língua falada e língua escrita

20
LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA Variação Linguística Oralidade e Escrita

Upload: thaise-ferro-gomes

Post on 25-Nov-2015

45 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

  • LNGUA FALADA E LNGUA ESCRITAVariao LingusticaOralidade e Escrita

  • VARIAO LINGUSTICA

  • FENMENOS DA VARIAO LINGUSTICA1) Em sociedades complexas convivem variedades lingsticas diferentes, usadas por diferentes grupos sociais, com diferentes acessos educao formal;

  • FENMENOS DA VARIAO LINGUSTICA2) Pessoas de mesmo grupo social expressam-se com falas diferentes de acordo com as diferentes situaes de uso, sejam situaes formais, informais ou de outro tipo;

  • FENMENOS DA VARIAO LINGUSTICA3) H falares especficos para grupos especficos, como profissionais de uma mesma rea (mdicos, policiais, profissionais de informtica, metalrgicos, alfaiates, por exemplo), jovens, grupos marginalizados e outros. So as grias e jarges.

  • FENMENOS DA VARIAO LINGUSTICA4) Alm do portugus padro, h outras variedades de usos da lngua cujos traos mais comuns podem ser evidenciados abaixo.

    Uso de r pelo l em final de slaba e nos grupos consonantais: pranta/planta; broco/bloco.Alternncia de lh e i: mui/mulher; vio/velho.Tendncia a tornar paroxtonas as palavras proparoxtonas: arve/rvore; figo/fgado.Reduo dos ditongos: caxa/caixa; pexe/peixe.Simplificao da concordncia: as menina/as meninas.Ausncia de concordncia verbal quando o sujeito vem depois do verbo: Chegou duas moas.

  • FENMENOS DA VARIAO LINGUSTICA

    Uso do pronome pessoal tnico em funo de objeto (e no s de sujeito): Ns pegamos ele na hora.Assimilao do ndo em no( falano/falando) ou do mb em m (tamm/tambm).Desnasalizao das vogais postnicas: home/homem.Reduo do e ou o tonos: ovu/ovo; bebi/bebe.Reduo do r do infinitivo ou de substantivos em or: am/amar; am/amor.Simplificao da conjugao verbal: eu amo, voc ama, ns ama, eles ama.

  • PRECONCEITO LINGUSTICOLngua e statusNem todas as variaes lingsticas tm o mesmo prestgio social no Brasil. Basta lembrar-se de algumas variaes usadas por pessoas de determinadas classes sociais ou regies, para perceber que h preconceito em relao a elas.

  • PRECONCEITO LINGUSTICOO Poeta da Roa Sou fio das mata, canto da mo grossa, Trabio na roa, de inverno e de estio. A minha chupana tapada de barro, S fumo cigarro de paia de mo. Sou poeta das brenha, no fao o pap De argun menestr, ou errante cant Que veve vagando, com sua viola, Cantando, pachola, percura de am. No tenho sabena, pois nunca estudei, Apenas eu sei o meu nome assin. Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre, E o fio do pobre no pode estud. Meu verso rastero, singelo e sem graa, No entra na praa, no rico salo, Meu verso s entra no campo e na roa Nas pobre paioa, da serra ao serto. (...) Voc acredita que a forma de falar e de escrever comprometeu a emoo transmitida por essa poesia? Patativa do Assar era analfabeto (sua filha quem escrevia o que ele ditava), mas sua obra atravessou o oceano e se tornou conhecida mesmo na Europa.

  • Leia agora, um poema de um intelectual e poeta brasileiro, Oswald de Andrade, que, j em 1922, enfatizou a busca por uma "lngua brasileira". Vcio na fala Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mi Para pior pi Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vo fazendo telhados. Uma certa tradio cultural nega a existncia de determinadas variedades lingsticas dentro do pas, o que acaba por rejeitar algumas manifestaes lingsticas por consider-las deficincias do usurio. Nesse sentido, vrios mitos so construdos, a partir do preconceito lingstico.

    PRECONCEITO LINGUSTICO

  • O CERTO E O ERRADOPodemos concluir da que cada variedade tem seus domnios prprios e que no existe a variedade certa ou errada. Para cada situao comunicativa existe a variante mais ou menos adequada. certo, no entanto, que atribuda variante padro um valor social e histrico maior do que coloquial. Cabe, assim, ao indivduo competente lingisticamente - optar por uma ou outra variante em funo da situao comunicativa da qual participa no momento.

  • ORALIDADE E ESCRITA

  • ORALIDADETransmisso oral dos conhecimentos armazenados na memria humana. Antes da escrita todo conhecimento era transmitido oralmente. A lngua oral se nutre da lngua escrita, pois deve existir interao entre as duas lnguas que utilizamos no processo de comunicao.

  • ESCRITA

    A escrita uma tecnologia de comunicao, criada e desenvolvida historicamente nas sociedades humanas, que consiste em marcas num suporte significando palavras ou ideias. Na maioria das vezes, a inteno da escrita a produo de textos que sero alvos da atividade de leitura.

  • Lngua OralLngua EscritaContato direto entre os falantesContato indireto entre quem escreve e quem lInformalFormalPouca preocupao gramaticalObedece as regras gramaticaisVocabulrio reduzidoVocabulrio apurado e precisoConta com recursos extralingusticos (gestos, expresses faciais, postura) que facilitam a exposio de idiasExige esforo de elaboraoFrases feitas, clichs, chaves e provrbiosUso criativo de frases

  • Entretanto, dependendo da situao do interlocutor, mesmo na lngua falada, pode se usar uma linguagem gramatical, com pronuncia cuidada em casos formais. Tudo depende da adequao situao experimentada. Por exemplo, o telejornal falado, contudo, os textos ali pronunciados pertencem modalidade escrita. No seria conveniente que um dos apresentadores falasse: E a, pessoas! Boa noite! Vocs sabiam que os senadores inventaram outro ganha po?

  • Notcia:METEU O SABUGO NA NGA DO PM MORREU PORQUE NO SABIA FAZER BRINCADEIRA DE MO

  • METEU O SABUGO NA NGA DO PM MORREU PORQUE NO SABIA FAZER BRINCADEIRA DE MO PM QUEIMA AOUGUEIRO QUE METEU O SABUGO NA MULHER DELE GUERRA DE MILHO APAGA UM Uma guerra de sabugos de milho terminou em tragdia na noite de anteontem. Por causa dessa brincadeira o policial militar Arton de Lima, de 28 anos, apagou balas o aougueiro Humberto de Souza Gomes, de 22 anos. O crime aconteceu na praa Vasco da Gama, na vila Alabama (zona leste de So Paulo). O PM e o aougueiro estavam num nibus com mais ou menos 40 pessoas. Elas voltavam de uma excurso e faziam a maior farra dentro do bumba. Arton e Humberto comearam a atirar sabugos de milho um no outro.Os dois estavam se divertindo pacas com a guerrinha at que um sabugo pegou na mulher do soldado. Humberto falou qualquer besteira para brincar com a moa. Arton achou que o outro estava cantando sua mina e parou de zoar no ato. Quando o buso chegou, o soldado desceu na frente de todo mundo e ficou parado na porta. Assim que Humberto saiu, tomou chumbo at dizer chega. Ele morreu na hora. A chuva de balas ainda atingiu o motorista Ismael Gomes da Silva, de 30 anos, que ficou ferido no brao. A moada tentou agarrar Arton, mas ele fugiu com o berro na mo. O caso foi registrado no 50 DP (Itaim Paulista).

  • Ento pense como o nosso povo criativo. Na utilizao das palavras, focalizando no o certo e o errado, mas como algumas frases atingem o leitor e muitas vezes do margem a diversas verses, fica explicita a necessidade de atentarmos para o contexto de uma enunciao para definir o que se quer dizer; ou melhor, o que podemos entender.

  • Ento pense como o nosso povo criativo. Na utilizao das palavras, focalizando no o certo e o errado, mas como algumas frases atingem o leitor e muitas vezes do margem a diversas verses, fica explicita a necessidade de atentarmos para o contexto de uma enunciao para definir o que se quer dizer; ou melhor, o que podemos entender. Por fim, citando Bechara (1999):a linguagem sempre um estar no mundo com os outros, no como um indivduo em particular, mas como parte do todo social, de uma comunidade.