a construção social da realidade

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Page 1: A Construção Social da Realidade

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR

Instituto de Filosofia e Ciências Humanas

Curso de Filosofia

Sociologia do Conhecimento

A CONSTRUÇÃO SOCIAL DA REALIDADE

OS FUNDAMENTOS DO CONHECIMENTO NA VIDA COTIDIANA

Geraldo Natanael de Lima

Orientadora:

Profª Maria do Socorro S. Ferreira

“As afirmações fundamentais do raciocínio deste livro acham-se

implícitas no título e subtítulo e consistem em declarar que a

realidade é construída socialmente e que a sociologia do

conhecimento deve analisar o processo em que este fato ocorre”.

(Berger & Luckmann, 2005:11)

Salvador-Ba

Março de 2005

Page 2: A Construção Social da Realidade

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SUMÁRIO

1- Introdução....................................................................................................................03

2- O Problema da Sociologia do Conhecimento............................................................. 03

3- Os Fundamentos do Conhecimento na Vida Cotidiana.............................................. 05

3.1- A Realidade da Vida Cotidiana............................................................................... 06

3.2- A Interação Social na Vida Cotidiana..................................................................... 07

3.3- A Linguagem e o Conhecimento na Vida Cotidiana.............................................. 08

4- Conclusão: Uma análise crítica e reflexiva................................................................ 10

5- Bibliografia..................................................................................................................11

Page 3: A Construção Social da Realidade

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1- Introdução.

Esta resenha foi elaborada com base no livro de Peter Berger e Thomas

Luckmann “A Construção Social da Realidade” que foi utilizado com pilar

fundamental do nosso trabalho. Abordaremos também algumas idéias, comentários e

associações da Professora Maria do Socorro que serão enriquecidas com a bibliografia

que consta no final desta pesquisa.

O objetivo deste trabalho é de elaborar uma dissertação livre através de uma

análise crítica deste livro através de um exame analítico dos aspectos da Sociologia do

Conhecimento. Não nos prenderemos a conceitos (ou pré-conceitos) estabelecidos,

entretanto esta resenha é fruto de argumentos desenvolvidos durante a pesquisa

realizada. Logo, este texto expressa a nossa opinião que foi construída através de uma

reflexão do visto e quem sabe, re-significado. Escreveremos sobre a introdução que

representa uma pequena síntese histórica sobre a fundação e o desenvolvimento da

Sociologia do Conhecimento e a secção I que segundo o nossos autores “contém aquilo

que poderia ser melhor descrito como prolegômenos filosóficos” (Berger e Luckmann,

2005: 05), ou seja dará uma base conceitual para o desenvolvimento do referido livro.

2- O Problema da Sociologia do Conhecimento.

“... uma ‘sociologia do conhecimento’ terá de tratar não

somente da multiplicidade empírica do ‘conhecimento’

nas sociedades humanas, mas também dos processos

pelos quais qualquer corpo de ‘conhecimento’ chega a

ser socialmente estabelecido como ‘realidade’”.

(Ibidem, 2005:14)

Peter Berger (1929-vivo) e Thomas Luckmann (1927-vivo) iniciam este texto

afirmando que a “realidade é construída socialmente” e que a sociologia do

conhecimento deve “analisar o processo em que este fato ocorre” (Ibidem, 11). Para a

sociologia, a realidade independe da nossa vontade, pois não podemos desejar que os

fenômenos não existam, sendo que o conhecimento visa investigar se os fenômenos são

reais e quais são as suas características.

O sociólogo está situado entre o homem de rua e o filósofo. O homem de rua

tem certeza da sua realidade e do seu conhecimento. O filósofo cartesiano busca através

da dúvida, estabelecer qual é o conhecimento verdadeiro e somente assim entender a

realidade. Já o sociólogo se apóia na “relatividade social”, sendo que as “realidades” são

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admitidas como “conhecidas”, dependendo de cada contexto social, ou seja, está

vinculada a uma sociedade específica.

Neste momento então, nossos autores buscam realizar uma síntese do

surgimento e do desenvolvimento da sociologia do conhecimento como forma de se

afastar do que já foi dito, indicando novos caminhos e diretrizes para esta disciplina.

O filósofo alemão Max Scheller (1874-1928) criou o temo “sociologia do

conhecimento” em um ensaio publicado em 1924, com o objetivo de esclarecer e afastar

as dificuldades levantadas pelo relativismo. Ele retratou a situação histórica da

Alemanha e buscou estabelecer uma “antropologia filosófica que transcendesse a

relatividade dos pontos de vista específicos histórica e socialmente localizados”

(Ibidem, 20). Para Scheller, o conhecimento humano é ordenado pela sociedade como

um “a priori à experiência individual, fornecendo a esta sua ordem de significação”

(Ibidem).

Os antecedentes intelectuais da sociologia do conhecimento foram o pensamento

“marxista, o nietzscheano e o historicista”. Para Karl Marx (1818-1883), a consciência

“é determinada por seu ser social” (Ibidem, 17), a ideologia são “idéias que servem de

armas para interesses sociais” (Ibidem), e a falsa consciência é o “pensamento alienado

do ser social real do pensador” (Ibidem). Para Marx, o pensamento humano funda-se na

atividade humana do trabalho (meios de produção) e nas relações sociais que irão gerar

as lutas de classe.

Friedrich Nietzsche (1844-1900), contribuiu com suas idéias sobre como o

pensamento humano pode criar “ilusões” como se fossem realidades, ou seja, cria uma

“falsa consciência”, engano e auto-engano, como condição necessária para a

sobrevivência e pela luta pelo poder. Já o historicismo de Wilhelm Dilthey (1833-1911)

precedeu a sociologia do conhecimento e defendia o “sentido da relatividade de todas as

perspectivas sobre os acontecimentos humanos, isto é, da inevitável historicidade do

pensamento humano” (Ibidem, 19).

A migração da sociologia do conhecimento do campo filosófico para um

contexto mais estritamente sociológico ocorreu com o sociólogo alemão Karl

Mannheim (1883-1947), cuja obra era menos filosófica de que a de Scheler além de

uma parte dos escritos originais serem publicados em inglês, pois Mannheim viajou

para a Inglaterra com o surgimento do nazismo na Alemanha.

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Mannheim vai além de Marx expandindo sua teoria sobre a ideologia,

procurando separar seu problema central do uso político, tratando como um “problema

geral da epistemologia e da sociologia histórica” (Ibidem, 22).

Na epistemologia tradicional o sujeito se neutraliza e apreende o objeto tal qual

ele é, e tem como pressupostos princípios idealistas, retirando a subjetividade buscando

utilizar meios como a matemática para quantificar os fatos. Mannheim discorda desta

visão e defende que não há pensamento humano que seja imune às influências

ideologizantes de seu contexto social. Ele acreditava que todo conhecimento é fruto de

uma intenção do sujeito, sendo sempre inacabado e é marcado pela história e pela

sociedade.

Para Mannheim a ideologia é diferente da utopia. A utopia é um projeto de

ideologia, de transformação social que pode ou não se tornar real, ou seja, é uma

ideologia que não é. Já a ideologia é considerada além do que Marx dizia de que seja

uma “inversão da realidade”, de uma “falsa consciência”, ela aponta para uma

estabilidade social, dá uma referência sobre o que é a estabilização. A ideologia dá uma

visão de mundo que unifica um determinado contexto sócio-histórico, fazendo parte da

estruturação do pensamento.

Nossos autores também falam sobre Robert Merton (1910–2003), que foi o mais

importante sociólogo americano e procurou integrar a sociologia do conhecimento com

a teoria funcional estrutural. Merton, Talcott Parsons (1902-1979), C. Wright Mills

(1916-1962) não foram muito além do que foi formulado por Mannhiem. Theodor

Geiger (1891-1952) deu um enfoque neopositivista à sociologia do conhecimento

acompanhado posteriormente por Ernst Topitsch (1919-2003). Para Werner Stark

(1909-1985) a tarefa da sociologia do conhecimento consiste no “estudo sistemático das

condições sociais do conhecimento enquanto tal” (Ibidem, 26). Todos estes autores

deram ênfase às questões epistemológicas em nível teórico, tornando a sociologia do

conhecimento obscurecida para Berger e Lukmann.

Para os nossos autores “o ‘conhecimento’ do senso comum, e não as ‘idéias’,

deve ser o foco central da sociologia do conhecimento” (Ibidem, 30). O filósofo e

sociólogo Alfred Schutz (1899-1959) observou a estrutura do mundo do sentido comum

da vida cotidiana e forneceu aos nossos autores os fundamentos para a elaboração do

tópico sobre “os fundamentos do conhecimento na vida cotidiana”.

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3- Os Fundamentos do Conhecimento na Vida Cotidiana.

Como nossos autores afirmaram no prefácio, este tópico se trata de uma

introdução geral e o descreve como “prolegômenos filosóficos ao núcleo do raciocínio,

em termos de análise fenomenológica da realidade da vida cotidiana” (Ibidem, 05). Tem

como objetivo buscar definir alguns conceitos-chaves, que serão necessários para o

desenvolvimento do livro “A Construção Social da Realidade”.

3.1- A Realidade da Vida Cotidiana.

Berger e Luckmann iniciam este capítulo apresentando o objetivo do livro que é

de realizar uma análise sociológica do conhecimento da realidade como é acessível ao

senso comum, ou seja, ao homem da rua. Nossos autores sustentam que:

“A vida cotidiana apresenta-se como uma realidade

interpretada pelos homens e subjetivamente dotada de sentido

para eles na medida em que forma um mundo coerente”

(Ibidem, 35).

Assim a sociologia do conhecimento deve ser tratada como uma “ciência

empírica”, sofrendo influência da filosofia ao buscar entender os fundamentos do

conhecimento da vida cotidiana. O método de estudo escolhido foi o da “análise

fenomenológica”, considerado como um método descritivo, empírico e não científico,

que possibilita o entendimento da experiência subjetiva da vida cotidiana.

Prosseguindo na análise do texto, acredito que os nossos autores tiveram uma

influência do existencialismo e de Jean Paul Sartre (1905-1980), pois afirma que “a

consciência é sempre intencional; sempre ‘tende para’ ou é dirigida para objetos”

(Ibidem, 37), ou seja, a consciência é um “para-si”, pois é sempre um construir-se, um

fazer-se. As coisas é que não mudam, são sempre um “em-si”. Eles vão mais a diante e

defendem que “nunca podemos apreender um suposto substrato de consciência

enquanto tal, mas somente a consciência de tal ou qual coisa” (Ibidem).

A consciência apreende as diversas coisas ou objetos de diferentes modos,

constituindo assim, diferentes realidades, então “tenho consciência de que o mundo

consiste em múltiplas realidades” (Ibidem, 38), sendo que a realidade da vida cotidiana

se apresenta como realidade predominante, uma realidade objetivada e ordenada e

significada através da linguagem.

Nosso interesse pelo mundo está relacionado principalmente ao que nos afeta

com maior proximidade, como “aquilo que estou fazendo, fiz ou planejo fazer nele”

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(Ibidem, 39). É no “aqui e no agora”, que constitui a nossa realidade presente. É essa

realidade do mundo intersubjetivo, ou seja, do mundo em que participo em conjunto

com outros homens, que posso identificar a “consciência do senso comum”, em que

participo com “um mundo comum”, ou seja, com realidades parecidas à de outros

homens.

Buscamos construir uma realidade e admitimos que a conhecemos, é a realidade

da nossa vida cotidiana, com fatos que esperamos que possam acontecer. Quando esta

realidade cotidiana é afetada por novos fatos desconhecidos, vira uma realidade

diferente, problemática que pode influenciar no nosso dia a dia, ou seja, existe uma

ameaça a nossa paz e tranqüilidade.

No teatro podemos vivenciar ludicamente realidades diferentes quando

assistimos a diferentes peças. Na igreja ou na religião podemos ter experiências místicas

ou religiosas, através dos “transes” ou crenças que nos possibilitam experimentar outras

realidades. Os artistas também vivem com uma realidade estética e os físicos vivenciam

uma realidade científica. Entretanto todos também vivenciam a realidade da vida

cotidiana.

O mundo da vida cotidiana é estruturado temporalmente, existindo

diferentes tempos como o cósmico, cronológico, histórico, interior, etc. Cada tempo está

relacionado com a nossa realidade diária através da facticidade e finitude. Buscamos

conhecer quem somos e o que podemos ser. Como afirma nossos autores, somos

homens do nosso tempo e é esta estrutura temporal que orienta a nossa vida cotidiana,

conferindo um sinal de realidade em que estamos inseridos.

3.2- A Interação Social na Vida Cotidiana.

Neste tópico Peter Berger e Thomas Luckmann iniciam afirmando que “a

realidade da vida cotidiana é partilhada com outros” (Ibidem, 46) e podem ser

experimentadas através da experiência de estarmos face a face com um outro. Esta

situação possibilita que a subjetividade do outro seja apreendida por nós através de

sintomas, atitudes e esquemas tipificadores.

A tipificação ocorre devido a uma anonimidade inicial realizada pelo grupo

social a uma determinada pessoa como, por exemplo, caracterizando-a como “inglês”,

“gorda” ou qualquer outro atributo visual. Esta pessoa só se tornará um “indivíduo”

quando através da interatividade, forem identificados diversos atributos em que se

constatará aspectos “atípicos”, diferentes, únicos deste indivíduo.

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O grau de relação intersubjetiva pode ser determinado de acordo com o

“interesse” e “intimidade” que uma pessoa tem com a outra. Isto pode definir o que

seria uma “amiga”, “esposa”, “irmão”, “colega” ou “conhecido”. Nesse instante os

autores afirmam que:

“A realidade social da vida cotidiana é, portanto apreendida

num contínuo de tipificações, que se vão tornando

progressivamente anônimas à medida que se distanciam do

‘aqui e agora’ da situação face a face” (Ibidem, 52).

A estrutura social então é considerada como a soma das tipificações e dos

padrões recorrentes pelas pessoas em suas relações, sendo um elemento essencial da

realidade da vida cotidiana. Assim também conseguimos nos relacionar com os “que me

precederam e se seguirão a mim, na história geral da minha sociedade” (Ibidem, 53),

estabelecemos um relacionamento com nossos pais e com nossos filhos e edificamos a

estrutura social em que estamos inseridos.

3.3- A Linguagem e o Conhecimento na Vida Cotidiana.

Os autores analisam neste tópico a questão da objetivação como produto da

atividade humana. O ser humano pode “objetivar a sua subjetividade” como, por

exemplo, em um momento de cólera pode pegar uma arma consumando uma situação

de violência, causando um dano físico ao outro.

Assim a realidade humana só é possível unicamente pelas objetivações das

suas subjetivações, produzindo coisas boas ou más, que são tipificadas pela própria

sociedade, muitas vezes por pessoas que não chegamos a conhecer. A significação é um

exemplo de objetivação humana através da produção de sinais, sendo que “um sinal

pode distinguir-se de outras objetivações por sua intenção explícita de servir de índice

de significados subjetivos” (Ibidem, 55).

Os sistemas de sinais são objetivações que podem ser expressos como presença

mediatizante do corpo como, por exemplo, com a dança que expressa a subjetividade

do dançarino. A linguagem se destaca como o mais importante sistema de sinais da

sociedade humana e são objetivamente praticáveis, sendo fundamentais para a

compreensão da vida cotidiana. A linguagem, conforme Berger e Luckmann “é capaz

de se tornar o repositório objetivo de vastas acumulações de significados e experiências,

que pode então preservar no tempo e transmitir às gerações seguintes” (Ibidem, 57).

Nossos autores vão mais longe e afirmam que:

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“... ao objetivar meu próprio ser por meio da linguagem meu

próprio ser torna-se maciça e continuamente acessível a mim,

ao mesmo tempo que se torna alcançável pelo outro, e posso

espontaneamente responder a esse ser sem a ‘interrupção’ da

reflexão deliberada” (Ibidem, 58).

A linguagem é “flexivelmente expansiva” permite objetivar muitas experiências

concretas subjetivas, tipificando-as lingüisticamente sobre vários tipos de categorias que

podem ser entendidos por todas as pessoas. A linguagem sendo um sistema de sinais,

tem a qualidade da objetividade, fornecendo a facticidade externa, além de exercer

efeitos coercitivos sobre mim. Nossos autores afirmam que:

“A linguagem também tipifica as experiências, permitindo-me

agrupá-las em amplas categorias, em termos das quais tem

sentido não somente para mim, mas também para meus

semelhantes” (Ibidem, 59).

Temos uma capacidade de através da linguagem transcender o nosso “aqui e

agora”, sendo que “as transcendências têm dimensões espaciais, temporais e sociais”

(Ibidem, 59) e podem “tornar presentes” muitos objetos que estão ausentes, fatos

passados ou projetos futuros.

Os sistemas de símbolos historicamente mais importantes são a religião, a

filosofia, a arte e a ciência. A linguagem constrói campos semânticos que são

organizados pelo vocabulário, gramática e sintaxe, e podem ser acumulados

seletivamente como “experiências históricas” do indivíduo e da sociedade, construindo

um acervo social do conhecimento. A participação no acervo social do conhecimento

permite “a ‘localização’ dos indivíduos na sociedade e o ‘manejo’ deles de maneira

apropriada” (Ibidem, 62).

A sociedade acumula conhecimentos que são tipificados e agrupados em

esquemas dotados de sentidos e que atendem a demanda das rotinas da vida cotidiana.

Vivemos então um mundo com regras ou “lógica de máximas” que dizem o que é

permitido e o que não devemos fazer. Assim Berger e Luckmann afirmam que:

“Meu conhecimento da vida cotidiana tem a qualidade de um

instrumento que abre caminho através de uma floresta e

enquanto faz isso projeta um estreito com de luz sobre aquilo

que está situado logo adiante e imediatamente ao redor,

enquanto em todos os lados do caminho continua a haver

escuridão” (Ibidem, 66).

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Nossas ações então são muitas vezes movidas pelo interesse pragmático dos

objetivos a serem alcançados ou de acordo com a nossa situação geral na

sociedade. O que não tem importância para mim, muitas vezes passa despercebido.

Muitas vezes também as nossas estruturas de conveniências cruzam com as estruturas

de conveniências dos outros e assim são estabelecidos os “valores” do que é ou o que

não é importante para um determinado grupo social ou para a sociedade como um todo.

Assim os conhecimentos são construídos de acordo com os interesses individuais

e coletivos e sabemos que não podemos conhecer tudo que é conhecido pelos nossos

semelhantes. Na vida cotidiana existe em linhas gerais uma distribuição social do

conhecimento, que podemos recorrer a quem acreditamos saber, para pedir informações

sobre aquilo que não conhecemos.

4- Conclusão: Uma análise crítica e reflexiva.

A sociologia do conhecimento é considerada pelos nossos autores com uma

disciplina baseada na experiência, sendo que “o propósito é teórico, mas a teorização

refere-se à disciplina empírica em seus problemas concretos e não à pesquisa filosófica

dos fundamentos da disciplina empírica” (Ibidem, aba). Não foi estudado a

“metodologia da sociologia”, mas a teoria sociológica que analisa o conhecimento da

vida cotidiana através de um processo dialético entre a realidade objetiva e subjetiva.

Através da análise do senso comum do homem de rua, da linguagem, da

tipificação, da história, das instituições, foram constituídas as formas de conhecimentos

o que possibilitaram a construção social da realidade.

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5- Bibliografia

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FERRATER Mora, José. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Edições Loyola, 2000.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. O Dicionário Aurélio Eletrônico-Século

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