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A econommia brasileira a partir de 1985 IFMG - Campus Betim Professor Diego Alves de Oliveira Disciplina de Geografia - 3º Ano 2016

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A econommia brasileira a partir

de 1985

IFMG - Campus Betim

Professor Diego Alves de Oliveira

Disciplina de Geografia - 3º Ano

2016

A economia brasileira a partir

de 1985

regime militar;

ciranda financeira;

aumento constante da inflação;

renda se concentrava aceleradamente;

O plano Cruzado

• O Congresso Nacional e os

representantes dos partidos políticos que

formavam o Colégio Eleitoral elegeram,

em 1985, Tancredo Neves e seu vice,

José Sarney.

• Durante seu mandato, buscou

implementar reformas, visando estabilizar

a economia e obter apoio popular.

O plano Cruzado

• Tentou vários pacotes econômicos, mas o principal foi o este, lançado em 28/02/1986. Ele troca a moeda (1000 cruzeiros passam a valer 1 cruzado) e congela os preços e salários.

• Só o salário mínimo foi reajustado (16%) e todos foram definidos com base no poder de compra médio + 8%. Junto com outras medidas o plano aumentou rapidamente o poder de compra dos assalariados.

O plano Cruzado

• O plano teve amplo apoio em vários

setores da sociedade. Surgiram os "fiscais

do Sarney". A inflação caiu muito e

vertiginosamente até 10/1986. O PMBD,

neste ano, elegeu 22 dos 24

governadores do país.

O plano Cruzado

• Aumenta a demanda.... os produtos somem das prateleiras.... escassez (qual a origem? consumidor ou fabricante?) resultou na cobrança de ágio pela comercialização.

• A economia do Brasil era muito fechada (era?) e o governo não podia importar bens de consumo para combater o aumento de preços.

O plano Cruzado

• A situação ficou fora de controle e voltou o reajuste de preços, com a volta da inflação, devido a:

• - cobrança de ágio na comercialização de produtos;

• - falta de concorrência dos produtos importados;

• - contínua desvalorização da moeda nacional frente ao dólar (eleva preço do produto importado - petróleo, trigo, máquinas);

• - mantém o déficit público, que gera nova ciranda financeira.

O plano Cruzado

• Após a eleição de 1986, foi lançado o Plano Cruzado II, com reajustes nas tarifas públicas e grande aumento de impostos indiretos, reduzindo o poder de compra da população.

• Em 1987 foi extinto o controle dos preços e a correção monetária voltou a ser mensal, provocando novamente diminuição dos salários.

• Foi decretada a moratória do pagamento da dívida externa, bloqueando o ingresso de capital estrangeiro no país.

O plano Cruzado

• Os últimos anos do governo Sarney foram

marcados pela perda de popularidade, outros

planos econômicos (Bresser e Verão), que não

resultaram em sucesso.

• A inflação chegou a 53% em dezembro de

1989 e 85% em março de 1990.

• Resumo da política e econômia na década

de 1980: página 32, 2º coluna, 2º e 3º

parágrafo.

O plano Collor

• Collor foi eleito em 1990, sendo o 1º eleito

pelo voto popular após o fim do regime

militar.

• Um dia após a posse, foi lançado o Plano

Collor. Ele foi baseado no confisco por 18

meses dos depósitos bancários em

dinheiro superiores a 50 mil cruzeiros

(cerca de 6.800,00 reais em 2012).

O plano Collor

• A intenção era reduzir o consumo, e assim, frear a inflação. A falta de dinheiro em circulação levou a inflação de 85% em março para 14% em abril de 1990.

• Poderia haver a liberação antecipada dos recursos, mediante pedido ao Ministério da Fazenda, que analisava os pedidos caso a caso. Ex: empresas podiam pagar os salários, pessoas doentes para tratamento.

O plano Collor

• Estas exceções formavam pressões por políticos e lobistas para obtê-las, levando a uma grande corrupção.

• Os demais receberam seu dinheiro de volta em 18 vezes, começando após os 18 meses de confisco.

• Segundo cálculos da época, o poder de compra do dinheiro devolvido havia sido reduzido em 40% aproximadamente.

O plano Collor

• Ainda em 1991, houve a permissão para elevação de preços de alguns serviços privados e tarifas públicas, o que provocou a volta da inflação, antes de 1 ano do plano Collor.

• Esse plano, abaixou o valor da inflação porque provocou a falta de dinheiro em circulação. Houve uma recessão, em 1992, o PIB teve queda de 0,5%, aumentou o desemprego, a economia informal.

• Enfim, o plano do promoveu crescimento econômico, distribuição de renda e nem combate do déficit público.

O plano Collor

• Outros 3 aspectos desse plano, que foram continuados por Itamar e FHC

são:

• 1) Diminuição da participação do Estado no setor produtivo,

privatizando empresas (foram 18, como a Usiminas e a Embraer) e

concessão e exploração de infraestrutura (rodovias, portos,

ferrovias, hidrelétricas);

• 2) Eliminação dos monopólios do Estado em telecomunicações e

petróleo e fim da discriminação ao capital estrangeiro;

• 3) Abertura da economia ao ingresso de produtos e serviços

importados (por meio de redução de impostos, reservas de mercado

e cotas de importação)

A abertura comercial, a privatização e

as concessões de serviços

• Este processo merece atenção devido a sua influência no processo de industrialização do Brasil.

• Esta abertura do mercado brasileiro a partir da década de 1990 favoreceu a compra no exterior de máquinas e equipamentos industriais muito modernos, promovendo uma modernização do parque industrial brasileiro e aumento da produtividade.

A abertura comercial, a privatização e

as concessões de serviços

• A capacidade de competição no mercado

internacional também melhorou, mas este

processo levou a um grande desemprego

estrutural.

• Principalmente no setor de bens de consumo, a

entrada de produtos importados de países que

aplicavam muitos subsídios às exportações e

pagavam baixíssimos salários (China) causou a

falência de muitas indústrias nacionais,

aumentando ainda mais o desemprego.

A abertura comercial, a privatização e

as concessões de serviços

• Contudo, a concorrência com mercadorias importadas fez a qualidade de muitos produtos melhorar, e ainda uma grande redução dos preços, beneficiando o consumo.

• Na indústria automobilística, apesar de ter havido grande redução de trabalhadores, houve um aumento do número de instalações industriais, com novas fábricas e novos investimentos nas empresas que já estavam instaladas aqui.

A abertura comercial, a privatização e

as concessões de serviços

• Gráficos e mapa da página 35.

• Além do número de fábricas, aumentou

também a dispersão espacial (até então,

haviam indústrias apenas em São Paulo e

Minas Gerais). Em 2008, o Brasil foi o 5º

produtor mundial de automóveis.

A abertura comercial, a privatização e

as concessões de serviços

• Os processos de privatização de empresas e concessão de serviços tem aspectos positivos e negativos.

• As empresas estatais, dependiam de recursos do governo e não pagavam impostos, ao privatizar, houve uma troca.

• Nos setores de transportes e telecomunicações, além de serem deficitárias, os sistemas eram muito deficientes e o Estado não conseguia recuperá-los.

A abertura comercial, a privatização e

as concessões de serviços

• As rodovias estavam em péssimo estado de

conservação e uma linha telefônica era

considerada patrimônio pessoal, custando 5.000

reais em 1995 no mercado paralelo, além de ter

taxas defasadas e preços manipulados, para

que não pressionassem a inflação. Depois do

processo, eles passaram a operar em melhores

condições, à custa de aumento nas tarifas.

• Gráficos página 36.

A abertura comercial, a privatização e

as concessões de serviços

• Acusação ao governo "vender o patrimônio do

Estado e abandonar a infraestrutura nas mãos

da iniciativa privada, com claro prejuízo para a

população"

• O Estado continua comandando todos os

setores concedidos e privatizados, por

meio das agências reguladoras:

A abertura comercial, a privatização e

as concessões de serviços

• Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel);

• Agência Nacional de Telecomunicações

(Anatel);

• Agência Nacional do Petróleo (ANP);

• Agência Nacional de Transportes Terrestres

(ANTT).

A abertura comercial, a privatização e

as concessões de serviços

• Por meio delas, o Estado regula e fiscaliza os serviços e controla o valor das tarifas praticadas em cada um dos setores. Os aumentos obedecem às condições estabelecidas nos contratos de concessão. Para aumentar os preços, as empresas devem cumprir metas de investimento, comprovar aumentos de custos ou registrar em contrato que o reajuste está atrelado a algum índice de inflação.

A abertura comercial, a privatização e

as concessões de serviços

• Existem vários casos de má gestão:

• Energia elétrica: 2001 (racionamento), 2009 e 2012 (apagão), em decorrência da falta de planejamento estratégico, fiscalização e investimentos no setor.

• Telefonia: sérios problemas técnicos e de atendimento ao consumidor, com prestação de serviços com qualidade inferior a de países desenvolvidos, onde fica a sua sede.

• Nestes casos, as agências podem aplicar multas, ou mesmo proibir a expansão do atendimento.

A abertura comercial, a privatização e

as concessões de serviços

• Também, a indexação de algumas tarifas públicas causa problemas à população e ao custo da produção industrial, porque os salários não são indexados (os reajustes - aumentos - são negociados por setor e sindicatos), e não acompanham os reajustes das tarifas, que sobem todo ano, enquanto o salário não sobe na mesma proporção.

• Outra crítica da privatização é que o uso do dinheiro dos leilões é direcionado ao pagamento de juros da dívida externa, sem amortizar o valor principal, e a desnacionalização do dinheiro neste processo.

A abertura comercial, a privatização e

as concessões de serviços

• Devido as privatizações e esta abertura comercial, houve um forte ingresso de capital estrangeiro em setores produtivos, antes dominados pelo Estado e por empresas de capital nacional.

• Esta entrada reduziu a dependência do capital especulativo, tornando a economia mais sólida e bem estruturada. No entanto, aumentou a saída de dólares na forma de remessa de lucros e pagamento de royalties às matrizes das empresas aqui instaladas.

A abertura comercial, a privatização e

as concessões de serviços

• Para equilibrar o balanço de pagamentos, busca-se aumentar as exportações, ou o fluxo de investimentos estrangeiros, a internacionalização de empresas brasileiras, por exemplo.

• Apesar de todo este processo, a economia brasileira ainda é muito fechada, quando comparada a outras (desenvolvidos ou emergentes). Em 2011, a participação mundial era de 1,8% nas exportações e 1,6% nas importações.

• Os déficits públicos da década de 1990 se transformaram em superavit devido a desnacionalização da economia, aliado a modernização de alguns setores, aumentando a competitividade da produção agrícola e industrial no mercado internacional.

O plano real

• Itamar Franco assume em outubro de 1992, e nos 7 primeiros meses de seu mandato, passam 3 ministros pelo Ministério da Fazenda, mantendo a taxa alta de inflação e o crescimento econômico baixo.

• Ver gráfico da página 38.

• Em maio de 1993, FHC sai das Relações Exteriores e assume o Ministério da Fazenda. A intenção era colocar um político com livre trânsito entre os partidos no Congresso Nacional.

O plano real

• A ideia era iniciar o processo de estabilidade econômica por meio de negociações políticas, conduzidas por FHC.

• O governo começou cortando 3 zeros da moeda corrente, chamando-a de cruzeiro real (medida psicológica, não reduziu a inflação).

• Em março de 1994, foi lançada uma nova moeda, o Real, que neste período, esteve pareada com o dólar, com a cotação R$ 1,00 = US$1,00.

O plano real

• Para controlar esta paridade, o governo elevou as taxas de juros, para atrair capitais especulativos do exterior e aumentar as reservas de dólares do Banco Central.

• Lógica: à medida que a estabilização da moeda se consolidasse e o Congresso Nacional aprovasse as reformas estruturais necessárias ao controle do deficit público (reforma da previdência, tributária e trabalhista), haveria maior ingresso de capitais produtivos e o Banco Central poderia reduzir as taxas de juros sem comprometer o desenvolvimento econômico.

O plano real

• Antes da substituição do Cruzeiro Real pelo Real, houve

uma transição, com a Unidade Real de Valor (URV), que

variava em função do dólar e tinha uma inflação muito

baixa (menor que 5% ao ano).

• Ver legenda da figura do dólar da página

39.

O plano real

• O plano garantiu a vitória de FHC nas eleições de 1994 e 1998.

• Houve de imediato, um aumento de 28% no poder aquisitivo da população de baixa renda, como resultado do controle da inflação, que antes, não era repassada integralmente aos salários nas épocas de reajuste.

• Este aumento do poder de compra incluiu no mercado de consumo muitas famílias que estavam abaixo da linha da pobreza, estimulando o aumento da produção industrial.

• Gráfico página 39 e tabela página 40.

O plano real

• Mas o Banco Central manteve a taxa de juros devido:

• 1) falta de acordo quanto aos projetos de

reforma enviados ao Congresso;

• 2) o déficit comercial resultante da

manutenção de uma taxa de câmbio irreal;

• 3) ocorrência de crises externas que

reduziram a entrada de dólares na

economia brasileira.

O plano real

• Esta manutenção de juros altos inibe o desenvolvimento de atividades produtivas, limitando o desempenho do PIB.

• Assim, a patir de 1997, os ganhos de renda da população de menor poder aquisitivo foram anulados pelo aumento dos índices de desemprego e de inflação não repassada aos salários.

• Mesmo se mantendo baixa, a inflação ano a ano reduziu o poder aquisitivo dos assalariados.

• Ler texto da página 40.

O plano real

• Esta manutenção de juros altos inibe o desenvolvimento de atividades produtivas, limitando o desempenho do PIB.

• Assim, a patir de 1997, os ganhos de renda da população de menor poder aquisitivo foram anulados pelo aumento dos índices de desemprego e de inflação não repassada aos salários.

• Mesmo se mantendo baixa, a inflação ano a ano reduziu o poder aquisitivo dos assalariados.

• Ler texto da página 40.

Estrutura e distribuição da indústria

brasileira