a dança falada

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1º ENCONTRO INTERINSTITUCIONAL DO PIBID-UERGS/2º ENCONTRO INSTITUCIONAL DO PIBID- UERGS/2º SEMINÁRIO ARTE E EDUCAÇÃO NA UERGS 6, 7 e 8 de dezembro de 2012 – MONTENEGRO/RS A Dança Falada Alex Sandro Gonzaga (PIBID/CAPES/UERGS) Orientadora Drª Cristina Rolim Wolffenbüttel (PIBID/CAPES/UERGS) Resumo: A pesquisa investiga o uso da palavra falada, transversalizada à dança, como alternativa de aprendizado escolar de estudantes do 6° ao 9° anos do Ensino Fundamental da Rede Estadual de Ensino do Rio Grande do Sul. A pesquisa ratifica a importância da interdisciplinaridade na escola, considerando-se as disciplinas de Artes, notadamente a Dança. Apresenta o uso da língua portuguesa e estrangeira durante a vivência de dança, auxiliando o estudante na potencialização da mecânica do palato bucal, emissão e compreensão da voz, aprimorando a cognição e a intelecção do mesmo. Fundamenta-se em Folmer-Johnson (1968) e Karl Bühler (2011, 1934), que teorizam sobre a expressividade, representação e apelo da voz humana, enfatizando a importância do uso da palavra falada no processo de ensino e aprendizagem. Palavras-chave: dança, educação, psicomotricidade. A Dança Falada O profissional de dança que a UERGS prepara para o mercado de trabalho, antes de artista, é um professor, um pedagogo que irá contribuir com a formação discente, desempenhando um papel importante no processo de aprendizagem dos alunos, ao passo que sua prática de construção do corpo tem reflexos significativos no desempenho de sala de aula. Em relação a este aspecto, emerge um questionamento: Em que medida a dança realmente contribui para a aprendizagem de estudantes? Deste modo, esta investigação pretende evidenciar ou refutar o quanto a dança na escola pode contribuir com a formação integral de estudantes. Muitas vezes, este aprendizado pode ser dificultado por algumas disfunções apresentadas na fala, na visão ou na cognição. Pensando que a dança pode aguçar estruturas de cinestesia-corporal, lógica-matemática, linguística, e, também, as personalidades introvertida e extrovertida, talvez seja um elemento propulsor do aprendizado escolar. Neste

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1º ENCONTRO INTERINSTITUCIONAL DO PIBID-UERGS/2º ENCONTRO INSTITUCIONAL DO PIBID-UERGS/2º SEMINÁRIO ARTE E EDUCAÇÃO NA UERGS

6, 7 e 8 de dezembro de 2012 – MONTENEGRO/RS

A Dança Falada

Alex Sandro Gonzaga (PIBID/CAPES/UERGS) Orientadora Drª Cristina Rolim Wolffenbüttel (PIBID/CAPES/UERGS)

Resumo: A pesquisa investiga o uso da palavra falada, transversalizada à dança, como alternativa de aprendizado escolar de estudantes do 6° ao 9° anos do Ensino Fundamental da Rede Estadual de Ensino do Rio Grande do Sul. A pesquisa ratifica a importância da interdisciplinaridade na escola, considerando-se as disciplinas de Artes, notadamente a Dança. Apresenta o uso da língua portuguesa e estrangeira durante a vivência de dança, auxiliando o estudante na potencialização da mecânica do palato bucal, emissão e compreensão da voz, aprimorando a cognição e a intelecção do mesmo. Fundamenta-se em Folmer-Johnson (1968) e Karl Bühler (2011, 1934), que teorizam sobre a expressividade, representação e apelo da voz humana, enfatizando a importância do uso da palavra falada no processo de ensino e aprendizagem. Palavras-chave: dança, educação, psicomotricidade.

A Dança Falada

O profissional de dança que a UERGS prepara para o mercado de

trabalho, antes de artista, é um professor, um pedagogo que irá contribuir com

a formação discente, desempenhando um papel importante no processo de

aprendizagem dos alunos, ao passo que sua prática de construção do corpo

tem reflexos significativos no desempenho de sala de aula.

Em relação a este aspecto, emerge um questionamento: Em que

medida a dança realmente contribui para a aprendizagem de estudantes?

Deste modo, esta investigação pretende evidenciar ou refutar o quanto a dança

na escola pode contribuir com a formação integral de estudantes. Muitas vezes,

este aprendizado pode ser dificultado por algumas disfunções apresentadas na

fala, na visão ou na cognição.

Pensando que a dança pode aguçar estruturas de cinestesia-corporal,

lógica-matemática, linguística, e, também, as personalidades introvertida e

extrovertida, talvez seja um elemento propulsor do aprendizado escolar. Neste

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sentido esta pesquisa pode contribuir com os processos de ensino e

aprendizagem.

A Voz e sua Importância

Ao tratar da voz em um sentido amplo, tem-se que a mesma é de

extrema importância na vida humana.

A voz é uma das extensões mais fortes da personalidade humana. Ao

se observar o cotidiano das pessoas, percebe-se que nunca a voz esteve em

tamanho grau de importância como na atualidade. Isso pode ser constatado

através de registros em discos e fitas de gravação, do rádio, do telefone e de

todo o sistema eletroeletrônico de transmissão de ondas sonoras, quase nos

acostumamos com a voz sem a presença do falante, ou mesmo do ouvinte.

Ao nos determos mais especificamente na emissão da voz humana,

pode-se analisá-la quanto as suas funções. Folmer-Johnson (1968), estudioso

da voz humana, propôs três funções para a voz, considerando-se a emissão

falada ou cantada. De acordo com o pesquisador, estas funções podem ser de

representação, de expressão ou de apelo (FOLMER-JOHNSON, 1968).

Adicionalmente, vale considerar os estudos de Karl Bühler (1934,

2011). Bühler, psicólogo e linguista, estudou a linguagem, criando uma "Teoria

da Linguagem. Nos anos 1980 seus estudos lingüísticos foram retomados,

especialmente no campo dos estudos de língua em uso. Neste trabalho, Bühler

constitui uma teoria da ciência da linguagem que une questões e metodologias

empíricopsicológicas com aquelas derivadas da filosofia, da linguística e da

comunicação. Partindo da psicologia Gestalt, Bühler antecipa uma abordagem

sócio-cognitiva, funcionalista, interacionista, semiótica e pragmática da

linguagem.

Mas, ao pensar sobre a voz humana em suas dimensões funcionais e

lingüísticas, e a relação com a dança, surge um questionamento. Qual a função

e/ou importância da voz para a dança? Ou, ao contrário, qual a

função/importância da dança para a voz?

Talvez, para responder a estas perguntas, seja importante considerar

que, apesar da grande importância da voz na sociedade atual, em poucas

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situações realmente sua escuta aconteça plenamente. Parece que a

dificuldade quanto à escuta da sociedade na atualidade é proporcional ao ato

de expor o pensamento em forma de palavras.

O exercício de escutar as outras pessoas tem se tornado cada vez

mais difícil. Paralelamente a esta dificuldade, parece que, do mesmo modo que

as pessoas tendem a não se escutarem, também tendem a não dizer o que

pensam. Surgem, assim, dificuldades de entendimento entre as pessoas. E,

pensando no processo de ensino e aprendizagem, estas dificuldades são

ampliadas.

Neste sentido, a dança falada, como proposição e investigação,

propõe-se a investigar junto aos estudantes do Ensino Fundamental, a partir do

uso da dança, como corporeidade e sua contribuição para o processo de

escolarização de estudantes.

A Voz e os Processos de Ensino e Aprendizagem da Dança

A realidade pedagógica em uma aula de dança solicita certa intimidade

com a estrutura da palavra falada, não permitindo, muitas vezes, propostas de

conteúdos musicais que descaracterizem a língua portuguesa, na sua estrutura

fonética e, também, em seu conteúdo de valores. Assim, músicas que contêm

excesso de monossílabos, por exemplo, não constituem um bom exemplo de

estrutura de letra.

É necessário ficar atento ao tipo de música veiculado pela mídia pois,

em diversos exemplos, estas músicas carecem de elementos importantes ao

trabalho pedagógico em dança e escolar como um todo. No entanto, cabe

salientar que não se deseja banir a música midiática da sala de aula, bem

como da escola em geral, pois este é um dos conteúdos da dança, da música e

da escola. O que se chama a atenção, neste particular, é que se torna

importante, também, procurar inserir outros conteúdos musicais nas escolas.

Objetiva-se uma ampliação quanto às formas de falar, cantar, expressar-se e

manifestar-se de um modo em geral.

Particularmente no que diz respeito à expressividade, enfatiza-se sua

primordialidade para a dança.

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No laboratório de dança, uma das propostas de trabalho em dança que

venho desenvolvendo, tenho observado mulheres que evidenciam sua timidez

na dança e que se apresenta, também, na fala. Estas constatações também

têm se apresentado no que tange a crianças.

Estes dados remetem aos estudos de Behlau, Tosi e Pontes (1985),

traduzidos na medição da capacidade de percepção auditiva de homens

(113,01 Hz), mulheres (204,91 Hz) e crianças (235.76 Hz), expondo uma

limitação masculina que, possivelmente se reflete na capacidade de perceber o

som de vogais e consoantes, as quais se tornam indispensáveis à cognição da

palavra falada.

A dança falada, assim, parece exigir uma palavra falada de qualidade,

para garantir certa absorção do aluno, através da percepção audível da divisão

silábica. O objetivo é poder acompanhar cada fonema do verso; porém, por

vezes a velocidade do mesmo passa por alterações durante a música, instante

em que um fonema que é dito em 0,415 milésimos de segundo, passa a ser

manifesto em tempo de 0,256 milésimos de segundo, por exemplo.

A qualidade de voz propagada através da entonação, firmeza, clareza

e intensidade da mesma, exige um processo de exercício direto da mecânica

de palato bucal. Para tal, o estudante necessita cantar enquanto dança. A

mecânica bucal exercitada também tem reflexo direto na melhoria do ritmo

interno, uma vez que a introspecção humana interfere na voz e também

influencia na ação psicomotora de todo o corpo.

Quando um estudante alega não conhecer a letra da música, este fato

não deveria impossibilitar que sua pronuncia ocorresse, pois o cérebro humano

é capaz de realizar um processo que deduz qual a sílaba que subsegue na

formação da palavra que o campo auditivo capta. É um sistema parecido com o

editor de texto de mensagens de aparelho de celular e que é chamado de “Text

on nine Keys” (texto em nove teclas). Neste sistema escreve-se apenas a

primeira sílaba e o resto da suposta palavra é completado pelo programa.

O cérebro faz um processo similar com os versos de uma música antes

nunca ouvida, como nas palavras vou passear, onde o cérebro completa a

palavra passear, no instante em que o aluno ouve o início da sílaba pas. Outro

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detalhe a ser considerado é que, ao tocar uma música, a memória explícita

semântica é acionada para reconhecer o que ouve, assim como a memória

implícita evoca fragmento de lembrança caso a música e o gesto de dança

possam ter sido fixados, retidos e consolidados na memória do aluno.

Associar a Fala ao Corpo

O estudante que canta enquanto dança acresce segurança à proposta

corporal realizada e aguça o potencial auditivo e o ritmo interno, de modo a

trabalhar cada fragmento de afeto relacionado ao que canta e ouve. Estes

procedimentos facilitam sua interpretação emocional naquilo que se traduz

como expressão.

O estudante com pouca ou nenhuma manifestação vocal, também

pode ocorrer em virtude de o mesmo não conseguir se escutar claramente,

dificultando a constituição de uma memória sonora durante o processo de

repetição, absorção, fixação e consolidação. Este processo resulta no

aprendizado.

Para um movimento se tornar coordenado é importante que a pessoa

escute e responda com precisão para cada estímulo sonoro, organizando sua

voz em sincronia com amplitudes de braços, recuos, avanços, giros, saltos e

quaisquer propostas motoras. Nas aulas de dança é fundamental que se

aplique uma ascendência de ritmo e cadência, para ofertar o desafio de

concentração constante às múltiplas informações elaboradas, porque toda a

compreensão adquirida potencializa o aluno para as propriedades elementares

da dança.

Nesse conjunto de novidades soma-se o equilíbrio do corpo, o qual

está sujeito a inúmeros fatores, como o ajuste da pressão dos pés junto ao

solo, o estatismo. Quando uma postura de dança evita uma base calcânea,

remete o corpo a uma espécie de flutuação de toda a massa corporal,

momento propicio para ficar com os joelhos com uma certa flexão. Tal postura

leva a um desequilíbrio constante, no qual os mecanoreceptores entram em

estado de alerta por se tratar de uma postura fora da habitual.

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O desequilíbrio momentâneo reverte-se num com amplitudes de

braços, recuos, giros, saltos, agachamentos e demais propostas motoras.

Alcançar o ponto de equilíbrio do corpo não é uma ação restrita dos

mecanorreceptores, mas, também depende do campo visual, principalmente o

que di respeito à estrutura de sistema vestibular que é formada por canais

semicirculares e responsáveis por executar a leitura da posição do corpo no

espaço gravitacional.

Esse sistema calcula sistematicamente cada rotação do globo ocular. A

psicomotricidade é acionada durante a reorganização da posição do corpo,

principalmente através do cerebelo, responsável por manter cada fuso

muscular específico.

Aguçando a Memória do Estudante

Quando um professor de dança diz que seu grupo dançará um tango, a

palavra tango não aciona as memórias implícitas e explícitas respectivas a esta

dança, sem antes acionar as regiões da amígdala basolateral e do córtex

entorrinal, os quais recebem e analisam informações sensitivas de todo o

corpo, antes de remetê-las aos centros de memória.

Após esta pré-análise e filtro, entra em ação a memória explícita, a qual

aciona a etapa episódica e a semântica. Não obstante, todas as informações

da dança tango, se e somente se, foram vivenciadas com a qualidade

necessária para serem evocadas, acionarão a memória implícita de

representação percentual e de procedimento, de maneira que formam uma

espécie de memória mais profunda e complexa, capaz de resgatar uma

informação há tempos vivida.

A área responsável por interpretar e armazenar cada informação do

som é o lóbulo esquerdo, local em que se confirma a vivência anterior da

informação de tango, a qual será associada com informações de outros

campos de memória, a fim de formatarem a racionalização do ato motor

apropriado. Evocar a informação de memória de uma música permite que a

movimentação de dança correspondente também possa ser lembrada, de

modo a evocar os detalhes necessários para a execução da dança, como a

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cinesiologia, a cadência, a letra, a velocidade, o interprete, a melodia e as

lembranças de forma geral.

Os neuroanatomistas divergem na opinião de que uma informação

mais complexa possa envolver milhões de sinapses ou não, para que uma

vivência se consolide e transite de um estágio de memória de curta para

memória de longa duração. O fato é que no período em que a memória é

remetida para um estágio mais profundo, a mesma pode ser influenciada e,

principalmente, solicitada pelo indivíduo. Isso equivale a dizer que um aluno

que vivenciou uma aula de tango em questão de minutos, na volta para casa,

ao escutar Carlos Gardel, irá lembrar-se da sua aula de tango.

Considerações Finais

Izquierdo (1997) revela que uma vivência leva de três e oito horas para

se consolidar, pois diversos setores do cérebro são acionados, dentre eles, o

sistema hipocampal, que funciona como um filtro de informações que devem

ser aproveitadas ou não pelo cérebro.

Quando ocorre uma vivência de dança, diferentes áreas do cérebro -

como o hipocampo, o córtex entorrinal e a amígdala - acionam processos

metabólicos hormonais distintos nas terminações neurais, com a função de

inibir ou facilitar a transmissão duma informação neuroquímica. É importante

mencionar que nem toda vivência é enviada para um campo de memória mais

profundo, aliás, sequer é enviada.

Segundo Izquierdo e Medina (1998), a função que tem a

responsabilidade de determinar se uma vivência é ou não importante para

seguir rumo aos centros de memória mais profundos é uma função da memória

de trabalho, a qual analisa cada evento num espaço restrito de segundos a no

máximo três minutos. A proposta de mencionar os relatos científicos de

Izquierdo e colaboradores objetiva fundamentar a análise da importância da

dança para a capacidade de evocar informações da memória de curto e longo

prazo, e que se constituem fundamentais para estudantes do Ensino

Fundamental, considerando-se a pesquisa em andamento.

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Nesse sentido, a comunidade científica preconiza que todo o processo

de memória armazena-se através de modificações na forma e função das

sinapses das redes neurais. A dança falada, através de múltiplas informações

intelectivas, faz com que se intensifique o potencial de voz do aluno. O

resultado desse processo leva ao melhor aproveitamento de elementos da

palavra falada os quais servem para ordenar as ações motoras.

Assim, o método se transforma numa ferramenta apropriada e coerente

na obtenção de modificação sináptica, importante e propícia para o processo

de absorção de conteudos intelectivos. Evidencia-se que uma das funções da

dança é garantir que haja a qualidade da informação transmitida, para que os

dados coletados possam ser fixados e remetidos para etapas futuras da

memória de curta e, também, de longa duração.

A dança falada se fixa em evocar informações, porque a sua estrutura

é um ato de novidade constante, tanto emocional quanto física. A dança aguça

o pensar do ser humano, forçando-o a constantes reflexões de sua conduta,

bem como alimenta discussão sobre sua percepção de tempo e de como vem

atuando nessa linha de tempo presente e futuro, fato que só ocorre se o

mesmo se dispõe a resgatar o seu passado de não dança. Multiplicidade

humana é o grande teor a ser investigado pela dança, sendo que, ao passo

que o profissional de dança atinge a confiança do aluno, portas da psique do

mesmo se abrem para que esse profissional, gradativamente, infiltre elementos

de valor que substanciam a essência de seu ato de dança, já que, ações

dotadas de essência, são infinitamente mais credenciadas a se tornar

consolidadas.

Por fim, explica-se que a presente pesquisa encontra-se na fase de

coleta dos dados, utilizando a plataforma Surveymonkey para a

disponibilização de um questionário composto de 10 questões. Encontra-se

disponível no link http://www.surveymonkey.com/s/HY6G5LX, envolvendo

cerca de 32 municípios do RS. A análise dos resultados parciais faz parte das

atividades do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência –

PIBID/CAPES/UERGS, participando do grupo de pesquisa “Arte: criação,

interdisciplinaridade”, da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul -

Unidade de Montenegro (CNPq/UERGS).

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