a crise se espalha pelo mundo

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A CRISE SE ESPALHA PELO MUNDO A Alemanha foi a primeira a sentir os efeitos da crise. Os banqueiros dos Estados Unidos cortaram os novos empréstimos e exibiram a devolução dos mais de 2 bilhões de dólares emprestados. Com isso, a produção industrial alemã ficou praticamente paralisada. A América Latina, muito dependente da economia dos Estados Unidos, despencaram as exportações e importações, ou seja, não se exportava nada e nem importava produto algum. Com isso, a ideia de um Estado forte, capaz de enfrentar a crise começou a ganhar corpo, era a preparação para a ascensão do fascismo e do nazismo. Mussolini e o Fascismo Qual foi a participação da Itália na I Guerra Mundial (1914-1918)? A Itália entra na Guerra em 1915, ou seja, um ano depois do início da Guerra. Estava animada com a possibilidade de conquistar novos territórios, tornar-se uma grande potência. Quando a guerra acabou, os italianos sentiram-se traídos. Os Estados Unidos, com o plano de paz do presidente Wilson, os chamados 14 pontos da paz ( que foram:). Frustraram os interesses italianos, que perderam muitos soldados e não conquistaram nenhum território. Benito Mussolini era um político que tinha grande prestígio na Itália, com grande popularidade, criticava o governo italiano por entender que este não defendia os interesses do povo e a honra nacional. Ao mesmo tempo, na Itália, os comunistas, inspirados na Revolução Russa (1917), mobilizavam os operários nas fábricas, em busca da reforma agrária. AS BASES SOCIAIS DO FASCISMO Os fascistas prometiam construir uma nova civilização. Uma civilização nacionalista, distantes das “ruinas da democracia liberal” e do inimigo bolchevista (a Revolução Russa). A propaganda fascista afirmava que reintegraria o proletariado à pátria, acabando com a luta de classes. Proletariado e burguesia caminhariam juntos para engrandecer a nação. Os fascistas organizavam exércitos particulares compostos de veteranos de guerra, buscavam preservar a fidelidade, a camaradagem e a violência da frente de combate: os camisas negras. O líder e o partido saberiam o que era melhor para a nação e aliviariam o indivíduo da necessidade de tomar decisões.

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Page 1: A Crise Se Espalha Pelo Mundo

A CRISE SE ESPALHA PELO MUNDO

A Alemanha foi a primeira a sentir os efeitos da crise. Os banqueiros dos Estados Unidos cortaram os novos empréstimos e exibiram a

devolução dos mais de 2 bilhões de dólares emprestados. Com isso, a produção industrial alemã ficou praticamente paralisada. A América

Latina, muito dependente da economia dos Estados Unidos, despencaram as exportações e importações, ou seja, não se exportava nada e nem

importava produto algum.

Com isso, a ideia de um Estado forte, capaz de enfrentar a crise começou a ganhar corpo, era a preparação para a ascensão do fascismo e do

nazismo.

Mussolini e o Fascismo

Qual foi a participação da Itália na I Guerra Mundial (1914-1918)?

A Itália entra na Guerra em 1915, ou seja, um ano depois do início da Guerra.

Estava animada com a possibilidade de conquistar novos territórios, tornar-se uma grande potência.

Quando a guerra acabou, os italianos sentiram-se traídos. Os Estados Unidos, com o plano de paz do presidente Wilson, os chamados 14 pontos

da paz ( que foram:). Frustraram os interesses italianos, que perderam muitos soldados e não conquistaram nenhum território. Benito Mussolini

era um político que tinha grande prestígio na Itália, com grande popularidade, criticava o governo italiano por entender que este não defendia os

interesses do povo e a honra nacional.

Ao mesmo tempo, na Itália, os comunistas, inspirados na Revolução Russa (1917), mobilizavam os operários nas fábricas, em busca da reforma

agrária.

AS BASES SOCIAIS DO FASCISMO

Os fascistas prometiam construir uma nova civilização.

Uma civilização nacionalista, distantes das “ruinas da democracia liberal” e do inimigo bolchevista (a Revolução Russa).

A propaganda fascista afirmava que reintegraria o proletariado à pátria, acabando com a luta de classes.

Proletariado e burguesia caminhariam juntos para engrandecer a nação.

Os fascistas organizavam exércitos particulares compostos de veteranos de guerra, buscavam preservar a fidelidade, a camaradagem e a

violência da frente de combate: os camisas negras.

O líder e o partido saberiam o que era melhor para a nação e aliviariam o indivíduo da necessidade de tomar decisões.

As classes médias forneceram as bases para o movimento fascista.

Seus integrantes eram pessoas que escolhiam suas filiações políticas de acordo com seus temores.

Pequenos comerciantes, artesãos, funcionários públicos, empregados de escritório, camponeses de alguns recursos, que tinham tanto medo do

capitalismo quanto do socialismo.

Esperavam que o fascismo os protegessem da competição das empresas, e impedisse a odiada classe operária de estabelecer um Estado

Bolchevique para confiscar sua propriedade.

Uma maneira anticomunista de superar as crises econômicas e restabelecer o respeito à nação.

O apoio da imprensa burguesa, nas décadas de 1920-1930, era decorrente da defesa da ordem e da disciplina

Num mundo abalado pelas crises econômicas, pelas manifestações grevistas, e pela ameaça de revolução proletária, o discurso fascista prometia

a luta contra a desordem do mercado e das agitações políticas.

Os apelos fascistas não se limitaram à Itália e à Alemanha.

Page 2: A Crise Se Espalha Pelo Mundo

Espanha, Portugal, França, Inglaterra e diversos outros países europeus e latino americanos também presenciaram governos ou desfiles de

grupos militarizados e uniformizados com posições ideológicas semelhantes.

OS FASCISTAS NO PODER

Os empresários e grandes proprietários de terras, assustados com os comunistas passaram a acusar os governantes liberais de serem fracos e não

combaterem os movimentos de esquerda.

Os nacionalistas se organizavam em fasci (que em na Roma Antiga eram os feixes de varas carregados pelos juízes, com os quais aplicavam as

penas criminais), eles combatiam tanto comunistas, quanto liberais e pacifistas.

Com porretes e óleo de rícino (óleo de mamona), humilhavam, espancavam e assassinavam seus oponentes.

Esses proprietários de terras e empresários começaram a ver nos fascistas o partido que traria a ordem que eles procuravam.

Em 1922, Benito Mussolini organizou uma Marcha sobre Roma, com as tropas de camisas negras (....), caminhavam para capital sem nenhuma

interferência da polícia ou do Exército. Neste ano Mussolini foi nomeado Primeiro Ministro.

Quando assumiu o cargo Mussolini perseguiu, torturou e assassinou os adversários políticos do novo regime.

Em 1926, Mussolini exigiu plenos poderes e promulgou as leis fascistíssimas que instituíram uma ditadura plena. Assumiu então o titulo de

Duce (líder em italiano). Mussolini acabou com os partidos da oposição, demitiu os ministros não fascistas, fechou os jornais da oposição ao

governo. Substituiu os prefeitos por funcionários fascistas e criou uma policia secreta para prender opositores. Os meios de comunicação se

tornaram um instrumento de propaganda do culto a personalidade de Mussolini. A propaganda fascista afirmava ~ Mussolini sempre tem razão,

acredite, obedeça, um minuto no campo de luta vale uma vida inteira de paz. Na tv, no radio, no cinema, era divulgado que Mussolini havia

acabado com a pobreza, o crime, as tensões sociais. Nas escolas aprendiam que ele era o salvador da pátria.

A REPUBLICA DE WEIMAR

Ao final da Primeira Guerra Mundial, a derrotada Alemanha encontrava-se destruída.

Uma assembleia nacional, recém-criada, se reuniu em Weimar, cidade alemã, para preparar a Constituição do novo estado.

Nascia a republica de Weimar, nome assumido pela Alemanha de 1918-1933.

Em janeiro de 1919 o Partido Comunista Alemão tomou as ruas de Berlim e declarou deposto o governo social democrata. Mataram a líder

socialista Rosa Luxemburgo, mas o medo de uma insurreição comunista continuava intenso entre as elites.

A republica de Weimar enfretava pressões politicas e uma grave crise econômica.

O Estado estava endividado, A popula;’ao passa a responsabilizar o governo por esta situação, e a população começa a se simpatizar pelos

movimentos que procuravam derrubar a republica.

De 1924 a 1929, as condições econômicas melhoram.

Aparentemente a Alemanha alcanca uma estabilidade politica superando as amea;as de partidos de extrema direita e extrema esquerda. Por[em,

com a grande depressão de 1929, iniciada em outubro de 1929, a crise econômica global faz ao alemães perderem a confian;a que tinham na

democracia. Come;am a ganhar for;as os partidos de extrema esquerda, os comunistas, de extrema direita, os nacionalistas, e o Partido Nacional

dos Trabalhadores Alemaes (Partido Nazista).

Que visavam a derrubada da republica.

Período entre guerras : crise e totalitarismo

A crise de 1929

Page 3: A Crise Se Espalha Pelo Mundo

Antecedentes:

Com o fim da 1o Guerra, os Estados Unidos da América se colocam na condição de primeira potência do globo, como o "celeiro mundial",

abastecendo os mercados europeus, afetados pela guerra, além dos seus, internos. 

Assiste-se na lavoura e na indústrias americanas uma notável expansão, os bancos tornaram-se credores da reconstrução européia; a sociedade

americana torna-se mundialmente respeitada e admirada. Vise-se aos anos 20 o período da "Grande Euforia".  Poucos se apercebem que a

expansão, entretanto, tem como destino um abismo profundo e abrupto; a euforia desenfreada é o caminho para uma crise sem precedentes na

história de todo o mundo capitalista e que desemboca em 1929.

As origens da crise:

À medida em que a Europa se recupera dos efeitos da grande guerra, reconstruindo fábricas, recuperando campos, gerando empregos, etc, fica

menos dependente do dinheiro e dos produtos norte americanos. O ritmo acelerado da produção dos Estados Unidos, com a crescente redução do

mercado europeu (e gradativa concorrência com o mesmo), gera um descompasso entre produção e consumo, fazendo-se notar uma

superprodução no país, sem consumidores. 

A solução é, no correr dos anos 20, recorrer à necessária redução da produção, o que leva ao desemprego. A escala crescente de desemprego

desestimula ainda mais a produção pois diminui o poder aquisitivo médio da população.

A crise:

Em 1929, fazendas e fábricas, sem condições de sobreviver face ao restrito mercado consumidor, vão à falência, ampliando para milhões o

número de desempregados. Bancos credores perdem seus capitais investidos no processo produtivo e também falem (o número de falências no

sistema bancário norte americano chaga à impressionante cifra de 5 mil bancos). 

A situação da ruína conduz à quebra da Bolsa de valores de Nova York, em outubro de 1929. 

A crise se torna mundial porque as filiais de bancos e indústrias americanas quebram em diversos pontos do globo e a instabilidade levam os

governos a se precaverem, adotando uma postura protecionista nos anos 30, através da elevação das taxas alfandegárias e contenção dos gastos

com importações.

Assim, a redução do comércio internacional é uma das características do período da Grande Depressão, que o mundo capitalista assiste na

década de 30.  Essa situação aflige também as nações periféricas, dependentes das compras das grandes potências, sobretudo de produtos

primários, agora sem condições de efetuá-las.

No Brasil, a cafeicultura é drasticamente afetada, pois o café, único grande produto nacional não é mais comprado pelos Estados Unidos. Os

cafeicultores, detentores inclusive do poder político, perdem muito de sua força econômica, o que abala substancialmente também seu prestígio

político, possibilitando a Revolução de 20 que faz emergir novas forças no cenários político nacional. Apenas a União das Repúblicas Socialistas

Soviéticas não é afetada pela crise por não possuir vínculo com o mundo capitalista.

O NewDeal: Uma proposta para amenizar a crise

New Deal, termo aplicado ao programa do presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt, entre 1933 e 1938, pelo qual ele procura recuperar

a economia dos Estados Unidos (EUA) e acabar com a Grande Depressão. O termo, que significa "novo acordo", é cunhado pelo juiz Samuel

Rosenman e utilizado por Roosevelt em seu discurso de 1932, quando aceita a indicação como candidato a presidente da República. A

incapacidade de resolver os problemas surgidos após a Depressão leva à derrota do presidente republicano Hoover para Roosevelt, democrata,

em 1933.

A legislação do New Deal é proposta por políticos progressistas, administradores e especialistas a serviço do presidente. A inspiração vem de

economistas da escola de Keynes, que prega a intervenção do Estado na economia para diminuir os focos de tensão social, por meio de grandes

Page 4: A Crise Se Espalha Pelo Mundo

investimentos públicos: construção de estradas, usinas, escolas etc. O objetivo é melhorar a distribuição de renda, a fim de aumentar a

capacidade de absorção do mercado interno. 

O plano é aprovado por maioria esmagadora no Congresso. Suas principais medidas são: fechamento temporário dos bancos e a requisição dos

estoques de ouro para sanear as finanças; a desvalorização da moeda por meio de uma inflação moderada, com o objetivo de elevar os preços dos

produtos agrícolas e permitir que os fazendeiros paguem suas dívidas; emissão de papel-moeda e o abandono do padrão-ouro, que permitem ao

Banco Central financiar o seguro-desemprego, para atender a população mais carente. 

A legislação emergencial de 1933 acaba com a crise bancária e restaura a confiança pública. As medidas de alívio do chamado primeiro New

Deal, de 1933 a 1935, como a criação da Autoridade do Vale do Tennessee, estimulam a produtividade, e a Administração de Projetos de

Trabalho reduz o desemprego. 

A falência das agências do governo central provoca o segundo New Deal, de 1935 a1938, devotado à recuperação por meio de medidas como o

Ato de Seguridade Social, que garante o seguro-desemprego, dá cobertura previdenciária aos assalariados e estabelece a liberdade sindical. O

New Deal estende a autoridade federal em todos os campos e dá atenção imediata aos problemas trabalhistas. Apóia trabalhadores, fazendeiros e

pequenos empresários e, indiretamente, negros, que são beneficiados pela legislação, que propõe equiparar as oportunidades e criar padrões

mínimos de salário, carga horária, descanso e seguridade. O problema do desemprego, no entanto, só é resolvido às vésperas da II Guerra

Mundial, com a reativação da indústria bélica, a partir de 1937, em função do rearmamento dos países da Europa.

O avanço do totalitarismo

No pós-guerra, assistiu-se em diversas partes do mundo ao desenvolvimento das democracias liberais e à ascensão vertiginosa dos regimes

totalitários.

Chamamos de totalitário o regime político que considera os interesses do Estado infinitamente mais importantes do que os direitos do indivíduo:

“Nada pelo indivíduo, tudo pelo Estado”

As razões gerais da ascensão e consolidação dos regimes totalitários em diversos países do mundo no pós-guerra são semelhantes:

- os efeitos da crise econômica do pós-guerra (aumento da dívida externa, desemprego, fome) agravado pela crise mundial de 1929;

- a intensificação dos conflitos sociais e a incompetência dos governos democráticos na administração desses conflitos;

- o receio que os grupos dominantes (empresários, banqueiros, oficiais das forças armadas) nutriam com relação ao avanço do socialismo (daí o

apoio que o nazi-fascismo recebeu desses grupos).

Dois exemplos de regimes totalitários surgidos no pós-guerra foram o fascismo, na Itália, e o nazismo na Alemanha .

O fascismo italiano e o nazismo alemão possuíam inúmeras características comuns:

- o nacionalismo extremado. Consideravam a nação (Itália, no caso do fascismo; Alemanha, no caso do nazismo) como uma das criações mais

elaboradas do espírito humano. Por isso a vontade pessoal devia estar submetida à vontade nacional;

- o unipartidarismo. Em cada nação, deveria haver apenas um partido ;

- o emprego da violência. Tanto os fascistas quanto os nazistas faziam uso sistemático da violência para aterrorizar e eliminar seus adversários;

- o expansionismo. Diziam que a nação que não se expandisse territorialmente fatalmente acabaria por desaparecer. O ditador alemão Adolf

Hitler afirmava, por exemplo, que os alemães precisavam conquistar um espaço vital – para se realizarem plenamente.

Nazismo

Regime político de caráter totalitário que se desenvolve na Alemanha durante as sucessivas crises da República de Weimar, entre 1919 e 1933.

Baseia-se na doutrina do nacional-socialismo, formulada por Adolf Hitler, que orienta o programa do Partido Nacional-Socialista dos

Trabalhadores Alemães (NSDAP). De caráter nacionalista, defende o racismo, a superioridade da raça ariana e a luta pelo expansionismo alemão

Page 5: A Crise Se Espalha Pelo Mundo

e nega as instituições da democracia liberal e a revolução socialista. A essência da ideologia nazista encontra-se no livro de Hitler, Minha Luta

(Mein Kampf).

Ao final da I Guerra Mundial, além de perder territórios para França, Polônia, Dinamarca e Bélgica, os alemães são obrigados pelo Tratado de

Versalhes a pagar altas indenizações aos países vencedores. Essa penalidade faz crescer a dívida externa e compromete os investimentos

internos, gerando falências, inflação e desemprego em massa. As tentativas frustradas de revolução socialista (1919, 1921 e 1923) e as

sucessivas quedas de gabinetes de orientação social-democrata criam condições favoráveis ao surgimento e à expansão do nazismo no país. O

NSDAP, utilizando-se de espetáculos de massa (comícios e desfiles) e dos meios de comunicação (jornais, revistas, rádio e cinema), consegue

mobilizar a população por meio do apelo à ordem e ao revanchismo. Recebe ajuda da grande burguesia, que teme o movimento operário.

Favorecidos por uma divisão dos partidos de esquerda, os nazistas são vitoriosos nas eleições de 1932. Em 1933, Hitler é nomeado primeiro-

ministro, com o auxílio de nacionalistas, católicos e setores independentes. Um ano depois se torna chefe de governo (chanceler) e chefe de

Estado (presidente). Interpreta o papel de führer, o guia do povo alemão, criando o III Reich (III Império).

Com poderes excepcionais, Hitler suprime todos os partidos políticos, exceto o nazista; dissolve os sindicatos; cassa o direito de greve; fecha os

jornais de oposição; e estabelece a censura à imprensa. Apoiando-se em organizações paramilitares, SA (guarda do Exército), SS (guarda

especial) e Gestapo (polícia política), realiza perseguições aos judeus, aos sindicatos e aos políticos comunistas, socialistas e de outros partidos.

O intervencionismo e a planificação econômica adotados por Hitler eliminam, no entanto, o desemprego e impedem a retirada do capital

estrangeiro do país. Há um acelerado desenvolvimento industrial, que estimula a indústria bélica e a edificação de obras públicas. Esse

crescimento se deve em boa parte ao apoio dos grandes grupos alemães, como Krupp, Siemens e Bayer, a Adolf Hitler. Em desrespeito ao

Tratado de Versalhes, Hitler reinstitui o serviço militar obrigatório, em 1935, remilitariza o país e envia tanques e aviões para amparar as forças

conservadoras do general Francisco Franco durante a Guerra Civil Espanhola, em 1936. Nesse mesmo ano promove o extermínio sistemático

dos judeus por meio da deportação para guetos ou campos de concentração. Anexa a Áustria e a região dos Sudetos, na Tchecoslováquia (1938).

Ao invadir a Polônia, em 1939, dá início à II Guerra Mundial.

Terminado o conflito, instala-se na cidade alemã de Nürenberg um tribunal internacional para julgar os crimes de guerra cometidos pelos

nazistas. Realizam-se 13 julgamentos entre 1945 e 1947, 25 alemães são condenados à morte, 20 à prisão perpétua, 97 a penas curtas de prisão e

35 são absolvidos. Dos 21 principais líderes nazistas capturados, dez são executados por enforcamento em 16 de outubro de 1946.

Neonazismo – A partir dos anos 80, na Europa, há uma retomada de movimentos autoritários e conservadores denominados neonazistas,

principalmente na Alemanha, Áustria, França e Itália. Eles são favorecidos, entre outros motivos, pela imigração, pela recessão, pelo

desemprego e pelo ressurgimento de velhos preconceitos étnicos e raciais. Manifestam-se de forma violenta e têm nos estrangeiros o alvo

preferencial de ataque. Em determinados países, os movimentos neonazistas valem-se também da via institucional parlamentar, como o partido

político Frente Nacional, na França. No Brasil, carecas, skinheads e white power são alguns dos grupos em evidência nos grandes centros

urbanos, promovendo ataques verbais, pichações e agressões dirigidas principalmente contra os migrantes nordestinos.

Fascismo

“Um minuto no campo de luta

vale uma vida inteira de paz.”

Mussolini

Regime político de caráter totalitário que surge na Europa no entreguerras (1919-1939). Originalmente é empregado para denominar o regime

político implantado pelo italiano Benito Mussolini entre 1919 e 1943. Suas principais características são o nacionalismo, que tem a nação como

forma suprema de desenvolvimento, e o corporativismo, em que os sindicatos patronais e trabalhistas são os mediadores das relações

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trabalhistas. O fascismo nasce oficialmente em 1919, em Milão, quando Mussolini funda o movimento intitulado Fascio de Combatimento, cujos

integrantes, os camisas pretas (camicie nere), se opõem à classe liberal. Em 1922, as milícias fascistas desfilam na Marcha sobre Roma.

Pretendem tomar o poder militarmente e ocupam prédios públicos e estações ferroviárias, exigindo a formação de um novo gabinete. Mussolini é

convocado para chefiar o governo do país, que atravessa profunda crise econômica, agravada por greves e manifestações de trabalhadores. Por

meio de fraudes, os fascistas conseguem maioria parlamentar. Em seguida, Mussolini dissolve os partidos de oposição, persegue parlamentares

oposicionistas e passa a governar por decretos. As características do regime são cerceamento da liberdade civil e política, unipartidarismo,

derrota dos movimentos de esquerda e limitação ao direito dos empresários de administrar sua força.