a cultura organizacional como estratÉgia para o...

25
99 A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O FORTALECIMENTO DA SUSTENTABILIDADE NAS ORGANIZAÇÕES Marilisa V. Meleti – Uni-FACEF INTRODUÇÃO A temática do desenvolvimento sustentável fascina, encanta e cativa, uma vez que este estudo evidência a atual conjuntura em que a sociedade contemporânea está inserida, bem como visa analisar o papel fundamental e transcendental da cultura organizacional como ferramenta imprescindível para promover a reformulação do tradicional modelo de gestão das empresas, perfazendo-o de maneira consciente e responsável com os valores sustentáveis. A relação entre desenvolvimento econômico e meio ambiente passou a ser um pressuposto fundamental para a persecução de melhor qualidade de vida da sociedade mundial e, por conseguinte para o perfazimento da dignidade da pessoa humana, uma vez que a definição de meio ambiente é ampla e abarca tanto o homem quanto a natureza. Este novo horizonte foi introduzido no Brasil a partir da Constituição Federal de 1988, que tutelou constitucionalmente o meio ambiente definindo os fundamentos da proteção ambiental e despertando a população brasileira para a necessidade da convivência harmoniosa e pacífica do homem com a natureza, reforçando a discussão de sustentabilidade e o paradoxo de desenvolvimento sustentável. Destaca-se que a legislação vigente tem se tornado cada vez mais rigorosa e punitiva, seja em âmbito cível, criminal ou administrativo, para as empresas que violam as regras existentes e em consequência não adotam a sustentabilidade em seu ciclo produtivo. E sendo as organizações grandes responsáveis pelas contribuições sociais e ambientais, bem como causadoras de significativos impactos ambientais,

Upload: vothuan

Post on 11-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

99  

 

A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O FORTALECIMENTO DA SUSTENTABILIDADE NAS ORGANIZAÇÕES

Marilisa V. Meleti – Uni-FACEF

INTRODUÇÃO

A temática do desenvolvimento sustentável fascina, encanta e cativa, uma

vez que este estudo evidência a atual conjuntura em que a sociedade contemporânea

está inserida, bem como visa analisar o papel fundamental e transcendental da cultura

organizacional como ferramenta imprescindível para promover a reformulação do

tradicional modelo de gestão das empresas, perfazendo-o de maneira consciente e

responsável com os valores sustentáveis.

A relação entre desenvolvimento econômico e meio ambiente passou a ser

um pressuposto fundamental para a persecução de melhor qualidade de vida da

sociedade mundial e, por conseguinte para o perfazimento da dignidade da pessoa

humana, uma vez que a definição de meio ambiente é ampla e abarca tanto o homem

quanto a natureza.

Este novo horizonte foi introduzido no Brasil a partir da Constituição

Federal de 1988, que tutelou constitucionalmente o meio ambiente definindo os

fundamentos da proteção ambiental e despertando a população brasileira para a

necessidade da convivência harmoniosa e pacífica do homem com a natureza,

reforçando a discussão de sustentabilidade e o paradoxo de desenvolvimento

sustentável.

Destaca-se que a legislação vigente tem se tornado cada vez mais rigorosa

e punitiva, seja em âmbito cível, criminal ou administrativo, para as empresas que

violam as regras existentes e em consequência não adotam a sustentabilidade em seu

ciclo produtivo.

E sendo as organizações grandes responsáveis pelas contribuições

sociais e ambientais, bem como causadoras de significativos impactos ambientais,

Page 2: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

100  

 

surge na aurora deste século a necessidade de reformulação dos tradicionais modelos

de gestão das organizações.

A gestão das empresas com vistas à aderência e à conscientização da

essência da sustentabilidade na realidade social pode ser dependente da cultura

incutida nos atores que fazem parte dessa dinâmica. Além de ser o cerne da

modificação do atual modelo de gestão das organizações, caracterizando-se como a

estratégia fundamental para tanto.

Em ambientes empresariais a cultura organizacional exerce um papel

fundamental no estabelecimento de estratégias ao se destacar como motivadora, na

promoção e divulgação de ações de sustentabilidade. Sob a perspectiva da cultura

como instrumento de poder vislumbra-se a possibilidade da cultura organizacional ser a

própria estratégia para a concretização de atitudes que tenham compromisso com a

sustentabilidade em especial nas organizações.

Atitudes conscientes e coerente com valores socioambientais podem

auxiliar as empresas deste século a construir um patrimônio intangível com

credibilidade de uma sustentabilidade efetiva e ainda alcançar uma valorização de seus

produtos no mercado, e consequentemente realizar o seu papel socioambiental.

Considerando a temática deste trabalho a globalização e a consequente

intensificação dos processos de interdependência ecológica tem impulsionado

significativas mudanças na contemporaneidade, vez que o crescimento desordenado

das empresas em prol do lucro pode ocasionar consequências imensuráveis ao meio

ambiente, que necessita de politicas públicas interligadas e interdisciplinares nos

aspectos econômicos, social e ambiental para que o crescimento do setor em discussão

seja benéfico para o desenvolvimento regional.

Ao considerar os temas sustentabilidade, estratégias e cultura

organizacional não se pode tratar qualquer um deles de forma isolada, sendo

necessário aplicá-los conjuntamente em prol de organizações sustentáveis no âmbito

econômico, social e ambiental. E no presente estudo, a proposta é discutir estes três

conceitos de forma a mostrar a sua interligação no contexto empresarial sob a ótica da

cultura organizacional como estratégia de fortalecimento do conceito de

Page 3: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

101  

 

sustentabilidade nas organizações propiciando positivamente o desenvolvimento

regional.

Espera-se que o tema abordado despertar o interesse de administradores de

empresas e gestores públicos, para impulsionar reflexões que resultem em atitudes

proativas a sociedade contemporânea no sentido de adoção de práticas

socioambientais, cuja perspectiva nos dizeres de Boaventura “vivemos uma condição

de perplexidade diante de inúmeros dilemas nos mais diversos campos do saber e do

viver. Que, além de serem fontes de angústia e desconforto, são também desafios à

imaginação, à criatividade e ao pensamento” ( 1995, p.50).

O presente trabalho tem por escopo proporcionar uma reflexão da atual

conjuntura em que as organizações estão inseridas em seu tradicional modelo de

gestão e a sua adequação aos novos paradigmas de sustentabilidade. A partir desta

reflexão surge a necessidade de buscar formas para esta adequação, ficando a

indagação da possibilidade da utilização da cultura organizacional como estratégia de

transformação.

Para concretização deste trabalho, proceder-se-á a utilização de método

dedutivo-bibliográfico, analisando obras de autores renomados. Também terá destaque

a utilização da dialética e do método analítico.

Os dados necessários ao desenvolvimento do presente projeto serão

levantados com base em pesquisa bibliográfica a partir de material já publicado sobre o

tema em livros, assim como textos e artigos publicados em anuários, revistas, inclusive,

as publicações eletrônicas, bem como a consulta em bancos de dados.

Através de coleta de dados por análise documental e bibliográfica será

categorizado os elementos representativos da cultura organizacional. A análise dos

resultados permitirá avaliar a interferência da cultura organizacional nas organizações

com a finalidade de obter-se uma organização sustentável que também contribuirá para

o desenvolvimento regional.

Ressalta-se que o presente artigo faz parte uma pesquisa de dissertação

em andamento, que avaliará se as organizações empresariais locais possuem uma

Page 4: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

102  

 

gestão socioambiental fundamentada em um processo cultural ou apenas se ajustar a

fins de evitar penalidades e sanções.

1 SUSTENTABILIDADE

O conceito de sustentabilidade ambiental tem sido abordado sob diferentes

perspectivas e, consequentemente, definições e interesses divergentes apontam para

diferentes estratégias para alcance do objetivo da sustentabilidade, cujo conceito foi

deflagrado a partir da Constituição Federal de 1988 em seu Artigo 225 “todos têm

direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e

essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o

dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”, consagrando

o meio ambiente a bem constitucionalmente tutelado.

A origem da definição clássica de sustentabilidade ambiental tem sido

atribuída ao Relatório Brundtland, também conhecido como “Our Common Future” -

Nosso Futuro em Comum - este relatório foi resultado da Comissão Mundial, das

Nações Unidas, do Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1987. O relatório lançou um

olhar mais crítico sobre desenvolvimento e estabeleceu a necessidade de agregar

sustentável ao conceito de desenvolvimento, definindo-o como processo “que satisfaz

as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras em

satisfazerem as suas próprias necessidades” (ELLIS; DESOUZA, 2009).

O relatório enquadra o assunto como de longo prazo e com impacto

permanente e a partir deste, as discussões sobre desenvolvimento sustentável

passaram a serem presentes nas diversas áreas do conhecimento e do ambiente

empresarial.

Para a concretização do desenvolvimento sustentável é necessário “a

efetivação universal do conjunto dos direitos humanos, desde os direitos políticos e

cívicos, passando pelos direitos econômicos, sociais e culturais, e terminando nos

direitos ditos coletivos, entre os quais está, por exemplo, o direito a um meio ambiente

saudável” (SACHS, 2007). E ao abarcar estes aspectos, o autor infere que o

desenvolvimento tem que ser “socialmente includente, ambientalmente sustentável e

Page 5: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

103  

 

economicamente sustentado”, o que é conhecido como o tripé das dimensões básicas

da sociedade.

A agressão aos bens da natureza representa a própria degradação do

homem, da própria teia da vida que põe em risco o seu próprio destino, correspondendo

a um dos tremendos males atuais, que está gerando o “pânico universal” e a “crise

ambiental” da contemporaneidade, e

o mero crescimento econômico, mito generalizado, vem sendo repensado com a busca de fórmulas alternativas, como o ecodesenvolvimento ou desenvolvimento sustentável, cuja característica principal consiste na possível e desejável conciliação entre o desenvolvimento integral, a preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida- três metas indispensáveis (MILARÉ, 2007, p.61).

As expressões são variadas, mas o escopo de sustentabilidade parece

convergir para um mesmo ponto. Pode-se destacar que “não existe ainda um consenso

sobre as dimensões e a essencialidade do desenvolvimento sustentável”

(NASCIMENTO E VIANNA, 2007). Contudo, concordam que as definições mais

recorrentes desenham um “trevo com três folhas” no qual a “eficiência econômica só

tem valor se conservar a natureza e produzir equidade social”.

Enfatiza-se que a questão atual é como desenvolver uma coerente

estrutura social e econômica capaz de realizar um equilíbrio entre produção/consumo e

recursos naturais, sendo fundamental “uma política ambiental vinculada a uma política

econômica, assentada nos pressupostos do desenvolvimento sustentável, é

essencialmente uma estratégia de risco destinada a minimizar a tensão potencial entre

desenvolvimento econômico e sustentabilidade ecológica” (DERANI, 2009, p.120-121).

Dentro inúmeros conceitos de sustentabilidade destaca-se que a

“sustentabilidade consiste na exploração equilibrada dos recursos naturais, nos limites

da satisfação das necessidades e do bem-estar da presente geração, assim como de

sua conservação no interesse das gerações futuras” (SILVA, 2003, p.26-27).

HAWKEN apud ELLIS e DESOUZA, 2009 se apropria de uma visão

econômica e define sustentabilidade em termos da capacidade de suporte do

Page 6: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

104  

 

ecossistema e a descreve como um sistema de “input-output”- entradas e saídas de

energia e consumo de recursos. Em uma visão econômica o ponto de equilíbrio para o

conceito de sustentabilidade seria o ponto no qual o nível de recursos naturais

utilizados pelo sistema seja igual o nível de recursos produzidos pelo mesmo sistema.

Contudo, o ponto de equilíbrio entre as entradas e consumo de recursos

pode ser apenas um ponto de partida para sustentabilidade ambiental, visto que a

essência da sustentabilidade exige muito mais do que ponto de equilibro. A expressão

“regra econômica de ouro” criada para uma economia restaurativa descreve a essência

da sustentabilidade ao ditar que “deixe o mundo melhor do que você o encontrou, não

pegue mais do que você precisa, tente não prejudicar a vida e o ambiente e faça

reparos se e quando necessário” (HAWKEN apud ELLIS; DESOUZA, 2009).

Na atual sistemática contemporânea mundial a garantia da sustentabilidade

foi considerada pela Organização das Nações Unidas-ONU como um dos objetivos

deste milênio, uma vez que:

o fator natureza é um dos pilares fundamentais à sustentação do modo de produção capitalista. Não há como conceber a realização de atividades econômicas sem que ocorram repercussões no meio ambiente, nesse sentido, quanto mais intensa a atividade econômica, em tempos de globalização, mais se fazem necessárias as normas de proteção ao meio ambiente (FIORATI,2003, p.146).

Todas as discussões direcionam à inferência que, sincronizar os processos

para cumprir os três pilares da sustentabilidade, eficiência econômica, conservação

ambiental e equidade social, não é tarefa tão simples (SMITH; FADEL, 2011).

2 ASPECTOS CONSTITUCIONAIS DA SUSTENTENTABILIDADE

No Brasil a partir da Constituição de 1988 o tema meio ambiente ganhou o

poder de constitucionalização, definindo os fundamentos da proteção ambiental e

despertando a população brasileira para a necessidade da convivência harmoniosa e

pacífica do homem com a natureza, que foi introduzida em diversos dispositivos da

Carta Magna, mas especificadamente no capítulo VI do Título VIII, ressalvando que

Page 7: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

105  

 

anteriormente o tema meio ambiente foi abordado na Lei 6.938/81 (Política Nacional do

Meio Ambiente).

A dimensão conferida ao tema vai desde os dispositivos do capítulo VI do

Título VIII, até inúmeros outros regramentos insertos ao longo do texto nos mais

diversos Títulos e Capítulos, o que pode ser considerado como um dos sistemas mais

abrangentes e atuais do mundo sobre a tutela do meio ambiente.

[...] de fato a Carta Magna brasileira erigiu-se à categoria daqueles valores ideais da ordem social, dedicando-lhe, a par de uma constelação de regras esparsas, um capítulo próprio que, definitivamente, institucionalizou o direito ao ambiente sadio como um direito fundamental do indivíduo (MILARÉ, 2007, p.42).

A partir da instituição deste novo aspecto constitucional ao meio ambiente,

surgiu efetivamente o estudo mais criterioso para com o meio ambiente, visando buscar

equilíbrio entre a proteção do meio ambiente e o respectivo incentivo ao

desenvolvimento econômico, criando um elo entre o direito ambiental e o direito

econômico.

A necessidade de um meio ambiente saudável e ecologicamente equilibrado

foi exigida em direito fundamental pelo ordenamento jurídico, visto que a preservação

da natureza em todos os seus elementos essenciais à vida humana e a manutenção do

equilíbrio ecológico, visa tutelar a qualidade do meio ambiente em função da qualidade

de vida, como uma forma fundamental da pessoa humana.

Por conseguinte, “a sustentabilidade sócio-econômico-ambiental é valor

constitucional. A constituição Federal preza concomitantemente pelo desenvolvimento

social, desenvolvimento econômico e defesa e preservação do meio ambiente” (GRIZZI,

2008, p.30).

A proteção ao meio ambiente e sua preservação é um direito difuso, já que

pertence e é obrigação de toda a coletividade, sendo um direito humano fundamental,

consagrado nos Princípios 1 e 2 da Declaração de Estolcomo,1992:

1 - O homem tem direito fundamental à liberdade, à igualdade e condições de vida adequadas, em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna, gozar de bem-estar e é

Page 8: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

106  

 

portador solene de obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente, para as gerações presentes e futuras.

2 - Os recursos naturais da Terra, incluídos o ar, a água, o solo, a flora e a fauna e, especialmente, parcelas representativas dos ecossistemas naturais, devem ser preservados em benefício das gerações atuais e futuras, mediante um cuidadoso planejamento ou administração adequada.

A Carta Constitucional reconhece que as questões ambientais são de

extrema importância para a sociedade e para a preservação dos valores que não

podem ser mensurados, porque a defesa ambiental é um princípio fundamental.

O Artigo nº 225 exerce na Constituição o papel de principal norteador das

diretrizes concernente à proteção do meio ambiente, devido a seu complexo teor de

direitos, mensurado pela obrigação do Estado e da Sociedade na garantia de um meio

ambiente ecologicamente equilibrado, já que se trata de um bem de uso comum do

povo que deve ser preservado e mantido para as presentes e futuras gerações.

Com efeito, aquele que exerce atividade econômica deve assumir os riscos

dela provenientes, notadamente a responsabilização pelos danos ambientais, cuja

exigência é preconizada, no art. 170, VI, da CF. Sendo princípio da ordem econômica a

defesa do meio ambiente, que deve ser respeitado no exercício de qualquer atividade a

ser desenvolvida para que não haja prejuízo ambiental.

Em virtude da introdução dos aspectos constitucionais sobre o meio

ambiente advieram também os princípios correlatados com a atual sistemática, ou seja,

princípios norteadores em especial das atividades econômicas para que como um todo

a preocupação ambiental oriente e determine a elaboração de acordos, contratos e

dirija a vontade humana em prol deste novo horizonte, especialmente em âmbito das

organizações, uma vez que elas são as grandes responsáveis pelas transformações

sociais em especial no âmbito local.

Mas também a Constituição Federal vigente estabeleceu o controle

público-social nas questões ambientais impondo ao infrator a norma legal da tríplice

punição concomitante, aplicando sanções administrativas, civis e penais, descritas no

artigo nº 225 parágrafo terceiro: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao

Page 9: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

107  

 

meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e

administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados”.

A tríplice responsabilidade aplicada ao poluidor serve como instrumento

estatal para proteção de um dos bens mais precisos de nosso planeta que é o meio

ambiente, que sem o qual não existe vida em nosso planeta.

De fato, o espírito da lei é de avanço é de obediência aos princípios da

precaução e da efetiva reparação do dano ambiental restringindo ao máximo a

possibilidade de degradação do meio ambiente, sob pena de sanções e cominações

legais.

Inicialmente a imposição das penalidades foi imprescindível para conduzir os

administradores e proprietários das empresas a percorrer um caminho diferente do

pensamento capitalista baseado no lucro independente das consequências decorrentes

de sua atividade, mas atualmente algumas empresas já possuem uma gestão

socioambiental. E nesse sentido:

É possível constatar que o próprio valor inserido no direito individual de liberdade do delinquente, que, diga-se de passagem, é um valor muito caro para a comunidade, permite que essa mesma comunidade possa, por meio do Estado, limitar o seu uso irrestrito por parte do infrator da lei penal, quando esse cidadão, por seus atos predatórios, põe em risco esse mesmo bem (RODRIGUES, 2009, p. 218).

Assim, caso não seja esta a vontade de administradores e empresários de

gerir sua empresa de modo consciente e socioambientalmente coerente, a legislação

possui meios de reprimir danos ou mesmo de preveni-los através dos mecanismos

legais, e para tanto é necessário diferenciar as infrações administrativas, cíveis e

penais.

A lei de crimes ambientais (Lei Federal 9.605/98) dispõe acerca das

sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio

ambiente responsabilizando empresas e indivíduos que vieram a provocar degradação

ambiental.

Page 10: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

108  

 

A responsabilidade civil diz respeito ao dever de não lesar alguém,

tornando imprescindível o ressarcimento por parte o causador do dano, pressupondo

uma reparação civil proporcional ao dano por parte de quem o ocasionou, como uma

forma de reposição ou de indenização, estando disposto no artigo 4º,VII, da lei

6.938/1981 que dispõe a política nacional do meio ambiente:

[...] à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.

Objetivando não ocasionar danos ambientais irreparáveis cujos efeitos

acabam sendo sentidos apenas pelas gerações futuras, o mais importante é a

prevenção, objetivo para o qual o Direito Ambiental tem um papel essencial.

Desta forma o dano ambiental configurado pode ser conceituado

simplesmente como qualquer diminuição ou subtração de um bem jurídico, no caso do

meio ambiente e das reservas naturais, no entendimento de Cardoso, o conceito de

dano ambiental, consiste no sentido de que:

[...] toda vez que houver alteração das características do meio, está-se diante de um dano ambiental, não importando, em um primeiro momento, a duração do evento nem as consequências sobre o meio alterado, tampouco, se o meio tem capacidade de autodepuração capaz de minimizar os efeitos da modificação ocorrida (2005, p.18).

Na busca da reparação do dano ambiental ocasionada por uma atividade

prejudicial ao meio ambiente, se faz necessário a sua devida reparação e de

preferencia a in natura, uma vez que atende ao principal anseio social que é a

regeneração ambiental, tanto quanto possível, consistindo na recomposição do “status

quo ante” atuando em âmbito reparatório.

Em âmbito penal, para que seja configurada a responsabilidade penal, de

pessoas físicas ou jurídicas é necessário apurar o dolo ou a culpa (negligência,

imperícia ou imprudência) dos agentes responsáveis, como bem prescreve o artigo 2º

da lei dos crimes ambientais: “Quem, de qualquer forma, concorre para prática dos

Page 11: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

109  

 

crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua

culpabilidade”.

E finalmente na esfera administrativa o art. 2º do Decreto nº 3.179/99, bem

como o art. 72 da Lei nº 9.605/98, apresenta o seguinte rol de sanções administrativas:

a) Advertência; b) Multa simples; c) Multa diária; d) Apreensão dos animais, produtos e

subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, e equipamentos ou veículos de

qualquer natureza utilizados na infração; e) Destruição ou inutilização do produto; f)

Suspensão de venda e fabricação do produto; g) Embargo de Obra ou atividade; h)

Demolição de obra; i) Suspensão parcial ou total das atividades; j) Restritiva de direitos;

k) Reparação dos danos causados.

Dentre as medidas restritivas de direito incluem-se a suspensão de registro

como a licença, permissão ou autorização; cancelamento de registro, licença,

permissão ou autorização; perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais; perda

ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais

de crédito; e proibição de contratar com a administração pública, pelo período de até

três anos.

O valor da multa simples é fixado obedecido os valores mínimos R$ 50,00

(cinquenta Reais) e máximos R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais), além de

eventualmente a aplicação da multa diária, que é aplicada em caso da infração perdurar

no tempo e não simplesmente um ato e sim uma sequência sem termo final.

Desta forma, as empresa que não cumprem com a legislação ambiental está

sujeita a grandes perdas monetárias que podem comprometer o futuro da organização

empresarial, necessitando de uma administração lastreada de valores socioambiental

que refletem em uma gestão consciente para evitar multas exorbitantes e até mesmo

crimes ambientais que podem ser imputados não somente a entidade, mas também ao

seu administrador.

3 AS NOVAS ESTRATÉGIAS DAS ORGANIZAÇÕES ALINHADAS A

SUSTENTABILIDADE

Page 12: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

110  

 

O tema meio ambiente representa uma relação de interdependência entre

homem-natureza, que existe no mundo desde os primórdios de maneira incontestável,

sendo impossível separar o homem da natureza, pelo simples fato de que o homem

necessita do meio ambiente para o seu sustento e sua sobrevivência.

Esta relação homem-natureza “[...] torna-se cada vez mais difícil o atual

desafio de repensar o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental sob a ordem

jurídica internacional” (SOARES, 2003, p.50) e nesse sentido o desenvolvimento

sustentável representa “ o crescimento econômico e atividades que não esgotam nem

degradam os recursos ambientais, dos quais dependem o crescimento econômico

presente e futuro” (ART,1998).

Nesse sentido as organizações empresariais graças à riqueza que acumulam e

o seu grande papel social que exercem na sociedade, trazem em si o grande potencial

de mudar e melhorar a localidade que estão inclusas, mediante a adoção de práticas

sustentáveis em seu modelo de gestão que por vezes ultrapassa os limites físicos da

empresa.

Para alcançar um desenvolvimento sustentável é necessária a conjunção de

desenvolvimento econômico e proteção/preservação do ambiente, que “consiste em

uma nova perspectiva das políticas governamentais internas e internacionais, capaz de

aliar o progresso econômico à proteção ambiental” (LIBERATO, 2007, p.20).

O empreendedorismo sustentável assume globalmente suas obrigações com

a preservação do meio ambiente, reformulando seus métodos tradicionais de gestão,

clamando pela implementação de políticas ambientais e práticas sociais, uma vez que

as organizações que visam o sucesso devem incluir a sustentabilidade como questão

estratégica para sobrevivência e prosperidade dos seus negócios.

O que somente será viável por intermédio da adoção de medidas

sustentáveis e a conscientização dos administradores das organizações sejam estas

públicas ou privadas, o que repercute na alteração estrutural da cultura predominante

que visa exclusivamente a obtenção de lucros em detrimento do meio ambiente e que

ainda está desvinculada do papel social que as empresas realizam e em especial na

localidade onde estão inseridas.

Page 13: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

111  

 

Nos dias atuais é fundamental os administradores das organizações, encarar

as questões da sustentabilidade sob uma ótica empresarial estratégica, no sentido de

ser um diferencial em sua empresa no mercado competitivo globalizado e um modo da

organização perfazer a sua função social.

Desta forma, o desafio das organizações neste milênio é justamente planejar

estrategicamente o fortalecimento da sustentabilidade que resultará a curto prazo na

valorização de produtos junto ao mercado de consumo e a consequentemente na

redução de custos, e a longo prazo proporcionará reflexos da gestão socioambiental de

maneira a impulsionar o desenvolvimento sustentável servindo como instrumento para a

construção do futuro desejado.

Adaptar as organizações a um novo horizonte possibilita novas visões de

mercado e ao mesmo tempo objetiva garantir a preservação do meio ambiente,

reduzindo o impacto ambiental decorrente dos frutos do capitalismo exacerbado e

recuperando a natureza para todas as espécies de vida do planeta.

Neste diapasão com o avanço da administração moderna “as empresas

percebem que só há uma forma de sobrevivência num mundo altamente competitivo e

globalizado: a união e a soma de esforços na busca pelo crescimento sustentável”

(BANDOS, 2011, p.213).

Pode-se mencionar que:

[...] isso só foi possível porque o casamento da ciência com a tecnologia multiplicou de forma exponencial a capacidade de inovação das sociedades. Enquanto no crescimento antigo predominava a devora pelos recursos naturais pela força física do trabalho humano, o alicerce do crescimento moderno passou cada vez mais a depender do uso inteligente das inovações que tornam o trabalho mais decente e qualificado, além de conservar os ecossistemas (VEIGA, 2007, p.54).

Assim, as empresas podem hoje tomar atitudes pró-ativas na inserção de

novos processos no seu modelo de negócio, que somente serão viáveis através da

cultura organizacional que propiciará a implementação do conceito de sustentabilidade

e ensejará medidas e atitudes sustentáveis, servindo a cultura organizacional como

estratégia nas organizações.

Page 14: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

112  

 

Na medida em que crescem as demandas decorrentes de maior consciência

ambiental e de justiça social, é certo que as empresas com tal pensamento estratégico

se posicionarão em condição competitiva absolutamente diferenciada, garantindo

antecipadamente um novo posicionamento no mercado e assegurando bons resultados

econômicos.

Diante disso, tem-se condicionado a inserção do conceito sustentável na

Organização Mundial do Comércio –OMC, e a realização de inúmeros encontros,

conferências e congressos mundiais, em que gestores, líderes políticos e demais

representantes da sociedade buscam a “economia verde”. Como por exemplo, no

encontro Conferência das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável - Rio +

20(2012), propiciou novas formas de mercado e estratégias de sustentabilidade, em

vista do desenvolvimento sustentável a ser concebido na interação entre três pilares: o

pilar social, o pilar econômico e o pilar ambiental.

As organizações estão em busca do equilíbrio entre o tripé da

sustentabilidade ambiental, econômica e social, mediante a implantação de alternativas

tecnológicas mais limpas e matérias prima menos tóxica, objetivando reduzir o impacto

e a degradação ambiental, buscando-se um meio ambiente sadio, na qual a

conscientização da sociedade e a legislação ambiental têm resultado positivamente.

Neste novo prisma deste século, outros valores passaram a fazer parte do

objetivo das organizações, sob a ótica da preservação do meio ambiente, minimizando

o impacto ambiental de suas atividades e implementando medidas sustentáveis de

modo a contribuir para a preservação do meio ambiente perfazendo desta forma o tripé

econômico, social e ambiental de forma sustentável.

No contexto organizacional este tripé é internacionalmente chamado de TBL

“Triple Bottom Line” também conhecido como 3Ps (People, Planet e Profit – Pessoas,

Planeta e Lucro respectivamente) para descrever o desenvolvimento sustentável como

medida de desempenho (BRANDÃO; SANTOS, 2007).

Entretanto, o contexto implica na necessidade de acrescentar aspectos mais

amplos na definição de sustentabilidade e na formulação de estratégias para seu

alcance, como: conhecimento, compreensão e aprendizagem dos processos

Page 15: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

113  

 

socioambientais, culturais, organizacionais, além de conhecimentos científicos para

integrar e fundamentar estes vários segmentos (SMITH; FADEL, 2011).

O alinhamento com ações que promovem a sustentabilidade tem

direcionado as empresas à percepção de economia de custos por intermédio de

processos de eco-eficiência por reduzir incertezas e riscos em suas operações e gerar

produtos e serviços limpos. Além de representar “oportunidades e investimentos no

lugar de custos e riscos, aumentar o valor econômico agregado e melhorar sua imagem

no mercado diante da sociedade” (BRANDÃO; SANTOS, 2007).

E, como catalisador, para a mudança de postura e métrica do progresso do

alinhamento à gestão socialmente responsável, pode-se apontar a cultura

organizacional como elemento chave para viabilizar tal transformação resultando em

processos produtivos menos agressivos a natureza e propiciando práticas sustentáveis

que contribuem para o desenvolvimento regional.

4 CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA DAS ORGANIZAÇÕES

A transformação da sociedade brasileira somente ocorrerá por intermédio

da cultura com seu potencial transformador que nos impele a esta certeza. E as

empresas possuem meios para promover os avanços no sentido de propiciar a cultura

sustentável em sua estrutura organizacional trazendo relevante contribuição social.

A trajetória entre os processos que levam à sustentabilidade ambiental é

permeada de escolhas que são baseadas em valores e crenças, elementos da cultura

organizacional, incutidos no tipo de gestão e sinalizadores de como gestores percebem

a relação entre sustentabilidade e a empresa e, ainda, como sinalizam as formas de

condutas no ambiente empresarial (SMITH; FADEL, 2011).

Nesse sentido, entende-se que a cultura organizacional pode ser vista como

um poderoso mecanismo que molda condutas e homogeneíza maneiras de pensar e

viver a organização, se apresentando como um forte instrumento disciplinar (FREITAS,

1991). Uma visão apresentada por (FREITAS, 2000) mostra a:

Cultura organizacional primeiro como instrumento de poder; segundo, como conjunto de representações imaginárias

Page 16: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

114  

 

sociais que se constroem e reconstroem nas relações cotidianas dentro da organização e que se expressam em termos de valores, normas, significados e interpretações, visando um sentido de direção e unidade, tornando a organização fonte de identidade e reconhecimento para seus membros.

Desta forma, a cultura organizacional pode ser entendida como um sistema de

valores compartilhados pelos seus membros, em todos os níveis, que diferencia uma

organização das demais, valores estes que bem trabalhados e vivenciados poderão

impulsionar as empresas neste novo século, marcado por inúmeras mudanças e

acontecimentos globais, em que a sociedade cobra que os valores socioambientais

estejam agregados nas organizações e que estas participem como agente local no

desenvolvimento regional.

Nesse sentido, Grajew menciona que “toda empresa é um força

transformadora poderosa, é um elemento de criação, e exerce ascendência na

formação de ideias, valores, nos impactos concretos da vida das pessoas, das

comunidades, da sociedade em geral” (2000 apud GARCIA, 2002).

Ao trazer o conceito de cultura, para o contexto das organizações e da

sustentabilidade ambiental buscam-se subsídios para conhecer os pressupostos sobre

a natureza humana e traçar estudos de relacionamento no âmbito das organizações em

relação ao tripé que sustenta a sustentabilidade ambiental (SMITH; FADEL, 2011).

Embora a essência da cultura de uma organização seja o padrão de

pressupostos básicos e compartilhados, tomados como certos, a cultura se manifestará

ao nível dos artefatos observáveis e das crenças e valores justificados e

compartilhados, que “a confusão em torno da análise da cultura organizacional é

resultado da falta de diferenciação dos níveis em que essa pode se manifestar”

(SCHEIN, 2009). Dessa forma para o autor a cultura se divide em três níveis:

- Artefatos: inclui todos os fenômenos que as pessoas podem ver, ouvir e sentir

ao ter contato com um grupo não conhecido.

- Valores e Crenças: são defendidos e justificados em alto nível de consciência

e oferecem a capacidade de prever o comportamento que pode ser observado ao nível

de artefatos.

Page 17: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

115  

 

- Suposições subjacentes: São hipóteses amparadas por um valor que

gradualmente passam a ser tratadas como uma verdade. Contudo, os pressupostos

subjacentes são tipicamente do nível da inconsciência.

A partir do entendimento da interação desses níveis da cultura é percebido

que, ao analisar cultura de uma organização é importante reconhecer que os artefatos

são fáceis de ser observados, contudo, são difíceis de ser decifrados pela condição

apenas do que é visível. O nível dos valores e crenças justificados também inspira

atenção, esses podem refletir somente racionalizações ou aspirações para o futuro,

mesmo que visíveis nos artefatos.

Dessa forma, para compreensão da cultura de um grupo, é preciso chegar a

seus pressupostos subjacentes que são inconscientes, mas, é ainda mais premente,

compreender o processo de aprendizagem pelos quais tais pressupostos básicos foram

estabelecidos, pois esta aprendizagem é que vai mostrar o que está por trás dos

valores manifestos e justificados por determinada cultura organizacional (SCHEIN,

2009).

As mudanças constantes e contributivas ao progresso, inseridas pela evolução

tecnológica, trazem também consequências ambientais e sociais catastróficas,

característica marcante do tempo atual.

Numa sociedade contemporânea, os relacionamentos são imprescindíveis e

as formas de diálogo são diversas, mas as controvérsias, as crises, desequilíbrios

ambientais são frequentes e com maior gravidade. Deste modo, as organizações assim

como as pessoas vivem e sobrevivem de imagem, credibilidade, confiança e de

mudanças.

Esse tipo de ambiente gera uma enorme incerteza a respeito dos valores e

crenças, abalando a confiança tanto na liderança como no comprometimento das

pessoas, situação que insere a necessidade de rever pressupostos, enfatizar valores e

reconstruir a dimensão simbólica da cultura organizacional (SMITH; FADEL, 2011).

Neste diapasão, as empresas possuem uma responsabilidade em relação à

sociedade sob o paradigma apontado até o presente momento, do tripé

Page 18: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

116  

 

sustentabilidade, lucratividade e o social, salientando que tais conceitos devem estar

integrados em seus modelos de gestão e nesse contexto podemos considerar:

[...] a cultura organizacional como uma interpretação da realidade da empresa ela deve oferecer os caminhos para estudos e para a inclusão de ações no tocante aos elementos-chave do desenvolvimento regional, tal como a responsabilidade social das empresas (FADEL, 2009).

Na concepção de Barbosa e Rabaça a responsabilidade social surge de um

compromisso das empresas com a sociedade, no significado de promover o “equilíbrio

da organização dentro do ambiente onde está inserida depende basicamente de uma

atuação responsável e ética em todas as frentes, com equilíbrio ambiental, com

crescimento econômico e com desenvolvimento social” (2001 apud TENÓRIO, 2006, p.

25).

Sob essa perspectiva a cultura organizacional busca sintonizar a empresa às

condições que inserem ambiência de desenvolvimento sustentável e estabelece que, se

a adesão ao tema da sustentabilidade for via mudança cultural ao invés de simples

cumprimento de normas governamentais, a empresa vai apresentar postura pró-ativa

com iniciativas de sustentabilidade com respaldo institucional e de pessoas, portanto,

emergem ações mais profundas e menos efêmeras (FADEL; SMITH, 2009).

Com a adequação das empresas aos novos contornos por meio da cultura

organizacional, vale ressalvar que a implementação de práticas sustentáveis

corresponde a um compromisso das empresas com a sociedade contemporânea, em

que a sustentabilidade ambiental pressupõe a revisão do ciclo produtivo e os padrões

de consumo atuais perfazendo o equilíbrio entre valores econômicos, sociais e

ambientais, ponderando-se os impactos sociais e ambientais consequentes da atuação

administrativa da empresa.

5. SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Objetivando alcançar um significativo desenvolvimento sustentável é

necessário confrontá-lo com as peculiaridades de cada região, para que ocorra de

Page 19: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

117  

 

maneira indiscutível de modo a contribuir para a prosperidade daquela localidade.

Analisando a capacidade que a sociedade empresarial da região local possui para se

organizar e os seus respectivos fatores produtivos, alcançando deste modo um

desenvolvimento sustentável em cada localidade.

Uma vez que o desenvolvimento sustentável pressupõe uma especial

relação com o desenvolvimento regional, de forma a alcança-lo de forma efetiva com a

contribuição fundamental das organizações que possuem indiscutível relevância e

papel essencial como agentes de mudanças socais, econômicas e ambientais.

A defesa do meio ambiente passa a fazer parte do desenvolvimento

nacional, pretendendo-se um desenvolvimento econômico atrelado ao desenvolvimento

social com a preocupação ambiental, passando tal conceito ser chamado de

desenvolvimento sustentável, que foi deflagrado pela ONU através de sua Comissão

Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, cuja matéria já foi objeto de

explanação do primeiro capítulo deste trabalho.

O aspecto sociocultural é fundamental para servir como pilar de uma

reformulação estrutural nas empresas, diagnosticando o potencial endógeno daquela

localidade, que na concepção de Amaral Filho retrata:

[...] um processo interno de ampliação contínua da capacidade de agregação de valor sobre a produção, bem como da capacidade de absorção da região, cujo desdobramento é a retenção do excedente econômico gerado na economia local e/ou a atração de excedentes provenientes de outras regiões. Este processo tem como resultado a ampliação do emprego, do produto, e da renda local ou da região, em um modelo de desenvolvimento regional definido (1996, p. 37).

Este paradigma socioambiental aponta a necessidade das politicas

macroeconômicas que privilegiem os elementos locais para promover o

desenvolvimento sustentável daquela localidade, visando ao aproveitamento pleno dos

recursos humanos, ambientais e institucionais.

Desta forma, salientou Fadel e Smith que:

[...] aos agentes locais, como às organizações empresarias protagonistas de desenvolvimento regional, cabe planejar ações que conduzam as localidades à maior autonomia econômica e

Page 20: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

118  

 

social frente a globalização, mas que sirvam aos interesses das identidades culturais do local, respeitando sua história, cultura, instituições e a relação específica com o desenvolvimento local e o capitalismo global (2009, p.90).

Para Veiga o desenvolvimento sustentável é “valor fundamental para o

século XXI e deve ser entendido como síntese da dialética socioambiental, em relação

a seria falha metabólica na relação da humanidade com a natureza que se aprofundou

com a revolução industrial” (2008, p.89).

A definição mais usada para o desenvolvimento sustentável é a contida no

Relatório de Brundtland (1987) que menciona o desenvolvimento sustentável como

sendo:

O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais (1987).

No Encontro da Rio + 20 (2012) foi mencionada a definição de

desenvolvimento sustentável como sendo o “modelo que prevê a integração entre

economia, sociedade e meio ambiente. Em outras palavras, é a noção de que o

crescimento econômico deve levar em consideração a inclusão social e a proteção

ambiental”.

Para alcançar um desenvolvimento sustentável é necessária a conjunção de

desenvolvimento econômico e proteção/preservação do ambiente, que para Liberato

simboliza: “[...] o desenvolvimento sustentável consiste em uma nova perspectiva das

políticas governamentais internas e internacionais, capaz de aliar o progresso

econômico à proteção ambiental” (2007, p.20).

As empresas possuem imprescindível papel neste cenário local uma vez que

são pressupostos de mudanças e inovações e contribuem de forma efetiva para o

desenvolvimento regional, e nesse sentido Costa menciona que “o desenvolvimento

Page 21: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

119  

 

passa pelo desenvolvimento regional ou, como na realidade tem de ser visto,

desenvolvimento e desenvolvimento regional são apenas uma e a mesma coisa: todo o

desenvolvimento tem de ser desenvolvimento regional” (2005, p. 477).

As inovações tecnológicas têm provocado mudanças importantes em vários

aspectos que interferem diretamente no desenvolvimento regional. Ressaltando a

possibilidade de conceder maior flexibilidade nos processos produtivos possibilitando

inovar em tecnologias que auxiliem uma gestão socioambiental nas organizações. Em

outras palavras, ela expandiu as interdependências internas e externas das empresas e

instituições.

Deste modo, a responsabilidade socioambiental atinente à adoção de

medidas sustentáveis no atual sistema globalizado contribui para a preservação e

valorização do meio ambiente, no sentido de auxiliar as empresas a desempenhar seu

papel social, bem como proporcionando a construção de um patrimônio intangível com

credibilidade de uma sustentabilidade efetiva e uma valorização de seus produtos no

mercado e, nesse sentido:

A cultura de responsabilidade social e sustentabilidade começa a se incorporar de forma definitiva e saudável no mundo empresarial brasileiro, seguindo o bom exemplo que vem se verificando em todas as nações do mundo, e já é possível a identificação de inúmeras iniciativas de práticas de sustentabilidade no ambiente empresarial (BOMBASSARO, 2010, p.25).

Portanto, torna-se necessário, inserir novas formas e visões no

planejamento regional, de tal forma que haja uma cooperação e interligação das

empresas com o objetivo de alcançar os resultados esperados para a agregação da

responsabilidade socioambiental em suas atividades, que somente será viável pela

reformulação da cultura organizacional.

Esse fato tem exigido que as organizações assumam novos papéis, os quais

vão além daqueles definidos pela ordem econômica. Neste contexto, a função das

empresas sofre alterações, levando-as a assumirem responsabilidades socioambientais

que transcendem sua prática tradicional de gestão.

Neste diapasão as organizações precisam desenvolver sua capacidade de

reformular seu processo de gestão em virtude nos novos tempos e suas perspectivas

Page 22: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

120  

 

deste milênio em que a sustentabilidade servirá como meio de seleção entre as

empresas e definirão sua sobrevivência.

Quanto maior o equilíbrio entre as ações a ser realizadas abrangendo as

questões sociais, ambientais e econômicas, menor será a pobreza, a desigualdade

social e a degradação ambiental promovendo o desenvolvimento sustentável em

especial na localidade em que as organizações se situam.

Em virtude das organizações enquanto agentes com maior influência e poder

de modificar o ambiente local têm a possibilidade de reformular seu tradicional modelo

de gestão por meio da sustentabilidade para que suas práticas se reflitam no êxito ao

longo dos tempos e principalmente impulsionem positivamente o desenvolvimento

regional.

CONCLUSÃO

Observou-se com a presente pesquisa fundamentada no referencial

bibliográfico que o tradicional modelo de gestão das empresas exercido ao longo dos

tempos vem sendo reformulado diante do conceito de sustentabilidade constante na

Constituição Federal de 1988, norteando a atividade empresarial para que ela ocorra de

maneira equilibrada sem comprometer o meio ambiente e definindo sua

responsabilidade e eventuais punições em caso de ocorrência de danos ambientais.

A preocupação com o meio ambiente passou a ser um tema imprescindível

e estratégico para as organizações, que possuem o poder de contribuir positivamente

para o desenvolvimento sustentável.

Diante deste paradigma de sustentabilidade, que é um dos objetivos deste

milênio, as organizações tiveram que se adaptar às novas exigências, uma vez que

cada momento histórico da humanidade traz as suas peculiaridades.

Nesse sentido, a agregação de valores nas organizações de modo a

alcançar o equilíbrio entre sustentabilidade, lucratividade e função social desponta

como um desafio individual que poderá ser alcançado a partir de um planejamento

estratégico em que a cultura organizacional servirá como importante aliado ao

Page 23: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

121  

 

fortalecimento do conceito de sustentabilidade nas organizações e consequentemente a

realização de medidas sustentáveis objetivando um crescimento completo da própria

organização frente à sociedade contemporânea.

As relações no âmbito empresariais atualmente observadas sob um novo

prisma, possibilita um novo campo de atuação denominado “economia verde”, cujos

administradores que perceberem a grande importância e vantagens nela inclusas

propiciarão um desenvolvimento das organizações de modo sustentável e um

consequente progresso regional imensurável.

O grande desafio das organizações mundiais tratam-se da garantia de um

meio ambiente sadio com a minimização de impactos ambientais e da degradação

decorrente, prevenido danos ambientais irreversíveis cuja estratégia desta reformulação

está inclusa na cultura organizacional das organizações que permite a reformulação

dos modelos de gestão mediante a agregação de valores socioambientais e práticas

que propiciam o desenvolvimento regional sustentável.

REFERÊNCIAS

AMARAL FILHO, Jair. Desenvolvimento regional endógeno em um ambiente federalista. In: Planejamento e políticas públicas. Brasília: IPEA, 1996.

ART, Henry W. Dicionário de Ecologia e Ciências Ambientais. São Paulo: Melhoramentos, 1998.

BANDOS, Melissa Franchini Cavalcanti,org. Políticas públicas: aplicações práticas voltadas ao desenvolvimento regional. Marília: Fundepe, 2010.

BOMBASSARO, Roberto Tadeu. Governança Corporativa e Direito Ambiental. Florianópolis: Conceito, 2010.

BRANDÃO, Carlos Eduardo Lessa; SANTOS, Homero Luís. Guia de Sustentabilidade para as Empresas / Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. São Paulo: IBGC, 2007.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, Senado, 1998.

BRASIL. Lei nº 6.938/91. Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação (Lei do meio ambiente), Brasília, DF, Senado, 1981.

Page 24: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

122  

 

BRASIL. Lei nº 9.605/98. Sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências (Lei dos crimes ambientais), Brasília, DF, Senado, 1998.

CARDOSO, Artur Renato Albeche. A degradação ambiental e seus valores econômicos associados. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 2005.

COSTA, J.S. (Org.). Compêndio de economia regional. Lisboa: APDR, 2005.

DECLARAÇÃO DE ESTOCOLMO(1972). Disponível em:<http://www.mma.gov.br/estruturas/agenda21/_arquivos/estocolmo.doc >. Acesso em 20 de maio de 2013.

DERANI, Cristiane. Direito ambiental econômico. São Paulo: Saraiva, 2009.

ELLIS, Peter; DESOUZA, Kevin. On information management, environmental sustainability, and cradle to cradle mentalities. Business Information Review, Vol. 26, No. 4, 257-264. 2009.

FADEL, Bárbara, Identidad cultural y gestión de la información y del conocimiento en las organizaciones en cambio. In: IBERSID - Encuentros Internacionales sobre Sistemas de Información y Documentación, 14, 2009, Zaragoza (ES), Universidad de Zaragoza, 2009.

FADEL, Barbara; SMITH, Marinês S. J. Cultura Organizacional: alavanca ou entrave ao desenvolvimento regional. In: FADEL, Barbara (Org.) Desenvolvimento Regional: debates interdisciplinares. São Paulo: Cultura Acadêmica; FUNDEPE e Uni-FACEF, 2009. Cap. 3, P. 73-89. FIORATI, Jete Jane. Novas vertentes do direito do comércio internacional. Barueri: Manole, 2003.

FREITAS, Maria Ester. Cultura Organizacional: Formação, Tipologias e Impacto. São Paulo: Makron, McGraw-hill, 1991.

______. Cultura Organizacional: Identidade, Sedução e Carisma? Rio de Janeiro: Editora FGV, 2000.

GARCIA, Bruno Gaspar. Responsabilidade social empresaria, estado e sociedade civil: o caso do Instituto Ethos. In: Prêmio ETHOS Valor. (Org). Responsabilidade Social das Empresas: contribuição das universidades. São Paulo: Peirópolis, 2002.

GRIZZI, Ana Luci Limonta Esteves. Direito Ambiental aplicado aos contratos. São Paulo: Verbo Jurídico, 2008.

LIBERATO, Ana Paula Gularte. Socioambientalismo: uma realidade. Curitiba: Juruá, 2007.

MILARÉ, Édis. Direito do ambiente: a gestão ambiental em foco. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2007

NASCIMENTO, E. P.; VIANNA, J. Nildo. Dilemas e Desafios do desenvolvimento sustentável no Brasil. In: ______(Org.). Dilemas e Desafios do desenvolvimento sustentável no Brasil. Rio de Janeiro: Garamond, 2007.

Page 25: A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ESTRATÉGIA PARA O ...pos.unifacef.com.br/_livros/Cultura_Desenv/Artigos/Marilisa_Meleti.pdf · ... estratégias e cultura organizacional ... A origem

123  

 

RAMOUNOULOU, Simone. Ferramentas de gestão de responsabilidade socioambiental. In: LOUETTE, Anne (org.). Gestão do Conhecimento: compêndio para a sustentabilidade. Antakarana Cultura Arte e Ciência, 2007.

RELATÓRIO DE BRUNDTLAND (1987) Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Desenvolvimento_sustent%C3%A1vel >. Acesso em 20 de maio de 2013.

RIO + 20(2012)Disponível em: <http:// http://www.rio20.gov.br/clientes/rio20/rio20/sobre_a_rio_mais_20/desenvolvimento-sustentavel.html>. Acesso em 20 de maio de 2013.

RODRIGUES, Geisa de Assis. A ação civil pública e o termo de ajustamento de conduta teoria e prática. 2 ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006

SACHS, Ignacy. Primeiras intervenções. In: NASCIMENTO, Elimar Pinheiro; VIANNA, João Nildo (Org.). Dilemas e Desafios do desenvolvimento sustentável no Brasil. Rio de Janeiro: Garamond, 2007.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Pela Mão de Alice: O Social e o Político na Pós-Modernidade. São Paulo: Editora Cortez, 1995.

SCHEIN, Edgar H. Cultura Organizacional e Liderança. São Paulo: Atlas, 2009

SILVA, José Afonso da. Direito ambiental constitucional. 4. ed rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2003.

SMITH, Marinês S. J. ; FADEL, Barbara. Gestão da Informação e Sustentabilidade: uma relação dependente da cultura organizacional. Revista Educación e Investigación en Ciencia de la Información de Iberoamérica y el Caribe. Marília: EDICIC, v 1, n. 3, p. 164-179. Jun. 2011.

SOARES, Remi Aparecida de Araújo. Proteção ambiental e desenvolvimento econômico. Curitiba: Juruá, 2004.

TENÓRIO, Guilherme Fernando. Responsabilidade Social Empresarial: Teoria e Prática. 2.ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.

VEIGA, José Eli. A emergência socioambiental. São Paulo: Senac, 2007.

_____. Desenvolvimento sustentável: O desafio do século XXI. 3.ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2008.