais mundiais.

Por intermédio desta Conferência surgiram princípios globais fundamentais à

implementação de políticas de proteção ambiental, viabilizadas através do Plano de Ação

(Action Plan), consolidado por intermédio do Programa das Nações Unidas para o Meio

Ambiente (PNUMA), com intuito de acompanhar os problemas ambientais nacionais e

internacionais. Nesta fase, a necessidade de se iniciar a educação ambiental surgiu com a

Recomendação 96, aprovada na Conferência de Estocolmo, criando-se um Programa

Internacional de Educação Ambiental (PIEA), a cargo da Organização das Nações Unidas

para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), com enfoque interdisciplinar em todos os

níveis de ensino.

Decorridos três anos da Conferência de Estocolmo, aconteceu em Belgrado, em

1975, o Seminário Internacional de Educação Ambiental que resultou na Carta de Belgrado

onde foram apontadas as diretrizes básicas para o desenvolvimento da Educação Ambiental

na esfera global, sendo reforçada dois anos mais tarde com a Declaração de Tbilisi, realizada

em 1977, que assinalou as bases da educação ambiental, tornando-se esta última, referência

internacional na evolução da Educação Ambiental.

Dez anos mais tarde, em 1987, o Congresso de Moscou confirmou os objetivos e os

princípios orientadores para a Educação Ambiental propostos em Tbilisi, que deveriam ser

considerados como alicerces para o seu desenvolvimento em todos os níveis de ensino (além

dos formais e informais).

Em 1992, com a realização da Conferência RIO 92, surgiram mais dois importantes

documentos que contribuíram para o aprimoramento da educação ambiental: a Agenda 21,

cujo capítulo 36 foi especialmente dedicado à educação ambiental, e o Tratado de Educação

Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, com enfoques de

sustentabilidade equitativa e aumento da consciência pública.

* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2621

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Em 1997, a Declaração de Thessaloniki trouxe um novo vocábulo em substituição à

educação ambiental, denominado “Educação para o Desenvolvimento Sustentável”, com um

apelo mais voltado à questão da sustentabilidade contida no Cap. 36 da Agenda 21.

Por fim, a Conferência Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável realizada em

Joanesburgo, em 2002, proporcionou um momento de reflexão sobre o andamento da

educação ambiental no nível global. Na ocasião foi proclamada pela Organização das Nações

Unidas (ONU), através da Resolução nº 57/254, a Década das Nações Unidas da Educação

para o Desenvolvimento Sustentável, no período dos anos de 2005 a 2014, a cargo da

Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). A Década

ainda se encontra em desenvolvimento, com a realização de eventos globais ligados à

educação ambiental.

2 CONTEXTO HISTÓRICO NACIONAL DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Após a ocorrência da Conferência de Estocolmo, marco internacional que inaugurou

a pauta ambiental global, em 1972, foi criado pelo governo brasileiro, no ano seguinte, 1973,

a Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA), através do Decreto nº. 73.030/73 (revogado

pelo Decreto nº. 99.604, de 13.10.1990) cuja missão precípua era criar uma agenda ambiental

oficial acerca dos problemas locais ligados ao meio ambiente, competindo, em seu art. 4º, i):

“promover, intensamente, através de programas em escala nacional, o esclarecimento e a

educação do povo brasileiro, para o uso adequado dos recursos naturais, tendo em vista a

conservação do meio ambiente ” .

Oito anos mais tarde, a Lei nº. 6.938/81, que instituiu a Política Nacional de Meio

Ambiente, trouxe em seu bojo, notadamente no art. 2º, X, a “educação ambiental a todos os

níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para

participação ativa na defesa do meio ambiente.” (BRASIL, 1981).

Com a promulgação da Carta Constitucional, em 5 de outubro de 1988, a proteção ao

meio ambiente ganhou relevância em nosso cenário nacional, dado ao direito

constitucionalmente garantido ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 225) caput

“bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida”, tendo o § 1º disposto

que: “Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:(...)VI – promover

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a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a

preservação do meio ambiente ”.

A Agenda 21 global, lançada durante a RIO-92, um dos importantes documentos

globais considerados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e

Cultura (UNESCO), de natureza programática, originada através da “Cúpula da Terra”,

considerada por alguns doutrinadores como “a cartilha básica do desenvolvimento

sustentável”, deu ensejo, no âmbito nacional, à Agenda 21 brasileira, com vistas à

implantação de um modelo de desenvolvimento sustentável para o país, através de ações

compartilhadas entre a sociedade civil e o poder público (AGENDA 21).

Para Silvia Czapski (1998, p.51) , a Agenda 21 era um documento de ações com

medidas concretas para programar os princípios da Carta da Terra, bem como auxiliar os

países em desenvolvimento a terem acesso às tecnologias ambientalmente saudáveis e de

como fortaleceriam as instituições voltadas ao meio ambiente e desenvolvimento.

O Capítulo 36, da Agenda 21 global, tratou com especialidade da “Promoção do

Ensino, da Conscientização e do Treinamento”, buscando a “reorientação do ensino no

sentido do desenvolvimento sustentável o aumento da consciência pública”, exaltando, assim,

a educação ambiental como ferramenta indispensável nesse processo.

Segundo Dias (2004, p. 172):

A Agenda 21 não restringiu a EA à Seção IV. A Educação Ambiental está presente

em quase todos os 39 capítulos do documento, prevendo ações até o Século XXI.

(...) No Capítulo 36 da Agenda 21 sugere-se a implantação de Centros Nacionais ou

Regionais de Excelência especializados em Meio Ambiente.

Em 27 de abril de 1999, foi sancionada a Lei nº. 9.795 que instituiu a Política

Nacional de Educação Ambiental, cujo conceito de Educação Ambiental encontra-se no Art.

1º:

Art. 1o Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o

indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,

atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso

comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Mencionada Lei também tratou de pautar a educação ambiental como um

“componente essencial e permanente da educação nacional”, inserindo-a em todos os níveis

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de ensino, tanto em caráter formal e informal, corroborando, assim, com os princípios e

objetivos estatuídos em Tbilisi, em 1977. Dentre estes princípios, podemos citar no Art.4º:

Art. 4o São princípios básicos da educação ambiental:

I - o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;

II - a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a

interdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o

enfoque da sustentabilidade;

III - o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi

e transdisciplinaridade;

IV - a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;

V - a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;

VI - a permanente avaliação crítica do processo educativo;

VII - a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e

globais;

VIII - o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e

cultural.

Dentre os objetivos fundamentais da educação ambiental, destacam-se, ainda:

Art. 5o São objetivos fundamentais da educação ambiental:

I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas

múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos,

legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos;

II - a garantia de democratização das informações ambientais;

III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática

ambiental e social;

IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na

preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade

ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania;

V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e

macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade,

democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;

VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia;

VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade

como fundamentos para o futuro da humanidade.

A Política Nacional de Educação Ambiental, segundo Edis Milaré (2007, p. 165):

Veio consagrar, de maneira auspiciosa, esta nova abordagem da formação da

consciência ecológica (...) Ela não se detém nas esferas mais modestas da sociedade,

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como se aos pequenos não fossem dados voz e voto no que atine aos seus interesses

fundamentais.

Para Dias (2006, p. 26) “a educação ambiental tem como finalidade promover a

compreensão da existência e da importância da interdependência econômica, política, social e

ecológica da sociedade”, uma vez que esses elementos estão interligados, não havendo a

possibilidade de se tratar assuntos ligados à temática ambiental, sem envolver os demais.

3 A SAÚDE NO CONTEXTO AMBIENTAL COMO UM DIREITO

FUNDAMENTAL

O direito à saúde foi abrigado no Art. 6º da Constituição Federal de 1988, no rol dos

Direitos Sociais do cidadão e reafirmado no Art. 196, caput, como um “direito de todos e

dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do

risco de doença e de outros agravos”, ou seja, cabendo ao Poder Público medidas eficazes e

eficientes a fim de garantir a saúde e o bem-estar dos cidadãos, posto que é um direito

fundamental do ser humano.

Os direitos sociais, conforme Moraes (2005, p. 25)

Caracterizam-se como verdadeiras liberdades positivas, de observância obrigatória

em um Estado Social de Direito, tendo por finalidade a melhoria das condições de

vida aos hipossuficientes, visando à concretização da igualdade social, que

configura um dos fundamentos de nosso Estado Democrático, conforme preleciona

o Art. 1º, IV.

A Lei n. 8.080, de 19.9.1990, que dispõe acerca das condições para a promoção,

proteção e recuperação da saúde, além da organização e do funcionamento dos serviços

correspondentes, a exemplo do Sistema Único de Saúde (SUS), agregou à saúde fatores

determinantes e condicionantes, tais como: “a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o

meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e

serviços essenciais”. Além disso, acrescentou em seu Art. 18, ao competir, à direção

municipal do Sistema Único de Saúde (SUS), em seu inciso VI, a colaboração na

“fiscalização das agressões ao meio ambiente, que tenham repercussão na saúde humana, e

atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para controlá-las”.

Neste contexto, Freitas (2006, p. 599) afirma que:

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As questões ambientais são partes integrantes de saúde, logo, meio ambiente e saúde

relacionam-se em vários pontos. O problema do lixo, a poluição em todas as suas

dimensões, a camada de ozônio e o uso/conservação da água são apenas alguns dos

muitos exemplos que poderíamos citar. Contudo, a visão moderna de saúde que

assimila a condição de ' meio ambiente’, ainda que já aceita em documentos oficiais

diversos, não está satisfatoriamente incorporada no âmbito de diferentes grupos.

Por esse motivo, não se pode questionar a importância do meio ambiente como fator

essencial à saúde, pois esta poderá ser afetada em consequência das condições de vida do ser

humano, e essas condições estão intrinsecamente ligadas ao ambiente em que ele vive, tanto

que o Art. 225 da Carta Magna, ao consagrar “o direito ao meio ambiente ecologicamente

equilibrado”, considerou-o “essencial à sadia qualidade de vida”, ou seja, à própria saúde. Na

análise das gerações de direitos (também conhecidas por alguns doutrinadores como

dimensões de direitos), assim destacou o Ministro Celso de Mello, do STF:

O direito à saúde, como direito social, enquadra-se nos direitos de segunda geração e

o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, essencial à sadia qualidade

de vida, compreende os direitos de terceira geração, tido como direitos de

solidariedade, constituindo-se num ' momento importante no processo de

desenvolvimento, expansão e reconhecimento dos direitos humanos, caracterizados,

enquanto valores fundamentais indisponíveis, pela nota de uma essencial

inexauribilidade' (STF- Pleno-MS nº. 22164/SP – rel. Min. Celso de Mello, Diário da Justiça, Seção I, 17 nov. 1995, p. 39.206).

Assim, tanto o direito à saúde como o direito ao meio ambiente ecologicamente

equilibrado são, reconhecidamente, pilares dos direitos humanos, um, não menos essencial

que o outro, inexauríveis e indisponíveis em sua essencialidade, sendo, portanto, merecedores

de toda a atenção, sejam por parte do Poder Público ou pela coletividade.

4 A DENGUE NO BRASIL

As mudanças que ocorrem no meio ambiente têm favorecido o aparecimento de

epidemias ao longo do tempo. Dentre estas, destaca-se a Dengue, uma doença causada por

arbovírus, transmitida ao homem através da picada de duas espécies de mosquitos: Aedes

Aegypti e Aedes Albopictus, sendo este último menos frequente no ambiente urbano, ao passo

que o Aedes Aegypti se reproduz facilmente no ambiente domiciliar da população,

principalmente em recipientes onde se acumula água limpa e parada e caracterizando-se por

ser um inseto de comportamento estritamente urbano, propiciado “pela urbanização acelerada

que criou cidades com deficiências de abastecimento de água e de limpeza urbana”

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).

* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2626

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A Dengue tornou-se, nos últimos anos, problema de saúde pública para os governos

no Brasil (federal, estadual e municipal), necessitando-se, sem demora, de uma política de

prevenção e controle da doença através do combate ao Vetor, que é o mosquito Aedes

Aegypti, tendo o Ministério da Saúde, nesse sentido, instituído em 24 de julho de 2002, o

Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), contendo ações específicas a ser

desenvolvidas em parceria com governos estaduais e municipais, bem como o Comitê

Nacional de Mobilização contra a Dengue, objeto da Portaria Ministerial n º 2001, de 17 de

outubro de 2003.

O Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) incorporou experiências

nacionais e internacionais de controle da Dengue, de caráter permanente, através de

campanhas informativas aliadas à participação popular, posto que é imprescindível no

combate ao vetor, bem como fortaleceu as ações de vigilância epidemiológica e

entomológica, possuindo três objetivos: 1. Reduzir a infestação por Aedes Aegypti (com

manutenção de índices inferiores a 1%); 2. Reduzir a incidência da dengue;3.Reduzir a

letalidade por febre hemorrágica de dengue (MINISTÉRIO DA SAÚDE, PCND,2002).

Sob a ótica educacional, o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)

propiciou o desenvolvimento de “ações educativas para a mudança de comportamento e

adoção de práticas para a manutenção do ambiente domiciliar preservado da infestação por

Aedes Aegypti”, assim denominadas de: “Ações Integradas de Educação em Saúde”, um outro

contexto da educação ambiental mais voltado à saúde, porém com o mesmo enfoque de

percepção de conhecimentos, habilidades e atitudes focados no meio ambiente.

4.1 A Dengue no Município de Fortaleza

A detecção dos primeiros casos de dengue no município de Fortaleza ocorreu em

1986. No decorrer dos anos, a evolução da doença apresentou características epidemiológicas

marcadas pela circulação do vírus DEN-1, DEN-2 e DEN-3, tendo o ano de 2008 apresentado

a maior epidemia de dengue no Município, com uma curva epidêmica intensificada nos meses

de abril e maio, totalizando mais de 35.591 casos confirmados, dentre os clássicos e

hemorrágicos (Secretaria Municipal da Saúde, Fortaleza, 2009), conforme dispõe o gráfico a

seguir:

* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2627

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Gráfico 1: Número de Casos de Dengue (todas as formas), Fortaleza, 1986 a 2008.

FONTE: Boletim de Saúde de Fortaleza: Dengue (1986 a 2003) SMS/COPS/Célula de Vigilância Epidemiológica. Dados sujeitos a alterações (Atualizado em 15/01/2009). SMS-Fortaleza-Plano de Contigência para o controle da dengue no município de Fortaleza, em 2009, pg. 5.

Baseando-se em estudos epidemiológicos, percebeu-se que a sazonalidade da dengue

tem apresentado maior incidência no primeiro semestre de cada ano, notadamente no período

chuvoso, dada a maior infestação predial do mosquito Aedes Aegypti, com decréscimo dos

casos, geralmente no segundo semestre. O Núcleo de Controle de Endemias da Secretaria

Municipal de Saúde realiza análises periódicas acerca do Índice de Infestação Predial (IIP),

através de Levantamento do Índice de Amostragem Predial (LIA).

Em cumprimento aos ditames do Programa Nacional de Controle da Dengue

(PNCD), a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza elaborou o Plano de Contingência para

o Controle da Dengue no Município, contendo 61 páginas, com ações conjuntas ao controle

do Vetor, além de apresentar dados estatísticos acerca da situação epidemiológica da Dengue

nas áreas que compreendem as regionais I, II, III, IV, V e VI.

Dentre as ações em andamento, podemos destacar:

a) a assistência ao paciente acometido por Dengue (forma clássica e hemorrágica);

b) o combate ao Vetor da Dengue (Aedes Aegypti);

c) ações na rede assistencial hospitalar, incluindo-se a Atenção Básica (PSF/PACS);

d) saneamento ambiental;

* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2628

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e) Ações integradas em educação em saúde, comunicação e mobilização social, dentre

outras.

Todas essas ações fazem parte dos esforços envidados pela Secretaria Municipal de

Saúde de Fortaleza, merecendo destaque as ações integradas em educação em saúde,

comunicação e mobilização social, importante ferramenta de educação ambiental, como

veremos no capítulo a seguir.

5 AS AÇÕES EDUCATIVAS EM SAÚDE DESENVOLVIDAS NA

PREVENÇÃO E CONTROLE DA DENGUE NO MUNICÍPIO DE

FORTALEZA

Com a necessidade de ser elaborado, no âmbito dos municípios, um programa

eficiente no quesito educação em saúde e mobilização social em atendimento ao que foi

instituído no Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), o Município de Fortaleza

elaborou o Plano de Contingência para o Controle da Dengue, contendo ações de âmbito

educativo a fim de combater com maior eficácia a proliferação do Vetor. O referido plano

conta com a colaboração da sociedade através da participação popular, tida como importante

ferramenta para a prevenção e o controle mecânico do Aedes Aegypti, uma vez que a maioria

dos criadouros encontra-se no ambiente domiciliar.

As ações realizadas no município têm como objetivo alcançar o patamar sugerido

pelo Ministério da Saúde no tocante à manutenção dos índices de infestação inferiores a 1% -

índice considerado satisfatório, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo dados disponibilizados no portal da Secretaria Municipal de Saúde:

“durante os dois primeiros meses do ano de 2009, já foram realizadas 433.278 mil

visitas domiciliares pelos agentes sanitaristas, onde são repassadas orientações de

prevenção e controle da dengue, como também eliminação de criadouros, pesquisa

larvária e tratamento de depósitos”.

Essas ações conscientizam a população sobre a importância na participação da

eliminação dos criadouros do Aedes Aegypti, sendo também promovidos eventos

comunitários, visando à criação de uma conscientização coletiva e, segundo o Núcleo de

Educação em Saúde e Mobilização Social (NESMS) “a abordagem educativa através de

* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2629

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visitas domiciliares superou outras atividades, relativas à dengue”, conforme demostradas na

tabela abaixo:

ATIVIDADES DENGUE

Contatos 5.608

Divulgação/carro de som 209

Divulgação/cartazes 2.128

Divulgação/folders 5.175

Exposições 696

Gincanas 11

Monitoramentos 287

Operação Quintal Limpo 67

Palestras 2.867

Participação em eventos 245

Passeatas 106

Pedágios 15

Programas de rádio 82

Reuniões comunitárias 2.436

Reuniões de equipe 264

Treinamentos 137

Visitas domiciliares 61.601

TOTAL 81.934

FONTE: Relatório das Ações de Educação em Saúde e Mobilização Social desenvolvidas no ano de 2008.

Secretaria Municipal da saúde. Núcleo de Educação em Saúde e Mobilização Social (NESMS).

No ano de 2005 foram iniciadas as capacitações dos servidores envolvidos no Núcleo

de Educação em Saúde e Mobilização Social com vistas a serem desenvolvidas habilidades no

sentido de prover as ações educativas tanto no universo estudantil (educação formal), como na

comunidade em geral (educação informal), sendo que os servidores que já receberam

capacitação transmitirão seus conhecimentos adquiridos aos demais servidores no âmbito de

cada Regional (I, II, III, IV, V, VI). O Núcleo de Educação e Saúde e Mobilização Social

* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2630

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(NESMS) é composto atualmente por 144 (cento e quarenta e quatro) servidores distribuídos

em funções diversificadas.

Já no ano de 2009, o Núcleo intensificou suas ações educativas, tendo alcançado,

segundo levantamento realizado pelo setor, uma população estimada em 234.883 pessoas

beneficiadas, e, além dessas atividades, foi desencadeada no mês de fevereiro a Operação

Fronteira com o município de Caucaia devido às características ambientais de alto risco,

principalmente em áreas próximas ao METROFOR e ao Rio Maranguapinho, contemplando

os seguintes bairros: Tabapuá, São Miguel, Parque Albano, Guadalajara e outros. Esse

trabalho contou com a participação ativa de vários distritos, como: Educação, Infra-Estrutura,

Meio Ambiente, Ação Social e os setores de Epidemiologia, Vigilância Sanitária e Controle

Vetorial (Principais Ações Educativas Realizadas em Dengue - Jan. a Jun./2009).

A tabela abaixo mostra as principais ações realizadas no primeiro semestre de 2009,

nos municípios de Caucaia e Fortaleza:

AÇÕES DESCRIÇÕES RESULTADOS INDICADORES

ALCANÇADOS

OPERAÇÃO QUINTAL

LIMPO

Esta ação consiste na retirada do lixo exposto

inadequadamente nos

quintais dos domicílios

e nas proximidades.

Foram efetivadas 83 ações de Quintal Limpo

com a retirada de 325

toneladas de lixo.

Redução dos depósitos inservíveis do meio

ambiente, que servem

de criadouros do

mosquito transmissor

da dengue.

PALESTRAS Consiste no repasse de

informações sobre as

medidas de prevenção

da dengue.

Foram proferidas 1.107

ações de sensibilização.

Considerada quantidade

de pessoas informadas

sobre a dengue.

AÇÕES DESCRIÇÕES RESULTADOS INDICADORES

ALCANÇADOS

PASSEATAS Consiste em mobilizar

grande contingente de pessoas sobre a

problemática da

dengue.

Foram realizadas 15

ações de sensibilização.

Grande quantidade de

pessoas sensibilizadas para a problemática em

pauta.

CAPACITAÇÃO Consiste na formação

de agentes

multiplicadores para o

repasse de informações

inerentes à prevenção

da dengue.

Foram realizadas 61

ações de capacitações.

Considerada quantidade

de pessoas capacitadas

para transmissão das

mensagens educativas.

* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2631

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EXPOSIÇÕES

EDUCATIVAS

Esta ação consiste na

amostra do ciclo

evolutivo do mosquito

Aedes Aegypti.

Foram realizadas 300

exposições educativas

com ovo, larva, pulpa e

mosquito Aedes

Aegypti.

Número significante de

pessoas informadas

sobre a transmissão da

dengue.

VISITAS

DOMICILIARES

Realizadas nos bairros

com maior índice de

infestação do mosquito

Aedes Aegypti e casos

de dengue.

Foram realizadas 4.987

visitas.

Pessoas informadas e

sensibilizadas para

contribuir com as ações

de controle da dengue.

FONTE: Secretaria Municipal da Saúde. Principais Ações Educativas Realizadas em Dengue- Jan. a

Jun./2009

Com o intuito de ampliar as ações educativas e preventivas no combate ao Vetor da

Dengue a Secretaria Municipal da Saúde tem buscado realizar parcerias com a sociedade

civil, contando com o apoio de diversos setores, dentre estes: Câmara de Dirigentes Lojistas

(CDL), Universidades Públicas e Privadas, notadamente, os cursos e Centro de Ciências da

Saúde (CCS) Escolas Públicas e Privadas, Corpo de Bombeiros, Igrejas, Policia Militar,

Ordem dos Advogados do Brasil - Secção Ceará (OAB-CE) e Sindicato da Construção Civil

(SINDUSCON).

Segundo dados coletados no Núcleo de Educação e Saúde e Mobilização Social

(NESMS) a abordagem educativa através de visitas domiciliares, superou as outras atividades,

principalmente por terem sido realizadas 67 ações de Quintal Limpo, onde em cada operação

foram visitadas, em média 1.000 residências com o recolhimento de 355.850 toneladas de lixo

exposto inadequadamente nos quintais dos domicílios e nas proximidades que são possíveis

criadouros do Aedes Aegypti (SMS - Principais Ações Educativas Realizadas em Dengue –

Jan. a Jun./2009).

Para subsidiar essas ações educativas o Núcleo de Controle de Endemias, através dos

Distritos Técnicos (DTs) de cada Regional (I, II, III, IV, V, VI) realiza o levantamento dos

índices de infestação do Vetor da dengue e repassa aos demais setores envolvidos no Plano de

Contingência a fim de que possam ser desenvolvidos os indicadores que orientarão as

mencionadas ações de educação na prevenção e controle do Vetor. È relevante ressaltar que o

índice preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de até 1%, índice este que

seria perfeitamente alcançado não fosse à problemática dos imóveis que se encontram

fechados ou apresentam recusa à visita domiciliar por parte de seus proprietários, bem como

os terrenos abandonados, cuja propriedade é incerta.

* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2632

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Atualmente, segundo dados do setor, atualizados até 31 de julho de 2009, o índice

geral de infestação predial no primeiro ciclo foi de 0,68% e no segundo ciclo foi de 2, 25%,

não significando, necessariamente, uma equivalência proporcional ao número de casos

notificados de dengue no município.

Traçando-se um comparativo entre o número de casos notificados de Dengue no

Município de Fortaleza, entre os anos de 2007, 2008 e 2009, percebe-se que, em relação ao

último ano, houve um decréscimo no número de casos, conforme gráfico a seguir:

FONTE: SMS/COPS/Célula de Vigilância Epidemiológica/SINANW

*Dados sujeitos a Alterações (Informações até 30 de julho de 2009)

Do acima exposto, percebeu-se que, em relação aos anos de 2007 e 2008, o primeiro

semestre de 2009 apresentou redução significativa de casos notificados possivelmente

decorrentes do fortalecimento das ações educativas de prevenção e controle da dengue por

parte dos setores responsáveis, em cumprimento às políticas contidas no Plano de

Contingência Municipal, bem como ao Plano Nacional de Controle da Dengue, de âmbito

Federal, aliados à participação popular, razão de ser de toda medida educativa, seja na esfera

da saúde ou na ambiental.

CONCLUSÕES

* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2633

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A Carta Magna de 5 de outubro de 1988 erigiu à categoria dos direitos fundamentais

de primeira, segunda e terceira gerações (ou dimensões), respectivamente, o direito à vida

(art. 5º, caput), à saúde (art. 6º, caput) e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art.

225, caput). Com isso, formou-se entre eles um verdadeiro trinômio, ferramentas

indispensáveis à sadia qualidade de vida da população como um todo, bem como sua correta

utilização com vistas a proporcionar um desenvolvimento sustentável mais dinâmico, que

atinja todas as camadas sociais, principalmente as menos favorecidas, padecendo estas de

doenças e epidemias, como no caso da Dengue.

Neste contexto, a Legislação (Lei nº. 8.080, de 1990 - Lei Orgânica da Saúde), ao

definir os fatores determinantes da saúde, inserindo-se entre esses o meio ambiente e a

educação, agregou-os de tal maneira que se tornou indispensável a implementação de ações

educativas com vistas à criação de uma conscientização pública acerca dos fatores ambientais

que propiciam o aparecimento de doenças e epidemias.

Assim, a Educação Ambiental ganhou forças ao longo do tempo, seja na esfera

internacional, por intermédio dos grandes encontros internacionais que ampliaram as suas

ações e objetivos, dentre esses o Encontro de Belgrado, Tbilisi, Rio 92, Thessaloniki e

Joanesburgo (os últimos focando uma educação para o desenvolvimento sustentável), seja na

esfera nacional, com a ampliação da temática ambiental inserida na legislação, especialmente,

na Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº. 9795/99), além de propagar a discussão

da Agenda 21 brasileira no âmbito dos Municípios, através da criação de Agendas locais

focadas no Desenvolvimento Sustentável.

A Educação Ambiental contribuiu, assim, com as ações planejadas pelo poder

público no combate às epidemias, em especial à Dengue, sendo inserida no Programa

Nacional de Controle da Dengue (PNCD) através do desenvolvimento de “ações educativas

para a mudança de comportamento e adoção de práticas para a manutenção do ambiente

domiciliar preservado da infestação por Aedes Aegypti”, assim denominadas de” Ações

Integradas de Educação em Saúde”, um outro contexto da educação ambiental mais voltado à

saúde, porém com o mesmo enfoque de percepção de conhecimentos, habilidades e atitudes

focados no meio ambiente.

Tomando como exemplo o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), do

Governo Federal, o Município de Fortaleza elaborou o Plano de Contingência para o Controle

da Dengue no Município, contendo este 61 páginas, com ações conjuntas ao controle do

Vetor, além de apresentar dados estatísticos acerca da situação epidemiológica da Dengue nas

* Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010 2634

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áreas que compreendem as regionais I, II, III, IV, V e VI, servindo os mesmos como um

embasamento legal adotado nas políticas de prevenção à saúde e bem-estar da população, bem

como no combate ao Vetor transmissor da Dengue, o mosquito Aedes Aegypti.

As ações educativas realizadas no município objetivaram alcançar o patamar

sugerido pelo Ministério da Saúde no tocante à manutenção dos índices de infestação

inferiores a 1% - índice considerado satisfatório segundo a Organização Mundial de Saúde

(OMS). Para alcançar tal intento, várias ações de educação em saúde e mobilização social

foram e continuam sendo realizadas ao longo do ano em curso, observando-se a sazonalidade

de casos diagnosticados de dengue no município, sendo sempre enfocada a participação da

população na prevenção e controle do mosquito transmissor, com a necessária eliminação dos

focos de transmissão, devidamente monitorados pelo Núcleo de Controle de Endemias.

Conclui-se que a Educação Ambiental, no âmbito da saúde, considerada como Ação

de Educação em Saúde, é uma importante ferramenta na prevenção de doenças e epidemias,

dentre estas a Dengue, um grave problema de saúde pública crescente ao longo dos anos, pois

auxilia na mudança de comportamento e consciência da população.A sociedade é motivada

pelas diversas ações já realizadas, seja na esfera nacional, ou local, na certeza de que a vida, a

saúde e o meio ambiente ecologicamente equilibrados são direitos tão essenciais ao ser

humano, propulsores de um perfeito desenvolvimento aliado à sustentabilidade ambiental.

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