a culpa é toda do rato

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A CULPA É TODA DO Série Histórias em cadeia Agrupamento de Escolas Marinhas do Sal

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Page 1: A culpa é toda do rato

A CULPA É TODA DO

Série

Histórias em cadeia

Agrupamento de Escolas Marinhas do Sal

Page 2: A culpa é toda do rato
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TÍTULO A CULPA É TODA DO RATO

EDIÇÃO Agrupamento de Escolas Marinhas do Sal Rio Maior http://agmsal.ccems.pt

AUTORES Alunos dos 1º/2º anos do Centro Escolar de Fráguas e do 3º A, 5º D e 9ºD da Escola Básica Marinhas do Sal

REVISÃO E DESIGN GRÁFICO Bibliotecas Escolares do Agrupamento http://besmarinhasdosal.blogspot.pt/

Rio Maior Abril de 2016

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A CULPA É TODA DO RATO!

Numa aldeia pequenina rodeada de árvores, oliveiras e eucaliptos,

havia muitas crianças felizes que gostavam de se divertir.

Nessa aldeia vivia uma

menina chamada Leonor que

gostava muito de animais. De

todos! Mas os seus preferidos

eram os gatinhos.

Um dia, de manhã, quando

ia para a escola, encontrou o

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seu amigo Martim que andava à procura do seu gato Alfredo.

Ele chamava:

- Alfredo, Alfredo, Alfredo.

A Leonor admirada perguntou-lhe quem é que ele estava a chamar.

- Estou a chamar o meu gato que saiu de casa atrás de um rato,

que encontrou atrás de um pote no jardim.

Então a Leonor, que adorava gatos, decidiu ir com ele à procura do

Alfredo.

E pelas ruas da aldeia só se ouvia “Alfredo, Alfredo, Alfredo”. Mas o

gato não aparecia.

Os dois amigos continuaram à procura. Passaram pelo coreto, pro-

curaram atrás da igreja, mas nada! O Alfredo sem aparecer. Procura-

ram, procuraram e esqueceram-se que tinham de ir para a escola, onde

já os aguardavam os colegas e a professora.

O Alfredo não aparecia e pelas ruas da aldeia continuava a ouvir-

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se “Alfredo, Alfredo, Alfredo”.

- Onde andará o Alfredo? - perguntou a Leonor. - Estará perdido

ou foi apenas brincar?

- Não sei. - respondeu o Martim abanando negativamente a

cabeça - talvez tivesse encontrado alguns amigos e perdesse a noção

do tempo, um pouco

como o que nos

acontece quando es-

tamos no intervalo lá

na escola.

- A escolaaaaa!-

gritaram os dois ao

mesmo tempo.

Estavam a es-

q u e c e r - s e q u e

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tinham de ir para a escola. A procura pelo Alfredo tinha-os afastado

cada vez mais da aldeia, dos amigos e da professora. Mas agora, já

muito perto do moinho do avô João, como carinhosamente o tratavam,

avistaram o vulto de um gato. Seria o Alfredo?

Como estavam a ficar atrasados correram para o moinho, sempre

a chamar pelo Alfredo.

- Que barulheira é esta? - perguntou o avô João. - Que se passa

aqui com esta gritaria?

Rapidamente os dois colocaram o avô ao corrente do que se pas-

sara e contaram-lhe que tinham visto o vulto de um gato, junto ao moi-

nho.

- Ahhhh! Esse é o Tareco, o meu gato. É ele que

me protege o trigo dos ratinhos e dos pássaros que na-

dam ao redor do moinho. Só assim consigo fazer a fa-

rinha e depois levá-la para a padaria para fazer os bolos

Page 9: A culpa é toda do rato

de que vocês tanto gostam. - respondeu o avô.

- E como é que o trigo se transforma em farinha? - perguntou a

Leonor.

Então, o avô João levou-os para o interior do velho moinho de

vento com as suas velas brancas e mostrou-lhes como o vento fazia

girar as velas, e como as velas faziam girar as rodas de pedra, e

como, finalmente, o trigo era esmagado até ficar em farinha

que a Dona Laura usava para fazer o pão e os bolos na sua

padaria.

- Que fixe! - exclamaram os dois pequenotes ao verem e ouvi-

rem as explicações do avô João.

- Não sabia que era assim! - disse o Martim entusiasmado.

- Lembrem-se disto quando forem à padaria. - recomendou

o avô João. - Antes de termos o pão e os bolos, temos de ter o tri-

go. Só tendo a farinha é que podemos saborear todas as delícias

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com que a Dona Laura nos presenteia todos os dias.

O Martim virou-se para a Leonor com um sorriso no rosto e acres-

centou:

-Vou dizer à Dona Laura que já sei como ela consegue a farinha

para fazer o seus deliciosos bolos.

- Boa ideia! - disse a Leonor. - Quando formos para a escola pode-

mos dizer-lhe.

- A escolaaaaa! - gritaram ao mesmo tempo lembrando-se que

estavam muito atrasados.

Voltaram para trás tomando o caminho da escola mas, ali próxi-

mo, ouviram miar, um miar aflito que os deixou alerta. Havia um

sobreiro junto à estrada e os miados continuavam a ouvir-se. Pareciam

vir do cimo da árvore. Aproximaram-se e viram um gatinho branco e

preto com a cauda acinzentada, muito peludo que olhava para o chão

com medo de descer. Era o Alfredo.

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Os dois amigos

decidiram voltar ao moi-

nho do avô João, para

pedir uma escada que os

ajudasse a subir ao

sobreiro e recolher o

gato. Chegaram lá e cha-

maram:

- Avô João, onde

está? Precisamos de aju-

da. Encontrámos o meu

gato em apuros!

Ninguém respondeu

e eles pensaram que o

avô já tinha saído. Então

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foram à procura da escada. Procuraram atrás das sacas da farinha,

atrás da porta, subiram ao piso superior e nada. Como já estavam can-

sados, sentaram-se no chão e encostaram-se à parede. Esta abriu uma

racha que surpreendeu os dois amigos. Olharam para trás e, com uma

foice que estava ali perto, tentaram abrir mais

a abertura na parede. Parecia uma passagem

secreta!

Será que era? Esquecendo-se do gato e

da escola, entraram. Estava escuro, havia teias

de aranha por toda a parte, um rato passou a

correr e eles ficaram assustados. Pensaram que

era melhor levarem uma lanterna. Felizmente

havia uma caída no chão e que ainda estava

em bom estado. Acenderam-na e viram pega-

das. O Martim perguntou:

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- De quem serão estas pegadas?

A Leonor sugeriu que podiam ser do avô João, visto que o moinho

era dele. Seguiram as pegadas, devagar, até que ouviram a voz do avô

João a falar com uma mulher. Que estranho! Parecia uma voz conheci-

da. Continuaram a andar e viram uma luz ao

fundo; pensaram que seria a saída daquela

passagem secreta. Quando lá chegaram havia

uma portinhola de madeira, abriram-na e

espreitaram. O que viram deixou-os de boca

aberta. Era uma entrada para a padaria da

Dona Laura. Resolveram entrar e exclamaram:

- Avô João! Dona Laura! Mas que caminho

secreto é este?

O avô e a Dona Laura ficaram atrapalha-

dos e disseram em coro:

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- Fomos descobertos!

- Os miúdos podem abrir a boca e revelar o nosso segredo! –

afirmou a dona Laura.

O Martim e a Leonor estavam tão espantados que falaram ao mes-

mo:

- Que se passa aqui? Porque é que estão com medo?

Então lembraram-se do que tinham lido no jornal: “ Assalto ao

banco da cidade de Cavalisco, levado a cabo por dois desconhecidos.

Não se sabe a quantia de dinheiro que levaram. A polícia procura os

ladrões; a única pista é uma saca grande, de malha castanha.”

Os dois miúdos olharam para os dois adultos e desconfiaram

deles…

Pediram ao avô João para verem o que estava no saco ao pé dele.

Este, todo atrapalhado, dirigiu-se à Dona Laura e disse:

- Acho melhor contar a verdade...

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A D. Laura concordou, abanando afirmativamente a sua enorme

cabeça.

- Meninos, lembram-se da notícia do roubo que houve no banco?

Não fomos nós! - disse o avô João.

- Mas nós sabemos o que aconteceu! - declarou a D. Laura.

-Tudo começou ontem de manhã, quando o gato Alfredo se pôs

numa correria atrás do rato que ia comer o nosso trigo, já que o Tareco,

o nosso gato, que está demasiado velho e preguiçoso para correr, esta-

va a meio da sua soneca. A correria chegou tão longe, que os dois

foram parar às condutas de ar da padaria. Como as condutas de ar

estão ligadas às do banco, que é já aqui ao lado, os dois foram parar à

sala do cofre e acho que um deles teve o prazer de carregar no botão

que liga a ventilação do ar...

Graças ao gato e ao rato, o dinheiro foi espalhado por toda a

padaria através das condutas e, como não sabíamos o que fazer, apa-

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nhámo-lo todo, pusemo-lo na saca da farinha e

escondemo-la na passagem secreta, uma pequena

passagem que vai do moinho até à padaria.

Os meninos ficaram espantados com o que

tinha acontecido e, por outro lado, ficaram com-

tentes por saber que o avô João e a D. Laura não

eram nenhuns criminosos.

Após devolverem o dinheiro ao banco, o

Martim e a Leonor lembraram-se do gato e

da escola. Então, pediram ao avô que fosse

buscar o Alfredo enquanto eles iam à escola.

Quando o avô tentou tirar o Alfredo da árvore,

O gato caiu e magoou-se. O avô e a D. Laura

levaram-no ao veterinário e tudo acabou bem,

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tirando a parte em que o Martim e a Leonor chegaram à escola quando

já lá não estava ninguém, nem os colegas nem a professora.

A Leonor e o Martim iam ficando de castigo por terem faltado às

aulas, se não fosse a D. Laura e o avô João, explicarem aos seus pais,

tudo o que se tinha passado.

Afinal a culpa era toda do rato que queria comer o trigo e não das

crianças.

FIM

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UMA HISTÓRIA CONTADA POR LETRAS

Na Escola da Fantasia, os livros tinham asas e voavam pelos

corredores da escola contando histórias, mostrando ensinamentos

às crianças que por ali andavam. Todos aprendiam felizes e adora-

vam ir à escola.

Um dia aconteceu algo inesperado, tudo o que estava escrito

nos livros tinha desaparecido, as letras tinham desaparecido e os

livros deixaram de voar e passaram a ficar arrumados em estantes,

fechados e tristes, pois já não tinham histórias para contar nem

mais nada para ensinar.

As crianças andavam desesperadas e foram lamentar-se ao

professor Alfabeto que se prontificou a ajudar e a desvendar aquele

mistério.

Os meninos e o professor Alfabeto foram procurar pistas por

toda a escola e encontraram uma letrinha perdida no chão da

Histórias em cadeia

Um projeto de escrita e ilustração colaborativa, promovido pelas

bibliotecas escolares do agrupamento, com a participação de alunos de todos os

ciclos – pré-escolar, 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico – desenvolvido

no ano letivo 2015/2016

Agrupamento de Escolas Marinhas do Sal – Rio Maior

Versões ebook em: http://besmarinhasdosal.blogspot.pt/

Nesta série

A VIAGEM DA GOTINHA * OS PINTAINHOS NEPTUNIANOS * A FAMÍLIA UNIDA * O PLANETA

SAÚDAVEL * ALICE, A FILHA DO MÁGICO * E TUDO O VENTO LEVOU * COISAS DO DESTINO * O ESMAGADOR * A UNIÃO

DOS ANIMAIS * AS SEIS PISTAS * A CULPA É TODA DO RATO * UMA AMIZADE VERDADEIRA * AURORA

E TOBIAS * UM CASO POR DESCOBRIR