A crise do princiacutepio da legalidade

Artur Alves da Motta

Dissertaccedilatildeo para a obtenccedilatildeo do tiacutetulo de especialista Universidade Federal do Rio Grande do Sul Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Direito Curso de Especializaccedilatildeo em Direito Tributaacuterio

Porto Alegre agosto de 2002

Sumaacuterio

Parte I Lei e legalidade

11 Introduccedilatildeo 12 A norma como dever-ser13 A ideacuteia de lei14 A lei como instrumento de governo15 O aviltamento da lei 16 A necessidade de se restaurar o prestiacutegio da lei

Parte 2 O Estado e a tributaccedilatildeo

21 O Estado e o Direito Tributaacuterio 22 Os problemas tributaacuterios 23 Os poderes normativos do Poder Executivo 24 O Poder Executivo e a lei 25 O exerciacutecio da atividade legislativa pelo Poder Executivo uma contingecircncia 26 A criacutetica do papel ativo do Executivo na criaccedilatildeo da lei

Parte 3 O Judiciaacuterio e a lei

31 A interpretaccedilatildeo da lei 32 O controle da lei e seus limites 33 Da presunccedilatildeo agrave ordinarizaccedilatildeo do controle de constitucionalidade 34 Alteraccedilotildees no controle de constitucionalidade das leis 35 O controle de constitucionalidade como fato poliacutetico stricto sensu 36 A influecircncia do sistema common law Conclusatildeo Bibliografia

PARTE I Lei e legalidade

11 Introduccedilatildeo

Eacute fato notoacuterio a importacircncia da lei em nosso sistema romano-germacircnico referecircncia juriacutedica e fonte preciacutepua do direito Quando se fala em direito uma das primeiras imagens que se formam na mente eacute de um conjunto de regras cuja expressatildeo mais forte eacute a lei FERREIRA FILHO com sutil ponta de ironia escreve eacute ateacute redundante mencionar a importacircncia da lei no Estado de Direito dado que este se caracteriza fundamentalmente pela sujeiccedilatildeo de tudo e todos agrave lei(1) POLETTI reforccedila esta ideacuteia ao dizer que o sistema romaniacutestico coloca sua ecircnfase na dogmaacutetica juriacutedica quer ela se manifeste na norma positivada (a lei) quer ela aflore da Doutrina e se consagre na evoluccedilatildeo histoacuterica do Direito (2)

No Direito Tributaacuterio com muito mais razatildeo sobressai o papel da lei Sem ela natildeo haacute tributo no Estado de Direito e soacute ela eacute capaz de integrar e dar executoriedade aos mandamentos constitucionais(3) Se essa ideacuteia fosse mais arraigada em nosso sistema dispositivos como o art 150 sect 6deg introduzido na Constituiccedilatildeo(4) pela Emenda 393 seriam plenamente dispensaacuteveis bastaria ter em mente que o Direito Tributaacuterio decorre da lei sendo esta sua uacuteltima medida e sua fronteira(5)

Por uma questatildeo conceitual e de escolha a lei deve ser compreendida como norma geral de direito formulada e promulgada por modo autecircntico pelo oacutergatildeo competente da autoridade soberana e feita valer pela proteccedilatildeo-coerccedilatildeo(6) conforme a definiccedilatildeo de RAO No presente estudo se tomou um conceito formal de lei mdash embora as observaccedilotildees aqui feitas natildeo ignorem as diversas acepccedilotildees e sentidos para a expressatildeo lei(7) principalmente aquelas sustentadas pelos partidaacuterios das concepccedilotildees formal e material da lei(8) Ela natildeo encontra limites materiais aleacutem dos traccedilados pela Constituiccedilatildeo pois como ressalta FERREIRA FILHO em tudo pode imiscuir-se o ato normativo escrito natildeo existindo domiacutenio que lhe seja interdito(9)

No que interessa mais especificamente ao campo tributaacuterio essa realidade erige-se no chamado princiacutepio da legalidade(10) para FALCAtildeO talvez o mais importante do princiacutepio geral consagrado pelo Estado de Direito da legalidade da administraccedilatildeo [] ou mais especificamente do princiacutepio da legalidade dos tributos(11) opiniatildeo que tambeacutem eacute compartilhada atualmente por outros tantos como CARRAZZA para quem o princiacutepio da legalidade eacute uma das mais importantes colunas sobre as quais se assenta o edifiacutecio

do Direito Tributaacuterio(12) Segundo CAIS o princiacutepio teria se formado ao longo do tempo e por esse foi sendo alterado e consolidado ateacute adquirir a sua forma atual e a sua localizaccedilatildeo no texto constitucional (13)

Esse princiacutepio (CRFB1988 arts 5deg inciso II e 150 inciso I)(14) adquire o patamar de garantia e vai orientar todo o sistema definindo o alcance da exigibilidade tributaacuteria mdash no aspecto positivo ou negativo como eacute o caso das isenccedilotildees

CARRAZZA faz questatildeo de destacar a sua importacircncia a raiz de todo ato administrativo tributaacuterio deve encontrar-se numa norma legal nos termos expressos do art 5deg II da Constituiccedilatildeo da Repuacuteblica(15)

MACHADO desdobra a compreensatildeo do princiacutepio da legalidade num duplo aspecto dizendo que ele

pode ser entendido em dois sentidos a saber (a) o de que o tributo deve ser cobrado mediante o consentimento daqueles que o pagam e (b) o de que o tributo deve ser cobrado segundo normas objetivamente postas de sorte a garantir plena seguranccedila nas relaccedilotildees entre o fisco e os contribuintes(16)

Isso significa nos dizeres do ilustre professor cearense que uma vez

adotado o princiacutepio da legalidade pode-se afirmar pelo menos que a relaccedilatildeo de tributaccedilatildeo natildeo eacute uma relaccedilatildeo simplesmente de poder mas uma relaccedilatildeo juriacutedica(17) Assim continua ele o princiacutepio da legalidade todavia natildeo quer dizer apenas que a relaccedilatildeo de tributaccedilatildeo eacute juriacutedica Quer dizer que essa relaccedilatildeo no que tem de essencial haacute de ser regulada em lei(18) Por essa razatildeo parcela da doutrina denomina o princiacutepio da legalidade de princiacutepio da estrita legalidade ou da legalidade estrita assim querendo significar a sujeiccedilatildeo de toda relaccedilatildeo juriacutedico-tributaacuteria agrave lei(19)

KELSEN parece ligar a questatildeo da legalidade ao proacuteprio direito pois o Direito regula a sua proacutepria criaccedilatildeo na medida em que uma norma juriacutedica eacute criada e tambeacutem ateacute certo ponto o conteuacutedo dessa norma(20) Assim se o direito como conjunto normativo eacute capaz de se produzir segundo suas proacuteprias leis a ideacuteia de direito traz em si o conceito de legalidade pois essa eacute a consequumlecircncia da proacutepria realidade normativa em expansatildeo Isso permite ao direito criar direito agrave norma produzir norma ateacute o ponto de algumas delas preverem a existecircncia e a forma de produccedilatildeo de outras regras juriacutedicas

Todavia por paradoxal que seja o princiacutepio constitucional da legalidade mdash indissociaacutevel da ideacuteia de direito mdash vai aos poucos perdendo o significado e a dimensatildeo que deveria ter tendo em vista que a lei natildeo eacute mais paracircmetro definitivo das relaccedilotildees juriacutedicas de direito puacuteblico no panorama brasileiro contemporacircneo a lei natildeo eacute aplicada exatamente da forma em que concebida sofrendo reparos por parte de seus inteacuterpretes e natildeo raras vezes eacute relegada a um plano inferior ao que mereceria num Estado de Direito pelos seus proacuteprios aplicadores e inteacuterpretes Cabe aqui a censura de LEAL pois tem-se visto uma crescente flexibilizaccedilatildeo dos paracircmetros legais e constitucionais existentes em benefiacutecio de uma suposta independecircncia judicial e de um pretenso poder normativo dos juiacutezes (21)

A lei meio normal de regulaccedilatildeo das relaccedilotildees juriacutedico-tributaacuterias parece ser apenas um princiacutepio dentre os demais que seratildeo avaliados e medidos para determinar o alcance das exigecircncias fiscais Hoje eacute raro o processo judicial em que natildeo satildeo impugnados atos normativos especialmente as leis sobre os quais recai um foco dirigido a contrastaacute-las com a Constituiccedilatildeo GRECO aponta nesta direccedilatildeo quando diz que a interpretaccedilatildeo natildeo poderaacute ficar centrada apenas no artigo 150 da Constituiccedilatildeo Federal (22)

Eacute uma breve anaacutelise das razotildees pelas quais alguns fenocircmenos voltam-se contra o princiacutepio da legalidade que motivaram o presente estudo natildeo sem antes tomar a saacutebia advertecircncia de MUNHOZ pois falar no princiacutepio da legalidade eacute expor-se abertamente uma vez que pode significar falar sobre o oacutebvio ou o assunto mais banal dentro do Direito [] muitas vezes tem-se que fazer um corte epistemoloacutegico para poder focalizar algo de interesse(23)

12 A norma como dever-ser

Do ponto de vista puramente abstrato o ato normativo mdash e aqui inserimos a lei mdash integra o mundo do dever-ser ou seja a lei natildeo eacute a descriccedilatildeo do mundo real e seus fenocircmenos mas sim aquilo que o direito deseja e traccedila como arqueacutetipo ideal(24) A distinccedilatildeo entre ser e dever-ser eacute feita para separar a realidade juriacutedica de caraacuteter normativo daquela que se apresenta no mundo dos fatos estudada pelas ciecircncias naturais denominada de mundo do ser

Esse o ponto de partida para considerarmos a importacircncia o valor e o significado da norma juriacutedica e por extensatildeo da lei a fim de se analisar mais detidamente certos aspectos do princiacutepio da legalidade(25) A importacircncia da norma para o mundo do dever-ser eacute fundamental pois sem ela se nega a proacutepria existecircncia de uma realidade distinta do mundo faacutetico Por tal razatildeo disse REALE

Natildeo concordamos por conseguinte com aqueles que embevecidos com as conquistas das ciecircncias naturais pretendem reduzir o Direito a esquemas ou modelos fiacutesicos sem levar em conta a distinccedilatildeo loacutegica (e natildeo ontoloacutegica ou metafiacutesica entendamo-nos) entre ser e dever-ser(26)

Partindo-se deste dado de que regra juriacutedica (lei) eacute dever-ser eacute que se ratifica a necessidade de seu respeito e manutenccedilatildeo A lei eacute fruto de um processo que se predispotildee a legitimar-se desde a sua formaccedilatildeo ateacute chegar ao objetivo por ela visado Na sua elaboraccedilatildeo participam vaacuterios agentes sociais e seu conteuacutedo eacute a expressatildeo daquilo que a sociedade deseja por isso ela eacute o dever-ser por excelecircncia Assim irrefutaacutevel o ensinamento de KELSEN quando afirma que apenas com o auxiacutelio do conceito de norma e do significado correlato de lsquodever serrsquo eacute que podemos entender o significado especiacutefico das regras de Direito(27)

13 A ideacuteia de lei

Para FERREIRA FILHO sem lei natildeo subsiste um regime constitucional pluralista pois a lei eacute expressatildeo do estado de direito(28) O respeito agrave lei parece ser entatildeo o respeito ao proacuteprio direito Tais ideacuteias reforccediladas e propagadas pelo pensamento iluminista tomaram conta do direito continental europeu e com facilidade formaram a mentalidade juriacutedica de muitos profissionais do direito do chamado sistema romano-germacircnico

Eacute que a lei se imagina numa visatildeo claacutessica e tradicional como regra legiacutetima estabelecida em benefiacutecio de todos e de acordo com os anseios da quase totalidade dos povos Haacute uma impliacutecita vontade de se identificar a lei ao justo pois a presunccedilatildeo de que as decisotildees do legislador exprimem necessariamente os mandamentos da Razatildeo teve por consequumlecircncia iniludiacutevel afastar in limine o alcance praacutetico de qualquer debate sobre a injusticcedila de uma lei(29) conforme ilustra FERREIRA FILHO

Por detraacutes desse entendimento vigorava a crenccedila de que a vontade corporificada numa regra geral e abstrata seria melhor que as incertezas das vontades e paixotildees dos governantes capaz de pocircr os seus destinataacuterios em uma posiccedilatildeo mais tranquumlila e confortaacutevel Mesmo o governante deveria se sujeitar aos ditames legais A valorizaccedilatildeo da regra objetiva como instrumento orientador da vida em sociedade aparando arestas e harmonizando situaccedilotildees que o tempo poderia levar a focos de tensatildeo revoltas e instabilidade social criou o ambiente propiacutecio ao reconhecimento de sua elevada importacircncia e missatildeo

E nada mais natural que se deseje a lei justa pois como lembra KELSEN o anseio por justiccedila eacute o eterno anseio do homem pela felicidade Eacute a felicidade que o homem natildeo pode encontrar como indiviacuteduo isolado e que portanto procura em sociedade(30) VON JHERING reconhece a forccedila do respeito agrave lei parecendo ver com bons olhos a equiparaccedilatildeo da lei ao direito concreto onde a luta pelo direito subjetivo eacute tambeacutem uma luta pela lei [] e a lei teraacute de afirmar-se sob pena de natildeo passar de um jogo vatildeo e de uma frase vazia (31)

Tudo isso nos remete agrave ideacuteia de que a lei eacute necessaacuteria e deve ser preservada pois ela eacute a medida objetiva do direito mdash que se acredita e deseja ser o melhor meio para a soluccedilatildeo dos conflitos e problemas da sociedade Mas isto natildeo significa uma obediecircncia cega aos textos legais pois a lei deve ser medida de justiccedila e leis inadequadas ou injustas como lembra VON JHERING numa passagem quase liacuterica

qualquer norma que se torne injusta aos olhos do povo qualquer instituiccedilatildeo que provoque o seu oacutedio causa prejuiacutezo ao sentimento nacional de justiccedila e por isso mesmo consome as energias da naccedilatildeo representa uma pecado contra a ideacuteia do direito cujas consequumlecircncias acabam por atingir o proacuteprio Estado (32)

Ademais como diz FERREIRA FILHO evocando as liccedilotildees de Locke a lei soacute tem caraacuteter de lei soacute eacute lei se atender tambeacutem agrave justiccedila(33) Todavia a generalizaccedilatildeo desses uacuteltimos princiacutepios mdash da resistecircncia agrave lei injusta mdash tem sido levada ateacute agraves uacuteltimas consequumlecircncias principalmente em decorrecircncia do subjetivismo que impregna nossa sociedade contemporacircnea onde cada um se sente agrave vontade para decidir o que eacute certo ou errado para separar o bem do mal censurando condutas alheias e condenando atitudes dos governantes Mas como discernir com seguranccedila e objetividade se haacute injusticcedila na lei ou na conduta daqueles que se insurgem contra a sua aplicaccedilatildeo

14 A lei como instrumento de governo

A concepccedilatildeo de lei como um ideal de justiccedila eacute equiparada a um conceito material de lei E esta originariamente como anota FERREIRA FILHO nada tinha que ver a proposiccedilatildeo de uma lei com as necessidades governamentais porque a lei natildeo era considerada instrumento de governo(34) Por outro lado segundo CLEgraveVE tal ideacuteia vai ruindo com o surgimento do Estado moderno o responsaacutevel pela transformaccedilatildeo da lei em uma manifestaccedilatildeo de poder A lei enquanto manifestaccedilatildeo de poder passa a ser encarada como uma expressatildeo de comando de algueacutem que exerce o domiacutenio(35)

Ignorando a realidade os conceitos puramente teoacutericos ela vai contribuir para a alteraccedilatildeo da concepccedilatildeo original favorecida pela demagoacutegica sensaccedilatildeo de onipotecircncia dos governantes conjugada com a necessidade de dar satisfaccedilatildeo a seus eleitores A nova compreensatildeo do significado da lei levou os que participam do seu processo criativo a ampliar os limites do ato legislativo ateacute onde fosse possiacutevel na busca de soluccedilotildees para os mais variados problemas

Grande parte desta responsabilidade cabe ao Poder Legislativo pois este ao inveacutes de refrear os acircnimos mais exaltados se apressa em produzir normas que julga solucionarem todos os problemas imaginaacuteveis O Legislativo portanto prefere a resposta mais raacutepida para o problema

em vez de esperar a maturaccedilatildeo da regra para promulgaacute-la o legislador edita-a para da praacutetica extrair a liccedilatildeo sobre seus defeitos ou inconvenientes Daiacute decorre que quanto mais numerosas satildeo as leis tanto maior nuacutemero de outras exigem para completaacute-las explicaacute-las remendaacute-las consertaacute-las Feitas agraves pressas para atender a contingecircncias de momento trazem essas leis o estigma da leviandade(36)

O ramo das receitas derivadas natildeo ficou a salvo de tais praacuteticas Necessitando de meios para a realizaccedilatildeo de promessas de campanha e a realizaccedilatildeo de investidas mais ousadas no campo social que invariavelmente exigem substanciosos gastos jamais o poder puacuteblico prescindiu do fruto do trabalho alheio Como escreveu SOUZA mdash e isso haacute mais de meio seacuteculo mdash o imposto deixou de ser simplesmente um meio de proporcionar recursos financeiros para se tornar um poderoso instrumento de accedilatildeo do Estado no terreno social(37)

Nem eacute preciso dizer da infinidade de leis editadas para regular questotildees tributaacuterias Embora o nuacutemero de tributos natildeo aumente tanto em relaccedilatildeo ao nuacutemero de leis e regulamentos editados eacute flagrante a hipertrofia dessa legislaccedilatildeo principalmente depois da Constituiccedilatildeo de 1988 Natildeo haacute ano em que natildeo se faccedila exigecircncia tributaacuteria nova ou se altere alguma possibilidade de deduccedilatildeo dimensionamento de base de caacutelculo ou qualquer outra coisa relativa a algum tipo de tributo especialmente no campo das contribuiccedilotildees sociais mdash estas notadamente a grande opccedilatildeo arrecadatoacuteria do Poder Executivo federal Sempre haacute uma vasta legislaccedilatildeo com dezenas de artigos estipulando as minuacutecias das hipoacuteteses em que se deve enquadrar um tipo de atividade nesta e naquela categoria com o intuito de saber o quecirc o quanto e quando exigir tributo

15 O aviltamento da lei

A lei eacute fato poliacutetico fato este que nas democracias transforma a vontade da maioria em direito Eacute o Poder Legislativo que exerce este papel na elaboraccedilatildeo da norma juriacutedica sendo tal funccedilatildeo legitimada pela ordem constitucional Tambeacutem a aplicaccedilatildeo da lei e a soluccedilatildeo das contendas que envolvam o seu emprego no caso concreto deveriam ser feitas com a exata compreensatildeo dessas premissas

Mas entre esta noccedilatildeo abstrata o ideal do ato normativo e o cotidiano haacute uma grande distacircncia Como diz CLEacuteVE com os horrores presenciados no seacuteculo XX todos aprenderam que o legislador natildeo eacute digno de total confianccedila(38) Assim a lei vive uma crise motivada por uma seacuterie de fatores dentre os quais se pode citar a facilidade de sua elaboraccedilatildeo gerando seu elevadiacutessimo nuacutemero e escassa noccedilatildeo das mateacuterias legisladas a facilidade que uma lei tem de ser revogada por outra antes que qualquer das regras juriacutedicas venha a ser assimiladas o trato de mateacuterias de forma por vezes detalhista e de outras tantas vezes vaga numa eterna busca em regular o real de forma imaginada e nem sempre adequada ao mundo concreto

A doutrina natildeo deixa de perceber essa dura realidade como lembra CAPPELLETTI

demasiadas leis foram emanadas demasiadamente tarde ou bem cedo tornaram-se obsoletas muitas se revelaram ineficazes quando natildeo contraprodutivas em relaccedilatildeo agraves finalidades sociais que pretendiam atingir e muitas ainda criaram confusatildeo obscuridade e descreacutedito da lei (39)

E FERREIRA FILHO arremata quanto maior eacute o nuacutemero dessas leis evidentemente eacute menor a importacircncia dos assuntos por que se preocupam (40)

Por outro lado outro aspecto que natildeo passa despercebido e tambeacutem vai contribuindo para degenerar a lei em especial a tributaacuteria eacute o crescente aumento de sua complexidade O fato se repete tambeacutem noutros paiacuteses(41) e no nosso eacute agravado por natildeo existir uma disciplina atualizada sistemaacutetica e completa de nossas exigecircncias fiscais no Coacutedigo Tributaacuterio Nacional(42)

Cabe considerar que natildeo satildeo poucas as vezes que a lei eacute impugnada distorcida e sacrificada tambeacutem por razotildees poliacuteticas socioloacutegicas e ateacute mesmo com a invocaccedilatildeo de preceitos constitucionais pelos mais diversos motivos Do Poder Judiciaacuterio saem as maiores censuras ao direito positivo frequumlentemente permeadas de grande dose de insatisfaccedilatildeo pessoal do magistrado com a lei situaccedilotildees que instauram uma inseguranccedila quanto ao significado da lei com a decorrente perda da previsibilidade quanto agraves respectivas consequumlecircncias anota GRECO e conduzem agrave deterioraccedilatildeo da legalidade (43)

16 A necessidade de se restaurar o prestiacutegio da lei

Apesar das deficiecircncias que lhe satildeo inerentes ateacute hoje natildeo se chegou a um referencial melhor que a lei para instituir as exigecircncias de ordem financeira capazes de financiar os gastos necessaacuterios ao cumprimento das finalidades proacuteprias do Estado Por essa razatildeo natildeo haacute como desvincular-se o Direito Tributaacuterio do princiacutepio da legalidade pois sem lei natildeo se tem o controle do arbiacutetrio o primado do direito e nem a democracia possiacutevel

Escreveu KELSEN com muita propriedade quando disse ser impossiacutevel determinar a norma de justiccedila de modo uacutenico Ela eacute em uacuteltima anaacutelise uma expressatildeo do interesse do indiviacuteduo que declara uma instituiccedilatildeo social justa ou injusta(44) Portanto eacute utoacutepico querer se livrar de um sistema normativo em se tratando de uma ciecircncia que eacute dever-ser por excelecircncia Eacute por isso que se chama a atenccedilatildeo para a valorizaccedilatildeo da lei como FERREIRA FILHO quando afirma que a supremacia da lei como exigecircncia da seguranccedila e como tal imperativo da liberdade eacute inerente ao regime a que nossa civilizaccedilatildeo se apega(45) Impossiacutevel ignorar a existecircncia e mesmo da necessidade teacutecnica de leis no mundo juriacutedico em maior ou menor grau sob pena de cairmos num subjetivismo e relativismo onde jamais se buscaraacute o ideal concreto de bem comum

A lei deve dar a justa medida do tributo exigiacutevel orientando tanto aquele que deve pagaacute-lo como aqueles encarregados de verificarem esse pagamento ou a sua correccedilatildeo bem como os que iratildeo participar do processo de definiccedilatildeo na praacutetica das hipoacuteteses em que o dever existe Nesse sentido jaacute se manifestava FALCAtildeO quando afirmou exige-se em lei formal estejam determinados pelo menos os seguintes elementos o fato gerador do tributo a sua aliacutequota a respectiva base de caacutelculo e os sujeitos passivos direitos e indiretos da obrigaccedilatildeo tributaacuteria(46) tese ateacute hoje sustentada pela doutrina tributarista nacional (47)

Ao lado da necessidade de se recompor o sistema legal o que se assiste eacute a desvalorizaccedilatildeo real da lei pelo em nosso sistema juriacutedico atual levando ateacute a um gradativo inchaccedilo do texto constitucional(48) que desce a pormenores facilmente dispensaacuteveis e que poderiam ser deduzidos dentro de uma interpretaccedilatildeo forte no Estado de Direito Assim a Constituiccedilatildeo ao mesmo tempo em que se torna mais analiacutetica fica mais exposta e mais fraacutegil porque a confianccedila depositada na lei transferiu-se para a Constituiccedilatildeo Aliaacutes mais do que para a Constituiccedilatildeo transferiu-se talvez para os oacutergatildeos exercentes da jurisdiccedilatildeo constitucional(49)

Certamente que um prestiacutegio maior da lei mdash e aqui inserimos tambeacutem a lei complementar mdash evitaria que tiveacutessemos um Sistema Tributaacuterio Nacional tatildeo minudente que acaba realimentando as possibilidades interpretativas De outra parte isso termina por permitir que se questione perante o Tribunal encarregado de fazer o controle de constitucionalidade das leis toda e qualquer alteraccedilatildeo legal trazendo um volume maior de processos ao Judiciaacuterio e prolongando os supliacutecios de uma demanda por todas as instacircncias possiacuteveis

Haacute quem sugira uma maior valorizaccedilatildeo das relaccedilotildees na esfera administrativa como meio de se evitar os custos elevados de processos judiciais como NOGUEIRA

Torna-se premente a valorizaccedilatildeo da instacircncia administrativa de tal modo que possa ela servir como preciosos instrumento de soluccedilatildeo de conflitos tributaacuterios pela forma mais cocircmoda raacutepida e menos dispendiosa [] O aperfeiccediloamento dos oacutergatildeos administrativos encarregados de apreciar questotildees tributaacuterias eacute a soluccedilatildeo mais loacutegica racional e econocircmica para prevenir dispendiosas accedilotildees judiciais(50)

PARTE 2 O Estado e a tributaccedilatildeo

21 O Estado e o Direito Tributaacuterio

Segundo ATALIBA os poliacuteticos (homens que dirigem o estado) precisando atender agraves necessidades financeiras do poder puacuteblico usam do direito como instrumento do desiacutegnio de abastecer o estado de dinheiro(51) pois o tributo eacute vetusta e fiel sombra do poder poliacutetico haacute mais de 20 seacuteculos Onde se ergue um governante ela se projeta sobre o solo de sua dominaccedilatildeo(52) Esta atividade social e politicamente regrada eacute estudada pelo Direito Tributaacuterio(53) e as normas que disciplinada estas relaccedilotildees levam a alcunha de tributaacuterias(54)

Pleno de razatildeo COELHO diz que o Estado impotildee o tributo porque precisa e o arrecada porque pode(55) Eacute inegaacutevel que o poder puacuteblico apesar de fabricar dinheiro natildeo pode fazecirc-lo na quantidade que deseja para cumprir suas finalidades sob pena de inviabilizar esta sua atividade e a de todos os demais com o imposto mais nocivo que existe a inflaccedilatildeo(56) Portanto para poder atingir os fins que a sociedade incumbiu ao Estado este inevitavelmente teve de lanccedilar matildeo dos recursos gerados pela proacutepria populaccedilatildeo(57)

Desnecessaacuterio dizer que desta mui digna funccedilatildeo surgiram abusos de governantes principalmente para fazer frente a despesas de utilidade ou vantagem questionaacuteveis(58) O poder extasia o ego e a vaidade embriaga Os eacutebrios tornaram-se aacutevidos pelo aumento de impostos para justificarem seus gastos Eacute um histoacuterico de luta para conter as imposiccedilotildees fiscais do Estado saber qual o seu alcance e finalidades que fizeram nascer o Estado de Direito e mdash por extensatildeo mdash o Direito Tributaacuterio(59) Desse esforccedilo surgiu a lei como instrumento apto a regular a atividade tributante originando o chamado princiacutepio da legalidade (60)

22 Os problemas tributaacuterios

As dificuldades na oacuterbita tributaacuteria vecircm se arrastando haacute anos E elas satildeo tantas e tatildeo grandes que natildeo poupam viacutetimas todas as partes envolvidas na relaccedilatildeo juriacutedica tributaacuteria saem perdendo O que BECKER disse haacute quase quarenta anos ainda se manteacutem atual

hoje ou o Estado quebra o instrumental juriacutedico que se tornou impraticaacutevel ou eacute este instrumental obsoleto que fere as matildeos do Estado Para fugir a esta alternativa o Estado constroacutei atabalhoadamente quantidade enorme de novas leis de tatildeo peacutessima qualidade que revela ignoracircncia troglodita na arte de criar o instrumento apropriado Em construccedilatildeo de regras juriacutedicas tributaacuterias apenas se comeccedilou a sair da idade da pedra lascada(61)

A criacutetica procede mas eacute necessaacuterio direcionar o foco ao seu verdadeiro objeto O Estado moderno sabidamente um ente complexo natildeo toma suas decisotildees e nem alcanccedila as suas realizaccedilotildees isoladamente Eacute melhor uma indagaccedilatildeo das causas pelas quais os problemas acontecem para que se chegue a uma conclusatildeo mais uacutetil Por esse caminho parece trilhar NOGUEIRA quando dirige parte de suas repreensotildees ao Poder Legislativo pois as mazelas

natildeo tecircm por causa o bem estruturado sistema constitucional tributaacuterio mas a existecircncia de uma legislaccedilatildeo inadequada e sobretudo defasada ao lado de uma renitente instabilidade normativa provocada pela atuaccedilatildeo do Legislativo (62)

Entretanto a face mais conhecida do Estado eacute sem duacutevida o Poder Executivo e dentro deste o seu chefe de governo essa lideranccedila eacute acentuada pelos meios de comunicaccedilatildeo de massa que permitem ao chefe do governo tocar diretamente quase a cada um dos seus governados com seus apelos e proclamaccedilotildees(63) Eacute ele o chefe de governo o realizador o cobrador e no consciente coletivo de nossa sociedade paternalista o culpado por tudo mdash inclusive os tributos(64)

Atualmente uma visatildeo arejada dessa antiga concepccedilatildeo mdash e um pouco mais distante do antropomorfismo que a caracteriza mdash procura colocar a discussatildeo em outro plano Eacute o que diz SIDOU quando vecirc o ente estatal como o responsaacutevel por evitar os problemas ocorrentes na aacuterea fiscal

Jaacute se proclamou que se o Estado natildeo eacute o culpado das iniquumlidades da organizaccedilatildeo social contemporacircnea eacute todavia sua funccedilatildeo evitaacute-las quando e quanto possiacutevel comeccedilando por fazecirc-lo pelo que dele diretamente depende o natildeo agravar o fiscalismo em detrimento dos jurisdicionados incapazes de suportar a imposiccedilatildeo (65)

Todavia a anaacutelise dos problemas ficaria incompleta se fosse omitida a menccedilatildeo ao Poder Judiciaacuterio o responsaacutevel constitucional e institucionalmente pela correta interpretaccedilatildeo da lei e sua aplicaccedilatildeo para a soluccedilatildeo das controveacutersias Impossiacutevel deixar de lembrar que esse tambeacutem contribuiu e muito para as vicissitudes que expotildeem o princiacutepio da legalidade a uma posiccedilatildeo inferior A tiacutetulo ilustrativo vale lembrar a jurisprudecircncia que se formou acerca do prazo para a repeticcedilatildeo de indeacutebito nos chamados tributos sujeitos a lanccedilamento por homologaccedilatildeo quando a reiteraccedilatildeo de precedentes judiciais formulou um prazo absolutamente inexistente em nosso sistema juriacutedico (66)

23 Os poderes normativos do Poder Executivo

KELSEN lembra que a maioria das constituiccedilotildees que supostamente incorporam o princiacutepio da separaccedilatildeo de poderes autoriza o chefe do departamento executivo a decretar normas gerais no lugar do oacutergatildeo legislativo(67) Assim com apoio no mestre austriacuteaco natildeo se pode dizer que haacute uma verdadeira separaccedilatildeo de poderes mas sim uma distribuiccedilatildeo deles em face da preponderacircncia de suas atividades

Eacute equivocado achar que o Poder Executivo natildeo tem funccedilotildees legislativas pois na verdade o chefe do departamento executivo cumpre uma funccedilatildeo legislativa ateacute mesmo pelo simples fato de poder ter um direito de tomar a iniciativa no processo legislativo(68) CLEgraveVE diz mesmo que o fato do constituinte admitir que o Executivo possa legislar eacute perfeitamente compatiacutevel com a teoria constitucional do Estado democraacutetico contemporacircneo(69) o que natildeo elimina a necessidade de um controle mais riacutegido sobre o Exerciacutecio pelo Executivo da funccedilatildeo normativa(70) O problema aparece quando o Poder Legislativo cede o seu espaccedilo principal para o Executivo o que eacute mais comum no sistema presidencialista (71)

24 O Poder Executivo e a lei

As relaccedilotildees entre o Poder Executivo e a lei ato oriundo do Poder Legislativo nem sempre foram natildeo satildeo duvida-se que algum dia sejam das mais amistosas Isto fica mais evidente em um sistema como o nosso segundo SOUZA JUacuteNIOR(72) Para o constitucionalista gauacutecho a supremacia da lei se garante com a atuaccedilatildeo eficaz de um Chefe de Estado Todavia sendo nosso sistema de governo uma junccedilatildeo das funccedilotildees de chefia de Estado e de Governo dificilmente o chefe do Poder Executivo poderaacute colaborar para garantir a supremacia da lei Eacute a conclusatildeo que se chega com apoio em SOUZA JUNIOR

a raiz do problema estaacute em que ningueacutem pode ser ao mesmo tempo partidaacuterio e suprapartidaacuterio parcial e imparcial representante do todo e expressatildeo da parte Desse modo o Presidente ou atua como chefe de Estado em posiccedilatildeo arbitral ou atua como chefe de governo integrado perfeitamente em partido poliacutetico (73)

Ademais o Executivo sempre foi tentado a legislar e ateacute criou instrumentos para isso pois em quase todos os Estados contemporacircneos e sem duacutevida nos principais dentre os que aderem ao regime constitucional pluralista o Executivo ostensiva ou disfarccediladamente pode legislar pode editar atos com forccedila de lei (74) lembra FERREIRA FILHO

Entretanto o que o Executivo pode fazer eacute regulamentar as leis jamais editar atos normativos que invadam o espaccedilo da lei e do Poder Legislativo O regulamento realmente nada mais eacute do que uma interpretaccedilatildeo dada pelo Chefe do Poder Executivo agraves normas contidas na lei Natildeo mais do que isto(75) anota MACHADO Ateacute porque o regulamento estaacute hierarquicamente vinculado ao disposto em lei e desta eacute sempre dependente estaacute abaixo da lei Logo natildeo a pode nem ab-rogar nem modificar Deve sim submeter-se agraves disposiccedilotildees legais inspirando-se em suas diretivas sem as contrariar(76)

Excepcionalmente podem existir regulamentos que avancem sobre campo reservado agrave lei Isso parece ficar mais claro quando haacute uma colaboraccedilatildeo ainda que velada do Poder Legislativo que deixando de regular inteiramente a atividade tributaacuteria mediante lei deixa espaccedilo aberto para regulaccedilotildees ulteriores sobre outros aspectos integrantes da exigecircncia fiscal Tal postura eacute censuraacutevel quando se tem em mente que a relaccedilatildeo juriacutedica daiacute decorrente deve pautar-se pela legalidade Nesse sentido MACHADO

Realmente eacute faacutecil compreender que bem pouco valeria a afirmaccedilatildeo feita pela Constituiccedilatildeo Federal de que soacute a lei pode instituir tributo se o legislador pudesse transferir essa atribuiccedilatildeo no todo ou em parte a outro oacutergatildeo estatal desprovido segundo a Constituiccedilatildeo de competecircncia para exerciacutecio da atividade normativa (77)

25 O exerciacutecio da atividade legislativa pelo Poder Executivo uma contingecircncia

A realidade eacute bem mais complexa que a teoria pois eacute muito mais rica e diversificada ficando sob a influecircncia das mais variadas injunccedilotildees poliacuteticas econocircmicas e sociais Tambeacutem a pretexto de aperfeiccediloar a atividade legislativa modernamente se passou a permitir que o Executivo participasse ativamente do processo legislativo possibilitando-se que muitos de seus atos viessem a ser convolados em lei Tal circunstacircncia permitiria um maior dinamismo na elaboraccedilatildeo da lei e tambeacutem a produccedilatildeo de uma norma mais atualizada ou apta a encontrar efetividade

Eacute que como lembra CAPPELLETTI [] os parlamentos atribuiram-se tarefas tatildeo numerosas e diversas que para evitar a paralisia encontraram-se ante a necessidade de transferir a outrem grande parte da sua atividade(78) E segue o mestre italiano e esses lsquooutrosrsquo a quem a atividade foi transferida satildeo principalmente o lsquoo executivo e os seus oacutergatildeos derivadosrsquo com toda uma seacuteria de entidades e agecircncias a que foram confiadas tarefas normativas e administrativas Para completar as ideacuteias fica a conclusatildeo de FERREIRA FILHO

Incapazes de fazer o que se torna imprescindiacutevel sem coragem para tomar medidas inadiaacuteveis poreacutem impopulares as cacircmaras datildeo plenos poderes ao Executivo para que este faccedila o que tem de ser feito inclusive modificando por decreto as leis do paiacutes e aguumlente as consequumlecircncias (79)

A existecircncia de lei torna-se mais um requisito formal apenas para atender o mandamento constitucional que prevecirc a instituiccedilatildeo de tributos mediante lei Mas quando a lei eacute incompleta e acaba conferindo faculdades regulamentares e permitindo que outros atos normativos dos quais a maioria parlamentar natildeo toma conhecimento integrem a regra instituidora dos tributos e finalmente definam sua hipoacutetese de exigibilidade Desnecessaacuterio lembrar os problemas que isso trouxe ao nosso sistema tributaacuterio

FERREIRA FILHO lucidamente reconhece o problema quando diz que o princiacutepio da legalidade continua de peacute [] mas estaacute de peacute com um caraacuteter meramente formal Significa tatildeo-somente que eacute necessaacuterio ato do Parlamento ou do Executivo no caso de delegaccedilatildeo ou do domiacutenio lsquoregulamentarrsquo (80)

26 A criacutetica do papel ativo do Executivo na criaccedilatildeo da lei

Em nosso paiacutes a Constituiccedilatildeo prevecirc expressamente a possibilidade de exerciacutecio da atividade legislativa pelo Poder Executivo quando menciona a faculdade que tem o Presidente da Repuacuteblica de adotar atos com forccedila de lei(81) Isto significa na praacutetica que sendo a lei um criteacuterio formal de regulaccedilatildeo da atividade tributaacuteria qualquer outro ato normativo com forccedila de lei eacute capaz de fazer as vezes desta mdash mas obviamente sem os necessaacuterios rigores para sua ediccedilatildeo

Embora seja poliacutetica e sociologicamente explicaacutevel e ateacute justificaacutevel o fenocircmeno quando se fala de tributos a coisa muda de figura Nesses casos a possibilidade de legislar eacute fortemente condenada pela doutrina tributarista nacional que entende inexistir para a adoccedilatildeo de tributos mediante medida provisoacuteria o pressuposto da urgecircncia(82) CARRAZZA inclusive aponta para o atrito entre o princiacutepio da legalidade e a ediccedilatildeo de medidas provisoacuterias

eacute importante realccedilar que a medida provisoacuteria excepciona o princiacutepio pelo qual cabe primacialmente ao Poder Legislativo mdash e natildeo ao Executivo mdash inovar em caraacuteter originaacuterio a ordem juriacutedica [] em hipoacutetese alguma a medida provisoacuteria pode criar ou aumentar tributos Soacute a lei ordinaacuteria pode fazecirc-lo (83)

Jaacute sob a eacutegide da Constituiccedilatildeo passada BALEEIRO se insurgia contra a utilizaccedilatildeo dos decretos-leis antecedentes histoacutericos das medidas provisoacuterias e como estas meio empregado pelo Executivo para a elaboraccedilatildeo de normas com forccedila de lei

Ora a votaccedilatildeo do tributo e de sua aplicaccedilatildeo pelo povo atraveacutes dos parlamentares constitui princiacutepio cardeal dos regimes representativos e democraacuteticos que natildeo existem sem votaccedilatildeo dos tributos e das despesas pelos representantes do paiacutes [] o vocaacutebulo lei refere-se agrave lei ordinaacuteria e nunca ao decreto-lei (84)

Alimentada por essas criacuteticas que foi fermentando a ideacuteia de conter-se a utilizaccedilatildeo desses atos o que resultou na Emenda Constitucional ndeg 322001 que ao mesmo tempo em que restringia a atividade legislativa do Poder Executivo natildeo ressalvou a utilizaccedilatildeo de medidas provisoacuterias para o trato de mateacuteria tributaacuteria grande anseio de parcela da doutrina Desnecessaacuterio dizer que a adoccedilatildeo de medidas provisoacuterias para a instituiccedilatildeo de tributos vinha sendo chancelada pelo Tribunal encarregado de realizar o controle sobre tais atos haacute muito tempo o que pode explicar a lacuna proposital da Emenda

Assim natildeo haacute como deixar de notar o avanccedilo do sect 2ordm introduzido no art 62 da Constituiccedilatildeo determinando que a instituiccedilatildeo ou majoraccedilatildeo de impostos mediante medida provisoacuteria seja feita com observacircncia do princiacutepio da anterioridade (agrave exceccedilatildeo daqueles a que a proacutepria Constituiccedilatildeo ressalva a aplicaccedilatildeo deste princiacutepio)(85) sendo que os efeitos soacute se produziriam no exerciacutecio financeiro seguinte ao que houvesse sido convertida em lei Diriam ainda os queixosos mdash e natildeo sem uma boa parcela de razatildeo mdash que o preceito natildeo limita a atuaccedilatildeo do Poder Executivo federal diante de sua aberta preferecircncia pela instituiccedilatildeo de contribuiccedilotildees sociais

Quanto agraves medidas provisoacuterias em tramitaccedilatildeo antes da Emenda nordm 322001 continuam em vigor ateacute que sejam revogadas por nova medida provisoacuteria (agora editadas sob a nova regulamentaccedilatildeo) ou ateacute serem definitivamente apreciadas pelo Congresso Nacional Eacute o que diz o art 2ordm da uacuteltima emenda constitucional Em outras palavras a emenda constitucional acabou emprestando agraves medidas provisoacuterias editadas anteriormente uma eficaacutecia paralegal pois elas acabam valendo quase tanto quanto as leis ordinaacuterias e muito mais que as novas medidas provisoacuterias que porventura venham a ser editadas apoacutes 11 de setembro de 2001

PARTE 3 O Judiciaacuterio e a lei

31 A interpretaccedilatildeo da lei

A interpretaccedilatildeo da norma deve levar em conta as suas finalidades os seus objetivos e a sua vocaccedilatildeo para resolver problemas que precisam de efetiva soluccedilatildeo A postura do julgador ao dizer qual a regra aplicaacutevel ao caso concreto eacute mais seacuteria e juriacutedica quando inicia pela busca no sistema juriacutedico de normas aptas agrave soluccedilatildeo da contenda Apoacutes essa etapa escolhe-se dentre as regras qual aquela que realmente se ajusta agrave situaccedilatildeo apresentada Assim a interpretaccedilatildeo parte da lei e pressupotildee a boa-vontade do inteacuterprete para com ela pois como diz PONTES DE MIRANDA com a antipatia natildeo se interpreta mdash ataca-se porque interpretar eacute pocircr-se do lado do que se interpreta (86)

Mas aleacutem destes postulados haacute na interpretaccedilatildeo da lei um papel criativo e poliacutetico inerente agrave proacutepria atividade como lembra CAPPELLETTI(87) pois o juiz sempre realizaraacute escolhas a partir de suas ideacuteias pessoais e opiniotildees poliacuteticas conforme sua formaccedilatildeo moral e compreensatildeo do fenocircmeno juriacutedico E a importacircncia desses fatores eacute tamanha que o ilustre professor florentino chega ateacute a dizer que natildeo haacute diferenccedila essencial entre julgar e legislar no papel criativo do direito(88) Ainda que assim natildeo fosse o Poder Judiciaacuterio eacute constitucionalmente um Poder ao lado do Executivo e do Legislativo e tanto quanto estes age sobre a atividade normativa seja aplicando negando a aplicaccedilatildeo ou interpretando as leis na soluccedilatildeo das controveacutersias que lhe satildeo apresentadas

Sendo o Judiciaacuterio na praacutetica o responsaacutevel pelo modo de aplicaccedilatildeo das leis e o sentido que elas iratildeo adquirir eacute natural que a integraccedilatildeo do texto normativo adquira um caraacuteter paralegislativo Assim a lei sai do Poder que a elaborou e iraacute adquirir a conformaccedilatildeo do Poder que definiraacute o modo de sua atuaccedilatildeo legiacutetima ou justa Eacute por isso que RIGAUX diz que as normas dependem das instituiccedilotildees que as aplicam mais exatamente eacute a instituiccedilatildeo que escolhe a norma aplicaacutevel e determina-lhe o sentido por seus proacuteprios meacutetodos de interpretaccedilatildeo (89)

Para isso contribuiu fortemente a legislaccedilatildeo de cunho mais intervencionista e social que difere do restante por ser muito mais uma declaraccedilatildeo de princiacutepios e objetivos do que propriamente uma delimitaccedilatildeo do liacutecito e do iliacutecito daquilo que se deve ou natildeo se deve fazer Este tipo de lei que aponta direccedilotildees a serem seguidas e atingidas progressivamente gerando incerteza quanto ao seu alcance obviamente favorece uma jurisprudecircncia mais especulativa e criadora pois como anota CAPPELLETTI quanto mais vaga a lei e mais imprecisos os elementos do direito mais amplo se torna tambeacutem o espaccedilo deixado agrave discricionariedade nas decisotildees judiciais (90)

Outros fatores tambeacutem favorecem para que a atividade jurisdicional se torne mais poliacutetica pois eacute necessaacuterio que algueacutem estabeleccedila um viacutenculo entre aquela previsatildeo abstrata contida na lei e as exigecircncias proacuteprias do caso concreto Desse modo

o juiz eacute por muacuteltiplas razotildees coagido a fazer obra criadora Primeiro porque toda norma tem necessidade de ser interpretada Depois porque nenhuma codificaccedilatildeo poderia prever a diversidade das situaccedilotildees de vida e a previsatildeo do mais saacutebio dos legisladores eacute frustrada pelo progresso das teacutecnicas pela modificaccedilatildeo das condiccedilotildees econocircmicas e sociais pela evoluccedilatildeo dos costumes e pela variaccedilatildeo da moral resultante disso Mais do que o legislador as cortes e os tribunais estatildeo aptos a seguir passo a passo as alteraccedilotildees da sociedade e a estabelecer conexotildees ateacute entatildeo despercebidas (91)

Essa mesma legislaccedilatildeo social favoreceu a politizaccedilatildeo do Judiciaacuterio onde haacute campo receptivo para ataques agraves normas infraconstitucionais Alguns juiacutezes parecem estar imbuiacutedos de um sentimento de justiccedila e natildeo sem razatildeo pois por vezes o mesmo ideal parece natildeo ter sido consubstanciado em atos normativos Pensam estes magistrados que pelo fato de terem estudado Direito compreendem-no melhor do que os membros do Parlamento que nada conhecem do direito mdash embora o produzam em larga escala

Mas nem todos vecircem com bons olhos essa forma de julgamento de caraacuteter poliacutetico Os partidaacuterios de uma forma mais restritiva na interpretaccedilatildeo dos textos legais entendem faltar ao Judiciaacuterio a legitimidade advinda de eleiccedilotildees existente na composiccedilatildeo do Executivo e Legislativo como lembra CAPPELLETTI(92) A criacutetica de BONAVIDES tambeacutem eacute substancial pois para ele a interpretaccedilatildeo quando excede os limites razoaacuteveis em que se haacute de conter quando cria ou lsquoinventarsquo contra legem [] eacute perniciosa assim agrave garantia como agrave certeza das instituiccedilotildees (93)

32 O controle da lei e seus limites

Eacute proacuteprio dos paiacuteses que adotam sistemas democraacuteticos que a lei como os demais atos administrativos seja controlaacutevel O que importa saber eacute ateacute que ponto esse controle pode ser exercido e atingir o ato legislativo Ao passo que nos paiacuteses de Common Law se ensina e aceita mansa e pacificamente a criaccedilatildeo do direito pelo juiz falando-se claramente em judge made law anota FERREIRA FILHO

nos paiacuteses de direito escrito entretanto essa criaccedilatildeo eacute negada jaacute que o juiz estaacute jungido a aplicar a lei que eacute feita pelo Parlamento Todavia por meio da interpretaccedilatildeo constroacuteem natildeo raro os juiacutezes regras novas embora oficialmente consideradas impliacutecitas na lei (94)

A questatildeo do juiz ser um agente criador de direito tanto quando o legislador ainda estaacute longe de ser abertamente resolvida no sistema romano-germacircnico KELSEN parece admitir mais explicitamente que o magistrado fique proacuteximo agrave funccedilatildeo legislativa pois o juiz portanto eacute sempre um legislador tambeacutem no sentido de que o conteuacutedo da sua decisatildeo nunca pode ser completamente determinado pela norma preexistente de Direito subjetivo (95)

Jaacute no que tange agraves decisotildees judiciais proferidas por mais de um magistrado ou seja mediante a participaccedilatildeo de mais de um juiz KELSEN vecirc nelas um maior grau de abstraccedilatildeo e generalidade colocando-as mais proacuteximas ao direito legislado a funccedilatildeo criadora de Direito dos tribunais eacute especialmente manifesta quando a decisatildeo judicial tem o caraacuteter de um precedente ou seja quando a decisatildeo judicial cria uma norma geral (96) ensina o mestre de Viena Mas KELSEN parece restringir tal caraacuteter paralegal e normativo das decisotildees judiciais aos sistemas que admitam esta verdade como princiacutepio dentro de tal sistema juriacutedico os tribunais satildeo oacutergatildeos legislativos exatamente no mesmo sentido em que o oacutergatildeo eacute chamado legislativo no sentido mais restrito e comum do termo Os tribunais satildeo criadores de normas juriacutedicas gerais (97)

Entretanto mesmo entre os que relutam em afirmar categoricamente esta funccedilatildeo normativa do judiciaacuterio quase legiferante haacute os que reconhecem que a atividade jurisdicional inova no mundo juriacutedico ao interpretar a lei Existiria portanto uma amplitude quanto ao modo de interpretaccedilatildeo da lei a que CAPPELLETTI denomina de criatividade judiciaacuteria(98) que ele parece ter reconhecido como inevitaacutevel diante de textos que consagram valores dependentes de maior concretude como eacute o caso daqueles inseridos na Constituiccedilatildeo

Haacute nessa tarefa um poder criativo do direito quase legislativo como anota CAPPELLETTI(99) embora ele faccedila questatildeo de censurar os que julgam como se fossem legisladores o bom juiz bem pode ser criativo dinacircmico e lsquoativistarsquo e como tal manifestar-se no entanto apenas o juiz ruim agiria com as formas e as modalidades do legislador(100) E a praacutetica tem confirmado o acerto de tal procedimento principalmente porque o direito positivo natildeo pode esgotar as hipoacuteteses de regulaccedilatildeo dos problemas cotidianos O que existe eacute um rumo um paracircmetro objetivo inscrito em uma regra Para os demais casos que fogem ao campo de incidecircncia da norma existiria o prudente arbiacutetrio judicial Assim a criacutetica de CAPPELLETTI parece dirigida mais agraves arbitrariedades mdash escolha proposital dos magistrados pela regra que julgam ideal quando existe norma pronta e acabada no direito positivo

Poreacutem haacute um ponto sensiacutevel em que a atividade jurisdicional vai ateacute ao acircmago da lei atingindo-a inclusive no plano legislativo(101) Isso verifica-se quando o controle da conformidade de uma disposiccedilatildeo legislativa com uma norma substancial da Constituiccedilatildeo atinge a soberania do legislador(102) nas palavras de RIGAUX KELSEN diz que a revisatildeo judicial de legislaccedilatildeo eacute uma transgressatildeo evidente do princiacutepio da separaccedilatildeo dos poderes(103) Na praacutetica isso significa que toda vez que se exercita o

controle de constitucionalidade se estaacute a admitir ao menos em tese uma possibilidade de censura do Poder Judiciaacuterio ao ato produzido pelo legislativo

Mas haacute paracircmetros para o exerciacutecio desse controle sobre a lei ainda que feito de forma mais ampla e quase legislativa especialmente no que diz respeito agrave mateacuteria tributaacuteria em que tantas vezes isso eacute feito sem muita atenccedilatildeo ao texto legal Mas conclusotildees apressadas com atropelo agrave lei natildeo satildeo de melhor teacutecnica A norma de tributaccedilatildeo soacute existe por forccedila da lei e nos termos em que definidos por esta Seu afastamento puro e simples mdash mediante o controle da constitucionalidade mdash ignora que isso deve ser exceccedilatildeo e natildeo regra

Assim natildeo eacute demasiado lembrar que mesmo ao exercer o controle da constitucionalidade o Judiciaacuterio natildeo eacute mais que um legislador negativo jamais um integrador ou legislador do caso concreto Isso o tem dito reiteradamente a mais alta Corte do paiacutes(104) Todavia nem sempre eacute faacutecil respeitar tais limites quando se quer um controle de conteuacutedo da lei mdash posiccedilatildeo sustentada por parcela razoaacutevel da doutrina (105)

33 Da presunccedilatildeo agrave ordinarizaccedilatildeo do controle de constitucionalidade

Nosso sistema juriacutedico foi erigido na supremacia da Constituiccedilatildeo sobre os demais atos normativos pois como diz FERREIRA FILHO eacute dele que decorre o controle de constitucionalidade das leis(106) A este pensamento somava-se haacute algum tempo atraacutes antiga maacutexima de hermenecircutica no sentido da presunccedilatildeo de constitucionalidade da lei como ensinava CARLOS MAXIMILIANO(107)

Todavia aos poucos vai se sedimentando a ideacuteia de que a lei natildeo se presume necessariamente constitucional mesmo que ela tenha sido elaborada mediante um processo normativo previsto na Constituiccedilatildeo Hoje haacute uma preferecircncia clara dos magistrados pelo texto constitucional mesmo que existam leis que sejam consequumlecircncia da aplicaccedilatildeo da Lei Maior Esse pensamento eacute cristalizado na emblemaacutetica afirmaccedilatildeo de NOGUEIRA para quem o papel do juiz contemporacircneo eacute o de aplicar a Constituiccedilatildeo (108)

A existecircncia de um contexto social favoraacutevel agrave criacutetica dos poliacuteticos enxerga nos atos destes uma contaminaccedilatildeo muitas vezes incuraacutevel inclusive minando o mais expressivo deles Haacute ateacute quem fale na inexistecircncia da presunccedilatildeo de constitucionalidade como MORO invocando a necessidade de interpretaccedilatildeo agrave luz da realidade(109)

Tal postura indubitavelmente natildeo soa como a mais adequada quando se pensa no direito como ciecircncia juriacutedica ela certamente traz mais riscos do que as soluccedilotildees para os problemas que busca solucionar O fenocircmeno eacute confirmado e criticado por BONAVIDES para quem o constitucionalismo contemporacircneo sacrifica a juridicidade das Constituiccedilotildees para natildeo raro cair exatamente no extremo oposto de uma valorizaccedilatildeo exclusiva e unilateraliacutessima do social (110)

CAPPELLETTI leva a crer que o incremento do controle de constitucionalidade estaacute fortemente vinculado ao descreacutedito do trabalho realizado pela maioria parlamentar na elaboraccedilatildeo da lei(111) Poreacutem certamente esta mudanccedila de rumos tem consequumlecircncias e efeito colaterais Do ponto de vista tributaacuterio ela eacute propulsora de uma grande instabilidade quanto agrave proacutepria exigecircncia fiscal quer no seu aspecto temporal quantitativo qualitativo e outros desdobramentos Vale a lembranccedila de GRECO quando afirma que nem tudo o que incomoda eacute inconstitucional (112)

Um paiacutes que almeja um sistema juriacutedico seacuterio certamente natildeo pode conceber tamanha facilidade e predisposiccedilatildeo para a impugnaccedilatildeo das leis pois a valorizaccedilatildeo do Direito passa por uma maior consideraccedilatildeo acerca da legalidade A lei merece mais respeito do que lhe eacute devotado nos dias atuais Haacute a necessidade de se instituiacuterem mecanismos mais rigorosos para a proteccedilatildeo da norma legislada mas sempre de forma razoaacutevel e legiacutetima Natildeo se advoga aqui qualquer soluccedilatildeo parecida com aquela dada pela Carta de 1937(113) mas algo precisa ser feito

Fica o pensamento de BONAVIDES para quem a moderna metodologia de interpretaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo ampliou demasiadamente a importacircncia do fator poliacutetico ao ocupar-se da mateacuteria social empobrecendo assim a consistecircncia juriacutedica da Constituiccedilatildeo normativa (114)

34 Alteraccedilotildees no controle de constitucionalidade das leis

BONAVIDES com grande clareza e objetividade identifica que a moderna interpretaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo deriva de um estado de inconformismo de alguns juristas com o positivismo loacutegico-formal que tanto prosperou na eacutepoca do Estado liberal(115) Isso sem duacutevida natildeo deixou de ter suas repercussotildees no

acircmbito tributaacuterio em que tudo parece constitucionalizar-se cada vez mais e com maior velocidade A proacutepria densidade normativa do texto constitucional e seu caraacuteter minudente parecem reforccedilar esta carga atrativa

Com relaccedilatildeo agraves contribuiccedilotildees sociais em que as normas vinculam tributos a finalidades mdash tal como as demais normas de conteuacutedo impreciso mdash haacute um novo paracircmetro para o controle de constitucionalidade pois como afirma GRECO as indagaccedilotildees natildeo buscam mais saber o que decorre do que foi feito mas sim o que eacute preciso fazer para que algo ocorra no futuro e para que se atinja certo resultado (116)

Eacute por isto que GRECO chega a falar numa alteraccedilatildeo da oacutetica da constitucionalidade pois ateacute entatildeo o que tiacutenhamos era uma perspectiva diferente onde se reputava constitucional um conceito inserido no texto constitucional(117) Hoje passa a existir uma nova referecircncia para a verificaccedilatildeo da validade constitucional dos textos legais pois as suas normas

seratildeo vaacutelidas em funccedilatildeo do que elas visam ou daquilo para que elas servem [] Com isto a feiccedilatildeo de constitucionalidade se altera pois deixa de apoiar-se no que existe (fato gerador requisito formal de lei complementar etc) para situar-se na verificaccedilatildeo da existecircncia ou natildeo de compatibilidade entre aquela previsatildeo e objetivo previsto na Constituiccedilatildeo (118)

Assim como deixa claro o professor paulista haacute um novo paracircmetro de valoraccedilatildeo da constitucionalidade das leis pois realiza-se uma verificaccedilatildeo de lsquocompatibilidadersquo no sentido de aferir se a previsatildeo estaacute na direccedilatildeo qualificada pela Constituiccedilatildeo se estaacute voltada agrave produccedilatildeo daquele resultado etc caso em que seraacute constitucional (119)

35 O controle de constitucionalidade como fato poliacutetico stricto sensu

Mas todas estas consideraccedilotildees tampouco podem olvidar a dimensatildeo poliacutetica da lei fruto de um acordo da maioria e que tambeacutem iraacute influenciar de forma determinante o controle de sua legitimidade Sendo a lei um fato poliacutetico o ataque mais consistente que lhe for dirigido necessariamente seraacute tambeacutem nesse campo Via de regra uma vez elaborada a lei mdash e esgotada a fase essencialmente poliacutetica mdash a discussatildeo natildeo perderaacute esta caracteriacutestica mas ganharaacute revestimentos juriacutedicos para que possa ser deduzida em juiacutezo

E o ponto em que o juriacutedico toca o poliacutetico eacute no controle da constitucionalidade pois segundo BONAVIDES o exerciacutecio desta atividade por um oacutergatildeo judiciaacuterio leva a

um grave problema teoacuterico decorrente de o juiz ou tribunal investido nas faculdades desse controle assumir uma posiccedilatildeo eminencialmente poliacutetica Com efeito ao adquirir supremacia decisoacuteria tocante agrave verificaccedilatildeo de constitucionalidade dos atos executivos e legislativos o oacutergatildeo judiciaacuterio estaria tutelando o proacuteprio Estado (120)

A esfera juriacutedico-tributaacuteria tambeacutem recebeu o impacto do fenocircmeno como se manifestou BALEEIRO quando disse que as decisotildees natildeo escapam dum miacutenimo irredutivelmente poliacutetico Nas federaccedilotildees e nos paiacuteses de controle judicial das leis os tribunais mais altos valem como instituiccedilotildees poliacuteticas (121)

Interessante observar que em nosso paiacutes parece haver uma verdadeira febre pelo controle da constitucionalidade natildeo soacute observada nos tiacutetulos de obras doutrinaacuterias trabalhos acadecircmicos mas tambeacutem na praacutetica juriacutedica muitos profissionais do direito soacute se sentem realmente juristas quando emitem um juiacutezo acerca de um princiacutepio constitucional ou tomam parte num processo onde haacute uma discussatildeo dessa ordem A partir daiacute tudo vira constitucional O advogado iraacute dizer que lei eacute invaacutelida ilegiacutetima pois ela ignora o que seja a Constituiccedilatildeo para impressionar o seu cliente Conseguido esse intento prossegue ateacute a ponto de convencer o Judiciaacuterio eacute necessaacuteria a declaraccedilatildeo de inconstitucionalidade com reduccedilatildeo de texto de preferecircncia no iniacutecio da relaccedilatildeo processual e antes que possa surgir qualquer objeccedilatildeo mais seacuteria a tal tentativa

Na esfera tributaacuteria onde as disputas ocorrem por discordacircncia do contribuinte em cumprir exigecircncia tributaacuteria(122) uma linha de atuaccedilatildeo notadamente constitucional iraacute marcar as accedilotildees propostas(123) O primeiro argumento do contribuinte ao se opor ao tributo seraacute sempre de ordem constitucional e com isto ele teraacute garantido pelo menos em tese a possibilidade de acesso ateacute a mais alta Corte do paiacutes E se antes para algueacutem ser considerado um bom advogado seria necessaacuterio ter forte formaccedilatildeo constitucional mdash e ser talvez um constitucionalista mdash pode-se dizer sem medo de errar que hoje todo advogado tributarista que se preze deve ser antes de mais nada um inconstitucionalista

O Judiciaacuterio tambeacutem parece ser bem sensiacutevel a tais apelos tendo em vista que muitos juiacutezes soacute parecem se sentir realmente juiacutezes mdash na melhor acepccedilatildeo do termo mdash quando conseguem reconhecer alguma inconstitucionalidade em texto normativo qualquer que seja E o proacuteprio sistema constitucional e processual eacute cuacutemplice dessa facilidade pois embora nos tribunais se exija quorum qualificado para esta declaraccedilatildeo nada impede que um juiz isoladamente declare a inconstitucionalidade de qualquer ato normativo mediante provocaccedilatildeo num flagrante descompasso entre o procedimento de elaboraccedilatildeo da norma e aquele utilizado para censuraacute-la

MENDES menciona que tambeacutem na Alemanha natildeo raro a discussatildeo poliacutetica continua no Judiciaacuterio na praacutetica deve-se reconhecer que o processo do controle abstrato de normas tem sido instaurado normalmente por iniciativa da oposiccedilatildeo que procura impor a sua proacutepria posiccedilatildeo poliacutetica(124) Esse fenocircmeno tambeacutem eacute mencionado por BERGEL

lsquoA luta das forccedilas sociaisrsquo prossegue depois da entrada em vigor da lei O meio juriacutedico pode reagir contra a regra imposta lsquoPara que uma lei viva ela tem de ser acatada no meio juriacutedicorsquo e tem de ser aplicada pelos jurisdicionados (125)

36 A influecircncia do sistema common law

Outro dado relevante e que tambeacutem explicaria a gradativa diminuiccedilatildeo de importacircncia do princiacutepio da legalidade eacute o fato de o direito contemporacircneo natildeo ser mais um sistema puro Onde antes se podia traccedilar uma linha riacutegida separando os sistemas romano-germacircnico e o common law hoje jaacute natildeo se faz de forma tatildeo niacutetida pois uma evoluccedilatildeo convergente aproximou as duas tradiccedilotildees Nos Estados Unidos assim como no Reino Unido multiplicam-se as leis (acts statutes) cuja interpretaccedilatildeo deixa menos liberdade do que nas mateacuterias ainda regidas pelo common law(126) Aleacutem do mais segundo CAPPELLETTI uma expansatildeo do direito legislado quer no nosso sistema romano-germacircnico quer no sistema common law estimulou o fortalecimento do direito criado jurisprudencialmente

BERGEL parece natildeo ver mais de forma tatildeo clara as caracteriacutesticas do sistema romano-germacircnico embora ainda consiga divisar um sistema juriacutedico de outro

A primazia da lei no direito positivo implica que o juiz se submeta a ela Mas na maioria dos sistemas de direito escrito a lei jaacute natildeo constitui o direito e o papel do juiz natildeo se limita lsquoao de uma boca pela qual fala a leirsquo Ele possui o poder complementar de aplicaccedilatildeo de interpretaccedilatildeo e de adaptaccedilatildeo dos textos que se assimila a certo poder normativo mesmo quando natildeo eacute como nos paiacuteses de common law o criador principal do direito (127)

Eacute certo que a aproximaccedilatildeo dos sistemas juriacutedicos trouxe ateacute noacutes princiacutepios distantes do nosso sistema juriacutedico como o devido processo legal que a doutrina tende a incorporar como um princiacutepio de direito processual(128) Entretanto essa constataccedilatildeo raacutepida natildeo deve levar a alguns exageros como os que se tem visto em nossa doutrina Alguns como NERY JUNIOR chegam a ponto de fazer apologia de princiacutepios da common law como o due process of law que teria sido incorporado ao nosso ordenamento constitucional no art 5deg LIV da nossa Constituiccedilatildeo e traduzido como devido processo legal Segundo ele a claacuteusula due process of law natildeo indica somente a tutela processual como agrave primeira vista pode parecer ao inteacuterprete menos avisado(129) mas permite que se conclua que sua existecircncia em nosso Direito Constitucional poderia ateacute substituir o princiacutepio da legalidade

o devido processo legal se manifesta em todos os campos do direito em seu aspecto substancial No direito administrativo por exemplo o princiacutepio da legalidade nada mais eacute do que manifestaccedilatildeo da claacuteusula substantive due process (130)

Embora natildeo pareccedila concordar integralmente com a afirmaccedilatildeo BARROSO natildeo a refuta Segundo ele o princiacutepio da razoabilidade eacute um paracircmetro de valoraccedilatildeo dos atos do Poder Puacuteblico para aferir se eles estatildeo informados pelo valor superior inerente a todo ordenamento juriacutedico a justiccedila(131) sendo que mesmo nos Estados Unidos o aspecto material da razoabilidade mdash ou claacuteusula do devido processo legal (o substantive due process) mdash se tornou fundamento de um criativo exerciacutecio de jurisdiccedilatildeo constitucional (132)

No campo tributaacuterio NOGUEIRA advoga o emprego do princiacutepio do devido processo legal para adequar a obrigaccedilatildeo tributaacuteria aos seus princiacutepios constitucionais(133) salientando a adoccedilatildeo do judicial review como uma clara opccedilatildeo de nossas Constituiccedilotildees republicanas permitindo uma liberdade irrestrita na apreciaccedilatildeo de leis tributaacuterias como ele explica (134)

Eacute claro que o mero exame de legalidade natildeo afeta a higidez da norma legislada que se supotildee ateacute entatildeo afinada ao figurino da Constituiccedilatildeo Eacute apenas a partir do ato judicial que firme o choque da lei com a constituiccedilatildeo que o controle a invalidaraacute para o caso concreto ou em tese mdash erga omnes mdash conforme o procedimento instaurado O limite do controle como visto se define dentro do proacuteprio sistema constitucional motivo pelo qual natildeo pode ser exercido de forma discricionaacuteria (juiacutezo de conveniecircncia escolha ou oportunidade) ou com maior razatildeo arbitrariamente carecendo ele proacuteprio para se legitimar da indispensaacutevel fundamentaccedilatildeo vaacutelida (135)

Esse entendimento que adota princiacutepios de common law certamente aponta para uma maior atuaccedilatildeo jurisdicional e uma menor relevacircncia do direito legislado pois seraacute o Judiciaacuterio o responsaacutevel pelo adequado tratamento juriacutedico do caso concreto relegando a lei a um papel menor Por mais estranho que isto possa parecer ateacute mesmo o Supremo Tribunal Federal no julgamento de alguns casos lanccedilou matildeo do princiacutepio ignorando completamente nossa tradiccedilatildeo juriacutedica ainda que tivesse em vista preservar e ressalvar um correto exerciacutecio da atividade legislativa(136) Contra esta tendecircncia BARROSO esboccedila uma reafirmaccedilatildeo do papel do direito legislado escrito quando diz que a razoabilidade deve ser aferida em primeiro lugar dentro da lei Eacute a chamada razoabilidade interna que diz com a existecircncia de uma relaccedilatildeo racional e proporcional entre seus motivos meios e fins (137)

Conclusatildeo

Nenhum estudo que se proponha a ter um miacutenimo de seriedade pode ficar satisfeito com a criacutetica pura e simples acomodada e irresponsaacutevel Mais do que criticar eacute necessaacuterio apontar soluccedilotildees e buscar alternativas melhores aos problemas apresentados Natildeo haacute sentido na especulaccedilatildeo acadecircmica se ela natildeo for voltada para a soluccedilatildeo dos problemas contemporacircneos e reais que atrapalham a vida das pessoas e impedem o florescimento de uma sociedade melhor mais justa e mais harmocircnica

Enquanto natildeo se realiza a tatildeo necessaacuteria reforma no interior dos espiacuteritos (138) preconizada por MOOG torna-se necessaacuterio repensar o princiacutepio da legalidade em especial no campo tributaacuterio De outra forma invariavelmente o princiacutepio seraacute esvaziado e geraraacute a indesejaacutevel inseguranccedila juriacutedica pois parafraseando FERREIRA FILHO soacute o pleno restabelecimento da supremacia da lei mas da lei orientada para Justiccedila eacute que pode salvar essa civilizaccedilatildeo (139)

A concepccedilatildeo de nosso ordenamento juriacutedico erigida em torno da lei deveria conter mecanismos para sua preservaccedilatildeo mais eficaz Se isso natildeo for feito teremos que responder agrave pergunta por que e para que satildeo aprovadas leis Qual a sua finalidade Por outro lado parece que essa tarefa poderia ser infinitamente mais faacutecil pela autuaccedilatildeo conjunta dos trecircs Poderes da Repuacuteblica pois todos eles estatildeo submetidos ao impeacuterio da lei mdash ainda que um deles tenha primazia na sua elaboraccedilatildeo

Nesse ponto seria melhor a contenccedilatildeo do controle da constitucionalidade da lei na via difusa inclusive com a limitaccedilatildeo legal da eficaacutecia daquelas decisotildees proferidas em julgamentos monocraacuteticos pois ateacute hoje nosso Direito Constitucional tem como dogma a eficaacutecia retroativa da declaraccedilatildeo de inconstitucionalidade sem que se tenha questionado o motivo por que isto ocorre num sistema onde as leis se presumem constitucionais permitindo que qualquer membro do Judiciaacuterio mdash principalmente aqueles que oficiam nas instacircncias iniciais mdash ponha por terra um trabalho construiacutedo pela sociedade representada pela maioria que aprovou a lei no Legislativo

Impossiacutevel pois ignorar o grande alerta de SOUZA JUNIOR da pura e simples transladaccedilatildeo de institutos juriacutedicos(140) alieniacutegenas para nosso cotidiano realizadas por aqueles que moldaram nossos institutos juriacutedicos Natildeo eacute possiacutevel simplesmente importar princiacutepios juriacutedicos e mecanismos que funcionam dentro de realidades distintas e em contextos completamente diferentes dos nossos sem que surjam problemas da falta de adaptaccedilatildeo desses institutos Fica a advertecircncia de CARVALHO clara e direta

padece o Direito brasileiro de uma seacuterie de impropriedades cuja origem deve ser buscada no vezo antipaacutetico de importar conhecimentos ao inveacutes de colhecirc-los no campo extraordinariamente feacutertil da reflexatildeo sobre nossa proacutepria realidade juriacutedica (141)

Por outro lado como se pode querer seriamente o resguardo da lei e a sua preservaccedilatildeo se qualquer integrante do Judiciaacuterio pode individualmente passar por cima de um ato complexo oriundo de outro Poder mdash invariavelmente o produto do trabalho de centenas de pessoas No miacutenimo o que se espera eacute que a censura do ato legislativo ou mesmo a sua desconstituiccedilatildeo soacute se realize por oacutergatildeo de igual hierarquia e magnitude constitucional do que aquele que a produziu Fora disso natildeo se pode falar em harmonia e simetria entre os Poderes dentro do sistema romano-germacircnico Fatalmente iriacuteamos cair dentro do direito jurisprudencial ndash se eacute que jaacute natildeo estamos agrave beira do seu precipiacutecio que conduz a ele

Tambeacutem a diminuiccedilatildeo da atividade legislativa pelo Executivo permitiria ganhos ao sistema juriacutedico e o pouparia da vulgarizaccedilatildeo normativa Este deveria velar para que a lei fosse cumprida e apenas expedir regulamentos que fossem fieacuteis devotados ao cumprimento das disposiccedilotildees legislativas Embora possa parecer oacutebvio natildeo custa dizer que os atos normativos hierarquicamente inferiores aos regulamentos como as portarias e instruccedilotildees natildeo deveriam tratar de assunto que natildeo derivassem obrigatoriamente dos decretos regulamentares A prudecircncia recomenda a cautela na ediccedilatildeo desses atos bem como a expliacutecita remissatildeo de seu fundamento de validade

Por sua vez o Legislativo auxiliaria muito se evitasse a profusatildeo de leis mdash muitas delas divorciadas da realidade mdash o que natildeo contribui de forma alguma para que sejam mais conhecidas ou respeitadas O pensamento comum eacute que eacute impossiacutevel conhecer a totalidade das leis motivo suficiente para que muitas natildeo tenham aplicaccedilatildeo ou serventia A atividade legislativa deveria ser ou ao menos retomar a ideacuteia de ROUSSEAU(142) a expressatildeo da vontade geral e como tal reservada para aquelas hipoacuteteses em que a sociedade busca vigorosamente a concretizaccedilatildeo de um ideal passando a lei a ser a corporificaccedilatildeo dessa vontade construiacuteda politicamente A lei fruto de maiorias eventuais natildeo possui caraacuteter de perenidade e seu significado desaparece assim que surja consenso e disposiccedilatildeo da maioria em sentido contraacuterio

E aqui onde haacute mais de meio seacuteculo se discute a chamada justiccedila fiscal que SOUZA jaacute definiu como a organizaccedilatildeo e funcionamento dos oacutergatildeos encarregados de decidir as questotildees entre o fisco e os contribuintes suscitadas pela aplicaccedilatildeo das leis e regulamentos tributaacuterios(143) a questatildeo toma ainda mais vulto tendo em vista que sem uma legislaccedilatildeo plenamente inteligiacutevel quer quanto ao seu alcance quer quanto ao seu vigor exato significado e constitucionalidade jamais se atingiraacute um plano ideal para pautar as relaccedilotildees entre o fisco e o contribuinte

Eacute que a valorizaccedilatildeo da legalidade traraacute o equiliacutebrio necessaacuterio agrave relaccedilatildeo entre o Estado e o cidadatildeo permitindo que ambos tenham a exata noccedilatildeo do quanto eacute devido e do que deve ser entregue ao fisco resultando praticamente na possibilidade dada ao contribuinte de conhecer e computar os seus encargos tributaacuterios com base exclusivamente na lei(144) segundo diz COELHO evocando liccedilatildeo de Alberto Xavier

Soacute quando percebermos a importacircncia da lei dentro do princiacutepio da legalidade poderemos falar em um Direito Tributaacuterio soacutelido bem definido e com rumos certos E se haacute alguma seriedade entre os estudiosos da tributaccedilatildeo eles natildeo deixaratildeo de perceber que os tributos existem para a manutenccedilatildeo do Estado e este para o bem da sociedade quando a medida da provisatildeo daquele for certa estaacutevel e adequada certamente esta seraacute mais justa e melhor para os que a remuneram

Isso por si soacute jaacute seria suficiente para realizar a tatildeo acalentada reforma tributaacuteria com a substituiccedilatildeo do sistema tributaacuterio atual por outro mais simples loacutegico e eficiente menos propiacutecio a embates judiciais Uma revisatildeo do sistema arrecadatoacuterio estatal deve ampliar o nuacutemero de seus financiadores com a consequumlente eliminaccedilatildeo do grande nuacutemero de benefiacutecios fiscais discutiacuteveis ou de utilidade social duvidosa Tributos facilmente compreensiacuteveis e com aliacutequotas mais baixas favoreceriam o desempenho da atividade econocircmica pois evitar-se-ia que tantos talentos fossem ocupados com uma tarefa que poderia ser muito mais simples e eficaz Infelizmente nosso paiacutes ainda desperdiccedila intelectos que passam boa parte do tempo a engendrar meios mais rebuscados de transferir dinheiro da populaccedilatildeo para os cofres puacuteblicos assim como assiste em contrapartida ceacuterebros que se ocupam com o desenvolvimento de ardilosos mecanismos para se furtarem ao cumprimento das aacutevidas investidas estatais no patrimocircnio de seus clientes

Mas essa tarefa natildeo pode ficar no meio do caminho pois natildeo basta a reforma do Sistema Tributaacuterio Nacional estabelecido na Constituiccedilatildeo Eacute necessaacuterio que se avance numa ampla e profunda revisatildeo do Coacutedigo Tributaacuterio Nacional para que ele seja mais completo praacutetico sistematizado e atualizado incorporando a nova realidade e determinando um enxugamento da legislaccedilatildeo tatildeo anacrocircnica quanto extravagante

Nessa equalizaccedilatildeo entre a necessidade de carrear recursos ao ente estatal e a vontade de pagar-se contribuiccedilotildees razoaacuteveis teriacuteamos a medida justa entre o que a sociedade pode e precisa investir para manter um organismo que deveria devolver a esta em benefiacutecios o que dela tira em pecuacutenia Vale lembrar que a razatildeo de ser desta entidade arrecadadora eacute servir agrave coletividade sendo que ela soacute se legitima no plano ontoloacutegico quando a sociedade percebe que o seu esforccedilo de custeio eacute compensado pelo proveito que ela mesmo acaba recebendo

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BRASIL Supremo Tribunal Federal Pleno Accedilatildeo Direta de Inconstitucionalidade Lei estadual que outorga ao Poder Executivo a prerrogativa de dispor normativamente sobre mateacuteria tributaacuteria Delegaccedilatildeo legislativa externa Mateacuteria de direito estrito Postulado da separaccedilatildeo de poderes Princiacutepio da reserva absoluta de lei em sentido formal Plausibilidade juriacutedica Conveniecircncia da suspensatildeo de eficaacutecia das normas legais impugnadas Medida cautelar deferida Nordm 1296-7PE Requerente Procurador-Geral da Repuacuteblica Requerido Governador do Estado de Pernambuco Assembleacuteia Legislativa do Estado de Pernambuco Relator Min Celso de Mello Brasiacutelia 14 de junho de 1995 Diaacuterio da Justiccedila 100895 p 23554

BRASIL Supremo Tribunal Federal Pleno Accedilatildeo Direta de Inconstitucionalidade Medida Liminar Arguumliccedilatildeo de inconstitucionalidade da expressatildeo um terccedilo do inciso I e do inciso II do sect 2ordm do sect 3ordm e do sect 4ordm do artigo 47 da Lei nordm 9504 de 30 de setembro de 1997 ou quando natildeo do artigo 47 incisos I III V e VI exceto suas aliacuteneas a e b de seu sect 1ordm em suas partes marcadas em negrito bem como dos incisos e paraacutegrafos do artigo 19 da Instruccedilatildeo nordm 35 - Classe 12ordf - Distrito Federal aprovada pela Resoluccedilatildeo nordm 2010698 do TSE que reproduziram os da citada Lei 950497 atacados Nordm 1822DF Requerente Partido Popular Socialista ndash PPS Requeridos Presidente da Repuacuteblica e Congresso Nacional Relator Min Moreira Alves Brasiacutelia 26 de junho de 1998 Diaacuterio da Justiccedila 10121999 p 3 RTJ 17202 p 475

BRASIL Supremo Tribunal Federal Pleno Accedilatildeo Direta de Inconstitucionalidade Medida Liminar Estado de Mato Grosso do Sul Lei nordm 1949 de 220199 Programa de pensatildeo mensal a crianccedilas geradas a partir de estupro Alegada ofensa aos arts 157 I 155 I 203 e 5ordm caput da Constituiccedilatildeo Federal Requerimento de medida cautelar Nordm 2019-6MS Requerente Governador do Estado de Mato Grosso do Sul Requerida Assembleacuteia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul Relator Min Ilmar Galvatildeo Brasiacutelia 1ordm de julho de 1999 Diaacuterio da Justiccedila 011099 p 29

BRASIL Supremo Tribunal Federal 1ordf Turma Agravo Regimental em Agravo de Instrumento IOFCacircmbio Decreto-Lei 243488 (Art 6) Guias de importaccedilatildeo expedidas em periacuteodo anterior a 1ordm de julho de 1988 inaplicabilidade da isenccedilatildeo fiscal Exclusatildeo de benefiacutecio Alegada ofensa ao principio da isonomia Inocorrecircncia Norma legal destituiacuteda de conteuacutedo arbitraacuterio Atuaccedilatildeo do Judiciaacuterio como legislador positivo Inadmissibilidade Agravo improvido Nordm 138344DF Agravante Mesbla da Amazocircnia Agravada Uniatildeo Federal Relator Min Celso de Mello Brasiacutelia 2 de agosto de 1994 Diaacuterio da Justiccedila 120595 p 12989

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FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo p 204

POLETTI Ronaldo O controle da constitucionalidade das leis p 62

ldquoEacute preciso enfatizar que a essecircncia do direito tributaacuterio reside na integral submissatildeo do poder estatal agrave rule of law de tal modo que respeitados os postulados fixados pela proacutepria Constituiccedilatildeo a eficaacutecia da atividade governamental em mateacuteria tributaacuteria resulte sempre condicionada por tudo quanto haja sido fixado pelo legislador em sede juriacutedica adequada vale dizer por tudo quanto tenha sido ditado pelo Poder Puacuteblico em leirdquo (STF ADIn 1296-7PE Voto do Min Celso de Mello grifo do relator)

ldquoQualquer subsiacutedio ou isenccedilatildeo reduccedilatildeo da base de caacutelculo concessatildeo de creacutedito presumido anistia ou remissatildeo relativos a impostos taxas ou contribuiccedilotildees soacute poderaacute ser concedido mediante lei especiacutefica federal estadual ou municipal que regule exclusivamente as mateacuterias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuiccedilatildeordquo

Eacute opiniatildeo que parece ter o respaldo da doutrina ldquoPor forccedila do princiacutepio da legalidade o regulamento natildeo pode por iniciativa proacutepria e sem texto legal conceder isenccedilotildees ou incentivos fiscais rdquo (CARRAZZA Roque Curso de Direito Constitucional Tributaacuterio p 215)

RAO Vicente O direito e a vida dos direitos vol 1 paacutegs 243244

CANOTILHO lembra a gradual alteraccedilatildeo do sentido da lei originariamente material para um criteacuterio mais formal mdash tal como o que empregamos aqui Ensina o mestre portuguecircs ldquoMuitas das questotildees relativas ao conceito de lei natildeo podem divorciar-se dos respectivos pressupostos socioloacutegicos e poliacuteticos No desenvolvimento secular do conceito de lei detectou-se quase sempre uma dimensatildeo material traduzida na exigecircncia de uma qualidade intriacutenseca (expressatildeo do justo da razatildeo do bem comum) Ao assinalar-se a vinculaccedilatildeo da lei agraves exigecircncias do bem comum de certo que agrave lei se associava uma dimensatildeo poliacutetica A lei era considerada como um instrumento de reforma e eacute indubitaacutevel que a lei lsquolegalizoursquo importantes transformaccedilotildees poliacuteticas e sociais em sintonia com as exigecircncia da lsquojusticcedilarsquo e do interesse puacuteblico Lembremo-nos das declaraccedilotildees dos direitos e da nova conformaccedilatildeo do direito em domiacutenios como os da igualdade religiosa liberdade de expressatildeo liquidaccedilatildeo de ocircnus feudais etc Todavia na teoria constitucional do seacuteculo XIX a lei passa a pouco e pouco a instrumento de conservaccedilatildeo Falar na superioridade da lei e do parlamento eacute falar da ascensatildeo vitoriosa da classe burguesa exigir que a lei fosse geral e se limitasse agrave definiccedilatildeo das bases gerais dos regimes juriacutedicos estava em perfeita consonacircncia com o postulado da abstinecircncia estadual de uma sociedade imoacutevel e imutaacutevel falar de preferecircncia da lei do seu caraacutecter primaacuterio em oposiccedilatildeo ao caraacutecter derivado dos regulamentos e actos administrativos era exprimir muitas vezes sobretudo nas estruturas poliacuteticas dualiacutesticas o confronto do Governo e da burocracia com o oacutergatildeo da sociedade civil (parlamento)rdquo (CANOTILHO J J Gomes Direito Constitucional p 832 Grifos do autor)

MACHADO Hugo de Brito Princiacutepios juriacutedicos da Tributaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo de 1988 p 36 Carrazza adverte ldquoa lei tributaacuteria que natildeo observa as caracteriacutesticas da abstraccedilatildeo e generalidade eacute inconstitucional por desobediecircncia ao princiacutepio da triparticcedilatildeo do poder Tal seria o caso da lei que mandasse tributar apenas uma pessoardquo (CARRAZZA Roque Antonio Curso de Direito Constitucional Tributaacuterio p 211)

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 205

Pontes de Miranda estranhamente chama o princiacutepio da legalidade de princiacutepio da legaritariedade (PONTES DE MIRANDA Francisco Cavalcante Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1967 tomo V p 576)

FALCAtildeO Amiacutelcar Fato Gerador da obrigaccedilatildeo tributaacuteria p 7

CARRAZZA Roque Antonio Curso de Direito Constitucional Tributaacuterio p 157

ldquoO princiacutepio da legalidade eacute fundamental ao Estado de Direito tendo origem no direito tributaacuterio em caraacuteter consuetudinaacuterio sofrendo modificaccedilotildees ao longo do tempo diante das influecircncias das posturas poliacutetico-filosoacuteficas do Estado de Direitordquo (CAIS Cleide Previtalli O processo tributaacuterio p 33)

ldquoArt 5deg [] II ndash ningueacutem seraacute obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senatildeo em virtude de lei Art 150 Sem prejuiacutezo de outras garantias asseguradas ao contribuinte eacute vedado agrave Uniatildeo aos Estados ao Distrito Federal e aos Municiacutepios I ndash exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleccedilardquo

CARRAZZA Roque Antonio Ob cit p 158

MACHADO Hugo de Brito Os princiacutepios juriacutedicos da Tributaccedilatildeo na Constituiccedilatildeo de 1988 p 17

MACHADO Hugo de Brito Ob Cit p 18

MACHADO Hugo de Brito Ob Cit p 19

NOGUEIRA Alberto Os limites da legalidade tributaacuteria no Estado democraacutetico de direito p 26

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 181

LEAL Roger Stiefelmann A judicializaccedilatildeo da poliacutetica p 230 e seguintes

GRECO Marco Aureacutelio Contribuiccedilotildees sociais uma figura ldquosui generisrdquo p 50

MUNHOZ Francisco de Assis O Princiacutepio da Legalidade no sistema Constitucional e no Sistema Tributaacuterio p 127

ldquoO legislador natildeo se limita a descrever um fato tal como ele eacute agrave maneira do socioacutelogo mas baseando-se naquilo que eacute determina que algo deva ser com a previsatildeo de diversas consequumlecircncias caso se verifique a accedilatildeo ou a omissatildeo a obediecircncia agrave norma ou a sua violaccedilatildeordquo (REALE Miguel Liccedilotildees Preliminares de Direito p 35 Grifo do autor)

ldquoSe emprega a palavra lsquodever-serrsquo para designar qualquer dos sentidos natildeo soacute o sentido da norma que prescreve uma determinada conduta mas tambeacutem o sentido da norma que positivamente permite uma determinada conduta ou a autorizardquo (KELSEN Hans Teoria Pura do Direito p 133)

REALE Miguel Liccedilotildees Preliminares de Direito p 87

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 51

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 10 e seguintes

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 76

KELSEN Hans Ob cit p 9

VON JHERING Rudolf A Luta pelo Direito p 65

VON JHERING Rudolf Ob cit p 77

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 43

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 73 e seguintes

CLEgraveVE Clegravemerson Merlin A lei no Estado Contemporacircneo p 125

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo p 13

SOUZA Rubens Gomes de Estudos de Direito Tributaacuterio paacutegs 189190

CLEacuteVE Cleacutemerson Merlin Ob cit p 130

CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 44

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 129

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 18

ldquoComo nosso Coacutedigo natildeo disciplina em termos pormenorizados os tributos estatildeo estes submetidos a uma legislaccedilatildeo especiacutefica a essa altura fragmentaacuteria ou melhor dizendo caoacutetica circunstacircncia que torna nossa problemaacutetica tributaacuteria ainda mais lsquosutilrsquo que a dos francesesrdquo (NOGUEIRA Alberto Ob cit p 21)

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 104

KELSEN Hans Ob cit p 68

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 130

FALCAtildeO Amiacutelcar Ob cit p 8

ldquoLei deve conter todos os elementos e supostos da norma juriacutedica tributaacuteria (hipoacutetese de incidecircncia do tributo seus sujeitos ativo e passivo e suas base de caacutelculo e aliacutequotas)rdquo CARRAZZA Roque Antonio Ob cit p 161) Tambeacutem MACHADO quando diz que ldquoo verdadeiro sentido do princiacutepio da legalidade exige que todos os elementos necessaacuterios agrave determinaccedilatildeo da relaccedilatildeo juriacutedica tributaacuteria ou mais exatamente todos os elementos da obrigaccedilatildeo tributaacuteria principal residam na leirdquo (MACHADO Hugo de Brito Ob cit p 28) No mesmo sentido Francisco de Assis Munhoz Ob cit p 154

Eacute o que diz Alberto Nogueira ldquoNos uacuteltimos tempos mdash em especial a partir da Segunda Guerra Mundial mdash vem se desenvolvendo uma tendecircncia cada vez mais forte de se introduzir no texto constitucional um maior nuacutemero de preceitos que alcanccedilam praticamente toda vida socialrdquo (NOGUEIRA Alberto Ob cit p 104)

CLEgraveVE Cleacutemerson Merlin Ob cit p 130

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 84

ATALIBA Geraldo Hipoacutetese de Incidecircncia Tributaacuteria p 28

BALEEIRO Aliomar Limitaccedilotildees Constitucionais ao Poder de Tributar 1

ldquoDireito Tributaacuterio positivo eacute o ramo didaticamente autocircnomo do Direito formado pelo conjunto das proposiccedilotildees juriacutedicas (normativas e natildeo-normativas) que correspondam direta ou indiretamente agrave instituiccedilatildeo arrecadaccedilatildeo e fiscalizaccedilatildeo de tributosrdquo (CARVALHO Paulo de Barros Teoria da Norma Tributaacuteria p 83)

ldquoServe o direito portanto de instrumento de tatildeo importante desiacutegnio estatal As normas que constituem esta parte do direito se designam direito tributaacuterio em seu conjunto Eacute nitidamente um sub-ramo do direito administrativo porque regula relaccedilotildees juriacutedicas entre administraccedilatildeo e administrados (Ruy Cirne Lima) o que eacute da essecircncia do direito administrativordquo (ATALIBA Geraldo Ob Cit p 29)

COELHO Sacha Calmon Navarro Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1988 Sistema Tributaacuterio p 276

ldquoO leitor jamais deve esquecer que a inflaccedilatildeo funciona como um imposto mdash o Estado aufere lsquoreceitarsquo por abusar da capacidade de pintar pedaccedilos de papel que passam a valer mais caro que o custo da pintura mdash e foi essa a lsquocarga tributaacuteriarsquo que cresceu explosivamente nesse periacuteodo ateacute 1994 Com efeito a primeira e uacutenica revolta nacional contra impostos criados lsquosem representaccedilatildeo foi a mobilizaccedilatildeo da sociedade contra a inflaccedilatildeo ou mais precisamente contra o lsquoimposto inflacionaacuteriorsquo para o qual sem duacutevida jamais houve lei autorizadorardquo (A segunda revolta artigo de Gustavo Franco Revista Veja nuacutemero 1750 Satildeo Paulo Editora Abril 8 de maio de 2002 p 102)

ldquoA imposiccedilatildeo legal de exigecircncia tributaacuteria deriva da condiccedilatildeo de soberania do Estado o chamado jus imperii atraveacutes do qual arrecadaraacute o dinheiro necessaacuterio agrave manutenccedilatildeo da maacutequina estatal e dar atendimento agraves necessidades sociais da populaccedilatildeordquo (VILLELA Gilberto Etchaluz Teoria da exigibilidade da obrigaccedilatildeo tributaacuteria p 16)

ldquoO Estado natildeo grava pelo prazer de manter abarrotadas suas arcas senatildeo para contingenciar carecircncias daiacute o princiacutepio de que a um superaacutevit orccedilamentaacuterio desordenado eacute preferiacutevel um deacuteficit razoaacutevelrdquo (SIDOU J M Othon A natureza social do tributo p 5)

ldquoOra a votaccedilatildeo do tributo e de sua aplicaccedilatildeo pelo povo atraveacutes dos parlamentares constitui princiacutepio cardeal dos regimes representativos e democraacuteticos que natildeo existem sem votaccedilatildeo dos tributos e das despesas pelos representantes do paiacutesrdquo (BALEEIRO Aliomar Ob cit p 42)

ldquoA defesa do sistema tributaacuterio e do proacuteprio regime poliacutetico do paiacutes processa-se por um conjunto de limitaccedilotildees ao poder ativo de tributar Delas o mais importante por suas implicaccedilotildees poliacuteticas e juriacutedicas eacute o da legalidade dos tributosrdquo (BALEEIRO Aliomar Ob cit p 3)

BECKER Alfredo Augusto Teoria Geral do Direito Tributaacuterio p 9

NOGUEIRA Alberto Os limites da legalidade tributaacuteria no Estado Democraacutetico de Direito p 104

ldquoO raacutedio primeiro o cinema e sobretudo a televisatildeo datildeo ao homem comum uma sensaccedilatildeo de intimidade com o chefe do governo que nem nas antigas oligarquias os membros do grupo dirigente percebiam Isso se espelha na sem-cerimocircnia com que a eles se referem como se se tratasse de um vizinho ou de um companheiro de trabalho Essa sensaccedilatildeo de intimidade eacute aliaacutes estimulada pelos governantes que procuram entreter uma atmosfera de simpatia em redor de si Natildeo eacute outro o fito das reportagens sobre a vida familiar a simplicidade os gostos e os pendores do liacuteder poliacuteticordquo (FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo Ob cit p 127)

ldquoO brasileiro meacutedio enxerga no Estado a figura de um pai criador e protetor Ele venera o Estado acredita que possa fazer milagres e portanto tudo espera dele apoio obras empregos Quando mais o chefe de Estado se aproximar da imagem paternal mais conquistaraacute o coraccedilatildeo do povordquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil paacutegs 6566) Esta associaccedilatildeo fortemente radicada no imaginaacuterio nacional de imenso cunho paternalista fica exasperada pelo nosso mazombismo como disse Vianna Moog pois aqui a culpa eacute sempre dos outros (cf MOOG Vianna Bandeirantes e Pioneiros p 106)

SIDOU J M Othon Ob cit p 81

Nesse sentido por todos VILLELA Gilberto Etchaluz Ob cit p 56 e seguintes

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 387

KELSEN Hans Ob cit p 389

CLEgraveVE Clegravemerson Merlin A lei no Estado contemporacircneo p 131

CLEgraveVE Clegravemerson Merlin Ob cit p 124

ldquoNo regime presidencial a hipertrofia do Poder Executivo eacute fato de observaccedilatildeo histoacuterica a cuja inexoraacutevel accedilatildeo natildeo escaparam os proacuteprios Estados Unidosrdquo (BALEEIRO Aliomar Ob cit p 16)

ldquoSe o Presidente se posiciona com imparcialidade acima das correntes partidaacuterias teraacute condiccedilotildees de atuar muito bem como chefe de Estado na preservaccedilatildeo como verdadeiro magistrado das regras do jogo poliacutetico garantindo os princiacutepios democraacuteticos da supremacia da Lei e da igualdade de oportunidadesrdquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil p 93)

SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha Ob cit paacutegs 9596

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 160

MACHADO Hugo de Brito Os princiacutepios juriacutedicos da Tributaccedilatildeo na Constituiccedilatildeo de 1988 p 30

CARRAZZA Roque Antonio Curso de Direito Constitucional Tributaacuterio p 213

MACHADO Hugo de Brito Ob cit p 29

CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 43 No mesmo sentido tambeacutem Manoel Gonccedilalves Ferreira Filho ldquona medida em que o Estado se imiscuiacutea no domiacutenio econocircmico e no domiacutenio social para proteger os economicamente fracos os Parlamentos se viram cada vez mais impossibilitados de desempenhar as tarefas que dele eram esperadasrdquo (FERREIRA FILHO Do Processo Legislativo p 121)

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 123

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 128

ldquoArt 62 Em caso de relevacircncia e urgecircncia o Presidente da Repuacuteblica poderaacute adotar medidas provisoacuterias com forccedila de lei devendo submetecirc-las de imediato ao Congresso Nacionalrdquo

CARRAZZA Roque Antonio Ob cit p 177

CARRAZZA Roque Antonio ob cit p 184 No mesmo sentido MACHADO ldquoA instituiccedilatildeo como o aumento dos demais tributos atraveacutes de medidas provisoacuterias em princiacutepio natildeo nos parece possiacutevel mas natildeo excluiacutemos essa possibilidade em situaccedilotildees especiaisrdquo (MACHADO Hugo de Brito ob Cit p 42) e tambeacutem MUNHOZ ( MUNHOZ Francisco de Assis O princiacutepio da legalidade no Sistema Constitucional e no Sistema Tributaacuterio p 155)

BALEEIRO Aliomar Limitaccedilotildees Constitucionais ao Poder de Tributar p 42 A defesa da legalidade pelo Ministro foi ferrenha ldquoPrevaleceria apenas o discricionarismo do Poder Executivo num regime que estabelece como um dos princiacutepios fundamentais a independecircncia e a harmonia dos Poderes Nacionais [] Certo eacute que a Constituiccedilatildeo exige lei para criaccedilatildeo ou majoraccedilatildeo do tributo E aos princiacutepios inerentes ao regime adotado na CF repugna que a lei para tal fim seja substituiacuteda por um ato do Executivo A CF Quer um pronunciamento expresso do Poder Legislativo na decretaccedilatildeo do tributo Natildeo lhe basta

uma aprovaccedilatildeo taacutecita e presumida O velho PIMENTA BUENO jaacute era intransigente nessa mateacuteria de legalidade dos tributosrdquo (pp 42-44)

ldquoMedida provisoacuteria que implique instituiccedilatildeo ou majoraccedilatildeo de impostos exceto os previstos nos arts 153 I II IV V e 154 II soacute produziraacute efeitos no exerciacutecio financeiro seguinte se houver sido convertida em lei ateacute o uacuteltimo dia daquele em que foi editadardquo

PONTES DE MIRANDA Francisco Cavalcanti Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1967 tomo I p 5

CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 13 e seguintes

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 27

RIGAUX Franccedilois A lei dos juiacutezes p 16

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 42

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 185

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 50

BONAVIDES Paulo Curso de Direito Constitucional p 441

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo p 189

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 212

KELSEN Hans Ob cit p 216 E Kelsen faz questatildeo de refutar claramente a tese segundo a qual cabe ao judiciaacuterio apenas a funccedilatildeo de inteacuterprete do direito legislado ldquoNossa anaacutelise da funccedilatildeo judicial demonstra que a visatildeo segundo a qual tribunais apenas aplicam o Direito natildeo conta com a sustentaccedilatildeo dos fatosrdquo (p 217)

KELSEN Hans Ob cit p 216

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 73

ldquoEfetivamente eles satildeo chamados a interpretar e por isso inevitavelmente a esclarecer integrar plasmar e transformar e natildeo raro a criar ex novo o direito Isto natildeo significa poreacutem que sejam legisladoresrdquo (CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 74)

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 74

Interessante notar que o oacutergatildeo responsaacutevel por este controle em uacuteltima instacircncia em nosso paiacutes faz questatildeo de dizer que age como ldquolegislador negativordquo

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 28

KELSEN Hans Ob cit p 385

ldquo() a declaraccedilatildeo de inconstitucionalidade se acolhida como foi requerida modificaraacute o sistema da Lei pela alteraccedilatildeo do seu sentido o que importa sua impossibilidade juriacutedica uma vez que o Poder

Judiciaacuterio no controle de constitucionalidade dos atos normativos soacute atua como legislador negativo e natildeo como legislador positivordquo (ADI 1822DF Pleno j 2661998 Rel Min Moreira Alves DJ 101299 p 3 RTJ 17202 p 425) ldquoA concessatildeo desse beneficio isencional traduz ato discricionaacuterio que fundado em juiacutezo de conveniecircncia e oportunidade do Poder Puacuteblico destina-se a partir de criteacuterios racionais loacutegicos e impessoais estabelecidos de modo legiacutetimo em norma legal a implementar objetivos estatais nitidamente qualificados pela nota da extrafiscalidade A exigecircncia constitucional de lei formal para a veiculaccedilatildeo de isenccedilotildees em mateacuteria tributaacuteria atua como insuperaacutevel obstaacuteculo agrave postulaccedilatildeo da parte recorrente eis que a extensatildeo dos benefiacutecios isencionais por via jurisdicional encontra limitaccedilatildeo absoluta no dogma da separaccedilatildeo de poderes Os magistrados e Tribunais mdash que natildeo dispotildeem de funccedilatildeo legislativa mdash natildeo podem conceder ainda que sob fundamento de isonomia o beneficio da exclusatildeo do creacutedito tributaacuterio em favor daqueles a quem o legislador com apoio em criteacuterios impessoais racionais e objetivos natildeo quis contemplar com a vantagem da isenccedilatildeo Entendimento diverso que reconhecesse aos magistrados essa anocircmala funccedilatildeo juriacutedica equivaleria em uacuteltima anaacutelise a converter o Poder Judiciaacuterio em inadmissiacutevel legislador positivo condiccedilatildeo institucional esta que lhe recusou a proacutepria Lei Fundamental do Estado Eacute de acentuar neste ponto que em tema de controle de constitucionalidade de atos estatais o Poder Judiciaacuterio soacute atua como legislador negativo (RTJ 146461 rel Min CELSO DE MELLO)rdquo (AGRAG 138344DF 1ordf T j 281994 Rel Min Celso de Mello DJ 120595 p 12989)

Eacute o caso de Alberto Nogueira (NOGUEIRA Alberto Os limites da legalidade tributaacuteria no Estado Democraacutetico de Direito p 30)

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 200

MAXIMILIANO Carlos Hermenecircutica e aplicaccedilatildeo do direito p 371 ldquoTodas as presunccedilotildees militam a favor da validade de um ato legislativo ou executivo () Os tribunais soacute declaram a inconstitucionalidade de leis quando esta eacute evidente natildeo deixa margem agrave seacuteria objeccedilatildeo em contraacuterio Portanto se entre duas correntes de ideacuteias apoiadas por jurisconsultos de valor o Congresso adotou uma o seu ato prevalece A bem da harmonia e do muacutetuo respeito que devem reinar entre os poderes federais (ou estaduais) o Judiciaacuterio soacute faz uso da sua prerrogativa quando o Congresso viola claramente ou deixa de aplicar o estatuto baacutesico e natildeo quando opta por determinada interpretaccedilatildeo natildeo de todo desarrazoadardquo

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 78

MORO Sergio Fernando Afastamento da presunccedilatildeo de constitucionalidade da lei In Jus Navigandi n 40 Disponiacutevel em lthttpwww1juscombrdoutrinatextoaspid=117gt Acesso em 10Dez2001 ldquoO Direito Constitucional deve ter em vista a realidade a qual se dirige No Brasil isso significa que se faz necessaacuteria praacutetica constitucional que leve em consideraccedilatildeo a pobreza e o desequiliacutebrio na distribuiccedilatildeo do poder poliacutetico existentes uma espeacutecie de Direito Constitucional da Pobreza para o qual a teacutecnica de afastamento da presunccedilatildeo de constitucionalidade da lei pode representar significativo papelrdquo

BONAVIDES Paulo Ob cit p 443

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 65

GRECO Marco Aureacutelio Contribuiccedilotildees sociais uma figura ldquosui generisrdquo p 149

Pontes de Miranda refere que na Constituiccedilatildeo de 1937 era possiacutevel que cada uma das Casas do Congresso confirmasse a lei declarada inconstitucional mediante aprovaccedilatildeo por dois terccedilos para tornar ineficaz a declaraccedilatildeo de sua inconstitucionalidade realizada pelo Judiciaacuterio (ob cit paacutegs 2223)

BONAVIDES Paulo Ob cit paacutegs 441442

BONAVIDES Paulo Ob cit p 434

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 38

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 41

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 42

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 42

BONAVIDES Paulo Ob cit p 272

BALEEIRO Aliomar Limitaccedilotildees Constitucionais ao Poder de Tributar XV (prefaacutecio)

CAIS Cleide Previtalli O processo tributaacuterio p 179

Das quinzes arguumliccedilotildees de inconstitucionalidade colacionadas por Cleide Previtalli Cais e apreciadas pelo TRF da 3ordf Regiatildeo todas tiveram sua inconstitucionalidade declarada (CAIS Cleide Previtalli Ob Cit pp 185-188)

MENDES Gilmar Ferreira Jurisdiccedilatildeo Constitucional paacutegs 5960

BERGEL Jean-Louis Teoria Geral do Direito p 87

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 153

BERGEL Jean-Louis Ob cit p 90

ASSUNCcedilAtildeO Lutero Xavier Princiacutepios de Direito na Jurisprudecircncia Tributaacuteria

NERY JUNIOR Nelson Princiacutepios do Processo Civil na Constituiccedilatildeo Federal p 31

NERY JUNIOR Nelson Ob cit p 32

BARROSO Luis Roberto Os princiacutepios da razoabilidade e da proporcionalidade no Direito Constitucional p 69

BARROSO Luis Roberto Ob cit p 65

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 86

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 118

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 131

Na ADIn 2019-6MS Rel Min Ilmar Galvatildeo j 1deg71999 realiza-se o controle da constitucionalidade da lei tomando por base o art 5deg LIV da Constituiccedilatildeo onde estaria o ldquoprinciacutepio da razoabilidaderdquo Mais significativo no entanto a Medida Liminar na ADIn 1158-8AM Rel Min Celso de Mello j 19121994 onde o Ministro relator diz claramente ldquoTodos sabemos que a claacuteusula do devido processo legal - objeto de expressa proclamaccedilatildeo pelo art 5deg LIV da Constituiccedilatildeo - deve ser entendida na abrangecircncia de sua noccedilatildeo conceitual natildeo soacute sob o aspecto meramente formal que impotildee restriccedilotildees de caraacuteter ritual agrave atuaccedilatildeo do Poder Puacuteblico mas sobretudo em sua dimensatildeo material que atua como decisivo obstaacuteculo agrave ediccedilatildeo de atos legislativos de conteuacutedo arbitraacuterio ou irrrazoaacutevel A essecircncia do substantive due process of law reside na necessidade de proteger os direitos e as liberdades das pessoas contra qualquer modalidade de legislaccedilatildeo que se revele opressiva ou como no caso destituiacuteda do necessaacuterio coeficiente de razoabilidaderdquo

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do Processo Legislativo p 70

MOOG Vianna Bandeirantes e Pioneiros p 183

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do Processo Legislativo p 130

ldquoHaacute tambeacutem que se considerar a inadequaccedilatildeo do modelo poliacutetico aos valores soacutecio-culturais histoacutericos do Paiacutes Refere-se aqui a situaccedilatildeo decorrente da importaccedilatildeo de foacutermulas poliacuteticas para realidades bem distintas e agraves vezes ateacute opostas agrave realidade em que foram geradasrdquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil p 31)

CARVALHO Paulo de Barros Teoria da Norma Tributaacuteria p 139

ROUSSEAU Jean Jacques O contrato social p 48

SOUZA Rubens Gomes de Estudos de Direito Tributaacuterio p 190

COELHO Sacha Calmon Navarro Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1988 Sistema Tributaacuterio p 279

CARRAZZA Roque Antonio Curso de Direito Constitucional Tributaacuterio 8 ed Satildeo Paulo Malheiros 1996

CARVALHO Paulo de Barros Teoria da Norma Tributaacuteria Satildeo Paulo Max Limonad 1998

CLEgraveVE Cleacutemerson Merlin A lei no Estado contemporacircneo Cadernos de Direito Constitucional e Ciecircncia Poliacutetica Satildeo Paulo n 21 ano 5 p 124-138 outdez 1997

COELHO Sacha Calmon Navarro Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1988 Sistema Tributaacuterio 6 ed Rio de Janeiro Forense 1997

FALCAtildeO Amiacutelcar Fato Gerador da obrigaccedilatildeo tributaacuteria 6 ed Rio de Janeiro Forense 1999

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo 4 ed Satildeo Paulo Saraiva 2001

FRANCO Gustavo A segunda revolta Veja Satildeo Paulo Editora Abril n 1750 p 102 8 de maio de 2002

GRECO Marco Aureacutelio Contribuiccedilotildees sociais uma figura sui generis Satildeo Paulo Dialeacutetica 2000

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado Traduccedilatildeo Luiacutes Carlos Borges Satildeo Paulo Martins Fontes 2000

______________ Teoria Pura do Direito Traduccedilatildeo Joatildeo Baptista Machado Satildeo Paulo Martins Fontes 2000

LEAL Roger Stiefelmann A judicializaccedilatildeo da poliacutetica Cadernos de Direito Constitucional e Ciecircncia Poliacutetica Satildeo Paulo n 29 ano 7 p 230-237 outdez 1999

MACHADO Hugo de Brito Os princiacutepios juriacutedicos da Tributaccedilatildeo na Constituiccedilatildeo de 1988 3 ed Satildeo Paulo Revista dos Tribunais1994

MAXIMILIANO Carlos Hermenecircutica e aplicaccedilatildeo do direito 5 ed Rio de Janeiro Freitas Bastos 1951

MENDES Gilmar Ferreira Jurisdiccedilatildeo Constitucional 2 ed Satildeo Paulo Saraiva 1998

MOOG Vianna Bandeirantes e pioneiros 15 ed Rio de Janeiro Civilizaccedilatildeo Brasileira 1985

MORO Seacutergio Fernando Afastamento da presunccedilatildeo de constitucionalidade da lei Jus Navigandi n 40 Disponiacutevel em lthttpwww1juscombrdoutrinatextoaspid=117gt Acesso em 10 dez 2001

MUNHOZ Francisco de Assis O princiacutepio da legalidade no sistema constitucional e no sistema tributaacuterio Cadernos de Direito Constitucional e Ciecircncia Poliacutetica Satildeo Paulo n 26 ano 7 p 127-163 janeiro-marccedilo 1999

NERY JUNIOR Nelson Princiacutepios do Processo Civil na Constituiccedilatildeo Federal Satildeo Paulo Revista dos Tribunais 1992

NOGUEIRA Alberto Os limites da legalidade tributaacuteria no Estado Democraacutetico de Direito Fisco x Contribuinte na arena 2 ed aum e atual Rio de Janeiro Renovar 1999

POLETTI Ronaldo O controle da constitucionalidade das leis 2 ed Rio de Janeiro Forense 1997

PONTES DE MIRANDA Francisco Cavalcante Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1967 t I e V Satildeo Paulo Revista dos Tribunais 1968

RAO Vicente O direito e a vida dos direitos v 1 3 ed Satildeo Paulo Revista dos Tribunais 1991

REALE Miguel Liccedilotildees Preliminares de Direito 16 ed Satildeo Paulo Saraiva 1988

RIGAUX Franccedilois A lei dos juiacutezes Traduccedilatildeo de Edmir Missio Satildeo Paulo Martins Fontes 2000

ROUSSEAU Jean-Jacques O contrato social Traduccedilatildeo de Rolando Roque da Silva Satildeo Paulo Cultrix 1965

SIDOU J M Othon A natureza social do tributo 2ordf ediccedilatildeo Rio de Janeiro Forense 1978

SOUZA Rubens Gomes de Estudos de Direito Tributaacuterio Satildeo Paulo Saraiva 1950

SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil Rio de Janeiro Forense 1978

VILLELA Gilberto Etchaluz Teoria da exigibilidade da obrigaccedilatildeo tributaacuteria Porto Alegre Siacutentese 1999

__________________________________________________________________

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo p 204

POLETTI Ronaldo O controle da constitucionalidade das leis p 62

ldquoEacute preciso enfatizar que a essecircncia do direito tributaacuterio reside na integral submissatildeo do poder estatal agrave rule of law de tal modo que respeitados os postulados fixados pela proacutepria Constituiccedilatildeo a eficaacutecia da atividade governamental em mateacuteria tributaacuteria resulte sempre condicionada por tudo quanto haja sido fixado pelo legislador em sede juriacutedica adequada vale dizer por tudo quanto tenha sido ditado pelo Poder Puacuteblico em leirdquo (STF ADIn 1296-7PE Voto do Min Celso de Mello grifo do relator)

ldquoQualquer subsiacutedio ou isenccedilatildeo reduccedilatildeo da base de caacutelculo concessatildeo de creacutedito presumido anistia ou remissatildeo relativos a impostos taxas ou contribuiccedilotildees soacute poderaacute ser concedido mediante lei especiacutefica federal estadual ou municipal que regule exclusivamente as mateacuterias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuiccedilatildeordquo

Eacute opiniatildeo que parece ter o respaldo da doutrina ldquoPor forccedila do princiacutepio da legalidade o regulamento natildeo pode por iniciativa proacutepria e sem texto legal conceder isenccedilotildees ou incentivos fiscais rdquo (CARRAZZA Roque Curso de Direito Constitucional Tributaacuterio p 215)

RAO Vicente O direito e a vida dos direitos vol 1 paacutegs 243244

CANOTILHO lembra a gradual alteraccedilatildeo do sentido da lei originariamente material para um criteacuterio mais formal mdash tal como o que empregamos aqui Ensina o mestre portuguecircs ldquoMuitas das questotildees relativas ao conceito de lei natildeo podem divorciar-se dos respectivos pressupostos socioloacutegicos e poliacuteticos No desenvolvimento secular do conceito de lei detectou-se quase sempre uma dimensatildeo material traduzida na exigecircncia de uma qualidade intriacutenseca (expressatildeo do justo da razatildeo do bem comum) Ao assinalar-se a vinculaccedilatildeo da lei agraves exigecircncias do bem comum de certo que agrave lei se associava uma dimensatildeo poliacutetica A lei era considerada como um instrumento de reforma e eacute indubitaacutevel que a lei lsquolegalizoursquo importantes transformaccedilotildees poliacuteticas e sociais em sintonia com as exigecircncia da lsquojusticcedilarsquo e do interesse puacuteblico Lembremo-nos das declaraccedilotildees dos direitos e da nova conformaccedilatildeo do direito em domiacutenios como os da igualdade religiosa liberdade de expressatildeo liquidaccedilatildeo de ocircnus feudais etc Todavia na teoria constitucional do seacuteculo XIX a lei passa a pouco e pouco a instrumento de conservaccedilatildeo Falar na superioridade da lei e do parlamento eacute falar da ascensatildeo vitoriosa da classe burguesa exigir que a lei fosse geral e se limitasse agrave definiccedilatildeo das bases gerais dos regimes juriacutedicos estava em perfeita consonacircncia com o postulado da abstinecircncia estadual de uma sociedade imoacutevel e imutaacutevel falar de preferecircncia da lei do seu caraacutecter primaacuterio em oposiccedilatildeo ao caraacutecter derivado dos regulamentos e actos administrativos era exprimir muitas vezes sobretudo nas estruturas poliacuteticas dualiacutesticas o confronto do Governo e da burocracia com o oacutergatildeo da sociedade civil (parlamento)rdquo (CANOTILHO J J Gomes Direito Constitucional p 832 Grifos do autor)

MACHADO Hugo de Brito Princiacutepios juriacutedicos da Tributaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo de 1988 p 36 Carrazza adverte ldquoa lei tributaacuteria que natildeo observa as caracteriacutesticas da abstraccedilatildeo e generalidade eacute inconstitucional por desobediecircncia ao princiacutepio da triparticcedilatildeo do poder Tal seria o caso da lei que mandasse tributar apenas uma pessoardquo (CARRAZZA Roque Antonio Curso de Direito Constitucional Tributaacuterio p 211)

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 205

Pontes de Miranda estranhamente chama o princiacutepio da legalidade de princiacutepio da legaritariedade (PONTES DE MIRANDA Francisco Cavalcante Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1967 tomo V p 576)

FALCAtildeO Amiacutelcar Fato Gerador da obrigaccedilatildeo tributaacuteria p 7

CARRAZZA Roque Antonio Curso de Direito Constitucional Tributaacuterio p 157

ldquoO princiacutepio da legalidade eacute fundamental ao Estado de Direito tendo origem no direito tributaacuterio em caraacuteter consuetudinaacuterio sofrendo modificaccedilotildees ao longo do tempo diante das influecircncias das posturas poliacutetico-filosoacuteficas do Estado de Direitordquo (CAIS Cleide Previtalli O processo tributaacuterio p 33)

ldquoArt 5deg [] II ndash ningueacutem seraacute obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senatildeo em virtude de lei Art 150 Sem prejuiacutezo de outras garantias asseguradas ao contribuinte eacute vedado agrave Uniatildeo aos Estados ao Distrito Federal e aos Municiacutepios I ndash exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleccedilardquo

CARRAZZA Roque Antonio Ob cit p 158

MACHADO Hugo de Brito Os princiacutepios juriacutedicos da Tributaccedilatildeo na Constituiccedilatildeo de 1988 p 17

MACHADO Hugo de Brito Ob Cit p 18

MACHADO Hugo de Brito Ob Cit p 19

NOGUEIRA Alberto Os limites da legalidade tributaacuteria no Estado democraacutetico de direito p 26

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 181

LEAL Roger Stiefelmann A judicializaccedilatildeo da poliacutetica p 230 e seguintes

GRECO Marco Aureacutelio Contribuiccedilotildees sociais uma figura ldquosui generisrdquo p 50

MUNHOZ Francisco de Assis O Princiacutepio da Legalidade no sistema Constitucional e no Sistema Tributaacuterio p 127

ldquoO legislador natildeo se limita a descrever um fato tal como ele eacute agrave maneira do socioacutelogo mas baseando-se naquilo que eacute determina que algo deva ser com a previsatildeo de diversas consequumlecircncias caso se verifique a accedilatildeo ou a omissatildeo a obediecircncia agrave norma ou a sua violaccedilatildeordquo (REALE Miguel Liccedilotildees Preliminares de Direito p 35 Grifo do autor)

ldquoSe emprega a palavra lsquodever-serrsquo para designar qualquer dos sentidos natildeo soacute o sentido da norma que prescreve uma determinada conduta mas tambeacutem o sentido da norma que positivamente permite uma determinada conduta ou a autorizardquo (KELSEN Hans Teoria Pura do Direito p 133)

REALE Miguel Liccedilotildees Preliminares de Direito p 87

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 51

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 10 e seguintes

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 76

KELSEN Hans Ob cit p 9

VON JHERING Rudolf A Luta pelo Direito p 65

VON JHERING Rudolf Ob cit p 77

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 43

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 73 e seguintes

CLEgraveVE Clegravemerson Merlin A lei no Estado Contemporacircneo p 125

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo p 13

SOUZA Rubens Gomes de Estudos de Direito Tributaacuterio paacutegs 189190

CLEacuteVE Cleacutemerson Merlin Ob cit p 130

CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 44

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 129

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 18

ldquoComo nosso Coacutedigo natildeo disciplina em termos pormenorizados os tributos estatildeo estes submetidos a uma legislaccedilatildeo especiacutefica a essa altura fragmentaacuteria ou melhor dizendo caoacutetica circunstacircncia que torna nossa problemaacutetica tributaacuteria ainda mais lsquosutilrsquo que a dos francesesrdquo (NOGUEIRA Alberto Ob cit p 21)

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 104

KELSEN Hans Ob cit p 68

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 130

FALCAtildeO Amiacutelcar Ob cit p 8

ldquoLei deve conter todos os elementos e supostos da norma juriacutedica tributaacuteria (hipoacutetese de incidecircncia do tributo seus sujeitos ativo e passivo e suas base de caacutelculo e aliacutequotas)rdquo CARRAZZA Roque Antonio Ob cit p 161) Tambeacutem MACHADO quando diz que ldquoo verdadeiro sentido do princiacutepio da legalidade exige que todos os elementos necessaacuterios agrave determinaccedilatildeo da relaccedilatildeo juriacutedica tributaacuteria ou mais exatamente todos os elementos da obrigaccedilatildeo tributaacuteria principal residam na leirdquo (MACHADO Hugo de Brito Ob cit p 28) No mesmo sentido Francisco de Assis Munhoz Ob cit p 154

Eacute o que diz Alberto Nogueira ldquoNos uacuteltimos tempos mdash em especial a partir da Segunda Guerra Mundial mdash vem se desenvolvendo uma tendecircncia cada vez mais forte de se introduzir no texto constitucional um maior nuacutemero de preceitos que alcanccedilam praticamente toda vida socialrdquo (NOGUEIRA Alberto Ob cit p 104)

CLEgraveVE Cleacutemerson Merlin Ob cit p 130

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 84

ATALIBA Geraldo Hipoacutetese de Incidecircncia Tributaacuteria p 28

BALEEIRO Aliomar Limitaccedilotildees Constitucionais ao Poder de Tributar 1

ldquoDireito Tributaacuterio positivo eacute o ramo didaticamente autocircnomo do Direito formado pelo conjunto das proposiccedilotildees juriacutedicas (normativas e natildeo-normativas) que correspondam direta ou indiretamente agrave instituiccedilatildeo arrecadaccedilatildeo e fiscalizaccedilatildeo de tributosrdquo (CARVALHO Paulo de Barros Teoria da Norma Tributaacuteria p 83)

ldquoServe o direito portanto de instrumento de tatildeo importante desiacutegnio estatal As normas que constituem esta parte do direito se designam direito tributaacuterio em seu conjunto Eacute nitidamente um sub-ramo do direito administrativo porque regula relaccedilotildees juriacutedicas entre administraccedilatildeo e administrados (Ruy Cirne Lima) o que eacute da essecircncia do direito administrativordquo (ATALIBA Geraldo Ob Cit p 29)

COELHO Sacha Calmon Navarro Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1988 Sistema Tributaacuterio p 276

ldquoO leitor jamais deve esquecer que a inflaccedilatildeo funciona como um imposto mdash o Estado aufere lsquoreceitarsquo por abusar da capacidade de pintar pedaccedilos de papel que passam a valer mais caro que o custo da pintura mdash e foi essa a lsquocarga tributaacuteriarsquo que cresceu explosivamente nesse periacuteodo ateacute 1994 Com efeito a primeira e uacutenica revolta nacional contra impostos criados lsquosem representaccedilatildeo foi a mobilizaccedilatildeo da sociedade contra a inflaccedilatildeo ou mais precisamente contra o lsquoimposto inflacionaacuteriorsquo para o qual sem duacutevida jamais houve lei autorizadorardquo (A segunda revolta artigo de Gustavo Franco Revista Veja nuacutemero 1750 Satildeo Paulo Editora Abril 8 de maio de 2002 p 102)

ldquoA imposiccedilatildeo legal de exigecircncia tributaacuteria deriva da condiccedilatildeo de soberania do Estado o chamado jus imperii atraveacutes do qual arrecadaraacute o dinheiro necessaacuterio agrave manutenccedilatildeo da maacutequina estatal e dar atendimento agraves necessidades sociais da populaccedilatildeordquo (VILLELA Gilberto Etchaluz Teoria da exigibilidade da obrigaccedilatildeo tributaacuteria p 16)

ldquoO Estado natildeo grava pelo prazer de manter abarrotadas suas arcas senatildeo para contingenciar carecircncias daiacute o princiacutepio de que a um superaacutevit orccedilamentaacuterio desordenado eacute preferiacutevel um deacuteficit razoaacutevelrdquo (SIDOU J M Othon A natureza social do tributo p 5)

ldquoOra a votaccedilatildeo do tributo e de sua aplicaccedilatildeo pelo povo atraveacutes dos parlamentares constitui princiacutepio cardeal dos regimes representativos e democraacuteticos que natildeo existem sem votaccedilatildeo dos tributos e das despesas pelos representantes do paiacutesrdquo (BALEEIRO Aliomar Ob cit p 42)

ldquoA defesa do sistema tributaacuterio e do proacuteprio regime poliacutetico do paiacutes processa-se por um conjunto de limitaccedilotildees ao poder ativo de tributar Delas o mais importante por suas implicaccedilotildees poliacuteticas e juriacutedicas eacute o da legalidade dos tributosrdquo (BALEEIRO Aliomar Ob cit p 3)

BECKER Alfredo Augusto Teoria Geral do Direito Tributaacuterio p 9

NOGUEIRA Alberto Os limites da legalidade tributaacuteria no Estado Democraacutetico de Direito p 104

ldquoO raacutedio primeiro o cinema e sobretudo a televisatildeo datildeo ao homem comum uma sensaccedilatildeo de intimidade com o chefe do governo que nem nas antigas oligarquias os membros do grupo dirigente percebiam Isso se espelha na sem-cerimocircnia com que a eles se referem como se se tratasse de um vizinho ou de um companheiro de trabalho Essa sensaccedilatildeo de intimidade eacute aliaacutes estimulada pelos governantes que procuram entreter uma atmosfera de simpatia em redor de si Natildeo eacute outro o fito das reportagens sobre a vida familiar a simplicidade os gostos e os pendores do liacuteder poliacuteticordquo (FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo Ob cit p 127)

ldquoO brasileiro meacutedio enxerga no Estado a figura de um pai criador e protetor Ele venera o Estado acredita que possa fazer milagres e portanto tudo espera dele apoio obras empregos Quando mais o chefe de Estado se aproximar da imagem paternal mais conquistaraacute o coraccedilatildeo do povordquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil paacutegs 6566) Esta associaccedilatildeo fortemente radicada no imaginaacuterio nacional de imenso cunho paternalista fica exasperada pelo nosso mazombismo como disse Vianna Moog pois aqui a culpa eacute sempre dos outros (cf MOOG Vianna Bandeirantes e Pioneiros p 106)

SIDOU J M Othon Ob cit p 81

Nesse sentido por todos VILLELA Gilberto Etchaluz Ob cit p 56 e seguintes

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 387

KELSEN Hans Ob cit p 389

CLEgraveVE Clegravemerson Merlin A lei no Estado contemporacircneo p 131

CLEgraveVE Clegravemerson Merlin Ob cit p 124

ldquoNo regime presidencial a hipertrofia do Poder Executivo eacute fato de observaccedilatildeo histoacuterica a cuja inexoraacutevel accedilatildeo natildeo escaparam os proacuteprios Estados Unidosrdquo (BALEEIRO Aliomar Ob cit p 16)

ldquoSe o Presidente se posiciona com imparcialidade acima das correntes partidaacuterias teraacute condiccedilotildees de atuar muito bem como chefe de Estado na preservaccedilatildeo como verdadeiro magistrado das regras do jogo poliacutetico garantindo os princiacutepios democraacuteticos da supremacia da Lei e da igualdade de oportunidadesrdquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil p 93)

SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha Ob cit paacutegs 9596

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 160

MACHADO Hugo de Brito Os princiacutepios juriacutedicos da Tributaccedilatildeo na Constituiccedilatildeo de 1988 p 30

CARRAZZA Roque Antonio Curso de Direito Constitucional Tributaacuterio p 213

MACHADO Hugo de Brito Ob cit p 29

CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 43 No mesmo sentido tambeacutem Manoel Gonccedilalves Ferreira Filho ldquona medida em que o Estado se imiscuiacutea no domiacutenio econocircmico e no domiacutenio social para proteger os economicamente fracos os Parlamentos se viram cada vez mais impossibilitados de desempenhar as tarefas que dele eram esperadasrdquo (FERREIRA FILHO Do Processo Legislativo p 121)

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 123

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 128

ldquoArt 62 Em caso de relevacircncia e urgecircncia o Presidente da Repuacuteblica poderaacute adotar medidas provisoacuterias com forccedila de lei devendo submetecirc-las de imediato ao Congresso Nacionalrdquo

CARRAZZA Roque Antonio Ob cit p 177

CARRAZZA Roque Antonio ob cit p 184 No mesmo sentido MACHADO ldquoA instituiccedilatildeo como o aumento dos demais tributos atraveacutes de medidas provisoacuterias em princiacutepio natildeo nos parece possiacutevel mas natildeo excluiacutemos essa possibilidade em situaccedilotildees especiaisrdquo (MACHADO Hugo de Brito ob Cit p 42) e tambeacutem MUNHOZ ( MUNHOZ Francisco de Assis O princiacutepio da legalidade no Sistema Constitucional e no Sistema Tributaacuterio p 155)

BALEEIRO Aliomar Limitaccedilotildees Constitucionais ao Poder de Tributar p 42 A defesa da legalidade pelo Ministro foi ferrenha ldquoPrevaleceria apenas o discricionarismo do Poder Executivo num regime que estabelece como um dos princiacutepios fundamentais a independecircncia e a harmonia dos Poderes Nacionais [] Certo eacute que a Constituiccedilatildeo exige lei para criaccedilatildeo ou majoraccedilatildeo do tributo E aos princiacutepios inerentes ao regime adotado na CF repugna que a lei para tal fim seja substituiacuteda por um ato do Executivo A CF Quer um pronunciamento expresso do Poder Legislativo na decretaccedilatildeo do tributo Natildeo lhe basta

uma aprovaccedilatildeo taacutecita e presumida O velho PIMENTA BUENO jaacute era intransigente nessa mateacuteria de legalidade dos tributosrdquo (pp 42-44)

ldquoMedida provisoacuteria que implique instituiccedilatildeo ou majoraccedilatildeo de impostos exceto os previstos nos arts 153 I II IV V e 154 II soacute produziraacute efeitos no exerciacutecio financeiro seguinte se houver sido convertida em lei ateacute o uacuteltimo dia daquele em que foi editadardquo

PONTES DE MIRANDA Francisco Cavalcanti Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1967 tomo I p 5

CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 13 e seguintes

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 27

RIGAUX Franccedilois A lei dos juiacutezes p 16

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 42

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 185

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 50

BONAVIDES Paulo Curso de Direito Constitucional p 441

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo p 189

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 212

KELSEN Hans Ob cit p 216 E Kelsen faz questatildeo de refutar claramente a tese segundo a qual cabe ao judiciaacuterio apenas a funccedilatildeo de inteacuterprete do direito legislado ldquoNossa anaacutelise da funccedilatildeo judicial demonstra que a visatildeo segundo a qual tribunais apenas aplicam o Direito natildeo conta com a sustentaccedilatildeo dos fatosrdquo (p 217)

KELSEN Hans Ob cit p 216

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 73

ldquoEfetivamente eles satildeo chamados a interpretar e por isso inevitavelmente a esclarecer integrar plasmar e transformar e natildeo raro a criar ex novo o direito Isto natildeo significa poreacutem que sejam legisladoresrdquo (CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 74)

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 74

Interessante notar que o oacutergatildeo responsaacutevel por este controle em uacuteltima instacircncia em nosso paiacutes faz questatildeo de dizer que age como ldquolegislador negativordquo

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 28

KELSEN Hans Ob cit p 385

ldquo() a declaraccedilatildeo de inconstitucionalidade se acolhida como foi requerida modificaraacute o sistema da Lei pela alteraccedilatildeo do seu sentido o que importa sua impossibilidade juriacutedica uma vez que o Poder

Judiciaacuterio no controle de constitucionalidade dos atos normativos soacute atua como legislador negativo e natildeo como legislador positivordquo (ADI 1822DF Pleno j 2661998 Rel Min Moreira Alves DJ 101299 p 3 RTJ 17202 p 425) ldquoA concessatildeo desse beneficio isencional traduz ato discricionaacuterio que fundado em juiacutezo de conveniecircncia e oportunidade do Poder Puacuteblico destina-se a partir de criteacuterios racionais loacutegicos e impessoais estabelecidos de modo legiacutetimo em norma legal a implementar objetivos estatais nitidamente qualificados pela nota da extrafiscalidade A exigecircncia constitucional de lei formal para a veiculaccedilatildeo de isenccedilotildees em mateacuteria tributaacuteria atua como insuperaacutevel obstaacuteculo agrave postulaccedilatildeo da parte recorrente eis que a extensatildeo dos benefiacutecios isencionais por via jurisdicional encontra limitaccedilatildeo absoluta no dogma da separaccedilatildeo de poderes Os magistrados e Tribunais mdash que natildeo dispotildeem de funccedilatildeo legislativa mdash natildeo podem conceder ainda que sob fundamento de isonomia o beneficio da exclusatildeo do creacutedito tributaacuterio em favor daqueles a quem o legislador com apoio em criteacuterios impessoais racionais e objetivos natildeo quis contemplar com a vantagem da isenccedilatildeo Entendimento diverso que reconhecesse aos magistrados essa anocircmala funccedilatildeo juriacutedica equivaleria em uacuteltima anaacutelise a converter o Poder Judiciaacuterio em inadmissiacutevel legislador positivo condiccedilatildeo institucional esta que lhe recusou a proacutepria Lei Fundamental do Estado Eacute de acentuar neste ponto que em tema de controle de constitucionalidade de atos estatais o Poder Judiciaacuterio soacute atua como legislador negativo (RTJ 146461 rel Min CELSO DE MELLO)rdquo (AGRAG 138344DF 1ordf T j 281994 Rel Min Celso de Mello DJ 120595 p 12989)

Eacute o caso de Alberto Nogueira (NOGUEIRA Alberto Os limites da legalidade tributaacuteria no Estado Democraacutetico de Direito p 30)

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 200

MAXIMILIANO Carlos Hermenecircutica e aplicaccedilatildeo do direito p 371 ldquoTodas as presunccedilotildees militam a favor da validade de um ato legislativo ou executivo () Os tribunais soacute declaram a inconstitucionalidade de leis quando esta eacute evidente natildeo deixa margem agrave seacuteria objeccedilatildeo em contraacuterio Portanto se entre duas correntes de ideacuteias apoiadas por jurisconsultos de valor o Congresso adotou uma o seu ato prevalece A bem da harmonia e do muacutetuo respeito que devem reinar entre os poderes federais (ou estaduais) o Judiciaacuterio soacute faz uso da sua prerrogativa quando o Congresso viola claramente ou deixa de aplicar o estatuto baacutesico e natildeo quando opta por determinada interpretaccedilatildeo natildeo de todo desarrazoadardquo

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 78

MORO Sergio Fernando Afastamento da presunccedilatildeo de constitucionalidade da lei In Jus Navigandi n 40 Disponiacutevel em lthttpwww1juscombrdoutrinatextoaspid=117gt Acesso em 10Dez2001 ldquoO Direito Constitucional deve ter em vista a realidade a qual se dirige No Brasil isso significa que se faz necessaacuteria praacutetica constitucional que leve em consideraccedilatildeo a pobreza e o desequiliacutebrio na distribuiccedilatildeo do poder poliacutetico existentes uma espeacutecie de Direito Constitucional da Pobreza para o qual a teacutecnica de afastamento da presunccedilatildeo de constitucionalidade da lei pode representar significativo papelrdquo

BONAVIDES Paulo Ob cit p 443

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 65

GRECO Marco Aureacutelio Contribuiccedilotildees sociais uma figura ldquosui generisrdquo p 149

Pontes de Miranda refere que na Constituiccedilatildeo de 1937 era possiacutevel que cada uma das Casas do Congresso confirmasse a lei declarada inconstitucional mediante aprovaccedilatildeo por dois terccedilos para tornar ineficaz a declaraccedilatildeo de sua inconstitucionalidade realizada pelo Judiciaacuterio (ob cit paacutegs 2223)

BONAVIDES Paulo Ob cit paacutegs 441442

BONAVIDES Paulo Ob cit p 434

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 38

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 41

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 42

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 42

BONAVIDES Paulo Ob cit p 272

BALEEIRO Aliomar Limitaccedilotildees Constitucionais ao Poder de Tributar XV (prefaacutecio)

CAIS Cleide Previtalli O processo tributaacuterio p 179

Das quinzes arguumliccedilotildees de inconstitucionalidade colacionadas por Cleide Previtalli Cais e apreciadas pelo TRF da 3ordf Regiatildeo todas tiveram sua inconstitucionalidade declarada (CAIS Cleide Previtalli Ob Cit pp 185-188)

MENDES Gilmar Ferreira Jurisdiccedilatildeo Constitucional paacutegs 5960

BERGEL Jean-Louis Teoria Geral do Direito p 87

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 153

BERGEL Jean-Louis Ob cit p 90

ASSUNCcedilAtildeO Lutero Xavier Princiacutepios de Direito na Jurisprudecircncia Tributaacuteria

NERY JUNIOR Nelson Princiacutepios do Processo Civil na Constituiccedilatildeo Federal p 31

NERY JUNIOR Nelson Ob cit p 32

BARROSO Luis Roberto Os princiacutepios da razoabilidade e da proporcionalidade no Direito Constitucional p 69

BARROSO Luis Roberto Ob cit p 65

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 86

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 118

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 131

Na ADIn 2019-6MS Rel Min Ilmar Galvatildeo j 1deg71999 realiza-se o controle da constitucionalidade da lei tomando por base o art 5deg LIV da Constituiccedilatildeo onde estaria o ldquoprinciacutepio da razoabilidaderdquo Mais significativo no entanto a Medida Liminar na ADIn 1158-8AM Rel Min Celso de Mello j 19121994 onde o Ministro relator diz claramente ldquoTodos sabemos que a claacuteusula do devido processo legal - objeto de expressa proclamaccedilatildeo pelo art 5deg LIV da Constituiccedilatildeo - deve ser entendida na abrangecircncia de sua noccedilatildeo conceitual natildeo soacute sob o aspecto meramente formal que impotildee restriccedilotildees de caraacuteter ritual agrave atuaccedilatildeo do Poder Puacuteblico mas sobretudo em sua dimensatildeo material que atua como decisivo obstaacuteculo agrave ediccedilatildeo de atos legislativos de conteuacutedo arbitraacuterio ou irrrazoaacutevel A essecircncia do substantive due process of law reside na necessidade de proteger os direitos e as liberdades das pessoas contra qualquer modalidade de legislaccedilatildeo que se revele opressiva ou como no caso destituiacuteda do necessaacuterio coeficiente de razoabilidaderdquo

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do Processo Legislativo p 70

MOOG Vianna Bandeirantes e Pioneiros p 183

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do Processo Legislativo p 130

ldquoHaacute tambeacutem que se considerar a inadequaccedilatildeo do modelo poliacutetico aos valores soacutecio-culturais histoacutericos do Paiacutes Refere-se aqui a situaccedilatildeo decorrente da importaccedilatildeo de foacutermulas poliacuteticas para realidades bem distintas e agraves vezes ateacute opostas agrave realidade em que foram geradasrdquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil p 31)

CARVALHO Paulo de Barros Teoria da Norma Tributaacuteria p 139

ROUSSEAU Jean Jacques O contrato social p 48

SOUZA Rubens Gomes de Estudos de Direito Tributaacuterio p 190

COELHO Sacha Calmon Navarro Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1988 Sistema Tributaacuterio p 279

RIGAUX Franccedilois A lei dos juiacutezes Traduccedilatildeo de Edmir Missio Satildeo Paulo Martins Fontes 2000

ROUSSEAU Jean-Jacques O contrato social Traduccedilatildeo de Rolando Roque da Silva Satildeo Paulo Cultrix 1965

SIDOU J M Othon A natureza social do tributo 2ordf ediccedilatildeo Rio de Janeiro Forense 1978

SOUZA Rubens Gomes de Estudos de Direito Tributaacuterio Satildeo Paulo Saraiva 1950

SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil Rio de Janeiro Forense 1978

VILLELA Gilberto Etchaluz Teoria da exigibilidade da obrigaccedilatildeo tributaacuteria Porto Alegre Siacutentese 1999

__________________________________________________________________

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo p 204

POLETTI Ronaldo O controle da constitucionalidade das leis p 62

ldquoEacute preciso enfatizar que a essecircncia do direito tributaacuterio reside na integral submissatildeo do poder estatal agrave rule of law de tal modo que respeitados os postulados fixados pela proacutepria Constituiccedilatildeo a eficaacutecia da atividade governamental em mateacuteria tributaacuteria resulte sempre condicionada por tudo quanto haja sido fixado pelo legislador em sede juriacutedica adequada vale dizer por tudo quanto tenha sido ditado pelo Poder Puacuteblico em leirdquo (STF ADIn 1296-7PE Voto do Min Celso de Mello grifo do relator)

ldquoQualquer subsiacutedio ou isenccedilatildeo reduccedilatildeo da base de caacutelculo concessatildeo de creacutedito presumido anistia ou remissatildeo relativos a impostos taxas ou contribuiccedilotildees soacute poderaacute ser concedido mediante lei especiacutefica federal estadual ou municipal que regule exclusivamente as mateacuterias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuiccedilatildeordquo

Eacute opiniatildeo que parece ter o respaldo da doutrina ldquoPor forccedila do princiacutepio da legalidade o regulamento natildeo pode por iniciativa proacutepria e sem texto legal conceder isenccedilotildees ou incentivos fiscais rdquo (CARRAZZA Roque Curso de Direito Constitucional Tributaacuterio p 215)

RAO Vicente O direito e a vida dos direitos vol 1 paacutegs 243244

CANOTILHO lembra a gradual alteraccedilatildeo do sentido da lei originariamente material para um criteacuterio mais formal mdash tal como o que empregamos aqui Ensina o mestre portuguecircs ldquoMuitas das questotildees relativas ao conceito de lei natildeo podem divorciar-se dos respectivos pressupostos socioloacutegicos e poliacuteticos No desenvolvimento secular do conceito de lei detectou-se quase sempre uma dimensatildeo material traduzida na exigecircncia de uma qualidade intriacutenseca (expressatildeo do justo da razatildeo do bem comum) Ao assinalar-se a vinculaccedilatildeo da lei agraves exigecircncias do bem comum de certo que agrave lei se associava uma dimensatildeo poliacutetica A lei era considerada como um instrumento de reforma e eacute indubitaacutevel que a lei lsquolegalizoursquo importantes transformaccedilotildees poliacuteticas e sociais em sintonia com as exigecircncia da lsquojusticcedilarsquo e do interesse puacuteblico Lembremo-nos das declaraccedilotildees dos direitos e da nova conformaccedilatildeo do direito em domiacutenios como os da igualdade religiosa liberdade de expressatildeo liquidaccedilatildeo de ocircnus feudais etc Todavia na teoria constitucional do seacuteculo XIX a lei passa a pouco e pouco a instrumento de conservaccedilatildeo Falar na superioridade da lei e do parlamento eacute falar da ascensatildeo vitoriosa da classe burguesa exigir que a lei fosse geral e se limitasse agrave definiccedilatildeo das bases gerais dos regimes juriacutedicos estava em perfeita consonacircncia com o postulado da abstinecircncia estadual de uma sociedade imoacutevel e imutaacutevel falar de preferecircncia da lei do seu caraacutecter primaacuterio em oposiccedilatildeo ao caraacutecter derivado dos regulamentos e actos administrativos era exprimir muitas vezes sobretudo nas estruturas poliacuteticas dualiacutesticas o confronto do Governo e da burocracia com o oacutergatildeo da sociedade civil (parlamento)rdquo (CANOTILHO J J Gomes Direito Constitucional p 832 Grifos do autor)

MACHADO Hugo de Brito Princiacutepios juriacutedicos da Tributaccedilatildeo da Constituiccedilatildeo de 1988 p 36 Carrazza adverte ldquoa lei tributaacuteria que natildeo observa as caracteriacutesticas da abstraccedilatildeo e generalidade eacute inconstitucional por desobediecircncia ao princiacutepio da triparticcedilatildeo do poder Tal seria o caso da lei que mandasse tributar apenas uma pessoardquo (CARRAZZA Roque Antonio Curso de Direito Constitucional Tributaacuterio p 211)

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 205

Pontes de Miranda estranhamente chama o princiacutepio da legalidade de princiacutepio da legaritariedade (PONTES DE MIRANDA Francisco Cavalcante Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1967 tomo V p 576)

FALCAtildeO Amiacutelcar Fato Gerador da obrigaccedilatildeo tributaacuteria p 7

CARRAZZA Roque Antonio Curso de Direito Constitucional Tributaacuterio p 157

ldquoO princiacutepio da legalidade eacute fundamental ao Estado de Direito tendo origem no direito tributaacuterio em caraacuteter consuetudinaacuterio sofrendo modificaccedilotildees ao longo do tempo diante das influecircncias das posturas poliacutetico-filosoacuteficas do Estado de Direitordquo (CAIS Cleide Previtalli O processo tributaacuterio p 33)

ldquoArt 5deg [] II ndash ningueacutem seraacute obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senatildeo em virtude de lei Art 150 Sem prejuiacutezo de outras garantias asseguradas ao contribuinte eacute vedado agrave Uniatildeo aos Estados ao Distrito Federal e aos Municiacutepios I ndash exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleccedilardquo

CARRAZZA Roque Antonio Ob cit p 158

MACHADO Hugo de Brito Os princiacutepios juriacutedicos da Tributaccedilatildeo na Constituiccedilatildeo de 1988 p 17

MACHADO Hugo de Brito Ob Cit p 18

MACHADO Hugo de Brito Ob Cit p 19

NOGUEIRA Alberto Os limites da legalidade tributaacuteria no Estado democraacutetico de direito p 26

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 181

LEAL Roger Stiefelmann A judicializaccedilatildeo da poliacutetica p 230 e seguintes

GRECO Marco Aureacutelio Contribuiccedilotildees sociais uma figura ldquosui generisrdquo p 50

MUNHOZ Francisco de Assis O Princiacutepio da Legalidade no sistema Constitucional e no Sistema Tributaacuterio p 127

ldquoO legislador natildeo se limita a descrever um fato tal como ele eacute agrave maneira do socioacutelogo mas baseando-se naquilo que eacute determina que algo deva ser com a previsatildeo de diversas consequumlecircncias caso se verifique a accedilatildeo ou a omissatildeo a obediecircncia agrave norma ou a sua violaccedilatildeordquo (REALE Miguel Liccedilotildees Preliminares de Direito p 35 Grifo do autor)

ldquoSe emprega a palavra lsquodever-serrsquo para designar qualquer dos sentidos natildeo soacute o sentido da norma que prescreve uma determinada conduta mas tambeacutem o sentido da norma que positivamente permite uma determinada conduta ou a autorizardquo (KELSEN Hans Teoria Pura do Direito p 133)

REALE Miguel Liccedilotildees Preliminares de Direito p 87

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 51

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 10 e seguintes

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 76

KELSEN Hans Ob cit p 9

VON JHERING Rudolf A Luta pelo Direito p 65

VON JHERING Rudolf Ob cit p 77

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 43

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 73 e seguintes

CLEgraveVE Clegravemerson Merlin A lei no Estado Contemporacircneo p 125

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo p 13

SOUZA Rubens Gomes de Estudos de Direito Tributaacuterio paacutegs 189190

CLEacuteVE Cleacutemerson Merlin Ob cit p 130

CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 44

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 129

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 18

ldquoComo nosso Coacutedigo natildeo disciplina em termos pormenorizados os tributos estatildeo estes submetidos a uma legislaccedilatildeo especiacutefica a essa altura fragmentaacuteria ou melhor dizendo caoacutetica circunstacircncia que torna nossa problemaacutetica tributaacuteria ainda mais lsquosutilrsquo que a dos francesesrdquo (NOGUEIRA Alberto Ob cit p 21)

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 104

KELSEN Hans Ob cit p 68

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 130

FALCAtildeO Amiacutelcar Ob cit p 8

ldquoLei deve conter todos os elementos e supostos da norma juriacutedica tributaacuteria (hipoacutetese de incidecircncia do tributo seus sujeitos ativo e passivo e suas base de caacutelculo e aliacutequotas)rdquo CARRAZZA Roque Antonio Ob cit p 161) Tambeacutem MACHADO quando diz que ldquoo verdadeiro sentido do princiacutepio da legalidade exige que todos os elementos necessaacuterios agrave determinaccedilatildeo da relaccedilatildeo juriacutedica tributaacuteria ou mais exatamente todos os elementos da obrigaccedilatildeo tributaacuteria principal residam na leirdquo (MACHADO Hugo de Brito Ob cit p 28) No mesmo sentido Francisco de Assis Munhoz Ob cit p 154

Eacute o que diz Alberto Nogueira ldquoNos uacuteltimos tempos mdash em especial a partir da Segunda Guerra Mundial mdash vem se desenvolvendo uma tendecircncia cada vez mais forte de se introduzir no texto constitucional um maior nuacutemero de preceitos que alcanccedilam praticamente toda vida socialrdquo (NOGUEIRA Alberto Ob cit p 104)

CLEgraveVE Cleacutemerson Merlin Ob cit p 130

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 84

ATALIBA Geraldo Hipoacutetese de Incidecircncia Tributaacuteria p 28

BALEEIRO Aliomar Limitaccedilotildees Constitucionais ao Poder de Tributar 1

ldquoDireito Tributaacuterio positivo eacute o ramo didaticamente autocircnomo do Direito formado pelo conjunto das proposiccedilotildees juriacutedicas (normativas e natildeo-normativas) que correspondam direta ou indiretamente agrave instituiccedilatildeo arrecadaccedilatildeo e fiscalizaccedilatildeo de tributosrdquo (CARVALHO Paulo de Barros Teoria da Norma Tributaacuteria p 83)

ldquoServe o direito portanto de instrumento de tatildeo importante desiacutegnio estatal As normas que constituem esta parte do direito se designam direito tributaacuterio em seu conjunto Eacute nitidamente um sub-ramo do direito administrativo porque regula relaccedilotildees juriacutedicas entre administraccedilatildeo e administrados (Ruy Cirne Lima) o que eacute da essecircncia do direito administrativordquo (ATALIBA Geraldo Ob Cit p 29)

COELHO Sacha Calmon Navarro Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1988 Sistema Tributaacuterio p 276

ldquoO leitor jamais deve esquecer que a inflaccedilatildeo funciona como um imposto mdash o Estado aufere lsquoreceitarsquo por abusar da capacidade de pintar pedaccedilos de papel que passam a valer mais caro que o custo da pintura mdash e foi essa a lsquocarga tributaacuteriarsquo que cresceu explosivamente nesse periacuteodo ateacute 1994 Com efeito a primeira e uacutenica revolta nacional contra impostos criados lsquosem representaccedilatildeo foi a mobilizaccedilatildeo da sociedade contra a inflaccedilatildeo ou mais precisamente contra o lsquoimposto inflacionaacuteriorsquo para o qual sem duacutevida jamais houve lei autorizadorardquo (A segunda revolta artigo de Gustavo Franco Revista Veja nuacutemero 1750 Satildeo Paulo Editora Abril 8 de maio de 2002 p 102)

ldquoA imposiccedilatildeo legal de exigecircncia tributaacuteria deriva da condiccedilatildeo de soberania do Estado o chamado jus imperii atraveacutes do qual arrecadaraacute o dinheiro necessaacuterio agrave manutenccedilatildeo da maacutequina estatal e dar atendimento agraves necessidades sociais da populaccedilatildeordquo (VILLELA Gilberto Etchaluz Teoria da exigibilidade da obrigaccedilatildeo tributaacuteria p 16)

ldquoO Estado natildeo grava pelo prazer de manter abarrotadas suas arcas senatildeo para contingenciar carecircncias daiacute o princiacutepio de que a um superaacutevit orccedilamentaacuterio desordenado eacute preferiacutevel um deacuteficit razoaacutevelrdquo (SIDOU J M Othon A natureza social do tributo p 5)

ldquoOra a votaccedilatildeo do tributo e de sua aplicaccedilatildeo pelo povo atraveacutes dos parlamentares constitui princiacutepio cardeal dos regimes representativos e democraacuteticos que natildeo existem sem votaccedilatildeo dos tributos e das despesas pelos representantes do paiacutesrdquo (BALEEIRO Aliomar Ob cit p 42)

ldquoA defesa do sistema tributaacuterio e do proacuteprio regime poliacutetico do paiacutes processa-se por um conjunto de limitaccedilotildees ao poder ativo de tributar Delas o mais importante por suas implicaccedilotildees poliacuteticas e juriacutedicas eacute o da legalidade dos tributosrdquo (BALEEIRO Aliomar Ob cit p 3)

BECKER Alfredo Augusto Teoria Geral do Direito Tributaacuterio p 9

NOGUEIRA Alberto Os limites da legalidade tributaacuteria no Estado Democraacutetico de Direito p 104

ldquoO raacutedio primeiro o cinema e sobretudo a televisatildeo datildeo ao homem comum uma sensaccedilatildeo de intimidade com o chefe do governo que nem nas antigas oligarquias os membros do grupo dirigente percebiam Isso se espelha na sem-cerimocircnia com que a eles se referem como se se tratasse de um vizinho ou de um companheiro de trabalho Essa sensaccedilatildeo de intimidade eacute aliaacutes estimulada pelos governantes que procuram entreter uma atmosfera de simpatia em redor de si Natildeo eacute outro o fito das reportagens sobre a vida familiar a simplicidade os gostos e os pendores do liacuteder poliacuteticordquo (FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo Ob cit p 127)

ldquoO brasileiro meacutedio enxerga no Estado a figura de um pai criador e protetor Ele venera o Estado acredita que possa fazer milagres e portanto tudo espera dele apoio obras empregos Quando mais o chefe de Estado se aproximar da imagem paternal mais conquistaraacute o coraccedilatildeo do povordquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil paacutegs 6566) Esta associaccedilatildeo fortemente radicada no imaginaacuterio nacional de imenso cunho paternalista fica exasperada pelo nosso mazombismo como disse Vianna Moog pois aqui a culpa eacute sempre dos outros (cf MOOG Vianna Bandeirantes e Pioneiros p 106)

SIDOU J M Othon Ob cit p 81

Nesse sentido por todos VILLELA Gilberto Etchaluz Ob cit p 56 e seguintes

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 387

KELSEN Hans Ob cit p 389

CLEgraveVE Clegravemerson Merlin A lei no Estado contemporacircneo p 131

CLEgraveVE Clegravemerson Merlin Ob cit p 124

ldquoNo regime presidencial a hipertrofia do Poder Executivo eacute fato de observaccedilatildeo histoacuterica a cuja inexoraacutevel accedilatildeo natildeo escaparam os proacuteprios Estados Unidosrdquo (BALEEIRO Aliomar Ob cit p 16)

ldquoSe o Presidente se posiciona com imparcialidade acima das correntes partidaacuterias teraacute condiccedilotildees de atuar muito bem como chefe de Estado na preservaccedilatildeo como verdadeiro magistrado das regras do jogo poliacutetico garantindo os princiacutepios democraacuteticos da supremacia da Lei e da igualdade de oportunidadesrdquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil p 93)

SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha Ob cit paacutegs 9596

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 160

MACHADO Hugo de Brito Os princiacutepios juriacutedicos da Tributaccedilatildeo na Constituiccedilatildeo de 1988 p 30

CARRAZZA Roque Antonio Curso de Direito Constitucional Tributaacuterio p 213

MACHADO Hugo de Brito Ob cit p 29

CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 43 No mesmo sentido tambeacutem Manoel Gonccedilalves Ferreira Filho ldquona medida em que o Estado se imiscuiacutea no domiacutenio econocircmico e no domiacutenio social para proteger os economicamente fracos os Parlamentos se viram cada vez mais impossibilitados de desempenhar as tarefas que dele eram esperadasrdquo (FERREIRA FILHO Do Processo Legislativo p 121)

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 123

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 128

ldquoArt 62 Em caso de relevacircncia e urgecircncia o Presidente da Repuacuteblica poderaacute adotar medidas provisoacuterias com forccedila de lei devendo submetecirc-las de imediato ao Congresso Nacionalrdquo

CARRAZZA Roque Antonio Ob cit p 177

CARRAZZA Roque Antonio ob cit p 184 No mesmo sentido MACHADO ldquoA instituiccedilatildeo como o aumento dos demais tributos atraveacutes de medidas provisoacuterias em princiacutepio natildeo nos parece possiacutevel mas natildeo excluiacutemos essa possibilidade em situaccedilotildees especiaisrdquo (MACHADO Hugo de Brito ob Cit p 42) e tambeacutem MUNHOZ ( MUNHOZ Francisco de Assis O princiacutepio da legalidade no Sistema Constitucional e no Sistema Tributaacuterio p 155)

BALEEIRO Aliomar Limitaccedilotildees Constitucionais ao Poder de Tributar p 42 A defesa da legalidade pelo Ministro foi ferrenha ldquoPrevaleceria apenas o discricionarismo do Poder Executivo num regime que estabelece como um dos princiacutepios fundamentais a independecircncia e a harmonia dos Poderes Nacionais [] Certo eacute que a Constituiccedilatildeo exige lei para criaccedilatildeo ou majoraccedilatildeo do tributo E aos princiacutepios inerentes ao regime adotado na CF repugna que a lei para tal fim seja substituiacuteda por um ato do Executivo A CF Quer um pronunciamento expresso do Poder Legislativo na decretaccedilatildeo do tributo Natildeo lhe basta

uma aprovaccedilatildeo taacutecita e presumida O velho PIMENTA BUENO jaacute era intransigente nessa mateacuteria de legalidade dos tributosrdquo (pp 42-44)

ldquoMedida provisoacuteria que implique instituiccedilatildeo ou majoraccedilatildeo de impostos exceto os previstos nos arts 153 I II IV V e 154 II soacute produziraacute efeitos no exerciacutecio financeiro seguinte se houver sido convertida em lei ateacute o uacuteltimo dia daquele em que foi editadardquo

PONTES DE MIRANDA Francisco Cavalcanti Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1967 tomo I p 5

CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 13 e seguintes

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 27

RIGAUX Franccedilois A lei dos juiacutezes p 16

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 42

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 185

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 50

BONAVIDES Paulo Curso de Direito Constitucional p 441

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo p 189

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 212

KELSEN Hans Ob cit p 216 E Kelsen faz questatildeo de refutar claramente a tese segundo a qual cabe ao judiciaacuterio apenas a funccedilatildeo de inteacuterprete do direito legislado ldquoNossa anaacutelise da funccedilatildeo judicial demonstra que a visatildeo segundo a qual tribunais apenas aplicam o Direito natildeo conta com a sustentaccedilatildeo dos fatosrdquo (p 217)

KELSEN Hans Ob cit p 216

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 73

ldquoEfetivamente eles satildeo chamados a interpretar e por isso inevitavelmente a esclarecer integrar plasmar e transformar e natildeo raro a criar ex novo o direito Isto natildeo significa poreacutem que sejam legisladoresrdquo (CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 74)

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 74

Interessante notar que o oacutergatildeo responsaacutevel por este controle em uacuteltima instacircncia em nosso paiacutes faz questatildeo de dizer que age como ldquolegislador negativordquo

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 28

KELSEN Hans Ob cit p 385

ldquo() a declaraccedilatildeo de inconstitucionalidade se acolhida como foi requerida modificaraacute o sistema da Lei pela alteraccedilatildeo do seu sentido o que importa sua impossibilidade juriacutedica uma vez que o Poder

Judiciaacuterio no controle de constitucionalidade dos atos normativos soacute atua como legislador negativo e natildeo como legislador positivordquo (ADI 1822DF Pleno j 2661998 Rel Min Moreira Alves DJ 101299 p 3 RTJ 17202 p 425) ldquoA concessatildeo desse beneficio isencional traduz ato discricionaacuterio que fundado em juiacutezo de conveniecircncia e oportunidade do Poder Puacuteblico destina-se a partir de criteacuterios racionais loacutegicos e impessoais estabelecidos de modo legiacutetimo em norma legal a implementar objetivos estatais nitidamente qualificados pela nota da extrafiscalidade A exigecircncia constitucional de lei formal para a veiculaccedilatildeo de isenccedilotildees em mateacuteria tributaacuteria atua como insuperaacutevel obstaacuteculo agrave postulaccedilatildeo da parte recorrente eis que a extensatildeo dos benefiacutecios isencionais por via jurisdicional encontra limitaccedilatildeo absoluta no dogma da separaccedilatildeo de poderes Os magistrados e Tribunais mdash que natildeo dispotildeem de funccedilatildeo legislativa mdash natildeo podem conceder ainda que sob fundamento de isonomia o beneficio da exclusatildeo do creacutedito tributaacuterio em favor daqueles a quem o legislador com apoio em criteacuterios impessoais racionais e objetivos natildeo quis contemplar com a vantagem da isenccedilatildeo Entendimento diverso que reconhecesse aos magistrados essa anocircmala funccedilatildeo juriacutedica equivaleria em uacuteltima anaacutelise a converter o Poder Judiciaacuterio em inadmissiacutevel legislador positivo condiccedilatildeo institucional esta que lhe recusou a proacutepria Lei Fundamental do Estado Eacute de acentuar neste ponto que em tema de controle de constitucionalidade de atos estatais o Poder Judiciaacuterio soacute atua como legislador negativo (RTJ 146461 rel Min CELSO DE MELLO)rdquo (AGRAG 138344DF 1ordf T j 281994 Rel Min Celso de Mello DJ 120595 p 12989)

Eacute o caso de Alberto Nogueira (NOGUEIRA Alberto Os limites da legalidade tributaacuteria no Estado Democraacutetico de Direito p 30)

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 200

MAXIMILIANO Carlos Hermenecircutica e aplicaccedilatildeo do direito p 371 ldquoTodas as presunccedilotildees militam a favor da validade de um ato legislativo ou executivo () Os tribunais soacute declaram a inconstitucionalidade de leis quando esta eacute evidente natildeo deixa margem agrave seacuteria objeccedilatildeo em contraacuterio Portanto se entre duas correntes de ideacuteias apoiadas por jurisconsultos de valor o Congresso adotou uma o seu ato prevalece A bem da harmonia e do muacutetuo respeito que devem reinar entre os poderes federais (ou estaduais) o Judiciaacuterio soacute faz uso da sua prerrogativa quando o Congresso viola claramente ou deixa de aplicar o estatuto baacutesico e natildeo quando opta por determinada interpretaccedilatildeo natildeo de todo desarrazoadardquo

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 78

MORO Sergio Fernando Afastamento da presunccedilatildeo de constitucionalidade da lei In Jus Navigandi n 40 Disponiacutevel em lthttpwww1juscombrdoutrinatextoaspid=117gt Acesso em 10Dez2001 ldquoO Direito Constitucional deve ter em vista a realidade a qual se dirige No Brasil isso significa que se faz necessaacuteria praacutetica constitucional que leve em consideraccedilatildeo a pobreza e o desequiliacutebrio na distribuiccedilatildeo do poder poliacutetico existentes uma espeacutecie de Direito Constitucional da Pobreza para o qual a teacutecnica de afastamento da presunccedilatildeo de constitucionalidade da lei pode representar significativo papelrdquo

BONAVIDES Paulo Ob cit p 443

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 65

GRECO Marco Aureacutelio Contribuiccedilotildees sociais uma figura ldquosui generisrdquo p 149

Pontes de Miranda refere que na Constituiccedilatildeo de 1937 era possiacutevel que cada uma das Casas do Congresso confirmasse a lei declarada inconstitucional mediante aprovaccedilatildeo por dois terccedilos para tornar ineficaz a declaraccedilatildeo de sua inconstitucionalidade realizada pelo Judiciaacuterio (ob cit paacutegs 2223)

BONAVIDES Paulo Ob cit paacutegs 441442

BONAVIDES Paulo Ob cit p 434

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 38

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 41

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 42

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 42

BONAVIDES Paulo Ob cit p 272

BALEEIRO Aliomar Limitaccedilotildees Constitucionais ao Poder de Tributar XV (prefaacutecio)

CAIS Cleide Previtalli O processo tributaacuterio p 179

Das quinzes arguumliccedilotildees de inconstitucionalidade colacionadas por Cleide Previtalli Cais e apreciadas pelo TRF da 3ordf Regiatildeo todas tiveram sua inconstitucionalidade declarada (CAIS Cleide Previtalli Ob Cit pp 185-188)

MENDES Gilmar Ferreira Jurisdiccedilatildeo Constitucional paacutegs 5960

BERGEL Jean-Louis Teoria Geral do Direito p 87

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 153

BERGEL Jean-Louis Ob cit p 90

ASSUNCcedilAtildeO Lutero Xavier Princiacutepios de Direito na Jurisprudecircncia Tributaacuteria

NERY JUNIOR Nelson Princiacutepios do Processo Civil na Constituiccedilatildeo Federal p 31

NERY JUNIOR Nelson Ob cit p 32

BARROSO Luis Roberto Os princiacutepios da razoabilidade e da proporcionalidade no Direito Constitucional p 69

BARROSO Luis Roberto Ob cit p 65

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 86

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 118

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 131

Na ADIn 2019-6MS Rel Min Ilmar Galvatildeo j 1deg71999 realiza-se o controle da constitucionalidade da lei tomando por base o art 5deg LIV da Constituiccedilatildeo onde estaria o ldquoprinciacutepio da razoabilidaderdquo Mais significativo no entanto a Medida Liminar na ADIn 1158-8AM Rel Min Celso de Mello j 19121994 onde o Ministro relator diz claramente ldquoTodos sabemos que a claacuteusula do devido processo legal - objeto de expressa proclamaccedilatildeo pelo art 5deg LIV da Constituiccedilatildeo - deve ser entendida na abrangecircncia de sua noccedilatildeo conceitual natildeo soacute sob o aspecto meramente formal que impotildee restriccedilotildees de caraacuteter ritual agrave atuaccedilatildeo do Poder Puacuteblico mas sobretudo em sua dimensatildeo material que atua como decisivo obstaacuteculo agrave ediccedilatildeo de atos legislativos de conteuacutedo arbitraacuterio ou irrrazoaacutevel A essecircncia do substantive due process of law reside na necessidade de proteger os direitos e as liberdades das pessoas contra qualquer modalidade de legislaccedilatildeo que se revele opressiva ou como no caso destituiacuteda do necessaacuterio coeficiente de razoabilidaderdquo

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do Processo Legislativo p 70

MOOG Vianna Bandeirantes e Pioneiros p 183

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do Processo Legislativo p 130

ldquoHaacute tambeacutem que se considerar a inadequaccedilatildeo do modelo poliacutetico aos valores soacutecio-culturais histoacutericos do Paiacutes Refere-se aqui a situaccedilatildeo decorrente da importaccedilatildeo de foacutermulas poliacuteticas para realidades bem distintas e agraves vezes ateacute opostas agrave realidade em que foram geradasrdquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil p 31)

CARVALHO Paulo de Barros Teoria da Norma Tributaacuteria p 139

ROUSSEAU Jean Jacques O contrato social p 48

SOUZA Rubens Gomes de Estudos de Direito Tributaacuterio p 190

COELHO Sacha Calmon Navarro Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1988 Sistema Tributaacuterio p 279

ldquoArt 5deg [] II ndash ningueacutem seraacute obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senatildeo em virtude de lei Art 150 Sem prejuiacutezo de outras garantias asseguradas ao contribuinte eacute vedado agrave Uniatildeo aos Estados ao Distrito Federal e aos Municiacutepios I ndash exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleccedilardquo

CARRAZZA Roque Antonio Ob cit p 158

MACHADO Hugo de Brito Os princiacutepios juriacutedicos da Tributaccedilatildeo na Constituiccedilatildeo de 1988 p 17

MACHADO Hugo de Brito Ob Cit p 18

MACHADO Hugo de Brito Ob Cit p 19

NOGUEIRA Alberto Os limites da legalidade tributaacuteria no Estado democraacutetico de direito p 26

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 181

LEAL Roger Stiefelmann A judicializaccedilatildeo da poliacutetica p 230 e seguintes

GRECO Marco Aureacutelio Contribuiccedilotildees sociais uma figura ldquosui generisrdquo p 50

MUNHOZ Francisco de Assis O Princiacutepio da Legalidade no sistema Constitucional e no Sistema Tributaacuterio p 127

ldquoO legislador natildeo se limita a descrever um fato tal como ele eacute agrave maneira do socioacutelogo mas baseando-se naquilo que eacute determina que algo deva ser com a previsatildeo de diversas consequumlecircncias caso se verifique a accedilatildeo ou a omissatildeo a obediecircncia agrave norma ou a sua violaccedilatildeordquo (REALE Miguel Liccedilotildees Preliminares de Direito p 35 Grifo do autor)

ldquoSe emprega a palavra lsquodever-serrsquo para designar qualquer dos sentidos natildeo soacute o sentido da norma que prescreve uma determinada conduta mas tambeacutem o sentido da norma que positivamente permite uma determinada conduta ou a autorizardquo (KELSEN Hans Teoria Pura do Direito p 133)

REALE Miguel Liccedilotildees Preliminares de Direito p 87

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 51

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 10 e seguintes

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 76

KELSEN Hans Ob cit p 9

VON JHERING Rudolf A Luta pelo Direito p 65

VON JHERING Rudolf Ob cit p 77

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 43

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 73 e seguintes

CLEgraveVE Clegravemerson Merlin A lei no Estado Contemporacircneo p 125

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo p 13

SOUZA Rubens Gomes de Estudos de Direito Tributaacuterio paacutegs 189190

CLEacuteVE Cleacutemerson Merlin Ob cit p 130

CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 44

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 129

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 18

ldquoComo nosso Coacutedigo natildeo disciplina em termos pormenorizados os tributos estatildeo estes submetidos a uma legislaccedilatildeo especiacutefica a essa altura fragmentaacuteria ou melhor dizendo caoacutetica circunstacircncia que torna nossa problemaacutetica tributaacuteria ainda mais lsquosutilrsquo que a dos francesesrdquo (NOGUEIRA Alberto Ob cit p 21)

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 104

KELSEN Hans Ob cit p 68

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 130

FALCAtildeO Amiacutelcar Ob cit p 8

ldquoLei deve conter todos os elementos e supostos da norma juriacutedica tributaacuteria (hipoacutetese de incidecircncia do tributo seus sujeitos ativo e passivo e suas base de caacutelculo e aliacutequotas)rdquo CARRAZZA Roque Antonio Ob cit p 161) Tambeacutem MACHADO quando diz que ldquoo verdadeiro sentido do princiacutepio da legalidade exige que todos os elementos necessaacuterios agrave determinaccedilatildeo da relaccedilatildeo juriacutedica tributaacuteria ou mais exatamente todos os elementos da obrigaccedilatildeo tributaacuteria principal residam na leirdquo (MACHADO Hugo de Brito Ob cit p 28) No mesmo sentido Francisco de Assis Munhoz Ob cit p 154

Eacute o que diz Alberto Nogueira ldquoNos uacuteltimos tempos mdash em especial a partir da Segunda Guerra Mundial mdash vem se desenvolvendo uma tendecircncia cada vez mais forte de se introduzir no texto constitucional um maior nuacutemero de preceitos que alcanccedilam praticamente toda vida socialrdquo (NOGUEIRA Alberto Ob cit p 104)

CLEgraveVE Cleacutemerson Merlin Ob cit p 130

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 84

ATALIBA Geraldo Hipoacutetese de Incidecircncia Tributaacuteria p 28

BALEEIRO Aliomar Limitaccedilotildees Constitucionais ao Poder de Tributar 1

ldquoDireito Tributaacuterio positivo eacute o ramo didaticamente autocircnomo do Direito formado pelo conjunto das proposiccedilotildees juriacutedicas (normativas e natildeo-normativas) que correspondam direta ou indiretamente agrave instituiccedilatildeo arrecadaccedilatildeo e fiscalizaccedilatildeo de tributosrdquo (CARVALHO Paulo de Barros Teoria da Norma Tributaacuteria p 83)

ldquoServe o direito portanto de instrumento de tatildeo importante desiacutegnio estatal As normas que constituem esta parte do direito se designam direito tributaacuterio em seu conjunto Eacute nitidamente um sub-ramo do direito administrativo porque regula relaccedilotildees juriacutedicas entre administraccedilatildeo e administrados (Ruy Cirne Lima) o que eacute da essecircncia do direito administrativordquo (ATALIBA Geraldo Ob Cit p 29)

COELHO Sacha Calmon Navarro Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1988 Sistema Tributaacuterio p 276

ldquoO leitor jamais deve esquecer que a inflaccedilatildeo funciona como um imposto mdash o Estado aufere lsquoreceitarsquo por abusar da capacidade de pintar pedaccedilos de papel que passam a valer mais caro que o custo da pintura mdash e foi essa a lsquocarga tributaacuteriarsquo que cresceu explosivamente nesse periacuteodo ateacute 1994 Com efeito a primeira e uacutenica revolta nacional contra impostos criados lsquosem representaccedilatildeo foi a mobilizaccedilatildeo da sociedade contra a inflaccedilatildeo ou mais precisamente contra o lsquoimposto inflacionaacuteriorsquo para o qual sem duacutevida jamais houve lei autorizadorardquo (A segunda revolta artigo de Gustavo Franco Revista Veja nuacutemero 1750 Satildeo Paulo Editora Abril 8 de maio de 2002 p 102)

ldquoA imposiccedilatildeo legal de exigecircncia tributaacuteria deriva da condiccedilatildeo de soberania do Estado o chamado jus imperii atraveacutes do qual arrecadaraacute o dinheiro necessaacuterio agrave manutenccedilatildeo da maacutequina estatal e dar atendimento agraves necessidades sociais da populaccedilatildeordquo (VILLELA Gilberto Etchaluz Teoria da exigibilidade da obrigaccedilatildeo tributaacuteria p 16)

ldquoO Estado natildeo grava pelo prazer de manter abarrotadas suas arcas senatildeo para contingenciar carecircncias daiacute o princiacutepio de que a um superaacutevit orccedilamentaacuterio desordenado eacute preferiacutevel um deacuteficit razoaacutevelrdquo (SIDOU J M Othon A natureza social do tributo p 5)

ldquoOra a votaccedilatildeo do tributo e de sua aplicaccedilatildeo pelo povo atraveacutes dos parlamentares constitui princiacutepio cardeal dos regimes representativos e democraacuteticos que natildeo existem sem votaccedilatildeo dos tributos e das despesas pelos representantes do paiacutesrdquo (BALEEIRO Aliomar Ob cit p 42)

ldquoA defesa do sistema tributaacuterio e do proacuteprio regime poliacutetico do paiacutes processa-se por um conjunto de limitaccedilotildees ao poder ativo de tributar Delas o mais importante por suas implicaccedilotildees poliacuteticas e juriacutedicas eacute o da legalidade dos tributosrdquo (BALEEIRO Aliomar Ob cit p 3)

BECKER Alfredo Augusto Teoria Geral do Direito Tributaacuterio p 9

NOGUEIRA Alberto Os limites da legalidade tributaacuteria no Estado Democraacutetico de Direito p 104

ldquoO raacutedio primeiro o cinema e sobretudo a televisatildeo datildeo ao homem comum uma sensaccedilatildeo de intimidade com o chefe do governo que nem nas antigas oligarquias os membros do grupo dirigente percebiam Isso se espelha na sem-cerimocircnia com que a eles se referem como se se tratasse de um vizinho ou de um companheiro de trabalho Essa sensaccedilatildeo de intimidade eacute aliaacutes estimulada pelos governantes que procuram entreter uma atmosfera de simpatia em redor de si Natildeo eacute outro o fito das reportagens sobre a vida familiar a simplicidade os gostos e os pendores do liacuteder poliacuteticordquo (FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo Ob cit p 127)

ldquoO brasileiro meacutedio enxerga no Estado a figura de um pai criador e protetor Ele venera o Estado acredita que possa fazer milagres e portanto tudo espera dele apoio obras empregos Quando mais o chefe de Estado se aproximar da imagem paternal mais conquistaraacute o coraccedilatildeo do povordquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil paacutegs 6566) Esta associaccedilatildeo fortemente radicada no imaginaacuterio nacional de imenso cunho paternalista fica exasperada pelo nosso mazombismo como disse Vianna Moog pois aqui a culpa eacute sempre dos outros (cf MOOG Vianna Bandeirantes e Pioneiros p 106)

SIDOU J M Othon Ob cit p 81

Nesse sentido por todos VILLELA Gilberto Etchaluz Ob cit p 56 e seguintes

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 387

KELSEN Hans Ob cit p 389

CLEgraveVE Clegravemerson Merlin A lei no Estado contemporacircneo p 131

CLEgraveVE Clegravemerson Merlin Ob cit p 124

ldquoNo regime presidencial a hipertrofia do Poder Executivo eacute fato de observaccedilatildeo histoacuterica a cuja inexoraacutevel accedilatildeo natildeo escaparam os proacuteprios Estados Unidosrdquo (BALEEIRO Aliomar Ob cit p 16)

ldquoSe o Presidente se posiciona com imparcialidade acima das correntes partidaacuterias teraacute condiccedilotildees de atuar muito bem como chefe de Estado na preservaccedilatildeo como verdadeiro magistrado das regras do jogo poliacutetico garantindo os princiacutepios democraacuteticos da supremacia da Lei e da igualdade de oportunidadesrdquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil p 93)

SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha Ob cit paacutegs 9596

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 160

MACHADO Hugo de Brito Os princiacutepios juriacutedicos da Tributaccedilatildeo na Constituiccedilatildeo de 1988 p 30

CARRAZZA Roque Antonio Curso de Direito Constitucional Tributaacuterio p 213

MACHADO Hugo de Brito Ob cit p 29

CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 43 No mesmo sentido tambeacutem Manoel Gonccedilalves Ferreira Filho ldquona medida em que o Estado se imiscuiacutea no domiacutenio econocircmico e no domiacutenio social para proteger os economicamente fracos os Parlamentos se viram cada vez mais impossibilitados de desempenhar as tarefas que dele eram esperadasrdquo (FERREIRA FILHO Do Processo Legislativo p 121)

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 123

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 128

ldquoArt 62 Em caso de relevacircncia e urgecircncia o Presidente da Repuacuteblica poderaacute adotar medidas provisoacuterias com forccedila de lei devendo submetecirc-las de imediato ao Congresso Nacionalrdquo

CARRAZZA Roque Antonio Ob cit p 177

CARRAZZA Roque Antonio ob cit p 184 No mesmo sentido MACHADO ldquoA instituiccedilatildeo como o aumento dos demais tributos atraveacutes de medidas provisoacuterias em princiacutepio natildeo nos parece possiacutevel mas natildeo excluiacutemos essa possibilidade em situaccedilotildees especiaisrdquo (MACHADO Hugo de Brito ob Cit p 42) e tambeacutem MUNHOZ ( MUNHOZ Francisco de Assis O princiacutepio da legalidade no Sistema Constitucional e no Sistema Tributaacuterio p 155)

BALEEIRO Aliomar Limitaccedilotildees Constitucionais ao Poder de Tributar p 42 A defesa da legalidade pelo Ministro foi ferrenha ldquoPrevaleceria apenas o discricionarismo do Poder Executivo num regime que estabelece como um dos princiacutepios fundamentais a independecircncia e a harmonia dos Poderes Nacionais [] Certo eacute que a Constituiccedilatildeo exige lei para criaccedilatildeo ou majoraccedilatildeo do tributo E aos princiacutepios inerentes ao regime adotado na CF repugna que a lei para tal fim seja substituiacuteda por um ato do Executivo A CF Quer um pronunciamento expresso do Poder Legislativo na decretaccedilatildeo do tributo Natildeo lhe basta

uma aprovaccedilatildeo taacutecita e presumida O velho PIMENTA BUENO jaacute era intransigente nessa mateacuteria de legalidade dos tributosrdquo (pp 42-44)

ldquoMedida provisoacuteria que implique instituiccedilatildeo ou majoraccedilatildeo de impostos exceto os previstos nos arts 153 I II IV V e 154 II soacute produziraacute efeitos no exerciacutecio financeiro seguinte se houver sido convertida em lei ateacute o uacuteltimo dia daquele em que foi editadardquo

PONTES DE MIRANDA Francisco Cavalcanti Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1967 tomo I p 5

CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 13 e seguintes

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 27

RIGAUX Franccedilois A lei dos juiacutezes p 16

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 42

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 185

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 50

BONAVIDES Paulo Curso de Direito Constitucional p 441

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo p 189

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 212

KELSEN Hans Ob cit p 216 E Kelsen faz questatildeo de refutar claramente a tese segundo a qual cabe ao judiciaacuterio apenas a funccedilatildeo de inteacuterprete do direito legislado ldquoNossa anaacutelise da funccedilatildeo judicial demonstra que a visatildeo segundo a qual tribunais apenas aplicam o Direito natildeo conta com a sustentaccedilatildeo dos fatosrdquo (p 217)

KELSEN Hans Ob cit p 216

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 73

ldquoEfetivamente eles satildeo chamados a interpretar e por isso inevitavelmente a esclarecer integrar plasmar e transformar e natildeo raro a criar ex novo o direito Isto natildeo significa poreacutem que sejam legisladoresrdquo (CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 74)

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 74

Interessante notar que o oacutergatildeo responsaacutevel por este controle em uacuteltima instacircncia em nosso paiacutes faz questatildeo de dizer que age como ldquolegislador negativordquo

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 28

KELSEN Hans Ob cit p 385

ldquo() a declaraccedilatildeo de inconstitucionalidade se acolhida como foi requerida modificaraacute o sistema da Lei pela alteraccedilatildeo do seu sentido o que importa sua impossibilidade juriacutedica uma vez que o Poder

Judiciaacuterio no controle de constitucionalidade dos atos normativos soacute atua como legislador negativo e natildeo como legislador positivordquo (ADI 1822DF Pleno j 2661998 Rel Min Moreira Alves DJ 101299 p 3 RTJ 17202 p 425) ldquoA concessatildeo desse beneficio isencional traduz ato discricionaacuterio que fundado em juiacutezo de conveniecircncia e oportunidade do Poder Puacuteblico destina-se a partir de criteacuterios racionais loacutegicos e impessoais estabelecidos de modo legiacutetimo em norma legal a implementar objetivos estatais nitidamente qualificados pela nota da extrafiscalidade A exigecircncia constitucional de lei formal para a veiculaccedilatildeo de isenccedilotildees em mateacuteria tributaacuteria atua como insuperaacutevel obstaacuteculo agrave postulaccedilatildeo da parte recorrente eis que a extensatildeo dos benefiacutecios isencionais por via jurisdicional encontra limitaccedilatildeo absoluta no dogma da separaccedilatildeo de poderes Os magistrados e Tribunais mdash que natildeo dispotildeem de funccedilatildeo legislativa mdash natildeo podem conceder ainda que sob fundamento de isonomia o beneficio da exclusatildeo do creacutedito tributaacuterio em favor daqueles a quem o legislador com apoio em criteacuterios impessoais racionais e objetivos natildeo quis contemplar com a vantagem da isenccedilatildeo Entendimento diverso que reconhecesse aos magistrados essa anocircmala funccedilatildeo juriacutedica equivaleria em uacuteltima anaacutelise a converter o Poder Judiciaacuterio em inadmissiacutevel legislador positivo condiccedilatildeo institucional esta que lhe recusou a proacutepria Lei Fundamental do Estado Eacute de acentuar neste ponto que em tema de controle de constitucionalidade de atos estatais o Poder Judiciaacuterio soacute atua como legislador negativo (RTJ 146461 rel Min CELSO DE MELLO)rdquo (AGRAG 138344DF 1ordf T j 281994 Rel Min Celso de Mello DJ 120595 p 12989)

Eacute o caso de Alberto Nogueira (NOGUEIRA Alberto Os limites da legalidade tributaacuteria no Estado Democraacutetico de Direito p 30)

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 200

MAXIMILIANO Carlos Hermenecircutica e aplicaccedilatildeo do direito p 371 ldquoTodas as presunccedilotildees militam a favor da validade de um ato legislativo ou executivo () Os tribunais soacute declaram a inconstitucionalidade de leis quando esta eacute evidente natildeo deixa margem agrave seacuteria objeccedilatildeo em contraacuterio Portanto se entre duas correntes de ideacuteias apoiadas por jurisconsultos de valor o Congresso adotou uma o seu ato prevalece A bem da harmonia e do muacutetuo respeito que devem reinar entre os poderes federais (ou estaduais) o Judiciaacuterio soacute faz uso da sua prerrogativa quando o Congresso viola claramente ou deixa de aplicar o estatuto baacutesico e natildeo quando opta por determinada interpretaccedilatildeo natildeo de todo desarrazoadardquo

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 78

MORO Sergio Fernando Afastamento da presunccedilatildeo de constitucionalidade da lei In Jus Navigandi n 40 Disponiacutevel em lthttpwww1juscombrdoutrinatextoaspid=117gt Acesso em 10Dez2001 ldquoO Direito Constitucional deve ter em vista a realidade a qual se dirige No Brasil isso significa que se faz necessaacuteria praacutetica constitucional que leve em consideraccedilatildeo a pobreza e o desequiliacutebrio na distribuiccedilatildeo do poder poliacutetico existentes uma espeacutecie de Direito Constitucional da Pobreza para o qual a teacutecnica de afastamento da presunccedilatildeo de constitucionalidade da lei pode representar significativo papelrdquo

BONAVIDES Paulo Ob cit p 443

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 65

GRECO Marco Aureacutelio Contribuiccedilotildees sociais uma figura ldquosui generisrdquo p 149

Pontes de Miranda refere que na Constituiccedilatildeo de 1937 era possiacutevel que cada uma das Casas do Congresso confirmasse a lei declarada inconstitucional mediante aprovaccedilatildeo por dois terccedilos para tornar ineficaz a declaraccedilatildeo de sua inconstitucionalidade realizada pelo Judiciaacuterio (ob cit paacutegs 2223)

BONAVIDES Paulo Ob cit paacutegs 441442

BONAVIDES Paulo Ob cit p 434

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 38

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 41

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 42

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 42

BONAVIDES Paulo Ob cit p 272

BALEEIRO Aliomar Limitaccedilotildees Constitucionais ao Poder de Tributar XV (prefaacutecio)

CAIS Cleide Previtalli O processo tributaacuterio p 179

Das quinzes arguumliccedilotildees de inconstitucionalidade colacionadas por Cleide Previtalli Cais e apreciadas pelo TRF da 3ordf Regiatildeo todas tiveram sua inconstitucionalidade declarada (CAIS Cleide Previtalli Ob Cit pp 185-188)

MENDES Gilmar Ferreira Jurisdiccedilatildeo Constitucional paacutegs 5960

BERGEL Jean-Louis Teoria Geral do Direito p 87

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 153

BERGEL Jean-Louis Ob cit p 90

ASSUNCcedilAtildeO Lutero Xavier Princiacutepios de Direito na Jurisprudecircncia Tributaacuteria

NERY JUNIOR Nelson Princiacutepios do Processo Civil na Constituiccedilatildeo Federal p 31

NERY JUNIOR Nelson Ob cit p 32

BARROSO Luis Roberto Os princiacutepios da razoabilidade e da proporcionalidade no Direito Constitucional p 69

BARROSO Luis Roberto Ob cit p 65

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 86

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 118

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 131

Na ADIn 2019-6MS Rel Min Ilmar Galvatildeo j 1deg71999 realiza-se o controle da constitucionalidade da lei tomando por base o art 5deg LIV da Constituiccedilatildeo onde estaria o ldquoprinciacutepio da razoabilidaderdquo Mais significativo no entanto a Medida Liminar na ADIn 1158-8AM Rel Min Celso de Mello j 19121994 onde o Ministro relator diz claramente ldquoTodos sabemos que a claacuteusula do devido processo legal - objeto de expressa proclamaccedilatildeo pelo art 5deg LIV da Constituiccedilatildeo - deve ser entendida na abrangecircncia de sua noccedilatildeo conceitual natildeo soacute sob o aspecto meramente formal que impotildee restriccedilotildees de caraacuteter ritual agrave atuaccedilatildeo do Poder Puacuteblico mas sobretudo em sua dimensatildeo material que atua como decisivo obstaacuteculo agrave ediccedilatildeo de atos legislativos de conteuacutedo arbitraacuterio ou irrrazoaacutevel A essecircncia do substantive due process of law reside na necessidade de proteger os direitos e as liberdades das pessoas contra qualquer modalidade de legislaccedilatildeo que se revele opressiva ou como no caso destituiacuteda do necessaacuterio coeficiente de razoabilidaderdquo

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do Processo Legislativo p 70

MOOG Vianna Bandeirantes e Pioneiros p 183

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do Processo Legislativo p 130

ldquoHaacute tambeacutem que se considerar a inadequaccedilatildeo do modelo poliacutetico aos valores soacutecio-culturais histoacutericos do Paiacutes Refere-se aqui a situaccedilatildeo decorrente da importaccedilatildeo de foacutermulas poliacuteticas para realidades bem distintas e agraves vezes ateacute opostas agrave realidade em que foram geradasrdquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil p 31)

CARVALHO Paulo de Barros Teoria da Norma Tributaacuteria p 139

ROUSSEAU Jean Jacques O contrato social p 48

SOUZA Rubens Gomes de Estudos de Direito Tributaacuterio p 190

COELHO Sacha Calmon Navarro Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1988 Sistema Tributaacuterio p 279

ldquoComo nosso Coacutedigo natildeo disciplina em termos pormenorizados os tributos estatildeo estes submetidos a uma legislaccedilatildeo especiacutefica a essa altura fragmentaacuteria ou melhor dizendo caoacutetica circunstacircncia que torna nossa problemaacutetica tributaacuteria ainda mais lsquosutilrsquo que a dos francesesrdquo (NOGUEIRA Alberto Ob cit p 21)

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 104

KELSEN Hans Ob cit p 68

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 130

FALCAtildeO Amiacutelcar Ob cit p 8

ldquoLei deve conter todos os elementos e supostos da norma juriacutedica tributaacuteria (hipoacutetese de incidecircncia do tributo seus sujeitos ativo e passivo e suas base de caacutelculo e aliacutequotas)rdquo CARRAZZA Roque Antonio Ob cit p 161) Tambeacutem MACHADO quando diz que ldquoo verdadeiro sentido do princiacutepio da legalidade exige que todos os elementos necessaacuterios agrave determinaccedilatildeo da relaccedilatildeo juriacutedica tributaacuteria ou mais exatamente todos os elementos da obrigaccedilatildeo tributaacuteria principal residam na leirdquo (MACHADO Hugo de Brito Ob cit p 28) No mesmo sentido Francisco de Assis Munhoz Ob cit p 154

Eacute o que diz Alberto Nogueira ldquoNos uacuteltimos tempos mdash em especial a partir da Segunda Guerra Mundial mdash vem se desenvolvendo uma tendecircncia cada vez mais forte de se introduzir no texto constitucional um maior nuacutemero de preceitos que alcanccedilam praticamente toda vida socialrdquo (NOGUEIRA Alberto Ob cit p 104)

CLEgraveVE Cleacutemerson Merlin Ob cit p 130

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 84

ATALIBA Geraldo Hipoacutetese de Incidecircncia Tributaacuteria p 28

BALEEIRO Aliomar Limitaccedilotildees Constitucionais ao Poder de Tributar 1

ldquoDireito Tributaacuterio positivo eacute o ramo didaticamente autocircnomo do Direito formado pelo conjunto das proposiccedilotildees juriacutedicas (normativas e natildeo-normativas) que correspondam direta ou indiretamente agrave instituiccedilatildeo arrecadaccedilatildeo e fiscalizaccedilatildeo de tributosrdquo (CARVALHO Paulo de Barros Teoria da Norma Tributaacuteria p 83)

ldquoServe o direito portanto de instrumento de tatildeo importante desiacutegnio estatal As normas que constituem esta parte do direito se designam direito tributaacuterio em seu conjunto Eacute nitidamente um sub-ramo do direito administrativo porque regula relaccedilotildees juriacutedicas entre administraccedilatildeo e administrados (Ruy Cirne Lima) o que eacute da essecircncia do direito administrativordquo (ATALIBA Geraldo Ob Cit p 29)

COELHO Sacha Calmon Navarro Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1988 Sistema Tributaacuterio p 276

ldquoO leitor jamais deve esquecer que a inflaccedilatildeo funciona como um imposto mdash o Estado aufere lsquoreceitarsquo por abusar da capacidade de pintar pedaccedilos de papel que passam a valer mais caro que o custo da pintura mdash e foi essa a lsquocarga tributaacuteriarsquo que cresceu explosivamente nesse periacuteodo ateacute 1994 Com efeito a primeira e uacutenica revolta nacional contra impostos criados lsquosem representaccedilatildeo foi a mobilizaccedilatildeo da sociedade contra a inflaccedilatildeo ou mais precisamente contra o lsquoimposto inflacionaacuteriorsquo para o qual sem duacutevida jamais houve lei autorizadorardquo (A segunda revolta artigo de Gustavo Franco Revista Veja nuacutemero 1750 Satildeo Paulo Editora Abril 8 de maio de 2002 p 102)

ldquoA imposiccedilatildeo legal de exigecircncia tributaacuteria deriva da condiccedilatildeo de soberania do Estado o chamado jus imperii atraveacutes do qual arrecadaraacute o dinheiro necessaacuterio agrave manutenccedilatildeo da maacutequina estatal e dar atendimento agraves necessidades sociais da populaccedilatildeordquo (VILLELA Gilberto Etchaluz Teoria da exigibilidade da obrigaccedilatildeo tributaacuteria p 16)

ldquoO Estado natildeo grava pelo prazer de manter abarrotadas suas arcas senatildeo para contingenciar carecircncias daiacute o princiacutepio de que a um superaacutevit orccedilamentaacuterio desordenado eacute preferiacutevel um deacuteficit razoaacutevelrdquo (SIDOU J M Othon A natureza social do tributo p 5)

ldquoOra a votaccedilatildeo do tributo e de sua aplicaccedilatildeo pelo povo atraveacutes dos parlamentares constitui princiacutepio cardeal dos regimes representativos e democraacuteticos que natildeo existem sem votaccedilatildeo dos tributos e das despesas pelos representantes do paiacutesrdquo (BALEEIRO Aliomar Ob cit p 42)

ldquoA defesa do sistema tributaacuterio e do proacuteprio regime poliacutetico do paiacutes processa-se por um conjunto de limitaccedilotildees ao poder ativo de tributar Delas o mais importante por suas implicaccedilotildees poliacuteticas e juriacutedicas eacute o da legalidade dos tributosrdquo (BALEEIRO Aliomar Ob cit p 3)

BECKER Alfredo Augusto Teoria Geral do Direito Tributaacuterio p 9

NOGUEIRA Alberto Os limites da legalidade tributaacuteria no Estado Democraacutetico de Direito p 104

ldquoO raacutedio primeiro o cinema e sobretudo a televisatildeo datildeo ao homem comum uma sensaccedilatildeo de intimidade com o chefe do governo que nem nas antigas oligarquias os membros do grupo dirigente percebiam Isso se espelha na sem-cerimocircnia com que a eles se referem como se se tratasse de um vizinho ou de um companheiro de trabalho Essa sensaccedilatildeo de intimidade eacute aliaacutes estimulada pelos governantes que procuram entreter uma atmosfera de simpatia em redor de si Natildeo eacute outro o fito das reportagens sobre a vida familiar a simplicidade os gostos e os pendores do liacuteder poliacuteticordquo (FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo Ob cit p 127)

ldquoO brasileiro meacutedio enxerga no Estado a figura de um pai criador e protetor Ele venera o Estado acredita que possa fazer milagres e portanto tudo espera dele apoio obras empregos Quando mais o chefe de Estado se aproximar da imagem paternal mais conquistaraacute o coraccedilatildeo do povordquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil paacutegs 6566) Esta associaccedilatildeo fortemente radicada no imaginaacuterio nacional de imenso cunho paternalista fica exasperada pelo nosso mazombismo como disse Vianna Moog pois aqui a culpa eacute sempre dos outros (cf MOOG Vianna Bandeirantes e Pioneiros p 106)

SIDOU J M Othon Ob cit p 81

Nesse sentido por todos VILLELA Gilberto Etchaluz Ob cit p 56 e seguintes

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 387

KELSEN Hans Ob cit p 389

CLEgraveVE Clegravemerson Merlin A lei no Estado contemporacircneo p 131

CLEgraveVE Clegravemerson Merlin Ob cit p 124

ldquoNo regime presidencial a hipertrofia do Poder Executivo eacute fato de observaccedilatildeo histoacuterica a cuja inexoraacutevel accedilatildeo natildeo escaparam os proacuteprios Estados Unidosrdquo (BALEEIRO Aliomar Ob cit p 16)

ldquoSe o Presidente se posiciona com imparcialidade acima das correntes partidaacuterias teraacute condiccedilotildees de atuar muito bem como chefe de Estado na preservaccedilatildeo como verdadeiro magistrado das regras do jogo poliacutetico garantindo os princiacutepios democraacuteticos da supremacia da Lei e da igualdade de oportunidadesrdquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil p 93)

SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha Ob cit paacutegs 9596

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 160

MACHADO Hugo de Brito Os princiacutepios juriacutedicos da Tributaccedilatildeo na Constituiccedilatildeo de 1988 p 30

CARRAZZA Roque Antonio Curso de Direito Constitucional Tributaacuterio p 213

MACHADO Hugo de Brito Ob cit p 29

CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 43 No mesmo sentido tambeacutem Manoel Gonccedilalves Ferreira Filho ldquona medida em que o Estado se imiscuiacutea no domiacutenio econocircmico e no domiacutenio social para proteger os economicamente fracos os Parlamentos se viram cada vez mais impossibilitados de desempenhar as tarefas que dele eram esperadasrdquo (FERREIRA FILHO Do Processo Legislativo p 121)

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 123

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 128

ldquoArt 62 Em caso de relevacircncia e urgecircncia o Presidente da Repuacuteblica poderaacute adotar medidas provisoacuterias com forccedila de lei devendo submetecirc-las de imediato ao Congresso Nacionalrdquo

CARRAZZA Roque Antonio Ob cit p 177

CARRAZZA Roque Antonio ob cit p 184 No mesmo sentido MACHADO ldquoA instituiccedilatildeo como o aumento dos demais tributos atraveacutes de medidas provisoacuterias em princiacutepio natildeo nos parece possiacutevel mas natildeo excluiacutemos essa possibilidade em situaccedilotildees especiaisrdquo (MACHADO Hugo de Brito ob Cit p 42) e tambeacutem MUNHOZ ( MUNHOZ Francisco de Assis O princiacutepio da legalidade no Sistema Constitucional e no Sistema Tributaacuterio p 155)

BALEEIRO Aliomar Limitaccedilotildees Constitucionais ao Poder de Tributar p 42 A defesa da legalidade pelo Ministro foi ferrenha ldquoPrevaleceria apenas o discricionarismo do Poder Executivo num regime que estabelece como um dos princiacutepios fundamentais a independecircncia e a harmonia dos Poderes Nacionais [] Certo eacute que a Constituiccedilatildeo exige lei para criaccedilatildeo ou majoraccedilatildeo do tributo E aos princiacutepios inerentes ao regime adotado na CF repugna que a lei para tal fim seja substituiacuteda por um ato do Executivo A CF Quer um pronunciamento expresso do Poder Legislativo na decretaccedilatildeo do tributo Natildeo lhe basta

uma aprovaccedilatildeo taacutecita e presumida O velho PIMENTA BUENO jaacute era intransigente nessa mateacuteria de legalidade dos tributosrdquo (pp 42-44)

ldquoMedida provisoacuteria que implique instituiccedilatildeo ou majoraccedilatildeo de impostos exceto os previstos nos arts 153 I II IV V e 154 II soacute produziraacute efeitos no exerciacutecio financeiro seguinte se houver sido convertida em lei ateacute o uacuteltimo dia daquele em que foi editadardquo

PONTES DE MIRANDA Francisco Cavalcanti Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1967 tomo I p 5

CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 13 e seguintes

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 27

RIGAUX Franccedilois A lei dos juiacutezes p 16

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 42

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 185

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 50

BONAVIDES Paulo Curso de Direito Constitucional p 441

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo p 189

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 212

KELSEN Hans Ob cit p 216 E Kelsen faz questatildeo de refutar claramente a tese segundo a qual cabe ao judiciaacuterio apenas a funccedilatildeo de inteacuterprete do direito legislado ldquoNossa anaacutelise da funccedilatildeo judicial demonstra que a visatildeo segundo a qual tribunais apenas aplicam o Direito natildeo conta com a sustentaccedilatildeo dos fatosrdquo (p 217)

KELSEN Hans Ob cit p 216

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 73

ldquoEfetivamente eles satildeo chamados a interpretar e por isso inevitavelmente a esclarecer integrar plasmar e transformar e natildeo raro a criar ex novo o direito Isto natildeo significa poreacutem que sejam legisladoresrdquo (CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 74)

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 74

Interessante notar que o oacutergatildeo responsaacutevel por este controle em uacuteltima instacircncia em nosso paiacutes faz questatildeo de dizer que age como ldquolegislador negativordquo

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 28

KELSEN Hans Ob cit p 385

ldquo() a declaraccedilatildeo de inconstitucionalidade se acolhida como foi requerida modificaraacute o sistema da Lei pela alteraccedilatildeo do seu sentido o que importa sua impossibilidade juriacutedica uma vez que o Poder

Judiciaacuterio no controle de constitucionalidade dos atos normativos soacute atua como legislador negativo e natildeo como legislador positivordquo (ADI 1822DF Pleno j 2661998 Rel Min Moreira Alves DJ 101299 p 3 RTJ 17202 p 425) ldquoA concessatildeo desse beneficio isencional traduz ato discricionaacuterio que fundado em juiacutezo de conveniecircncia e oportunidade do Poder Puacuteblico destina-se a partir de criteacuterios racionais loacutegicos e impessoais estabelecidos de modo legiacutetimo em norma legal a implementar objetivos estatais nitidamente qualificados pela nota da extrafiscalidade A exigecircncia constitucional de lei formal para a veiculaccedilatildeo de isenccedilotildees em mateacuteria tributaacuteria atua como insuperaacutevel obstaacuteculo agrave postulaccedilatildeo da parte recorrente eis que a extensatildeo dos benefiacutecios isencionais por via jurisdicional encontra limitaccedilatildeo absoluta no dogma da separaccedilatildeo de poderes Os magistrados e Tribunais mdash que natildeo dispotildeem de funccedilatildeo legislativa mdash natildeo podem conceder ainda que sob fundamento de isonomia o beneficio da exclusatildeo do creacutedito tributaacuterio em favor daqueles a quem o legislador com apoio em criteacuterios impessoais racionais e objetivos natildeo quis contemplar com a vantagem da isenccedilatildeo Entendimento diverso que reconhecesse aos magistrados essa anocircmala funccedilatildeo juriacutedica equivaleria em uacuteltima anaacutelise a converter o Poder Judiciaacuterio em inadmissiacutevel legislador positivo condiccedilatildeo institucional esta que lhe recusou a proacutepria Lei Fundamental do Estado Eacute de acentuar neste ponto que em tema de controle de constitucionalidade de atos estatais o Poder Judiciaacuterio soacute atua como legislador negativo (RTJ 146461 rel Min CELSO DE MELLO)rdquo (AGRAG 138344DF 1ordf T j 281994 Rel Min Celso de Mello DJ 120595 p 12989)

Eacute o caso de Alberto Nogueira (NOGUEIRA Alberto Os limites da legalidade tributaacuteria no Estado Democraacutetico de Direito p 30)

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 200

MAXIMILIANO Carlos Hermenecircutica e aplicaccedilatildeo do direito p 371 ldquoTodas as presunccedilotildees militam a favor da validade de um ato legislativo ou executivo () Os tribunais soacute declaram a inconstitucionalidade de leis quando esta eacute evidente natildeo deixa margem agrave seacuteria objeccedilatildeo em contraacuterio Portanto se entre duas correntes de ideacuteias apoiadas por jurisconsultos de valor o Congresso adotou uma o seu ato prevalece A bem da harmonia e do muacutetuo respeito que devem reinar entre os poderes federais (ou estaduais) o Judiciaacuterio soacute faz uso da sua prerrogativa quando o Congresso viola claramente ou deixa de aplicar o estatuto baacutesico e natildeo quando opta por determinada interpretaccedilatildeo natildeo de todo desarrazoadardquo

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 78

MORO Sergio Fernando Afastamento da presunccedilatildeo de constitucionalidade da lei In Jus Navigandi n 40 Disponiacutevel em lthttpwww1juscombrdoutrinatextoaspid=117gt Acesso em 10Dez2001 ldquoO Direito Constitucional deve ter em vista a realidade a qual se dirige No Brasil isso significa que se faz necessaacuteria praacutetica constitucional que leve em consideraccedilatildeo a pobreza e o desequiliacutebrio na distribuiccedilatildeo do poder poliacutetico existentes uma espeacutecie de Direito Constitucional da Pobreza para o qual a teacutecnica de afastamento da presunccedilatildeo de constitucionalidade da lei pode representar significativo papelrdquo

BONAVIDES Paulo Ob cit p 443

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 65

GRECO Marco Aureacutelio Contribuiccedilotildees sociais uma figura ldquosui generisrdquo p 149

Pontes de Miranda refere que na Constituiccedilatildeo de 1937 era possiacutevel que cada uma das Casas do Congresso confirmasse a lei declarada inconstitucional mediante aprovaccedilatildeo por dois terccedilos para tornar ineficaz a declaraccedilatildeo de sua inconstitucionalidade realizada pelo Judiciaacuterio (ob cit paacutegs 2223)

BONAVIDES Paulo Ob cit paacutegs 441442

BONAVIDES Paulo Ob cit p 434

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 38

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 41

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 42

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 42

BONAVIDES Paulo Ob cit p 272

BALEEIRO Aliomar Limitaccedilotildees Constitucionais ao Poder de Tributar XV (prefaacutecio)

CAIS Cleide Previtalli O processo tributaacuterio p 179

Das quinzes arguumliccedilotildees de inconstitucionalidade colacionadas por Cleide Previtalli Cais e apreciadas pelo TRF da 3ordf Regiatildeo todas tiveram sua inconstitucionalidade declarada (CAIS Cleide Previtalli Ob Cit pp 185-188)

MENDES Gilmar Ferreira Jurisdiccedilatildeo Constitucional paacutegs 5960

BERGEL Jean-Louis Teoria Geral do Direito p 87

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 153

BERGEL Jean-Louis Ob cit p 90

ASSUNCcedilAtildeO Lutero Xavier Princiacutepios de Direito na Jurisprudecircncia Tributaacuteria

NERY JUNIOR Nelson Princiacutepios do Processo Civil na Constituiccedilatildeo Federal p 31

NERY JUNIOR Nelson Ob cit p 32

BARROSO Luis Roberto Os princiacutepios da razoabilidade e da proporcionalidade no Direito Constitucional p 69

BARROSO Luis Roberto Ob cit p 65

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 86

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 118

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 131

Na ADIn 2019-6MS Rel Min Ilmar Galvatildeo j 1deg71999 realiza-se o controle da constitucionalidade da lei tomando por base o art 5deg LIV da Constituiccedilatildeo onde estaria o ldquoprinciacutepio da razoabilidaderdquo Mais significativo no entanto a Medida Liminar na ADIn 1158-8AM Rel Min Celso de Mello j 19121994 onde o Ministro relator diz claramente ldquoTodos sabemos que a claacuteusula do devido processo legal - objeto de expressa proclamaccedilatildeo pelo art 5deg LIV da Constituiccedilatildeo - deve ser entendida na abrangecircncia de sua noccedilatildeo conceitual natildeo soacute sob o aspecto meramente formal que impotildee restriccedilotildees de caraacuteter ritual agrave atuaccedilatildeo do Poder Puacuteblico mas sobretudo em sua dimensatildeo material que atua como decisivo obstaacuteculo agrave ediccedilatildeo de atos legislativos de conteuacutedo arbitraacuterio ou irrrazoaacutevel A essecircncia do substantive due process of law reside na necessidade de proteger os direitos e as liberdades das pessoas contra qualquer modalidade de legislaccedilatildeo que se revele opressiva ou como no caso destituiacuteda do necessaacuterio coeficiente de razoabilidaderdquo

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do Processo Legislativo p 70

MOOG Vianna Bandeirantes e Pioneiros p 183

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do Processo Legislativo p 130

ldquoHaacute tambeacutem que se considerar a inadequaccedilatildeo do modelo poliacutetico aos valores soacutecio-culturais histoacutericos do Paiacutes Refere-se aqui a situaccedilatildeo decorrente da importaccedilatildeo de foacutermulas poliacuteticas para realidades bem distintas e agraves vezes ateacute opostas agrave realidade em que foram geradasrdquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil p 31)

CARVALHO Paulo de Barros Teoria da Norma Tributaacuteria p 139

ROUSSEAU Jean Jacques O contrato social p 48

SOUZA Rubens Gomes de Estudos de Direito Tributaacuterio p 190

COELHO Sacha Calmon Navarro Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1988 Sistema Tributaacuterio p 279

ldquoO raacutedio primeiro o cinema e sobretudo a televisatildeo datildeo ao homem comum uma sensaccedilatildeo de intimidade com o chefe do governo que nem nas antigas oligarquias os membros do grupo dirigente percebiam Isso se espelha na sem-cerimocircnia com que a eles se referem como se se tratasse de um vizinho ou de um companheiro de trabalho Essa sensaccedilatildeo de intimidade eacute aliaacutes estimulada pelos governantes que procuram entreter uma atmosfera de simpatia em redor de si Natildeo eacute outro o fito das reportagens sobre a vida familiar a simplicidade os gostos e os pendores do liacuteder poliacuteticordquo (FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo Ob cit p 127)

ldquoO brasileiro meacutedio enxerga no Estado a figura de um pai criador e protetor Ele venera o Estado acredita que possa fazer milagres e portanto tudo espera dele apoio obras empregos Quando mais o chefe de Estado se aproximar da imagem paternal mais conquistaraacute o coraccedilatildeo do povordquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil paacutegs 6566) Esta associaccedilatildeo fortemente radicada no imaginaacuterio nacional de imenso cunho paternalista fica exasperada pelo nosso mazombismo como disse Vianna Moog pois aqui a culpa eacute sempre dos outros (cf MOOG Vianna Bandeirantes e Pioneiros p 106)

SIDOU J M Othon Ob cit p 81

Nesse sentido por todos VILLELA Gilberto Etchaluz Ob cit p 56 e seguintes

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 387

KELSEN Hans Ob cit p 389

CLEgraveVE Clegravemerson Merlin A lei no Estado contemporacircneo p 131

CLEgraveVE Clegravemerson Merlin Ob cit p 124

ldquoNo regime presidencial a hipertrofia do Poder Executivo eacute fato de observaccedilatildeo histoacuterica a cuja inexoraacutevel accedilatildeo natildeo escaparam os proacuteprios Estados Unidosrdquo (BALEEIRO Aliomar Ob cit p 16)

ldquoSe o Presidente se posiciona com imparcialidade acima das correntes partidaacuterias teraacute condiccedilotildees de atuar muito bem como chefe de Estado na preservaccedilatildeo como verdadeiro magistrado das regras do jogo poliacutetico garantindo os princiacutepios democraacuteticos da supremacia da Lei e da igualdade de oportunidadesrdquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil p 93)

SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha Ob cit paacutegs 9596

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 160

MACHADO Hugo de Brito Os princiacutepios juriacutedicos da Tributaccedilatildeo na Constituiccedilatildeo de 1988 p 30

CARRAZZA Roque Antonio Curso de Direito Constitucional Tributaacuterio p 213

MACHADO Hugo de Brito Ob cit p 29

CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 43 No mesmo sentido tambeacutem Manoel Gonccedilalves Ferreira Filho ldquona medida em que o Estado se imiscuiacutea no domiacutenio econocircmico e no domiacutenio social para proteger os economicamente fracos os Parlamentos se viram cada vez mais impossibilitados de desempenhar as tarefas que dele eram esperadasrdquo (FERREIRA FILHO Do Processo Legislativo p 121)

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 123

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 128

ldquoArt 62 Em caso de relevacircncia e urgecircncia o Presidente da Repuacuteblica poderaacute adotar medidas provisoacuterias com forccedila de lei devendo submetecirc-las de imediato ao Congresso Nacionalrdquo

CARRAZZA Roque Antonio Ob cit p 177

CARRAZZA Roque Antonio ob cit p 184 No mesmo sentido MACHADO ldquoA instituiccedilatildeo como o aumento dos demais tributos atraveacutes de medidas provisoacuterias em princiacutepio natildeo nos parece possiacutevel mas natildeo excluiacutemos essa possibilidade em situaccedilotildees especiaisrdquo (MACHADO Hugo de Brito ob Cit p 42) e tambeacutem MUNHOZ ( MUNHOZ Francisco de Assis O princiacutepio da legalidade no Sistema Constitucional e no Sistema Tributaacuterio p 155)

BALEEIRO Aliomar Limitaccedilotildees Constitucionais ao Poder de Tributar p 42 A defesa da legalidade pelo Ministro foi ferrenha ldquoPrevaleceria apenas o discricionarismo do Poder Executivo num regime que estabelece como um dos princiacutepios fundamentais a independecircncia e a harmonia dos Poderes Nacionais [] Certo eacute que a Constituiccedilatildeo exige lei para criaccedilatildeo ou majoraccedilatildeo do tributo E aos princiacutepios inerentes ao regime adotado na CF repugna que a lei para tal fim seja substituiacuteda por um ato do Executivo A CF Quer um pronunciamento expresso do Poder Legislativo na decretaccedilatildeo do tributo Natildeo lhe basta

uma aprovaccedilatildeo taacutecita e presumida O velho PIMENTA BUENO jaacute era intransigente nessa mateacuteria de legalidade dos tributosrdquo (pp 42-44)

ldquoMedida provisoacuteria que implique instituiccedilatildeo ou majoraccedilatildeo de impostos exceto os previstos nos arts 153 I II IV V e 154 II soacute produziraacute efeitos no exerciacutecio financeiro seguinte se houver sido convertida em lei ateacute o uacuteltimo dia daquele em que foi editadardquo

PONTES DE MIRANDA Francisco Cavalcanti Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1967 tomo I p 5

CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 13 e seguintes

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 27

RIGAUX Franccedilois A lei dos juiacutezes p 16

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 42

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 185

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 50

BONAVIDES Paulo Curso de Direito Constitucional p 441

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo p 189

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 212

KELSEN Hans Ob cit p 216 E Kelsen faz questatildeo de refutar claramente a tese segundo a qual cabe ao judiciaacuterio apenas a funccedilatildeo de inteacuterprete do direito legislado ldquoNossa anaacutelise da funccedilatildeo judicial demonstra que a visatildeo segundo a qual tribunais apenas aplicam o Direito natildeo conta com a sustentaccedilatildeo dos fatosrdquo (p 217)

KELSEN Hans Ob cit p 216

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 73

ldquoEfetivamente eles satildeo chamados a interpretar e por isso inevitavelmente a esclarecer integrar plasmar e transformar e natildeo raro a criar ex novo o direito Isto natildeo significa poreacutem que sejam legisladoresrdquo (CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 74)

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 74

Interessante notar que o oacutergatildeo responsaacutevel por este controle em uacuteltima instacircncia em nosso paiacutes faz questatildeo de dizer que age como ldquolegislador negativordquo

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 28

KELSEN Hans Ob cit p 385

ldquo() a declaraccedilatildeo de inconstitucionalidade se acolhida como foi requerida modificaraacute o sistema da Lei pela alteraccedilatildeo do seu sentido o que importa sua impossibilidade juriacutedica uma vez que o Poder

Judiciaacuterio no controle de constitucionalidade dos atos normativos soacute atua como legislador negativo e natildeo como legislador positivordquo (ADI 1822DF Pleno j 2661998 Rel Min Moreira Alves DJ 101299 p 3 RTJ 17202 p 425) ldquoA concessatildeo desse beneficio isencional traduz ato discricionaacuterio que fundado em juiacutezo de conveniecircncia e oportunidade do Poder Puacuteblico destina-se a partir de criteacuterios racionais loacutegicos e impessoais estabelecidos de modo legiacutetimo em norma legal a implementar objetivos estatais nitidamente qualificados pela nota da extrafiscalidade A exigecircncia constitucional de lei formal para a veiculaccedilatildeo de isenccedilotildees em mateacuteria tributaacuteria atua como insuperaacutevel obstaacuteculo agrave postulaccedilatildeo da parte recorrente eis que a extensatildeo dos benefiacutecios isencionais por via jurisdicional encontra limitaccedilatildeo absoluta no dogma da separaccedilatildeo de poderes Os magistrados e Tribunais mdash que natildeo dispotildeem de funccedilatildeo legislativa mdash natildeo podem conceder ainda que sob fundamento de isonomia o beneficio da exclusatildeo do creacutedito tributaacuterio em favor daqueles a quem o legislador com apoio em criteacuterios impessoais racionais e objetivos natildeo quis contemplar com a vantagem da isenccedilatildeo Entendimento diverso que reconhecesse aos magistrados essa anocircmala funccedilatildeo juriacutedica equivaleria em uacuteltima anaacutelise a converter o Poder Judiciaacuterio em inadmissiacutevel legislador positivo condiccedilatildeo institucional esta que lhe recusou a proacutepria Lei Fundamental do Estado Eacute de acentuar neste ponto que em tema de controle de constitucionalidade de atos estatais o Poder Judiciaacuterio soacute atua como legislador negativo (RTJ 146461 rel Min CELSO DE MELLO)rdquo (AGRAG 138344DF 1ordf T j 281994 Rel Min Celso de Mello DJ 120595 p 12989)

Eacute o caso de Alberto Nogueira (NOGUEIRA Alberto Os limites da legalidade tributaacuteria no Estado Democraacutetico de Direito p 30)

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 200

MAXIMILIANO Carlos Hermenecircutica e aplicaccedilatildeo do direito p 371 ldquoTodas as presunccedilotildees militam a favor da validade de um ato legislativo ou executivo () Os tribunais soacute declaram a inconstitucionalidade de leis quando esta eacute evidente natildeo deixa margem agrave seacuteria objeccedilatildeo em contraacuterio Portanto se entre duas correntes de ideacuteias apoiadas por jurisconsultos de valor o Congresso adotou uma o seu ato prevalece A bem da harmonia e do muacutetuo respeito que devem reinar entre os poderes federais (ou estaduais) o Judiciaacuterio soacute faz uso da sua prerrogativa quando o Congresso viola claramente ou deixa de aplicar o estatuto baacutesico e natildeo quando opta por determinada interpretaccedilatildeo natildeo de todo desarrazoadardquo

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 78

MORO Sergio Fernando Afastamento da presunccedilatildeo de constitucionalidade da lei In Jus Navigandi n 40 Disponiacutevel em lthttpwww1juscombrdoutrinatextoaspid=117gt Acesso em 10Dez2001 ldquoO Direito Constitucional deve ter em vista a realidade a qual se dirige No Brasil isso significa que se faz necessaacuteria praacutetica constitucional que leve em consideraccedilatildeo a pobreza e o desequiliacutebrio na distribuiccedilatildeo do poder poliacutetico existentes uma espeacutecie de Direito Constitucional da Pobreza para o qual a teacutecnica de afastamento da presunccedilatildeo de constitucionalidade da lei pode representar significativo papelrdquo

BONAVIDES Paulo Ob cit p 443

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 65

GRECO Marco Aureacutelio Contribuiccedilotildees sociais uma figura ldquosui generisrdquo p 149

Pontes de Miranda refere que na Constituiccedilatildeo de 1937 era possiacutevel que cada uma das Casas do Congresso confirmasse a lei declarada inconstitucional mediante aprovaccedilatildeo por dois terccedilos para tornar ineficaz a declaraccedilatildeo de sua inconstitucionalidade realizada pelo Judiciaacuterio (ob cit paacutegs 2223)

BONAVIDES Paulo Ob cit paacutegs 441442

BONAVIDES Paulo Ob cit p 434

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 38

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 41

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 42

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 42

BONAVIDES Paulo Ob cit p 272

BALEEIRO Aliomar Limitaccedilotildees Constitucionais ao Poder de Tributar XV (prefaacutecio)

CAIS Cleide Previtalli O processo tributaacuterio p 179

Das quinzes arguumliccedilotildees de inconstitucionalidade colacionadas por Cleide Previtalli Cais e apreciadas pelo TRF da 3ordf Regiatildeo todas tiveram sua inconstitucionalidade declarada (CAIS Cleide Previtalli Ob Cit pp 185-188)

MENDES Gilmar Ferreira Jurisdiccedilatildeo Constitucional paacutegs 5960

BERGEL Jean-Louis Teoria Geral do Direito p 87

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 153

BERGEL Jean-Louis Ob cit p 90

ASSUNCcedilAtildeO Lutero Xavier Princiacutepios de Direito na Jurisprudecircncia Tributaacuteria

NERY JUNIOR Nelson Princiacutepios do Processo Civil na Constituiccedilatildeo Federal p 31

NERY JUNIOR Nelson Ob cit p 32

BARROSO Luis Roberto Os princiacutepios da razoabilidade e da proporcionalidade no Direito Constitucional p 69

BARROSO Luis Roberto Ob cit p 65

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 86

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 118

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 131

Na ADIn 2019-6MS Rel Min Ilmar Galvatildeo j 1deg71999 realiza-se o controle da constitucionalidade da lei tomando por base o art 5deg LIV da Constituiccedilatildeo onde estaria o ldquoprinciacutepio da razoabilidaderdquo Mais significativo no entanto a Medida Liminar na ADIn 1158-8AM Rel Min Celso de Mello j 19121994 onde o Ministro relator diz claramente ldquoTodos sabemos que a claacuteusula do devido processo legal - objeto de expressa proclamaccedilatildeo pelo art 5deg LIV da Constituiccedilatildeo - deve ser entendida na abrangecircncia de sua noccedilatildeo conceitual natildeo soacute sob o aspecto meramente formal que impotildee restriccedilotildees de caraacuteter ritual agrave atuaccedilatildeo do Poder Puacuteblico mas sobretudo em sua dimensatildeo material que atua como decisivo obstaacuteculo agrave ediccedilatildeo de atos legislativos de conteuacutedo arbitraacuterio ou irrrazoaacutevel A essecircncia do substantive due process of law reside na necessidade de proteger os direitos e as liberdades das pessoas contra qualquer modalidade de legislaccedilatildeo que se revele opressiva ou como no caso destituiacuteda do necessaacuterio coeficiente de razoabilidaderdquo

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do Processo Legislativo p 70

MOOG Vianna Bandeirantes e Pioneiros p 183

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do Processo Legislativo p 130

ldquoHaacute tambeacutem que se considerar a inadequaccedilatildeo do modelo poliacutetico aos valores soacutecio-culturais histoacutericos do Paiacutes Refere-se aqui a situaccedilatildeo decorrente da importaccedilatildeo de foacutermulas poliacuteticas para realidades bem distintas e agraves vezes ateacute opostas agrave realidade em que foram geradasrdquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil p 31)

CARVALHO Paulo de Barros Teoria da Norma Tributaacuteria p 139

ROUSSEAU Jean Jacques O contrato social p 48

SOUZA Rubens Gomes de Estudos de Direito Tributaacuterio p 190

COELHO Sacha Calmon Navarro Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1988 Sistema Tributaacuterio p 279

uma aprovaccedilatildeo taacutecita e presumida O velho PIMENTA BUENO jaacute era intransigente nessa mateacuteria de legalidade dos tributosrdquo (pp 42-44)

ldquoMedida provisoacuteria que implique instituiccedilatildeo ou majoraccedilatildeo de impostos exceto os previstos nos arts 153 I II IV V e 154 II soacute produziraacute efeitos no exerciacutecio financeiro seguinte se houver sido convertida em lei ateacute o uacuteltimo dia daquele em que foi editadardquo

PONTES DE MIRANDA Francisco Cavalcanti Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1967 tomo I p 5

CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 13 e seguintes

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 27

RIGAUX Franccedilois A lei dos juiacutezes p 16

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 42

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 185

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 50

BONAVIDES Paulo Curso de Direito Constitucional p 441

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do processo legislativo p 189

KELSEN Hans Teoria Geral do Direito e do Estado p 212

KELSEN Hans Ob cit p 216 E Kelsen faz questatildeo de refutar claramente a tese segundo a qual cabe ao judiciaacuterio apenas a funccedilatildeo de inteacuterprete do direito legislado ldquoNossa anaacutelise da funccedilatildeo judicial demonstra que a visatildeo segundo a qual tribunais apenas aplicam o Direito natildeo conta com a sustentaccedilatildeo dos fatosrdquo (p 217)

KELSEN Hans Ob cit p 216

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 73

ldquoEfetivamente eles satildeo chamados a interpretar e por isso inevitavelmente a esclarecer integrar plasmar e transformar e natildeo raro a criar ex novo o direito Isto natildeo significa poreacutem que sejam legisladoresrdquo (CAPPELLETTI Mauro Juiacutezes Legisladores p 74)

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 74

Interessante notar que o oacutergatildeo responsaacutevel por este controle em uacuteltima instacircncia em nosso paiacutes faz questatildeo de dizer que age como ldquolegislador negativordquo

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 28

KELSEN Hans Ob cit p 385

ldquo() a declaraccedilatildeo de inconstitucionalidade se acolhida como foi requerida modificaraacute o sistema da Lei pela alteraccedilatildeo do seu sentido o que importa sua impossibilidade juriacutedica uma vez que o Poder

Judiciaacuterio no controle de constitucionalidade dos atos normativos soacute atua como legislador negativo e natildeo como legislador positivordquo (ADI 1822DF Pleno j 2661998 Rel Min Moreira Alves DJ 101299 p 3 RTJ 17202 p 425) ldquoA concessatildeo desse beneficio isencional traduz ato discricionaacuterio que fundado em juiacutezo de conveniecircncia e oportunidade do Poder Puacuteblico destina-se a partir de criteacuterios racionais loacutegicos e impessoais estabelecidos de modo legiacutetimo em norma legal a implementar objetivos estatais nitidamente qualificados pela nota da extrafiscalidade A exigecircncia constitucional de lei formal para a veiculaccedilatildeo de isenccedilotildees em mateacuteria tributaacuteria atua como insuperaacutevel obstaacuteculo agrave postulaccedilatildeo da parte recorrente eis que a extensatildeo dos benefiacutecios isencionais por via jurisdicional encontra limitaccedilatildeo absoluta no dogma da separaccedilatildeo de poderes Os magistrados e Tribunais mdash que natildeo dispotildeem de funccedilatildeo legislativa mdash natildeo podem conceder ainda que sob fundamento de isonomia o beneficio da exclusatildeo do creacutedito tributaacuterio em favor daqueles a quem o legislador com apoio em criteacuterios impessoais racionais e objetivos natildeo quis contemplar com a vantagem da isenccedilatildeo Entendimento diverso que reconhecesse aos magistrados essa anocircmala funccedilatildeo juriacutedica equivaleria em uacuteltima anaacutelise a converter o Poder Judiciaacuterio em inadmissiacutevel legislador positivo condiccedilatildeo institucional esta que lhe recusou a proacutepria Lei Fundamental do Estado Eacute de acentuar neste ponto que em tema de controle de constitucionalidade de atos estatais o Poder Judiciaacuterio soacute atua como legislador negativo (RTJ 146461 rel Min CELSO DE MELLO)rdquo (AGRAG 138344DF 1ordf T j 281994 Rel Min Celso de Mello DJ 120595 p 12989)

Eacute o caso de Alberto Nogueira (NOGUEIRA Alberto Os limites da legalidade tributaacuteria no Estado Democraacutetico de Direito p 30)

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 200

MAXIMILIANO Carlos Hermenecircutica e aplicaccedilatildeo do direito p 371 ldquoTodas as presunccedilotildees militam a favor da validade de um ato legislativo ou executivo () Os tribunais soacute declaram a inconstitucionalidade de leis quando esta eacute evidente natildeo deixa margem agrave seacuteria objeccedilatildeo em contraacuterio Portanto se entre duas correntes de ideacuteias apoiadas por jurisconsultos de valor o Congresso adotou uma o seu ato prevalece A bem da harmonia e do muacutetuo respeito que devem reinar entre os poderes federais (ou estaduais) o Judiciaacuterio soacute faz uso da sua prerrogativa quando o Congresso viola claramente ou deixa de aplicar o estatuto baacutesico e natildeo quando opta por determinada interpretaccedilatildeo natildeo de todo desarrazoadardquo

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 78

MORO Sergio Fernando Afastamento da presunccedilatildeo de constitucionalidade da lei In Jus Navigandi n 40 Disponiacutevel em lthttpwww1juscombrdoutrinatextoaspid=117gt Acesso em 10Dez2001 ldquoO Direito Constitucional deve ter em vista a realidade a qual se dirige No Brasil isso significa que se faz necessaacuteria praacutetica constitucional que leve em consideraccedilatildeo a pobreza e o desequiliacutebrio na distribuiccedilatildeo do poder poliacutetico existentes uma espeacutecie de Direito Constitucional da Pobreza para o qual a teacutecnica de afastamento da presunccedilatildeo de constitucionalidade da lei pode representar significativo papelrdquo

BONAVIDES Paulo Ob cit p 443

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 65

GRECO Marco Aureacutelio Contribuiccedilotildees sociais uma figura ldquosui generisrdquo p 149

Pontes de Miranda refere que na Constituiccedilatildeo de 1937 era possiacutevel que cada uma das Casas do Congresso confirmasse a lei declarada inconstitucional mediante aprovaccedilatildeo por dois terccedilos para tornar ineficaz a declaraccedilatildeo de sua inconstitucionalidade realizada pelo Judiciaacuterio (ob cit paacutegs 2223)

BONAVIDES Paulo Ob cit paacutegs 441442

BONAVIDES Paulo Ob cit p 434

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 38

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 41

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 42

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 42

BONAVIDES Paulo Ob cit p 272

BALEEIRO Aliomar Limitaccedilotildees Constitucionais ao Poder de Tributar XV (prefaacutecio)

CAIS Cleide Previtalli O processo tributaacuterio p 179

Das quinzes arguumliccedilotildees de inconstitucionalidade colacionadas por Cleide Previtalli Cais e apreciadas pelo TRF da 3ordf Regiatildeo todas tiveram sua inconstitucionalidade declarada (CAIS Cleide Previtalli Ob Cit pp 185-188)

MENDES Gilmar Ferreira Jurisdiccedilatildeo Constitucional paacutegs 5960

BERGEL Jean-Louis Teoria Geral do Direito p 87

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 153

BERGEL Jean-Louis Ob cit p 90

ASSUNCcedilAtildeO Lutero Xavier Princiacutepios de Direito na Jurisprudecircncia Tributaacuteria

NERY JUNIOR Nelson Princiacutepios do Processo Civil na Constituiccedilatildeo Federal p 31

NERY JUNIOR Nelson Ob cit p 32

BARROSO Luis Roberto Os princiacutepios da razoabilidade e da proporcionalidade no Direito Constitucional p 69

BARROSO Luis Roberto Ob cit p 65

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 86

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 118

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 131

Na ADIn 2019-6MS Rel Min Ilmar Galvatildeo j 1deg71999 realiza-se o controle da constitucionalidade da lei tomando por base o art 5deg LIV da Constituiccedilatildeo onde estaria o ldquoprinciacutepio da razoabilidaderdquo Mais significativo no entanto a Medida Liminar na ADIn 1158-8AM Rel Min Celso de Mello j 19121994 onde o Ministro relator diz claramente ldquoTodos sabemos que a claacuteusula do devido processo legal - objeto de expressa proclamaccedilatildeo pelo art 5deg LIV da Constituiccedilatildeo - deve ser entendida na abrangecircncia de sua noccedilatildeo conceitual natildeo soacute sob o aspecto meramente formal que impotildee restriccedilotildees de caraacuteter ritual agrave atuaccedilatildeo do Poder Puacuteblico mas sobretudo em sua dimensatildeo material que atua como decisivo obstaacuteculo agrave ediccedilatildeo de atos legislativos de conteuacutedo arbitraacuterio ou irrrazoaacutevel A essecircncia do substantive due process of law reside na necessidade de proteger os direitos e as liberdades das pessoas contra qualquer modalidade de legislaccedilatildeo que se revele opressiva ou como no caso destituiacuteda do necessaacuterio coeficiente de razoabilidaderdquo

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do Processo Legislativo p 70

MOOG Vianna Bandeirantes e Pioneiros p 183

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do Processo Legislativo p 130

ldquoHaacute tambeacutem que se considerar a inadequaccedilatildeo do modelo poliacutetico aos valores soacutecio-culturais histoacutericos do Paiacutes Refere-se aqui a situaccedilatildeo decorrente da importaccedilatildeo de foacutermulas poliacuteticas para realidades bem distintas e agraves vezes ateacute opostas agrave realidade em que foram geradasrdquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil p 31)

CARVALHO Paulo de Barros Teoria da Norma Tributaacuteria p 139

ROUSSEAU Jean Jacques O contrato social p 48

SOUZA Rubens Gomes de Estudos de Direito Tributaacuterio p 190

COELHO Sacha Calmon Navarro Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1988 Sistema Tributaacuterio p 279

Eacute o caso de Alberto Nogueira (NOGUEIRA Alberto Os limites da legalidade tributaacuteria no Estado Democraacutetico de Direito p 30)

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Ob cit p 200

MAXIMILIANO Carlos Hermenecircutica e aplicaccedilatildeo do direito p 371 ldquoTodas as presunccedilotildees militam a favor da validade de um ato legislativo ou executivo () Os tribunais soacute declaram a inconstitucionalidade de leis quando esta eacute evidente natildeo deixa margem agrave seacuteria objeccedilatildeo em contraacuterio Portanto se entre duas correntes de ideacuteias apoiadas por jurisconsultos de valor o Congresso adotou uma o seu ato prevalece A bem da harmonia e do muacutetuo respeito que devem reinar entre os poderes federais (ou estaduais) o Judiciaacuterio soacute faz uso da sua prerrogativa quando o Congresso viola claramente ou deixa de aplicar o estatuto baacutesico e natildeo quando opta por determinada interpretaccedilatildeo natildeo de todo desarrazoadardquo

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 78

MORO Sergio Fernando Afastamento da presunccedilatildeo de constitucionalidade da lei In Jus Navigandi n 40 Disponiacutevel em lthttpwww1juscombrdoutrinatextoaspid=117gt Acesso em 10Dez2001 ldquoO Direito Constitucional deve ter em vista a realidade a qual se dirige No Brasil isso significa que se faz necessaacuteria praacutetica constitucional que leve em consideraccedilatildeo a pobreza e o desequiliacutebrio na distribuiccedilatildeo do poder poliacutetico existentes uma espeacutecie de Direito Constitucional da Pobreza para o qual a teacutecnica de afastamento da presunccedilatildeo de constitucionalidade da lei pode representar significativo papelrdquo

BONAVIDES Paulo Ob cit p 443

CAPPELLETTI Mauro Ob cit p 65

GRECO Marco Aureacutelio Contribuiccedilotildees sociais uma figura ldquosui generisrdquo p 149

Pontes de Miranda refere que na Constituiccedilatildeo de 1937 era possiacutevel que cada uma das Casas do Congresso confirmasse a lei declarada inconstitucional mediante aprovaccedilatildeo por dois terccedilos para tornar ineficaz a declaraccedilatildeo de sua inconstitucionalidade realizada pelo Judiciaacuterio (ob cit paacutegs 2223)

BONAVIDES Paulo Ob cit paacutegs 441442

BONAVIDES Paulo Ob cit p 434

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 38

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 41

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 42

GRECO Marco Aureacutelio Ob cit p 42

BONAVIDES Paulo Ob cit p 272

BALEEIRO Aliomar Limitaccedilotildees Constitucionais ao Poder de Tributar XV (prefaacutecio)

CAIS Cleide Previtalli O processo tributaacuterio p 179

Das quinzes arguumliccedilotildees de inconstitucionalidade colacionadas por Cleide Previtalli Cais e apreciadas pelo TRF da 3ordf Regiatildeo todas tiveram sua inconstitucionalidade declarada (CAIS Cleide Previtalli Ob Cit pp 185-188)

MENDES Gilmar Ferreira Jurisdiccedilatildeo Constitucional paacutegs 5960

BERGEL Jean-Louis Teoria Geral do Direito p 87

RIGAUX Franccedilois Ob cit p 153

BERGEL Jean-Louis Ob cit p 90

ASSUNCcedilAtildeO Lutero Xavier Princiacutepios de Direito na Jurisprudecircncia Tributaacuteria

NERY JUNIOR Nelson Princiacutepios do Processo Civil na Constituiccedilatildeo Federal p 31

NERY JUNIOR Nelson Ob cit p 32

BARROSO Luis Roberto Os princiacutepios da razoabilidade e da proporcionalidade no Direito Constitucional p 69

BARROSO Luis Roberto Ob cit p 65

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 86

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 118

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 131

Na ADIn 2019-6MS Rel Min Ilmar Galvatildeo j 1deg71999 realiza-se o controle da constitucionalidade da lei tomando por base o art 5deg LIV da Constituiccedilatildeo onde estaria o ldquoprinciacutepio da razoabilidaderdquo Mais significativo no entanto a Medida Liminar na ADIn 1158-8AM Rel Min Celso de Mello j 19121994 onde o Ministro relator diz claramente ldquoTodos sabemos que a claacuteusula do devido processo legal - objeto de expressa proclamaccedilatildeo pelo art 5deg LIV da Constituiccedilatildeo - deve ser entendida na abrangecircncia de sua noccedilatildeo conceitual natildeo soacute sob o aspecto meramente formal que impotildee restriccedilotildees de caraacuteter ritual agrave atuaccedilatildeo do Poder Puacuteblico mas sobretudo em sua dimensatildeo material que atua como decisivo obstaacuteculo agrave ediccedilatildeo de atos legislativos de conteuacutedo arbitraacuterio ou irrrazoaacutevel A essecircncia do substantive due process of law reside na necessidade de proteger os direitos e as liberdades das pessoas contra qualquer modalidade de legislaccedilatildeo que se revele opressiva ou como no caso destituiacuteda do necessaacuterio coeficiente de razoabilidaderdquo

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do Processo Legislativo p 70

MOOG Vianna Bandeirantes e Pioneiros p 183

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do Processo Legislativo p 130

ldquoHaacute tambeacutem que se considerar a inadequaccedilatildeo do modelo poliacutetico aos valores soacutecio-culturais histoacutericos do Paiacutes Refere-se aqui a situaccedilatildeo decorrente da importaccedilatildeo de foacutermulas poliacuteticas para realidades bem distintas e agraves vezes ateacute opostas agrave realidade em que foram geradasrdquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil p 31)

CARVALHO Paulo de Barros Teoria da Norma Tributaacuteria p 139

ROUSSEAU Jean Jacques O contrato social p 48

SOUZA Rubens Gomes de Estudos de Direito Tributaacuterio p 190

COELHO Sacha Calmon Navarro Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1988 Sistema Tributaacuterio p 279

BARROSO Luis Roberto Os princiacutepios da razoabilidade e da proporcionalidade no Direito Constitucional p 69

BARROSO Luis Roberto Ob cit p 65

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 86

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 118

NOGUEIRA Alberto Ob cit p 131

Na ADIn 2019-6MS Rel Min Ilmar Galvatildeo j 1deg71999 realiza-se o controle da constitucionalidade da lei tomando por base o art 5deg LIV da Constituiccedilatildeo onde estaria o ldquoprinciacutepio da razoabilidaderdquo Mais significativo no entanto a Medida Liminar na ADIn 1158-8AM Rel Min Celso de Mello j 19121994 onde o Ministro relator diz claramente ldquoTodos sabemos que a claacuteusula do devido processo legal - objeto de expressa proclamaccedilatildeo pelo art 5deg LIV da Constituiccedilatildeo - deve ser entendida na abrangecircncia de sua noccedilatildeo conceitual natildeo soacute sob o aspecto meramente formal que impotildee restriccedilotildees de caraacuteter ritual agrave atuaccedilatildeo do Poder Puacuteblico mas sobretudo em sua dimensatildeo material que atua como decisivo obstaacuteculo agrave ediccedilatildeo de atos legislativos de conteuacutedo arbitraacuterio ou irrrazoaacutevel A essecircncia do substantive due process of law reside na necessidade de proteger os direitos e as liberdades das pessoas contra qualquer modalidade de legislaccedilatildeo que se revele opressiva ou como no caso destituiacuteda do necessaacuterio coeficiente de razoabilidaderdquo

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do Processo Legislativo p 70

MOOG Vianna Bandeirantes e Pioneiros p 183

FERREIRA FILHO Manoel Gonccedilalves Do Processo Legislativo p 130

ldquoHaacute tambeacutem que se considerar a inadequaccedilatildeo do modelo poliacutetico aos valores soacutecio-culturais histoacutericos do Paiacutes Refere-se aqui a situaccedilatildeo decorrente da importaccedilatildeo de foacutermulas poliacuteticas para realidades bem distintas e agraves vezes ateacute opostas agrave realidade em que foram geradasrdquo (SOUZA JUNIOR Cezar Saldanha A crise da democracia no Brasil p 31)

CARVALHO Paulo de Barros Teoria da Norma Tributaacuteria p 139

ROUSSEAU Jean Jacques O contrato social p 48

SOUZA Rubens Gomes de Estudos de Direito Tributaacuterio p 190

COELHO Sacha Calmon Navarro Comentaacuterios agrave Constituiccedilatildeo de 1988 Sistema Tributaacuterio p 279