a educaÇÃo do campo na ilha de superagui: o conhecimento da pesca artesanal adentra na escola...
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A EDUCAÇÃO DO CAMPO NA ILHA DE SUPERAGUI: O CONHECIMENTO DA PESCA ARTESANAL ADENTRA NA ESCOLA
Autor: Isabelle Leal de Lima¹, Orientador: Roberto Martins de Souza²E-mail: [email protected]¹/ [email protected]²
Campus Paranaguá
Diante da perspectiva da educação do campo como forma de um resgate aos direitos de uma parcela da população que se encontram marginalizadas pelas políticas publicas e padece de um histórico déficit educacional o PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à docência) de Licenciatura em Ciências Sociais do IFPR - Paranaguá analisa essa proposta de construção da educação do campo/Ilhas na comunidade de Barra de Superagui no município de Guaraqueçaba, tendo como princípio conhecer e sistematizar a realidade local do trabalho e cultura de grupos sociais étnicos, autodenominados pescadores artesanais para articular esses conhecimentos com os conteúdos estruturantes das Diretrizes Curriculares Estaduais do Paraná. E assim construir a proposta de educação do campo a partir da área de conhecimento Ciências Humanas I, de maneira que, segundo Souza 2008, “a educação do campo valorize os conhecimentos da prática social dos moradores, enfatizando o campo/ Ilha como um lugar de trabalho moradia, lazer, sociabilidade, identidade como um lugar de possivel reprodução social e desenvolvimento sustentável”.
INTRODUÇÃO A metodologia resultou no trabalho de investigação da realidade social, após estudos da temática dos pressupostos e Diretrizes Estaduais da Educação do Campo e o PPP da Ilhas (SEED, 2009). Através de uma investigação empírica buscamos conhecer a realidade local dos moradores da Ilha Posteriormente, preparamos os Planos de Aula dirigidos para o segundo ano do ensino médio, utilizando a didática da pedagogia histórico-crítica (GASPARIM, 2013). Importa salientar que desenvolvemos o Eixo Temático 2 do PPP das Ilhas: Sociedade e Estado. Partindo desse Eixo promovemos a integração pedagógica – Eixo e conteúdo estruturante da área de conhecimento na área de Ciências Humanas I (Filosofia e Sociologia).
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃOO projeto ainda se encontra em desenvolvimento, todavia até o momento, após investigações na comunidade e na Escola, foi possível evidenciar a pouca dialogia entre os eixos temáticos propostos pelo PPP da Ilhas e os conteúdos estruturantes da área de Ciências Humanas I. A despeito dessa distância observa-se que o discurso dos pescadores artesanais explicitam as situações cotidianas mantidas pela tradicionalidade desse grupo social e, revelam sua substância na medida em que os conflitos sociais com a Unidade de Conservação – Parque Nacional de Superagui – são informados pela comunidade nas oficinas de troca de experiências realizadas na escola. Ao articular os conteúdos estruturantes – Ideologia e Poder - a tais saberes tradicionais, organizamos o Plano de Aula tendo como objetivo o estranhamento e desnaturalização do discurso dominante baseado na ideologia preservacionista que anula material e simbolicamente as condições de existência social dos pescadores artesanais, na medida em que se revela seu perfil hegemônico.
Fig. 2 – Bolsistas entrevistando moradores Figura 3: Alunos do segundo ano da Escola do Campo Ilha de Sueragui, 2014Figura 1: Reunião com supervisora para análise do PPP das Ilhas, 2014
BRASIL. Conselho Nacional de educação Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CEB 01, DE 3 DE ABRIL DE 2002. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf /CEB012002.pdfPARANÁ. Proposta Política Pedagógica das Ilhas do Litoral Paranaense. SEED.2009.PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná – Educação do Campo. SEED.2006SOUZA, M.A. Educação do campo: politicas, práticas pedagógicas e produção científica. Educ. Soc., Campinas, vol. 29, n. 105, p. 1089-1111, set./dez. 2008
CONCLUSÕESAtravés da experiência do PIBID podemos perceber a importância do projeto na formação docente, ao mesmo tempo que, trabalhar com a perspectiva de realidade social acaba se tornando um auxílio fundamental para o preparo das aulas na perspectiva pedagógica histórico-crítica, pois ao inserir temas do cotidiano considerando a interpretação que os próprios sujeitos sociais fazem da sua realidade social estamos criando as condições para a prática educativa dialógica, ou seja, a própria práxis educativa nas palavras de Paulo Freire.